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POS GRADUAÇÃO MONOGRAFIA ATUAL NOVO VERSAO FINAL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA 
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA E SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
 
 
JOSÉ DIONES LOIOLA GOMES 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DE CRIANÇAS DE 1 A 4 NOS INTERNADAS POR ASMA NAS 
CAPITAIS DO NORDESTE, BRASIL, DE 2015 A 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRAL– CE 
2020 
 
JOSÉ DIONES LOIOLA GOMES 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DE CRIANÇAS DE 1 A 4 NOS INTERNADAS POR ASMA NAS 
CAPITAIS DO NORDESTE, BRASIL, DE 2015 A 2019 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Especialização em Saúde Publica e 
Saúde da Família do Centro Universitário 
Inta - UNINTA como requisito para 
obtenção do título de Especialização em 
Saúde Publica e Saúde da Família sob 
orientação do Prof. Ms.Rômulo César 
Afonso Goulart Filho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRAL- CE 
2020 
 
JOSÉ DIONES LOIOLA GOMES 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DE CRIANÇAS DE 1 A 4 NOS INTERNADAS POR ASMA NAS 
CAPITAIS DO NORDESTE, BRASIL, DE 2015 A 2019 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Especialização em Especialização em Saúde 
Publica e Saúde da Família do Centro 
Universitário Inta – UNINTA como requisito 
parcial para a obtenção do título de 
Especialista em Especialização em Saúde 
Publica e saúde da Família. 
Orientador(a): Prof. Ms. Rômulo César 
Afonso Goulart Filho. 
 
Monografia aprovada em _____/_____/_____ 
 
___________________________________________________________ 
Prof. Ms. Rômulo César Afonso Goulart Filho. 
 
Orientador(a) 
Centro Universitário Inta – UNINTA 
 
___________________________________________ 
1º Examinador 
Centro Universitário Inta – UNINTA 
 
_____________________________________________ 
Coordenador(a) do Curso Prof.Me/Ma 
Centro Universitário Inta – UNINTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aos meus pais José Lisbôa Gomes e Maria de Fátima Loiola Gomes 
que estiveram sempre ao meu lado nessa caminhada, me apoiando e incentivando 
com muito amor. 
Meu eterno obrigado. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Inicialmente, gostaria de agradecer primeiramente a Deus pela oportunidade 
de habitar este mundo. 
 À minha mãe, Maria de Fátima Loiola Gomes e ao meu Pai José Lisboa 
Gomes que Deus o tenha, que por muitas vezes abriram mão de seus projetos de 
vida para que hoje meu sonho fosse realizado. 
 A minha esposa Alcione silva Sousa e a minha bebê Alessandra Louise da 
Silva Loiola, que para mim sempre será uma criança, não importando a idade. 
Obrigado por acreditarem no meu potencial e por terem me incentivado sempre. 
 Ao meu orientador Prof. Ms. Rômulo César Afonso Goulart Filho pela 
oportunidade e confiança, pelos ensinamentos profissionais e pessoais. 
 Às minhas amigas, Maria das Neves, Luiza Erondina e Niely, por constituírem 
minha base social e fazerem parte do meu cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
INTRODUÇÃO: Asma é um distúrbio inflamatório crônico, suas principais 
características constituem em hiper-reatividade brônquica, limitação reversível do 
fluxo aéreo e inflamação das vias respiratórias. A inflamação causa episódios 
recorrentes de sibilos, falta de ar, congestão torácica, tosse prolongada, intolerância 
ao exercício, dispnéia e bronquite ou pneumonia recorrentes. Episódios que 
acontecem principalmente à noite ou início da manhã (HAY JUNIOR et al., 2016; 
HOCKENBERRY, 2014). OBJETIVO: Analisar as ocorrências de Internações de 
crianças com a faixa etária de 1-4 anos com asma nas capitais do Nordeste, Brasil, 
nos anos de 2015-2019. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico e 
ecológico com abordagem quantitativa, as internações por asma foram coletadas no 
banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde 
(DATASUS), no qual foram abordas as capitais do Nordeste no Brasil, no período de 
2015 a 2019. Os dados são de domínio público e disponível online no DATASUS, 
não sendo necessária a aprovação em Comitê de Ética de Pesquisa ou Comissão 
Científica local. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O total de hospitalizações por asma 
foi de 16.673 internações em todas as capitais do Nordeste no Brasil, coletadas e 
confirmadas no DATASUS, onde se teve a coleta de ambos os sexos, com a faixa 
etária entre 1-4 anos, e anos de abordagem 2015 a 2019. Após a analise dos anos, 
obtivemos o ano de 2015 (3.546IH) e 2017 (3.509IH) como considerável pico de 
internações por asma, com a maior predominância do sexo masculino, obtendo 
9.352 internações Hospitalares. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A despeito do 
contratempo em obter os dados epidemiológicos e as limitações que dificultaram o 
conhecimento real da doença, observou-se que ainda com o decorrer dos tempos os 
números excessivos de internações por asma são alarmantes. Contudo, é de 
extrema relevância, ações de promoção, prevenção e educação em saúde 
direcionados para um melhor atendimento as crianças com asma e assim reduzir o 
numero de internações desnecessárias. 
 
