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FACULDADE FARESE JULIANA RODRIGUES MOREIRA CONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS NO ENSINO SUPERIOR DIANTE DAS CONSTANTES MUDANÇAS NO CENÁRIO ATUAL CARATINGA-MG 2020 FACULDADE FARESE JULIANA RODRIGUES MOREIRA CONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS NO ENSINO SUPERIOR DIANTE DAS CONSTANTES MUDANÇAS NO CENÁRIO ATUAL Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR. CARATINGA-MG 2020 CONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS NO ENSINO SUPERIOR DIANTE DAS CONSTANTES MUDANÇAS NO CENÁRIO ATUAL Juliana Rodrigues Moreira 1 Declaro que sou autora¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO- Considerando o cenário atual de transformações constantes, as inovações tecnológicas e surgimento de novos perfis profissionais, esse trabalho objetiva abordar e refletir sobre os desafios encontrados no ensino superior e a busca de soluções e estratégias de práticas educacionais que contribuam com a melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem no ensino superior. São abordados alguns aspectos da educação superior como: a necessidade de um ensino atual e motivador para o aluno; inovações tecnológicas no trabalho do docente no ensino superior; as características, capacidades e desafios de diferentes gerações; reflexões sobre concepções e práticas pedagógicas para uma postura adequada do docente frente a novos desafios e situações adversas; e as novas necessidades apresentadas por uma sociedade em constante mudança às profissões e a exigência de novos perfis profissionais. Diante desse cenário de constantes transformações é possível concluir que existe uma grande necessidade de constante reflexão, renovação e atualização das práticas educacionais no ensino superior visando atender as demandas da sociedade atual para a formação do futuro profissional. PALAVRAS-CHAVE: Desafios Educacionais. Formação Profissional. Inovações Tecnológicas. Práticas Pedagógicas. 1 jrm_juliana@msn.com 1 INTRODUÇÃO O docente do século XXI já não é apenas um transmissor de conhecimentos como era no passado, esse profissional necessita entender e usar metodologias inovadoras diante da complexidade no contexto atual e das exigências dos alunos do ensino superior oferecendo um aprendizado com agilidade e dinamismo. Possibilidades e desafios surgem constantemente demandando ações práticas dos educadores para que adequações sejam feitas diante de cada situação que se apresenta. É preciso estar preparado para enfrentar as constantes mudanças, demandas e desafios da sociedade atual. A docência no ensino superior encontra-se num contexto complexo, com muitos desafios, ações a serem planejadas e implantadas, e principalmente, a exigência de um trabalho dedicado dos profissionais da educação no campo universitário. Essa profissão exige esforço, determinação, compromisso, enfrentar limitações, mesmo quando o trabalho não é valorizado, e, sem dúvida, enfrenta uma complexidade de trabalhos frente a demanda da sociedade e exige planejamento, ação e reflexão constante das práticas educadoras. Contudo, são esses desafios que motivam os profissionais na busca de soluções e melhorias do ensino superior. O educador precisa estar atento e reavaliar constantemente e práticas educacionais, para poder adequá-las conforme a realidade dos estudantes que estão sob sua responsabilidade. Frente a mudanças, os docentes do ensino superior precisam suporte teórico para que as suas ações sejam fundamentadas em conhecimentos específicos e científicos. A universidade também precisa estar em sintonia com seu corpo docente, criando, implantando e adequando ações necessárias para um ensino de qualidade, ressaltando que são os docentes que formam a identidade das instituições do ensino superior (IES). Fundamentado em obras, pesquisas e estudos desenvolvidos sobre as práticas docentes no ensino superior diante das constantes mudanças no cenário atual, este trabalho objetiva abordar os desafios e possibilidades do ensino superior, o processo ensino-aprendizado no contexto atual, a necessidade de repensar ações para garantir uma melhor qualidade de ensino, e por meio de reflexão, a busca de soluções e proposição de melhorias para um processo de ensino-aprendizagem para atender as demandas da sociedade atual. 