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PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 Genômica do Câncer P1: Gene BRCA1 e Gene BRCA2 P2: Quais os mecanismos de desenvolvimento do câncer? P3: • Proto-oncogenes: genes de proteção ao câncer; gene que suprime o aparecimento de tumor • Oncogenes: genes que favorecem o aparecimento de câncer e tumores. • Genes podem sofrer mutações, levando ao câncer. • Descontrole das divisões celular, pelos pontos de checagem. o Descontrole da telomerase • Telomerase favorece o câncer; a célula perde a capacidade de entrar em apoptose. • Gene P53 (proteção de mutações) • O meio ambiente está relacionado com o desenvolvimento do câncer o Alquilantes – produtos químicos o Radiações o Sedentarismo o Alimentação (produtos químicos, conservantes, agrotóxicos) o Fatores biológicos (vírus) o Hormônios o Tabagismo • Existe um sistema de reparo do DNA o Complexo de ciclina/CDK • Existem mecanismos de sobrevivência para o câncer: o Não reconhecimento das células cancerosas pelo sistema imunológico o Angiogênese é um mecanismo de sobrevivência do câncer, pois o mecanismo precisa de nutrição sanguínea o Capacidade de proliferação (Metástase) P4: Mapa Anexado P5: • Compreender os mecanismos de formação do câncer • Entender como os genes atuam no câncer (proto-oncogenes e oncogenes) • Compreender e avaliar as influências dos fatores ambientais no desenvolvimento do câncer • Estudar os mecanismos de sistema de reparo do DNA (atrelado ao câncer) • Explicar a relação da apoptose e o desenvolvimento do câncer (fenômeno da telomerase) Referências Bibliográficas • KLUG, WS; CUMMINGS, MR; SPENCER CA; PALLADINO, MA. et al. Conceitos de genética. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010 • GRIFFITHS, AJF; MILLER, JH; SUZUKI, DT; LEWONTIN RC; GELBART, WM. Introdução à Genética. 9ª edição. Ed. Guanabara Koogan 2008. Rio de Janeiro, RJ. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 Genômica do Câncer Conceitos iniciais: • As células cancerosas apresentam altos níveis de instabilidade genômica, o que as leva a acumular mutações em genes relacionados com câncer. • As mutações em protoncogenes, e em genes supressores de tumor, contribuem para o desenvolvimento de cânceres. • Os vírus oncogênicos introduzem oncogenes nas células que eles infectam e estimulam a proliferação celular. Agentes ambientais contribuem para o câncer, danificando o DNA. Definição de Neoplasia: Proliferação celular descontrolada que leva ao surgimento de uma massa (tumor). ➔ Muita célula crescendo, de forma desordenada. Definição de Neoplasia Maligna – câncer Câncer, propriamente dito, com capacidade de invadir os tecidos vizinhos e se disseminar (Metastizar) ➔ Se espalha e invade outros tecidos adjacentes. O câncer em paralelo a outras doenças: • As alterações genômicas associadas ao câncer vão desde substituições de nucleotídeos únicos até rearranjos, amplificações e deleções cromossômicas em grande escala. • O câncer é causado por mutações que ocorrem, predominantemente, em células somáticas. • A maior parte das mutações causadoras de câncer ocorrem espontaneamente, nas células somáticas. Apenas 1% dos canceres são hereditários. • O câncer não surge de uma só mutação, são vários acúmulos de mutações – cerca de 6 a 12. • As mutações que levam ao câncer afetam várias funções celulares, compreendendo a reparação de danos ao DNA, a divisão celular, a morte celular programada, a diferenciação celular, o comportamento migratório célula e célula. O que é câncer: • É um grande número (≤ uma centena 100) de doenças complexas que se comportam diferentemente, conforme o tipo celular do qual se originam. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 Variabilidade do câncer: • O câncer varia quanto à idade de início, à velocidade de crescimento, à capacidade invasiva, ao prognóstico e à capacidade responsiva ao tratamento. Propriedades fundamentais do câncer: • Em níveis molecular, todos os cânceres exibem características comum que os reúnem em uma família. 