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2 Sejam todos bem-vindos! Espero que vocês tenham a melhor preparação para a prova do Exame de Ordem. Este missioneiro preparou um material bem completo para dar aquele soco na prova da OAB para nenhum de vocês sentir um baque no dia da prova. Para ter acesso a outros materiais, acompanhe as minhas redes socais: prof.nidal prof.nidal Professor Nidal Ahmad Papo penal Um beijo carinhoso e respeitoso nas meninas e um abraço bem de longe nos meninos! Prof. Nidal Ahmad https://www.instagram.com/prof.nidal/ https://www.facebook.com/prof.nidal https://www.youtube.com/channel/UCPjMO0P_lEGYMi6NJsBwJYw https://open.spotify.com/show/1oQLpKCf7IiKIyezZ5QtGI 3 “Quando você está certo daquilo que pretende alcançar... Quando o mundo todo lhe diz que não conseguirá, e ainda assim você acredita ser possível... Quando você mantém o foco firme no objetivo... Quando você crê que DEUS estará presente a cada segundo da tua jornada... Quando você compreende que desafios e obstáculos existem tão somente para serem superados... Com persistência e coragem você consegue... E quando finalmente conseguir, desfrute a vitória ... saboreie o sucesso... É indescritível a emoção de uma boa conquista... Muito obrigado pela parceria, compreensão e paciência”. Prof. Nidal Ahmad 4 SUMÁRIO 1. AÇÃO PENAL ................................................................................................................. 5 1.1. Conceito ........................................................................................................................ 5 1.2. Ação penal pública incondicionada ............................................................................... 5 1.3. Ação penal pública condicionada ................................................................................. 5 1.3.1. Conceito ................................................................................................................ 5 1.3.2. Natureza jurídica da representação ...................................................................... 6 1.3.3. Titular do direito de representação ....................................................................... 6 1.3.4. Prazo .................................................................................................................... 6 1.3.5. Irretratabilidade ..................................................................................................... 7 1.4. Ação penal privada ....................................................................................................... 7 2. QUEIXA-CRIME ............................................................................................................ 10 2.1. Conceito ...................................................................................................................... 10 2.2. Base legal ................................................................................................................... 10 2.3. Identificação ................................................................................................................ 10 2.4. Legitimidade ............................................................................................................... 11 2.5. Prazo da ação penal privada ...................................................................................... 12 2.6. Requisitos da queixa ................................................................................................... 12 2.7. Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal .............................. 13 2.8. Procuração com poderes especiais ............................................................................ 14 2.9. Valor indenizatório mínimo ......................................................................................... 14 2.10. Estrutura da Queixa-crime ........................................................................................ 15 3. QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA - AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA ............................................................................................ 18 3.1. Cabimento da Ação Privada Subsidiária ..................................................................... 18 3.2. Identificação ................................................................................................................ 18 3.3. Base legal ................................................................................................................... 19 3.4. Prazo .......................................................................................................................... 19 3.5. Estrutura da Queixa-crime Subsidiária ....................................................................... 22 PADRÃO DE RESPOSTAS .............................................................................................. 24 5 AÇÃO PENAL AÇÃO PENAL 1.1 Conceito 1.2. Ação penal pública incondicionada 1.3. Ação penal pública condicionada 1.4. Ação penal privada 1. AÇÃO PENAL 1.1. Conceito É o direito de agir exercido perante juízes e tribunais, invocando a prestação jurisdicional, que, na esfera criminal, é a existência da pretensão punitiva do Estado. 1.2. Ação penal pública incondicionada Está prevista no artigo 24 do CPP. É aquela em que o Ministério Público poderá propor a ação penal, independentemente da manifestação de vontade do ofendido ou do seu representante legal. Em outras palavras, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia de ofício. Quando o tipo penal silenciar em relação à natureza da ação penal, será pública incondicionada. 