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CURSO: PSICOLOGIA DISCIPLINA: PSICOLOGIA COMUNITÁRIA Professora: Kelly Cardoso - CRP 05/47620 e-mail: kelly.cardoso@estacio.br Cel: (21) 964387181 mailto:kelly.cardoso@estacio.br Psicologia Comunitária à Dialética Exclusão Inclusão: ESTUDO DE CASO: A exclusão social dos direitos básicos de grande contingente de pessoas, suscitado pelo aumento da desigualdade social, solicita estratégias que contribuam para a formação de sujeitos ativos em suas comunidades. A partir de uma intervenção de estagiários do 5º ano do curso de Psicologia, por meio da disciplina de Psicologia Comunitária, em uma organização não governamental, situada na periferia de São Paulo, foram realizadas atividades de grupo com pais/cuidadores com o objetivo de promover a troca de experiências entre os participantes do grupo e orientá-los sobre questões relacionadas à educação dos filhos e/ou netos. Por meio de uma metodologia participativa, foram articuladas informações institucionais/comunitárias com os históricos de vida dos pais/cuidadores, resultando numa intervenção que valorizou as experiências subjetivas como instrumento de ressignificação do papel desses pais/cuidadores e do fortalecimento da potência de ação destes como cidadãos, inclusive revelando o potencial como parceiros da instituição, buscando soluções coletivamente. Palavras-chave: Psicologia Comunitária; psicossocial; exclusão social; intervenção; politização . Aspectos psicossociais de uma intervenção comunitária na periferia de São Paulo Lilian Santos Lopes Moitinho PsicoMaX Consultoria em Gestão de Pessoas Carlos Roberto de Castro-Silva1 Universidade Federal de São Paulo, Baixada Santista – SP – Brasil Método: Com base nesses pressupostos e com o objetivo de atender à comunidade, propusemos um projeto de intervenção para a associação, fundada em 1999, com o propósito de proporcionar às famílias de baixa renda da região de Itaquera algum tipo de auxílio, envolvendo apoio pedagógico, fonoaudiológico e/ou psicológico para crianças e/ ou adultos, além de oferecer suporte jurídico. As crianças que chegam à associação, em sua maioria, são encaminhadas pelas escolas da região e participam do projeto de apoio pedagógico, subsidiado pela prefeitura de São Paulo. A proposta, então, foi a de criar um espaço de troca de experiências entre pais/ cuidadores sobre a qualidade da relação dos pais/cuidadores com suas crianças. Isso com a finalidade de ressignificar e fortalecer o papel desses pais/cuidadores nessa rede social, também responsável pela educação de suas crianças. Especificamente discutir a relação entre a autoimagem que eles têm como pais/cuidadores e aspectos da história de vida deles, contextualizada pelo contorno da associação promotoras dos encontros com estes. Para elaboração da proposta, foi utilizado o seguinte procedimento que fez parte do diagnóstico institucional/comunitário: • Consulta a documentos oficiais, objetivando conhecer o estatuto, a missão da instituição, suas fontes de recursos, entre outras informações sobre infraestrutura e seu papel social. • Realização de entrevistas com a coordenadora da instituição para conhecermos melhor a história e o trabalho realizado pela instituição, desde sua fundação, em 1999. Nesse momento, também foram realizadas visitas à instituição, no modelo da observação participante, para compreendermos melhor sua dinâmica e atividades dos profissionais voluntários como: advogadas, psicólogas, fonoaudiólogas, professores etc. • Realização de entrevistas semiestruturadas individuais com os cuidadores (pais e/ ou avós) das crianças que participavam do projeto pedagógico, com o intuito de conhecer profundamente suas demandas, incluindo dados pessoais e condições socioeconômicas de vida. Além disso, esses familiares eram convidados para participar do grupo de pais/cuidadores e informados sobre horário, local e outras questões sobre a proposta. • Elaboração do trabalho de grupo com tais pais/cuidadores, que consistiu em encontros de duas horas semanais, todas às sextas-feiras, com a finalidade de proporcionar um espaço para a troca de experiência e de reflexão sobre si mesmos e sobre o contexto social no qual estão inseridos. Os instrumentos utilizados foram técnicas de dinâmicas de grupo, leituras de textos e frases temáticas para a reflexão do grupo, desenho livre, além de temas trazidos pelos próprios participantes, como culinária e preparação de arranjos feitos de material reciclado. Esses encontros semanais eram descritos e discutidos, cada um deles, em supervisão. O relatório semanal era composto das seguintes partes: descrição do encontro, análise, destacando os principais eventos do encontro e uma síntese preliminar que buscava desenvolver as hipóteses norteadoras da intervenção. Discussão: O desenvolvimento, a rigor, significa o início do trabalho de grupo com os participantes, mas é importante, nesse início, lembrar a maneira como os pais/cuidadores envolveram-se com a instituição: foram convocados por ela via solicitação da escola. Uma primeira impressão que permeia o imaginário institucional é dos pais/cuidadores, no mínimo, como relapsos, vistos como ausentes e desinteressados, além disso, são vistos com um potencial muito baixo de transformação de suas realidades. Talvez