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PSICOLOGIA COMUNITÁRIA 260521, 02 &0906

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CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Professora: Kelly Cardoso - CRP 05/47620
e-mail: kelly.cardoso@estacio.br
Cel: (21) 964387181
 
mailto:kelly.cardoso@estacio.br
 
Psicologia Comunitária à Dialética Exclusão Inclusão:
ESTUDO DE CASO: 
A exclusão social dos direitos básicos de grande contingente de pessoas, 
suscitado pelo aumento da desigualdade social, solicita estratégias que 
contribuam para a formação de sujeitos ativos em suas comunidades. A partir de 
uma intervenção de estagiários do 5º ano do curso de Psicologia, por meio da 
disciplina de Psicologia Comunitária, em uma organização não governamental, 
situada na periferia de São Paulo, foram realizadas atividades de grupo com 
pais/cuidadores com o objetivo de promover a troca de experiências entre os 
participantes do grupo e orientá-los sobre questões relacionadas à educação 
dos filhos e/ou netos. Por meio de uma metodologia participativa, foram 
articuladas informações institucionais/comunitárias com os históricos de vida dos 
pais/cuidadores, resultando numa intervenção que valorizou as experiências 
subjetivas como instrumento de ressignificação do papel desses pais/cuidadores 
e do fortalecimento da potência de ação destes como cidadãos, inclusive 
revelando o potencial como parceiros da instituição, buscando soluções 
coletivamente. 
Palavras-chave: Psicologia Comunitária; psicossocial; exclusão social; 
intervenção; politização .
 
Aspectos psicossociais de uma intervenção 
comunitária na periferia de São Paulo 
Lilian Santos Lopes Moitinho 
PsicoMaX Consultoria em Gestão de Pessoas 
Carlos Roberto de Castro-Silva1 Universidade Federal de São Paulo, 
Baixada Santista – SP – Brasil 
 
Método: Com base nesses pressupostos e com o objetivo de atender 
à comunidade, propusemos um projeto de intervenção para a 
associação, fundada em 1999, com o propósito de proporcionar às 
famílias de baixa renda da região de Itaquera algum tipo de auxílio, 
envolvendo apoio pedagógico, fonoaudiológico e/ou psicológico para 
crianças e/ ou adultos, além de oferecer suporte jurídico. As crianças 
que chegam à associação, em sua maioria, são encaminhadas pelas 
escolas da região e participam do projeto de apoio pedagógico, 
subsidiado pela prefeitura de São Paulo. A proposta, então, foi a de 
criar um espaço de troca de experiências entre pais/ cuidadores sobre 
a qualidade da relação dos pais/cuidadores com suas crianças. Isso 
com a finalidade de ressignificar e fortalecer o papel desses 
pais/cuidadores nessa rede social, também responsável pela 
educação de suas crianças. Especificamente discutir a relação entre a 
autoimagem que eles têm como pais/cuidadores e aspectos da 
história de vida deles, contextualizada pelo contorno da associação 
promotoras dos encontros com estes.
 
Para elaboração da proposta, foi utilizado o seguinte 
procedimento que fez parte do diagnóstico 
institucional/comunitário: 
• Consulta a documentos oficiais, objetivando conhecer o 
estatuto, a missão da instituição, suas fontes de recursos, 
entre outras informações sobre infraestrutura e seu papel 
social. 
• Realização de entrevistas com a coordenadora da 
instituição para conhecermos melhor a história e o 
trabalho realizado pela instituição, desde sua fundação, 
em 1999. Nesse momento, também foram realizadas 
visitas à instituição, no modelo da observação 
participante, para compreendermos melhor sua dinâmica 
e atividades dos profissionais voluntários como: 
advogadas, psicólogas, fonoaudiólogas, professores etc. 
 
• Realização de entrevistas semiestruturadas individuais com os 
cuidadores (pais e/ ou avós) das crianças que participavam do projeto 
pedagógico, com o intuito de conhecer profundamente suas demandas, 
incluindo dados pessoais e condições socioeconômicas de vida. Além 
disso, esses familiares eram convidados para participar do grupo de 
pais/cuidadores e informados sobre horário, local e outras questões sobre 
a proposta. 
 
• Elaboração do trabalho de grupo com tais pais/cuidadores, 
que consistiu em encontros de duas horas semanais, todas 
às sextas-feiras, com a finalidade de proporcionar um espaço 
para a troca de experiência e de reflexão sobre si mesmos e 
sobre o contexto social no qual estão inseridos. Os 
instrumentos utilizados foram técnicas de dinâmicas de 
grupo, leituras de textos e frases temáticas para a reflexão do 
grupo, desenho livre, além de temas trazidos pelos próprios 
participantes, como culinária e preparação de arranjos feitos 
de material reciclado. Esses encontros semanais eram 
descritos e discutidos, cada um deles, em supervisão. O 
relatório semanal era composto das seguintes partes: 
descrição do encontro, análise, destacando os principais 
eventos do encontro e uma síntese preliminar que buscava 
desenvolver as hipóteses norteadoras da intervenção. 
 
Discussão:
 O desenvolvimento, a rigor, significa o início do trabalho de grupo com os 
participantes, mas é importante, nesse início, lembrar a maneira como os 
pais/cuidadores envolveram-se com a instituição: foram convocados por 
ela via solicitação da escola. Uma primeira impressão que permeia o 
imaginário institucional é dos pais/cuidadores, no mínimo, como relapsos, 
vistos como ausentes e desinteressados, além disso, são vistos com um 
potencial muito baixo de transformação de suas realidades. Talvez por se 
tratar de famílias abaladas não apenas financeiramente, mas também, e 
principalmente, emocional e psicologicamente; provavelmente pela 
própria situação de exclusão social em que vivem. Dentro desse contexto, 
a associação surge como uma tentativa de resgatar essas famílias de tal 
sofrimento ou, no mínimo, de amenizar essa condição, oferecendo-lhes um 
espaço acolhedor, condizentes com a missão para a qual foi fundada, de 
promover e manter serviços de assistência, amparo e reajustamento de 
pessoas desfavorecidas economicamente. 
 
