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MANUAL B I TÉCNICAS Dl TERAPIA I MODIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO VICENTE E. CABALLO g i www.editorasantos.com.br isantos Livraria Editora http://www.editorasantos.com.br M anual de T écnicas de T erapia e M odificação do Comportamento Vicente E. Caballo Departamento de Personalidade, Evolução e Tratamento Psicológico Faculdade de Psicologia Universidade de Granada Espanha Título em Espanhol: Manual de Técnicas de Terapia y Modificación de Conducta Título em Português: Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Compor tamento Marta Donila Claudino Liliana Segir Jacob Psicóloga Clínica Profê Titular da Cadeira de Psicologia Comportamental da UNIP Profã Titular da Cadeira de Psicologia Aplicada a Odontologia da UNIP Mestre em Psicologia pela USP Doutoranda em Psicologia pela USP Autora de livro: Psicologia em Odontologia: Uma abordagem integradora Mara de Oliveira Prata Vania Santos Valdelice A. Mascarenhas @ Livraria Santos Editora Com. Imp. Ltda. 1fl Edição, 1996 1â Reimpressão, 2002 2a Reimpressão, 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em sistema de recuperação ou transmitida em qualquer forma e por quaisquer meios eletrônico, mecânico, de fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão prévia do Editor. Tradução: Revisão Técnica: Revisão: Produção: www. editorasantos. com. br 'J k Livraria Editora Rua Dona Brígida, 701 - Vila Mariana 04111-081 - São Paulo - SP Tel.: (11) 5574-1200 - FAX: (11) 5573-8774 E-mail: editorasantos@editorasantos.com.br mailto:editorasantos@editorasantos.com.br Indice Apresentação, Rubén Ardila..........................................................................XX Prefácio, Vicente E. Caballo........................................................................XXIII Autores........................................................................................................ XXVI Primeira Parte História da Terapia Comportamental 1. Origens, História Recente, Questões Atuais e Estados Futuros da Terapia Comportamental: uma Revisão Conceituai, Cyril M. Franks I. Introdução....................................................................................... 3 II. Características daTerapia Comportamental Contemporânea.............7 III. Definição de Terapia Comportamental.............................................. 11 IV. Algumas Questões Atuais em Terapia Comportamental.................. 12 IV.1. A natureza e o papel do condicionamento e a teoria de aprendizagem E-R em terapia comportamental........................12 IV.2. A natureza do comportamentalismo e sua relação com a terapia comportamental........................................................13 IV.3. A teoria de aprendizagem social e o determinismo recíproco................................................................................ 14 IV.4. A importância da teoria, o distanciamento progressivo da teoria e a prática e o problema do ecletismo técnico........... 16 IV.5. A terapia comportamental, a psicanálise e a integração........... 17 IV.6. A terapia comportamental e a preponderância do profissio nalismo .................................................................................. 18 IV.7. Questões éticas, legais e de licença da terapia comporta mental .................................................................................... 19 IV.8. A imagem da terapia comportamental......................................19 V. Estados Presente e Futuro Próximo da Terapia Comporta mental ............................................................................................ 20 VI. Leituras Recomendadas.................................................................22 IV índice 2. Aspectos Conceituais e Empíricos da Terapia Comporta mental, Alan E. Kazdin I. Introdução....................................................................................... 23 II. Os Fundamentos da Modificação Comportamental............................ 25 11.1. O condicionamento como um desenvolvimento crítico................25 11.2. O surgimento do comportamentalismo.................................... 27 11.3. A psicologia da aprendizagem................................................... 29 III. Extensões do Condicionamento e da Aprendizagem..........................31 111.1. Paradigmas e análogos de laboratório..................................... 32 111.2. Aplicações clinicamente relevantes......................................... 33 111.3. Personalidadee psicoterapia...................................................34 IV. A Extensão dos Paradigmas ao Tratamento................................... 37 IV.1. A dessensibilização sistemática.............................................37 IV.2. Extensões do condicionamento operante................................ 39 V. A Formalização da Terapia Comportamental.................................. 40 V.1. A diversidade dentro da modificação do comportamento...........41 VI. Conclusões................................................................................... 42 VII. Leituras para Aprofundamento.........................................................44 3. Pré-História da Modificação do Comportamento na Cultura Espanhola, Marino PérezÁlvarez I. Introdução......................................................................................45 II. A Projeção Clínica e Educativa de Vives..........................................45 III. A Modelação Verbal no Trabalho de Pereira....................................46 IV. A Psicologia dos Médicos.............................................................. 48 V. Autocontrole Ascético e Construtivismo Místico.............................. 51 VI. Habilidades de Pícaros e de Príncipes.............................................53 VII. Remédio de Jogadores......................................................... ..........56 VIII. Enunciado de Algumas Implicações............................................... 57 IX. Leituras Recomendadas.................................................................58 Segunda Parte Aspectos Metodológicos da Terapia Comportamental 4. O Sujeito na Modificação do Comportamento: uma Análise Comportamental, Marino Pérez Álvarez I. O Sujeito e as Contingências........................................................ 61 1.1. Sujeito operante..................................................................... 61 1.2. Contingências, relações de equivalência e significado..........63 1.3. Comportamentos associados e média de reforços................ 65 II. Comportamento Verbal e Terapia.................................................67 11.1. Classes de comportamento verbal e controle instrucional...67 11.2. Comportamento regido por regras e cognição......................70 11.3. Metacomportamento............................................................. 71 III. Implicações Clínicas.....................................................................72 111.1. Uma nova classificação comportamental.............................. 72 111.2. Objetivos globais em vez de comportamentos opera- cionalizados.......................................................................... 74 IV. Uma Nova Imagem do Sujeito..................................................... 75 IV. 1. Considerações sobre a subjetividade.................................... 75 IV.2. Causalidade final e conjugação sujeito-objeto........................78 V. Leituras Recomendadas............................................................... 79 * 5. O Processo da Avaliação Comportamental, Antonio Godoy I. Introdução.....................................................................................81 II. As Fases do Processo de Avaliação Comportamental.................. 82 11.1. Análise do motivo de consulta...............................................82 11.2. Estabelecimento das últimas metas do tratamento................ 83 11.3. Análise dos comportamentos-problema.................................85 11.4. O estudo dos objetivos terapêuticos......................................88 11.5. Critérios diretrizes para a escolha do tratamento adequado..............................................................................90 11.6. Avaliação dos resultados do tratamento................................ 94 III. Leituras Recomendadas...............................................................97 6. Avaliação Comportamental e Avaliação Tradicional: A Questão Psicométrica, Fernando Silva e Carmen Martorell I. Introdução............................................................................... ,...99 II. Cònceito de Avaliação Comportamental....................................... 99 III. Confiabilidade, Validade e Utilidade............................................101 II 1.1. Confiabilidade...................................................................... 101 111.2. Validade.............................................................................. 102 111.3. Utilidade..............................................................................107 IV. Leituras Recomendadas............................................................. 109 7. A Generalização e a Manutenção dos Efeitos do Tratamento, Michael A. Milan e Z. Peter Mitchell I. Introdução...................................................................................111 V VI índice II. Manutenção e Generalização Naturais........................................... 113 11.1. A armadilha comportamental.................................................115 III. A Programação da Generalização e a Manutenção.........................115 111.1. Generalização do estímulo....................................................116 111.2. Generalização da resposta....................................................117 111.3. A manutenção...................................................................... 117 111.4. Atenuação das conseqüências reforçadoras.......................... 