 
Descritores: Asma, Criança, Epidemiologia, Enfermagem. 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil 
SIH Sistema de Informações Hospitalares do SUS 
SUS Sistema Único de Saúde 
CID Classificação Internacional de Doenças 
APS Atenção Primária à Saúde 
ABS Atenção Básica em Saúde 
OMS Organização Mundial de Saúde 
PENSE Pesquisa Nacional de Saúde Escolar 
IH Internações Hospitalares 
ISAAC International Study of Asthmaand Allergies in Childhood (Estudo 
internacional de asma e alergias na infância) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 08 
2 OBJETIVOS.................................................................................................. 13 
2.1 Objetivo Geral....................................................................................................... 13 
2.2 Objetivos Específicos.................................................................................. 13 
3 METODOLOGIA........................................................................................... 14 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................. 16 
5 CONCLUSÃO............................................................................................... 24 
REFERÊNCIAS................................................................................................ 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Asma é um distúrbio inflamatório crônico, suas principais características 
constituem em hiper-reatividade brônquica, limitação reversível do fluxo aéreo e 
inflamação das vias respiratórias. A inflamação causa episódios recorrentes de 
sibilos, falta de ar, congestão torácica, tosse prolongada, intolerância ao exercício, 
dispnéia e bronquite ou pneumonia recorrentes. Episódios que acontecem 
principalmente à noite ou início da manhã (HAY JUNIOR et al., 2016; 
HOCKENBERRY, 2014). 
Os elementos fundamentais presentes na asma são o processo inflamatório, 
o broncoespasmo e o aumento da produção de muco pelo epitélio das vias aéreas. 
Em função do processo inflamatório, ao longo da evolução da doença, pode haver 
fibrose e remodelamento das vias aéreas, levando a um comprometimento pulmonar 
mais grave, em que o componente obstrutivo tende a se tornar menos reversível, e o 
padrão ventilatório pode adquirir um padrão restritivo. O tratamento apropriado da 
asma reduz o processo inflamatório, melhora o controle dos sintomas e pode evitar 
essa evolução (GINA, 2013; MINTZ, 2004). 
O controle farmacológico da asma teve um avanço considerável nas últimas 
décadas, com base no entendimento de que a asma é uma doença diversificada e 
complexa, com diversos fenótipos e endótipos. Com este conhecimento pode-se 
modificaras estratégias de manejo da doença, abrindo assim um espaço para 
aparecimento de novas drogas de controle. Inúmeras diretrizes e recomendações 
internacionais atuais reúnem os critérios para o tratamento da asma em estágios, 
permitindo gerar o incremento do tratamento de controle á proporção que aumenta a 
gravidade da asma (GINA, 2019; FITZGERALD et al., 2017). 
A Organização Mundial de Saúde (OMS), (2015) avalia que 300 milhões de 
pessoas no mundo, sofrem com a asma, incluindo crianças. Seu sintoma é 
identificado, basicamente pela dificuldade respiratória (falta de ar), tosse seca, 
chiado no peito e ansiedade. As complicações ocorrem porque os brônquios do 
asmático são mais sensíveis e tendem a reagir de forma mais abrupta quando há 
exposição aos diferentes desencadeadores da doença: frio, mudança de 
temperatura, fumaça, ácaros ou fungos, e até mesmo odores fortes. 
O domínio da asma infantil na América Latina varia muito (de 4% a 30%), mas 
está acima de 10% em praticamente todos os países. A repercussão da asma 
http://www.paho.org/bra/
9 
 
nesses países é comumente complicada pelo acesso limitado aos serviços de saúde 
e medicamentos essenciais. No entanto o Brasil, país de renda média de tamanho 
continental, é um dos países com maior predominância de asma em crianças, com 
índice de taxas altas relacionada a asma grave. Nota-se também que na região sul 
do Brasil, 20% das crianças em idade escolar têm asma, muitas delas com doença 
não controlada e altas taxas de inatividade física, absenteísmo escolar e 
hospitalizações (SOLÉ et al., 2015; MALLOL et al., 2013). 
O Brasil está na oitava posição mundial em prevalência de asma, com estimativas 
para crianças e adolescentes escolares variando de menos que 10 a mais do que 20% em 
diversas cidades estudadas, dependendo da região e da faixa etária consideradas. Em 
2007, foi responsável por cerca de 273 mil internações, gerando custo aproximado de R$ 
98,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Houve 2.500 óbitos, de acordo com o 
DataSUS, dos quais aproximadamente um terço ocorreu em unidades de saúde, domicílios 
ou vias públicas (BRASIL, 2010). 
O tratamento inclui muitas medicações de uso oral, inalatória, endovenosa, e 
em alguns casos intramuscular. Apesar dessa grande quantidade de medicamentos 
isso não reduz a necessidade de ações educativas para diminuir a exposição a 
fatores agravantes/desencadeantes e para o controle da doença, especialmente a 
exposição ao tabagismo, ativo ou passivo. Essas ações devem ser efetuadas em 
todos os casos de asma (BRASIL, 2010). 
A asma é um dos tipos de doenças alérgicas, o que representa um dos 
problemas mais comuns visto pelos pediatras e médicos da rede de atenção 
primaria, o que acomete cerca de 25% da população dos países desenvolvidos. 
Cerca de 80% das crianças com asma manifesta sintomas antes dos cinco anos de 
idade. A prevalência da doença acomete mais meninos do que meninas, mas a 
tendência hereditária constitui o fator predisponente identificável mais forte (HAY 
JUNIOR et al., 2016). 
Quando falamos que o paciente é criança, o sofrimento parece ser maior para 
família, em especial a mãe, deixando a mesma angustiada e insegura, procurando 
sempre por meios para acalmar a criança nos momentos de crises. De acordo com 
Lima; Guedes (2003) o medo de que a criança entre em crise novamente e passe 
por tudo de novo, leva a todos da família, a viver em estado de alerta. 
O cuidado do profissional de enfermagem a criança com asma tem início com 
uma revisão do histórico de saúde da criança, condições do domicílio, rotina na 
10 
 
