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RESUMO GEOGRAFIA CONCEITOS E TEMAS

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CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço: um conceito-chave da geografia. In: 
CASTRO, Iná Elias, GOMES, Paulo César da Costa, CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.) 
Geografia: Conceitos e Temas. 5ª edição. Bertrand: Rio de Janeiro, 2003. 
 
CAPÍTULO I - ESPAÇO, UM CONCEITO-CHAVE DA 
GEOGRAFIA. 
O primeiro capítulo intitulado: “Espaço, um conceito-chave da 
geografia” de autoria do geógrafo Roberto Lobato Correa, trata dos 
diferentes pontos de vista a cerca do conceito nas diferentes correntes do 
pensamento geográfico. 
A noção de espaço é trabalhada por meio de sua representação em 
diversos momentos, principalmente quando é estimulado o estabelecimento 
de todos os tipos de relações espaciais entre as categorias de lugar, 
paisagem e território. Em alguns momentos, parte-se do espaço vivido e, 
em outros, do geral para o vivido, possibilitando uma compreensão de 
como diferentes espaços foram transformados, construídos e reconstruídos, 
com base em interesses e necessidades de diferentes sociedades. 
Espaço e a Geografia Tradicional 
As bases dos conceitos geográficos surgiram na Geografia 
Tradicional, privilegiando os de paisagem e região, assim gerando o debate 
sobre o objeto de estudos da geografia. Nesse debate incluíam conceitos de 
paisagem, região natural, região-paisagem, paisagem cultural, gênero de 
vida e diferenciação de áreas. 
O conceito de espaço não possuía uma relevância nos debates da 
Geografia Tradicional, embora sendo trabalhados de modo implícito por 
Ratzel e Hartshorne. 
Ratzel define espaço como base indispensável para vida do homem, 
encerrando as condições de trabalho, quer natural, quer aqueles socialmente 
produzidos. Como tal, o domínio do espaço transforma-se em elemento 
crucial na história do homem, sendo então vinculado ao conceito de Espaço 
Vital que expressa às necessidades territoriais de uma sociedade em função 
do seu desenvolvimento tecnológico, do total da população e dos recursos 
naturais. 
O espaço para Hartshorne é o espaço absoluto, isto é, um conjunto 
de pontos que tem existência em si, sendo independente de qualquer coisa, 
ou seja, seria algo que independe das ações humanas, ele sempre existiu e 
sempre existirá. 
Embora estes conceitos não contemplem integralmente as 
necessidades do estudo geográfico, ele pode ser relevante para algumas 
circunstâncias de determinadas práticas humanas. 
Espaço e a Geografia Teorética-Quantitativa 
A Geografia Teorética-Quantitativa iniciou pode ser compreendida 
como um momento de adequação dos estudos geográficos para torna-los 
mais científicos, baseadas no positivismo, defendendo a utilização da 
matemática e os modelos da teoria de sistemas. 
Nesta corrente de pensamento os conceitos de lugar e território não 
são conceitos significativos, uma vez que eles dependem das relações 
sociais para se constituir. 
O conceito de espaço nesta corrente do pensamento geográfico é 
considerado como uma planície isotrópica que é uma construção teórica 
que surge através da aplicação de um método de analise para sua 
representação e de sua representação matricial, através de gráficos e 
tabelas. 
Espaço e a Geografia Crítica 
Combatendo ao método de estudo das Geografias Tradicional e 
Teorética-Quantitativa, buscando uma revolução no pensamento geográfico 
surge então na década de 1970 a Geografia Crítica, fundamentada no 
materialismo histórico e na dialética. 
Nesta corrente de pensamento o espaço é entendido como um 
espaço social, vivido, em estreita correlação com a prática social e não 
deve ser visto como um espaço absoluto, vazio e puro, representado 
somente através de números e proporções. Nesse sentido, os conceitos de 
sociedade e espaço são interdependentes. 
A natureza e o significado do espaço são entendidos como fator 
social e não apenas como reflexão dele. Para analisar o espaço, Milton 
Santos (1985) sugere o uso das seguintes categorias no quadro a seguir: 
QUADRO I – CATEGORIAS DE ANALISE DO ESPAÇO 
FORMA 
É o aspecto visível, exterior e perceptível ao observador de um objeto 