2 A NECESSIDADE DE UM ENSINO ATUAL E MOTIVADOR PARA O ALUNO A formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho na sociedade atual repleta de constantes inovações tecnológicas e demandas de resultados imediatos cria uma necessidade de colocar em prática estratégias pedagógicas que contribuam com um processo de ensino-aprendizagem atual, dinâmico e principalmente motivador para esses futuros profissionais. O papel da universidade no Brasil necessita de uma redefinição que possibilite acompanhar a evolução tecnológica que tanto define os contornos do exercício profissional contemporâneo e deverá responder não só aos desafios tecnológicos, mas também pela questão ética, que diz respeito a toda amplitude da existência humana (LEITE, 2019, [s. p.]). A formação do educador não termina na graduação, a educação continuada e permanente é parte da vida profissional. Métodos de aprendizagem, estratégia de desenvolvimento e conteúdo para a capacitação do futuro profissional, necessitam priorização. A educação deve ser igualitária, focada na cidadania, objetivando alcançar todos os cidadãos. A estrutura universitária deve ter comprometimento com a produção de novos conhecimentos e desenvolvimento da capacidade de adaptação às mudanças, além de oferecer ao futuro profissional as fundamentações teóricas, possibilitar o reconhecimento de direções diversas, ferramentas para uma performance eficiente e criativa, principalmente em situações imprevisíveis, e preparação para as mudanças da profissão (LEITE, 2019). O estudante, ao ingressar no ensino superior, espera que o professor seja o responsável pelo processo de ensino-aprendizagem, com conteúdo auto explicativo, de fácil assimilação e atraente, já o professor tem expectativas nas quais os alunos são interessados, curiosos, engajados e capazes de reconhecer os objetivos de cada disciplina e do curso em geral. Um professor qualificado deve procurar entender as origens dos alunos, o que esperam do curso, seus interesses e motivações, capacidade de aprenderem, e necessidades de cada um, e assim poder agir adequadamente, já que é através do ensino superior que são formados os profissionais que atuaram no mercado de trabalho (COVINGTON, 2004 apud ALMEIDA, 2012). Ao desenvolver a Teoria da Autoestima e de todos os estudos que a sustentam, Covington (2009) conclui que a probabilidade de motivar os alunos a envidar esforços ao mesmo tempo em que promove a disposição de permanecer intelectualmente engajados por toda a vida, depende muito da capacidade das instituições e dos professores como individuo de ajudar os alunos a descobrir e nutrir os verdadeiros propósitos de seus trabalhos,ou seja, satisfazer seus objetivos pessoais e aspirações a longo prazo. A luta para moldar valores pessoais e criação de significado é o máximo de todos os motivadores humanos. É por esse motivo que futuras direções da pesquisa devem dar prioridade ao estudo mais aprofundado da base de motivação orientada a objetivos e, em particular, como o compartilhamento de nossas teorias com os alunos pode ajudá-los a criar seu próprio futuro (COVINGTON, 2009, p. 167, tradução do autor). A motivação dos alunos varia de acordo com a disciplina e a percepção deles a respeito da importância dos conhecimentos, das habilidades ou das experiências conforme um estudo de comportamento de alunos universitários, na qual os autores chamam a atenção dos profissionais docentes para o fato de que os alunos são motivados de maneira diferente (JACOBS E NEWSTEAD, 1999). A qualidade e a intensidade de engajamento do aprendizado estão diretamente relacionadas com a motivação do aluno, como, por exemplo, as razões na qual alguns alunos completam trabalhos acadêmicos mesmo enfrentando enormes desafios e outros acabam por abandonar tais trabalhos. É preciso analisar os vários elementos dentro do contexto acadêmico para poder entender como os alunos se engajam no aprendizado e suas motivações para desenvolver práticas adequadas ao processo de formação do futuro profissional. Ou seja, o ambiente, a estrutura e a prática pedagógica estão ligadas ao padrão motivacional do estudante. O estudo da motivação em sala de aula é uma possibilidade para entender os elementos dentro do contexto e suas consequências (ALMEIDA, 2012) É importante que educadores atentem para a elaboração e o desenvolvimento de atividades que os aproximem mais da vida acadêmica. Considera-se válido o investimento em programas que auxiliem o