O sentimento de culpa é o sofrimento obtido após reavaliação de um 
comportamento passado tido como reprovável por si mesmo, quando 
contam histórias marcadas por separações e perdas, por exemplo, 
uma das mães, em um dos encontros, relata que se sente angustiada 
por não conseguir atender as vontades das filhas e, ao mesmo tempo, 
culpada, pois acredita que não deve corrigi-las, já que elas não têm o 
pai por perto. A base desse sentimento está relacionada com o 
sofrimento que reflete uma complexa rede intersubjetiva e está 
marcada por políticas e/ou éticas do cotidiano desencadeadoras de 
sentimentos que explicitam e acirram a exclusão social, como 
vergonha, humilhação e culpa. Os afetos qualificam e iluminam as 
experiências dessas pessoas. 
 
Ao ponderarmos sobre os prós e contras, no relatório devolutivo, 
destacamos a importância da criação de um vínculo mais participativo 
entre a instituição e os pais/ cuidadores que a frequentam. Quando atuam 
como co participantes e são apoiados na educação dos filhos, 
pais/cuidadores se sentem valorizados, o que contribui para que se 
apropriem dos conhecimentos e das experiências que aparecem no 
trabalho de grupo. Notamos a predisposição desses pais/cuidadores em 
atividades que envolviam a instituição como a realização da feijoada, a 
confecção de bandeirinhas para a festa, entre outras. Nesse sentido, 
segundo Sawaia (2002), promove-se a potência de ação desses sujeitos. 
Consideramos que, a partir desse tipo de oportunidade, eles se fortalecem 
e conseguem vencer barreiras que reforçam a impotência e o isolamento 
social. Além disso, os pais/cuidadores relataram que se percebiam mais 
tranquilos e mais atentos às demandas das suas crianças. Uma das mães 
conta que, ao participar de tais atividades, se sente mais aliviada por 
também ter a oportunidade de falar sobre as dificuldades em lidar com 
seus filhos em algumas situações e, ao mesmo tempo, confortada pelas 
sugestões dos participantes do grupo. 
 
Assim, a potência de agir é construída nessa possibilidade de 
promoção de bons encontrosem que a instituição funciona como 
um espaço de transição para uma vida coletiva que agrega as 
experiências e os conhecimentos de cada um. A possibilidade de 
promover bons encontros tem a finalidade última de 
fortalecimento dos sujeitos de direitos. Espinosa (1973) fala da 
paixão que leva os homens a se encontrar, pois é, por meio do 
outro, que eles se descobrem a si mesmos. O conceito de 
potência de ação, de Espinosa (1973), abarca a afetividade como 
elemento importante no processo de emancipação do sujeito, 
sugerindo que, na relação intersubjetiva, os aspectos ligados à 
necessidade, aos valores éticos e à satisfação ficam mais 
salientes.
 