escola, ou seja, ambiente recreativo e as atitudes dos pais em relação às condições 
clínicas que a criança apresenta. Os cuidados de enfermagem envolvem tanto os 
cuidados agudos como também os de longos prazos, os enfermeiros (as) estão 
diretamente envolvidos com as crianças em casa, na escola, hospital ou consultórios 
e desempenham um papel muito importante auxiliando as crianças e seus familiares 
a aprenderem e conviver com a asma (HOCKENBERRY, 2014). 
Reconhece-se a enfermagem, em especial os enfermeiro (as), como 
integrantes desse cenário, visto que as ações educativas são imprescindíveis para o 
estabelecimento do cuidado à saúde. Desta forma, pode-se entender que um dos 
pilares da prevenção e do controle da asma diz respeito ao processo educativo, 
realizado pela assistência de enfermagem (ALBUQUERQUE et al., 2011). 
A doença pode ser conduzida de modo que a criança não necessite ser 
hospitalizada e que não haja intervenção na vida da família, na prática de atividade 
física ou no convívio na escola. Os enfermeiros (as) podem executar uma variedade 
de funções no cuidado da criança com asma. Funções que podem incluir atividades 
educativas sobre a asma nos contextos do ambulatório, dos postos de saúde, da 
escola, da comunidade, do pronto-atendimento e em unidades de cuidados 
intensivos. Com todos esses esforços pode-se construir uma relação entre a criança, 
a família e a equipe de saúde, possibilitando uma comunicação mais efetiva 
(HOCKENBERRY, 2014). 
A Atenção Básica em Saúde da família é a forma de organizar o primeiro nível 
de atenção á saúde no SUS e se caracteriza-se por desenvolver um conjunto de 
ações que abrange a promoção, a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a 
reabilitação. Assim a Atenção Básica em Saúde (ABS), constitui-se como primeiro 
contato dos usuários com o sistema de saúde e deve resolver os problemas de 
maior frequência e relevância dessas populações. A mesma desenvolve ações por 
meio de exercício de práticas gerencias e sanitárias, democráticas e participativas, 
dirigidas a populações de territórios bem delimitados (CERCI NETO et al., 2007). 
A educação em saúde é importante, e a participação da família da criança 
constitui um componente fundamental no tratamento para melhorar a adesão e os 
resultados. Assim o paciente e sua família necessitam entender o papel dos fatores 
desencadeantes da asma, mesmo na ausência de seus sintomas,isso facilitara a 
compreensão dos sinais de alerta e agravamento da doença. Devemos traçar um 
plano de cuidados para todos os pacientes com asma, atualmente, uma exigência 
11 
 
de muitos hospitais e outros serviços para registrar a implementação das 
orientações educacionais sobre o manejo da doença crônica (HAY JUNIOR et al., 
2016). 
O pesquisador em questão possui uma vivência família e faz parte do quadro 
de profissionais da saúde, o mesmo percebe o quanto é difícil aos pais juntamente 
com as crianças se adequarem ao tratamento medicamentoso e reorganizar o estilo 
de vida. 
Desse modo, justifica-se a minha escolha em trabalhar com educação 
permanente junto à equipe de enfermagem, pois observo e acompanho diariamente 
esses cuidados prestados pela equipe multiprofissional (técnicos e auxiliares de 
enfermagem e não somente enfermeiras e médicos), tal influência ao paciente 
durante os atendimentos prestados ajudará na adesão ao tratamento das famílias 
envolvidas. 
Após um aprofundamento em artigos científicos, o pesquisador percebeu 
também o numero excessivos de pacientes hospitalizados em unidades de 
tratamento de nível secundário, esses dados elevados, poderiam ser revertidos e 
diminuídos através dos modos de promoção, prevenção a saúde em nível de 
Atenção Primária ou seja Atenção Básica de Saúde, promovendo assim uma 
diminuição nas internações de crianças com asma. 
Diante dessa situação resolveu-se desenvolver uma pesquisa sobre o 
assunto, pois a criança passa a ter uma sobrevida regrada com fatores 
condicionantes de recreações limitadas, além de preocupações com alimentações, 
ambiência e demais atividades de vida diária, evidenciando o desafio do 
empoderamento familiar para melhoria da qualidade de vida. 
Diante deste contexto surgiu os seguinte questionamentos: Como a 
enfermagem pode contribuir na melhor qualidade de vidadessas crianças e de seus 
pais? 
Como a enfermagem na atenção primária juntamente com a equipe 
multiprofissional poderá contribuir para diminuir o número de internação na rede 
hospitalar? 
Diante desse contexto social e histórico em que vivemos, em meio a uma 
transição de desenvolvimento e aperfeiçoamento na assistência em saúde, 
encontram-se os pacientes com asma. A asma é uma doença crônica que afeta 
cerca de 10% da população. Sendo considerada a principal doença crônica na 
12 
 