por se tratar de famílias abaladas não apenas financeiramente, mas também, e principalmente, emocional e psicologicamente; provavelmente pela própria situação de exclusão social em que vivem. Dentro desse contexto, a associação surge como uma tentativa de resgatar essas famílias de tal sofrimento ou, no mínimo, de amenizar essa condição, oferecendo-lhes um espaço acolhedor, condizentes com a missão para a qual foi fundada, de promover e manter serviços de assistência, amparo e reajustamento de pessoas desfavorecidas economicamente. O sentimento de culpa é o sofrimento obtido após reavaliação de um comportamento passado tido como reprovável por si mesmo, quando contam histórias marcadas por separações e perdas, por exemplo, uma das mães, em um dos encontros, relata que se sente angustiada por não conseguir atender as vontades das filhas e, ao mesmo tempo, culpada, pois acredita que não deve corrigi-las, já que elas não têm o pai por perto. A base desse sentimento está relacionada com o sofrimento que reflete uma complexa rede intersubjetiva e está marcada por políticas e/ou éticas do cotidiano desencadeadoras de sentimentos que explicitam e acirram a exclusão social, como vergonha, humilhação e culpa. Os afetos qualificam e iluminam as experiências dessas pessoas. Ao ponderarmos sobre os prós e contras, no relatório devolutivo, destacamos a importância da criação de um vínculo mais participativo entre a instituição e os pais/ cuidadores que a frequentam. Quando atuam como co participantes e são apoiados na educação dos filhos, pais/cuidadores se sentem valorizados, o que contribui para que se apropriem dos conhecimentos e das experiências que aparecem no trabalho de grupo. Notamos a predisposição desses pais/cuidadores em atividades que envolviam a instituição como a realização da feijoada, a confecção de bandeirinhas para a festa, entre outras. Nesse sentido, segundo Sawaia (2002), promove-se a potência de ação desses sujeitos. Consideramos que, a partir desse tipo de oportunidade, eles se fortalecem e conseguem vencer barreiras que reforçam a impotência e o isolamento social. Além disso, os pais/cuidadores relataram que se percebiam mais tranquilos e mais atentos às demandas das suas crianças. Uma das mães conta que, ao participar de tais atividades, se sente mais aliviada por também ter a oportunidade de falar sobre as dificuldades em lidar com seus filhos em algumas situações e, ao mesmo tempo, confortada pelas sugestões dos participantes do grupo. Assim, a potência de agir é construída nessa possibilidade de promoção de bons encontrosem que a instituição funciona como um espaço de transição para uma vida coletiva que agrega as experiências e os conhecimentos de cada um. A possibilidade de promover bons encontros tem a finalidade última de fortalecimento dos sujeitos de direitos. Espinosa (1973) fala da paixão que leva os homens a se encontrar, pois é, por meio do outro, que eles se descobrem a si mesmos. O conceito de potência de ação, de Espinosa (1973), abarca a afetividade como elemento importante no processo de emancipação do sujeito, sugerindo que, na relação intersubjetiva, os aspectos ligados à necessidade, aos valores éticos e à satisfação ficam mais salientes. COMENTÁRIOS DA TURMA SOBRE A INTERVENÇÃO APRESENTADA O QUE PUDEMOS COMPREENDER COM ESSA INTERVENÇÃO? O QUE SERIA INCLUSÃO? O QUE SERIA EXCLUSÃO? REFLETINDO SOBRE A NOÇÃO DE EXCLUSÃO Exclusão social? O que é isso? ▪ Expressão polissémica. ▪ Para além dos diferentes significados, existe um ponto em comum: O nível de interação entre pessoas e entre grupos, que delas são agentes ou vítimas. ▪ Tema básico da psicologia social. Exclusão: fenômeno individual ou social • Discursos sobre a exclusão social: continuamente presentes na mídia, no discurso político e nos planos e programas governamentais. • Todos falam sobre a exclusão...... • Exclusão: é sempre um processo que sinaliza o destino excludente das parcelas majoritárias da população. • Isto significa que -> não ocorre apenas em países pobres. Exclusão: fenômeno individual ou social? • O processo de exclusão ocorre em função das transformações do mundo do trabalho e dos modelos e estruturas econômicas que geram desigualdades na qualidade de vida. • Quem são os excluídos? • Somos todos nós. Eu (incluído) posso ser você (excluído) amanhã ou quem sabe... QUEM SÃO OS EXCLUÍDOS? Todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos valores. Excluídos não apenas física, geográfica ou materialmente. Excluídos porque seus valores não são reconhecidos (exclusão cultural) FORMAS MÚLTIPLAS DE EXCLUSÃO O NEOLIBERALISMO E A NOVA POBREZA • Antes do neoliberalismo: • Os excluídos constituíam o “exército de reserva de mão de obra” • Pobres e miseráveis -> Eram residuais e temporários. • Atualmente: Um contingente extremamente significativo de indivíduos ocupam o lugar do desnecessário e do descartável. Desnecessário e descartável -> quem pertence à nova pobreza. QUEM PERTENCE À NOVA POBREZA? Os desempregados de longa duração que vão sendo expulsos do mercado produtivo e os jovens que não conseguem entrar nele. Os excluídos podem ser extremamente qualificados. Conceitos que compõem o universo da exclusão: • Desqualificação Social: processo relacionado a fracassos e sucessos de integração. • Movimento