1.3. Ação penal pública condicionada – art. 24, parte final, CPP 1.3.1. Conceito É aquela cujo exercício se subordina a uma condição. Essa condição tanto pode ser a manifestação de vontade do ofendido ou de ser representante legal (representação), como também a requisição do Ministro da Justiça. É o que se extrai do artigo 24, parte final, do CPP. O MP só pode dar início à ação se a vítima ou seu representante legal o autorizarem, por meio de uma manifestação de vontade. Mais ainda: sem a permissão da vítima, nem sequer poderá ser instaurado inquérito policial. 6 A ação penal pública, seja incondicionada, seja condicionada, é promovida pelo Ministério Público por meio de denúncia, que constitui sua peça inicial (art. 100, § 1º, do CP, e art. 24 CPP). 1.3.2. Natureza jurídica da representação A natureza jurídica da representação é a de condição de procedibilidade da ação penal pública. Sem ela, o órgão do MP não pode iniciar a ação penal mediante o oferecimento da denúncia. Os crimes de ação penal pública condicionada à representação são aqueles em que consta no tipo penal a expressão “somente se procede mediante representação”. 1.3.3. Titular do direito de representação A representação pode ser exercida pelo ofendido ou representante legal. Se o ofendido contar com menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, o direito de representação cabe exclusivamente a quem tenha qualidade para representá-lo. Ao completar 18 anos e não sendo deficiente mental, o ofendido adquire o direito de representar. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, § 1º, do CPP). 1.3.4. Prazo O direito de representação pode ser exercido dentro do prazo de 06 meses, contados do dia em que o ofendido ou seu representante legal veio a saber quem é o autor do crime (art. 38 CPP). Trata-se de prazo decadencial, que não se suspende nem seprorroga, e cuja fluência, iniciada a partir do conhecimento da autoria da infração, é causa extintiva da punibilidade do agente (art. 107, IV, CP). 7 1.3.5. Irretratabilidade – art. 25 Nos termos dos arts. 25 do CPP e art. 102 do CP, “a representação será irretratável depois de oferecida a denúncia”. Assim, se o ofendido exerce o direito de representação, pode retirá-la antes de iniciar-se a ação penal com o oferecimento da denúncia. No contexto de violência doméstica ou familiar contra a mulher, nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, como, por exemplo, o crime de ameaça (art. 147 do CP), será possível a retratação perante o juiz, desde que seja designada audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público (art. 16 da Lei 11340/2006). 1.4. Ação penal privada É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere a legitimidade para a propositura da ação penal à vítima ou a seu representante legal. A ação penal privada é promovida mediante queixa-crime do ofendido ou de seu representante legal. São aqueles crimes em que no tipo penal consta a expressão “somente se procede mediante queixa”. 8 EM RESUMO... Questão 04 – XXVI Exame Larissa, revoltada com o comportamento de Renata, ex-namorada de seu companheiro, foi, em 20 de julho de 2017, até a rua em que esta reside. Verificando que o automóvel de Renata estava em via pública, Larissa quebra o vidro dianteiro do veículo, exatamente com a intenção de deteriorar coisa alheia. Na manhã seguinte, Renata constatou o dano causado ao seu carro, mas não identificou, em um primeiro momento, quem seria o autor do crime. Solicitou, então, a instauração de inquérito policial, em 25 de julho de 2017. Após diligências, foi identificado, em 23 de outubro de 2017, que Larissa seria a autora do fato e que o prejuízo era de R$ 150,00, tendo sido a informação imediatamente passada à vítima Renata. Com viagem marcada, Renata somente procurou seu advogado em 21 de fevereiro de 2018, informando sobre o interesse em apresentar queixa-crime em face da autora dos fatos. Assim, o advogado *para todos verem: esquema abaixo 9 de Renata apresentou queixa-crime em face de Larissa, imputando o crime do Art. 163, caput, do Código Penal, em 28 de fevereiro de 2018, perante o Juizado Especial Criminal competente, tendo sido proferida decisão pelo magistrado de rejeição da queixa, em razão da decadência, em 07/03/2018. A defesa técnica é intimada da decisão. Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Renata, responda aos itens a seguir. A) Qual o recurso cabível da decisão de rejeição da queixa-crime apresentada por Renata? Indique o fundamento legal e o prazo de interposição. (Valor: 0,65) B) Qual o argumento para combater o mérito da decisão do magistrado de rejeição da denúncia? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 10 AÇÃO PENAL QUEIXA-CRIME 2.1. Conceito 2.2. Base legal 2.3. Identificação 2.4. Legitimidade 2.5. Prazo da ação penal privada 2.6. Requisitos da queixa 2.7. Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal 2.8. Procuração com poderes especiais 2.9. Valor indenizatório mínimo 2.10. Estrutura da Queixa-crime 2. QUEIXA-CRIME 2.1. Conceito Trata-se, em síntese, da petição inicial da ação penal privada oferecida, via de regra, pelo ofendido ou seu representante legal. 