COMENTÁRIOS DA TURMA SOBRE A INTERVENÇÃO 
APRESENTADA
O QUE PUDEMOS COMPREENDER COM ESSA INTERVENÇÃO?
O QUE SERIA INCLUSÃO?
O QUE SERIA EXCLUSÃO?
REFLETINDO SOBRE A NOÇÃO DE EXCLUSÃO
Exclusão social? O que é isso?
▪ Expressão polissémica.
▪ Para além dos diferentes significados, existe um ponto em comum: 
 O nível de interação entre pessoas e entre grupos, que delas 
são agentes ou vítimas. 
▪ Tema básico da psicologia social. 
Exclusão: fenômeno individual ou social
• Discursos sobre a exclusão social: continuamente presentes 
na mídia, no discurso político e nos planos e programas 
governamentais. 
• Todos falam sobre a exclusão......
• Exclusão: é sempre um processo que sinaliza o destino 
excludente das parcelas majoritárias da população.
• Isto significa que -> não ocorre apenas em países 
pobres. 
Exclusão: fenômeno individual ou social?
• O processo de exclusão ocorre em função das 
transformações do mundo do trabalho e dos modelos 
e estruturas econômicas que geram desigualdades na 
qualidade de vida.
• Quem são os excluídos?
• Somos todos nós. 
Eu (incluído) posso ser você (excluído) amanhã ou quem 
sabe... 
QUEM SÃO OS EXCLUÍDOS?
Todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados 
materiais ou simbólicos, de nossos valores.
 Excluídos não apenas física, geográfica ou 
materialmente. 
Excluídos porque seus valores não são reconhecidos 
(exclusão cultural)
FORMAS MÚLTIPLAS DE EXCLUSÃO
O NEOLIBERALISMO E A NOVA POBREZA
• Antes do neoliberalismo: 
• Os excluídos constituíam o “exército de reserva de mão de 
obra”
• Pobres e miseráveis -> Eram residuais e temporários.
• Atualmente:
Um contingente extremamente significativo de indivíduos 
ocupam o lugar do desnecessário e do descartável.
Desnecessário e descartável -> quem pertence à nova pobreza. 
QUEM PERTENCE À NOVA POBREZA? 
Os desempregados de longa duração que vão 
sendo expulsos do mercado produtivo e os 
jovens que não conseguem entrar nele. 
Os excluídos podem ser extremamente 
qualificados. 
Conceitos que compõem o universo da 
exclusão:
• Desqualificação Social: processo relacionado a 
fracassos e sucessos de integração. 
• Movimento de expulsão gradativa, para fora do 
mercado de trabalho, de camadas cada vez mais 
numerosas da população - e as experiências vividas 
na relação de assistência, ocorridas durante as 
diferentes fases desse processo (PAUGAN). 
DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL
• Busca compreender situações que ocorreram 
gradativamente em países que já conheceram razoável 
desenvolvimento econômico-social. Entretanto:
Passam a discriminar segmentos cada vez mais amplos da 
população
Ponto central: enfraquecimento e a ruptura dos vínculos 
sociais
CABE PERGUNTAR:
Quando encontramos um morador de rua imaginamos 
que essa pessoa tem uma história?
 Ou apenas nos incomodamos com a sua 
insistência em querer compartilhar um espaço, 
que apesar de ser público, é vivenciado, em 
muitas situações, como nosso espaço público 
(meu e daqueles que considero como iguais)
ENFRAQUECIMENTO E A RUPTURA DOS VÍNCULOS 
SOCIAIS
• Exemplo: a desqualificação social dos 
moradores de rua.
Moradores de rua e invisibilidade social 
Morador de rua e o “incluído”: 
possíveis relações
Morador e rua e a auto percepção
Morador e rua e a auto percepção
Do enfraquecimento à ruptura dos vínculos 
sociais: principais dinâmicas
 O ENFRAQUECIMENTO diz respeito às duas 
primeiras fases da desqualificação social: 
fragilidade e dependência. Em situação de 
desemprego (por demissão): sentimento de 
fracasso/isolamento
-Desemprego prolongado
-Fragilidade e dependência
As 1º fases: 
Desemprego prolongado(isolamento) e fragilidade e dependência 
• Isolamento: Diminui a possibilidade de oferta no 
mercado de trabalho.
• A dificuldade econômica os “expulsa das antigas 
moradias e dos respectivos bairros.
• Destino: a periferia. Evitam contatos com os 
vizinhos -> Aumenta a ruptura, porém ainda, muitos, 
acreditam que poderão voltar a trabalhar.
EM SÍNTESE: ANTES DO DESEMPREGO PROLONGADO
Acreditava, falava, acusava:
 pobre = vagabundo
DEPOIS DO DESEMPREGO PROLONGADO
Fragilidade e dependência
• Acreditam que é uma situação passageira.
• Sentem vergonha de dizer onde moram (para as pessoas 
coma as quais ainda têm vínculos ou nas agências de 
emprego). 
• Sentem vergonha de pedir auxílio da AS 
(desqualificavam aqueles que eram assistidos pelo 
serviço social). 
• Recorrer ao serviço é vivenciado como perda da 
identidade. 
A 3ª fase da desqualificação
• Pedem auxílio a AS, mas acreditam que vão fugir 
rapidamente dessa situação.
• Temem o hábito progressivo da inatividade profissional e 
consequente renúncia da identidade profissional. 
• Sentem medo e culpa. Isolamento no espaço 
privado (TV, internet etc).
• Eclode uma crise conjugal/familiar: com os filhos, 
com os amigos (que ainda mantinha). 
 A naturalização da dependência
• A crise de identidade e o desemprego prolongado: 
naturalizam a dependência em relação a AS. 
• A entrada na fase da dependência: agravos à saúde e adotam 
papéis sociais (criação de personagens) que atendem as 
demandas da AS (requisitos para o auxílio). 
• Ainda tendem a justificar a assistência auferida: “faço isso 
pela minha família”. Apesar da vulnerabilidade continuam a 
acreditar que “em breve tudo vai voltar a ser como antes”. 
 Ruptura dos vínculos sociais
• Auxílio precário da AS: enfrentam outros (muitos) 
problemas: 
Perdem a moradia e ao sentirem-se inúteis: muitos buscam 
apoio, por exemplo, no álcool ou em outras drogas.
 A família, ao invés de ser solidária, é reticente: vergonha da 
família. 
O morador de rua: recusa pedir auxílio a família (não é digno). 
Quando a situação melhora: podem reatar o vínculo com a 
família.
Ruptura dos vínculos sociais
As últimas fases da desqualificação
• ADAPTAÇÃO ÀS RUAS: primeiro procuram 
albergues (ainda não estão acostumados com 
essa situação).
• DEPOIS: Fogem dos albergues.
• ACEITAM SUA CONDIÇÃO MARGINAL E PASSAM 
apenas a priorizar necessidades imediatas. 
A última fase da desqualificação social 
Políticas Públicas →Atenção Básica
• NASF-AB:
 POPULAÇÕES ESPCÍFICAS E PROGRAMA ACADEMIA DE 
SAÚDE
PROJETO DE SAÚDE NO TERRITÓRIO (PST)
• É uma estratégia das equipes de referência (SF e AB) e da 
equipe do NASF-AB que visa desenvolver ações na produção 
da saúde no território. 
• Diagnóstico de condições de saúde da comunidade, 
possibilidades e limites do território → potencializando 
protagonismos e cuidados com a saúde coletiva. 
• Sempre é indicado recordar: participação ativa da comunidade 
e articulação com outros atores, organizações e instituições 
(fundamentos da intersetorialidade e do controle social).
Consultório na Rua (CnR) 
• Tem como principal objetivo promover a saúde da população em 
situação de rua e trabalhar na perspectiva de redução de danos. 
• Busca: Acolher, atender, acompanhar e inserir na rede de saúde e 
de políticas públicas a população que se encontra em situação de 
rua.
• O projeto foi iniciado, em 2010, pela Secretaria Municipal de 
Saúde do Rio de Janeiro, como uma das estratégias de 
fortalecimento da Atenção Primária à Saúde.
Quais profissionais de saúde atuam no CnR
Através da escuta 
acolhedora, cuidados em 
saúde, arte, alimentaçãoe 
educação a equipe aposta 
na construção de 
expectativas de futuro e, 
dentro do seu escopo de 
cuidados, busca proteger os 
direitos dessa população.
Consultório na Rua (CnR): legislações específicas 
• O Decreto Presidencial no 7.053, de 23 de dezembro 
de 2009, institui a Política Nacional para a População 
em Situação de Rua;
• A Política Nacional de Atenção Básica – 
PNAB/Portaria no 2.488, de 21 de outubro de 2011;
• E a Portaria Nº 122, de 25 de Janeiro de 2011 que 
define as diretrizes de organização e funcionamento 
das Equipes de Consultório na Rua.
Saiba +
Assistam ao vídeo: Consultório na Rua - A rua não é um mundo fora do nosso 
mundo
https://www.youtube.com/watch?v=ek9iWTv3hig
MOITINHO, Lilian S. Lopes; CASTRO-SILVA, Carlos Roberto de. Aspectos 
psicossociais de uma intervenção comunitária na periferia de São Paulo. 
Psicol. teor. prat., São Paulo , v. 15, n. 1, p. 92-104, abr. 2013 . Disponível 
em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013
000100008
SILVA, Maria da Conceição G. da; LIMA, Deyseane Maria de A. “Eu só quero, 
eu só queria era poder mudar de vida”: exclusão social e afetividade em 
adolescentes em situação de rua. Rev. Humanidades, Fortaleza, v. 30, n. 2, p. 
399-418, jul./dez. 2015.
Disponível em:
https://periodicos.unifor.br/rh/article/view/4791
https://www.youtube.com/watch?v=ek9iWTv3hig
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000100008
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000100008
https://periodicos.unifor.br/rh/article/view/4791
 
