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Fichamento: O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação profissionais

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CURSO DE PSICOLOGIA
FICHAMENTO N° 2
Aluno: 
R.A.: 
Semestre: 
Turno:
Professor(a): 
Fichamento: DIMENSTEIN, Magda Diniz Bezerra. O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação profissionais. Estudos de Psicologia, Piauí, v. 3, p. 53-81, 1998.	
Síntese
	O artigo traz a discussão sobre o trabalho do psicólogo dentro das unidades básicas de saúde no Brasil, trazendo informações e compreensão sobre o processo de entrada desses profissionais na equipe de saúde e os fatores que levaram a isto. 
Principais ideias
	A psicologia é uma área de trabalho de saúde recente no país, embora tenha sido uma disciplina de estudo antiga nas escolas regulares, apenas em 1962 a profissão foi regulamentada, assim como a formação dos profissionais, tornando o Brasil um dos raros países que possuem uma legislação reguladora que atua em todo o território nacional, assim como o código de ética. 
	A regulamentação da profissão foi decisiva para a criação dos cursos de psicologia como são hoje, para a elaboração do currículo, da divisão de matérias e das grades das academias. Foi importante também para assegurar a exclusividade do uso das práticas profissionais, como a aplicação dos testes psicológicos, seleção de pessoal, orientação psicológica e psicopedagógica. 
	Com a regulamentação os psicólogos passaram a atuar inicialmente nas áreas escolares, clinicas, industriais e magistérios. Hoje em dia são muito mais amplas as opções de áreas de serviços, entre elas, o serviço de saúde e assistência pública. Dentro dos hospitais e dos quadros gerais de serviço de saúde os psicólogos ainda são uma categoria pouco expressiva em números.
	Houveram alguns fatores decisivos para impulsionar a entrada dos psicólogos na área da saúde, elas foram principalmente: O contexto das políticas públicas de saúde do final dos anos 70 e da década de 80 no que se refere à política de recursos humanos; A crise econômica e social no Brasil na década de 80 e a retração do mercado dos atendimentos privados; Os movimentos da categoria na tentativa de redefinição da função do psicólogo na sociedade; A Difusão da psicanálise e psicologização da sociedade.
	A década de 70 no brasil ficou marcada por ter sido uma época em que o país estava em estado de transformação, principalmente em aspectos econômicos, que foram cruciais na determinação das políticas públicas. Houve uma expansão significativa de crescimento populacional, migração da população do interior para as grandes capitais, endividamento externo do país, elevação de juros e alta da inflação. Por conta desses motivos, o modelo de saúde que era oferecido até então para a população não era mais o suficiente para a promoção de saúde pública. 
	Outro fator de extrema relevância para a inserção do psicólogo na área da saúde pública foi a crise econômica de 1980, nessa época, o começo da montagem de equipes multidisciplinares ocorreu em paralelo à crise. O mercado da psicoterapia começou a se deteriorar em decorrência da baixa da economia, e a oferta de profissionais saindo das universidades não era absorvida pelo mercado da classe média e alta. Além de que a prática clínica começou a ser fortemente criticada por não ser socialmente significativa e elitizada, sendo impregnada por um conceito de luxo. O papel de figura de atendimento público e social passou a ser um grande atrativo para recém formados e profissionais experientes. 
	Seguindo a linha de melhorias em prol da saúde pública, em 1982 o “Programa de reorientação Psiquiátrica Previdenciária” com o objetivo de trazer melhor qualidade ao atendimento psiquiátrico foi aprovado. Agora com uma nova visão, novos princípios dentro da saúde mental, aonde há ênfase ao contexto em que o paciente está inserido. Equipe a qual o profissional da psicologia estava inserido passou a ter responsabilidades com inúmeras atividades que antes eram restringidas aos médicos apenas.
	A Reforma Sanitária Brasileira teve suas bases definidas em 1986 aonde ocorreu a VIII Conferência Nacional de Saúde, princípios fixados sob pontos fundamentais, aonde tinha o objetivo de ampliar a diversidade dos profissionais no campo da saúde. Em 1987 foi feita a I Conferência Nacional de Saúde Mental, como seguimento à VIII CNS e ao I e II Encontros de Coordenadores de Saúde Mental da região Sudeste em 1985 e 1987, em busca da concretização da reforma sanitária e da transformação da realidade da assistência psiquiátrica no país, tornando-se um momento de crítica ao modelo asilar e denúncia da sua ineficiência. Uma pauta interessante na discussão da I CNSM foi a questão da política e processos de recursos humanos, a reformulação do currículo mínimo para a formação de profissionais de saúde, até mesmo a questão do concurso público para a inserção de novos trabalhadores. Era de grande vontade que um psicólogo se participa desse debate, que já vinha acontecendo já fazia um certo tempo, para que com suas vivências pudesse contribuir e enriquecer com novas modalidades de serviços em saúde mental.