de expulsão gradativa, para fora do mercado de trabalho, de camadas cada vez mais numerosas da população - e as experiências vividas na relação de assistência, ocorridas durante as diferentes fases desse processo (PAUGAN). DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL • Busca compreender situações que ocorreram gradativamente em países que já conheceram razoável desenvolvimento econômico-social. Entretanto: Passam a discriminar segmentos cada vez mais amplos da população Ponto central: enfraquecimento e a ruptura dos vínculos sociais CABE PERGUNTAR: Quando encontramos um morador de rua imaginamos que essa pessoa tem uma história? Ou apenas nos incomodamos com a sua insistência em querer compartilhar um espaço, que apesar de ser público, é vivenciado, em muitas situações, como nosso espaço público (meu e daqueles que considero como iguais) ENFRAQUECIMENTO E A RUPTURA DOS VÍNCULOS SOCIAIS • Exemplo: a desqualificação social dos moradores de rua. Moradores de rua e invisibilidade social Morador de rua e o “incluído”: possíveis relações Morador e rua e a auto percepção Morador e rua e a auto percepção Do enfraquecimento à ruptura dos vínculos sociais: principais dinâmicas O ENFRAQUECIMENTO diz respeito às duas primeiras fases da desqualificação social: fragilidade e dependência. Em situação de desemprego (por demissão): sentimento de fracasso/isolamento -Desemprego prolongado -Fragilidade e dependência As 1º fases: Desemprego prolongado(isolamento) e fragilidade e dependência • Isolamento: Diminui a possibilidade de oferta no mercado de trabalho. • A dificuldade econômica os “expulsa das antigas moradias e dos respectivos bairros. • Destino: a periferia. Evitam contatos com os vizinhos -> Aumenta a ruptura, porém ainda, muitos, acreditam que poderão voltar a trabalhar. EM SÍNTESE: ANTES DO DESEMPREGO PROLONGADO Acreditava, falava, acusava: pobre = vagabundo DEPOIS DO DESEMPREGO PROLONGADO Fragilidade e dependência • Acreditam que é uma situação passageira. • Sentem vergonha de dizer onde moram (para as pessoas coma as quais ainda têm vínculos ou nas agências de emprego). • Sentem vergonha de pedir auxílio da AS (desqualificavam aqueles que eram assistidos pelo serviço social). • Recorrer ao serviço é vivenciado como perda da identidade. A 3ª fase da desqualificação • Pedem auxílio a AS, mas acreditam que vão fugir rapidamente dessa situação. • Temem o hábito progressivo da inatividade profissional e consequente renúncia da identidade profissional. • Sentem medo e culpa. Isolamento no espaço privado (TV, internet etc). • Eclode uma crise conjugal/familiar: com os filhos, com os amigos (que ainda mantinha). A naturalização da dependência • A crise de identidade e o desemprego prolongado: naturalizam a dependência em relação a AS. • A entrada na fase da dependência: agravos à saúde e adotam papéis sociais (criação de personagens) que atendem as demandas da AS (requisitos para o auxílio). • Ainda tendem a justificar a assistência auferida: “faço isso pela minha família”. Apesar da vulnerabilidade continuam a acreditar que “em breve tudo vai voltar a ser como antes”. Ruptura dos vínculos sociais • Auxílio precário da AS: enfrentam outros (muitos) problemas: Perdem a moradia e ao sentirem-se inúteis: muitos buscam apoio, por exemplo, no álcool ou em outras drogas. A família, ao invés de ser solidária, é reticente: vergonha da família. O morador de rua: recusa pedir auxílio a família (não é digno). Quando a situação melhora: podem reatar o vínculo com a família. Ruptura dos vínculos sociais As últimas fases da desqualificação • ADAPTAÇÃO ÀS RUAS: primeiro procuram albergues (ainda não estão acostumados com essa situação). • DEPOIS: Fogem dos albergues. • ACEITAM SUA CONDIÇÃO MARGINAL E PASSAM apenas a priorizar necessidades imediatas. A última fase da desqualificação social Políticas Públicas →Atenção Básica • NASF-AB: POPULAÇÕES ESPCÍFICAS E PROGRAMA ACADEMIA DE SAÚDE PROJETO DE SAÚDE NO TERRITÓRIO (PST) • É uma estratégia das equipes de referência (SF e AB) e da equipe do NASF-AB que visa desenvolver ações na produção da saúde no território. • Diagnóstico de condições de saúde da comunidade, possibilidades e limites do território → potencializando protagonismos e cuidados com a saúde coletiva. • Sempre é indicado recordar: participação ativa da comunidade e articulação com outros atores, organizações e instituições (fundamentos da intersetorialidade e do controle social). Consultório na Rua (CnR) • Tem como principal objetivo promover a saúde da população em situação de rua e trabalhar na perspectiva de redução de danos. • Busca: Acolher, atender, acompanhar e inserir na rede de saúde e de políticas públicas a população que se encontra em situação de rua. • O projeto foi iniciado, em 2010, pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, como uma das estratégias de fortalecimento da Atenção Primária à Saúde. Quais profissionais de saúde atuam no CnR Através da escuta acolhedora, cuidados em saúde, arte, alimentaçãoe educação a equipe aposta na construção de expectativas de futuro e, dentro do seu escopo de cuidados, busca proteger os direitos dessa população. Consultório na Rua (CnR): legislações específicas • O Decreto Presidencial no 7.053, de 23 de dezembro de 2009, institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua; • A Política Nacional de Atenção Básica – PNAB/Portaria no 2.488, de 21 de outubro de 2011; • E a Portaria Nº 122, de 25 de Janeiro de 2011 que define as diretrizes de organização e funcionamento das Equipes de Consultório na Rua. Saiba + Assistam ao vídeo: Consultório na Rua - A rua não é um mundo fora do nosso mundo https://www.youtube.com/watch?v=ek9iWTv3hig MOITINHO, Lilian S. Lopes; CASTRO-SILVA, Carlos Roberto de. Aspectos psicossociais de uma intervenção comunitária na periferia de São Paulo. Psicol. teor. prat., São Paulo , v. 15, n. 1, p. 92-104, abr. 2013 . Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013 000100008 SILVA, Maria da Conceição G. da; LIMA, Deyseane Maria de A. “Eu só quero, eu só queria era poder mudar de vida”: exclusão social e afetividade em adolescentes em situação de rua. Rev. Humanidades, Fortaleza, v. 30, n. 2, p. 399-418, jul./dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/rh/article/view/4791 https://www.youtube.com/watch?v=ek9iWTv3hig http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000100008 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000100008 https://periodicos.unifor.br/rh/article/view/4791 SOBRE A DOMINAÇÃO: A DOMINAÇÃO É RESULTADO DE UMA RELAÇÃO SOCIAL DE PODER DESIGUAL ONDE SE PERCEBE CLARAMENTE O LADO QUE COMANDA E O LADO QUE OBEDECE TIPOS DE DOMINAÇÃO - A QUESTÃO DO PODER PROPAGADOR: MAX WEBER(Jurista e economista, considerado um dos fundadores da Sociologia) PODER: IMPOSIÇÃO DA PRÓPRIA VONTADE EM UMA RELAÇÃO SOCIAL AINDA QUE SOB RESISTÊNCIA DOMINAÇÃO: A PROBABILIDADE DE ENCONTRAR OBEDIÊNCIA A UMA ORDEM ENTRE PESSOAS ESPECÍFICAS, SENDO UMA RELAÇÃO ENTRE DOMINADORES E DOMINADOS TIPOS DE DOMINAÇÃO: - ILEGÍTIMA (REALIZADO PELA FORÇA, NÃO HÁ CONVENCIMENTO, CONSENTIMENTO) - LEGÍTIMA ( PARA WEBER É O IDEAL) DOMINAÇÕES LEGÍTIMAS: ● CARISMÁTICO = LIGADO A EMOÇÕES E PODER QUASE QUE ILIMITADO - LIDERANÇAS POLÍTICAS COM GRANDE INFLUÊNCIA SOCIAL ● TRADICIONAL = COSTUMES, PODER HIERÁRQUICO OU ORIUNDO DE ALGUMA INSTITUIÇÃO - RELAÇÕES FEUDAIS,PATRIARCAIS, CORONELISMO ● RACIONAL - LEGAL = BASEADO NAS LEIS E EM RESPEITO A ALGUMA INSTITUIÇÃO - BUROCRACIA MODERNA, NORMAS E REGRAS A psicologia comunitária e a conquista das políticas públicas Psicologia Comunitária: um espaço de ampliação dos domínios tradicionais da psicologia Para Sawaia (1999), na Psicologia Social, criada no início do século XX, o conceito de comunidade aparece no lugar dos conceitos de grupo e de interação social. Com influência da Psicologia Social norte-americana, os estudos sobre fenômenos coletivos (que se apresentavam decorrentes dos problemas sociais originados da Segunda Guerra Mundial) tinham como objetivo ajustar e adaptar comportamentos individuais ao contexto social. Arendt (1997) propõe uma volta às questões psicológicas enriquecidas nos últimos 25 anos pela crítica sócio-histórica, antropológica e política. Admitindo-se o aspecto clínico de nossa formação, Arendt relata a possibilidade de estarmos em franca vantagem sobre nossos colegas de outras disciplinas das Ciências Sociais, sendo nosso papel o de provocar, propiciar novos olhares ou denunciar seu bloqueio nos sujeitos e grupos com os quais viéssemos a atuar. Este autor entende a Psicologia Comunitária na condição de disciplina emergente no contexto da Psicologia Social, permitindo colocar em análise a instituição da Psicologia, especificando seu objeto e suas práticas psicológicas. Carreira em Psicologia Os psicólogos comunitários vão além do foco em indivíduos ou famílias específicos e lidam com problemas abrangentes de saúde mental em contexto s comunitários. Eles creem que o comportamento humano é fortemente influenciado pela interação entre pessoas e seus ambientes físico, social, político e econômico. Buscam melhorar o funcionamento individual aprimorando o ambiente para promover a saúde psicológica. Psicólogos comunitários põem o foco na prevenção, na promoção da saúde mental positiva e na intervenção em crises, com especial atenção para problemas de grupos desfavorecidos e minorias étnicas. Dada a ênfase na prevenção que partilham , alguns psicólogos comunitários colaboram com profissionais de outras áreas, com o a de saúde pública. Seus campos de trabalho nessa área poderiam incluir departamentos federais, estaduais e locais de saúde mental, instituições correcionais e sistemas de previdência social. Você pode conduzir pesquisas ou ajudar a avaliá-las em serviços de saúde, ser um consultor independente para um órgão privado ou governamental ou ainda lecionar e atender em um estabelecimento de ensino superior. Saúde Mental comunitária: abordagens psicossociais Saúde como produção social ● Saúde é resultado de um processo de produção social que expressa a qualidade de vida de uma população, entendendo-se qualidade de vida como uma condição de existência dos homens no seu viver cotidiano, um "viver desimpedido", um modo de "andar a vida" prazeroso, seja individual seja coletivamente (MENDES, 1999 apud TANAKA, RIBEIRO, 2009) ● Cabe lembrar de determinantes e condicionantes de saúde, tais como: , acesso a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens de serviços essenciais (...) “. (BRASIL, 1990) Saúde mental: abordagens psicossociais (Conceitos