SOBRE A DOMINAÇÃO: A DOMINAÇÃO É RESULTADO DE UMA RELAÇÃO SOCIAL 
DE PODER DESIGUAL ONDE SE PERCEBE CLARAMENTE O LADO QUE COMANDA E O 
LADO QUE OBEDECE
TIPOS DE DOMINAÇÃO - A QUESTÃO DO PODER
PROPAGADOR: MAX WEBER(Jurista e economista, considerado um dos 
fundadores da Sociologia)
PODER: IMPOSIÇÃO DA PRÓPRIA VONTADE EM UMA RELAÇÃO SOCIAL 
AINDA QUE SOB RESISTÊNCIA
DOMINAÇÃO: A PROBABILIDADE DE ENCONTRAR OBEDIÊNCIA A UMA 
ORDEM ENTRE PESSOAS ESPECÍFICAS, SENDO UMA RELAÇÃO 
ENTRE DOMINADORES E DOMINADOS
TIPOS DE DOMINAÇÃO:
 - ILEGÍTIMA (REALIZADO PELA FORÇA, NÃO HÁ CONVENCIMENTO, 
CONSENTIMENTO) 
 - LEGÍTIMA ( PARA WEBER É O IDEAL)
 
 
DOMINAÇÕES LEGÍTIMAS:
● CARISMÁTICO = LIGADO A EMOÇÕES E PODER QUASE QUE ILIMITADO - 
LIDERANÇAS POLÍTICAS COM GRANDE INFLUÊNCIA SOCIAL
● TRADICIONAL = COSTUMES, PODER HIERÁRQUICO OU ORIUNDO DE ALGUMA 
INSTITUIÇÃO - RELAÇÕES FEUDAIS,PATRIARCAIS, CORONELISMO
● RACIONAL - LEGAL = BASEADO NAS LEIS E EM RESPEITO A ALGUMA 
INSTITUIÇÃO - BUROCRACIA MODERNA, NORMAS E REGRAS
 
A psicologia comunitária e a conquista das políticas públicas
Psicologia Comunitária: um espaço de ampliação dos domínios 
tradicionais da psicologia
Para Sawaia (1999), na Psicologia Social, criada no início do século XX, o conceito 
de comunidade aparece no lugar dos conceitos de grupo e de interação social. 
Com influência da Psicologia Social norte-americana, os estudos sobre 
fenômenos coletivos (que se apresentavam decorrentes dos problemas sociais 
originados da Segunda Guerra Mundial) tinham como objetivo ajustar e adaptar 
comportamentos individuais ao contexto social.
 
Arendt (1997) propõe uma volta às questões psicológicas 
enriquecidas nos últimos 25 anos pela crítica sócio-histórica, 
antropológica e política. Admitindo-se o aspecto clínico de 
nossa formação, Arendt relata a possibilidade de estarmos em 
franca vantagem sobre nossos colegas de outras disciplinas 
das Ciências Sociais, sendo nosso papel o de provocar, 
propiciar novos olhares ou denunciar seu bloqueio nos sujeitos 
e grupos com os quais viéssemos a atuar. Este autor entende a 
Psicologia Comunitária na condição de disciplina emergente no 
contexto da Psicologia Social, permitindo colocar em análise a 
instituição da Psicologia, especificando seu objeto e suas 
práticas psicológicas.
 