118 111.5. Treinamento dos agentes naturais de mudança......................120 111.6. O uso do controle do estímulo...............................................122 111.7. Procedimentos de autocontrole.............................................124 111.8. Prevenção das recaídas........................................................127 IV. Conclusões...................................................................................128 V. Leituras Recomendadas................................................................130 8. As Variáveis do Processo Terapêutico, Aurora Gavino I. Introdução.................................................................................... 131 II. Fatores Específicos e Inespecíficos do Processo Tera- pêutico......................................................................................... 133 11.1. Variáveis do terapeuta.......................................................... 133 11.2. Variáveis do paciente........................................................... 136 III. O Processo Terapêutico ou o Fio de Ariadna................................. 138 IV. Leituras Recomendadas................................................. ..............142 Terceira Parte Técnicas Baseadas Principalmente no Condicionamento Clássico 9. Técnicas de Relaxamento, M. Nieves Vera e Jaime Vila I. Introdução.................................................................................... 147 II. Fundamentos Conceituais.............................................................148 11.1. Relaxamento e emoção.........................................................148 11.2. Relaxamento e "stress".........................................................149 11.3. Relaxamento eaprendizagem............................................... 150 III. Procedimento............................................................................... 151 111.1. A técnica de relaxamento progressivo................................... 154 111.2. A técnica de relaxamento passivo......................................... 158 111.3. O relaxamento autógeno....................................................... 160 111.4. A resposta de relaxamento....................................................162 IV. Aplicações..................................................................................... 162 V. Resumo....................................................................................... 164 VI. Leituras Recomendadas.................................................................. 165 10. A Dessensibilização Sistemática, Ralph M. Turner I. Introdução................................................................................... 167 II. Desenvolvimento Histórico............................................................ 168 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos............................................169 II 1.1. Aspectos teóricos................................................................... 169 III.2. Dados empíricos..................................................................... 172 IV. O Método da Dessensibilização Sistemática....................................175 IV.1. A Escala de Unidades Subjetivas de Ansiedade (SUDS)...........177 IV.2. Treinamento de relaxamento....................................................177 V. Variações.................................................................................... 190 V.1. Variações técnicas...................................................................190 V.2. Alternativas de relaxamento para a inibição da ansiedade......191 V.3. A dessensibilização sistemática “ao vivo” ..............................191 VI. Resumo....................................................................................... 195 VII. Leituras Recomendadas............................................................... 195 11. A Terapia Implosiva (inundação): uma Técnica Comporta- mental para a Extinção da Reativação da Memória, Donald J. Lev is e Patrícia A. Rourke I. História........................................................................................ 197 II. Definição e Descrição................................................................ . 198 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos.........................................201 111.1. A aquisição da psicopatologia...............................................201 111.2. Manutenção dos sintomas....................................................203 111.3. Desaprendizagem do medo e dos sintomas...........................206 IV. ATerapia Implosiva-uma Revisão............................................... 207 V. Procedimento...............................................................................209 V.1. Classificação das categorias dos estímulos de evitação.......... 209 V.2. Coleta de informação.............................................................211 V.3. Plano de tratamento..............................................................212 V.4. O preparo da primeira sessão................................................213 V.5. O treinamento de imagens “neutras” ...................................... 214 V.6. Apresentação das cenas.......................................................215 índice VII VIII índice V.7. A determinação objetiva da eficáciados estímulos hipotetizados..........................................................................216 V.8. Questões relacionadas com o espaçamento das cenas e das sessões........................................................................217 V.9. Tarefas para casa..................................................................218 VI. Variações......................................................................................219 VI.1. Estímulos reativados da memória...........................................219 VII. Aplicações.................................................................................... 221 VIII. Resumo.........................................................................................222 IX. Leituras Recomendadas.................................................................223 12.0 Emprego da Intenção Paradoxal na Terapia Comporta mental, Michael Ascher e Marjorie L. Hatch I. Introdução..................................................................................... 225 II. História.......................................................................................... 225 III. Definição e Descrição.....................................................................227 IV. Revisão Selecionada da Literatura Empírica....................................227 V. Fundamentos Conceituais.............................................................. 232 VI. Método e Variações.......................................................................235 VII. Resumo.........................................................................................246 VIII. Leituras Recomendadas.................................................................246 13. Procedimentos Aversivos, José Cáceres Carrasco I. Introdução..................................................................................... 249 II. História.......................................................................................... 251 11.1. Temasatuais..........................................................................251 III. Definição e Descrição.....................................................................252 IV. Fundamentos Conceituais e Empíricos................................................!..253 IV.1. Condicionamento clássico....................................................... 253 IV.2. Condicionamento operante...................................................... 254 IV.3. Teorias centrais.......................................................................255 IV.4. Teoria do estado......................................................................256 IV.5. Conclusão...............................................................................256 V. Procedimentos e Variações............................................................ 257 V.1. Estímulos................................................................................257 V.2. Diferenças segundo a forma de apresentação dos estímulos................................................................................265 V.3. Diferenças baseadas no paradigma utilizado............................ 266 VI. Aplicações..................................................................................266 VII. Conclusões................................. ;............................................ 267 VIII. Leituras Recomendadas............................................................ 267 Quarta Parte Técnicas Baseadas Principalmente no Condicionamento Operante 14. Métodos Operantes, Joseph J. Pear I. História....................................................................................... 271 II. Definições e Descrição...............................................................274 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos....................................... 276 IV. Procedimentos........................................................................... 278 IV. 1. Procedimentos para aumentar o comportamento................ 279 IV.2. Procedimentos para diminuir o comportamento................... 283 V. Variações...................................................................................285 VI. Aplicações..................................................................................290 VII. Resumo/Comentário Final.......................................................... 294 VIII. Leituras Recomendadas.............................................................295 15. A Economia de Fichas, Roger L. Patterson I. História.......................................................................................297 II. Definição e Descrição.................................................................298 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos....................................... 298 IV. Procedimento............................................................................. 