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ANATOMIA DO FÍGADO, VESÍCULA BILIAR, BAÇO, PÂNCREAS

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FÍGADO
É a maior glândula do corpo (exócrina) e, depois da pele, o maior órgão. Com exceção da gordura, todos os nutrientes absorvidos pelo sistema digestório são levados 1° ao fígado pelo sistema venoso porta. Além de suas muitas atividades metabólicas, o fígado armazena glicogênio e secreta bile que ajuda na emulsificação de gordura. 
A bile sai do fígado pelos ductos biliares (ductos hepáticos D e E) que se unem para formar o ducto hepático comum, que se une ao ducto cístico para formar o ducto colédoco. 
Função: Metaboliza medicamentos, armazena glicogênio, produz bile, recebe os restos do baço (hemácias destruídas). Possui capacidade de regeneração.
ANATOMIA:
· Localize-se entre a 7ª e 11ª costela, no hipocôndrio D. Ocupa o quadrante superior direito do abdome, onde é protegido pela caixa torácica e pelo diafragma. Está acima do colo transverso. 
· Apresenta 2 faces: diafragmática (anterior e superior) e visceral (posteroinferior).
1. Face Diafragmática: 
· É lisa e tem forma de cúpula. Apresenta as faces anterior, posterior, superior e direita. Se relaciona com a concavidade da face inferior do diafragma. 
· Existem recessos subfrênicos (extensões superiores da cavidade peritoneal) entre o diafragma e as faces anterior e superior da face diafragmática do fígado. Os recessos subfrênicos são separados em recessos D e E pelo ligamento falciforme, que se estende entre o fígado e a parede anterior do abdome. 
· A parte do compartimento supracólico da cavidade peritoneal imediatamente inferior ao fígado é o recesso sub-hepático. 
· O recesso hepatorrenal (bolsa de Morison) é a extensão posterossuperior do recesso sub-hepático, situada entre a parte direita da face visceral do fígado e o rim.
· É coberta por peritônio visceral, exceto posteriormente na área nua do fígado, onde está em contato direto com o diafragma.
· A área nua é demarcada pela reflexão do peritônio do diafragma para o fígado, como as lâminas anterior (superior) e posterior (inferior) do ligamento coronário. Essas lâminas encontram-se à direita para formar o ligamento triangular direito. 
· Próximo ao ápice (a extremidade esquerda) do fígado cuneiforme, as lâminas anterior e posterior da parte esquerda do ligamento coronário se encontram para formar o ligamento triangular esquerdo. A VCI atravessa um profundo sulco da veia cava na área nua do fígado. 
2. Face Visceral:
· Tem muitas fissuras e impressões resultantes do contato com outros órgãos.
· É coberta por peritônio, exceto na fossa da vesícula biliar e na porta do fígado (uma fissura transversal por onde entram e saem os vasos (veia porta, artéria hepática e vasos linfáticos), o plexo nervoso hepático e os ductos hepáticos que suprem e drenam o fígado.
· Duas fissuras sagitais, unidas centralmente pela porta do fígado transversal, formam a letra H (a fissura sagital e a fissura umbilical).
· O ligamento redondo do fígado é o remanescente fibroso da veia umbilical, que levava o sangue oxigenado e rico em nutrientes da placenta para o feto.
· O ligamento venoso é o remanescente fibroso do ducto venoso fetal, que desviava sangue da veia umbilical para a VCI, passando ao largo do fígado.
· Tríade Portal = artéria hepática própria (nutre os hepatócitos), veia porta e ducto colédoco. É a parte horizontal do H. São 3 estruturas que entram e saem do fígado (hilo hepático). 
· Perna D do H = veia cava inferior e vesícula biliar.
· Perna E do H = Lig redondo do fígado e ligamento venoso.
· Omento menor encerra a tríade portal segue do fígado até a curvatura menor do estômago e os primeiros 2 cm da parte superior do duodeno. Possui o ligamento hepatoduodenal (fixa o fígado ao duodeno) e ligamento hepatogástrico (fixa o fígado ao estômago). 