Carreira em Psicologia 
Os psicólogos comunitários vão além do foco em indivíduos ou 
famílias específicos e lidam com problemas abrangentes de saúde 
mental em contexto s comunitários. Eles creem que o 
comportamento humano é fortemente influenciado pela interação 
entre pessoas e seus ambientes físico, social, político e econômico. 
Buscam melhorar o funcionamento individual aprimorando o 
ambiente para promover a saúde psicológica. Psicólogos 
comunitários põem o foco na prevenção, na promoção da saúde 
mental positiva e na intervenção em crises, com especial atenção 
para problemas de grupos desfavorecidos e minorias étnicas. Dada a 
ênfase na prevenção que partilham , alguns psicólogos comunitários 
colaboram com profissionais de outras áreas, com o a de saúde 
pública. Seus campos de trabalho nessa área poderiam incluir 
departamentos federais, estaduais e locais de saúde mental, 
instituições correcionais e sistemas de previdência social. Você pode 
conduzir pesquisas ou ajudar a avaliá-las em serviços de saúde, ser 
um consultor independente para um órgão privado ou governamental 
ou ainda lecionar e atender em um estabelecimento de ensino 
superior. 
Saúde Mental comunitária: 
abordagens psicossociais
Saúde como produção social 
● Saúde é resultado de um processo de produção social que expressa a 
qualidade de vida de uma população, entendendo-se qualidade de vida como 
uma condição de existência dos homens no seu viver cotidiano, um "viver 
desimpedido", um modo de "andar a vida" prazeroso, seja individual seja 
coletivamente (MENDES, 1999 apud TANAKA, RIBEIRO, 2009)
● Cabe lembrar de determinantes e condicionantes de saúde, tais como: 
, acesso a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o 
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens de 
serviços essenciais (...) “. (BRASIL, 1990) 
Saúde mental: abordagens psicossociais
(Conceitos Fundamentais)
- PROBLEMATIZAÇÃO: é gerar situações nas quais as pessoas se veem forçadas a revisar 
suas ações ou opiniões acerca dos fatos de sua vida diária vistos como normais, 
convertidos, por tal razão, como habituais, ou percebidos como inevitáveis ao 
considerá-los naturais (MONTERO, 2006, p. 231).
- SAÚDE MENTAL E POBREZA: A maioria dos estudos levantados revelou uma relação 
entre os indicadores de pobreza e o risco de transtornos mentais. Fatores como a 
insegurança e a desesperança; mudanças sociais bruscas e imprevisíveis, risco de 
violência, aliados a problemas de saúde e desemprego, explicam a maior vulnerabilidade 
dos pobres aos transtornos mentais mais comuns. Índice significativo de depressão 
moderada e expressiva de transtornos mentais graves. 
Saúde mental Comunitária: objetivos
● A Saúde Mental Comunitária visa promover a intervenção em diferentes redes de 
relações dos indivíduos como a família, amigos, vizinhos e a coletividade de forma 
geral, a fim de ampliar e apoiar as pessoas mais vulneráveis da comunidade que 
estejam vivendo uma situação de crise. 
● A ampliação das redes favorece a redução e a prevenção de crises e também 
promove a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos indivíduos (SLUZKI, 1997).
Saúde mental comunitária: duas perspectivas
● EMPODERAMENTO PSICOLÓGICO 
● EMPODERAMENTO COMUNITÁRIO
● As duas perspectivas são fundamentais conformação do campo da saúde mental e 
coletiva, no entanto apresentam diferenças conceituais e metodológicas.
ASPECTOS COMUNS 
Defendem que pertencer a uma rede de apoio, ter acesso a recursos afetivos e de 
ajuda mútua gera um sentimento de ser reconhecido, amado e apreciado, o que 
produz um efeito (...) protetor sobre a saúde (em conformidade com a OMS).
 
