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Avaliação do ambiente- atividade de trabalho

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04/01/2021 Versão para impressão
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SEGURANÇA DO TRABALHO
Avaliação do ambiente/atividade de
trabalho
A ergonomia requer que seja feita a análise do trabalho executado pelos
funcionários das organizações no intuito de proporcionar conforto, segurança e
eficiência nos processos de trabalho. Para isso, precisamos compreender como
podemos avaliar os parâmetros relacionados ao tema.
A Norma Regulamentadora n.º 17 (NR-17) cita, em seu primeiro item:
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. (BRASIL, 2020)
Ao iniciarmos a leitura desta norma, a palavra “parâmetros” cria a falsa
expectativa de que seriam fornecidos valores, normatizando toda e qualquer situação
de trabalho. No entanto, a norma não o faz, e poucas exceções de valores são
fornecidos pela NR. Portanto, outros estudos em ergonomia devem ser analisados e
sua aplicabilidade precisa ser verificada nas transformações das condições de trabalho
de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente,
como citados na norma.
Segundo Ilda (1990), uma definição concisa da ergonomia é a seguinte:
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Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho,
equipamento e ambiente e particularmente a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento.
Atualmente, conta-se com uma base científica importante que traduz a
importância das muitas áreas de estudo:
Anatomia: estuda a estrutura do corpo humano, o tamanho e a forma
como cada órgão é estruturado e executa suas funções.
Antropometria: estuda as dimensões do corpo e suas partes.
Biomecânica: estuda a aplicação de força.
Fisiologia: estuda a função de cada órgão, suas interações e o processo
biológico de sua manutenção.
Fisiologia do organismo: estuda o comportamento físico e orgânico do
corpo.
Fisiologia do trabalho: estuda o consumo de energia e o trabalho
muscular das atividades.
Psicologia: estuda o comportamento humano, relacionando a adaptação
do organismo ao meio ambiente e também efetua o recrutamento, a
seleção, o treinamento e a avaliação psicológica.
Ciência psicológica: estuda o processamento de informações e
formulação de decisão.
Sociologia: estuda as relações sociais, incluindo as interações no
trabalho.
Engenharia: estuda métodos e processos de trabalho, além de criar
equipamentos e ferramentas para uso no trabalho.
Arquitetura: estuda aspectos de conforto ambiental e segurança em
instalações destinadas ao trabalho.
Logo, precisamos buscar melhor compreensão sobre todos esses fundamentos,
para que uma boa análise desse trabalho seja realizada.
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Segundo a legislação brasileira de saúde e segurança no trabalho, a ergonomia
está alicerçada em cinco pilares:
Levantamento, transporte e descarga individual de materiais
Mobiliário dos postos de trabalho
Equipamentos dos postos de trabalho
Condições ambientais de trabalho
Organização do trabalho
A seguir, vamos esclarecer um pouco mais sobre cada um deles.
Levantamento, transporte e descarga individual de
materiais
O transporte e o levantamento de cargas são sempre problemáticos e vários aspecto
evem ser considerados. Em primeiro lugar, deve-se evitar ao máximo que essa
ividades sejam desenvolvidas sem auxílio mecânico. A legislação brasileira tem norma
ara transporte e manuseio de cargas, nas quais recomenda-se o limite máximo de 60 k
o levantamento individual é fixado em 40 kg. No entanto, esses limites são mui
evados e estão sendo revistos.
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A NR-17 trata dos parâmetros ergonômicos para as situações de trabalho. Esta
norma caracteriza o transporte manual de carga como todo o transporte no qual o peso
da carga é sustentado por um só trabalhador, compreendendo o transporte e o
manuseio da carga. Entretanto, ela não estabelece os parâmetros mínimos para
levantamento, transporte e manuseio de cargas individuais. Essa dificuldade pode ser
suprimida pelo subitem 17.2.2., realizando uma compilação de dados referentes a
doenças dos trabalhadores que comprovem o acometimento a sua saúde, como
lombalgias, hérnias de disco, qualquer comprometimento da coluna vertebral causado
por superesforço.
Além disso, mesmo que a legislação ainda permita transporte e levantamento de
carga com limites muito elevados, não quer dizer que devamos nos ater a eles. Desta
maneira, sempre que identificarmos, devemos promover treinamento ou instruções
de métodos de levantamento de peso, no intuito de prevenir agravos à saúde do
trabalhador, pois quanto mais leve for a carga, menor é a possibilidade de o
trabalhador comprometer sua saúde e, portanto, de faltar ao trabalho. Além disso, as
lombalgias constituem um grave problema para a seguridade social e onera toda a
população.