300 V. Avaliação...................................................................................307 VI. Variações...................................................................................308 VII. Aplicações..................................................................................310 VIII. Resumo e Conclusões................................................................ 312 IX. Leituras Recomendadas............................................................. 312 16.0 Condicionamento Encoberto, Rosa M. Raich I. Introdução..................................................................................315 II. História do Condicionamento Encoberto.......................................316 III. Definição e Descrição.................................................................317 IV. Fundamentos Conceituais e Empíricos....................................... 319 V. Técnicas Baseadas no Condicionamento Operante....................320 V.1. Reforçamento positivo encoberto........................................ 320 V.2. Reforçamento negativo encoberto....................................... 322 I X X índice V.3. Sensibilização encoberta..................................................... 323 V.4. Extinção encoberta..............................................................325 V.5. Custo de resposta encoberto................................................327 VI. Técnicas Baseadas na Teoria da Aprendizagem Social.............. 328 VI. 1. A modelação encoberta......................................................328 VII. Técnicas Baseadas no Autocontrole........................................... 330 VII.1.A parada do pensamento.................................................... 330 VII.2. A tríade de autocontrole...................................................... 332 VIII. Aplicações do Condicionamento Encoberto.................................332 IX. Comentário Final........................................................................333 X. Leituras Recomendadas............................................................. 334 17. Biofeedback, Miguel A. Simón I. História....................................................................................... 335 II. Definição e Descrição................................................................. 338 11.1. Conceito de biofeedback..................................................... 338 11.2. O processo de biofeedback................................................. 338 III. Fundamentos Conceituais...........................................................342 IV. Procedimento..............................................................................344 IV.1. Avaliação inicial...................................................................344 IV.2. Linha de base..................................................................... 346 IV.3. Fixação de metas................................................................347 I V.4. T ratamento......................................................................... 348 IV.5. Sessões finais......................................................................350 IV.6. Seguimento......................................................................... 350 V. Aplicações Clínicas..................................................................... 351 V.1. Disfunções cardiovasculares................................................ 351 V.2. Distúrbios gastrointestinais...................................................354 V.3. Transtornos neuromusculares..............................................356 V.4. Outros distúrbios..................................................................356 VI. Comentários Finais.....................................................................357 VII. Leituras Recomendadas............................................................. 358Quinta Parte Técnicas Baseadas Principalmente na Teoria da Aprendizagem Social 18.0 Treinamento em Habilidades Sociais, Vicente E. Cabaiio I. Introdução.................................................................................. 361 II. Breve História da Formação das Habilidades Sociais................. 361 III. Definição e Descrição................................................................ 363 111.1. Definição de habilidade social............................................. 363 111.2. Classes de resposta........................................................... 365 111.3. O treinamento em habilidades sociais.................................366 IV. Fundamentos Conceituais e Empíricos do Treinamento em Habilidades Sociais.................................................................... 368 V. Procedimento.............................................................................369 V.1. O ensaio comportamental................................................... 377 V.2. A modelação...................... ............................................... 382 V.3. Instruções/treinamento........................................................384 V.4. Feedback e reforçamento...................................................384 V.5. Tarefas de casa.................................................................. 386 V.6. Procedimentos cognitivos...................................................387 VI. O Treinamento das Habilidades Sociais em Grupo.....................387 VI. 1. Procedimentos e exercícios de grupo.................................388 VII. Aplicações do Treinamento em Habilidades Sociais...................395 VIII. Resumo/Comentário Final..........................................................397 IX. Leituras Recomendadas.............................................................398 19. Treinamento de Pais, Robert J. McMahon I. Introdução..................................................................................399 II. Fundamentos Conceituais e Empíricos.......................................400 11.1. Bases teóricas e empíricas para o emprego do TP como tratamento para os problemas de comportamento infantis.......... 400 11.2. O desenvolvimento do treinamento de pais........................ 403 III. Procedimentos de Avaliação e Tratamento................................ 405 II 1.1. Avaliação............................................................................405 111.2. Revisão dos programas de treinamento de pais..................408 111.3. Um exemplo do TP: “Ajudando a criança desobediente”, de Forehand e McMahon (1981)..........................................409 111.4. Outras intervenções no treinamento de pais....................... 414 111.5. Intervenções do TP para problemas do comportamen to furtivo - roubar............................................................... 418 IV. Conclusões................................................................................ 421 V. Leituras Recomendadas.............................................................422 Sexta Parte Técnicas Cognitivas e de Autocontrole 20. A Terapia Racional-Emotiva: uma Conversa com Albert Ellis, Leonorl. Lega I. Introdução.....................................................................................425 II. História e Dados Biográficos.......................................................... 425 III. Descrição do Modelo Terapêutico.................................................. 427 IV. Marco de Referência Empírico e Conceituai....................................430 V. Procedimento................................................................................430 V.1. O debate filosófico..................................................................431 V.2. As tarefas para casa............................................................ 432 V.3. Fantasia racional-emotiva......................................................432 V.4. Técnicas emocionais............................................................ 435 V.5. Técnicas comportamentais....................................................435 V.6. Exemplo de um caso........................................................... 436 VI. Aplicações....................................................................................437 VII. Variações......................................................................................438 VII.1. Grupos de TRE só para mulheres.......................................... 438 VI1.2. Maratonas racional-emotivas................................................. 439 VII.3. Aplicações à indústria...........................................................439 VIII. Comentário Final........................................................................... 439 IX. Leituras Recomendadas................................................................ 440 21. A Prática da Terapia Cognitiva, Keith S. Dobson e Renee- Louise Franche I. A Prática da Terapia Cognitiva........................................................441 II. O Modelo Cognitivo da Disfunção...................................................442 11.1. Causas da disfunção.................... ......................................... 442 11.2. O produto da disfunção.........................................................446 11.3. O tratamento da disfunção....................................................447 III. Técnicas de Terapia Cognitiva......................................................448 111.1. Os princípios diretrizes da terapia cognitiva........................... 448 111.2. A primeira entrevista............................................................. 449 111.3. A avaliação do problema........................................................450 111.4. A estrutura das sessões seguintes....................................... 