Aspectos DIVERGENTES entre as duas perspectivas: 
● A abordagem psicossocial pautada no conceito do empoderamento psicológico considera 
que as ações devem fortalecer o indivíduo para então fortalecer a comunidade. Assim, 
adota ações identificadas com os mecanismos de resiliência, aprendizagem para lidar com 
os obstáculos enfrentados no cotidiano,desenvolvimento de competências pessoais 
(sociais, cognitivas e afetivas). 
● A abordagem do empoderamento comunitário (fortalecimento) defende que é impossível 
dicotomizar o que é individual e o que é coletivo, pois o desenvolvimento de uma 
competência pessoal necessita da expressão em um contexto social. 
EMPODERAMENTO PSICOLÓGICO
●A expressão surge nos anos de 1970 (nos Estados Unidos) 
com o ideário da Promoção da Saúde, como um conjunto de 
intervenções que enfatizam a responsabilidade individual. 
Esta perspectiva denominada empowerment psicológico 
segue uma filosofia individualista que tende a ignorar a 
influência dos fatores sociais e estruturais, centralizando as 
estratégias de promoção à saúde no fortalecimento da 
autoestima e na capacidade de adaptação ao meio.
EMPODERAMENTO COMUNITÁRIO: emerge na década de 80 do século XX sendo crítica das vertentes 
“psicologizantes” 
● Estratégia de Promoção à Saúde: defende a centralidade das condições de vida para a 
saúde dos indivíduos, em interface com a equidade, a educação, o saneamento, a paz, a 
habitação e os salários apropriados. 
- Fortalecimento: (em detrimento ao termo empoderamento) → Processo mediante o qual 
os membros de uma comunidade desenvolvem conjuntamente capacidades e recursos para 
controlar sua situação de vida, atuando de maneira comprometida, consciente e crítica, para 
chegar à transformação de seu entorno segundo suas necessidades e aspirações, 
transformando-se ao mesmo tempo a si mesmos. (MONTERO, 2004).
- Em relação ao transtorno mental: busca a superação da visão que o concebe como sendo, 
especialmente da ordem individual, dissociada das demais instâncias em que vive o indivíduo. 
Defende a que as ações terapêuticas devem ser pactuadas (profissional de saúde e 
usuários/clientes).
Exemplos de ações 
desenvolvidas no Brasil com 
base nas duas perspectivas 
Empoderamento psicológico: 
▪Terapia Comunitária (ou 
Terapia Comunitária 
Sistêmica e Integrativa)
Empoderamento 
(Fortalecimento) Comunitário
▪A voz do usuário 
A VOZ DO USUÁRIO
● O INÍCIO -> Questionamento do professor, em 2005, João Ferreira da Silva Filho da 
disciplina de Psicopatologia (IPUB/UFRJ) a respeito da metodologia de ensino 
tradicionalmente proposto.
Questões do professor e do grupo de pesquisadores do Laboratório de Estudos e 
Pesquisas em Psicopatologia e Subjetividade (LEPPS): 
●Afinal, de que adiantaria enfatizar, junto aos alunos, a dimensão 
irredutivelmente subjetiva do sofrimento psíquico se os pacientes 
continuassem a comparecer no processo de aprendizado da 
Psicopatologia na condição de meros objetos, suportes exemplares 
das diferentes categorias diagnósticas e alterações 
psicopatológicas estudadas??
1ª mudança
● Os usuários do Centro de Atenção Diária (CAD) do IPUB/UFRJ foram convidados a 
participar das aulas práticas, ocupando uma posição ativa na transmissão de suas 
experiências de sofrimento psíquico, de tratamento e de superação. Por meio desta 
iniciativa, os alunos teriam acesso às narrativas de adoecimento pelos próprios usuários, 
ou seja, à perspectiva de quem vivencia o transtorno mental. 
● Inicialmente foi formado um grupo composto por 12 usuários que que passou a se 
reunir semanalmente para organizar a estrutura das aulas práticas e trocar impressões 
sobre as mesmas, junto com o coordenador da atividade. 
● Neste espaço, foi elaborada, pelos próprios usuários, uma lista de temas, por eles 
considerados importantes no campo da saúde mental, para orientar e incentivar as 
perguntas dos alunos. 
Exemplo de temas selecionados pelos usuários
●Medo; violência/agressividade; saída da internação e do hospital dia.
●Diagnóstico: deve ser revelado? Por quem? Crise: a experiência de 
uso da medicação; relações familiares; o cuidado com o familiar.
● Ouvir vozes: como são? Como lidar com esta experiência? O que 
pode ajudar? 
●Preconceito; transtorno mental e espiritualidade: quando a religião 
ajuda e quando atrapalha?. Sexualidade; o erro do profissional: o 
que é uma intervenção inadequada e suas consequências? O que 
fazer quando um paciente se apaixona por um profissional?
● A sociedade contribui para o aparecimento do transtorno mental?. 
Trabalho, cultura e lazer; reinserção social; arte como terapêutica; 
depressão; uso de drogas.
A experiência dos alunos nesse modelo de aulas práticas aconteceu de forma tão 
produtiva que eles ficaram com gosto de “quero mais”. 
● Do espaço aula para outros lugares e ações
Foi criada, em parceria com o Laboratório de Tecnologias Cognitivas (LTC) a 
plataforma virtual Vivências: Experiências do Processo de Adoecimento e 
Tratamento. 
Esta plataforma possibilita a extensão das conversas entre usuários e alunos fora 
das aulas, além de disponibilizar arquivos com o material didático utilizado pelo 
professor. 
A plataforma Vivências inaugurou uma nova fase para este grupo de usuários: a entrada no 
mundo virtual. Como a grande maioria dos integrantes não estava familiarizada com o uso 
de computadores e da internet, em meados de 2011, o NUTES/UFRJ ofereceu um curso de 
capacitação em redes sociais.
Outras plataformas foram criadas: 
● “Os ouvidores de vozes”: uma ambiente virtual 
em que pessoas que têm alucinação auditiva 
verbal, compartilham estes momentos em um 
ambiente coletivo. Outras pessoas também 
podem acessar a plataforma. 
● A troca de vivências se apresenta como uma 
alternativa ao saber psiquiátrico. Além disso, 
proporciona a formação de laços sociais (BARROS 
e SERPA JR, 2014). 
Da sala de aula para outros espaços e outros protagonismos
Em 2011, o grupo passa a se intitular A VOZ DOS USUÁRIOS: EXPERIÊNCIAS E SUPERAÇÕES 
EM SAÚDE MENTAL e ganha maior visibilidade dentro do IPUB, sendo convidado pelo prof. 
Pedro Gabriel Delgado a participar de uma aula de um curso de especialização organizado 
pelo Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas de Saúde Mental (NUPPSAM/UFRJ).
● Em seguida, o grupo extrapola os limites da UFRJ ao participar das aulas da Profa. Lilian 
Miranda para a graduação em Psicologia da UFRRJ do Rio de Janeiro (UFRRJ). Esses 
primeiros convites produziram efeitos: 
✔ O grupo Voz dos Usuários passou a se posicionar como um coletivo que oferece rodas de 
conversas em: instituições de ensino (públicas e privadas); serviços de saúde mental; e 
organizações de familiares e de usuários interessados.
A voz do usuário: participantes e principais ações
● Quem é que participa? 
● São os usuários do hospital dia que passam por uma experiência de sofrimento e superação, profissionais 
de saúde, estagiários de psicologia. O grupo se dedica a um trabalho voluntário, sempre em busca de 
parcerias, como Instituições de ensino, Órgãos financiadores e demais interessados no campo da saúde 
mental. 
● Principais atividades:
▪Auxiliam na formação acadêmica de alunos e profissionais da saúde.
✔A introdução do usuário como educador não visa substituir o conhecimento 
profissional. Pretende apenas complementá-lo com uma compreensão afetiva e 
corporificada da enfermidade, que é a narrativa da experiência em primeira 
pessoa. 
▪ Fazem consultorias de Psicopatologia e Saúde Mental para projetos artísticos e culturais 
e criam redes de apoio para os familiares de pessoas que desenvolveram transtornos 
mentais. 
Dos muros do IPUB para outros universos....
●Roda de 'conversa-debate' nela se encontram várias pessoas que 
se interessam pelo universo da saúde mental. Participam 
psicólogos, estudantes de psicologia, enfermeiros, profissionais da 
saúde, estudantes e profissionais de psiquiatria, assistentes sociais, 
terapeutas ocupacionais.
●As 'viagens–trabalho’: são rodas em diferentes espaços e cidades 
que representam a divulgação da ideologia do projeto para 
interessados em viajar no mundo da Saúde mental.
●Com tantas atividades e processos de interlocuções: “Não temos 
tempo de pensar que fazemos uso de serviços de saúde mental” 
(componente do grupo “As vozes dos Usuários”).
SAIBA MAIS● ALVES, Edvânia dos Santos; FRANCISCO, Ana Lúcia. Ação psicológica em 
saúde mental: uma abordagem psicossocial. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 
29, n. 4, p. 768-779, dez. 2009 . Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932
009000400009&lng=pt&nrm=iso>. 
● TANAKA, Oswaldo Yoshimi; RIBEIRO, Edith Lauridsen. Ações de saúde 
mental na atenção básica: caminho para ampliação da integralidade da 
atenção. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 477-486, abr. 
2009. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=scg=en&nrm=iso>. 
 