ou de um conjunto de objetos formando um padrão espacial. 
FUNÇÃO 
Resulta de uma tarefa, atividade ou papel a ser desempenhado pelo 
objeto ou conjunto de objetos em forma. 
ESTRUTUR
A 
Diz respeito à natureza social e econômica de uma sociedade em 
determinado momento histórico; é matriz social em que as formas e 
função são criadas e justificadas. 
PROCESSO 
É definido como uma ação que se realiza de modo contínuo, visando a 
resultados, que constantemente são reformulados pelas contradições 
internas de uma sociedade, ao longo do tempo. 
FONTE: SANTOS (1985) 
Essas categorias de analise do espaço são termos distintos e 
associados devem ser consideradas em suas relações dialéticas, que 
configuram o modo de como os indivíduos ou a sociedade percebem o seu 
espaço. 
Espaço e a Geografia Humanista e Cultural 
Em meados da década de 1970 a surge a Geografia Humanista e 
Cultural que se apresenta como mais uma crítica à Geografia lógico-
positivista, calcada nas filosofias do significado como a fenomenologia e o 
existencialismo. 
Nesta corrente do pensamento os conceitos de paisagem, região e 
território são bem apreciados e sua principal característica é a valorização 
da subjetividade do homem, levando em consideração a experiência vivida 
para o conceito de lugar. 
O conceito de espaço é uma soma entre sentimentos espaciais e 
ideias de um povo a partir das experiências vividas; apresenta-se de várias 
maneiras a partir da experiência pessoal, grupal onde é vivida a experiência 
do outro, e o mítico-conceitual que, ainda que ligado à experiência, 
extrapola para além da evidencia sensorial e das necessidades imediatas e 
em direção a estruturas mais abstratas. (TUAN, 1979). 
No contexto da Geografia Humanista e Cultural, o conceito de 
espaço está ligado à ideia de espaço vivido, vinculado à concepção da 
escola francesa, enraizado na tradição de La Blache, mas também na 
psicologia genética de Piaget, na sociologia e na psicanálise do espaço 
baseada em Bachelard e Rimbert. Segundo Holzier (1992) e Isnard (1982), 
o espaço vivido se refere ao afetivo, ao mágico, ao imaginário e também é 
um campo de representações simbólicas. 
AS PRÁTICAS ESPACIAIS 
Durante o processo de organização do espaço o Homem estabeleceu 
práticas espaciais que resultam da consciência que está ancorada em 
padrões culturais de cada tipo de sociedade e nas possibilidades técnicas 
disponíveis. Por outro lado, resultam também dos diversos projetos 
derivados de cada tipo de sociedade. 
O quadro a seguir apresenta as práticas sociais definidas por Corrêa 
(1992). 
QUADRO II – AS PRÁTICAS ESPACIAIS 
Seletividade 
Espacial 
Ao organizar seu espaço, o homem age de maneira seletiva. Desse 
modo, determina o lugar segundo os atributos do mesmo, julgando-
os a partir de seu interesse, desde que estejam em acordo com o 
projeto estabelecido. 
Fragmentação – 
Remembramento 
Espacial 
Relaciona-se à dimensão política, que leva a diferentes formas de 
controle sobre o espaço. A divisão do espaço em porções territoriais 
"desmembradas", como a emancipação de municípios, por exemplo. 
Antecipação 
Espacial 
Representa uma prática definida pela inserção de uma atividade em 
determinado local antes que este apresente condições favoráveis a 
isto. 
Marginalização 
Espacial 
Dá-se quando o valor atribuído a determinado lugar sofre variações 
ao longo do tempo. Isto pode ocorrer a partir de questões de ordem 
econômica, política, cultural, entre outras. 
Reprodução da 
região produtora 
O processo de valorização produtiva do espaço está diretamente 
relacionado às condições de produção no mesmo. Dessa forma, se 
faz necessário que haja práticas localizadas especialmente para este 
local. Estas podem ser viabilizadas pelo Estado, e/ou pela iniciativa 
privada. 
FONTE: CORRÊA (1992) 
As práticas espaciaisacima indicadas não são mutualmente 
excludentes: ao contrário, podem ocorrer combinadamente ou apresentam 
um caráter complementar. 
PARA NÃO CONCLUIR 
Diante de uma diversidade de conceitos para um mesmo objeto é 
necessário aceitar essa multidimensionalidade para que possa gerar um 
debate que possa construir diferentes conceitos de espaço. 
 
