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FAI - FACULDADE IRECÊ
CURSO: Engenharia Civil
Paulo Jorge Andrade Santana
RESENHA DO LIVRO CIDADANIA NO BRASIL: O Longo Caminho
Irecê/BA
2020
Paulo Jorge Andrade Santana
RESENHA DO LIVRO CIDADANIA NO BRASIL: O Longo Caminho
Resenha apresentada para a disciplina Ética, Sociedade e Cultura, no curso de Engenharia Civil, da FAI – Faculdade Irecê
Prof. Rodolfo Carneiro Dourado
Irecê/BA
2020
1 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
2 APRESENTAÇÃO DO/A AUTOR/A DA OBRA 
José Murilo de Carvalho (filho de Sebastião Carvalho de Sousa e Maria Angélica Ribeiro, nascido em 08 de setembro de 1939, Piedade do Rio Grande, MG), é um grande cientista político e historiador brasileiro, graduou-se em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1965, especializado em Metodologia de Pesquisa, Universidade de Michigan (1967), com mestrado (1969), e doutorado (1975) ambas em Ciência Política pela Stanford University. Em 1977, concluiu seu pós-doutorado em História da América Latina pela University of London. Foi professor na UFMG, e professor visitante nas universidades de Stanford, California-Irvine, Notre Dame (Estados Unidos), Leiden (Holanda), Londres e Oxford (Inglaterra) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales (França). José Murilo é o único historiador brasileiro a ter assentos na Academia Brasileira de Letras (desde 2004) e também na Academia Brasileira de Ciências.
3 PERSPECTIVA TEÓRICA DA OBRA 
Como grande historiador e cientista político, José Murilo de Carvalho atento às questões políticas e sociais de cunho marxista, defensor da existência e preservação da ordem e igualdade dos direitos, também defensor da educação 
4 BREVE SÍNTESE DA OBRA 
José Murilo retrata na obra uma cronologia dos grandes e pequenos eventos sucedidos no Brasil, não deixando de associá-la ao modelo inglês e norte-americano. É feita também uma crítica ao processo em que se deu a construção da democracia, dos direitos e da própria cidadania no Brasil, desde 1500, era colonial ao período Collor.
5 PRINCIPAIS TESES 
A obra Cidadania no Brasil: o longo caminho sustenta a ideia de que a democracia e a existência dos direitos, portanto da cidadania, se deu de forma não comum no Brasil. É levantado pelo autor que o maior empecilho para a construção de uma mente cidadã, logo de toda uma cidadania, veio a ser a escravidão e exploração de indivíduos, e por ser base da progressão brasileira como potência, sua erradicação da cultura nacional se deu muito lentamente. Ainda é sustentado a desordem na forma como se deu os direitos civis, sociais e políticos, ao passo em que por vezes se extinguia um, quando outro era conquistado, sendo este outro fator negativo na inserção da cidadania no Brasil.
6 Reflexão crítica sobre obra e implicações 
A princípio, José Murilo de Carvalho retrata os acontecimentos e fatos que corroboraram e proporcionaram a existência de uma democracia no Brasil, e para ele, um marco nessa luta foi o fim da ditadura militar em 1985, com o retorno dos direitos- social, político e civil -. José Murilo expressa a cidadania como um fenômeno que apesar de existente em muitas nações, elas se diferem em muito. A cidadania, é descrita inicialmente como complexa, e Carvalho descreve de antemão que ao surgirem, os direitos e a própria cidadania são também fenômenos históricos. É dito que, a construção da cidadania é relacionada com a interação das pessoas com o Estado e a Nação, assim, o indivíduo se sentiria cidadão ao pertencer a um estado e uma nação. José Murilo sustenta que a educação foi de grande auxílio para a formação da cidadania, foco principal do seu debate.
No capítulo I, José Murilo faz retórica ao obscuro passado que se deu a construção do brasil em seu período colonial. Descreve-se o contraste do que se entende por cidadania à realidade que existia em território brasileiro, e à vida que levavam os colonizados/escravizados sob punho vil colono português. Também e citada por Carvalho a inexistência da educação básica no Brasil-colônia, e quando presente, em muito dificultado, pois Portugal negava ensino aos desfavorecidos, prevenindo uma temida rebelião, tampouco a inserção de instituições de ensino superior. Neste capítulo são analisados a escravidão os eventos ocorridos no Brasil como fatores pertinentes no retardo da construção de uma cidadania. José Murilo é claro em afirmar o descompassado ritmo em que se deu a existência e consciência dos direitos, sobretudo o civil, sendo ele a base para os demais. É discutido ainda o sentido de pertencimento á nação e de pátria, ditos por Carvalho serem inseridos na sociedade brasileira e adotados pelos povos brasileiros principalmente pela influência de guerras, sendo elas incialmente um conceito deturpado tido por pertencimento a província ou ao estado, o que gradualmente veio a ser a identidade de pertencimento a um Brasil nação.