452 111.5. Técnicas comportamentais....................................................453 111.6. Técnicas cognitivas.............................................................. 455 XII índice III.7. A modificação das suposições disfuncionais........................459 IV. Terapia Cognitiva para os Transtornos de Ansiedade..................461 IV. 1. Os aspectos cognitivos mais importantes da ansiedade...461 IV.2. Aspectos da avaliação......................................................... 462 IV.3. Técnicas comportamentais..................................................463 IV.4. Técnicas cognitivas.............................................................464 V. Os Resultados da Terapia Cognitiva........................................... 466 VI. Tendências Futuras....................................................................467 VII. Resumo...................................................................................... 469 VIII. Leituras Recomendadas............................................................. 469 22. Treinamento em Solução de Problemas, Arthur M. Nezu e Christine M. Nezu I. História........................................................................................471 II. Definições e Descrição Geral......................................................472 III. O Processo de Solução de Problemas Sociais............................474 IV. O Treinamento em Solução de Problemas..................................476 IV. 1. Objetivos do tratamento...................................................... 476 IV.2. Estratégias de avaliação na solução de problemas.............. 477 IV.3. Componentes do treinamento na solução de problemas....478 V. Variações e Aplicações.............................................................. 490 V.1. Pacientes psiquiátricos hospitalizados................................. 490 V.2. Outros problemas................................................................ 491 VI. Comentários Finais.....................................................................492 VII. Leituras Recomendadas............................................................. 493 23. A Terapia de AvaliaçãoCognitiva, Richard L. Wessler e Sheenah Hankin- Wessler I. História..... ..................................................................................495 II. Definição e Descrição................................................................. 496 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos....................................... 498 II 1.1. Regras pessoais de vida..................................................... 498 111.2. As cognições justificadoras.................................................. 501 111.3. O afeto personotípico.......................................................... 502 111.4. Manobras de busca de segurança....................................... 504 111.5. O ponto fixo emocional....................................................... 505 IV. Métodos..................................................................................... 506 IV. 1. A aliança terapêutica........................................................... 507 XIV índice IV.2.0 afeto personotípico........................................................ 507 IV.3. As cognições.......................................................................509 IV.4. As manobras de busca de segurança.................................. 510 IV.5. As intervenções................................................................... 511 IV.6. Os retrocessos.....................................................................513 V. Variações................................................................................... 513 VI. Aplicações.................................................................................. 514 VII. Resumo/Conclusões Finais.............................. .......................... 515 VIII. Leituras Recomendadas............................................................. 515 24. Terapia Cognitivo-Estrutural: o Modelo de Guidano e Liotti, Cristina Botella Arbona I. História....................................................................................... 517 II. Definição e Descrição................................................................. 518 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos........................................519 II 1.1. Compreendendo o marco construtivista...............................520 111.2. A organização do conhecimento humano.............................522 111.3. Processos de manutenção e processos de mudança........... 524 IV. Procedimento..............................................................................526 IV.1. A avaliação......................................................................... 528 IV.2.0 processo de terapia......................................................... 530 V. Aplicações.................................................................................. 533 V.1. Organização cognitiva do paciente agorafóbico.................534 V.2. A estratégia de tratamento...................................................535 VI. Conclusões................................................................................ 537 VII. Leituras Recomendadas............................................................. 538 25.0 Treinamento em Auto-instruções, José Santacreu I. Introdução.................................................................................. 539 II. Definição e Descrição................................................................. 540 III. Fundamentos Conceituais da Técnica.........................................541 IV. O Procedimento de Aprendizagem da Técnica de Auto- instruções....................................................................................544 V. Aplicações da Técnica de Auto-instruções e Avaliação de seus Resultados.......................................................................... 550 V.1. Aplicações da técnica em casos de impulsividade............... 550 V.2. Aplicações da técnica em casos de ansiedade.................... 552 V.3. Aplicações da técnica em casos de falta de autocontrole.... 553 V.4. Aplicações da técnica em casos de dificuldades de aprendizagem.......................................................................553 VI. Conclusões.................................................................................. 555 VII. Leituras Recomendadas.............................................................. 556 26. A Inoculação do Stress, Jerry L. Deffenbacher I. História........................................................................................ 557 II. Modelo Teórico e Resultados de Pesquisas.................................557 III. Modelo de Tratamento.................................................................558 II 1.1. Fase I: reconceitualização.................................................... 559 111.2. Fase II: aquisição e ensaio de habilidades............................567 111.3. Fase III: aplicação e consolidação....................................... 574 IV. Resumo....................................................................................... 578 V. Leituras Recomendadas.............................................................. 579 27. Métodos de Autocontrole, Lynn P. Rehm I. Definição e Descrição................................................... •............. 581 II. Perspectivas Teóricas................................................................. 583 III. Auto-Registro: Técnicas e Variações...........................................587 IV. Auto-Avaliação: Métodos e Variações..........................................590 IV. 1.0 estabelecimento de metas.................................................591 IV.2. A auto-eficácia...................................................................... 592 IV.3. As atribuições.......................................................................593 V. Auto-Reforço: Método e Variações.............................................. 594 VI. Um Programa de Autocontrole para a Depressão........................595 VI. 1. Sessões I e II: auto-registro.................................................597 VI.2. Sessão III: efeitos sobre o comportamento...........................599 VI.3. Sessões IV e V: as atribuições............................................. 600 VI.4. Sessões VI e VII: estabelecimento de objetivos.................... 601 VI.5. Sessões VIII e IX: auto-reforçamento................................... 603 VI.6. Sessões X, XI e XII: continuação e manutenção...................604 VII. Conclusão.....................................................................................604 VIII.Leituras Recomendadas............................................................... 605 Sétima Parte Outras Técnicas em Terapia Comportamental 28. Hipnoterapia, E. Thomas Dowd I. Introdução.................................................................................... 609 XVI índice II. História da Hipnose..................................................................... 610 III. A Natureza da Hipnose................................................................611 II 1.1. Mitos sobre a hipnose...........................................................611 111.2. Teorias sobre a hipnose.......................................................612 111.3. A profundidade do transe.....................................................614 111.4. A lógica do transe................................................................614 IV. A Prática da Hipnoterapia............................................................614 IV.1. Preparação para a hipnose..................................................615 IV.2. Indução da hipnose............................................................. 617 IV.3. Aprofundamento do transe...................................................619 IV.4. Emprego do transe hipnótico............................................... 