Fundamentais) - PROBLEMATIZAÇÃO: é gerar situações nas quais as pessoas se veem forçadas a revisar suas ações ou opiniões acerca dos fatos de sua vida diária vistos como normais, convertidos, por tal razão, como habituais, ou percebidos como inevitáveis ao considerá-los naturais (MONTERO, 2006, p. 231). - SAÚDE MENTAL E POBREZA: A maioria dos estudos levantados revelou uma relação entre os indicadores de pobreza e o risco de transtornos mentais. Fatores como a insegurança e a desesperança; mudanças sociais bruscas e imprevisíveis, risco de violência, aliados a problemas de saúde e desemprego, explicam a maior vulnerabilidade dos pobres aos transtornos mentais mais comuns. Índice significativo de depressão moderada e expressiva de transtornos mentais graves. Saúde mental Comunitária: objetivos ● A Saúde Mental Comunitária visa promover a intervenção em diferentes redes de relações dos indivíduos como a família, amigos, vizinhos e a coletividade de forma geral, a fim de ampliar e apoiar as pessoas mais vulneráveis da comunidade que estejam vivendo uma situação de crise. ● A ampliação das redes favorece a redução e a prevenção de crises e também promove a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos indivíduos (SLUZKI, 1997). Saúde mental comunitária: duas perspectivas ● EMPODERAMENTO PSICOLÓGICO ● EMPODERAMENTO COMUNITÁRIO ● As duas perspectivas são fundamentais conformação do campo da saúde mental e coletiva, no entanto apresentam diferenças conceituais e metodológicas. ASPECTOS COMUNS Defendem que pertencer a uma rede de apoio, ter acesso a recursos afetivos e de ajuda mútua gera um sentimento de ser reconhecido, amado e apreciado, o que produz um efeito (...) protetor sobre a saúde (em conformidade com a OMS). Aspectos DIVERGENTES entre as duas perspectivas: ● A abordagem psicossocial pautada no conceito do empoderamento psicológico considera que as ações devem fortalecer o indivíduo para então fortalecer a comunidade. Assim, adota ações identificadas com os mecanismos de resiliência, aprendizagem para lidar com os obstáculos enfrentados no cotidiano,desenvolvimento de competências pessoais (sociais, cognitivas e afetivas). ● A abordagem do empoderamento comunitário (fortalecimento) defende que é impossível dicotomizar o que é individual e o que é coletivo, pois o desenvolvimento de uma competência pessoal necessita da expressão em um contexto social. EMPODERAMENTO PSICOLÓGICO ●A expressão surge nos anos de 1970 (nos Estados Unidos) com o ideário da Promoção da Saúde, como um conjunto de intervenções que enfatizam a responsabilidade individual. Esta perspectiva denominada empowerment psicológico segue uma filosofia individualista que tende a ignorar a influência dos fatores sociais e estruturais, centralizando as estratégias de promoção à saúde no fortalecimento da autoestima e na capacidade de adaptação ao meio. EMPODERAMENTO COMUNITÁRIO: emerge na década de 80 do século XX sendo crítica das vertentes “psicologizantes” ● Estratégia de Promoção à Saúde: defende a centralidade das condições de vida para a saúde dos indivíduos, em interface com a equidade, a educação, o saneamento, a paz, a habitação e os salários apropriados. - Fortalecimento: (em detrimento ao termo empoderamento) → Processo mediante o qual os membros de uma comunidade desenvolvem conjuntamente capacidades e recursos para controlar sua situação de vida, atuando de maneira comprometida, consciente e crítica, para chegar à transformação de seu entorno segundo suas necessidades e aspirações, transformando-se ao mesmo tempo a si mesmos. (MONTERO, 2004). - Em relação ao transtorno mental: busca a superação da visão que o concebe como sendo, especialmente da ordem individual, dissociada das demais instâncias em que vive o indivíduo. Defende a que as ações terapêuticas devem ser pactuadas (profissional de saúde e usuários/clientes). Exemplos de ações desenvolvidas no Brasil com base nas duas perspectivas Empoderamento psicológico: ▪Terapia Comunitária (ou Terapia Comunitária Sistêmica e Integrativa) Empoderamento (Fortalecimento) Comunitário ▪A voz do usuário A VOZ DO USUÁRIO ● O INÍCIO -> Questionamento do professor, em 2005, João Ferreira da Silva Filho da disciplina de Psicopatologia (IPUB/UFRJ) a respeito da metodologia de ensino tradicionalmente proposto. Questões do professor e do grupo de pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicopatologia e Subjetividade (LEPPS): ●Afinal, de que adiantaria enfatizar, junto aos alunos, a dimensão irredutivelmente subjetiva do sofrimento psíquico se os pacientes continuassem a comparecer no processo de aprendizado da Psicopatologia na condição de meros objetos, suportes exemplares das diferentes categorias diagnósticas e alterações psicopatológicas estudadas?? 