Para que tenhamos uma referência quanto ao correto levantamento de peso, a
NIOSH – National Institut on Occupational and Safety Health, órgão do governo
americano, desenvolveu uma equação que permite calcular o limite de peso
recomendável levando-se em conta certos fatores.
Há aplicativos de celular (Andriod ou IOS) que trazem a equação de maneira
mais prática, procure como NIOSH Lifting Equation App: NLE Calc.
No manuseio e no transporte de carga, as forças têm especial incidência no
segmento lombar da coluna vertebral. Muitas vezes, a atividade gera risco para a
integridade das estruturas (JOUVENCEL, 1994).
As forças de compressão exercidas sobre o segmento lombar da coluna variam
em relação direta com o peso que levantamos em determinado momento e com a
distância da carga em relação ao eixo perpendicular do nosso corpo, ou seja, com o
grau de inclinação da coluna no decorrer do levantamento da carga.
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Visando a reduzir estas forças, é necessário tomar alguns cuidados:
Inspecionar o objeto, as bordas, a regularidade.
Decidir a partir da forma, do peso, tamanho e localização, o ponto ou os
pontos de pega.
Eliminar os objetos que se interponham no trajeto a seguir durante o
transporte da carga.
Ter uma representação correta do destino da carga.
Posicionar colocando os pés de forma a possibilitar uma base de
sustentação para a manutenção do equilíbrio do corpo.
Dobrar os joelhos, e não a coluna.
Colocar ao máximo o objeto próximo ao centro do corpo.
Levantar o peso gradualmente, sem movimentos bruscos.
Evitar girar o tronco.
Colocar a carga, quando possível, em superfície que se aproxime da
altura dos cotovelos.
As atividades que demandam grande esforço físico são denominadas trabalho
pesado, a exemplo do transporte e manuseio de cargas. Estas atividades têm como
características o alto consumo de energia e maior exigência do sistema circulatório e
respiratório, o que impõe limites para o seu desenvolvimento.
Mobiliário dos postos de trabalho
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O mobiliário dos postos de trabalho precisa ser disponibilizado ao trabalhador co
gulagens que o permitam adaptar as suas medidas antropométricas, como: altura, pes
omprimento das pernas, etc. Precisa também permitir alternâncias de posturas – se
entado, seja em pé, pois não existe nenhuma postura fixa que seja confortável.
É notável que na população de sua empresa haverá trabalhadores com baixa ou
alta estatura. É dificílima a concepção de mobiliário que satisfaça a esses extremos,
mas é recomendado que o mobiliário permita uma regulagem que atenda a pelo
menos 95% dessa população.
Ao sentar-se, os apoios principais são os pés, as nádegas e a coluna lombar. O
assento deve ser concebido de maneira a evitar a compressão da parte posterior das
coxas e a permitir apoio adequado para as nádegas. A parte das nádegas mais
propícias para o apoio são astuberosidades isquiáticas, pois abaixo dessa estrutura
óssea não há passagem de vasos sanguíneos importantes, havendo praticamente só
gordura e pele.
A definição do assento deve considerar:
As pressões sobre os discos intervertebrais
A nutrição destes discos
A tensão imposta à musculatura dorsal
O retorno sanguíneo proveniente dos membros inferiores
Os discos intervertebrais são uma espécie de amortecedores entre as vértebras.
O posto de trabalho deve levar a uma repartição regular da pressão do peso do corpo
sobre o disco intervertebral. Em posição sentada, se o tronco está inclinado para trás
(com a inclinação do encosto da cadeira em torno de 110°), a carga imposta aos
discos intervertebrais é a mais fraca.
Assentos com estofamentos muito duros ou muito macios não proporcionam um
suporte adequado ao peso corporal. Um assento com estofamento intermediário pode
levar à redução da pressão máxima e ao aumento da área de contato das nádegas e
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das pernas, possibilitando mais estabilidade ao corpo, melhor circulação sanguínea e
diminuição do desconforto e da fadiga.