621 IV.5. Finalização da hipnose........................................................ 622 V. Aplicação da Hipnose................................................................. 622 V.1. Ahipnose no controle da dor...............................................623 V.2. Tratamento da dor através da hipnose.................................623 V.3. Tratamento hipnótico dos transtornos do hábito................... 625 V.4. Tratamento hipnótico dos transtornos por uso de subs tâncias ................................................................................. 626 V.5. A hipnose na reestruturação cognitiva................................. 626 VI. Resumo...................................................................................... 627 VII. Leituras Recomendadas..............................................................628 29. Questões sobre a Terapia Multimodal, Maurits G. T. Kwee I. Introdução à Terapia Multimodal................................................. 629 1.1. História e contexto...............................................................629 1.2. A teoria da aprendizagem social...........................................631 1.3. Conceitos multimodais........................................................ 632 1.4. Resistência e manobras defensivas..................................... 635 1.5. Teoria de sistemas: estruturas.............................................637 1.6. Teoria de sistemas: processos.............................................639 II. Macroanálise...............................................................................640 11.1. O ganho secundário.............................................................641 11.2. A perda secundária.............................................................. 643 11.3. O ganho primário................................................................. 644 11.4. A perda primária..................................................................645 11.5. A mediação cognitiva.......................................................... 646 11.6. Integração dos círculos viciosos.......................................... 648 III. Microanálise............................................................................... 650 111.1. A teoria das emoções...........................................................651 111.2. As modalidades dominantes................................................652 111.3. “Ordens disparadoras” seqüenciais...................................... 653 111.4. Rastreando a seqüência.......................................................655 111.5. O ecletismo técnico............................................................. 656 111.6. Conclusões..........................................................................659 IV. Resumo...................................................................................... 660 V. Leituras Recomendadas..............................................................661 30. A Entrevista Comportamental, Barry A. Edelstein e Jerome Yoman I. História....................................................................................... 663 II. Definição e Descrição.................................................................664 11.1. Objetivos da entrevista........................................................ 664 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos....................................... 664 IV. Método....................................................................................... 666 IV. 1.0 estabelecimento de uma relação terapêutica...................666 IV.2.0 treinamento do comportamento do papel de pacien te (CPP).............................................................................. 667 IV.3. CPPs para a terapia comportamental.................................. 667 IV.4. Métodos de avaliação do CPP.............................................668 IV.5.0 ensinamento dos comportamentos do papel de pa ciente ..................................................................................670 IV.6. A resistência: uma falta de colaboração.............................. 672 IV.7. A obtenção de informação para uma análise funcional.......C77 IV.8. Análise e identificação dos comportamentos-objetivo........680 V. Resumo...................................................................................... 683 VI. Leituras Recomendadas............................................................. 683 31. Técnicas Diversas em Terapia Comportamental, Vicente E. Cahallo e Gualberto Buela I. Introdução.................................................................................. 685 II. Técnicas Molares....................................................................... 686 11.1. Procedimentos de modelação..............................................686 11.2. A terapia de comportamento racional.................................. 692 11.3. Reestruturação racional sistemática.................................... 696 11.4. O treinamento no controle da ansiedade............................. 698 XVI I XVIII índice 11.5. Ciência pessoal...................................................................699 11.6. Terapia familiar...................................................................700 11.7. Terapia de casal..................................................................702 11.8. Terapia sexual.....................................................................704 III. Técnicas Moleculares.................................................................. 707 II 1.1. O recondicionamento orgásmico......................................... 707 111.2. O contrato comportamental................................................. 707 111.3. Biblioterapia.........................................................................709 111.4. A interpretação alternativa.................................................. 710 111.5. Mudar o rótulo..................................................................... 710 111.6. A crença racional..................................................................711 111.7. A hierarquia de valores....................................................... 712 111.8. O emprego de imagens....................................................... 712 111.9. A imaginação emotiva......................................................... 713 111.10. A mudança de pensamento..................................................713 111.11. A cadeira vazia.................................................................... 714 111.12.0 controle do estímulo........................................................ 714 111.13. A inversão do hábito.............................................................715 111.14. A prática massiva................................................................ 715 111.15. A prevenção da resposta..................................................... 715 111.16.0 fumar rápido.................................................................... 715 111.17.0 treinamento no controle da retenção................................. 716 111.18.0 condicionamento da almofadinha e a campainha............ 716 111.19.0 emprego do metrônomo...................................................717 IV. Resumo/Conclusões.................................................................... 717 V. Leituras Recomendadas.............................................................. 718 Oitava Parte Extensões da Terapia Comportamental 32. Terapia de Grupo Cognitivo-Comportamental, Richard L. Wessler, I. História..........................................................................................721 II. Definição e Descrição...................................................................721 III. Fundamentos Conceituais e Empíricos........................................722 111.1. Suposições básicas..............................................................722 111.2. Um modelo integrador..........................................................723 IV. Métodos........................................................................................726 IV.1. Formação do grupo............................................................... 727 IV.2. Estabelecer anorma de abrir-se e compartilhar emo ções e experiências................................................................ 727 IV.3. Estabelecer um marco cognitivo-comportamental para todos os membros........................................................... 727 IV.4. Estabelecer e pôr em prática um modelo para a mudança.................................................................................727 V. Variações....................................................................................... 729 V.1. Enfoques do treinamento em habilidades................................. 729 V.2. Autocontrole do comportamento............................................... 730 V.3. Os enfoques psicoeducativos................................................... 731 V.4. Grupos de terapia ampla..........................................................732 VI. Aplicações..................................................................................... 738 VII. Resumo/Comentário Final............................................................... 738 VIII. Leituras Recomendadas.................................................................. 739 33. Psicologia Comportamental Comunitária, Luis Fernández Rios I. Introdução....................................................................................... 741 II. Definição e Componentes da Psicologia Comportamental Comunitária..................................................................................... 742 III. Psicologia Comportamental Comunitária e Promoção da Saúde..............................................................................................743 111.1. Imunogênesecomportamental.................................................. 743 111.2. Saúde mental comunitária........................................................ 