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Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 1 congresso nacional de emergencia ECG = estabelecimento de prioridades • Deve-se tratar paciente e não ritmo Pacientes em taquicardia só chegam no PS se estiverem estáveis ou instáveis Taquicardia só pode se apresentar de 4 formas: QRS estreito ou largo e QRS regular ou irregular • QRS é representado no ECG pela despolarização ventricular Estreito regular: taquicardia sinusal (onda P precede QRS), taquicardia supraventricular (onda P de difícil visualização, ausente ou retrógrada), flutter atrial (aumento importante da frequência atrial em formato de ondas F) • Taquicardia sinusal pode chegar a uma frequência de até 220 subtraída à idade • Em casos instáveis de taquicardia supraventricular, deve-se proceder com uma cardioversão elétrica sincronizada o Em casos estáveis, deve-se proceder com o protocolo de taquicardia supraventricular: manobra de Valsalva modificada (soprar a seringa para forçar o êmbolo) e administração de adenosina (diluída ou não) • Em ECG com FC próxima a 150, deve-se desconfiar de flutter o Peculiaridades: baixa resposta à cardioversão química, ausência de causas claras necessita de internação do paciente, nem todo flutter pode ser cardiovertido imediatamente (possibilidade de formar trombos) Estreito irregular: fibrilação atrial (incapacidade de reconhecer a atividade atrial), flutter com BAV variável (variedade de condução do flutter), taquicardia atrial multifocal (pelo menos 3 ondas P de diferentes morfologias na mesma derivação) • Cálculo de FC em um ritmo irregular deve ser feito pela multiplicação x6 da quantidade de batimentos da faixa longa • Muitas vezes, deve-se controlar a doença de base em vez da FC • Em casos de instabilidade hemodinâmica atribuída à fibrilação atrial, deve-se realizar uma cardioversão elétrica sincronizada • Pacientes em cardiopatias graves na fila de transplante podem apresentar flutter com BAV variável que não requer intervenção (cuidado com a deterioração) • Taquicardia atrial multifocal pode ser o ritmo de base de pacientes com DPOC, bem como pode ser causada por pneumopatias agudas, uso de beta- agonistas ou distúrbios eletrolíticos (hipocalemia e hipomagnesemia) o Péssima resposta à cardioversão elétrica sincronizada e à administração de antiarrítmicos Largo regular: taquicardia sinusal com bloqueio de ramo (QRS é alargado devido à aberrância de condução), taquicardia de QRS muito largo (QRS acima de 200ms e FC entre 100 e 120), taquicardia ventricular (QRS alargado, mas não tão largo), TSV com aberrância (exige indícios muito fortes por se ruma exceção à regra) • Em casos de taquicardia de QRS muito largo, deve-se pensar primeiro em distúrbio tóxico-metabólico (administrar drogas do ACLS pode ser fatal) o Estabilização da membrana • Em casos de taquicardia ventricular associada à instabilidade hemodinâmica em algum critério, deve-se realizar cardioversão elétrica sincronizada Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 2 • Em caso de dúvida, deve-se considerar que é um caso de taquicardia ventricular, uma vez que as medidas de manejo da TV não são prejudiciais em casos de TSV, o que não é verdadeiro no outro sentido Largo irregular: FA com bloqueio de ramo (manejo igual à da FA regular e raramente passa de 200bpm), FA pré-excitada (conjunto de sinais e sintomas associados à condução do ECG que passa com facilidade de 250bpm), TV polimórfica (não é só Torsades) • Bloqueio da via atrioventricular faz com que o estímulo seja todo direcionado às vias acessórias, piorando a taquicardia e podendo degenerar para uma fibrilação ventricular (uso de amiodarona para FA pré-excitada pode conduzir o paciente à degeneração para fibrilação ventricular) o Melhor forma de manejo é pela cardioversão elétrica (CHOCAR) ✓ Conversar ✓ Hipnose (analgesia) ✓ Oxigênio (retirado na hora do choque) ✓ Comando sinc (deve-se sincronizar o choque para evitar o fenômeno R sobre T) ✓ Aplicar choque ✓ Reavaliar o paciente • Torsades é uma variante de TV polimórfica que tem relação com o prolongamento do intervalo QT às custas de um prolongamento do segmento ST o Geralmente, é desencadeada por distúrbios eletrolíticos o Casos de estabilidade exigem apenas administração de sulfato de magnésio • TV polimórficas não-Torsades costumam estar relacionadas ao IAM, taquicardias catecolaminérgicas e hipercalcemia] o Diferenciação pelo ECG de base o Casos de instabilidade exigem desfibrilação atrial (único caso em que se usa sem ser na ausência de ritmo) o Reversão do quadro permite a administração de amiodarona ou lidocaína Derivações especiais (EX: Lewis) permitem a identificação de ritmos de difícil visualização A ventilação não invasiva é uma técnica de ventilação mecânica onde não é empregada qualquer tipo de prótese traqueal • Conexão entre o ventilador e o paciente é feita através do uso de interfaces • Pode ser usada na exacerbação da asma (estado de mal asmático), exacerbação aguda da DPOC (bronquite crônica ou enfisema pulmonar) e no edema agudo de pulmão cardiogênico (aumento da pressão capilar leva ao extravasamento de líquido para dentro do alvéolo) Objetivos: manutenção das trocas gasosas pulmonares, diminuição do trabalho respiratório (previne ou trata a fadiga muscular), diminuição da dispneia (reduz o desconforto), evitar as complicações da ventilação invasiva Contraindicações: • Absolutas: necessidade de intubação de emergência (paciente não respira), parada cardíaca ou respiratória • Relativas: incapacidade de cooperação, produção de secreção traqueal excessiva, problemas neurológicos ou rebaixamento do nível de consciência, cirurgia facial ou neurológica, trauma ou deformidade facial, alto risco de aspiração, obstrução de vias aéreas superiores, falências orgânicas não respiratórias Máscara nasal é a interface mais confortável, mas pode causar uma resistência das narinas ao fluxo e a presença de vazamento de ar pela boca • Indicada para apneia obstrutiva do sono Máscara oronasal é a interface mais usada e de menor custo, proporcionando um maior volume de corrente e possibilitando a correção rápida das trocas gasosas Máscaras