infância e sua sintomatologia gera um grande sofrimento aos seus portadores e 
familiares, especialmente em crianças, visto que a tríade sintomática (tosse, dispnéia 
e sibilo) causa limitação de suas atividades, sendo considerado um sério problema 
de saúde pública (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 
2012). 
Com base nessas informações, é possível observar que a asma é uma 
doença que acaba por debilitar o seu portador, limitando o mesmo em questões 
relativas a atividades cotidianas. Dessa maneira, o mesmo deve adotar algumas 
medidas preventivas que minimizem as possíveis crises. 
A pesquisa torna-se relevante, pois a asma é um problema de saúde pública, 
nisso requer cuidados mais criteriosos e diante destas circunstâncias necessita-se 
de mais pesquisa para que possamos implementar um cuidado diário e preventivo, 
porém percebemos que a população ainda não está empoderada desses cuidados 
básicos intra-domiciliar e horários a serem cumpridos em relação aos tratamentos 
medicamentosos, diante desse contexto a pesquisa pode trazer grandes 
contribuições e incorporar um plano de cuidados as crianças juntamente com seus 
pais, evitando assim o numero excessivo de internações hospitalares. A pesquisa na 
Atenção Primária será um passo muito importante, pois é considerada como a porta 
de entrada para os atendimentos dessas crianças, nesse sentido a enfermagem terá 
que ter um olhar mais crítico e realizar um planejamento mais adequado para dar 
uma melhor qualidade de vida para as crianças com asma, evitando internações 
desnecessárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
• Analisar as ocorrências de Internações de crianças com a faixa etária de 1-4 anos 
com asma nas capitais do Nordeste, Brasil, nos anos de 2015-2019. 
 
2.2 Objetivos Específicos 
 
• Descrever os índice de internações por asma nas capitais do nordeste; 
• Correlacionar o perfil faixa etária e sexo em relação ao número de internações; 
• Comparar os números de internações nos anos de 2015 a 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
4 METODOLOGIA 
 
 O presente estudo caracteriza-se por uma pesquisa epidemiológica e 
ecológica com abordagem quantitativa, a busca de dados está relacionada com os 
números excessivos de casos de internações á pacientes com asma nas principais 
capitais do Nordeste, no período de 2015 a 2019. A coleta de dados aconteceu no 
mês de Agosto de 2020, baseado em informações sobre a asma extraídas do banco 
de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). 
 A população estudada consistiu em todos os casos de asma com a faixa de 1-
4 anos de ambos sexo, conforme a definição da Classificação Internacional de 
Doenças (CID-10; código J45). Como o banco de dados do DATASUS é de domínio 
público e por não envolver seres humanos de forma direta, não será necessário 
obter a aprovação do Comitê de ética em pesquisa ou Comissão Científica local. 
 Para as variáveis analisadas, foram usadas as tabelas de Epidemiologia e 
Morbidade do grupo “Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS)” e, em seguida, o 
subitem “Geral, por local de Internação”. Nas opções de filtro, os itens “Capitais”, 
“municípios”, “ano processamento”, “internações”, “períodos disponíveis”, foram 
selecionados e correlacionados com “asma” (Capítulo CID-10, Lista de Morb CID-10 
código J45, Faixa etária, Sexo). 
 Teve-se como excluídos os números de internações com faixa etária menor 
que 1 ano e superior a 5 anos de idade, tanto do sexo masculino com feminino. O 
estudo abordou somente a faixa etária de 1-4 anos de ambos os sexos. 
 No estudo de Sitta (2010), descreve a epidemiologia como uma parte da 
Saúde Pública, onde a mesma apresenta três objetivos: descrever a distribuição e 
magnitude dos problemas de saúde nas populações; proporcionar dados essenciais 
para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e 
tratamento das doenças, assim como para estabelecer prioridades; e, além disso, 
identificar fatores etiológicos na constituição das enfermidades. 
 Neste trabalho se trata de um estudo epidemiológico, e este tipo de estudo 
pode ser classificado em observacionais e experimentais. Os estudos experimentais 
15 
 