1. Proliferação celular desregulada, caracterizada por crescimento e divisão celulares anormais, 2. As metástases, um processo que permite que as células cancerosas se espalhem e invadem outras partes do corpo. O que é um tumor benigno: • É uma célula que perde o controle genético sobre o seu crescimento e a suai divisão pode dar origem a uma massa multicelular. • Os tumores benignos são limitados, ou seja, não tem capacidade de causar metástase. O que é um tumor maligno: • É uma célula que adquire capacidade de se desprender, entrar na corrente sanguínea, invadir outros tecidos e formar tumores secundários em outros locais do corpo. A origem clonal das células cancerosas: • Todas as células cancerosas, de tumores primários ou secundários, são clonais. o Se originam de uma célula ancestral comum que acumulou numerosas mutações específicas. O câncer é um processo de múltiplas etapas • São difíceis de tratar e podem se tornar um rico de vida. • Uma única mutação é insuficiente para transformar uma célula normal em uma célula maligna formadora de tumor. • A incidência da maioria dos cânceres sobe exponencialmente com a idade. • Uma entre três pessoas irá sofrer de câncer durante sua vida. • O desenvolvimento do câncer é um processo de várias etapas, que requer mutações em genes que controlam vários aspectos da proliferação celular e da metástase. o Exposição de carcinógenos é demorado. o Cada etapa da tumorgênese (desenvolvimento de um tumor maligno) o desenvolvimento de uma ou mais alterações, alterações genéticas que progressivamente liberam as células dos controles que normalmente restringe a proliferação e a malignidade. • Envolve etapas progressivas, começando com células ligeiramente aberrantes e progredindo para células cada vez mais tumorgênicas e malignas. Defeitos genéticos e instabilidade genômica: • As células cancerosas apresentam taxas de mutação, anormalidades cromossômicas e instabilidade genômica mais elevadas do que as normais. • O defeito fundamental nas células de câncer é um desarranjo da capacidade celular normal de reparar os danos ao DNA/aumento das mutações. • Fenótipo mutador: corresponde ao alto nível de instabilidade genômica observado em células cancerosas. • As células cancerosas contêm aberrações quanto aos tipos de cromatina e aos locais de suas modificações, especialmente nos padrões de metilação de DNA Instabilidade genômica e reparação deficiente do DNA: • É a presença de defeitos nas células cancerosas, como translocações, aneuploidia, perdas cromossômicas, amplificações de DNA e deleções cromossômicas. • Células cancerosas possuem maior instabilidade genômica. • Certos cânceres hereditários são causados por defeitos em genes que controlam a reparação do DNA. • O fenótipo mutador é contribuinte importante para o desenvolvimento do câncer PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 Modificações da cromatina e epigenética do câncer: • Epigenética: estudo dos fatores que afetam a expressão gênica de modo herdável, mas sem alterar a sequência nucleotídica do DNA. o Ex: metilação do DNA, modificações das histonas, acetilação e fosforilação • A metilação do DNA é responsável pelo silenciamento gênico associado à impressão parental, à repressão de genes pela heterocromatina e à invasão do cromossomo x. • As células cancerosas contêm alterações importantes na metilação (recrutamento das proteínas para condesar proteínas) do DNA. o O total de metilações no DNA é muito menor nas células cancerosas do que nas normais. oNas células cancerosas, os promotores de certos genes ficam hipermetilados → resulta na liberação geral da repressão da transcrição dos genes que estariam silenciados nas células normais. • Os padrões genômicos e a localização dessas modificações podem ser dados e afetar a expressão gênica. • Ocorre modificações nas histonas. Os genes que codificam as acetilas, desacetilases, metiltransferase e desmetilases de histonas estão mutados ou se expressam de modo aberrante. • O número de defeitos epigenéticos nas células cancerosas