744 IV. Psicologia Comunitária e Psicologia Comportamental Comunitária na América Latina......................................................... 746 V. A Psicologia Comportamental Comunitária na Espanha................... 747 VI. Comentário Crítico e Perspectivas Futuras.......................................748 VII. Conclusões (em Forma de Resumo)................................................749 VIII. Leituras Recomendadas.................................................................. 749 34. A Questão Ambiental, Vicente E. Caballo I. Introdução....................................................................................... 751 II. Ambientes, Situações e Estímulos.................................................. 753 III. Unidades de Análise das Situações.................................................754 111.1. A busca de uma taxionomia das situações............................... 755 IV. O Contexto como Fator Determinante do Comportamento.................757 V. Psicopatologia e Contexto Ambiental..............................................758 índice XIX XX índice V. 1. Algumas implicações práticas.............................................. 760 VI. Um Comentário Final.................................................................. 763 VII. Leituras Recomendadas.............................................................. 764 35. Medicina Comportamental, Juan F. Godoy I. Introdução Conceituai, Histórica e Metodológica.......................... 765 1.1. Introdução......................................................................... 765 1.2. Conceito............................................................................766 1.3. História..............................................................................767 1.4. Modelos conceituais em medicina comportamental...........770 II. Âmbito de Aplicação da Medicina Comportamental..................... 773 11.1. Avaliação e tratamento de transtornos específicos...............773 11.2. Potencialização da atividade de outros profissionais da saúde..............................................................................779 11.3. Promoção e manutenção da saúde e prevenção da doença................................................................................ 779 III. Um Exemplo de Estratégias de Atuação em Medicina Com portamental: Avaliação e Tratamento da Miopia.................. 780 IV. Leituras Recomendadas.............................................................. 782 Referências ............................................................................................783 índice Analítico........................................................................................ 873 A presentação Desde o começo da década de 60 a terapia comportamental se converteu em uma alternativa viável para os problemas tradicionais da psicoterapia e da psicologia clínica em geral. Trata-se de um enfoque dos transtornos do comportamento que se caracteriza por ser válido e confiável, baseado na ciência e fundamentado nas investigações de laboratório. Nada disto tinha a psicoterapia tradicional, principal mente a de origem psicanalítica. No entanto, esse novo enfoque não chegou de imediato à Espanha nem à América-Latina. Só no começo da década de 70 foram traduzidos os primeiros livros sobre o assunto e escritas algumas obras de psicologia da aprendizagem, modificação do comportamento aplicado ao retardo no desenvolvimento, etc. Nessa época, os países latino-americanos líderes no campo da terapia comportamental, incluindo também a pesquisa básica, eram essencialmente o México e o Brasil. Mas também em outras nações trabalhava-se com grande entusiasmo e de forma sistemática sobre a análise comportamental aplicada à educação, análise do comportamento nas organizações, esboços de culturas e, é claro, terapia comportamental. No México foi fundada uma das comunidades baseadas em Walden II, que mais tem resistido ao passar do tempo e se solidificou e avançou nas idéias de Skinner: trata-se de “Los Horcones”, no Estado de Sonora ( ao norte do México, próximo aos Estados Unidos), fundada em 1973. Foram publicadas também importantes obras, criou-se um programa de Mestre em Análise Experimental do Comportamento, foram concluídas pesquisas de laboratório e publicadas obras de transcendência internacional. O Brasil não ficou atrás, e ainda que seus trabalhos tenham tido menos influência - porque foram escritos em português e não em espanhol -, a influência desse gigante sul-americano na terapia do comportamento é muito relevante. A fundação da Associação Latino-Americana de Análise e Modificação do Com portamento (ALAMOC) em 1975, em Bogotá, merece ser destacada como marco no desenvolvimento da área. A ALAMOC tem organizado Congressos Latino-Ame- ricanos de Análises e Modificação do Comportamento no Panamá, Bogotá, San tiago do Chile, Lima, Caracas, Montevidéo, Costa Rica, etc., além disso publica uma revista e um boletim, e busca unir os especialistas da área na América Latina. Salientamos que de todos esses desenvolvimentos, ocorridos na década de 70, a Espanha esteve ausente. Não que não houvesse esforços isolados de pes quisadores, porém não tinham sido estruturados e sistematizados. Na Espanha, a psicologia científica estava reaparecendo depois de várias décadas de silêncio, o que os latino-americanos estranhavam muito e que os preocupava sobremanei ra. Os psicólogos de língua espanhola voltavam os olhos à Espanha e esperavam encontrar diretrizes em termos de pesquisas e de aplicação. XXII Na década de 80, a situação mudou e a Espanha passou à vanguarda em psicologia científica, incluindo diversos campos do trabalho - básico e aplicado - e dentro deles a terapia comportamental teve um papel prioritário. A Espanha recuperou a liderança que aqui, na América Latina, todos esperávamos. Criaram- se laboratórios, fizeram-se publicações de alcance internacional, publicaram-se livros, fundaram-se importantes revistas. Os “colégios invisíveis” apareceram, a psicologia alcançou autonomia, prestígio e impacto social. A psicologia espanhola da década de 90 é internacional, científica,com uma imagem pública adequada, bem financiada, com metas a longo prazo, e está contribuindo de modo eficaz ao acervo de conhecimentos da psicologia mundial Prova disso é o presente livro. Entre seus autores, encontram-se distintos pesquisadores e terapeutas de muitos países do mundo, assim como a reunião dos principais psicólogos espanhóis que trabalham com a terapia comportamental. Suas oito partes abrangem toda a gama de terapia comportamental: história da terapia comportamental, aspectos metodológicos, técnicas baseadas no compor tamento clássico e operante, técnicas fundamentadas na aprendizagem social, aspectos cognitivos e de autocontrole, outras técnicas e extensões. Nada ficou de fora e, ainda assim, o livro se limita estritamente ao enfoque científico da área. Encontramos aqui tanto as técnicas e estratégias clássicas e tradicionais, como as mais modernas. Não é comum que num livro como este se dedique um capítulo especialmente à hipnoterapia (Cap. 28), à psicologia comportamental comunitá ria (Cap. 33) ou a problemas ambientais (Cap. 34). Junto a esses capítulos “não tradicionais” temos os clássicos, sobre economia de fichas, condicionamento encoberto, dessensibilização sistemática, relaxa mento, etc. É um livro bem equilibrado, que oferecerá aos estudantes e profissionais uma importante fonte de consulta sobre terapia comportamental e seus mais recentes avanços. Psicólogos, psiquiatras, médicos em geral, educadores, assistentes sociais, estudantes, e todos aqueles interessados em se beneficiar deste assunto, têm aqui uma obra de imenso valor. O professor Vicente E. Caballo tem sido pioneiro em terapia comportamental, no mundo de fala castelhana, como demonstram suas obras anteriores, entre elas uma muito bem documentada sobre habilidades sociais. No presente livro conse guiu reunir trabalhos originais, escritos por especialistas de primeira categoria, que são os protagonistas da pesquisa contemporânea em terapia comportamental. Damos as boas-vindas a este importante livro e o recomendamos com grande entusiasmo. Acreditamos que terá um lugar de enorme relevância na Espanha e na América Latina e que servirá como texto para cursos sobre terapia comportamen tal. Mostrará ao público não especializado os avanços neste campo de trabalho e o lugar decisivo que tem alcançado a psicologia espanhola de hoje. Desejamos muito êxito a este livro e estamos seguros de que todos vamos aprender muito com ele. Rubén Ardila Universidade Nacional da Colômbia P refácio A modificação ou terapia comportamental é, sem dúvida, o movimento mais im portante dentro da psicologia clínica nas últimas décadas. Toda uma nova con cepção das tradicionalmente denominadas “doenças mentais” tem sido incluída nesse movimento. Este novo (e diferente) enfoque da “doença mental” constitui um rompimento com os modos e métodos de enfoques tradicionais anteriores. Não só são empregados termos novos (“transtornos comportamentais” versus “doenças mentais”), que encerram atitudes radicalmente distintas, como também o mesmo processo de aproximação a um determinado problema tem muito pouco a ver com os métodos da psicologia clínica tradicional. Desde o momento da aproximação ao problema, seguindo com a avaliação do mesmo e finalizando com seu tratamento, o enfoque da modificação do comportamento apresenta ares novos e frescos e, o que é mais importante, sua aplicação prática é imediata e verificável. A qualidade de um psicólogo clínico já não depende de sua arte. O psicólogo clínico não nasce, faz-se. O estudo, a investigação e a prática clínica formam o terapeuta dos nossos dias. A intuição passou à história. Os psicólogos de hoje não são (ou pelo menos não deveriam ser) os confessores de ontem. A modificação do comportamento oferece numerosos procedimentos de interven ção para encarar os transtornos