· A face visceral tem relação com: estomago, duodeno, omento menor, vesícula biliar, colo transverso, rim e glândula suprarrenal.
LOBOS:
· 2 lobos anatômicos: Lobo hepático D maior e lobo hepático E, são separados pelo ligamento falciforme e estão na face diafragmática.
· 2 lobos acessórios: na face visceral o lobo hepático D é dividido em 2 lobos acessórios, o Lobo Caudado posterior e superiormente, e o Lobo Quadrado anterior e inferiormente. 
· O processo caudado estende-se para a direita, entre a VCI e a porta do fígado, unindo os lobos caudado e hepático direito.
SUBDIVISÃO FUNCIONAL:
· Cada parte recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e veia porta, e é drenada por seu próprio ducto hepático. Mas, o lobo caudado (3º fígado) tem sua vascularização independente da bifurcação da tríade portal (recebe vasos de ambos os feixes) e é drenado por uma ou duas pequenas veias hepáticas, que entram diretamente na VCI distalmente às veias hepáticas principais.
· Exceto pelo lobo caudado, o fígado é dividido em partes hepáticas D e E com base na divisão primária da tríade portal em ramos direito e esquerdo, sendo o plano entre as partes hepáticas direita e esquerda a fissura portal principal. Na face visceral, esse plano é demarcado pela fissura sagital direita. O plano é demarcado na face diafragmática mediante extrapolação de uma linha imaginária (a linha de Cantlie) que segue da fossa da vesícula biliar até a VCI. As partes D e E do fígado são subdivididas verticalmente em divisões medial e lateral pelas fissura portal direita e fissura umbilical, nas quais estão as veias hepáticas D e E. Cada uma das 4 divisões recebe um ramo secundário da tríade portal. 
VASOS SANGUÍNEOS: 
· O fígado tem irrigação dupla (vasos aferentes): uma venosa dominante e uma arterial.
· Veia porta: traz de 75 a 80% do sangue para o fígado. (conduz praticamente todos os nutrientes absorvidos pelo sistema digestório para os sinusoides hepáticos). A veia porta, curta e larga, é formada pela união das VMS e esplênica, posteriormente ao colo do pâncreas. Ascende anteriormente à VCI como parte da tríade portal no ligamento hepatoduodenal.
· Artéria hepática: 20 a 25% do sangue recebido pelo fígado, é distribuído inicialmente para estruturas não parenquimatosas, sobretudo os ductos biliares intra-hepáticos. A artéria hepática, um ramo do tronco celíaco, pode ser dividida em artéria hepática comum, do tronco celíaco até a origem da artéria gastroduodenal, e artéria hepática própria, da origem da artéria gastroduodenal até a bifurcação da artéria hepática.
· Na porta do fígado, a artéria hepática e a veia porta terminam dividindo-se em ramos D e E; esses ramos primários suprem as partes direita e esquerda do fígado, respectivamente. Nas partes direita e esquerda do fígado, as ramificações secundárias simultâneas da veia porta e da artéria hepática suprem as divisões medial e lateral das partes direita e esquerda do fígado, com três dos quatro ramos secundários sofrendo ramificações adicionais (terciárias) para suprirem independentemente sete dos oito segmentos hepáticos. 
· Entre as divisões estão as veias hepáticas direita, intermédia e esquerda, que são intersegmentares em sua distribuição e função, drenando partes dos segmentos adjacentes. As veias hepáticas, formadas pela união das veias coletoras que, por sua vez, drenam as veias centrais do parênquima hepática, abrem-se na VCI logo abaixo do diafragma. A fixação dessas veias à VCI ajuda a manter o fígado em posição.