 
GOMES, Paulo César da Costa. O Conceito de Região e sua Discursão. 
In: Iná Elias de Castro, Paulo César da Costa Gomes, Roberto Lobato 
Corrêa (Org.) Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand 
Brasil, 2003. p. 50 - 73. 
 
CAPÍTULO II - O CONCEITO DE REGIÃO E SUA DISCUSSÃO 
O segundo capítulo é de autoria do geografo Paulo Cesar da Costa 
Gomes trata da diversidade da noção de região, que diferente do capítulo 
anterior, não busca um conceito fechado sobre este objeto de objeto de 
estudo, pois ele não é um termo restrito das ciências geográficas e, além 
disso, é possível perceber diferentes formas de aplicação em um mesmo 
seguimento científico. 
ALGUNS IMPORTANTES ANTECEDENTES 
O termo “região” é de origem do latim regere e foi empregado pela 
primeira vez pelo Império Romano para designar as áreas controladas por 
Roma, a partir daí surgindo politicamente por conta da dinâmica do Estado, 
da cultura e da diversidade espacial o conceito de região, que servia como 
suporte para o ambiente natural. 
OS DIVERSOS DOMÍNIOS DA NOÇÃO DE REGIÃO 
Com o avanço da tecnologia de representação e geração de 
informações, surgiram outras perspectivas para assuntos regionais, 
impulsionando diversos estudos geográficos em âmbito regional. 
No cotidiano, a noção de região está vinculada à localização e 
extensão. A região também é vista como unidade administrativa; e, nesse 
caso, a divisão regional é a forma do domínio hierárquico e do controle 
estatal. 
A região pode ser objeto de estudo para diversas áreas do 
conhecimento, porém na geografia, o uso de região é mais complexo, pois 
ao tentarmos fazer dela ciência, teremos as indefinições, seu uso vulgar 
adicionado à discussão epistemológica que esse conceito nos impõe. Uma 
das alternativas encontradas por alguns geógrafos foi de adjetivar a noção 
de região para diferir do senso comum. 
Na escola francesa o conceito de região natural nasce da ideia de 
que o ambiente tem certo domínio sobre a orientação do desenvolvimento 
da sociedade, porém a região natural não pode ser o quadro e o fundamento 
da geografia, pois o ambiente não é capaz é capaz de explicar toda 
complexidade das relações humanas. Sob este viés “possibilista” as regiões 
existem como unidades básicas do saber geográfico. 
Segundo Hartshorne, um ponto chave para a Geografia é a 
localização e diferenciação de áreas, pois é a partir disto que se cria uma 
epistemologia no campo geográfico. O que distingui Hartshorne dos 
demais da escola francesa é o fato de que para ele a região não é realidade 
evidente que apenas cabe ao geógrafo descrever e sim a região como um 
produto mental, uma forma de ver o espaço e a colocação dos fundamentos 
da organização diferenciado do espaço como evidência. 
 Os geógrafos influenciados pela análise marxista procuram 
estabelecer estreita relação entre o conceito de região e os conceitos da 
economia política e de formação socioeconômico. 
 
Concluímos então que o conceito de região é um conceito que 
funde uma reflexão política de base territorial, se ela coloca em jogo 
comunidades de interesse identificadas a certa área e, finalmente, uma 
discussão entre os limites de autonomia em face de um poder central, 
parece que esses elementos devem fazer parte desta nova definição em 
lugar de assumirmos uma solidariedade total com o senso comum que, 
neste caso da região, pode obscurecer um dado essencial: o fundamento 
político, de controle e domínio de um território. 
 
SOUZA, Marcelo José Lopes. Território: Sobre Espaço e Poder, 
Autonomia e Desenvolvimento. In: CASTRO, Iná Elias, GOMES, Paulo 
César da Costa, CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.) Geografia: Conceitos e 
Temas. 5ª edição. Bertrand: Rio de Janeiro, 2003. 
 