oral e bucal são as interfaces menos recomendadas, uma vez que podem causar aerofagia, acarretando distensão abdominal Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 3 Máscara facial total é a interface mais indicada, uma vez que diminui o vazamento e a ocorrência de lesões de pele, possibilitando o uso de pressões inspiratórias maiores • Pode causar ressecamento dos olhos Máscara capacete é a interface mais recente e possibilita uma maior permanência do paciente com a ventilação não invasiva, uma vez que elimina o contato com a face, evita lesões de pele, possui um grande espaço morto e parede muito complacente, possibilitando o uso de pressões inspiratórias maiores para garantir trocas gasosas eficientes • Pode causar reinalação de CO2 Fluxo e pressão são gerados por geradores de fluxo (CPAP), ventiladores mecânicos de UTI (PEEP e OS) ou aparelhos específicos geradores de 2 níveis de pressão (BiPAP) • CPAP = pressão positiva contínua • PEEP = pressão expiratória final positiva = pressão empurrada para dentro do pulmão que evita o colabamento alveolar o Aumenta a pressão intra- alveolar, desvia o ponto de igual pressão, recruta unidades, reduz o colapso pulmonar, redistribui o extravasamento intra-alveolar de líquidos • Binível = modalidade ventilatória pressórica que permite o ajuste de pressão positiva durante a inspiração e expiração de forma independente Para qualquer indicação, deve-se escolher a interface e seu tamanho adequado, de modo que se adapte aocircuito do aparelho e ao paciente através do fixador cefálico • Deve-se utilizar filtros de barreiras para evitar contaminações, bem como ajustar a IPAP para alcançar um volume corrente adequado capaz de minimizar o trabalho da musculatura respiratória Na exacerbação da asma, a recomendação da ventilação é complementar, de modo que atua como coadjuvante à terapia medicamentosa Pacientes em DPOC quando sofrem alguma infecção pulmonar, podem desequilibrar a função, aumentando a pCO2 e agudizando a condição da DPOC • Recomenda-se o uso de binível para prevenir a acidose respiratória aguda e a IOT, sendo uma alternativa à ventilação invasiva em pacientes com acidose grave e desconforto respiratório o Redução da sensação de dispneia e das complicações inflamatórias o Ausência de limite inferior para a acidose (pH menor que 7,35) • Único método de suporte ventilatório a pacientes que não são candidatos à ventilação mecânica invasiva Em pacientes com desequilíbrio vascular-aéreo que cursam com edema agudo de pulmão sofrem com um desconforto respiratório que causa hipoxemia e pode levar à falência • Ventilação não invasiva reduz o desconforto respiratório, as taxas de IOT e de mortalidade e o tempo de internação hospitalar (menor custo) o Melhora na pO2 e redução da FR o Uso de CPAP pode aumentar a resposta medicamentosa, uma vez que consegue aumentar a pressão intra-alveolar HACOR = score para avaliação da efetividade da ventilação não invasiva através da FC, pH, Glasgow, relação pO2/FiO2 e FR Atendimento ao trauma é um trabalho de equipe tempo dependente que possui fundamentos • Deve-se tratar primeiro o que mata primeiro, de modo que a identificação de lesões ameaçadoras à vida precedente a coleta da história (semiologia invertida) o Não é necessário que se tenha um diagnóstico definitivo para se iniciar o tratamento • Quanto mais organizado / sistematizado o atendimento, menor é a chance de errar e maior é a rapidez e a efetividade o Comunicação e preparo: troca de informações essenciais entre o atendimento pré-hospitalar e o Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 4 setor de emergência para preparo do manejo (reduz erros e evita a perda de tempo) o Triagem o Avaliação inicial e reanimação ✓ X = hemorragias ✓ A = vias aéreas ✓ B = respiração ✓ C = circulação ✓ D = déficit neurológico ✓ E = exposição para controle da hipotermia o Avaliação secundária: exame físico e história (questionamento ao paciente, à família e à equipe pré-hospitalar) ✓ A = alergias ✓ M = medicamentos ✓ P = passado médico ✓ L = last oral intake ✓ A = ambiente o Monitorização e reavaliação o Tratamento definitivo Geralmente, não é o médico emergencista que faz uma toracotomia de reanimação, mas ele participa da indicação e do tratamento de algumas lesões (é necessário que se tenha um cirurgião dentro da sala de trauma) • Descompressão bilateral do tórax • Só se parte para a abertura completa do tórax se não houver uma melhora • Não se deve parar com a massagem cardíaca (compressões) Na presença de um pneumotórax hipertensivo, ocorre desvio do mediastino, diminuição do retorno venoso para o coração (diminuição do débito cardíaco), hipotensão e desvio da traqueia para o lado contralateral (alteração anatômica) • Descompressão por agulha: hoje, cada vez mais, se indica a realização entre o 4º e 5º espaço intercostal na linha M da linha axilar anterior • Logo após a descompressão, deve-se realizar a drenagem do tórax Choque hemorrágico, por si só, já é o choque típico do paciente politraumatizado • O objetivo é achar a fonte e pará-la o Enquanto se procura, deve-se realizar uma ressuscitação volêmica com a administração de derivados sanguíneos, bem como a administração de ácido tranexâmico (transamin) dentro das 3 primeiras horas ✓ Uso de cristaloides pode piorar o quadro ✓ Tríade letal = hipotermia + coagulopatia + acidose • Ressuscitação com controle de danos o Ressuscitação hemostática = uso de hemoderivados para manter o volume circulante o Hipotensão permissiva o Controle do sangramento • Ácido tranexâmico é um adjuvante ao tratamento que deve ser administrado o mais precocemente possível Ida para o bloco cirúrgico depende da gravidade do sangramento (uso do POCUS) Mecanismo de trauma dá muitas pistas sobre o tipo de lesão que o paciente pode ter • Mecanismos graves = queda acima de 3 metros, ejeção de veículo, atropelamento, capotagem, morte na cena, extricação acima de 20 minutos, alta velocidade, deformidade no veículo O papel do emergencista no TCE é evitar lesões secundárias (novos danos ou piora do quadro) • Manutenção da PA, glicemia, sódio, temperatura e neutralidade da posição do pescoço (elevação da cabeceira) • Tosse, dor, náuseas