aluno a refletir, conscientizar-se e construir significados para os estudos. Seja por meio de programas de orientação profissional, que podem ser oferecidos nas séries iniciais, ou qualquer outro programa que contemple esta concepção. Certamente, à medida que avança nessa construção, o acadêmico terá grandes oportunidades de melhorar também no seu envolvimento com os estudos e na qualidade da motivação (ALMEIDA, 2012, p. 131). Os conhecimentos adquiridos na pesquisa de Almeida (2012) visam promover uma prática pedagógica focada no significado das atividades acadêmicas, proporcionando valor ao esforço do aluno, que resultará em um enriquecimento da qualidade de ensino. Entender a dinâmica da sala de aula e os processos de aprendizagem representam um grande desafio e o compromisso de uma prática pedagógica mais reflexiva. É fundamental conhecer, refletir e identificar a motivação dos discentes relacionados aos processos de aprendizagem acadêmicos, implantar estratégias e práticas de ensino e de motivação que promovam a melhoria da qualidade no ensino superior no Brasil. 3 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NO ENSINO SUPERIOR As inovações tecnológicas resultam de buscas visando formas eficientes de melhorar as condições de vida em todos os campos, mas não se pode pensar apenas em computadores, internet e tecnologia similares quando se refere a inovações tecnológicas, mas as todas as técnicas desenvolvidas através das atividades humanas que resultam em soluções para os problemas desde a criação do homem, como a descoberta do fogo, a invenção da roda e até mesmo o uso de pedras como ferramentas. No contexto atual é possível observar que as inovações tecnológicas vêm crescendo numa velocidade exponencial, inundando a sociedade com novidades, criando um enorme desafio para acompanhar todo esse processo e mais desafiador ainda, como utilizar e filtrar essas inovações na vida profissional, pessoal e acadêmica. As inovações tecnológicas trazem uma gama enorme de possibilidades na melhoria do ensino superior, por outro lado, resulta em enormes desafios para a estrutura docente, criando a necessidade de constante reflexões, adaptações e melhores metodologias para acompanhar o avanço tecnológico da sociedade atual. A emergência paradoxal dos novos processos de produção e disseminação da informação e do conhecimento coloca um grande desafio à educação, quais sejam, a necessidade de repensar seus fundamentos e recriar métodos ou aportes científicos fundamentais para a formação de indivíduos competentes, capacitados para lidar com características históricas, sociais e políticas atuais (ALVES, 2009, p. 13). As tecnologias de informação e comunicação (TIC) fazem parte do cotidiano universitário, e para satisfazer as rápidas transformações tecnológicas do mundo moderno, os processos de ensino-aprendizagem necessitam adaptações constantes, pois existe um grande risco do ensinar tradicional estar desatualizado e não atender as exigências do contexto atual. As conexões resultantes das TICs possibilitam quebras de limites geográficos e o compartilhamento e o acesso às informações em instantes e praticamente em qualquer ponto do planeta. Com as possibilidades e facilidades que os recursos tecnológicos oferecem, é preciso repensar a educação e os novos papéis e responsabilidades da estrutura universitária na construção do conhecimento. A interatividade tecnológica continuará crescendo e transformando a sociedade atual, e o professor tem um papel importantíssimo dentro desse contexto (CASTILHO, 2015). Na realidade atual na qual as necessidades educacionais demandam melhores qualificações, cursos de graduação ganham relevância, e a responsabilidade das IES com a formação do profissional exige compromisso com a produção de novos conhecimentos e o ajustamento às mudanças. Novas tecnologias criam a necessidade de novos perfis profissionais, que consequentemente exigem das IES adaptações ao processo de ensino-aprendizado, de informações, conhecimentos abstratos e atividades integradas na formação desses novos perfis profissionais. Há ainda os desafios sociais, culturais e econômicos na transição do ensino tradicional para um ensino com inclusão de novas tecnologias no ensino superior, onde a maior resistência está entre os envolvidos responsáveis pela adoção de novas metodologias de ensino para uma prática pedagógica consciente. Além dessa resistência, a falta de formações adequada do educador superior também é uma barreira ao uso adequado das TICs. As IES precisam buscar sempre a capacitação técnica e pedagógica para a inserção e uso das TICs, para assim poder atender as demandas do mercado de trabalho cada vez mais modernizado (SANTOS, 2015). 