fogem ao designo deste trabalho. Com isso, sobre os estudos observacionais podem 
ser classificados em descritivos e analíticos (LIMA, 2003). 
 Seguindo ainda, a linha de estudo do autor anteriormente, os estudos 
descritivos têm por objetivo determinar a distribuição de doenças ou condições 
relacionadas à saúde, segundo o tempo, o lugar e/ou as características dos 
indivíduos, e os estudos analíticos são aqueles delineados para examinar a 
existência de associação entre uma exposição e uma doença ou condição 
relacionada à saúde. 
 Segundo Szklo (2000) e Morgenstern (1998), os estudos ecológicos, 
colaciona-se a ocorrência da doença/condição relacionada à saúde e a exposição de 
interesse entre agregados de indivíduos (populações de países, regiões ou 
municípios, por exemplo) para verificar a possível existência de associação entre 
elas. Portanto um estudo ecológico típico, medidas de agregados da exposição e da 
doença são comparadas. Nessa amostra de estudo, não existem informações sobre 
a doença e exposição do indivíduo, mas do grupo populacional como um todo. Uma 
das suas vantagens é a possibilidade de examinar associações entre exposição e 
doença/condição relacionada na coletividade. 
 A pesquisa quantitativa se centra na objetividade, sendo Influenciada pelo 
positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na 
análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e 
neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as 
causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc (GERHARDT; SILVEIRA, 
2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 O total de hospitalizações por asma foi de 16.673 internações em todas as 
capitais do Nordeste no Brasil, coletadas e confirmadas no DATASUS, onde se teve 
a coleta de ambos os sexos, com a faixa etária entre 1-4 anos, e anos de 
abordagem 2015 a 2019. Estes dados foram coletados online pelo site do 
DATASUS, notificações essas, constadas pelo Sistema de Informações Hospitalares 
do SUS (SIH/SUS), dados esses a serem representados nos gráficos. 
 Os gráficos abaixo aponta detalhadamente cada análise coletada, bem como 
observações de outras pesquisas sobre esse levantamento de grande importância 
para a saúde. 
 
 Gráfico 01: Número de internações de pacientes com asma nos últimos 5 anos nas 
Capitais do Nordeste no Brasil, sexo Masculino. 
 
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) 
 
 
 
 
 
Aracaju Salvador São Luis Teresina Fortaleza Natal
João
Pessoa
Recife Maceió
2015 175 117 6 48 607 139 52 696 136
2016 201 112 6 26 594 83 34 643 177
2017 258 113 11 21 608 57 35 716 158
2018 222 129 11 20 894 31 24 537 25
2019 211 171 9 21 514 23 23 618 40
Total 1067 642 43 136 3217 333 168 3210 536
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
C
A
P
IT
A
IS
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
INTERNAÇÃO NOS ÚLTIMOS 5 ANOS: 9.352/ SEXO MASCULINO/ FAIXA ÉTARIA 1-4 ANOS
17 
 
Gráfico 02: Número de internações de pacientes com asma nos últimos 5 anos nas 
Capitais do Nordeste no Brasil, sexoFeminino. 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) 
 
 
Gráfico 03: Número total de internações por ano de todas as capitais do nordeste. 
Ambos os sexos. 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) 
 
Aracaju Salvador São Luis Teresina Fortaleza Natal
João
Pessoa
Recife Maceió
2015 136 82 9 35 529 83 21 559 116
2016 160 68 7 27 486 54 31 464 171
2017 177 73 4 17 487 37 28 531 178
2018 185 88 8 13 764 25 26 371 32
2019 155 104 5 7 393 27 13 492 43
Total 813 415 33 99 2659 226 119 2417 540
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
C
A
P
IT
A
IS
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
INTERNAÇÃO NOS ÚLTIMOS 5 ANOS: 7321/ SEXO FEMININO/ FAIXA ÉTARIA 1-4 ANOS 
1 2 3 4 5
ANO 2015 2016 2017 2018 2019
Nº DE INTERNAÇÕES 3546 3344 3509 3405 2869
2015 2016 2017 2018 2019
3546 3344 3509 3405
2869
Nº TOTAL DE INTERNAÇÕES POR ANO/ TODAS AS CAPITAIS DO 
NORDESTE/AMBOS OS SEXO
ANO Nº DE INTERNAÇÕES
18 
 