1ª mudança ● Os usuários do Centro de Atenção Diária (CAD) do IPUB/UFRJ foram convidados a participar das aulas práticas, ocupando uma posição ativa na transmissão de suas experiências de sofrimento psíquico, de tratamento e de superação. Por meio desta iniciativa, os alunos teriam acesso às narrativas de adoecimento pelos próprios usuários, ou seja, à perspectiva de quem vivencia o transtorno mental. ● Inicialmente foi formado um grupo composto por 12 usuários que que passou a se reunir semanalmente para organizar a estrutura das aulas práticas e trocar impressões sobre as mesmas, junto com o coordenador da atividade. ● Neste espaço, foi elaborada, pelos próprios usuários, uma lista de temas, por eles considerados importantes no campo da saúde mental, para orientar e incentivar as perguntas dos alunos. Exemplo de temas selecionados pelos usuários ●Medo; violência/agressividade; saída da internação e do hospital dia. ●Diagnóstico: deve ser revelado? Por quem? Crise: a experiência de uso da medicação; relações familiares; o cuidado com o familiar. ● Ouvir vozes: como são? Como lidar com esta experiência? O que pode ajudar? ●Preconceito; transtorno mental e espiritualidade: quando a religião ajuda e quando atrapalha?. Sexualidade; o erro do profissional: o que é uma intervenção inadequada e suas consequências? O que fazer quando um paciente se apaixona por um profissional? ● A sociedade contribui para o aparecimento do transtorno mental?. Trabalho, cultura e lazer; reinserção social; arte como terapêutica; depressão; uso de drogas. A experiência dos alunos nesse modelo de aulas práticas aconteceu de forma tão produtiva que eles ficaram com gosto de “quero mais”. ● Do espaço aula para outros lugares e ações Foi criada, em parceria com o Laboratório de Tecnologias Cognitivas (LTC) a plataforma virtual Vivências: Experiências do Processo de Adoecimento e Tratamento. Esta plataforma possibilita a extensão das conversas entre usuários e alunos fora das aulas, além de disponibilizar arquivos com o material didático utilizado pelo professor. A plataforma Vivências inaugurou uma nova fase para este grupo de usuários: a entrada no mundo virtual. Como a grande maioria dos integrantes não estava familiarizada com o uso de computadores e da internet, em meados de 2011, o NUTES/UFRJ ofereceu um curso de capacitação em redes sociais. Outras plataformas foram criadas: ● “Os ouvidores de vozes”: uma ambiente virtual em que pessoas que têm alucinação auditiva verbal, compartilham estes momentos em um ambiente coletivo. Outras pessoas também podem acessar a plataforma. ● A troca de vivências se apresenta como uma alternativa ao saber psiquiátrico. Além disso, proporciona a formação de laços sociais (BARROS e SERPA JR, 2014). Da sala de aula para outros espaços e outros protagonismos Em 2011, o grupo passa a se intitular A VOZ DOS USUÁRIOS: EXPERIÊNCIAS E SUPERAÇÕES EM SAÚDE MENTAL e ganha maior visibilidade dentro do IPUB, sendo convidado pelo prof. Pedro Gabriel Delgado a participar de uma aula de um curso de especialização organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas de Saúde Mental (NUPPSAM/UFRJ). ● Em seguida, o grupo extrapola os limites da UFRJ ao participar das aulas da Profa. Lilian Miranda para a graduação em Psicologia da UFRRJ do Rio de Janeiro (UFRRJ). Esses primeiros convites produziram efeitos: ✔ O grupo Voz dos Usuários passou a se posicionar como um coletivo que oferece rodas de conversas em: instituições de ensino (públicas e privadas); serviços de saúde mental; e organizações de familiares e de usuários interessados. A voz do usuário: participantes e principais ações ● Quem é que participa? ● São os usuários do hospital dia que passam por uma experiência de sofrimento e superação, profissionais de saúde, estagiários de psicologia. O grupo se dedica a um trabalho voluntário, sempre em busca de parcerias, como Instituições de ensino, Órgãos financiadores e demais interessados no campo da saúde mental. ● Principais atividades: ▪Auxiliam na formação acadêmica de alunos e profissionais da saúde. ✔A introdução do usuário como educador não visa substituir o conhecimento profissional. Pretende apenas complementá-lo com uma compreensão afetiva e corporificada da enfermidade, que é a narrativa da experiência em primeira pessoa. ▪ Fazem consultorias de Psicopatologia e Saúde Mental para projetos artísticos e culturais e criam redes de apoio para os familiares de pessoas que desenvolveram transtornos mentais. Dos muros do IPUB para outros universos.... ●Roda de 'conversa-debate' nela se encontram várias pessoas que se interessam pelo universo da saúde mental. Participam psicólogos, estudantes de psicologia, enfermeiros, profissionais da saúde, estudantes e profissionais de psiquiatria, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais. ●As 'viagens–trabalho’: são rodas em diferentes espaços e cidades que representam a divulgação da ideologia do projeto para interessados em viajar no mundo da Saúde mental. ●Com tantas atividades e processos de interlocuções: “Não temos tempo de pensar que fazemos uso de serviços de saúde mental” (componente do grupo “As vozes dos Usuários”). SAIBA MAIS● ALVES, Edvânia dos Santos; FRANCISCO, Ana Lúcia. Ação psicológica em saúde mental: uma abordagem psicossocial. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 29, n. 4, p. 768-779, dez. 2009 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932 009000400009&lng=pt&nrm=iso>. ● TANAKA, Oswaldo Yoshimi; RIBEIRO, Edith Lauridsen. Ações de saúde mental na atenção básica: caminho para ampliação da integralidade da atenção. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 477-486, abr. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=scg=en&nrm=iso>. Carreira em Psicologia Os psicólogos comunitários vão além do foco em indivíduos ou famílias específicos e lidam com problemas abrangentes de saúde mental em contexto s comunitários. Eles creem que o comportamento humano é fortemente influenciado pela interação entre pessoas e seus ambientes físico, social, político e econômico. Buscam melhorar o funcionamento individual aprimorando o ambiente para promover a saúde psicológica. Psicólogos comunitários põem o foco na prevenção, na promoção da saúde mental positiva e na intervenção em crises, com especial atenção para problemas de grupos desfavorecidos e minorias étnicas. Dada a ênfase na prevenção que partilham , alguns psicólogos comunitários colaboram com profissionais de outras áreas, com o a de saúde pública. Seus campos de trabalho nessa área poderiam incluir departamentos federais, estaduais e locais de saúde mental, instituições correcionais e sistemas de previdência social. Você pode conduzir pesquisas ou ajudar a avaliá-las em serviços de saúde, ser um consultor independente para um órgão privado ou governamental ou ainda lecionar e atender em um estabelecimento de ensino superior. A psicologia comunitária e a conquista das políticas públicas Psicologia Comunitária: um espaço de ampliação dos domínios tradicionais da psicologia Para Sawaia (1999), na Psicologia Social, criada no início do século XX, o conceito de comunidade aparece no lugar dos conceitos de grupo e de interação social. Com influência da Psicologia Social norte-americana, os estudos sobre fenômenos coletivos (que se apresentavam decorrentes dos problemas sociais originados da Segunda Guerra Mundial) tinham como objetivo ajustar e adaptar comportamentos individuais ao contexto social. Arendt (1997) propõe uma volta às questões psicológicas enriquecidas nos últimos 25 anos pela crítica sócio-histórica, antropológica e política. Admitindo-se o aspecto clínico de nossa formação, Arendt relata a possibilidade de estarmos em franca vantagem sobre nossos colegas de outras disciplinas das Ciências Sociais, sendo nosso papel o de provocar, propiciar novos olhares ou denunciar seu bloqueio nos sujeitos e grupos com os quais viéssemos a atuar. Este autor entende a Psicologia Comunitária na condição de disciplina emergente no contexto da Psicologia Social, permitindo colocar em análise a instituição da Psicologia, especificando seu objeto e suas práticas psicológicas. Entendemos que as soluções para os problemas da população não devem ser procuradas no âmbito “privado”, num mergulho no próprio eu, mas por meio da politização no espaço público. “A redescoberta do ‘comum’ (público) passa pela revolução no pensamento do comunitário” (BUBER, 1987, p. 132). A ética da solidariedade, bem como a construção e o reforço deste “comum”Perpetua-se a desigualdade social, mantendo- -se ainda políticas assistencialistas, apesar dos avanços das leis. Sobre o mesmo tema, Castel (2005, p. 18) afirma: “A insegurança social não alimenta somente a pobreza. Ela age como um princípio de desmoralização, de dissociação social, à maneira de um vírus que impregna a vida cotidiana. Dissolve os laços sociais e mina as estruturas psíquicas dos indivíduos”. TERAPIA COMUNITÁRIA OU TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA Uma perspectiva psicossocial com ênfase no empoderamento psicológico Terapia Comunitária: uma invenção brasileira ● Origem da Terapia Comunitária (TC): desenvolvida pelo psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto, no ano de 1987 na Favela de Pirambu /Fortaleza/Ceará. Ela surgiu na referida Favela em resposta a dois eixos de necessidade: ▪Atendimento a milhares de pessoas com problemas emocionais e psíquicos; ▪Adequação das propostas acadêmicas de promoção a saúde às reais carências apresentadas por aquela comunidade. ✔Em 2008, foi oficialmente incorporada pelo Ministério da Saúde como uma estratégia de promoção da saúde e de prevenção do adoecimento, para os serviços da rede primária, sobretudo, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) Terapia Comunitária Integrativa: Objetivos ● A TC é um espaço comunitário que tem como característica central a partilha e a escuta de experiências e histórias de vida, onde todos são corresponsáveis tanto pela escuta, como por buscar soluções. ● Ao ter como propósito promover a atenção primária em saúde mental, funciona como fomentadora de cidadania, de redes sociais solidárias e da identidade cultural das comunidades em situação de vulnerabilidade, através de equipes institucionais públicas, privadas ou trabalho voluntário. ● Focaliza questões amplas de sofrimento na vida cotidiana: desemprego, abandono, solidão, abuso substâncias químicas, entre outras possibilidades. ● As pessoas são atendidas coletivamente e ouvidas por todos os participantes. POR QUE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA? ● TERAPIA = acolher, ser caloroso, cuidar, servir, atender. ● COMUNITÁRIA - Comum + unidade: pessoas que tem algo em comum → sofrimentos, busca de soluções, apoio recíproco na partilha de experiências e na superação de suas dificuldades. ● INTEGRATIVA (e Sistêmica): inclui, reconhece e valoriza a diversidade cultural, o saber fazer e as competências das pessoas e comunidades. Sistêmica: Pessoas inseridas em rede relacional capaz de autorregulação, protagonismo e crescimento. ● Fundamentos teóricos: A TC