4 AS CARACTERÍSTICAS, CAPACIDADES E DESAFIOS DE DIFERENTES GERAÇÕES “Quando se escreve sobre gerações, é preciso considerar os diversos fatores que ajudam a entender o tema, principalmente o conceito que é mais aceito pelos estudiosos, a separação da sociedade pela idade cronológica” (OLIVEIRA, 2016, p. 23) Cada geração tem características próprias, com opiniões e comportamentos diferentes, conforme o contexto e a época na qual cresceram e foram educados, além de diferentes habilidades e potenciais (DINIZ et al., 2015). As IES, como estrutura transformadora, têm como responsabilidade reconhecer cada geração e as características de seus estudantes visando proporcionar uma formação profissional adequada ao mercado de trabalho que irão ingressar. A educação está sempre se transformando e as IES devem estar sempre um passo à frente da transformação e com tendências alinhadas as necessidades e motivações das próximas gerações. As gerações são classificadas em: Geração X, nascidos entre as décadas de 1960 e 1980; Geração Y, ou millennials, nascidos entre a segunda metade da década de 1980 e final dos anos 1990; Geração Z, ou nativos digitais, nascidos entre o início do novo milênio e o fim de sua primeira década; e Geração Alpha: nascidos a partir de 2010 (LULIO, 2017). É preciso planejar,pensar em estratégias mais eficientes respeitando cada geração, considerar as motivações das dos alunos na escolha da profissão, conhecer suas características, entender suas crenças, comportamento, e principalmente entender como constroem o conhecimento. A geração baby boomers cresceu sob a influência da TV, e a imagem foi relevante na construção dos conhecimentos, embora o rompimento do pensamento linear tenha começado com novas tecnologias, foi possível para essa geração continuar construindo o conhecimento com leituras tradicionais. A geração X, é a que hoje, é capaz de lidar melhor com a construção do pensamento característico da geração baby boomers, e ao mesmo tempo tem habilidades com a tecnologia e os ambientes virtuais características das gerações Y e Z, e por sua vez essas novas gerações assimilam informações e constroem conhecimento de uma nova forma. Assim, os novos processos de ensino-aprendizagem devem considerar o processo de desenvolvimento das novas gerações, reconhecer suas qualidades e suprir necessidades para o desenvolvimento do conhecimento nesse momento de transformação. Para isso, os professores devem entender essas novas gerações, suas características, habilidades e desafios, além de se empenharem em construir novas práticas educativas, que promovam novos caminhos na construção do conhecimento. Não menos relevante, devem fazer um trabalho de autoconhecimento e de reflexão de sua própria formação profissional, construindo e https://blog.lyceum.com.br/millennials-como-atender-uma-geracao-que-esta-mudando-o-comportamento-social/ reconstruindo as práticas educacionais, com uma constante atualização do conhecimento técnico e teórico da própria disciplina. É fundamental ainda o domínio de novas tecnologias na produção de materiais didáticos e transmissão de conhecimentos, além de desenvolver técnicas de interação e diálogos com essas novas gerações. Os projetos pedagógicos e trabalho coletivo necessitam melhor elaboração, pois as práticas educacionais só são adequadamente construídas se as IES trabalharem como um todo, e não com práticas isoladas de seus membros (FRANCO E SANTOS NETO, 2010). 