pode ser maior do que o número de mutações gênicas. • As modificações epigenéticas são reversíveis → epigenética como base para terapia de câncer. Defeitos genéticos que afetam a regulação do ciclo celular: • Perda do controle da proliferação celular. • Proliferação celular: processo de crescimento e divisão celular → desenvolvimento e reparação de tecidos. • Células diferenciadas: especializadas em uma função específica. • Organismo pluricelulares tem capacidade de substituir tecidos mortos e danificados. o O crescimento e a diferenciação têm de ser estritamente regulados; do contrário, a integridade de órgãos e tecidos dicaria comprometida pela presença de quantidades de tipos impróprios de células. • A regulação da proliferação celular normal envolve grande número de produtos gênicos que controlam etapas do ciclo celular, a morte celular programada e a resposta celular aos sinais externos para crescimento. • No câncer, muitos dos genes que controlam essas funções estão mutados ou se expressam de modo aberrante, o que leva à proliferação celular descontrolada. O ciclo celular a transdução de sinal: • Interfase: intervalo entre as divisões mitóticas, onde a célula cresce e replica seu DNA • G1: a célula se prepara para a síntese de DNA, acumulando as enzimas e moléculas necessárias a replicação do DNA • Fase S: é replicado o DNA dos cromossomos da célula • G2: a célula continua a crescer e a se preparar para a divisão • Fase M: os cromossomos duplicados se condensam, os cromossomos irmãos se separam para polos opostos e a célula se divide em duas. • G0: a célula entra em G0 quando recebe o sinal para parar de crescer. Aqui, ela continua metabolicamente ativa, mas não cresce nem se divide, podendo permanecer indefinidamente. • Células cancerosas são incapazes de entrar em G0, repetindo o ciclo continuamente, sendo incapazes de entrar em quiescência no tempo ou lugar adequado. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 o Sua taxa de proliferação não é necessariamente maior do que a das células de proliferação normal; entretanto, elas são incapazes de entrar em quiescência no tempo ou no lugar adequado. • Transdução de sinal: processo em que é estimulada a reentrada no ciclo celular das células que estão em G0 por meio de sinais externos para crescimento (fatores de crescimento e hormônios). o Inicia um programa de expressão gênica que tira a célula de G0 e a lança de volta ao ciclo celular. o Células cancerosas têm defeitos nessas vias. Células malignas podem não responder aos sinais externos das células circundantes que, em um tecido maduro, normalmente inibiriam a proliferação celular. O controle e os pontos de controle no ciclo celular: • Pontos de controle são onde a célula é monitorada por sinais externos e fenômenos de equilíbrio interno, antes de prosseguir para cada etapa seguinte do ciclo celular. • Os pontos de controle G1/S, G2/M, e M são pontos de controle. • Ponto de controle G1/S: a célula monitora seu tamanho e determina e seu DNA foi lesado. lesado. Se a célula não adquiriu um tamanho adequado, ou se o DNA for lesado, a continuação do avanço através do ciclo celular é suspensa até que essas condições sejam corrigidas. Se o tamanho celular e a integridade do DNA são normais, a célula prossegue para a fase S • Ponto de controle G2/M: são monitoradas as condições fisiológicas da célula. Se a replicação do DNA ou a reparação de qualquer dano ao DNA não for completada, o ciclo celular se detém até que esses processos se completem; • Ponto de controle M: ocorre durante a mitose. São monitoradas a formação do sistema de fibras do fuso e a ligação dessas fibras aos cinetócoros associados aos centrômeros • A célula controla a progressão no ciclo celular pelas ciclinas e CDKs (quinases dependentes de ciclina) • Durante o ciclo celular, a célula sintetiza e destrói a ciclinas um padrão exato. • Havendo uma ciclina presente, ela se liga a uma CDK específica, desencadeado a atividade do complexo CDK/ciclina, que fosforila e ativa seletivamente outras proteínas