comportamentais que os indivíduos apresentam. O presente manual trata desses procedimentos ou técnicas de intervenção. Da mesma maneira que a profissão médica dispõe de toda uma série de fármacos e técnicas cirúrgicas para o tratamento de problemas orgânicos, assim também a psicologia clínica dispõe de um conjunto de procedimentos terapêuticos para o tratamento e a modificação dos problemas comportamentais. O objetivo deste manual é a apresentação, aos psicólogos e psiquiatras que se dedicam à prática clínica, aos residentes dos hospitais envolvidos na saúde mental e aos estudantes dos últimos anos de Psicologia, das técnicas de mo dificação do comportamento mais importantes de que se dispõe atualmente. A intenção foi oferecer um livro eminentemente prático (dentro das limitações do espaço disponível), insistindo para isso na forma de conduzir cada técnica específica e nas variações que apresenta (ou possa apresentar) a mesma. Mas tampouco quisemos esquecer de todos os outros aspectos da terapia comportamen tal, quer dizer, da história, dos fundamentos conceituais e empíricos, e de fatores que exercem uma importante influência sobre a prática da terapia comportamental. Por isso incluímos também uma série de capítulos e uma pequena parte do espaço dedicado a cada técnica para tratar estes temas. Dada a grande diversidade de procedimentos da modificação do comporta mento que existem e a impossibilidade material de ser um expertem todos eles, no presente manual cada técnica é descrita por um especialista na mesma. Todos os capítulos, exceto um, foram escritos originalmente para este livro. Participam dele mais de 40 doutores em psicologia pertencentes a 25 universidades, nacionais e estrangeiras, e a diversos centros privados. O livro compõe-se de 35 capítulos agrupados em várias seções. Um primeiro bloco reúne três capítulos dedicados basicamente à história (e, inclusive, à “pré-história”) da modificação do comportamento. O autor do primeiro capítulo, o Dr. Franks, foi um dos fundadores da Association for Advancement of Behavior Therapy (Estados Unidos), seu primeiro presidente e o primeiro diretor da revista Behavior Therapy, criada em 1970, que tanto tem influído em todos os terapeutas comportamentais. O segundo bloco do livro é composto por cinco capítulos dedicados a questões básicas da modificação do comportamento, tais como a avaliação, a generaliza ção e manutenção dos efeitos do tratamento e a consideração de variáveis, relativas tanto ao paciente como ao terapeuta, que podem estar influindo no processo da terapia. As seções de três a sete são dedicadas à descrição das diferentes técnicas. Estas foram agrupadas em blocos, dependendo do modelo que parece sustentar a base teórica de cada técnica. Contudo, isto foi feito com fins principalmente didáticos e de clareza expositiva, já que não existe na terapia comportamental um modelo ou modelos que expliquem por que funcionam as diferentes técnicas, oferecendo-se freqüentemente explicações a posteriori ou pleiteando meras especulações sobre os mecanismos implicados na eficácia das técnicas. Assim, as técnicas baseadas principalmente no condicionamento clássico auxiliam freqüentemente numerosos elementos cognitivos, elementos do condicionamen to operante e/ou fatores da aprendizagem social. O mesmo acontece com as técnicas agrupadas nas outras seções. Não se pode dizer que alguma das técnicas do livro baseia-se exclusivamente em um dos modelos de aprendizagem nele expostos. Embora os autores tenham tido certa liberdade na descrição das técnicas, cada uma destas segue um esquema organizado em torno dos seguintes pontos: história, definição e descrição, fundamentos conceituais e empíricos, procedi mento, variações, aplicações, resumo/comentário final e leituras recomendadas. Desta forma, acreditamos que o leitor possa adquirir os conhecimentos essenciais de cada técnica, especialmente como conduzi-la e, se alguém quiser aprofundar- se mais nelas, poderá fazê-lo através das leituras recomendadas que são incluídas no final de cada capítulo. O último bloco do presente manual tratade temas que podem ser considerados extensões na aplicação das técnicas de terapia comportamental. Muitas destas técnicas podem adquirir um formato grupai e incidir sobre um grupo de pessoas de cada vez. O mesmo ocorre quando essas técnicas são aplicadas à comunida de, mas neste caso, o grupo é muito mais numeroso e muitas vezes a intervenção pode dirigir-se mais a prevenir que a curar. Os aspectos ambientais e contextuais, esquecidos com muita freqüência pelos terapeutas comportamentais em favor de estímulos externos “moleculares”, são enfatizados no penúltimo capítulo do livro, ressaltando a importância de considerar o contexto mais amplo que freqüente mente rodeia o comportamento. Finalmente, o último capítulo aborda uma área reservada até há pouco aos médicos e onde a terapia comportamental também tem muito a dizer. XXIV X X V Tenho a firme esperança de que este manual cumpra os objetivos para os quais foi projetado. Se as técnicas de terapia comportamental se fizerem compreensíveis aos futuros psiquiatras e psicólogos clínicos e aos que já o são, a realização deste livro terá valido a pena. Finalmente, gostaria de agradecer à Editora Siglo XXI da Espanha, e especialmente a seu diretor Javier Abásolo, não só a ajuda prestada na realização deste projeto, mas também a esperança e o ânimo infundidos nos momentos mais difíceis. Tenho a impressão de que esta fluida relação entre a editora e o autor, que tive o prazer de experimentar, constitui uma ilha no complicado mundo editorial. Muito obrigado por isto. Vicente E. Caballo A utores Rubén Ardila, Dpto. de Psicologia, Universidad Nacional de Colômbia, Bogotá, Colômbia. Michael Ascher, Department of Psychiatry, Temple University Health Science Center, Philadephia, Pennsylvania, Estados Unidos. Cristina Botella Arbona, Dpto, de Personalidad, Evaluación y Tratamientos Psicológicos, Universidad de Valência, Valência, Espana. Gualberto Buela, Dpto. de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Universidad de Granada, Granada, Espana. Vicente E. Caballo, Dpto. de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Universidad de Granada, Granada, Espana. José Cáceres Carrasco, Direcciòn de Salud Mental, Servicio Regional de Salud, Pamplona, Navarra, Espana. Jerry L. Deffenbacher, Department of Psychology, Colorado State University, Fort Collins, Colorado, Estados Unidos. Keith S. Dobson, Department of Psychology, Faculty of Social Sciences, The University of Calgary, Calgary, Alberta, Canadá. E. Thomas Dowd, Department of Educational Psychology, Administration, Technology, and Foundations, Kent State University, Kent, Ohio, Estados Unidos. Barry A. Edelstein, Department of Psychology, College of Arts and Sciences, West Virginia University, Morgantown, West Virginia, Estados Unidos. Luis Fernández Rios, Dpto. de Psicologia Clínica y Psicobiologia, Universidad de Santiago de Compostela, Santiago de Compostela, La Coruna, Espana. Renee-Louise Franche, Department of Psychology, University of British Columbia, Vancouver. British Columbia, Canadá. Cyril M. Franks, Graduate School of Applied and Professional Psychology, The State University of New Jersey at Rutgers, Piscataway, New Jersey, Estados Unidos. Aurora Gavino, Dpto. de Psicologia, Universidad de Málaga, Málaga, Espana. Antônio Godoy, Dpto. de Psicologia, Universidad de Málaga, Málaga, Espana. Juan F. Godoy, Dpto. de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Universidad de Granada, Granada. Espana. Sheenah Hankin-Wessler, Cognitive Psychotherapy Associates, Nova York, Estados Unidos. Marjorie L. Hatch, Department of Psychology, Temple University, Philadephia, Pennsylvania, Estados Unidos. Alan E. Kazdin, Department of Psychology, Yale University, New Haven, Connecticut, Estados Unidos. Maurits G. T. Kwee, Psychiatnsch Centrum JOR1S, GA Delft, Holanda. Leonor I. Lega, Psychology Departmeni, St. Peter’s CoNege, Jersey City, New Jersey, e Institute for Ralional-Emotive Therapy, Nueva York, Estados Unidos. Donald J. Levis, Department of Psychology, State University of New York at Binghamton, Binghamton, Nova York, Estados Unidos. Carmen Martorell, Dpto. de Personalidad, Evaluación y Tratamientos Psicológicos, Universidad de Valência, Valência, Espana. Robert J. McMahon, Department of Psychology, University of Washington, Seattle, Washington, Estados Unidos. Autores XXVII Michael A. Milan, Psychology Department, Georgia State University, Atlanta, Georgia, Estados Unidos. Z. Peter Mitchell, Mitchell and Associates, New York City, Estados Unidos. Arthur M. Nezu, Department of Mental Health Sciences, Hahnemann University, Philadelphia. Pennsylvania, Estados Unidos. Christine M. Nezu, Department of Mental Health Sciences, Hahnemann University, Philadelphia, Pennsylvania, Estados Unidos. Roger L. Patterson. Veteran’s Administration Clinic, Daytona Beach, Florida, Estados Unidos. Joseph J. Pear, Department of Psychology, The University of Manitoba, Winnipeg, Manitoba, Canadá. Marino Pérez Alvarez, Dpto. de Psicologia, Universidad de Oviedo, Oviedo, Espana. Rosa M. Raich, Dpto, de Psicologia de la Salut, Laboratori de Psicologia Clinica, Universitat Autônoma de Barcelona, Bellaterra, Barcelona, Espana. Lynn P. Rehm, Department of Psychology, University of Houston, Houston, Texas, Estados Unidos. Patricia A. Rourke, Department of Psychology, University of Iowa, Iowa, Estados Unidos. José Santacreu, Dpto. de Psicologia Biológica y de Ia Salud, Universidad Autônoma de Madrid, Madrid. Espana. Fernando Silva, Dpto. de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Universidad Complutense de Madrid, Madrid, Espana. Miguel A. Simón, Dpto. de Psicologia Clínica y Psicobiología, Universidad de Santiago de Compostela. Santiago de Compostela, La Coruna, Espana. Ralph Ni. Turner, Department of Psychiatry, Health Sciences Center, Temple University, Philadelphia, Pennsylvania, Estados Unidos. Ma