DRENAGEM LINFÁTICA:
· Os vasos linfáticos são os linfáticos superficiais na cápsula fibrosa do fígado subperitoneal (cápsula de Glisson), que forma sua face externa, e os linfáticos profundos no tec conjuntivo, que acompanham as ramificações da tríade portal e veias hepáticas. A maior parte da linfa é formada nos espaços perissinusoidais (de Disse) e drena para os linfáticos profundos nas tríades portais intralobulares adjacentes.
· Ambos os vasos linfáticos convergem em direção a porta do fígado. 
INERVAÇÃO:
· São derivados do plexo hepático, o maior derivado do plexo celíaco. O plexo hepático acompanha os ramos da artéria hepática e da veia porta até o fígado. Esse plexo é formado por fibras simpáticas do plexo celíaco e fibras parassimpáticas dos troncos vagais anterior e posterior. As fibras nervosasacompanham os vasos e os ductos biliares da tríade portal. Além da vasoconstrição, sua função não é clara.
OBSERVAÇÃO:
· Veia porta é formada pela VMS e pela esplênica, sendo que o sangue da mesentérica traz nutrientes e o sangue da esplênica traz restos de hemácias, logo esses sangues não se misturam, mesmo passando juntos pela veia porta, cada um vai para um lado do fígado.
· A drenagem venosa é feita pela Veia Hepática D (lobo D), E (lobo E) e Média (lobo caudado). Essas veias formam a veia hepática, que irá desaguar na VCI. A veia hepática E se junta com a média antes de esvaziar na VCI. 
· Sistema porta hepático: veia (porta) -> capilar -> veia (hepáticas
 
 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS:
· Cirrose Hepática: há destruição progressiva dos hepatócitos, que são substituídos por gordura e tecido fibroso (local primário de desintoxicação das substâncias absorvidas pelo sistema digestório). A cirrose alcoólica, a mais comum de muitas causas de hipertensão porta, é caracterizada por hepatomegalia e uma aparência “nodular” da superfície do fígado causada por alterações gordurosas e fibrose.
· Hepatomegalia: Tanto a VCI quanto as veias hepáticas não têm válvulas. Toda elevação da pressão venosa central é diretamente transmitida ao fígado, que aumenta de tamanho quando ingurgitado. O ingurgitamento temporário acentuado distende a cápsula fibrosa do fígado, causando dor ao redor das costelas inferiores, sobretudo no hipocôndrio direito. Além das doenças que causam ingurgitamento hepático como insuficiência cardíaca congestiva, doenças bacterianas e virais como a hepatite causam hepatomegalia, além dos tumores. 
 
DUCTOS E VESÍCULA BILIAR
Os ductos biliares conduzem bile do fígado para o duodeno. A bile é produzida continuamente pelo fígado, armazenada e concentrada na vesícula biliar, que a libera de modo intermitente quando a gordura entra no duodeno. 
Os hepatócitos secretam bile para os canalículos biliares formados entre eles. Os canalículos drenam para os pequenos ductos biliares interlobulares e depois para os grandes ductos biliares coletores da tríade portal intra-hepática, que se fundem para formar os ductos hepáticos D e E, estes drenam para as partes De E do fígado respectivamente. 
Logo depois de deixar a porta do fígado, esses ductos hepáticos unem-se para formar o ducto hepático comum, que recebe no lado direito o ducto cístico para formar o ducto colédoco (parte da tríade portal extra-hepática do omento menor), que conduz a bile para o duodeno.
DUCTO COLÉDOCO:
· Forma-se na margem livre do omento menor pela união dos ductos cístico e hepático comum. Desce posteriormente à parte superior do duodeno e situa-se em um sulco na face posterior da cabeça do pâncreas. 
· No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco entra em contato com o ducto pancreático. Esses ductos seguem obliquamente através da parede dessa parte do duodeno, onde se unem para formar uma dilatação, a ampola hepatopancreática. A extremidade distal da ampola abre-se no duodeno através da papila maior do duodeno. 
· O músculo circular ao redor da extremidade distal é mais espesso para formar o músculo esfíncter do ducto colédoco. Qnd o esfíncter contrai, a bile não consegue entrar na ampola e no duodeno; portanto, reflui e segue pelo ducto cístico até a vesícula biliar, onde é concentrada e armazenada.