que, por sua vez, efetuam as mudanças necessárias para que a célula avance no ciclo celular • CDK1/ciclina B: fosforila certas proteínas que executam os eventos iniciais da mitose (ex.: ruptura da membrana nuclear, a condensação cromossômica e a reorganização do citoesqueleto). • A mitose só pode ser completada quando a ciclina B é degradada e as fotos fosforilações proteicas típicas da fase M são revertidas • A mutação ou a expressão atípica de qualquer um dos genes controladores do ciclo celular pode contribuir para o desenvolvimento de câncer • À medida que essas células continuam se dividindo, elas vão acumulando mutações em genes cujos produtos controlam a proliferação celular ou as metástases • Assim, a célula perde o controle da proliferação e fica em vias de se tornar cancerosa. O controle da apoptose: • Apoptose: morte celular programada • células e, entra em ação quando o dano ao DNA ou a cromossomos é tão grava que a reparação fica impossível. • A apoptose é um processo geneticamente controlado por meio do qual a célula se suicida. • Exerce um papel preventivo contra o câncer PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 • A apoptose também é iniciada durante o desenvolvimento normal dos pluricelulares, para eliminar certas células “estragadas” (não contribuem para o organismo adulto final) • O DNA nuclear se torna fragmentário, as células intracelulares se deterioram e as células se dissolvem em corpos apoptóticos (pequenas estruturas esféricas), que são engolfados pelas células fagocitárias • As capazes (proteases)são responsáveis pela iniciação da apoptose e pela digestão dos componentes intracelulares. • A apoptose é geneticamente controlada no sentido de a regulação dos níveis de produtos gênicos específicos poder desencadeá-la ou impedi-la • Ela reduz o número de mutações que são transmitidas à próxima geração, inclusive aquelas nos genes causadores de câncer • Os mesmos genes que controlam os pontos de controle do ciclo celular podem desencadear a apoptose • Em consequência da mutação ou inativação dos genes dos pontos de controle, a célula é incapaz de reparar seu DNA ou de atingir a apoptose • Essa incapacidade leva ao acúmulo de mais mutações nos genes que controlam o crescimento, a divisão e a metástase Genes que alteram o controle do ciclo celular: • Em células cancerosas, há duas categorias gerais de genes causadores de câncer: proto- oncogenes e oncogene Proto-oncogenes: • São genes causadores de câncer que possuem expressão atípica • codificam fatores de transcrição que estimulam a expressão de outros genes, de moléculas de transdução de sinais que estimulam a divisão celular e de reguladores do ciclo celular eu movimentam a célula no ciclo. • Quando as células normais ficam quiescentes e param de se dividir, elas reprimem a expressão e a atividade da maioria dos produtos dos proto-oncogenes • Nas células cancerosas, um ou mais proto- oncogenes estão tão alterados que a sua atividade não pode ser controlada do modo normal,devido à uma mutação no proto- oncogene, que resulta num produto proteico que atua anormalmente • Em outros casos, os proto-oncogenes se super expressam, ou sua transcrição não pode ser reprimida no momento correto • Nesse caso o proto-oncogene fica continuamente em estado de “ligado”, que pode estimular constantemente a célula a se dividir Oncogenes: • Quando um proto-oncogene está mutado, ou se expressa de modo aberrante, e contribui para o desenvolvimento de câncer, ele se torna um oncogene (gene causador de câncer) • Ou seja, os oncogene são proto-oncogenes que sofreram uma alteração de ganho de função. • Assim, basta que um alelo do proto- oncogene mute, ou se expresse atipicamente, para desencadear um crescimento descontrolado • Portanto, oncogenes produzem um fenótipo dominante de câncer Genes supressores de tumor: • Seus produtos normalmente regulam os pontos de controle do ciclo celular e dão início ao processo de apoptose. Quando mutam, ou são inativados, as células são incapazes de responder normalmente nos