e vômitos fazem picos de pressão, aumentando a PIC o Necessidade da aplicação de medidas terapêuticas, ainda que Busca por instabilidades hemodinâmicas graves, hemotórax maciço, pneumotórax hipertensivo, presença de choque, TCE grave e trauma raquimedular OBS: choque não é sinônimo de hipotensão • Sinais de baixa perfusão antecedem a hipotensão • PA média pode ser mantida através de mecanismos compensatórios Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 5 temporárias (sedação e IOT, cabeceira elevada, diminuição da pCO2, manutenção da perfusão com vasopressor, administração de diuréticos osmóticos) • Tríade de Cushing = aumento da PA média + bradicardia + alteração da FR No caso de queimados, a avaliação das queimaduras deve ser feita apenas na exposição Na emergência, há uma grande demanda de pacientes com graus variados de gravidade, devendo-se ter manejo com os pacientes e saber estabilizá-los • Medidas farmacológicas são usadas para aliviar, controlar e evitar a morte No hospital, usa-se prioritariamente a via endovenosa, por ser a que garante a administração de 100% dos medicamentos, maior eficácia e maior rapidez • Avaliação das medicações depende do conhecimento da fisiopatologia para determinação dos mecanismos de ação Farmacocinética e farmacodinâmica = análise da interação entre os fármacos • Busca pelas reações adversas que auxiliam (sinergismo) ou atrapalham (antagonismo) o tratamento o Hoje, a interação medicamentosa pode ser verificada por qualquer um através de sites gratuitos • Quando se passa um medicamento para o paciente no hospital, costuma-se esquecer de verificar a ocorrência de reações adversas • Farmacêutico avalia os fatores ligados ao medicamento (estrutura fisicoquímica e efeitos aditivos), ao paciente (estado patológico, funções renal e hepática, fatores genéticos, idade e sexo) à administração (reações adversas e interações medicamentosas) No PS, usa-se muito sedativos e hipnóticos, como benzodiazepínicos (presentes inclusive nas salas amarela e vermelha), neurolépticos (bloqueio dos receptores dopaminérgicos exige a avaliação das proteínas plasmáticas) e anti-histamínicos (potencialização da analgesia) • Conversão de dosagem = substituição de medicamentos na ausência de um tipo • Deve-se ter cuidado com a associação de medicamentos (metabolização hepática e toxicidade cardiovascular) É importante que se questione quais as medicações utilizadas fora da emergência para que se avalie as interações Polifarmácia = acima de 5 medicamentos • Risco aumentado de interações • Melhor estratégia é a modulação de horários de administração Todos os opioides são trabalhados para manejo da dor, não se devendo desconsiderar o alto risco de dependência (variação de potência e efeito de analgesia pelos entorpecentes) No manejo de crises asmáticas, a associação de classesdiferentes de broncodilatadores pode ativar um sinergismo que potencialize o efeito dos beta-adrenérgicos Devido às reações adversas que o paciente pode apresentar, é necessário que seja feito um certo acompanhamento na emergência Drogas vasoativas podem ser categorizadas basicamente em 3 grupos: vasopressores (catecolaminas), inotrópicos (cardiotônicos não digitálicos) e vasodilatadores • Deve-se conhecer os efeitos fisiológicos nos receptores adrenérgicos o Cada catecolamina apresenta diferentes efeitos nos receptores • Inotrópicos têm indicação exclusiva no choque cardiogênico o Inibição da fosfodiesterase • Vasodilatadores diretos são usados em emergências hipertensivas (crises) o Uso de hidralazina em grávidas nos casos de pré-eclâmpsia Para utilização nos processos de intoxicação, deve-se conhecer a ação dos antídotos (utilização de medicamentos antagonistas) Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 6 Médico faz o diagnóstico e o plano terapêutico para que a equipe multidisciplinar possa agir na atenção ao paciente • Manutenção ou não do plano terapêutico é uma decisão do médico Mindset emergencista = atendimento a qualquer um com qualquer coisa a qualquer hora • A pergunta é sempre “o que o paciente precisa?” e não “o que o paciente tem?” • Abordagem inicial deve ser feita de maneira rápida e sistematizada Atendimentos sempre sincronizados e em equipe • Abordagens são quase simultâneas e se atentam à lista de prioridades • 1º = chegar o nível de consciência o Alta taxa de morbimortalidade o Paciente não responde e não tem pulso = PCR = iniciar RCP o Paciente não responde, mas tem pulso = chegar vias aéreas ✓ Ruídos anormais ✓ Obstrução ✓ Sinais de trauma • 2º = avaliação da respiração o Ao mesmo tempo que se avalia um já se observa o outro, mas é importante que se tenha uma sistematização mental o POCUS é um aliado que ajuda a identificar possíveis alterações fatais que podem ser manejadas rapidamente e com segurança o Avaliação do suporte ventilatório o Identificação e tratamento imediato de sibilos e hemotórax • 3º = avaliação da circulação o Pulsos permitem predizer algumas condições do paciente o Gasometria permite identificar a ocorrência de hiperlactatemia o Avaliação da necessidade de reposição de volume e uso de drogas vasoativas • 4º = avaliação neurológica o Escala de coma de Glasgow é a mais utilizada Depois da abordagem inicial, é necessário seguir com a abordagem simultânea e não sequencial (avaliar, identificar, agir, reavaliar) • À medida em que se passa por todos os passos, pode-se iniciar a abordagem secundária, buscando informações adicionais se possível • À medida em que se resolve a lista de problemas identificados inicialmente, segue-se com o diagnóstico sindrômico o Geralmente, estabiliza-se o paciente e encaminha-se para outras unidades de terapia ✓ Necessidade de garantir o fluxo na sala vermelha Doenças mentais são um problema de saúde pública que correspondem a 10% de todos os atendimentos no departamento de emergência De 50 a 90% dos pacientes com diagnóstico de doença mental apresenta outras comorbidades • Sintomas psiquiátricos podem ser uma causa orgânica, bem como o diagnóstico de doença mental pode estar associado a uma descompensação orgânica o Não é porque o paciente tem um diagnóstico psiquiátrico que ele não pode ter uma