· Irrigação: Artéria cística (irriga a parte proximal); Artéria hepática direita (irriga a parte média) e Artéria pancreaticoduodenal superior posterior e artéria gastroduodenal (irrigam a parte retroduodenal do ducto).
VESÍCULA BILIAR:
· Localiza-se na face visceral do fígado. O corpo da vesícula biliar situa-se anterior à parte superior do duodeno, e seu colo e o ducto cístico situam-se imediatamente superiores ao duodeno.
· O peritônio circunda completamente o fundo da vesícula biliar e une seu corpo e colo ao fígado. 
· Capacidade de armazenar 50 ml de bile. Sua função é armazenar e concentrar a bile.
· É dividida em 3 partes:
Corpo - parte principal, que toca a face visceral do fígado, o colo transverso e a parte superior do duodeno.
Colo - extremidade estreita e afilada, oposta ao fundo e voltada para a porta do fígado; normalmente faz uma curva em forma de S e se une ao ducto cístico.
Fundo - extremidade larga e arredondada do órgão que geralmente se projeta a partir da margem inferior do fígado na extremidade da 9a cartilagem costal direita na LMC
· Ducto cístico une o colo da vesícula biliar ao ducto hepático comum. Segue entre as lâminas do omento menor, geralmente paralelo ao ducto hepático comum, ao qual se une para formar o ducto colédoco.
· A túnica mucosa do colo forma a prega espiral, esta ajuda a manter o ducto cístico aberto e também oferece resistência adicional ao esvaziamento súbito de bile quando os esfíncteres estão fechados e há aumento súbito da pressão intra-abdominal, como ao espirrar ou tossir. 
· Irrigação: irrigação arterial da vesícula biliar e do ducto cístico provém principalmente da artéria cística que origina-se da artéria hepática direita no triângulo entre o ducto hepático comum, o ducto cístico e a face visceral do fígado, o trígono cisto-hepático.
· Drenagem: drenagem venosa do colo da vesícula biliar e do ducto cístico flui pelas veias císticas, estas entram diretamente no fígado ou drenam através da veia porta para o fígado. As veias do fundo e do corpo da vesícula biliar seguem diretamente até a face visceral do fígado e drenam para os sinusoides hepáticos. 
· Drenagem Linfática: se faz para os linfonodos hepáticos através dos linfonodos císticos localizados perto do colo da vesícula biliar. 
· Inervação: partir do plexo nervoso celíaco (fibras [de dor] aferentes viscerais e simpáticas), nervo vago (parassimpático) e nervo frênico direito (na verdade, fibras aferentes somáticas). A estimulação parassimpática causa contrações da vesícula biliar e relaxamento dos esfíncteres na ampola hepatopancreática. Entretanto, essas respostas geralmente são estimuladas pelo hormônio colecistocinina (CCK), produzido pelas paredes duodenais (em resposta à chegada de alimentos gordurosos) e que circula na corrente sanguínea. 
OBSERVAÇÃO: 
· Veia porta do fígado (VP) é o principal canal do sistema venoso porta. Forma-se anteriormente à VCI e posteriormente ao colo do pâncreas pela união das veias mesentérica superior e esplênica. 
· Em um terço dos indivíduos, a VMI une-se à confluência das veias mesentérica superior e esplênica; portanto, as três veias formam a veia porta. Na maioria das pessoas, a VMI entra na veia esplênica. 
· VP segue um trajeto curto (7 a 8 cm), a maior parte do qual está contido no ligamento hepatoduodenal. À medida que se aproxima da porta do fígado, a veia porta divide-se em ramos direito e esquerdo. 
· Veia porta é formada pela VMS e pela esplênica, sendo que o sangue da mesentérica traz nutrientes e o sangue da esplênica traz restos de hemácias, logo esses sangues não se misturam, mesmo passando juntos pela veia porta, cada um vai para um lado do fígado (esplênica para o lado E do fígado e VMS para o lado D).