Carreira em Psicologia 
Os psicólogos comunitários vão além do foco em indivíduos ou famílias 
específicos e lidam com problemas abrangentes de saúde mental em contexto s 
comunitários. Eles creem que o comportamento humano é fortemente 
influenciado pela interação entre pessoas e seus ambientes físico, social, político 
e econômico. Buscam melhorar o funcionamento individual aprimorando o 
ambiente para promover a saúde psicológica. Psicólogos comunitários põem o 
foco na prevenção, na promoção da saúde mental positiva e na intervenção em 
crises, com especial atenção para problemas de grupos desfavorecidos e 
minorias étnicas. Dada a ênfase na prevenção que partilham , alguns psicólogos 
comunitários colaboram com profissionais de outras áreas, com o a de saúde 
pública. Seus campos de trabalho nessa área poderiam incluir departamentos 
federais, estaduais e locais de saúde mental, instituições correcionais e sistemas 
de previdência social. Você pode conduzir pesquisas ou ajudar a avaliá-las em 
serviços de saúde, ser um consultor independente para um órgão privado ou 
governamental ou ainda lecionar e atender em um estabelecimento de ensino 
superior. 
 
A psicologia comunitária e a conquista das políticas públicas
Psicologia Comunitária: um espaço de ampliação dos domínios 
tradicionais da psicologia
Para Sawaia (1999), na Psicologia Social, criada no início do século XX, o conceito 
de comunidade aparece no lugar dos conceitos de grupo e de interação social. 
Com influência da Psicologia Social norte-americana, os estudos sobre 
fenômenos coletivos (que se apresentavam decorrentes dos problemas sociais 
originados da Segunda Guerra Mundial) tinham como objetivo ajustar e adaptar 
comportamentos individuais ao contexto social.
 
Arendt (1997) propõe uma volta às questões psicológicas 
enriquecidas nos últimos 25 anos pela crítica sócio-histórica, 
antropológica e política. Admitindo-se o aspecto clínico de 
nossa formação, Arendt relata a possibilidade de estarmos em 
franca vantagem sobre nossos colegas de outras disciplinas 
das Ciências Sociais, sendo nosso papel o de provocar, 
propiciar novos olhares ou denunciar seu bloqueio nos sujeitos 
e grupos com os quais viéssemos a atuar. Este autor entende a 
Psicologia Comunitária na condição de disciplina emergente no 
contexto da Psicologia Social, permitindo colocar em análise a 
instituição da Psicologia, especificando seu objeto e suas 
práticas psicológicas.
 
Entendemos que as soluções para os problemas da população não devem 
ser procuradas no âmbito “privado”, num mergulho no próprio eu, mas por 
meio da politização no espaço público. “A redescoberta do ‘comum’ 
(público) passa pela revolução no pensamento do comunitário” (BUBER, 
1987, p. 132). A ética da solidariedade, bem como a construção e o reforço 
deste “comum”Perpetua-se a desigualdade social, mantendo- -se ainda 
políticas assistencialistas, apesar dos avanços das leis.
Sobre o mesmo tema, Castel (2005, p. 18) afirma: “A insegurança social não 
alimenta somente a pobreza. Ela age como um princípio de desmoralização, 
de dissociação social, à maneira de um vírus que impregna a vida cotidiana. 
Dissolve os laços sociais e mina as estruturas psíquicas dos indivíduos”. 
 