causa orgânica associada Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 7 • Pacientes com diagnóstico psiquiátrico apresentam uma visão diferente de percepção dos sintomas, muitas vezes não conseguindo expressar claramente o que estão sentindo Muitas vezes, pode ser necessário uma avaliação retrospectiva, uma vez que muitos sintomas não são comuns para os familiares e costumam lhes causar ansiedade (é necessário que se tenha uma maior sensibilidade) • Uma história clínica bem-feita tem sensibilidade de 94% para diagnosticar descompensações orgânicas agudas • Presença de prontuários eletrônicos traz muitas informações que auxiliam na tomada de decisão Todo paciente que chega na emergência precisa ter os sinais vitais avaliados, principalmente, a glicemia (hipoglicemia pode causar agitação) • Em qualquer alteração dos sinais vitais é importante considerar a investigação É muito importante que o emergencista tenha uma postura aberta e focada nas condições médicas e humanas (deve-se deixar o paciente falar e não julgar) • Quanto mais o paciente falar, mais informações você terá e menos difícil será a avaliação (deixar o paciente falar leva ao ganho de qualidade de atendimento) o Efetividade do uso do tempo o Acostume-se com o silêncio Fatores que favorecem doença psiquiátrica pura: história de doença psiquiátrica, jovem, início dos sintomas de semanas a meses (arrastado) • Pacientes com alucinações auditivas estão mais relacionados a causas só psiquiátricas Fatores que favorecem doença orgânica: ausência de história prévia de doença psiquiátrica, idade avançada, início dos sintomas entre horas a dias (recente), queixa de cefaleia, início recente de qualquer medicação • Pacientes fora desses fatores e que não tiveram convulsões associadas, muito provavelmente, não possuem causas orgânicas associadas • Pacientes desorientados, principalmente com alucinações visuais, falam muito a favor de causas orgânicas Em pacientes com sintomas psiquiátricos, é comum que se realize exames laboratoriais • Exames não substituem a história clínica • Pacientes sem déficit motor exigem um bom exame físico • Pacientes com queixa de cefaleia e / ou que se está na dúvida, deve-se considerar a realização de uma TC para descartar causas orgânicas A segurança do paciente e da equipe começa antes do atendimento (nem todo mundo tem habilidade para lidar com pacientes violentos) • Importância de ofertar treinamentos e simulações para toda a equipe • Quando o paciente chega com risco de violência, o primeiro passo é desarmar o paciente se ele estiver armado o Comportamento provocativo o Comportamento violento o Falar alto e agressivamente o Postura tensa o Mudança frequente de postura o Ações agressivas • Deve-se evitar a contenção física (medida violenta tanto para o paciente quanto para o profissional) o Em pacientes que já chegam agressivos, a contenção física deve ser momentânea (cerca de 15 minutos) para possibilitar a contenção química • É importante que o médico mantenha uma postura aberta, calma e serena e tente estabelecer confiança o Não se deve fazer promessas que não se possa cumprir o É importante que se mantenha uma certa distância do paciente para que se respeite o espaço Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 8 pessoal e se evite a falta de segurança para si o Não se deve discordar de cara com o paciente para evitar aumentar o conflito o É importante estabelecer regras e limites não como uma forma de ameaça, mas deixando claro que existem consequências • Em pacientes gravemente violentos, em geral, associa-se benzodiazepínicos com antipsicóticos o Uso moderado de ketamina o Em pacientes idosos, deve-se evitar o uso de benzodiazepínicos • Avaliação da autonomia é muito difícil o Palavra do médico só é soberana se o risco estiver muito claro e bem documentado (cuidado com os registros no prontuário) ✓ Médico como responsável pela vida do paciente Quanto maior for a avaliação autorreflexiva da experiência médica, a postura profissional torna- se cada vez melhor Departamento de emergência deve estar preparado para receber o paciente suicida • Há uma tendência a diminuir a importância da doença e julgar o Necessidade de empatia oNão se deve menosprezar e desqualificar os motivos ✓ É importante sempre considerar que o risco é grave (quão grave?) • Risco subjetivo faz o médico se sentir impotente (cuidado para a percepção não limitar o atendimento) o Busca de riscos é importante para orientar a decisão o Condição que apresenta uma implicação jurídica importante ✓ Autonomia do paciente x responsabilidade médica ✓ Geralmente, o manejo pode ser ambulatorial o Scores de avaliação de risco não são consagrados Atendimento de pacientes “difíceis” começa com o autoconhecimento para não deixar que os sintomas do paciente nos manipulem • Avaliação exige treinamento • É importante mostrar que se importa e quer ajudar, mas que tudo tem limite o Não se deve ameaçar o paciente, mas é importante estabelecer regras claras e cumpríveis o Manejo apenas do que pode ser manejado na emergência • Traços fazem parte da pessoa e decorrer de uma característica de adaptação Atendimento de pacientes covid positivo pode contaminar toda a equipe pela falta de abordagem global adequada (“todo paciente é suspeito de covid”) No começo da pandemia, houve uma redução nos atendimentos de trauma devido ao isolamento • Prevalência de traumas domésticos pelo aumento de quedas em idosos e de casos de violência doméstica contra mulher, crianças e idosos Inundação dos serviços do CVV por tentativas de suicídio, descompensação de patologias psiquiátricas e piora de quadros de transtornos do espectro autista Alta contaminação de equipes de trauma pela continuidade dos atendimentos e cirurgias Avaliação e atendimento inicial = ATLS • Alteração da abordagem, uma vez que a avaliação do paciente não deve ser adiada para determinar o status da covid • Garantia do uso de EPI para precauções de contatos com gotículas o Uso de máscara por pacientes com sintomas respiratórios o Máscara N95, touca, óculos de proteção, face shield, avental impermeável descartável, luvas de cano longo, propés / alteração das botas de couro por