· As anastomoses portossistêmicas, nas quais o sistema venoso porta comunica-se com o sistema venoso sistêmico, formam-se na tela submucosa da parte inferior do esôfago, na tela submucosa do canal anal, na região periumbilical e nas faces posteriores (áreas nuas) de vísceras secundariamente retroperitoneais, ou no fígado. Qnd a circulação porta através do fígado é reduzida ou obstruída, o sangue do sistema digestório ainda pode chegar ao lado direito do coração pela VCI por intermédio dessas vias colaterais
· Essas vias alternativas estão disponíveis porque a veia porta e suas tributárias não têm válvulas; assim, o sangue pode fluir em sentido inverso para a VCI. No entanto, o volume de sangue forçado pelas vias colaterais pode ser excessivo, acarretando varizes (dilatação anormal das veias), com risco à vida (hipertensão porta).
CORRELAÇÕES CLÍNICAS:
· CálculoBiliar: é uma concreção da vesícula biliar, ducto cístico ou outro ducto biliar formada principalmente por cristais de colesterol. São assintomáticos, para que causem sintomas clínicos, devem alcançar tamanho suficiente para causar lesão mecânica da vesícula biliar ou obstrução das vias biliares. A extremidade distal da ampola hepatopancreática é o local mais comum de ocorrer, mas tbm podem se alojar nos ductos hepáticos e císticos (causa cólica biliar e colecistite). Outro local comum de impactação dos cálculos biliares é uma saculação anormal (bolsa de Hartmann) que aparece em distúrbios na junção do colo da vesícula biliar ao ducto cístico
 
BAÇO
· Órgão linfático que filtra o sangue, remove o ferro da hemoglobina e produz linfócitos e anticorpos. É relativamente delicado e considerado o órgão abdominal mais vulnerável.
· Localiza-se entre o estômago e o diafragma, na parte superolateral do quadrante abdominal superior esquerdo (QSE) ou hipocôndrio. Está apoiado sobre a flexura esquerda do colo, está associado com a 9ª e 10ª costela e separado delas pelo diafragma e pelo recesso costodiafragmático. 
· É uma massa vascular (sinusoidal) de consistência mole, com uma cápsula fibroelástica relativamente delicada, esta cápsula é recoberta por uma camada de peritônio visceral, que circunda todo o baço, exceto o hilo esplênico.
· Relaciona-se com: anteriormente com o estômago, posteriormente o diafragma, inferiormente a flexura esquerda do colo e medialmente o rim esquerdo. 
· Contém muito sangue, que é expelido periodicamente para a circulação pela ação do músculo liso presente em sua cápsula e nas trabéculas. A fina cápsula fibrosa esplênica é formada por tecido conjuntivo fibroelástico, não modelado e denso, que é mais espesso no hilo esplênico. As trabéculas (pequenas faixas fibrosas), conduzem vasos sanguíneos que entram e saem do parênquima ou polpa esplênica, a substância do baço.
Face Diafragmática: (convexa) se encaixa na concavidade do diafragma e nos corpos curvos das costelas adjacentes. As margens anterior e superior do baço são agudas e entalhadas (separa face diafragmática da gástrica), e a extremidade posterior (medial) e inferior são arredondadas (separa face diafragmática da renal). 
Face Visceral: (côncava) possui a área gástrica, área renal e área cólica. No centro da face visceral tem o Hilo Esplênico (local de entrada e saída dos vasos do baço). O Hilo do baço esta em contato com a cauda do pâncreas e constitui o limite esquerdo da Bolsa Omental.
· Do Hilo do baço o peritônio forma 2 ligamentos: 
· Ligamento Gastroesplênico – une o baço a curvatura maior do estômago. Passam as Artérias Gástricas Curtas e Artéria Gastroepiplóica esquerda e vão para o estomago.
· Ligamento Esplenorrenal – une o baço ao rim. Passam os ramos da Artéria Esplênica que vão para o baço. 