	Debates causados pela reforma psiquiátrica brasileira e assistência a população decorreram no que foi chamado de “crise do Dinsam”, quando os próprios trabalhadores denunciaram profissionais e recursos, a má qualidade do trabalho oferecido e da assistência prestada.
	A realidade social do país na época impulsionou os psicólogos a realização de inúmeros trabalhos. Os hospitais, os ambulatórios, postos e centros de saúde foram se configurando como lugares privilegiados para a construção de novas práticas pelo psicólogo, podemos concluir que esse movimento de inserção dos profissionais da psicologia no setor saúde configurou-se e vem configurando até hoje, como uma estratégia para escapar ao declínio social e à redução dos empregos que os psicólogos vêm experimentando desde meados dos anos 80.
	Algo importante a ser ressaltado segundo o artigo é que no relatório final da I CNSM, em termos de política de Recursos Humanos, a reforma curricular dos cursos de graduação na área de saúde foi considerada imprescindível para que se formassem profissionais e agentes de saúde qualificados para atuar junto às necessidades da rede pública assistencial em saúde mental. Entretanto, o que se percebe é que até agora não houve nenhum progresso em relação à questão dos currículos de formação dos profissionais da área de saúde, em especial dos médicos.
	O tempo em que os psicólogos estão inseridos nos centros de atenção básica da saúde pode ser considerado pequeno, há poucos profissionais inseridos efetivamente nas unidades básicas de saúde, exemplo. Ainda é possível notar muitas falhas no sistema e na integração desses profissionais. 
	É muito comum que os usuários das unidades básicas de saúde abandonem o tratamento e acompanhamento realizado nesses serviços, porém, tal fenômeno acontece muitas vezes por conta da dificuldade da inserção do psicólogo nas equipes multidisciplinares e da adaptação do profissional a esse público. 
	O profissional deve ter a técnica de se adaptar ao seu público alvo, diferenciando os usuários da rede pública de saúde dos pacientes clínicos, por exemplo. Não podendo ser utilizada a mesma abordagem, técnica e materiais. Essa dificuldade se inicia ainda durante a graduação, na premissa de que as teorias aprendidas durante a formação serão fielmente aplicadas na pratica. Deve haver a compreensão da adaptação dos conhecimentos na hora dos atendimentos. Outro motivo é a preparação dos estudantes para a clínica, seguindo modelos já estabelecidos, que na grande maioria das vezes, não se encaixa em nenhuma outra área de atuação do psicólogo. 
	Para sanar essa dificuldade, é importante quebrar tais paradigmas ainda durante a formação dos novos profissionais, para que esses saiam do meio acadêmico com a abordagem correta para se adaptar as necessidades do seu publico alvo, e principalmente para a saúde publica e para o trabalho conjunto com toda a rede de saúde, preparados para uma nova forma de atenção aos usuários individualizados ecom o se fazer saúde, priorizando não as teorias e técnicas, mas sim as prioridades e necessidades da população. 
Citações
	“Sabe-se que com a regulamentação da profissão o psicólogo passou a atuar em basicamente quatro áreas: clínica, escolar, industrial e O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde 55 magistérios, áreas que atualmente estão bastante ampliadas e que não correspondem mais ao universo de atuação do psicólogo brasileiro. (DIMENSTEIN, 1988, pg. 54-55)”
	“...mais especificamente na saúde mental, procurando deixar claro que essa entrada não aconteceu num vazio social, mas num contexto histórico-político-econômico determinado, que propiciou uma supervalorização cultural da profissão ao mesmo tempo em que foi se construindo e consolidando a ideia de que a atividade do psicólogo era essencial para a sociedade (DIMENSTEIN, 1988, pg. 56).”	
	“Para isso, dava prioridade às ações básicas de saúde, com ênfase na assistência primária e no atendimento ambulatorial, à utilização da capacidade ociosa do setor público em detrimento da contratação de novos serviços privados que passavam a ter um caráter complementar e à uma política de descentralização, regionalização e hierarquização da rede assistencial, bem como sua unificação. Assim, ao lado de uma série de medidas voltadas para a contenção e de controle às fraudes, o CONASP também deu início a um processo de mudança na lógica assistencialista que regia o sistema de saúde (DIMENSTEIN, 1988, pg. 60).”
	“Nesse novo modelo proposto de assistência psiquiátrica integral, a equipe multiprofissional assume um papel importante na medida em que era preciso ampliar as técnicas de diagnóstico e de tratamento - só possível com diferentes profissionais - e também supervisionar e orientar os trabalhos, especialmente, o atendimento ambulatorial, que era a prioridade do programa... (DIMENSTEIN, 1988, pg. 60).”
Sem restrições

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