Deve-se evitar o aumento da pressão sobre os órgãos localizados na cavidade
abdominal. É o que acontece quando a posição sentada se dá com o tronco
fortemente inclinado para a frente. Na região posterior dos joelhos (região poplítea), a
pressão ocasionada pela postura sentada deve ser fraca para não perturbar a
circulação sanguínea e facilitar o retorno do sangue dos membros inferiores para o
coração.
Equipamentos dos postos de trabalho
Nas situações industriais modernas, com a rígida divisão entre planejamento 
xecução, o trabalhador praticamente não tem oportunidades de influir nas decisões d
ompra de equipamentos.
É necessário ouvir os trabalhadores na criação de postos de trabalho e os
equipamentos que eles utilizarão. Esses equipamentos devem satisfazer as
necessidades e serem inerentes à natureza da atividade. Uma chave de fenda para
apertar o parafuso, uma parafusadeira ou um robô para fazer o aperto.
Na NR-17, os equipamentos dos postos de trabalho estão voltados para a
digitação de dados e/ou processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo,
em que seus requisitos estão definidos na norma como:
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Suporte adequado para documentos
Documento de fácil legibilidade não sendo permitida a utilização do papel
brilhante
Ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente
O teclado deve ser independente e ter mobilidade
Equipamentos devem ser inseridos de maneira que as distâncias olho-
tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais
Com superfícies de trabalho com altura ajustável
Isso é recomendado pela norma, mas a consulta ao trabalhador é primordial para
o aumento do nível de conforto junto aos equipamentos dos postos de trabalho.
Condições ambientais de trabalho
Além da natureza da tarefa, da organização do trabalho, do mobiliário, do
quipamentos, outros componentes nos espaços de trabalho podem influenci
retamente na segurança, no conforto e na produtividade:
a) A qualidade da iluminação ambiente
b) A quantidade de ruído
c) A temperatura/ventilação
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O sistema sensorial é a porta de entrada destas informações para o
sistema nervoso central, no qual se efetuam as operações de tratamento
de informação e de memorização, e a partir da qual são geradas ordens
de comando aos músculos, por exemplo:
Falar.
Realizar um gesto.
Movimentar os olhos.
Acionar um dispositivo.
Esse sistema sensorial é composto por órgãos receptores de estímulos
que são o alicerce dos nossos sentidos:
Audição
Visão
Olfato
Paladar
Tato
Cinestesia (movimento)
Equilíbrio
Os estímulos que excitam um dos sentidos, como a audição, podem
evocar um conjunto de representações mentais que influenciam a relação
entre a pessoa e o ambiente, definindo, em última instância, como os
outros estímulos serão captados e interpretados.
A NR-17 afirma que as condições ambientais de trabalho devem ser adequadas
às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
Essa norma define que em locais de trabalho onde são executadas atividades
que exijam solicitação intelectual e atenção constantes deve-se avaliar as condições
de conforto.
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Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na
NBR-10152, norma brasileira registrada no Inmetro
A NBR-10152 (Níveis de ruído para conforto acústico) estabelece os níveis de
ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos. Para os escritórios,
os valores em dB(A) são:
Salas de reunião
30 –
40
Salas de gerência, Salas de projetos e de
administração
35 –
45
Salas de computadores
45 –
65
Salas de mecanografia
50 –
60
O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto, enquanto o valor
superior significa o nível sonoro aceitável para a finalidade. Enquanto os níveis
superiores aos estabelecidos nesta tabela são considerados de desconforto, sem
necessariamente implicar em risco de danos à saúde.
A própria NR-17 reforça que, para as atividades que solicitam intelectualmente o
trabalhador, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas
relacionadas na NBR-10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de
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até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
Segundo o manual de aplicação da NR-17, o nível de ruído deve ser medido em
situação real de trabalho, empregando-se um dosímetro. Para o ajuste do aparelho,
recomendam-se os seguintes parâmetros:
q = 3
Circuito de ponderação A
Circuito de resposta lenta
Critério de referência 65 dB(A)
O microfone, preferencialmente, deve ser colocado na gola da camisa do
trabalhador, próximo à zona auditiva do trabalhador, pois diversos estudos mostraram
que, dessa forma, os erros de medição relativos à perturbação do campo de ondas
que o equipamento irá medir são irrelevantes.
Índice de temperatura efetiva entre 20°C e 23°C
Alvarez (2005) define a zona de conforto térmico entre as temperaturas de 20°C
a 24°C, umidade variando entre 40% e 80%, velocidade do ar moderada
(aproximadamente 0,2 m/s), com desvios de temperatura não superiores a 4°C.