Com relação ao gráfico 01, onde se aponta os números de internações de 
pacientes com as asma do sexo masculino entre os anos de 2015 a 2019, tendo um 
total de 9.352 internações em todas as capitais do Nordeste, Aracaju 11,40% 
(1067/9352), Salvador 6,86% (642/9352), São Luis 0,45% (43/9352), Teresina 
1,45% (136/9352), Fortaleza 34,39% (3217/9352), Natal 3,56% (333/9352), João 
Pessoa 1,79% (168/9352), Recife 34,32% (3210/9352), Maceió 5,73% (536/9352). 
Com isso podemos observar que as cinco capitais com um maior índice de 
internações por asma foi Aracaju, Fortaleza, Recife, Salvador, Maceió e as com 
menor índice foram São Luis, Teresina, João Pessoa e Natal. 
Contudo, quando analisamos todas as capitais do Nordeste as que mais se 
destacaram em relação ao numero de internações nos anos de 2015-2019, foram as 
capitais de Fortaleza com 34,9% e Recife com 34,32%. 
Já no gráfico 02, estando representado pelo os números de internações de 
pacientes com asma do sexo feminino entre os anos de 2015-2019, tendo um total 
de 7.321 internações em todas as capitais do Nordeste, Aracaju 11,10% (813/7321), 
Salvador 5,66% (415/7321), São Luis 0,45% (33/7321), Teresina 1,35% (99/7321), 
Fortaleza 36,32% (2659/7321), Natal 3,08% (226/7321), João Pessoa 1,62% 
(119/7321), Recife 33,01% (2417/7321), Maceió 7,37% (540/7321). As internações 
do sexo feminino mostrou que as cinco capitais com um maior índice de internações 
por asma foi Aracaju, Fortaleza, Recife, Salvador, Maceió e as com menor índice 
foram São Luis, Teresina, João Pessoa e Natal. 
Percebe-se no sexo feminino um numero menor de internações em relação 
ao sexo masculino, mas as capitais com maior e menor índices de internações foram 
as mesma. 
O gráfico 3, traz todas as capitais do Nordeste e o numero total de 
internações por asma entre os anos de 2015-2019 de ambos os sexos. Os números 
de foram representados da seguinte forma 2015: 3.546; 2016: 3.344; 2017: 3.509; 
2018: 3.405; 2019: 2.869 internações. Observa-se que houve uma redução 
significativa no ano de 2019 comparado os anos anteriores. Fazendo um 
comparativo entre os anos a redução seguiu da seguinte forma: 2015 a 2019, 
redução 19,09%; 2016-2019, redução 14,20%, 2017-2019, redução 18,23%; 2018-
2019, redução 15,74%. 
19 
 
Apesar dessa redução no ano de 2019, os cuidado as crianças com asma 
não podem parar, principalmente na atenção primária pois é a porta de entrada e o 
primeiros contato com o paciente antes de qualquer internação. 
Com todas essas comparações e informações dos números de internações 
por asma nas capitais do Nordeste os órgãos públicos Federal, Estadual e 
municipal, precisa com urgências implantar novas políticas publicas no intuito de 
reduzir o número de internações e melhorar a qualidade de vida de nossas crianças 
portadoras de asma em todo o Brasil. 
Segundo Brasil (2013), os anos de 2010 a 2013, mostraram que a região 
Nordeste foi a que teve uma maior prevalência de asma na população infantil, 
correspondendo a 41,7% do total de crianças acometidas por essa morbidade, o 
Nordeste ainda apresenta um numero excessivo de internações por asma. 
Apesar desses dados apresentados acima não serem dos anos de 2015 a 
2019, percebe-se através do gráfico 01 e 02, que mesmo com o passar dos anos a 
Região Nordeste ainda apresenta números elevados em relação a asma infantil. 
Ainda nesse público, a grande prevalência dessa doença ocorre em crianças de um 
a quatro anos, acompanhando a faixa etária de cinco e nove anos. A maior 
prevalência está nas crianças do sexo masculino, apresentando uma diferença entre 
os gêneros de 15% (BRASIL, 2013). 
A asma representa uma das principais causas de internações hospitalares no 
Brasil, com mais de 175 mil internações em todas as idades registradas pelo 
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no ano de 
2011, a asma se destaca como sendo uma das doenças com maior prevalência no 
numero de internações, ocupando assim a quarta posição em relação as outras 
patologias. Contudo, é considerada uma condição sensível à Atenção Primária à 
Saúde (APS), ou seja, aquela em que a atenção ambulatorial ativa e a tempo pode 
evitar internações, prevenindo enfermidades, tratando precocemente a enfermidade 
aguda ou controlando a enfermidade crônica (MOTA; DONALISIO; SILVEIRA, 
2018). 
O estudo de Mascarenhas et al. (2016), relata que no Brasil, a prevalência de 
asma é considerada uma das mais altas, se comparada com a média nos países da 
América Latina, estimada em 20%. No entanto, os resultados de estudos da fase III 
do ISAAC no Brasil revelaram prevalência de sintomas de asma variando de 11,8% 
20 
 
em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, a 30,5% em Vitória da Conquista, Bahia, sendo 
observada em Salvador prevalência de 24,6 % para sintomas de asma. 
Desse modo Cardoso et al. (2017), constatou em sua pesquisa que a análise 
das regiões do Brasil demonstrou que as regiões Norte/Nordeste (populações 
menos privilegiadas) e Sudeste (população mais privilegiadas) apresentaram as 
maiores taxas de hospitalizações por asma e de óbitos por asma em pacientes 
hospitalizados, respectivamente. Os estados do Pará (região Norte) e Bahia (região 
Nordeste) mostraram o maior número de hospitalizações por asma por 100.000 
habitantes. Os estados de São Paulo (região Sudeste), Goiás (região Centro-Oeste) 
e Rio Grande do Sul (região Sul) ostentaram taxa acima da média de óbitos por 
asma em pacientes hospitalizados. Tais Essas informações são importantes para as 
autoridades brasileiras de saúde pública e carece análises mais minuciosas para 
melhorar o tratamento de pacientes com asma e os custos da doença. 
De acordo com o estudo de Peleteiro e Machado (2017), o número de 
internações por asma em Salvador, no período de 1998 a 2016, totalizou 24.058 
casos, sendo a maior ocorrência entre os homens, com 13.090 casos (54,41%). O 
ano que apresentou maior taxa de internações foi 1999, correspondendo a 3.233 
casos. Observou-se um decréscimo gradativo das taxas de internações a partir do 
ano de 2003, com pequenas variações de acréscimo entre 2010 e 2012. A taxa de 
internações foi reduzida em 81,33% comparando-se apenas as taxas apresentadas 
nos anos de 2003 e 2016. O ano de menor taxa de internações foi 2013, 
correspondendo a 460 casos. 
Ainda no estudo de Peleteiro e Machado (2017), a faixa etária teve um fator 
muito importante e foi observado um número maior de internações entre as 
crianças (1 a 4 anos), totalizando 12.447 casos, tendo ocorrido maior número de 
interna-ções entre meninos, totalizando 6.792. Pode-se perceber que o número de 
internações foi verificado em maior frequência nas crianças 1 a 4 anos, totalizando 
12.447 casos. 
Esses resultados concordam com os de Saldanha, Silva e Botelho (2005), 
segundo os quais, em relação à faixa etária, a prevalência de asma foi maior entre 
as crianças de um a três anos, ficando emsegundo lugar o grupo de crianças de 
três a cinco anos. Esses resultados também estão de acordo com o registro de um 
21 
 