CAPÍTULO III - O TERRITÓRIO: SOBRE ESPAÇO E PODER, 
AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO. 
O terceiro capítulo de autoria do geógrafo Marcelo José Lopes de 
Souza, busca compreender o conceito, como se constitui e quais os tipos de 
território e a sua importância para a construção das características políticas 
e sociais do mundo contemporâneo. 
INTRODUÇÃO: UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO 
CONCEITUAL 
Território pode ser definido como um espaço delimitado a partir das 
relações de poder, decorrentes do interesse que desperta nas sociedades. 
Caso as condições necessárias à existência de uma determinada sociedade 
encontrem-se baseadas na existência de cursos naturais, ou se a construção 
da identidade cultural estiver associada a determinado espaço, pode-se 
dizer que estão criadas as condições para a constituição de uma 
territorialidade. 
O conceito território sempre foi bem confundido entre os saberes 
científicos, apesar de ele ser o objeto de estudo de algumas ciências sociais, 
como a Antropologia em seus estudos sobre as especificardes da 
territorialização de novos grupos sociais. 
O conceito de território vem à tona com a geografia política, que 
estuda as relações entre o Estado e o solo; nela o território seria o espaço 
por ele mesmo, com todas as atribuições naturais, e todas as modificações 
causadas diretamente e indiretamente pelo homem, um ponto de extrema 
importância e enfoque, é o uso do território como um espaço mutável, e 
esse espaço quando imutável consegue transmitir a formação de uma 
identidade nacional. 
O território, portanto, decorre das articulações estruturais e 
conjunturais a que os indivíduos ou grupos sociais estão submetidos num 
determinado momento histórico, intrinsecamente associado ao tempo e ao 
modo de produção vigente. Esse aspecto processual de formação do 
território constitui a territorialização. 
A TÍTULO DE CONCLUSÃO 
 
O território então é entendido como um espaço organizado e 
constituído pela formação histórico-social e suas relação entre o ser 
humano e o trabalho, com limites variáveis. Para compreender o que é 
território, é preciso entender a complexidade da conveniência em um 
mesmo espaço, que nem sempre ocorre de forma harmônica, e perceber as 
desigualdades sociais, de ideias, crenças, pensamentos e tradições de 
diferentes povos e etnias que, muitas vezes, existem em um mesmo 
território. 
 
CASTRO, Iná Elias. O Problema da Escala. In: CASTRO, Iná Elias, 
GOMES, Paulo César da Costa, CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.) 
Geografia: Conceitos e Temas. 5ª edição. Bertrand: Rio de Janeiro, 2003. 
 
CAPÍTULO IV - O PROBLEMA DA ESCALA 
Capítulo de autoria da geógrafa Iná Elias de Castro que propõe 
analisar e discutir a respeito do conceito de escala por um viés que 
ultrapasse os limites da analogia entre escala cartográfica e geográfica e 
que vise à possibilidade de novos níveis de abstração e objetivação. 
INTRODUÇÃO 
A abordagem escalar pode assumir dois conceitos básicos na 
geografia: a cartográfica e a geográfica. A cartográfica é uma relação 
matemática numérica entre a realidade concreta e a realidade representada 
cartograficamente (mapas, globos, plantas). Na escala cartográfica, a 
escolha de um grau de detalhamento implica a inclusão ou exclusão de 
fatos mais ou menos visíveis, em um processo seletivo que considere graus 
de importância para o processo de representação. 
A escala geográfica é utilizada em relação a elementos 
componentes do espaço geográfico, isto é, procura solucionar os problemas 
referentes à distribuição dos fenômenos. Nessa escala, o que determina a 
seleção dos fatos é sua ordem de importância no contexto do tema que está 
sendo trabalhado, nos diversos níveis de análise, em diversas unidades de 
grandeza. 
O problema da escala geográfica 
A abordagem dos fenômenosespaciais na escala, onde ressalta que 
quando se observa estes fenômenos por uma visão analógica entre as 
escalas geográfica e cartográfica, a definição tende a ser apresentar 
problemas, pois a escala cartográfica parte de um raciocínio matemático e a 
geográfica não apresenta um conceito satisfatório para a sua complexidade. 
A escala como problema epistemológico 
A escala é tratada como um problema metodológico essencial para 
a compreensão do sentido e da visibilidade dos fenômenos numa 
perspectiva espacial, nisso é cada vez mais evidente que a escala não é 
apenas um problema dimensional, mas também, fenomenal. 
A escala como estratégia de apreensão da realidade como 
representação 
 