pontos de controle do ciclo celular ou de derivar para a morte celular programada, se a lesão no DNA for extensa • Isso leva a um aumento das mutações e a incapacidade de a célula abandonar o ciclo celular quando deveria tornar-se quiescente • Quando ambos os alelos de um gene supressor de tumor são inativados e outras modificações na célula a mantém em crescimento e divisão, ela pode tornar-se tumorgênica • Existem exemplos de proto-oncogenes e genes supressores de tumores que, quando mutados, contribuem para o câncer. Os proto-oncogenes RAS • Eles estão multados em mais de 50% dos tumores humanos PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 • A família gênica RAS codifica moléculas de transdução de sinais que estão associadas à membrana celular e regulam o crescimento e a divisão celulares • As proteínas RAS normalmente transmitem sinais da membrana celular para o núcleo, estimulando a célula a se dividir em resposta a fatores externos de crescimento • Elas se alternam entre o estado inativo (desligado) e o ativo (ligado), ligando-se a GDP (difosfato de guanosina) ou a GTP (trifosfato de guanosina) • Quando a célula encontra o fator de crescimento, os receptores de fator, na membrana celular, ligam-se a ele, resultando em autofosforilação na porção citoplasmática do receptor → isso causa o recrutamento de fatores de intercâmbio de nucleotídeos (proteínas que fazem a RAS liberar o GDP e se ligar ao GTP, tornando- se ativa) para a membrana o A célula, mesmo sem estímulo, ou com estímulo contrário a divisão celular, faz a célula sair do G0 • A forma ativa de RAS, ligada a GTP, envia seus sinais por meio de cascatas de fosforilação de proteínas, no citoplasma • Isso resulta na ativação dos fatores de transcrição nucleares que estimulam a expressão de genes cujos produtos levam a célula da quiescência para o ciclo celular • A RAS hidrolisa o GTP em GDP e se torna inativa • As mutações que convertem o proto- oncogene RAS em oncogene impedem a proteína RAS de hidrolisar GTP em GDP e assim congelam-na em sua conformação “ligada”, estimulando a célula a se dividir constantemente. Os proto-oncogenes Cyclin D1 e Cyclin E: • As ciclinas são sintetizadas e degradadas durante o ciclo celular, elas formam complexos com as moléculas CDK (reguladores importantes de cada fase do ciclo celular) e regulam as atividades dessas • Ciclina D1: seu gene está amplificado em certos cânceres (ex.: mama, bexiga, pulmão e esôfago). Isso cria múltiplas cópias do gene cyclin D1, elevando o nível da proteína D1, que pode contribuir para sua entrada descontrolada na fase S, podendo fazer com que ele se expresse anormalmente. • Cyclin E: está amplificado e super expresso em algumas leucemias e em cânceres de mama e de cólon. • É possível que a super expressão desses reguladores-chave do ciclo celular, ou a supressão de sua degradação periódica, mantenha as células sempre prontas para uma ciclicidade celular contínua, impedindo-as de sair do ciclo celular, de entrar na fase que quiescente G0 ou de sofrer diferenciação O gene supressor de tumor p53 • Mutado em mais de 50% de todos os cânceres • Ele codifica uma proteína nuclear que age como fator de transcrição, reprimindo os estimulando a transcrição • A proteína p53 está presente em baixos níveis nas células, já que é sintetizada de forma contínua e degradada rapidamente • Normalmente está ligada à proteína Mdm2, que marca a p53 para ser degradada e sequestra o seu domínio de ativação de transcrição, impedindo as fosforilações e acetilações que convertem a proteína p53 para a forma ativa • Aumentos rápidos nos níveis nucleares de proteína p53 ativada pode ser por: o danos químicos ao DNA; o quebras de fitas dupla de DNA induzidas por radiações ionizantes; o presença de intermediários de reparação de DNA gerados por exposição das células à luz ultravioleta. • Em resposta, a Mdm2 se dissocia da p53, tornando essa mais estável e descerrando seu domínio de ativação da transcrição PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 • A proteína