estudo segundo o qual 82,4% das crianças manifestam a primeira crise de asma até 
os cinco anos de idade (GUIRAU; SOLÉ; NASPITZ,1997). 
O estudo de Maniero (2018), abordou que nos anos de 2008 a 2017 houve 
uma diminuição significativa do número de internações por asma no Brasil em todas 
as faixa etárias de 0 a 9 anos. Umas das hipótese é a inclusão de medicamentos 
para asma na atenção primária a partir de 2008 e teve como complemento o 
programa Farmácia Popular a partir de 2010, além de outras ações como o 
programa "Mais Médicos". O estudo mostrou um fato curioso em relação a faixa 
etária, pode-se perceber que as maiores taxas de internação por asma estão na 
faixa etária menor (0-4 anos), quando comparada com as crianças maiores (5 a 9 
anos). O trabalho destaca que as maiores taxas de internação hospitalar são 
observada nos primeiros anos de vida podendo estar relacionadas com a 
imaturidade imunológica própria das crianças menores. 
Segundo o estudo de Amaral, Palma e Leite (2012), a asma tem uma 
crescente em relação as outras patologias e representa a terceira causa de 
hospitalização pelo SUS em crianças e adultos jovens. Já Solé (2015), abordou uma 
Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), no qual se relatou uma elevada 
prevalência de sintomas de asma (23,2%) no ano de 2012, bem como de relato de 
asma no passado (12,4%). 
No estudo de Costa, Zanolli e Nogueira (2018), relata que as crianças 
acometidas por esta afecção, geralmente, têm na atenção primária o acesso inicial 
ao sistema de saúde. Compete, dessa forma, a esse nível de atenção a 
implementação de ações de promoção, prevenção, proteção, diagnóstico e 
tratamento de doenças, desenvolvidas por meio de práticas de cuidado integrado, 
realizadas por equipe multiprofissional e dirigidas à população em território definido. 
Assim realizando todos esses cuidados poderia se ter um numero menor de 
internações por asma. 
 
 
 
 
 
22 
 
Gráfico 04: Diferença no número de internações entre os sexos Masculino e Feminino 
nos anos de 2015-2019 nas Capitais do Nordeste no Brasil. 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) 
 
O gráfico 04, retrata a diferença entre o numero de internações do sexo 
masculino e feminino, esses dados foram obtidos pelo DATASUS, referentes aos 
anos de 2015-2019, a região nordeste contemplou 16.673 casos de internações 
decorrentes da asma, sendo 56,09% correspondente ao sexo masculino e 43,91% 
do sexo feminino com a faixa etária de um a quatro anos de idade. 
Saldanha et al. (2014) mostram que as manifestações clínicas da asma 
aparecem geralmente em crianças abaixo de 5 anos de vida, pois é na infância que 
os indivíduos estão mais susceptíveis à asma e demais doenças respiratórias, visto 
que nessa fase da vida ainda há uma imaturidade fisiológica. 
Saldanha et al. (2014), retrata ainda que em uma pesquisa realizada no 
Hospital das Clínicas da Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de 
Uberlândia, foi identificado que na maioria das enfermidades asmáticas ocorreu na 
categoria pediátrica, especialmente na faixa etária compreendida entre 2 e 6 anos, 
tendo uma média de 3,8 anos. Já no serviço pediátrico para doença alérgica de 
Curitiba/PR, atestou-se também uma maior frequência de início para asma em 
idades inferiores a 3 anos. 
Dados do estudo de Cardoso et al. (2017) e Stirbulov et al. (2016), mostram 
que o Brasil apresentou uma diminuição de 36% no número de hospitalizações entre 
2008 e 2013, sendo as regiões Norte, Nordeste e Sudeste as que apresentaram as 
9.352
7.321
16.673
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
Masculino Feminino Total: F+M
FA
IX
A
 E
TÁ
R
IA
 1
-4
 A
N
O
S
SOMATÓRIO DE INTERNAÇÕES ÚLTIMOS 5 ANOS (2015-2019)/SEXO: M/F
Masculino
Feminino
Total: F+M
23 
 