botas de borracha Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 9 • Redução do número de pessoas na equipe para reduzir o risco de contaminação o Líder da equipe (em geral, um médico), responsável pelo manejo das vias aéreas e auxiliar • Desenvolvimento de políticas de procedimentos para manejo precoce das vias aéreas (manutenção do ABCDE) o Mudança apenas na restrição da coluna vertebral o Protelação da IOT (apenas em casos de indicação tácita ou insuficiência respiratória grave) Preparação do material e da equipe deve ser feita antes de sair para o atendimento • Desde o momento da triagem pelo telefone, a equipe deve questionar a presença de sintomas respiratórios • Equipe deve estar ciente de qual será o quadro atendido e ser capaz de decidir qual serviço de atendimento será mais adequado para manejo do paciente Recomendações ao APH: protocolos das instituições, orientação sobre suspeita de covid, reorganização da ambulância (exposição apenas de materiais estritamente necessários), evitar o transporte de acompanhantes Cuidado com procedimentos que gerem aerossóis (ventilação manual, IOT, ventilação não invasiva, traqueostomia, cricotomia) • Adaptação dos dispositivos de ventilação manual com a introdução de um filtro e uma válvula de PEEP para redução da saída de aerossóis • Aumento da vedação da máscara • Uso de pinças para bloquear o tubo toda vez que for acoplar ou desacoplar o dispositivo de ventilação Uso de aerossol box não protege a equipe e não pode ser usado no atendimento pré-hospitalar Para verificar o posicionamento do tubo, é recomendado que se use a capnografia para reduzir a exposição da equipe • Presença de picos de CO2 No hospital, deve-se realizar uma triagem dos pacientes com suspeita de covid, bem como a criação de rotas exclusivas para pacientes com covid para evitar a contaminação cruzada • Em casos suspeitos, antes de se esperar o resultado dos exames laboratoriais, é importante que se solicite uma TC para se fechar diagnóstico clínico No centro cirúrgico, assim como no APH, é importante que se tenha a redução da equipe e a exposição apenas dos materiais necessários • Se for possível, é importante que as salas tenham pressão negativa • No trauma, a maioria das cirurgias é aberta, devendo-se tomar maior cuidado com o material exposto potencialmente contaminado • Em locais com equipes experientes e disponibilidade do equipamento de videolaparoscopia, é recomendado que a realize usando-se filtros HEPA o Equipe deve sair da sala antes que o anestesista extube o paciente para evitar o risco de contaminação com aerossóis Estímulo nervoso cardíaco nasce no nó sinusal e é disseminado pelas fibras de His-Purkinje • Inervação parassimpática (nervo vago) • Estímulos suprainciano (bradiarritmia benigna) ou infrainciano (bradiarritmia maligna – não responsiva ao tratamento) Sinais de baixo débito cardíaco = tontura, sonolência, agitação, rebaixamento do nível de consciência, angina, dor ao esforço, hipotermia, pulso fino, oligúria Bradicardia sinusal não é uma arritmia, mas apenas uma frequência cardíaca reduzida Bloqueio atrioventricular (BAV) primeiro grau = aumento do intervalo PR (despolarização atrial) • Lentificação do ritmo cardíaco • Pacientes sintomáticos podem ser medicados com atropina Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 10 BAV segundo grau Mobitz I = prolongamento gradativo do intervalo PR até o bloqueio (redução após o bloqueio) BAV segundo grau Mobitz II = intervalo PR fixo, aumentado e com bloqueio repentino • Risco de parada cardíaca BAC 2:1 = variação do BAV de segundo grau em que a cada dois batimentos, apenas um conduz BAV terceiro grau = BAV total = dissociação total PQRS que cursa com instabilidade com qualquer sopro que o paciente tenha • Onda P se comporta independentemente da QRS (morfologia do ECG variável) o Miócitos ventriculares possuem autonomia de estímulo Fibrilação atrial de baixa resposta = ausência de onda P com linha de base isoelétrica Congestão (sinal de instabilidade) depende de um tempo de esvaziamento diastólico reduzido • Nas bradiarritmias, como a FC é muito baixa, o tempo de enchimento diastólico e de esvaziamento é suficiente Em infartos que envolvem o VD, pode haver prejuízo da pré-carga do VE, gerando um reflexo de Bezold-Jarisch Paciente bradicárdico na sala de emergência exige MOVE (monitorização, oxigênio, acesso venoso, ECG) como conduta inicial • Em pacientes sintomáticos, o tratamento deve proceder com a administração de drogas vasoativas (atropina, dopamina, epinefrina) ou marca-passo o Atropina atua no nervo vago e costuma ser a droga de passagem ✓ Garantia de tempo para a normalização da condução e o preparo de outras medidas o Dopamina é a grande droga de escolha (diluição de 1:1) ✓ Efeito beta-1 + alfa-2 o É recomendado que se guarde a epinefrina para casos de PCR ACLS equiparou o efeito das drogas vasoativas ao uso de marca-passo transcutâneo • Facilidade de instalação • Necessidade de sedação o Em pacientes instáveis, o uso de sedações leves pode levar à piora do quadro (meia vida muito curta exige grandes doses) • Marca-passo encunhado = controle sobre a FC (paciente precisa do mínimo) o Amperagem = determinação do mínimo estímulo necessário para gerar uma contração cardíaca ✓ Margem de segurança estabelecida de 3 a 5mA aplicabilidade do efast O não conhecimento do manejo do USG atrasa o atendimento em vez de auxiliar no diagnóstico USG no trauma serve, principalmente, para identificar líquido livre na cavidade abdominal ou no pericárdio e evidências de hemotóraxou pneumotórax (maior relevância no paciente instável – substitui a lavagem peritoneal) OBS: marca-passo transvenoso: • Passagem exige operador experiente • Vias de acesso preferencial = jugular direita ou subclávia esquerda • Fixação com sutura garante menor perda de estímulo o Exigência de anestesia local • Encunhamento no VD exige menor amperagem para geração de estímulo • Onda P pequena e negativa = veia cava superior • Onda P grande e negativa = porção alta do átrio direito • Traçado isoelétrico = átrio médio • Onda P grande e positiva = porção baixa do átrio direito • QRS grande e negativo = tricúspide • Corrente de