5 REFLEXÕES SOBRE CONCEPÇÕES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA UMA POSTURA ADEQUADA DO DOCENTE FRENTE A NOVOS DESAFIOS E SITUAÇÕES ADVERSAS. O processo ensino-aprendizado e a relação professor-aluno são muito mais complexos do que uma simples transmissão de conhecimento técnico, pois esse processo envolve o contexto social, cultural, político e psicológico do professor e dos alunos. As relações estabelecidas na construção do conhecimento têm grande relevância pois implicam confiança, agregação de valores, culturas e afetividade. Ensinar é um processo de construção de conhecimento e de identidade, o que exige uma reflexão crítica do docente sobre sua prática educacional, para que este não atue de forma mecânica, e reconheça seu papel na formação do indivíduo. O professor universitário no momento histórico tem o compromisso de refletir sobre contexto de sala de aula, a formação profissional, intelectual, moral e cultural do aluno. Assumir uma postura em que ensinar é conduzir o aluno à construção do seu próprio conhecimento é fundamental no contexto atual, para isso reflexões profundas sobre o caminho da formação é uma enorme responsabilidade da docência. A prática educacional não pode ser baseada em receitas prontas, mas em fundamentos trabalhados com intencionalidades objetivas na formação do docente, na performance em sala de aula, nas atividades curriculares, e no respeito ao estudante. O professor precisa ter uma postura ética e vigilante para poder oferecer ao aluno a capacidade de reflexão e autonomia, promover um espírito investigativo e reconhecer seu papel na sociedade (PEREIRA, 2015). Ser professor no ensino superior tem se tornado cada vez mais complexo no contexto atual, com as transformações que as IES vêm sofrendo levando a uma reconfiguração da estrutura acadêmica, resultado das mudanças e políticas de educação superior. A postura de alguns professores são consequências das condições e limites do cenário do ensino, das reformas de currículos, de avaliação externa e normatização, fatores que podem afetar o trabalho acadêmico. As intensas transformações econômicas, sociais, políticas, culturais e tecnológicas têm como consequência novos requerimentos que exigem preparação dos professores, os quais devem refletir e revisar suas práticas e buscar novas soluções para a construção da sua postura profissional. Estudos têm sido feitos sobre os fatos que afetam as IES para encontrar novas estratégias de ensino. Com todas as transformações no ensino superior, é preciso analisar o ambiente do ensino superior e as consequências na performance do docente, o que, além de desafiante, exige uma adaptação e principalmente uma reconfiguração da prática do professor universitário. É preciso reconhecer as exigências atuais, os impactos das TIC e as mudanças para formar a nova postura do docente universitário diante do contexto atual (SILVA, 2011). 6 AS NOVAS NECESSIDADES APRESENTADAS POR UMA SOCIEDADE EM CONSTANTE MUDANÇA ÀS PROFISSÕES E A EXIGÊNCIA DE NOVOS PERFIS PROFISSIONAIS. O mercado de trabalho atual transforma-se constantemente e drasticamente, principalmente com as com novas tecnologias. O Relatório do Fórum Econômico Mundial diz que a “Quarta Revolução Industrial” já está sendo sentida na economia mundial, e as mudanças serão mais rápidas, abrangentes e impactante que as revoluções anteriores com toda a tecnologia que surge a todo instante. Com isso, exige-se novos perfis profissionais e novos comportamentos como, conhecimento técnico, flexibilidade, habilidade para trabalhar em equipe, ter uma visão geral de tudo e principalmente conhecer e atualizar constantemente as habilidades tecnológicas. É preciso adaptar e se ajustar às contínuas demandas e desafios do contexto na qual está inserido (MONTEIRO, 2017). A formação universitária atualmente necessita “atender as exigências de um perfil multiprofissional e proporcionar a maturidade pessoal e a identidade profissional necessárias para agir em situação de imprevisibilidade, realidade a que estão sujeitas as organizações atuais” (GONDIM, 2002, p. 300). As IES precisam estar preparadas para a nova realidade do mercado de trabalho, com essa base uma pesquisa feita por Gondim (2012) realizou mapeamentos da percepção e avaliação de um grupo representativo de estudantes universitários sobre alguns aspectos e os resultados indicam que é preciso mais diálogo dentro do ambiente da universidade numa busca de alternativas para conciliar a formação científica e profissional, a educação para o trabalho, analisar os limites entre as áreas profissionais, e promover a identidade profissional no mercado de trabalho atual. As IES sofrem influência das transformações atuais e apresentam comportamento similar ao mercado de trabalho, se reorganizando para atender as demandas dos novos perfis profissionais. Competência é um termo de destaque nos discursos atuais, considerado aqui como o domínio de saberes e de habilidades, e a capacidade de autonomia nas decisões e ações em situações