p53 inicia duas respostas ao dano do DNA (agindo como fator de transcrição que estimula ou reprime a expressão dos genes envolvidos em cada resposta): o Parada do ciclo celular, seguida pela reparação do DNA o Apoptose e morte celular, se o DNA não puder ser reparado • A p53 pode deter o ciclo celular em células normais • No ponto de controle G1/S, a p53 ativada estimula a transcrição do gene que codifica a proteína p21, que inibe o complexo CDK4/ciclina D1, evitando assim que a célula passe da fase G1 para a fase S • A p53 também regula a expressão dos genes que retardam o progresso da replicação do DNA, proporcionando tempo para que o dano ao DNA seja reparado durante a fase S, o que pode bloquear as células no ponto de controle G2/M, se o dano ao DNA ocorrer durante a fase S • A p53 ativada também pode instruir uma célula lesada a cometer suicídio por apoptose pela transcrição do gene Bax e por repressão da transcrição do gene Bcl2 • Quando os níveis da proteína bax aumentam em resposta à estimulação da transcrição do gene bax pela proteína p53, formando homodímeros de bax, os quais ativa mudanças celulares que levam à autodestruição celular • Nas células cancerosas os níveis da proteína bax não aumentam em resposta no celular e a apoptose não pode acontecer • Células que não possuem p53 funcional são incapazes de deter o ciclo celular nos pontos de controle, ou de entrar em apoptose, em resposta à danos no DNA • As células que não têm p53 possuem taxas de mutação elevada e acumulam tipos de mutação que levam ao câncer Genes supressores de Tumor RB1: • A perda ou a mutação do gene supressor de tumor RB1 (retinoblastoma 1) contribui para o desenvolvimento de muitos cânceres (ex.: mama, ósseo, pulmão e bexiga) • Todas as células somáticas dos pacientes com retinoblastoma hereditário contém um alelo mutado do gene RB1. Mas só se desenvolve quando o segundo alelo do gene RB1, normal, é perdido ou mutado em certas células retinianas (requer pelo menos duas mutações somáticas independentes em uma célula retiniana para que haja a intervenção de ambas as cópias 4do gene RB1) • pRB (proteína do retinoblastoma): controla o ponto de controle G1/S do ciclo celular. Sua atividade varia ao longo do ciclo em função de seu estado de fosforilação • Quando as células estão na fase G0, a proteína pRB não está fosforizada e se liga a fatores de transcrição (ex.: E2F) inativando- os • Quando a célula é estimulada por fatores de crescimento, entra em G1 e chega à fase S • Em G1,a proteína pRB é fosforilada pelo complexo CDK4/ciclina D1 e libera as proteínas reguladoras ligadas a ela • Quando os reguladores são liberados pela pRB, ficam livres para induzir a expressão de genes cujos produtos são necessários para a transição da fase G1 para a S • Depois que as células transpõem as fases S, G2 e M, a pRB reverte ao estado não fosforilado, liga-se a proteínas reguladoras e mantém as células retidas até que seja necessário novo ciclo celular • Em células quiescentes normais, a presença da proteína pRB impede a passagem para a fase S As células cancerosas formam metástases, invadindo outros tecidos: • O descontrole de crescimento é insuficiente para criar um câncer maligno e com risco de vida. Para isso, as células cancerosas também precisam adquirir as características das metástases, dentre elas: o capacidade de se separar do sítio do tumor original; PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 o entrar no sistema sanguíneo ou linfático; o invadir os tecidos circundantes e desenvolver tumores secundários • As células tumorais têm de se desligar de outras células e digerir os componentes da matriz extracelular e da lâmina basal (compostas de proteínas e carboidratos), que normalmente rodeio em separam os tecidos do corpo. Elas formam o arcabouço para o crescimento tissular e inibem a migração das células • A capacidade de invadir a matriz extracelular também é propriedade de certos tipos de células normais. A diferença é que nas células normais a capacidade invasiva é estritamente