maiores taxas. Mais o custo das internações chegou a quase 170 milhões de dólares 
americanos naquele período. Uma revisão sistemática encontrou o valor de 733 
dólares americanos por pessoa ao ano despendidos com hospitalizações e 
medicamentos para o tratamento da asma. 
Quanto à sintomatologia da asma, os sinais e sintomas são a dispnéia, a 
tosse, o sibilo e a dor torácica. Estudo realizado com crianças em Minas Gerais 
mostrou que a tosse é o sintoma mais frequente e aparece em 35 % dos pacientes 
em crise. Em seguida surge o chiado (25%), a falta de ar (22%) e a dor no peito 
(4%), sendo que 7% apresentaram todos os sintomas relacionados (MEIRELES; 
LIMA; SPÓSITO, 2013). 
Em alguns estudos abordados sobre asma, houve uma predominância maior 
de internações no sexo masculino, comparados as do sexo feminino. E por meio de 
toda essa analise, podemos observar mediante outros estudos para nossa pesquisa, 
que asma é sim um problema de saúde publica e os gastos com internações 
desnecessárias podem ser reduzidas, através da promoção, prevenção e um melhor 
direcionamento de gastos públicos. Assim podemos dar uma melhor qualidade de 
vida as nossas crianças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
6 CONCLUSÃO 
 
 A partir deste estudo epidemiológico e ecológico, foi possível concluir que 
existe uma associação de vários fatores desencadeantes da asma para crianças, 
destacando-se os genéticos, estilo de vida, a super proteção dos pais em relação 
aos filhos e os fatores ambientais e estresse emocional. 
A despeito do contratempo em obter os dados epidemiológicos e as 
limitações que dificultaram o conhecimento real da doença, observou-se que ainda 
com o decorrer dos tempos os números excessivos de internações por asma são 
alarmantes. 
 O estudo abordou também um numero excessivo de pacientes internados por 
asma nas principais capitais do Nordeste no Brasil, principalmente em crianças com 
a faixa etária de 1-4 anos, tendo uma predominância no sexo masculino. Outros 
autores confirmaram estas predominâncias, no qual se conclui que devemos ter uma 
melhor assistência nos primeiros anos de vida. 
 Uma melhor assistência e a implantação de novas estratégias de assistência 
qualificada às crianças asmáticas deve acontecer em todos os níveis de atenção à 
saúde, especialmente na atenção básica, isso reduziria os números excessivos de 
internações de crianças acometidas pela asma, pois a atenção básica é a porta de 
entrada de todos os atendimentos pelo SUS. 
 As ações voltadas para o manejo adequado da doença nesse nível de 
atenção podem colaborar efetivamente para a redução de prejuízos para a saúde 
infantil, diminuição da sobrecarga de atendimentos nos serviços secundários e 
terciários, assim como, a redução de custos relacionados aos atendimentos de 
emergência e internações por asma. 
 Dada complexidade dos fatores envolvidos no tratamento da criança com 
asma, a formação de uma equipe multiprofissional, que atue de forma integrada, 
pode ser fundamental para assegurar a atenção adequada a essa população. 
 O aperfeiçoamento das atividades interdisciplinares pode favorecer para a 
superação da fragmentação do cuidado, além de um comprometimento dos 
profissionais de saúde e promover a qualidade do serviço especializado, 
possibilitando um propósito mais ampliado, que contemple não apenas as 
necessidades clínicas dos pacientes, mas também aspectos sociais e educacionais. 
25 
 
 Faze-se necessário capacitar os profissionais de saúde para orientar e educar 
a coletividade sobre a história natural da asma adequadamente. Uma intervenção 
educativa associada ao tratamento clínico é primordial e essencial no controle da 
doença. 
 Há uma crescente divulgação de estudos voltados para o nível de 
hospitalizações decorrentes da asma em crianças. Essa tendência ocorre em virtude 
do impacto da doença crônica no cotidiano dos pacientes e seus familiares. 
Entretanto,a atenção interdisciplinar no manejo da doença tem sido pouco 
explorada. 
 Pode-se também perceber que esse número de internações sempre estar 
voltada para atenção primaria, apesar da mesma, ter programas voltados para 
crianças com asma, então nota-se que os programas não são tão afetivos. Pois 
precisa fazer uma busca ativa desses pacientes, para que se possam implantar os 
métodos de prevenção, promoção, educação, qualidade em saúde, dentre outros, 
com mais efetividade. 
 É visível que a elaboração destas ações e estratégias não são tarefas fáceis. 
Acima de tudo, acredita-se que mediante um trabalho organizado, os profissionais 
possam intervir garantindo e contribuindo na melhoria da atenção dos pais e as 
crianças com asma, assegurando que ela ocorra de forma integral e humanizada. 
 O presente estudo torna-se relevante, pois pode se perceber que a partir de 
uma assistência bem prestada e mais cuidadosa o numero de internações de 
crianças por asma pode diminuir, contribuindo assim comum uma melhor qualidade 
de vida para as crianças e seus pais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
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