lesão = ponto final • Modo VVI permite que o marca-passo não funcione frente a estímulos do próprio paciente (regulação precisa da amplitude) OBS: aminofilina só deve ser usada em casos de IAM de parede inferior, transplantes cardíacos ou lesão medular Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 11 USG deve estar próximo à maca de chegada do paciente e pode ser utilizado simultaneamente à avaliação do ABCDE FAST, originalmente, apresentava 4 janelas, mas sua extensão para o E-FAST apresenta 8 janelas e altera, um pouco, a ordem da avaliação • Espaço de Morrison ou hepatorrenal • Parênquima pulmonar direito • Hemiclavicular direita • Espaço esplenorrenal / flanco esquerdo • Parênquima pulmonar esquerdo • Hemiclavicular esquerda o Lung sliding = escorregamento da pleura visceral sobre a pleura parietal (modo M ou praia) o Lung point = área de encontro entre a região de sobreposição pleural e a região de separação ✓ Ausência em casos de pneumotórax maciço com colabamento completo (descompressão súbita) • Região suprapúbica o Bexiga cheia (urina) facilita a visualização da cavidade • Região sub-xifóide ou subgástrica o Saco pericárdico envolto por sangue = visualização facilitada Em pacientes instáveis, o uso do FAST substitui a TC (não dá tempo) • FAST positivo em pacientes instáveis = encaminhamento para o centro cirúrgico • FAST positivo em pacientes estáveis = confirmação via TC • FAST negativo = sangramento pode ser extra-abdominal (deve-se buscar outras causas antes de voltar a realizá-lo) Líquido livre aparece preto (anecoico), enquanto o coágulo aparece em cinza (hipoecoico) • Visualização facilitada na presença de 100 a 250ml de líquido livre • Porções de 50 a 80ml não são muito relevantes no paciente grave, mas são importantes na reavaliação contínua • Inicialmente, os fluidos encontram-se próximos ao próprio trauma (ocupação dos 4 espaços acima de 500ml) USG é suficiente para determinação de condutas para pneumotórax, mas a certeza das dimensões só pode ser verificada na TC Dentro de um contexto de trauma, a única forma de salvar um paciente com derrame pericárdico é através do USG tempo de apneia Até que se prove o contrário, todo paciente na emergência está de estômago cheio Complicações da IOT: instabilidade hemodinâmica tardia, hipóxia, arritmias cardíacas, PCR, óbito • Causas = hipovolemia, IAM, anafilaxia, hipóxia causada pela demora a intubar Em um paciente que está saturando 100%, a indução da apneia demora muito mais para levar a uma saturação de 90% que a uma saturação de 70% em um paciente que está saturando 90% • Tempo de apneia = paciente fica sem drive respiratório, mas sem dessaturar Fatores de risco: obesidade, idade, hipotensão (cuidado com complicações), hipóxia Deve-se tentar, ao máximo, normalizar a pressão antes de intubar o paciente • Expansão volêmica • Push dose de adrenalina ou fenilefrina o Adrenalina = ação nos receptores alfa e beta aumenta tanto a FC quanto a PA, além de estimular a broncodilatação o Noradrenalina = ação nos receptores beta é muito discreta, servindo, principalmente, para aumento da PA ✓ Ação mais rápida, mas duração mais curta Na maioria dos casos, a normalização da PA normaliza a oxigenação, uma vez que aumenta a perfusão periférica • Estabilidade hemodinâmica • Posicionamento: posição supina (maior obstrução das vias aéreas, dessaturação Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 12 acelerada, redução capacidade residual funcional), elevação da cabeceira em 20 a 30º (aumento da CRF, diminuição da hipóxia, facilitação da passagem do ar / visualização glótica / IOT) o Shunt = pulmão perfundido, mas não ventilado = atelectasia o Baixa saturação venosa = sepse / choque = alta extração periférica o Shunt + baixa saturação venosa • Pré-oxigenação: O2 a 100% é importante para desnitrogenar o pulmão o Ventilação sem suporte = máscara facial, máscara facial com reservatório, bolsa-válvula- máscara (ambu), cânula nasal o Ventilação com suporte = CPAP, BIPAP, ambu com PPEP, VNI, PAV, helmet ✓ Otimização das trocas gasosas pela abertura das vias aéreas ✓ Deve ser usada com cautela e em casos de satO2 menor que 93% o Duração ideal = 3 minutos ✓ Oxigênio pode se tornar um vilão em ofertas acima de 93% devido ao aumento da inflamação (formação reativa) e ao fechamento dos capilares alveolares (atelectasia de absorção / vasoconstrição hiperoxêmica) Oxigenação apneica é a passagem de O2 para o capilar através da membrana alveolar por diferença de pressão (capacidade residual) • Manutenção da apneia sem dessaturação • Afinidade do O2 pela Hb • O2 entra, mas CO2 não sai Sequência rápida em pacientes com vias aéreas difíceis (morfo e / ou fisiologicamente) podem levar a dessaturação e broncoaspiração pela necessidade de ventilação mecânica Uso de medicações que demoram a fazer efeito em técnicas de sequência rápida pode complicar • Medicações devem ter baixa latência e ser feitas em bolus de maneira menos espaçada (simultaneamente) • Manipulação externa da laringe e elevação da cabeceira em 30º são manobras que facilitam a intubação Na IOT acordada, é importante conversar com o paciente e informá-lo sobre o procedimento, bem como fazer uma boa anestesia local (intubação com o paciente ainda respirando) O uso de medicações antes da pré-oxigenação só é feito na sequência atrasada (sedar sem abolir a respiração e os reflexos das vias aéreas) • Facilita a VNI • Cetamina deve ser administrada em bolus lento para evitar a ocorrência de apneia durante a infusão o Deve-se realizar titulação até atingir a dose dissociativa (não há uma dose ideal) o Método de KOBI = para intubar, a única coisa que se precisa conhecer é a cetamina ✓ Uso de lidocaína em spray “as you go” • Elevação da cabeceira em 30º, VNI, oxigenação apneica e bloqueio das vias aéreas são manobras que devem ser realizadas nessa sequência previamente à intubação (é importante deixar uma sequência rápida prepara) cirurgias eletivas estômago cheio agitação / difícil pré-oxig. VAD Recomendação do uso em casos de trauma e de covid OBS: uso do bougie (fio-guia) auxilia o processo de intubação Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 13 Quanto mais as tarefas