TERAPIA COMUNITÁRIA OU TERAPIA 
COMUNITÁRIA INTEGRATIVA 
Uma perspectiva psicossocial com ênfase 
no empoderamento psicológico
Terapia Comunitária: uma invenção brasileira
● Origem da Terapia Comunitária (TC): desenvolvida pelo psiquiatra e 
antropólogo Adalberto Barreto, no ano de 1987 na Favela de Pirambu 
/Fortaleza/Ceará. Ela surgiu na referida Favela em resposta a dois eixos de
necessidade: 
▪Atendimento a milhares de pessoas com problemas emocionais e psíquicos; 
▪Adequação das propostas acadêmicas de promoção a saúde às reais carências 
apresentadas por aquela comunidade.
✔Em 2008, foi oficialmente incorporada pelo Ministério da Saúde como uma 
estratégia de promoção da saúde e de prevenção do adoecimento, para os 
serviços da rede primária, sobretudo, para a Estratégia Saúde da Família (ESF)
Terapia Comunitária Integrativa: Objetivos
● A TC é um espaço comunitário que tem como característica central a 
partilha e a escuta de experiências e histórias de vida, onde todos são 
corresponsáveis tanto pela escuta, como por buscar soluções.
● Ao ter como propósito promover a atenção primária em saúde mental, funciona como 
fomentadora de cidadania, de redes sociais solidárias e da identidade cultural das 
comunidades em situação de vulnerabilidade, através de equipes institucionais públicas, 
privadas ou trabalho voluntário. 
● Focaliza questões amplas de sofrimento na vida cotidiana: desemprego, abandono, 
solidão, abuso substâncias químicas, entre outras possibilidades. 
● As pessoas são atendidas coletivamente e ouvidas por todos os participantes. 
POR QUE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA?
● TERAPIA = acolher, ser caloroso, cuidar, servir, atender. 
● COMUNITÁRIA - Comum + unidade: pessoas que tem algo em comum → sofrimentos, busca de 
soluções, apoio recíproco na partilha de experiências e na superação de suas dificuldades. 
● INTEGRATIVA (e Sistêmica): inclui, reconhece e valoriza a diversidade cultural, o saber fazer e as 
competências das pessoas e comunidades. Sistêmica: Pessoas inseridas em rede relacional 
capaz de autorregulação, protagonismo e crescimento. 
● Fundamentos teóricos: A TC encontra-se alicerçada em cinco eixos teóricos, são eles o 
pensamento sistêmico, a teoria da comunicação, a antropologia cultural, a pedagogia de Paulo 
Freire e a resiliência. 
Metodologia:
● Funções do grupo: partilhar problemas e superações. Criar rede solidária de proteção nas 
crises. Promover a inserção social. Cuidar do sofrimento. Encaminhar patologias para os 
especialistas. 
Importante: 
● É pressuposto que as pessoas que estão em situações de vulnerabilidade e 
vivendo problemas os mais variados demonstram, ao mesmo tempo, riqueza nas 
possibilidades de soluções. 
● Entende-se que os profissionais de saúde, educação e áreas sociais devem ser um 
instrumento catalisador das soluções emergentes da própria comunidade. Por 
conseguinte, a riqueza das práticas populares de cuidados com a saúde é valorizada e 
incorporada pela TC, consoante com compreensão mais próxima dos aspectos culturais 
envolvidos no processo saúde doença. 
Possíveis Etapas 
● ACOLHIMENTO
▪ Dar as boas vindas com música e gestos. 
▪ Perguntar quem veio pela primeira vez, levantar a mão, se apresentar. Agradecer ao grupo 
pelo comparecimento. 
● Cantar uma música de boas-vindas. Caso existam aniversariantes, cantar “Parabéns a você. 
▪ Lembrar dos familiares que não estão presentes, ampliando a rede de vinculo e apoio. 
● Explicar o que é TERAPIA COMUNITÁRIA, usando Provérbios, tais quais: “Quando a boca 
cala os órgãos falam”. “O que eu guardo azeda, o que azeda estraga, o que estraga estoura 
e o que estoura fede”. 
Explicar que A TC é um espaço de partilha, “para falar dos nossos sentimentos, do que tira o 
sono e também podemos partilhar nossa experiência de vida, fortalecer nossa autoestima 
e, encontrarmos juntos, uma saída para nossos sofrimentos”, dentre outras possibilidades 
importantes do acolhimento
2ª etapa: ESCOLHA DO TEMA
●Terapeuta (frases impulsionadoras). Por exemplo: “Chegou a hora 
de falar sobre aquilo que tira meu sono, que me dá umaagonia, 
me deixa triste e desanimado”. 
●Pedir para as pessoas presentes colocarem seus sofrimentos, 
angústia, tristeza vivenciada na própria vida. Realizar a 
identificação dos temas. Fazer a votação junto com todos os 
presentes. 
3ª e 4ª etapas 
●Contextualização: A pessoa explica o problema e os que quiserem, 
podem fazer perguntas para entender melhor o sofrimento. 
●PROBLEMATIZAÇÃO: Lançar o “MOTE” (tema, questão, temática): 
Quem já viveu algo parecido e o que fez para superar? Quem 
conseguiu transformar o seu sofrimento em força? Quem já 
transformou o negativo em positivo?
As duas últimas etapas 
●Rituais de agregação e conotação positiva: Dizer o que 
aprendeu: Eu vou levando...um abraçado no outro, ombro a 
ombro, em círculo, uma corrente de apoio. Ressaltar o lado 
positivo permitindo que o grupo possa refletir, aprender e se 
prevenir. Reforçar a autoestima.
● Apreciação da TC e providências para a próxima semana: 
Avaliar como foi a TC, o mote, as perguntas etc. PREENCHER 
A FICHA DE ACOMPANHAMENTO. Elencar providencias para 
a próxima semana.
Em síntese: 
● O trabalho em grupo permite exprimir sofrimentos. 
● Busca fortalecer vínculos entre as pessoas, que se solidarizam, além de propiciar a 
compreensão de si mesmo e da possibilidade de encontrar estratégias mais satisfatórias 
de lidar com o sofrimento. 
● Apresenta como premissa básica que ouvir o sofrimento do outro, repetidas vezes, 
permite ampliar a crença em si mesmo e em sua comunidade, uma vez que os problemas 
são amplos e, se um superou, o outro passa a crer que é possível. 
● Isto significa que a formação de redes colaborativas permite o enfrentamento de 
problemas coletivos, o cuidado mútuo e é uma consequência da solidariedade presente 
na compreensão do sofrimento. 
● Nesse sentido, trata-se de uma “terapia da autoestima” ou de “empoderamento 
psicológico”.
INDICAÇÕES 
BUZELI Cintia P., COSTA, Aldeman Lima R. Correia da, RIBEIRO, Rosa Lúcia. Promoção da Saúde de Estudantes 
Universitários: contribuições da Terapia Comunitária. Revista Eletrônica Gestão & Saúde • Vol.03, Nº. 01, 
Ano 2012 • p. 332-342. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5555759.
GAMA, Carlos Alberto Pegolo da; KODA, Mirna Yamazato. Psicologia comunitária e programa de 
saúde da família: relato de uma experiência de estágio. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 28, n. 2, p. 
418-429, 2008 . Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000200015&lng=en&nrm=is
o.
OLIVEIRA, Nívia Lúcia de Andrade et al . Relato de experiência: a atuação do psicólogo no CRAS e 
sua contribuição para o fortalecimento dos direitos sociais. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo 
Horizonte , v. 22, n. 1, p. 31-45, maio 2016 . Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167711682016000100004&lng=pt&nr
m=iso>
PAULINO-PEREIRA, Fernando C. et al. Reflexões teórico-práticas acerca da psicologia 
inserida na comunidade. Expressa Extensão. v. 25, n. 2, p. 20-31, MAI-AGO, 2020.
MATERIAL DE APOIO II: Texto → Saúde Mental comunitária: abordagens psicossociais (Disponível no 
SAVA/SIA).
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000200015&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000200015&lng=en&nrm=iso
 
http://www.youtube.com/watch?v=dwCGy3ATj1U
 
OUTRAS EXCLUSÕES:
http://www.youtube.com/watch?v=MjctI7ENoz8

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