O conforto térmico se relaciona à produção de calor metabólico, a diferentes
variáveis ambientais (velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa e
temperatura média radiante) e à vestimenta. O grau de conforto ou desconforto térmico
percebido depende da interação desses elementos – devem ser medidos nos postos
de trabalho na altura do tórax do trabalhador.
O índice de temperatura efetiva não deve ser confundido com a temperatura do
termômetro de bulbo seco, pois correlaciona os valores de temperatura de bulbo seco
(T ºC), temperatura de bulbo úmido (T ºC) e velocidade do ar (V m⋅s ). O índice
correlaciona as variáveis meteorológicas por meio de um nomograma, como mostra a
figura a seguir, de Frota e Schiffer (2006).
bs bu a
−1
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Figura 1 – Ábaco para avaliação da temperatura efetiva normal (para pessoas
normalmente vestidas)
 
Disponível em: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-4-Abaco-para-avaliacao-
da-temperatura-efetiva-normal-para-pessoas-normalmente_fig2_297374750>.
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Diagrama do índice de temperatura efetiva que leva em consideração a
Temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido e velocidade do ar, em
formato gráfico de monograma.
Para realizar tais medições, são necessários um termômetro de bulbo seco e um
termômetro de bulbo úmido, podendo ser utilizados os mesmos do monitor de stress
térmico (IBUTG) e um anemômetro.
É importante que todos os equipamentos tenham calibração junto a laboratórios
creditados ao Inmetro, para que haja maior confiabilidade das amostras realizadas.
Velocidadedo ar não superior a 0,75m/s
Os aparelhos utilizados para medir a velocidade do vento são os anemômetros.
Eles são calibrados em túneis de vento, em que, por meio das voltas que as conchas
causam em seu eixo, correspondam a uma velocidade específica.
Senso assim, quanto mais voltas o anemômetro der em seu próprio eixo, maior é
a velocidade do deslocamento de ar.
Umidade relativa do ar não inferior a 40%
Trata-se da quantidade de vapor de água presente na atmosfera. Relacionada a
isso está a umidade relativa do ar, que corresponde a uma porcentagem dessa
quantidade de vapor. De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde, o
índice adequado à saúde humana deve estar entre 40 e 70%, sendo prejudicial
quando está além ou aquém desses valores.
Podem ser utilizados o termo-higrômetro e o termo-anemômetro, mas há
instrumentos que permitem a leitura de todos os parâmetros.
Ainda se tratando de condições ambientais, a NR-17 recomenda que em todos os
locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou
suplementar, apropriada à natureza da atividade. A norma recomenda ainda que a
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iluminação deve ser uniformemente distribuída e difusa. No caso da iluminação geral
ou suplementar, devem ser projetadas e instaladas de forma a evitar ofuscamento,
reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
Para a correta iluminação dos ambientes de trabalho, dois fatores merecem
destaque:
Intensidade da iluminação (ou iluminamento), geralmente expressa em
lux
luminância ou brilhança, que é a sensação de brilho e de ofuscamento,
percebida por uma pessoa a partir de uma fonte de luz (como por
exemplo, uma lâmpada ou a claridade externa), ou refletida por uma
superfície (por exemplo, o monitor de vídeo)
Diante de más condições de iluminamento, as duas consequências mais comuns
são a queda de rendimento e a fadiga visual.
Quanto à medição e seus métodos, além dos níveis mínimos de iluminamento a
serem observados nos locais de trabalho, eles estão definidos na NHO-11 da
Fundacentro – Avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes de trabalho
internos.
Esta norma está disponível no site da Fundacentro, no link
<www.fundacentro.gov.br>. Acesse e faça o download.
Organização do trabalho
Ao contrário do que se imagina, organização do trabalho não significa ordem,
limpeza, colocar as coisas no seu devido lugar e no seu devido tempo. Apesar da
dificuldade para definir o que é organização do trabalho, uma vez que há pontos de
vista diversos e muitas questões em jogo, pode-se identificar aspectos importantes que
caracterizam a tarefa. Nessa perspectiva, situam-se a divisão das tarefas e,
consequentemente, a divisão das pessoas e a estrutura hierárquica; os tempos de
trabalho e de pausa; os ritmos e as cadências. Apesar de não estarem ligados
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diretamente ao conceito de organização do trabalho, a maneira como a produção é
organizada (linha de produção, células de manufatura) e como é definido o arranjo
físico; os critérios de qualidade e de produtividade também regem a concepção das
tarefas.