forem divididas (mais pessoas e maior espaço físico), mais eficiente é o trabalho da RCP Por mais que seja raro se esquecer da massagem cardíaca, outras tarefas (EX: checagem de pulso) costumam ser esquecidas com maior frequência Quando se entende o porquê de cada etapa do protocolo, se entende como usá-lo e quando é necessário sair do protocolo • Quando a situação sai fora do esperado, é comum que se fique tenso, mas é importante evitar situações de estresse pós-traumático (treinamento) o É importante que saiba como se controlar nessas situações o Por fora, deve-se transparecer o máximo de calma possível para que a equipe se tranquilize e que se realize uma etapa porvez • O foco é resolver o problema, ainda que depois seja necessária a realização de um debriefing Comunicação em alça fechada = comandos devem ser os mais claros e objetivos possível Uma equipe de alta performance necessita de um papel de liderança que tenha confiança e que saiba se manejar antes de manejar a equipe, uma comunicação em alça fechada (com educação, mas de forma precisa e rápida), uma equipe que entenda a necessidade de pressa, bem como a compreensão geral de que as coisas levam tempo para serem feitas • Equipe deve estar ciente da importância da qualidade da massagem cardíaca, da organização e de cada passo do gerenciamento da reanimação o Excelência do atendimento e segurança do paciente • É mais fácil quando se conhece a sua equipe, mas é importante que saiba se adaptar ao momento • Performance da equipe melhora de forma proporcional à disponibilidade de treinamentos e simulações (importância de educação continuada) É importante que se entenda que fazer um curso ACLS não te torna um especialista, mas te dá uma base de protocolo de treinamento e simulação para se saber o mínimo para reanimar um paciente Idealmente, o líder não entra no procedimento e fica afastado observando tudo e coordenando a equipe (pode ou não controlar o tempo) • Organização da equipe = líder, 2 a 3 pessoas para massagem cardíaca, 1 pessoa para o desfibrilador e coach da RCP, 1 pessoa para o tempo, 2 pessoas para as vias aéreas, 1 a 2 pessoas para acesso venoso e medicação, 1 pessoa para o ultrassom (habilidade específica) Massagem cardíaca de qualidade é o que garante o mínimo de perfusão cerebral ao paciente • De 100 a 120bpm (geralmente, 110bpm) o Alguns tons auxiliares que não incomodem e não sejam muito altos, costumam funcionar bem • Mínimo de interrupções o Se for realizar IOT, deve-se realizar durante a massagem Passo seguinte à massagem cardíaca é a identificação do ritmo (se o ritmo for chocável, o único tratamento preciso é o choque) • Chegar o ritmo na pá manual não é recomendado (a forma mais efetiva é a monitorização do paciente através dos eletrodos cardíacos) o Atenção para não colocar eletrodos na região sub-xifóide Cada ciclo de reanimação dura 2 minutos com uma pausa de 10 segundos Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 14 • Tempo médio para uma massagem cardíaca eficiente sem cansar • Pausa = chegar ritmo / pulso ou usar US o Taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular = choque ✓ Em ritmos chocáveis, não se usa o ultrassom o Fração de compressão torácica cai durante a pausa (relacionada à chance de recuperação da circulação espontânea) Pseudo-AESP = ausência de pulso palpável na presença de atividade elétrica e batimentos cardíacos verificados pelo US • Melhor prognóstico que AESP Protocolo CASA = busca (imagem) por alterações no coração que justifiquem a parada cardíaca • Durante a massagem cardíaca, pode-se colher gasometria para buscar causas metabólicas (resposta rápida) Crianças correspondem a 25 até 80% dos casos de queimaduras (lactentes e pré-escolares) • Maioria dos casos ocorre por escaldadura por água quente, óleos e café Emergência = estabilização • Fases hospitalar e de recuperação a longo prazo decorrem das consequências (imunossupressão, hipercatabolismo) • Transferência de grandes queimados para centros especializados melhora o prognóstico (não é todo mundo que está preparado para cuidar dessas pessoas) • Primeiro atendimento é feito ainda em casa por leigos, sendo ideal retirar roupas, objetos de metais e lavar com água corrente (pode-se usar emolientes) Grandes queimados são aqueles que possuem 20% da superfície corporal queimada em graus II ou III, 10% em grau III, queimaduras em face, queimaduras em extremidades, queimaduras em genitais, queimaduras elétricas, associação com lesões inalatórias, politraumas ou com doenças pré-existentes Fisiopatologia: síndrome da resposta inflamatória sistêmica (hipovolemia + má perfusão) • Ocorre resposta metabólica e hormonal (estado hipermetabólico • Liberação de mediadores vasoativos e marcadores inflamatórios • Extravasamento capilar com perda de proteínas (edema intersticial) • Mais de 40% da superfície corporal queima pode levar ao desenvolvimento de depressão miocárdica e hipotensão • Aumento de catecolaminas, cortisol e glucagon levam a proteólise, gerando desnutrição, perda muscular, perda óssea e imunossupressão • Quebra da barreira cutânea • Edema do TGI e gastroparesia (facilita a translocação bacteriana) • Lesão inflamatória predispõe a edema pulmonar, lesão alveolar e desequilíbrio na relação ventilação/perfusão • Lesão renal multifatorial (hipoperfusão, mioglobulinúria secundária a hemólise) • Diminuição da perfusão renal pela compressão dos vasos renais • Excreção de sódio e cloro • Aumento da liberação de ADH Atendimento é dividido em 4 etapas: • Protocolo ABCDE: via aérea como prioridade; monitorização do padrão respiratório com oximetria de pulso; principal alteração está na circulação; cuidados com a hipotermia durante a exposição das lesões o Lesões das vias aéreas podem ser supraglóticas (edema por lesão térmica direta) ou subglóticas (lesão decorrente da inalação de gases tóxicos ou de fuligem) o Em casos de via aérea pérvia, deve-se avaliar os movimentos do tórax durante a ausculta Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 15 o Sequência da antena: tempo de enchimento capilar, pulso periférico, pulso central, PA, turgência jugular, ausculta cardíaca, palpação do fígado ✓ Em casos