Nieves Vera, Dpto. de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Universidad de Granada, Granada, Espana. Jaime Vila, Dpto. de Personalidad, Evaluación y Tralamiento Psicológico, Universidad de Granada. Granada, Espana. Richard L. Wessler, Department of Psychology, Pace University, Pleasantville, Nova York. Estados Unidos. Jerome Yoman, Department of Psychology, College of Arts and Sciences, West Virginia University, Morgantown, West Virgínia, Estados Unidos. XXVIII índice A presentação à E dição B rasileira 0 grande desenvolvimento verlificado na terapia cognitivo - comportamental, principalmente nos últimos anos, provocando um crescente interesse em profis sionais e alunos de Psicologia a a profundidade das técnicas de abordagens apresentadas neste livro, levou-me a proporão autor, prof. Vicente E. Caballo; da Universidade de Granada - Espanha a edição brasileira, desenvolvendo mais que uma tradução e revisão técnica, uma verdadeira adequação dos assuntos abordados à realidade brasileira possibilitando urna leitura o compreensão bastan te clara nos nossos leitores, que provavelmente defrontam-se diariamente com as situações apresentadas neste manual abrangente e esclarecedor É fundamental a compreensão de que, como apresenta o Prof. Caballo, o psicólogo clínico de nossos dias a exemplo dos profissionais de todas as áreas especialmente as de ciências médicas, desenvolve sua qualidade com muito estudo, treinamento e aprimoramento de técnicas, não apenas com talento A prática de nosso dia-a-dia cada vez mais curto, obriga-nos ao desenvolvimento de técnicas que envolvam as várias situações possíveis de serem encontradas em nossos pacientes e a melhor forma de conduzí-las de forma objetiva e eficiente. 0 próprio crescimento da terapia cognitivo - comportamental é um exemplo desta necessidade da busca de soluções mais objetivas, adequadas ao dinamis mo do final de um século que apresentou um excepcional desenvolvimento tecnológico em todas as áreas nos últimos trinta anos, unificandoo planeta, derrubando conceitos políticos e sociais, apresentando novas conceituações de bem-estar e bem-viver, desenvolvendo sobretudo a intelectualidade, a ponto de alterar e determinar constantemente regras de comportamento e ambições, em função das novas descobertas e conseqüente adequação da coletividade. Esta é a nova realidade profissional um mercado cada dia mais competitivo, onde destaca-se o especialista, que desenvolve não apenas seu talento, mas o treinamento de técnicas, a objetividade em suas atividades, a compreensão e adequação à realidade em constante aperfeiçoamento, enfim, a utilização de forma cada vez mais intensa de seu intelecto, em detrimento do talento criativo e da intuição, necessários mas insuficientes. Prof3 Liliana Seger Jacob P r im eir a Pa r t e H i s t ó r i a d a T e r a p ia C o m p o r t a m e n t a l 1. O rigens, H istória Recente, Q uestões Atuais e Estados Futuros da T erapia Comportamental: uma R evisão Conceitual Cyril M. Franks I. Introdução A terapia comportamental (TC), um termo que empregaremos como sinônimo de modificação do comportamento, tem um passado amplo, porém uma história curta. Em sua quarta década como fonte de conhecimento formalmente desen volvida e sistematizada, podemos dizer que as técnicas predominantes em TC são tão antigas quanto a história da humanidade. Os princípios básicos do reforço e do castigo positivo e negativo foram utilizados durante milhares de anos de maneira intuitiva, desprovida de proposições formais sobre os princípios implica dos. No final dos anos 50 registraram-se notáveis esforços para sistematizar estes princípios. Em certo sentido, poder-se-ia considerar que tais esforços constituíram o nascimento da TC tal como a conhecemos hoje. Mas, por outro lado, a terapia comportamental tem muitas origens e nenhum fundador ou ponto de partida único. Nenhum país ou escola de pensamento pode reivindicar a exclusividade no campo da TC e nenhuma técnica tampouco poderá fazê-lo. Alguns experts na matéria, como London (1972), alegam que a TC é mais conhecida como um conjunto de técnicas do que como um enfoque. Entretanto, é a metodologia da TC como enfoque, o que define a terapia comportamental tal como a conhecemos hoje. Existem nela diferentes estratégias, técnicas e conceitos teóricos. Mas o comum a todos os que se autodenominam “terapeutas comportamentais” é um compromisso com a avaliação, a intervenção e os conceitos que se apóiam em algum tipo de marco teórico de aprendizagem E-R (estímulo-resposta), imerso, por sua vez, dentro da metodologia do aprendizado científico-comportamental. 4 Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Comportamento Quando a psicologia foi capaz de abandonar as especulações filosóficas em favor da metodologia científico-experimental, deixou o terreno preparado para que a TC germinasse. Em 1971, no primeiro artigo dedicado exclusivamente à TC da Annual Review of Psychology, Krasner fez uma resenha de quinze áreas de investigação que concorreram nos anos 50 e 60 para formar o núcleo deste novo enfoque. Entre aquelas áreas, encontravam-se a psicologia experimental, o condicionamento clássico e o operante, os princípios teóricos da aprendizagem de Hull e Pavlov, a disciplina da psicologia clínica e uma crescente insatisfação com a corrente psicodinâmica predominante naqueles momentos no campo da saúde mental. Mesmo que o trabalho de Pavlov sobre o condicionamento clássico, o de Watson sobre o comportamentalismo, o de Thorndike sobre a aprendizagem e o de Skinner sobre o condicionamento operante constituam as pedras an gulares da TC, foi preciso esperar até o final dos anos 60 para que estes fundamentos conceituais se encontrassem preparados para sustentar toda a estrutura. A TC entra agora em sua quarta década. A primeira, os anos 60, constituiu a época pioneira, plena de ideologias e polêmicas, em que os terapeutas comportamentais tentaram apresentar uma frente unida contra o “inimigo” comum psicodinâmico. Durante este período turbulento, e apesar da grande resistência encontrada, a TC começou a se estabelecer como um respeitável método de tratamento. Como escreveu London em 1972, era o momento de acomodar o campo, mais que se dedicar a defendê-lo, o que ocorreu à medida que se desenvolvia a segunda década. De forma gradual, porém progressiva, os terapeutas comportamentais deixaram de se preocupar com ele - e muitos o abandonaram - em favor da busca de novos horizontes dentro do seu próprio campo. Entre as novas fronteiras colonizadas encontra vam-se a prática médica geral, o “biofeedback”, a psicofarmacologia, a psico logia ecológica, a psicologia comunitária e o mundo da administração e do governo. Esta era também a época excitante da expansão intelectual em conceitos, metodologias e modos de encarar os dados além dos considerados pela “teoria de aprendizagem” tradicional. Desenvolveram-se métodos de tra tamento mais sofisticados, aperfeiçoou-se a metodologia e estabeleceram-se melhores procedimentos para a avaliação dos resultados. Assentada sobre uma base menos segura, a “revolução cognitiva” invadiu a TC, assim como grande parte das áreas da psicologia. Esta tendência continuou na terceira década, havendo menor interesse quanto à expansão, maior inclinação para a metodologia sofisticada e um salto ainda maior para as perspectivas que vão muito mais além da “teoria de aprendizagem” tradicional E-R. Agora, em sua quarta década - sobre a qual voltarei no último parágrafo do presente capítulo - a ênfase é centrada na dificuldade em se obter a união de uma sofisticação metodológica perfeita (proveniente de um reconhecimento cada vez maior das limitações da meto dologia condutiva tradicional), com uma viva consciência das contribuições potenciais de disciplinas e formas de pensar, que não haviam sido conside radas dignas de serem exploradas pela TC tradicional. Ao mesmo tempo, como tentarei demonstrar, há um retorno esperançoso em direção aos funda- Uma Revisão Conceituai 5 mentos intelectuais nos quais se baseiam a TC, em geral, e a Association for Advancement of Behavior Therapy, AABT (Associação para o Progresso da Terapia Comportamental), em particular. Como foi citado anteriormente, ne nhum país pode reivindicar a TC como sua. Suas origens e seu alcance atual são, realmente, internacionais. Na Rússia, e na região que mais tarde seria a União Soviética, deu-se uma notável sistematização dos princípios e dos da dos do condicionamento clássico sob a regência de Pavlov e seus seguidores. Se a TC não floresceu na União Soviética, foi devido em grande parte às bases fisiológicas do condicionamento pavloviano que encontram-se intima mente unidas ao materialismo dialético, ao invés de acharem-se ligadas ao materialismo mais mecanicista que caracterizava a primeira TC desenvolvida no mundo ocidental - um ponto de vista inaceitável, de forma compreensível, a partir de um padrão marxista. Entretanto, ainda que a tradição pavloviana, como sistema filosófico, não tenha sido aceita nem influenciado na psicologia norte-americana, não se pode dizer o mesmo da teoria e da tecnologia pavlovianas. No mundo ocidental, especialmente nos Estados Unidos, o condicionamento pavloviano foi traduzido na prática por meio de técnicas, tais como o condicionamento aversivo e a dessensibilização sistemática, para citar somente duas delas. No Reino Unido, a TC surgiu dos esforços de um pequeno grupo de pessoas - no qual eu me encontrava - tentando desenvolver uma alternativa mais viável ao, então, preponderante modo de intervenção terapêutica nos denominados transtornos mentais, quer dizer, o modelo psicodinâmico (Franks, 1987b). Eysenck, então “professor” de psicologia (mais tarde catedrático) no Instituto de Psiquiatria (Hospital Maudsley) da Universidade de Londres, tinha um ambicioso e atrevido plano. O primeiro passo envolvia algo chamado “personalidade”, que descompor-se-ia em um
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