Assim como há uma busca para controlar, prever, definir tudo o que diz respeito à
produção, o mesmo ocorre com relação às pessoas e ao seu comportamento. O ser
humano deveria se enquadrar e se adequar à tarefa, estar de acordo com o modelo
predefinido que melhor se encaixa naquele sistema, ou seja, desejava-se a inserção
de um pseudo-humano, um humano em parte. A ergonomia da atividade se coloca,
desde seus primórdios, em confrontação com essas ideias.
Pode-se considerar que modelos atuais de organização da produção e do
trabalho já incorporam conceitos mais próximos do real. A produção é planejada de
maneira mais integrada, em que a margem de liberdade na definição das tarefas é
mais flexível.
Quanto à organização do trabalho, conforme a NR-17, para sua determinação e
análise, deve levar em consideração:
As normas de produção
Ao realizar uma tarefa, o trabalhador segue algumas normas, implícitas em
alguns casos (aprender com o colega) ou explícitas (ordem de produção ou POP –
procedimento operacional padrão), que podem inclusive ser escritas ou não. Nesse
contexto, se inclui o horário de trabalho, o nível de qualidade desejado no produto
(exigência para tal), até a utilização de equipamentos, máquinas e utensílios. A
descrição das normas de produção é muito importante para se entender as
dificuldades do trabalhador, pois quase sempre sua explicitação permite evidenciar as
normas contraditórias.
O modo operatório
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Os modos operatórios (raramente no singular) variam de acordo com as
possíveis modificações entre a matéria-prima, os equipamentos e as condições
psicofisiológicas dos trabalhadores. É no modo operatório que são designadas as
atividades ou as operações que devem ser executadas para se atingir um resultado
final, ou seja, o objetivo da tarefa.
Os modos operatórios podem ser:
Prescrito – quando informado e ditado pela empresa
Real – quando se trata de do modo particular adotado pelo trabalhador
para realizar a tarefa em relação as variabilidades do trabalho prescrito
A análise ergonômica bem elaborada deve evidenciar os diversos modos
operatórios (prescritos e reais). Uma organização do trabalho com flexibilidade é
aquela que permite que os funcionários consigam desenvolver seus modos operatórios
mais adequados, seja ao seu estado interno ou às particularidades dos componentes
da tarefa (matéria-prima, ferramentas etc.). Por exemplo, possibilitar ao funcionário a
escolha de executar a tarefa em pé quando já se cansou de ficar sentado.
A exigência de tempo
Exigimos uma quantidade de operações/produtos em um tempo definido – por
exemplo, um carro é produzido a cada 3 minutos em uma linha de produção moderna.
Essa relação expressa uma certa “pressão de tempo”.
Todas as atividades se desenvolvem em um quadro temporal: em um momento
dado (horários), durante um certo tempo (duração da jornada), com uma certa rapidez,
em uma certa frequência e com uma certa regularidade (velocidade, cadência, ritmo).
A capacidade de produção de um funcionário pode variar ao longo do tempo (seja ao
longo do dia, da semana, do mês, do ano e até ao longo dos anos = variação intra-
individual), assim como varia entre os funcionários (variação interindividual). Quando
os limites fixados pela organização superaram a capacidade de um ou vários
trabalhadores, podem colocar em risco a saúde do trabalhador, como frequentemente
ocorre no trabalho repetitivo, ocasionando distúrbios osteomusculares.
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A determinação do conteúdo de tempo
Normalmente, utilizamos a cronoanálise como uma ferramenta de determinação
do conteúdo do tempo, o que nos permite evidenciar o quanto de tempo se gasta para
realizar uma subtarefa ou cada uma das atividades necessárias à tarefa. Um técnico
de segurança, por exemplo, pode gastar grande parte do seu tempo atendendo a
dúvidas e a sugestões dos funcionários (tarefas que não são registradas como
produção, que não deixam marcas, que são invisíveis, mas que não podem deixar de
serem executadas), deixando de lado outras tarefas, como realizar um treinamento ou
um relatório. É certo que este trabalhador sofrerá pelo atraso na execução das suas
tarefas.
O modo como ocorre o emprego do tempo é determinado pelas organizações.