reais, que pode ser adotado tanto no mercado de trabalho como na educação. Os conceitos tradicionais dão lugar a novas possibilidades de produção e estratégias num mundo que está em constante mudança, surgindo assim novas competências profissionais, colocando o ensino superior em uma posição de reestruturação para formar profissionais criativos, com iniciativas próprias capazes de refletir e solucionar problemas no mundo real. Com essa realidade, o professor precisa se preparar para promover a construção do conhecimento adequado às exigências do mercado de trabalho que seus alunos irão enfrentar (SILVA, 2006). A consolidação da trabalhabilidadecomo nova ordem do mercado de trabalho vai exigir um redirecionamento por parte dos IES. Com a necessidade de adaptação e de combinação de conhecimentos, as grades curriculares convencionais correm o risco de se tornarem obsoletas (NEVES, 2018, [s. p.]). As sociedades estão se transformando de tal maneira que um cenário de incertezas se apresenta para o futuro mercado de trabalho, sendo possível que muitas das crianças de hoje terão profissões ainda inexistentes. Esse cenário cria uma inviabilização de planejamento a longo prazo para a formação profissional, o que torna praticamente impossível para as IES se prepararem para profissões ainda desconhecidas (NEVES, 2018). 7 CONCLUSÃO No decorrer deste trabalho, fica claro que o docente do século XXI está diante de desafios complexos, transformações constantes, novas tecnologias, estudantes de diferentes gerações, e surgimento de novos perfis profissionais além de desafios e possibilidades não abordados nesse trabalho. Esse cenário exige do professor uma postura dinâmica, inovadora, flexível e preparada para a formação do futuro profissional. Diante da necessidade de um ensino atual, o professor do ensino superior deve atualizar seus conhecimentos técnicos constantemente através da formação continuada, estudos, pesquisas e cursos de aperfeiçoamento, para que possa contribuir com a construção do conhecimento dos seus alunos com assuntos atuais e relevantes. No entanto, o conhecimento técnico não é o suficiente para um professor universitário, sua performance precisa ser motivadora para despertar o interesse e engajamento do seu aluno. Para tal, o professor precisa refletir constantemente sobre sua prática educacional, conhecer seus alunos, entender as características e comportamento de cada geração, ter uma visão crítica da dinâmica educacional, e estar preparado para lidar com as situações adversas que podem acontecer dentro do ambiente universitário. Acompanhar a evolução tecnológica é outra tarefa desafiadora para o docente e para as IES. O crescimento exponencial das TICs cria a necessidade de reflexões e ajustamentos constantes por parte dos docentes e das IES, a resistência a essa realidade cria um risco enorme do processo educacional “parar no tempo”. O ensino superior é marcado pela especificidade, com conhecimentos voltados para uma determinada profissão, sendo as TICs primordiais para a pesquisa, produção de material didático atual, e ferramentas proporcionando um processo de construção do conhecimento muito mais efetivo, dinâmico e compreensivo. Esse cenário exige profissionais comprometidos com as habilidades tecnológicas, para que este processo se realize no ambiente universitário com uma formação profissional mais humana, real e efetiva. Com as mudanças e as inovações tecnológicas, novos perfis profissionais surgem, e exigem das IES e dos docentes universitários uma reestruturação das práticas educacionais para atender as demandas desses novos perfis. Pesquisas, estudos, investimentos, e a formação de um corpo docente preparado se tornam indispensáveis para esse novo cenário. A estrutura do ensino superior e seus elementos precisam de ter uma postura inovadora para poderem atender as demandas do cenário atual que está em constante transformação. O cenário atual necessita dinamismo, as IES e seu corpo docente precisam estar preparados para as mudanças, com inovações técnicas, novas estratégias e metodologias das práticas educacionais para acompanhar as necessidades das novas gerações e do mercado de trabalho atual. É necessário evoluir e buscar oportunidades para inovar e promover a construção do conhecimento na formação do futuro profissional. 8 REFERÊNCIAS ALMEIDA, D. M. S. 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