regulada, enquanto nas células tumorais essa regulação foi perdida • Nos tumores de alta malignidade, enzimas proteolíticas, como as metaloproteinases, estão presentes em níveis supranormais e não são suscetíveis aos controles normais conferidos pelas moléculas reguladoras, como os TIMPs (inibidores tissulares das metaloproteinases) • O nível de agressividade de um tumor está positivamente correlacionado com os níveis de enzimas proteolíticas expressos por ele • Assim, uma expressão inapropriada da adesão celular, ou das enzimas proteolíticas, pode ajudar as células dos tumores malignos a formar metástases, porque relaxa as restrições normalmente impostas à localização das células, criando brechas que possibilitam o ingresso e a saída de células tumorais no sistema circulatório • Os genes supressores de metástases controlam o crescimento dos tumores secundários e sua expressão é reduzida por mecanismos epigenéticos A predisposição a alguns tipos de câncer pode ser hereditária: • A grande maioria dos cânceres humanos é esporádica, mas uma pequena fração (1 a 2%) tem um componente hereditário ou familiar. A maioria dos genes de suscetibilidade hereditária ao câncer não é auto-suficiente para desencadear o desenvolvimento de um câncer. • Para ver uma expressão completa do fenótipo de câncer, geralmente ainda são necessárias mutações em outros genes • Mutações hereditárias no gene RB1 predispõem os indivíduos a desenvolver vários cânceres, já que suas células tumorais contêm mutações em ambos os exemplares do gene • Perda de heterozigosidade: o segundo alelo do tipo selvagem é mutado • Mais mutações, em outros proto-oncogenes ou em genes supressores de tumor, são necessárias para que as células tumorais se tornem completamente malignas • As mutações hereditárias em um alelo de um gene contribuem com apenas um dos muitos passos da via que leva à malignidade • FAP (polipose adenomatosa familiar): predisposição genética ao câncer. Os indivíduos herdam uma cópia mutante do gene APC (gene da polipose adenomatosa), localizado no braço longo do cromossomo 5. • As mutações compreendem deleções, alterações de fase e mutações pontuais • Gene APC: atua como supressor de tumor, controlando o contato célula a célula e a inibição do crescimento, mediante interação com a proteína b-catenina • A presença de uma mutação em heterozigose faz com que as células epiteliais escapem parcialmente do controle do ciclo celular e se dividam para formar pólipos (ou adenomas) (pequenos aglomerados de células) • Os heterozigotos dessa condição desenvolvem centenas ou milhares de pólipos no cólon e reto em idade precoce. Não é necessário que o segundo alelo do gene APC esteja mutado nos pólipos • A segunda mutação nas células de pólipo que já contêm uma mutação no gene APC ocorre do proto-oncogene, causando o desenvolvimento de adenomas intermediários • Suas células têm defeitos na diferenciação celular normal, cresce em culturas e seu crescimento não consegue ser inibido pelo contato de outras células (transformação) • Além disso, mutações em ambos os alelos de DCC resultam na formação de adenomas de fase tardia, com vilosidades • Quando os adenomas tardios evoluem para adenomas cancerosos, geralmente sofrem perda de genes p53 funcionais • A malignidade envolve mutações de genes associados a metástases. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 Os vírus contribuem para o câncer em humanos: • Retrovírus de transformação aguda: são retrovírus que transformam as células em células cancerosas. • Retrovírus na célula: o seu genoma de RNA é copiado para DNA, pela enzima transcriptase reversa. o A cópia do DNA entra no núcleo da célula infectada e se integra ao genoma dessa célula hospedeira o Provírus: cópia de DNA integrada do RNA retroviral • Um retrovírus pode causar câncer de dois modos: o O DNA proviral pode, por acaso, integra-se perto de um dos proto- oncogenes usuais da célula. ▪ Os promotores estimulam transcrição do proto- oncogene em alguns níveis ou em ocasiões inapropriada, levando à estimulação