encontra-se alicerçada em cinco eixos teóricos, são eles o pensamento sistêmico, a teoria da comunicação, a antropologia cultural, a pedagogia de Paulo Freire e a resiliência. Metodologia: ● Funções do grupo: partilhar problemas e superações. Criar rede solidária de proteção nas crises. Promover a inserção social. Cuidar do sofrimento. Encaminhar patologias para os especialistas. Importante: ● É pressuposto que as pessoas que estão em situações de vulnerabilidade e vivendo problemas os mais variados demonstram, ao mesmo tempo, riqueza nas possibilidades de soluções. ● Entende-se que os profissionais de saúde, educação e áreas sociais devem ser um instrumento catalisador das soluções emergentes da própria comunidade. Por conseguinte, a riqueza das práticas populares de cuidados com a saúde é valorizada e incorporada pela TC, consoante com compreensão mais próxima dos aspectos culturais envolvidos no processo saúde doença. Possíveis Etapas ● ACOLHIMENTO ▪ Dar as boas vindas com música e gestos. ▪ Perguntar quem veio pela primeira vez, levantar a mão, se apresentar. Agradecer ao grupo pelo comparecimento. ● Cantar uma música de boas-vindas. Caso existam aniversariantes, cantar “Parabéns a você. ▪ Lembrar dos familiares que não estão presentes, ampliando a rede de vinculo e apoio. ● Explicar o que é TERAPIA COMUNITÁRIA, usando Provérbios, tais quais: “Quando a boca cala os órgãos falam”. “O que eu guardo azeda, o que azeda estraga, o que estraga estoura e o que estoura fede”. Explicar que A TC é um espaço de partilha, “para falar dos nossos sentimentos, do que tira o sono e também podemos partilhar nossa experiência de vida, fortalecer nossa autoestima e, encontrarmos juntos, uma saída para nossos sofrimentos”, dentre outras possibilidades importantes do acolhimento 2ª etapa: ESCOLHA DO TEMA ●Terapeuta (frases impulsionadoras). Por exemplo: “Chegou a hora de falar sobre aquilo que tira meu sono, que me dá umaagonia, me deixa triste e desanimado”. ●Pedir para as pessoas presentes colocarem seus sofrimentos, angústia, tristeza vivenciada na própria vida. Realizar a identificação dos temas. Fazer a votação junto com todos os presentes. 3ª e 4ª etapas ●Contextualização: A pessoa explica o problema e os que quiserem, podem fazer perguntas para entender melhor o sofrimento. ●PROBLEMATIZAÇÃO: Lançar o “MOTE” (tema, questão, temática): Quem já viveu algo parecido e o que fez para superar? Quem conseguiu transformar o seu sofrimento em força? Quem já transformou o negativo em positivo? As duas últimas etapas ●Rituais de agregação e conotação positiva: Dizer o que aprendeu: Eu vou levando...um abraçado no outro, ombro a ombro, em círculo, uma corrente de apoio. Ressaltar o lado positivo permitindo que o grupo possa refletir, aprender e se prevenir. Reforçar a autoestima. ● Apreciação da TC e providências para a próxima semana: Avaliar como foi a TC, o mote, as perguntas etc. PREENCHER A FICHA DE ACOMPANHAMENTO. Elencar providencias para a próxima semana. Em síntese: ● O trabalho em grupo permite exprimir sofrimentos. ● Busca fortalecer vínculos entre as pessoas, que se solidarizam, além de propiciar a compreensão de si mesmo e da possibilidade de encontrar estratégias mais satisfatórias de lidar com o sofrimento. ● Apresenta como premissa básica que ouvir o sofrimento do outro, repetidas vezes, permite ampliar a crença em si mesmo e em sua comunidade, uma vez que os problemas são amplos e, se um superou, o outro passa a crer que é possível. ● Isto significa que a formação de redes colaborativas permite o enfrentamento de problemas coletivos, o cuidado mútuo e é uma consequência da solidariedade presente na compreensão do sofrimento. ● Nesse sentido, trata-se de uma “terapia da autoestima” ou de “empoderamento psicológico”. INDICAÇÕES BUZELI Cintia P., COSTA, Aldeman Lima R. Correia da, RIBEIRO, Rosa Lúcia. Promoção da Saúde de Estudantes Universitários: contribuições da Terapia Comunitária. Revista Eletrônica Gestão & Saúde • Vol.03, Nº. 01, Ano 2012 • p. 332-342. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5555759. GAMA, Carlos Alberto Pegolo da; KODA, Mirna Yamazato. Psicologia comunitária e programa de saúde da família: relato de uma experiência de estágio. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 28, n. 2, p. 418-429, 2008 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000200015&lng=en&nrm=is o. OLIVEIRA, Nívia Lúcia de Andrade et al . Relato de experiência: a atuação do psicólogo no CRAS e sua contribuição para o fortalecimento dos direitos sociais. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte , v. 22, n. 1, p. 31-45, maio 2016 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167711682016000100004&lng=pt&nr m=iso> PAULINO-PEREIRA, Fernando C. et al. Reflexões teórico-práticas acerca da psicologia inserida na comunidade. Expressa Extensão. v. 25, n. 2, p. 20-31, MAI-AGO, 2020. MATERIAL DE APOIO II: Texto → Saúde Mental comunitária: abordagens psicossociais (Disponível no SAVA/SIA). http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000200015&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000200015&lng=en&nrm=iso http://www.youtube.com/watch?v=dwCGy3ATj1U OUTRAS EXCLUSÕES: http://www.youtube.com/watch?v=MjctI7ENoz8
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