Irrigação: artéria esplênica (maior ramo do tronco celíaco). Entre as camadas do ligamento esplenorrenal, a artéria esplênica divide-se em cinco ou mais ramos que entram no hilo esplênico. 
Drenagem: veia esplênica, formada por várias tributárias que emergem do hilo esplênico. Une-se à VMS posteriormente ao colo do pâncreas para formar a veia porta. Antes de se anastomosar recebe a Veia Mesentérica Inferior.
Drenagem Linfática: os vasos linfáticos esplênicos deixam os linfonodos no hilo esplênico e seguem ao longo dos vasos esplênicos até os linfonodos pancreaticoesplênicos (relacionado com a face posterior e a margem superior do pâncreas) no trajeto para os linfonodos celíacos. 
Inervação: os nervos esplênicos, derivados do plexo celíaco, são distribuídos principalmente ao longo de ramos da artéria esplênica e têm função vasomotora.
 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS:
· Ruptura do baço: pode ser causado por fratura das costelas e aumento da pressão intra-abdominal. Acarreta grande sangramento e choque.
· Esplenectomia: remoção do baço para evitar hemorragia até a morte. Há a esplenectomia parcial, que é seguida por rápida regeneração.
· Esplenomegalia: aumento do baço devido alguma doença, tornando-o palpável. Também ocorre em algumas anemias hemolíticas ou granulocíticas. 
· Baço acessório: podem se desenvolver no período pré-natal; ficam próximos do hilo esplênico. Podem estar parcial ou totalmente embutidos na cauda do pâncreas. 
PÂNCREAS
· Glândula acessória da digestão, alongada, retroperitoneal, situada sobrejacente e transversalmente aos corpos das vértebras L1 e L2 (o nível do plano transpilórico) na parede posterior do abdome.
· Situa-se atrás do estômago, entre o duodeno à direita e o baço à esquerda.
· Produz: secreção exócrina (suco pancreático produzido pelas células acinares) que é liberada no duodeno através dos ductos pancreáticos principal e acessório; secreções endócrinas (glucagon e insulina, produzidos pelas ilhotas pancreáticas [de Langerhans]) que passam para o sangue. 
· O mesocolo transverso está fixado à sua margem anterior.
· É dividido em 4 partes:
Cabeça: parte expandida, é circundada pelo duodeno à direita dos vasos mesentéricos superiores. Está fixada à face medial das partes descendente e horizontal do duodeno. O processo uncinado (projeção da parte inferior da cabeça do pâncreas), estende-se medialmente para a esquerda, posteriormente à AMS. Está apoiada posteriormente na VCI, artéria e veia renais direitas, e veia renal esquerda. Em seu trajeto para se abrir na parte descendente do duodeno, o ducto colédoco situa-se em um sulco na face posterossuperior da cabeça ou está inserido em sua substância.
Colo: é curto e está situado sobre os vasos mesentéricos superiores, que deixam um sulco em sua face posterior. A face anterior do colo, coberta por peritônio, está situada adjacente ao piloro do estômago. A VMS une-se à veia esplênica posterior ao colo para formar a veia porta
Corpo: prosseguimento do colo, situa-se à esquerda dos vasos mesentéricos superiores, passando sobre a aorta e L2, logo acima do plano transpilórico e posteriormente à bolsa omental. Sua face anterior é coberta por peritônio, está situada no assoalho da bolsa omental e forma parte do leito do estômago. A face posterior não tem peritônio e está em contato com a aorta, AMS, glândula suprarrenal esquerda, rim esquerdo e vasos renais esquerdos.
Cauda: situa-se anteriormente ao rim esquerdo, onde está intimamente relacionada ao hilo esplênico e à flexura esquerda do colo. É relativamente móvel e passa entre as camadas do ligamento esplenorrenal junto com os vasos esplênico.