Essa análise pode demonstrar quanto tempo é utilizado para a execução de atividades
não prescritas, mas tão importantes na realização da tarefa e que podem ser
desconhecidas das gerências. Um exemplo são os numerosos incidentes que podem
ocorrer durante uma jornada, e que requerem um certo tempo suplementar para serem
resolvidos, como o dia a dia do técnico em segurança do trabalho, que pode até se
planejar, mas, caso ocorra um acidente, ele deverá deixar suas tarefas planejadas de
lado para executar o imprevisto. Estes tempossuplementares nunca são levados em
conta quando se faz o cálculo dos tempos e dos movimentos.
O ritmo de trabalho
Antes de evoluirmos, é importante que saibamos a diferença entre o ritmo e a
cadência. A cadência tem um aspecto quantitativo e o ritmo é qualitativo.
Assim, a cadência é a velocidade dos movimentos que se repetem em uma dada
unidade de tempo e o ritmo é a maneira como as cadências são ajustadas ou
arranjadas:
Livre – quando o indivíduo tem autonomia para determinar sua própria
cadência
Imposto – por uma máquina, pela esteira da linha de montagem e até por
incentivos à produção
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Então o ritmo de trabalho pode ser imposto por uma máquina (no caso de uma
linha de montagem de tratores, com operações que devem, às vezes, ser executadas
em períodos de tempo curtos) ou ser gerenciado pelo funcionário ao longo de um dia,
embora mantenha sua produção diária (como na linha de montagem). Ele pode
também ser regido pelo modo de remuneração (salário baseado no número de
unidades produzidas), que é teoricamente um ritmo livre, mas que induz o trabalhador
a uma autoaceleração que não mais respeita sua percepção de fadiga, podendo
lesionar seus tecidos.
Há trabalhos que devem ser necessariamente executados em tempo previamente
determinado (montar um calçado a cada 1,5 hora), o que por si só constitui uma
pressão temporal com sobrecarga de trabalho em determinados horários.
A distinção entre ritmo e cadência é importante para avaliarmos a carga de
trabalho. Por exemplo, o montador realiza mil movimentos por dia do ombro esquerdo,
essa medida por si só não permite fazer um julgamento sobre o que ela representa
como carga para o trabalhador. Se ele executa esses movimentos ao realizar uma
tarefa em que ele mesmo gerencia a sua cadência e, portanto, pode alterá-la ao longo
do dia ou de um dia para o outro, provavelmente ele tolerará melhor essa imposição.
Porém, se ele estiver operando uma máquina que exige que ele faça o movimento e,
portanto, não lhe cabe variar a cadência, não lhe permitindo a escolha, ele pode
considerar sua carga com mais dificuldade. Além disso, a cada levantamento do braço,
ele permanece com o braço levantado, por um longo tempo, suportando uma carga. A
carga já é mais elevada. Logo, medidas quantitativas sem indicações do contexto em
que elas ocorrem não contribuem para a avaliação da situação.
É muito importante reconhecer os ritmos de trabalho para definir ações
ergonômicas capazes de minimizar os impactos musculares de sua utilização durante
os movimentos.
O conteúdo das tarefas
O conteúdo das tarefas demonstra como o trabalhador percebe as condições de
seu trabalho: estimulante, socialmente importante, monótono ou aquém de suas
capacidades. Pode ser estimulante se envolver uma certa criatividade, se houver uma
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variedade de atividades, se houver questões a se resolver e se for do interesse do
trabalhador.
No entanto, é importante lembrar que nem sempre uma variedade muito grande
de tarefas é necessariamente estimulante. Por exemplo, quando se requer grande
memorização e aprendizado e as tarefas devem ser executadas com fortes exigências
de tempo.
Alguns modelos produtivos são definidos em linhas contínuas de produção,
requerendo que trabalhadores trabalhem em turnos e inclusive noturnos. As variações
ao longo das 24 horas são conhecidas como ritmo circadiano (circa = em torno de e
dien = dia) e sofrem influência do ciclo ambiental, como a mudança do claro para o
escuro; os contatos sociais; o trabalho como parte da organização temporal externa.