Os fenômenos que dão sentido ao recorte espacial são objetivados 
através da definição do campo empírico da pesquisa. Muitas vezes os 
níveis de abstração para a representação da realidade não são contempladas 
através da representação gráfica. 
DIAS, Laila Christina. Redes: Emergência e Organização. In: 
CASTRO, Iná Elias, GOMES, Paulo César da Costa, CORRÊA, Roberto 
Lobato (orgs.) Geografia: Conceitos e Temas. 5ª edição. Bertrand: Rio de 
Janeiro, 2003. 
 
CAPÍTULO V - REDES: EMERGÊNCIA E ORGANIZAÇÃO 
Capítulo de autoria da geógrafa Laila Christina Dias contribui para 
um debate sobre os conceitos de redes para a geografia e encerrando a 
primeira parte do livro “Geografia: Conceitos e Temas”. 
INTRODUÇÃO 
As inovações realizadas pelo homem a partir do século XIX 
redesenharam os mapas do mundo com as criações de diversos meios para 
acelerar a capacidade de circulação de bens de consumo, pessoas e de 
informação que foram cruciais para a criação do conceito de redes 
geográficas. Podemos citar como inovações que mudaram o mundo as 
ferrovias, as rodovias, a telefonia e a internet. 
O CONCEITO DE REDE 
As redes são o meio por intermédio do qual se desenvolvem e se 
manifestam os diferentes tipos de fluxos, conforme o tipo de rede e de suas 
características. Não há como trabalhar as novas territorialidades que se 
definem na globalização sem abordar esses temas e sua dinâmica nas 
transformações do espaço geográfico. 
 Em uma escala planetária ou nacional, as redes são portadoras de 
ordem através delas as grandes corporações se articulam, reduzindo o 
tempo de circulação em todas as escalas nas quais elas operam. E na escala 
local, estas mesmas redes e fluxos são muitas vezes portadores da 
desordem, já que operam numa velocidade sem precedentes e alteram o 
espaço de forma irregular. 
As sociedades em rede, em suas várias expressões, correspondem a 
uma sociedade capitalista em que esse modo de produção dá forma ás 
relações sociais em todo planeta. O desenvolvimento da tecnologia da 
informação e das comunicações favorece a base material sobre a qual as 
redes se expandem por toda estrutura social. 
FLUXOS DE INFORMAÇÃO E DINÂMICA TERRITORIAL 
A história da constituição da rede urbana brasileira foi elaborada a 
partir dos processos de urbanização e de integração do mercado nacional. 
Todas as barreiras para a circulação de mercadorias foram eliminadas por 
conta da criação de ferrovias e rodovias que facilitou a circulação de 
mercadorias e pessoas aproximando cada vez mais as regiões brasileiras. 
OS LIMITES DAS TESES 
Podemos analisar o recente desenvolvimento tecnológico em três 
fases. A primeira, durante a década de 70, fez com que a informática fosse 
sendo gradativamente introduzida na sociedade, mas, ainda como algo 
traumatizante, mais próximo da alquimia. Eram os computadores de grande 
porte, instalados em salas especiais, isoladas, centralizadas, com pessoal 
altamente especializado, presente sempre de forma muito centralizada. A 
segunda fase do desenvolvimento tecnológico recente é marcada pela 
criação do o microprocessador e com isso a micro informática. Ao longo da 
década de 80 instala-se a chamada terceira fase, com o aumento da 
capacidade de análise instantânea de dados paralelamente ao barateamento 
dos equipamentos. A Internet passa a fazer parte da realidade do mundo 
acadêmico e rapidamente vai apontando como importante elemento de 
conexão entre equipamentos e, com isso, entre diferentes culturas. 
Com isso o conceito de rede passa a ser elemento básico do 
momento histórico contemporâneo. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O estudo das redes ultrapassa as fronteiras das ciências geográficas 
pela necessidade de uma interdisciplinaridade com a Engenharia, a 
Sociologia, a Física, a Economia e a História buscando um conceito das 
redes numa perspectiva pluridimensional, na qual emerjam as estratégias 
antagônicas de uma multiplicidade de atores.

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