graves, deve-se garantir 2 acessos venosos calibrosos o Em casos de sinais de má perfusão, pode-se administrar bolus de fluídos o Em casos de oscilação do nível de consciência ou alterações na escala de coma de Glasgow, deve- se pensar em hipoxemia, choque e trauma associado ✓ Importante avaliar a glicemia capilar o Lavar a lesão com água corrente por 20 minutos reduz a dor e a perda de tecido (no ambiente hospitalar, a lavagem deve ser feita com soro fisiológico) o Profundidade da lesão é proporcional à temperatura da fonte, à consistência e à duração do contato • Cálculo da superfície corporal queimada: em geral, é impreciso e superestima a necessidade de reposição fluída o Regra dos 9: nos menores de 12 meses, a cabeça e pescoço são equivalentes a 18%, sendo que, até os 10 anos, a cada 1 ano de vida, transfere-se 1% para os membros inferiores o Gráfico de Lund-Browder: mais fidedigno (padrão-ouro) o Método da palma da mão: palma da mão e dedos equivalem a 1% da superfície corporal ✓ Subjetivo: útil em casos de irregularidade da superfície queimada o Fórmula de Parkland: após a estabilização do paciente, deve- se voltar os cuidados para a reposição fluída (pico de perda volumétrica é de 8 a 12 horas) ✓ Metade do volume em uma infusão de 8 horas e metade em uma infusão de 16 horas ✓ Atenção à dosagem do sódio e à função renal ✓ Avaliar individualmente cada paciente quanto ao risco de sobrecarga ou déficit de volume o Metas da ressuscitação: manter a diurese mínima de 1ml/kg/h (balanço hídrico), melhora ou manutenção do nível sensório, tempo de enchimento capilar, pressão sanguínea, lactato • Analgesia e cuidados com a ferida: resfriar o local com água em temperatura ambiente, não usar gelo ou água gelada, usar curativos não adesivos o É importante combater a ansiedade gerada pelo estresse pós-traumático com recreações e manter a criança com a família o Escala de Comfort-B para dor o Na ausência de sinais de melhora, recomenda-se o uso de morfina em dose baixa (opioide) o Curativos de absorçãolenta costumam ser mais duradouros, exigindo menor manejo da lesão o Debridamento diário depende da lesão e da rotina do serviço • Orientações após estabilização: ofertar dieta via oral de forma precoce (dieta Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 16 hipercalórica e hiperproteica), cuidados físicos e emocionais Infecção no paciente queimado geralmente ocorre após a primeira semana do acidente • SIRS persiste por meses até a resolução completa da ferida • Critérios da Associação Americana de Queimados: suspeita frente a queda de plaquetas, aumento da necessidade de líquidos, piora do padrão respiratório, confusão, alterações na ferida e / ou febre acima de 39ºC • Devido ao risco de indução de resistência bacteriana, o uso de antibiótico via oral ou endovenoso de forma profilática é contraindicado (uso de antibiótico tópico) Na emergência, um resultado não intencional pode provir de um erro de planejamento ou de um erro de execução Desde os anos 2000, sabe-se que por trás de uma falha ativa, há diversas falhas latentes • Ator da falha ativa acaba sendo visto como o culpado Na triagem, a decisão da gravidade pode estar coberta de impressões equívocas e vieses afetivos Ser médico emergencista é muito mais que reconhecer uma doença potencialmente fatal, mas olhar para o departamento de emergência como um todo, entendendo que em algum momento irá errar • Em torno de 15% dos diagnósticos da emergência são errados • A maior parte dos erros não provém da falta de conhecimento, mas de como se está pensando o Decisões são tomadas de forma racional ou de forma intuitiva ✓ Racional = devagar, deliberada, objetiva e com poucos erros ✓ Intuitiva (95% dos casos) = rápida, autônoma, baseada em experiências prévias e propensa ao erro devido à alta influência emocional = menor gasto de energia cerebral / cognitiva o Entender qual via cognitiva se está assumindo e usar um pouco de cada é fundamental ✓ Boas decisões intuitivas provêm de boas decisões racionais (expertise) Dominar certos fatores humanos na emergência é fundamental (conforme a FC aumenta, as respostas fisiológicas diminuem) • Demanda maior que o recurso leva à visualização de uma ameaça • Recurso maior ou igual a demanda leva à visualização de um desafio Técnicas: • “Premeditatio malorum” = regra 2% = treinamento para casos não tão comuns • Respiração tática = quadrado da respiração = diminuição da FC pelo direcionamento do foco para a respiração Universidade Nove de Julho TXXX @estounamed 17 • Na emergência, suavidade é sinônimo de velocidade (prática mental) • Autoconfiança = ferramenta psicológica o Falar palavras positivas para si mesmo (self talk) o Deve-se tomar cuidado com o viés de confiança (excesso de confiança x pouco conhecimento) • Descarga cognitiva = compartilhar com a equipe tudo o que se está pensando = auxilia na reformulação de prioridades • Simulação = debriefing = oportunidade para errar, discutir e melhorar Dominar as técnicas não é sinônimo de não errar Vieses da emergência provêm de atalhos gerados pelo cérebro (cansaço?) • Fechamento prematuro • Viés de confirmação = sinais que indicam falha no diagnóstico passam a ser vistos como não relevantes • Viés da disponibilidade = generalização • Viés da ancoragem = assumir opiniões como verdades absolutas Para fugir dos vieses, é importante que se questione o que mais pode ser (DD), qual seria o pior quadro (busca da causa potencialmente fatal) e o que não encaixa (limiar baixo para recomeçar), bem como pedir ajuda O erro não é uma fraqueza em si, mas uma forma de deixar o meio mais seguro (aprendizado) • É importante assumir que o erro existe e aprender a dar e receber feedback • O erro nem sempre afeta o paciente, mas é importante reconhecê-lo para buscar formas de minimizá-lo o Quando se busca a empatia, a culpa na emergência sempre existirá (deve-se ter ciência de que não há culpados) Erros acontecem, mas existem 3 coisas que não se pode cometer: imperícia (assumir algo que não se tem capacidade técnica para realizar), imprudência (não pensar nas consequências) e negligência (omissão ao atendimento)
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