da proliferação da célula hospedeira o Um retrovírus pode apropriar-se de uma cópia de proto-oncogene do hospedeiro e integrá-la em seu próprio genoma. ▪ O novo oncogene viral pode mutar durante o processo de transferência para o vírus, ou pode se expressar em níveis anormais, porque agora está sob controle de promotores virais. ▪ Os retrovírus que portam esses oncogenes virais podem infectar e transformar células normais em tumorais. • Os contribuintes mais significativos para os cânceres induzidos por vírus são os papilomavirus (HPVs 16 e 18), o vírus da leucemia das células T humana s (HTLV- 1), o vírus da hepatite B, o herpes-vírus humano 8 e o vfrus Epst e inBarr • A infecção viral sozinha não é suficiente para desencadear cânceres humanos. Para precipitar uma célula pela escada de múltiplos degraus, que leva ao câncer, são necessários outros fatores, inclusive danos ao DNA ou acúmulo de mutações em um ou mais oncogenes ou genes supressores de tumor da célula. Os agentes ambientas no câncer humano: • Qualquer substância que danifica o DNA tem potencial carcinogênico. • Carcinógenos: o Produtos químicos o Radiações o Vírus o Infecções crônicas o tabaco • Alimentação: o Consumo de carnes vermelhas e gordura animal (câncer de cólon, próstata e mama) o Estimula a divisão celular por meio de hormônios ou criam produtos químicos durante o cozimento. o Álcool – causa inflamação do fígado (câncer hepático) • O ambiente industrializado é responsável por uma pequena porcentagem do total de câncer. • Os potenciais mais carcinógenos são substâncias e processos naturais. • Nitrosaminas: são componentes de substâncias sintéticas e são encontrados em algumas carnes em conserva; entretanto, muitas são de ocorrência natural • os pesticidas e antibióticos naturais encontrados em plantas podem ser carcinogênicos, e o próprio corpo humano cria agentes alquilantes no ambiente ácido do intestino. • As lesões de DNA, originadas pela radiação natural (raios X, luz ultravioleta),por substâncias da dieta natural e por substâncias do ambiente externo, contribuem para a maioria das mutações causadas pelo ambiente que levam ao câncer • Tanto a luz ultravioleta (UV) quanto as radiações ionizantes (como os raios X e gama) induzem danos ao DNA. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 5 Mecanismo de reparo do DNA: • O genoma humano possui múltiplos mecanismos complexos de reparo de DNA – pontos de checagem, para evitar mutações. • Qualquer dano que introduza uma alteração na dupla-hélice do DNA representa uma ameaça à constituição genética da célula. Em geral, esse dano é reconhecido e corrigido por sistemas de reparo tão complexos e importantes para a célula quanto o mecanismo de replicação do DNA. • Reparo de mal pareamento: bases nitrogenadas desorganizadas • Fosforilação de um substrato chave • Diversas enzimas de reparo (helicase/telomerase) Reparo direto: • É raro e envolve a reversão ou a simples remoção do dano • Ex.: reparo por fotorreativação (dano causado pela luz UV) Reparo por excisão: • Excisão: inserção ou substituição de base. • Reparo por excisão de base: corrige o dano causado às bases nitrogenadas pela hidrólise espontânea ou por ação de substâncias químicas Reparo por excisão de nucleotídeos: • Excisão: inserção ou substituição de nucleotídeos. • Corrige lesões do DNA que alteram ou distorcem a dupla-hélice. (ex.: dímeros de pirimidinas) Reparo por pareamento incorreto: • Realizado pela varredura do DNA em busca de bases que não estão pareadas adequadamente; “fitas novas” são corrigidas. Reparo por recombinação homóloga: • Lida com quebras da dupla-hélice do DNA • Esses danos podem levar a rearranjos cromossômicos, doenças sindrômicas e morte celular Reparo por excisão de junção de extremidades não homólogas: • De quebra da dupla-hélice do DNA, em que o sistema pode unir extremidades de DNA não homólogas • Ativado na fase G1 do ciclo celular • Algumas sequências nucleotídicas são perdidas no momento da junção
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