Em seguida, José Murilo de Carvalho vai denotar a complexidade que se deu no progresso dos direitos, a começar dos anos 1930, sobretudo com influência dos movimentos de civis e militares em expor sua insatisfação aos governos. É notado por Carvalho que o despertar da consciência cidadã e patriótica da população se intensificou com mais vigor após a guerra do Paraguai, de modo que a partir desta surgiu nos- agora então - cidadãos brasileiros, com mais força em militares, a necessidade de preparo e inserção de novos integrantes ao poderio militar, outrora abominado pela população. Essa união e sentimento de pertencimento segundo José Murilo foi o que permitiu ao povo lutar reivindicando exigências, e contra as oligarquias ainda presentes no governo republicano, de modo os militares em 1930 conseguiram força para derrubá-lo. É notado então, que se fazia presente maior participação política da massa popular, de modo que mesmo inconscientemente emergia dos cidadãos a crítica ao governo, diferentemente do que se apresentava na segunda metade do século XIX.
 Salientado pelo autor, a começar das reformas iniciais, percebia-se a integração mais forte dos direitos socias como a melhoria da educação, saúde e a adesão dos direitos trabalhistas. As revoltas permitiram aos militares conhecimento e crítica de cunho econômico, político e social, dando-lhes visão política mais clara com ideias de reformas. É observado que no passo em que militares ganhavam apoio contra as oligarquias, suas motivações foram excessivas, fato que permitiu uma tomada em 1937 com apoio de políticos, instaurando um governo ditatorial, que segundo José Murilo, era fruto de um avanço democrático instável. Embora haja tido um recuo nos direitos políticos e civis, José Murilo relata o avanço nos direitos sociais, com a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), criando forte reorganização no sistema trabalhista, presente ainda hoje no sistema brasileiro, mas esses direitos ainda tinham características de privilégio a uns e não de direito com acesso a todos. Para José Murilo, essa mudança de governo e o surgimento das legislações e sindicatos trabalhistas e políticos, permitiu a inserção do direito social e o reconhecimento das necessidades da classe trabalhadora. 
José Murilo vai afirmar que só após o fim do primeiro governo totalitário da República, é que foi possível o primeiro contato da sociedade brasileira com uma democracia em toda a sua trajetória. Houve nesse tempo a retomada aos direitos político e civil, com marco na liberdade de expressão, muito embora tal governo tenha durado por um curto período. A partir do segundo governo militar, descreve José Murilo, houveram fortes movimentos de base política e econômica, o que significava maior conhecimento político e maior crítica ao governo quanto à economia e à atuação do governo, como nos assuntos mais relevantes: petróleo, entrada de capital estrangeiro e a extração de matéria prima. Será observado também,que nunca antes houvera tamanha movimentação de opinião pública até então quanto na implantação da Petrobrás; ela havia se tornado símbolo do nacionalismo e populismo. Após o suicídio do presidente Vargas, influenciado por revoltas militares, o período Kubitschek mostrou-se o mais democrático e pacífico até então. Percebe-se a partir daí maior dedicação ao ensino, haja vista maior participação de universitários nas movimentações políticas. É aborda a inserção da classe rural- outrora intocada pelos governos temendo reação negativa dos proprietários de terras - nas movimentações políticas com autonomia, reação reconhecida pelo governo ao integrar o trabalhador rural às legislações e aos sindicatos. Surgiram após a imersão dos trabalhadores rurais na política nacional, exigências de reformas como o direito a voto de analfabetos, excluídos desde a primeira república.
É dito que só a partir de 1945 os direitos políticos sofreram mudanças: podiam votar homens e mulheres a partir dos 18 anos de idade. Muito embora ainda fossem excluídos os analfabetos e militares, tal fato se se mostrou um grande avanço para a formação da cidadania. Fez-se notável maior presença da população na política, tanto nas eleições quanto a participação em comícios, sindicatos e ligas partidárias.
O autor retrata o surgimento do segundo regime ditatorial, entretanto, tal governo era regido exclusivamente pelos militares. É descrita a similaridade entre os dois períodos, uma vez que ambos tinham foco nos direitos sociais, com forte repressão ao acesso do direito civil e político. José Murilo divide o segundo período em três fases: a primeira, de forte repressão aos cidadãos e a retomada do avanço econômico (1964 - 1968), a segunda, dita pelo autor como a mais sombria, caracterizada por repressão dos direitos civis e políticos mais agressiva e os mais altos índices de progresso no âmbito econômico (1968 – 1974), a última, caracteriza-se pela tentativa de reduzir as leis de repressão, com êxito ao longo do tempo e com a presença da voz opositora ao sistema. 
José Murilo retrata a forte participação dos militares na política desde a primeira república, embora tenham começado com poucas atividades e influência. Segundo o autor, o motivo que tenha conduzido a revolta militar e a tomada do poder possa ter sido a divisão ideológica, o que transmitia risco a integridade do corpo militar. É dito ainda os níveis de declínio da democracia: violação dos direitos de segurança em moradias, à integridade física e moral, e é citado pelo autor aos bárbaros, alguns de cunho pessoal, como pena de morte, assassinatos e até mesmo torturas em nome da segurança nacional. Não é passado em branco o quantitativo anormal de militares, servidores púbicos e civis demitidos sob mesma acusação de intento contra a suposta ordem e segurança nacional. É mostrado que apesar de toda a censura, o povo ainda poderia votar, e o autor expressa o aumento impressionante de votantes, embora a votação não fosse pra muitos cargos.