As funções do organismo humano que são notadamente circadianas
compreendem o sono e a vigília. Encontramos variações também, segundo Grandjean
(1998):
Na temperatura corpórea
Na frequência cardíaca
Na pressão sanguínea
Nos níveis hormonais
Na acuidade sensorial, no humor, nos níveis de atenção, entre outros
O nosso organismo tem mecanismos de regulação para ajustar essas alterações
e, assim, de maneira limitada, adaptar-se e antecipar-se às mudanças ambientais
periódicas que exigem modos de funcionamento diferentes.
Atualmente, muitas pessoas, como as que trabalham em serviços de usinas e
centro de telecomunicações, realizam suas demandas fora dos horários usuais (8h às
18h). Assim, a organização da produção de bens e serviços muitas vezes acaba
rompendo os ritmos biológicos em função de necessidades da sociedade e das
necessidades técnicas de alguns setores do sistema produtivo.
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O trabalho em turnos obriga o trabalhador a exercer as suas funções em estado
de desativação biológica, levando-o a despender um esforço suplementar,
considerando a diminuição da atenção, do desempenho etc. A seguir, acompanhe um
pouco mais as dificuldades enfrentadas por esses trabalhadores para responder a
essa demanda e como a ergonomia pode auxiliar nesse processo.
Trabalho noturno
Enfrentar esta situação se torna mais crítica e difícil com o aumento da idade,
uma vez que as modificações fisiológicas naturais do processo de envelhecimento
tornam o trabalho noturno cada vez mais custoso para o organismo.
A contribuição da ergonomia para a saúde dos trabalhadores envolvidos em
situações de trabalho deste tipo consiste em subsidiar a compreensão das
perturbações que afetam os trabalhadores, considerando os fatores intrínsecos (idade,
diferenças individuais) e os extrínsecos ao indivíduo (hábitos sociais; intervalo,
velocidade, sentido e duração de rotação dos turnos; trabalho e condições de
execução; modos de alocação das equipes e das pessoas). Tal compreensão deve
permitir que sejam propostas transformações na organização do trabalho e, assim,
contribuir para melhorar a qualidade de vida no trabalho.
Nas situações de trabalho em turnos (fixos ou rotativos), as horas de início e
término dos turnos, a duração, a periodicidade e o sentido dessa alternância, a
natureza e a variação das exigências da tarefa são essenciais para uma proposta de
horário.
Segundo Másculo e Vidal (2011), existem algumas recomendações ergonômicas
para o trabalho noturno, que são:
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Iluminação adequada ao ambiente de trabalho, evitando os baixos ou
altos níveis de iluminação, assim como os tubos fluorescentes com
oscilações luminosas invisíveis
Indivíduo com algum grau de autoridade sobre o trabalho, para evitar o
trabalho puramente repetitivo e monótono
Turnos esparsos são melhores que longos ou contínuos períodos de
trabalho noturno
Duração do turno deve se adaptar à dificuldade do trabalho
Carga horária de 6 horas para trabalhos difíceis ou desgastantes; e de 8
horas para atividades mais leves
Turno da madrugada, dentro do possível, com início após as 5h
Intervalo de 12 horas livres entre o fim de um turno e o início de outro
Sistemas de turnos contínuos devem ter fins de semana com dois dias
livres
Trabalhadores noturnos devem ter mais de 25 e menos de 50 anos
Oferecimento de alimentação balanceada com refeições quentes
Fase do trabalho que exige mais raciocínio e que, em caso de erro, pode
gerar consequências sérias, deve ser desenvolvida ao início da jornada,
das 22h às 3h
Assim, a análise das situações de trabalho deve ser ampliada para além do posto
de trabalho. A análise deve levar em conta a variabilidade dos indivíduos, da vida
social e familiar. Além disso, outros fatores funcionam como mediadores dos efeitos
negativos do trabalho por turno na saúde dos trabalhadores.
Considerações finais
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O conhecimento de posturas críticas, métodos de trabalho, sistema
organizacional e perfil psicológico do colaborador permitem à equipe de força-tarefa
implantar, com baixo custo, melhorias que retiram o trabalhador da zona de risco.
Vale lembrar que condições de trabalho e produtividade estão diretamente
relacionadas e quando se pratica a prevenção, no seu sentido mais amplo,consegue-
se evitar outros e novos acometimentos.
Como futuro técnico em segurança do trabalhado e conhecedor das inúmeras
normatizações que fundamentam tema, você deve estar preparado e engajado para
atuar nas ações ergonômicas necessárias para promover a saúde das pessoas
envolvidas no exercício do trabalho.

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