OBSERVAÇÃO:
· O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e atravessa o parênquima da glândula até a cabeça do pâncreas. O ducto pancreático principal e o ducto colédoco se unem para formar a ampola hepatopancreática (de Vater) curta e dilatada, que se abre na parte descendente do duodeno, no cume da papila maior.
· O músculo esfíncter do ducto pancreático, o músculo esfíncter do ducto colédoco e o músculo esfíncter da ampola hepatopancreática (de Oddi), são esfíncteres de músculo liso que controlam o fluxo de bile e de suco pancreático para a ampola e impedem o refluxo do conteúdo duodenal para a ampola hepatopancreática.
· O ducto pancreático acessório abre-se no duodeno no cume da papila menor. Comunica-se com o ducto pancreático principal. Em alguns casos, o ducto pancreático principal é menor do que o ducto pancreático acessório e pode não haver conexão entre os dois. Nesses casos, o ducto acessório conduz a maior parte do suco pancreático.
Vascularização: provém dos ramos da artéria esplênica, que é muito tortuosa. Várias artérias pancreáticas formam diversos arcos com ramos pancreáticos das artérias gastroduodenal e mesentérica superior. Ramos da artéria esplênica irrigam o corpo e a cauda do pâncreas; os ramos da AMS e da gastroduodenal formam arcos que irrigam a cabeça. A artéria gastroduodenal é ramo da artéria esplênica. 
· Ramos da AMS: artérias pancreaticoduodenais inferiores anterior e posterior.
· Ramos da Artéria Gastroduodenal: artérias pancreaticoduodenais superiores anteriore posterior. 
Drenagem: por meio das veias pancreáticas correspondentes, tributárias das partes esplênica e mesentérica superior da veia porta; a maioria delas drena para a veia esplênica. 
Drenagem Linfática: acompanham os vasos sanguíneos. A maioria dos vasos termina nos linfonodos pancreaticoesplênicos, situados ao longo da artéria esplênica. Alguns vasos terminam nos linfonodos pilóricos. Os vasos eferentes desses linfonodos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores ou para os linfonodos celíacos através dos linfonodos hepáticos.
Inervação: derivados dos nervos vago e esplâncnico abdominopélvico. As fibras parassimpáticas e simpáticas chegam ao pâncreas ao longo das artérias do plexo celíaco e do plexo mesentérico superior. As fibras parassimpáticas são secretomotoras, mas a secreção pancreática é mediada principalmente por secretina e colecistocinina, hormônios secretados pelas células epiteliais do duodeno e parte proximal da mucosa intestinal sob o estímulo do conteúdo ácido do estômago. 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS:
· Obstrução da ampola hepatopancreática: um cálculo biliar pode alojar-se na extremidade distal mais estreita da ampola hepatopancreática, que se abre no cume da papila maior do duodeno havendo então obstrução dos sistemas de ductos colédoco e pancreático, logo não há entrada de bile nem de suco pancreático no duodeno. 
· Pancreatite: a bile pode refluir e entrar no ducto pancreático resultando em inflamação. O músculo esfíncter do ducto pancreático impede o refluxo de bile para o ducto pancreático; entretanto, se houver obstrução da ampola hepatopancreática, o fraco músculo esfíncter do ducto pancreático pode ser incapaz de resistir à pressão excessiva da bile na ampola hepatopancreática.
· Câncer de pâncreas: câncer da cabeça do pâncreas representa a maioria dos casos de obstrução extra-hepática dos ductos biliares. Costuma comprimir e obstruir o ducto colédoco e/ou a ampola hepatopancreática. Isso causa obstrução, que resulta na retenção de pigmentos biliares, aumento da vesícula biliar e icterícia obstrutiva. O câncer do colo e do corpo do pâncreas pode causar obstrução da veia porta ou da VCI. A substancial drenagem do pâncreas para linfonodos relativamente inacessíveis e o fato de que o câncer de pâncreas costuma apresentar metástase precoce para o fígado, pela veia porta, tornam quase inútil a ressecção cirúrgica do pâncreas canceroso.

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