Embora em regime agressivo, o Brasil conquistou fortes índices de crescimento econômico, mas é expresso por José Murilo, que apesar do alto crescimento econômico, tal progressão não foi compartilhada de maneira igualitária, mas sim em favor dos maiores, e percebe-se ás prévias do fim do regime político um disparidade ainda maior das classes sociais. José Murilo apresenta também o alto índice de participação da mulher no setor trabalhista, o que segundo ele, ajudou a estabilizar a condição de muitas famílias, uma vez que o salário mínimo havia decaído á basicamente metade do que se havia conseguido outrora. Apesar de toda supressão, o autor aborda a elevação de investimento nos direitos sociais por parte dos militares, como a extensão da previdência a uma parcela muito maior da população do que se havia conseguido anteriormente, tais como a inserção do trabalhador rural, trabalhadoras domésticas e autônomos. O autor retrata que no último período, houve abrandamento nas repressões de expressão por parte do governo militar, que possibilitou a eleição do primeiro presidente eleito por civis após o período de regime, e José Murilo atribui esse avanço a existência de grupos inseridos no governo contrários a permanência sem prazo do exército no poder do país.
Já se aproximando o final da ditadura, José Murilo aborda a volta de comícios e propagandas eleitorais, a formação de novos sindicatos, formados agora de operários e trabalhadores diversos, movimentação política da oposição com maior força, tudo graças ao abrandamento no jugo militar. José Murilo dirá que as movimentações políticas de civis se multiplicaram durante o fim do regime militar, com manifestações á greves de trabalhadores, e segundo o autor, isso representaria maior conhecimento e entendimento do direito que os civis poderiam reclamar. Grande marco descrito pelo autor veio a ser a aliança da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) à luta contra a ditadura, eles aclamavam humanização dos direitos e se tornaram grande pilar popular. José Murilo retrata que a população nunca antes havia se unido em tamanho número para lutar pelos direitos políticos como em 1984, majoritariamente pelo voto direto, entretanto, apesar das conquistas dos direitos sociais e políticos, a falta do direito civil deixava parte da população em estado precário, tendentes a marginalização
Findado o regime militar, José Murilo relata o maior avanço nos direitos políticos, sendo inserida a facultatividade do voto aos analfabetos, tornando-o facultativo à população posteriormente, permitindo ainda a criação de partidos políticos, e a manifestação pública, embora segundo o autor, ainda houvesse um declínio maior nos direitos civis. O impedimento de Fernando Collor, é considerado por José Murilo como o maior ato cívico democrático, fato que mostra a evolução da consciência política dos cidadãos. José Murilo aborda a disparidade das classes sociais como um perigo à integridade do direito social, uma vez que a desigualdade tenha surgido no período colonial e de origem racista e regional. É notado a retomada dos direitos civis apenas em 1985, ao passo que alguns avanços se davam de maneira lenta, como a recorrência à justiça para exigir funcionamento da constitucionalização e a preservação dos direitos do consumidor, mas o desconhecimento dos civis acerca dos seus diretos dificultava a execução dos mesmos. Também dito pelo autor, as força impostas para defesa e ordem pública mais ameaçavam que protegiam os direitos humanos, dado sua formação com base no militarismo, assim, tornavam-se fora de controle e amedrontava a população, uma vez que seu dever seria assegurar o bem estar de todos. 
José Murilo diz que, dados os fatores, os cidadãos não tinham conhecimento dos direitos, e quando o tinham, não se havia meios para os exigir. Havia sim, uma pequena parcela da população, mínima, com educação superior e com posse de capital que poderiam deleitar da integridade de seus direitos plenamente.
Por fim, José Murilo de Carvalho atesta os avanços dos direitos, embora envolta em muita oscilação. Ele afirma a incredulidade sustentada pelos civis de que o sistema político pode em si resolver os problemas enfrentados pelas diversas classes de maneira íntegra e rápida. O autor critica a forma como os direitos foram colocados, e a supremacia empregada ao poder executivo no período ditatorial. É dito ainda que pela pequena experiência com um modelo de governo democrático, a tolerância da população com o modelo de execução governamental tem se mostrado cada vez menor e José Murilo afirma que os representantes do povo já não são suficientes para resolver a maior parte dos problemas enfrentados pela sociedade brasileira. Assim, os leitores vendem seus votos em favor das melhores promessas de mudança, ao passo em que os eleitos das mais diversas categorias, apoiam o governo em troca de favores e capital financeiro. Sobretudo, este é um livro indicado a leitores como busca pela história econômica, cultural e política do Brasil. Pode-se destina-lo atodos com capacidade de voto, pois este traz luz da real importância de uma democracia igualitária, educada e funcional.

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