2.2. Base legal 2.3. Identificação Num crime de ação penal privada, o ofendido ou seu representante legal, no contexto de crime de ação penal privada, procura advogado (a) para adotar a medida cabível. Exemplo da peça queixa-crime do XV Exame da OAB: “(...) Enrico procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo.” Base Legal: art. 30 ou 31, 41 e 44, do CPP e art. 100, §2º, do CP *para todos verem: esquema abaixo 11 PEÇA: QUEIXA-CRIME PALAVRA MÁGICA: Ação penal privada – ofendido procura advogado PAROU! PEDIU PRA PARAR 2.4. Legitimidade – Arts. 30/31 CPP A queixa-crime é ajuizada por um advogado contratado pelo ofendido ou seu representante legal, detentores da legitimidade para ajuizar a ação penal privada. Se o ofendido morre ou é declarado ausente, o direito de oferecer queixa, ou de dar prosseguimento à acusação, passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31 do CPP), ressalvado o caso dos art. 236, parágrafo único, do CP, cuja legitimidade será somente do cônjuge enganado. OFENDIDO REPRESENTANTE LEGAL (menor) CADI (morte ou ausência do ofendido) CADI (morto) Art. 30 do CPP Art. 31 do CPP *para todos verem: esquema abaixo *para todos verem: esquema abaixo 12 2.5. Prazo da ação penal privada – Art. 38 do CPP e 103 do CP O prazo para o oferecimento da queixa-crime é de 06 meses, contados a partir da data do conhecimento da autoria do crime pelo ofendido ou seu representante legal (art. 38 CPP e 103 do CP). O prazo é decadencial, conforme o art. 10 do CP, computando-se o dia do começo e excluindo-se o dia final. Assim, se, por exemplo, o ofendido do crime de calúnia toma conhecimento da autoria do fato no dia 12 de março de 2020, a queixa-crime deverá ser oferecida até o dia 11 de setembro de 2020, sob pena de decadência e consequente extinção da punibilidade. Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de 06 meses a contar do encerramento do prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia (art. 29 CPP e 100, § 3º, do CP). 2.6. Requisitos da queixa – Art. 41 CPP A) Descrição do fato em todas as suas circunstâncias: • Descrever o fato de forma clara e objetiva, mencionando o autor da ação (ofendido/querelante) e o ofensor (querelado), a data, local do fato, os meios e instrumentos empregados, a forma como foi praticado o crime e o motivo. Descrição do FATO e circunstâncias Identificação/Qualificação Qualificação jurídica Pedido de condenação Pedido de citação Rol de testemunhas Valor mínimo indenizatório Artigo 387, inciso IV, do CPP. Pedido produção de provas *para todos verem: esquema abaixo *para todos verem: esquema abaixo PRAZO DECADENCIAL Artigo 10 CP 6 meses DA CIÊNCIA DA AUTORIA Art. 38 CPP e art. 103 CP 13 • Mencionar que a conduta do querelado constitui crime de ação penal privada, destacando e descrevendo, ainda, eventuais agravantes, qualificadoras ou causas de aumento de pena. • Na hipótese de concurso de agentes, a queixa deve especificar a conduta de cada um. Assim, no caso de coautoria e participação, deverá ser descrita, individualmente, a conduta de cada um dos coautores e partícipes. B) Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação Qualificar é apontar o conjunto de qualidades pelas quais se possa identificar o querelado, distinguindo-o das demais pessoas: nome, nacionalidade, estado civil, RG, etc... C) Classificação jurídica do fato C) Classificação jurídica do fato O autor deverá indicar o dispositivo (artigo) que se aplica ao fato imputado, não bastando a simples menção ao nome da infração. D) Rol de Testemunhas O momento adequado para arrolar testemunhas, consoante o disposto no art. 41 do CPP, é o da propositura da ação. E) Pedido de condenação 2.7. Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal Arts. 138 (calúnia), 139 (difamação) e 140 (injúria), ressalvada a hipótese do art. 145 e parágrafo único, bem como dispostona Súmula 714 do STF. Art. 161, § 1º, incisos I e II – Alteração de limites (se não usar de violência e a propriedade for particular). Art. 163, “caput”, inciso IV do parágrafo único e art. 164 c/c art. 167 (crime de dano) Art. 179 e parágrafo único – fraude à execução Art. 184, “caput” – violação de direito autoral Art. 236 Art. 345 (exercício arbitrário das próprias razões – VIII Exame da OAB) OBS: Na prova da OAB, colocar na qualificação única e exclusivamente os dados fornecidos no enunciado da questão, sob pena de ter a peça zerada (podem interpretar que o candidato esteja se identificando). 14 2.8. Procuração com poderes especiais Na peça, importante mencionar, na parte do preâmbulo e qualificação, que a queixa-crime está instruída com instrumento de procuração com poderes especiais (art. 44 do CPP). 2.9. Valor indenizatório mínimo Além disso, deve ser feita referência ao disposto no art. 387, IV, do CPP, que dispõe sobre a fixação do valor mínimo para a indenização da vítima. EM RESUMO... PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS ARTIGOS 41 e 44 do CPP *para todos verem: esquema abaixo 15 2.10. Estrutura da Queixa-crime a) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca ... (se crime da competência da Justiça Estadual) b) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal Seção Judiciária de ... (se crime da competência da Justiça Federal)1 c) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Criminal da Comarca de ... (se a infração for de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95) FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil, profissão, RG..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado....2, por seu procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44, ambos do Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal, contra CICLANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado...3, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: I) DOS FATOS4 1º Parágrafo: localizar (data, hora, local)5 e verbo nuclear do tipo 2º Parágrafo: descrever como foi praticado o delito 3º Parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras II) DO DIREITO Mencionar o fato e atribuir o respectivo tipo penal. III) PEDIDO Ante o exposto, requer o querelante: a) o recebimento da queixa-crime; b) a citação do querelado; c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos artigos ...do CP; e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. 1 Art. 109 da CF/88 – Competência da Justiça Federal 2 Não inventar dados. 3 Não inventar dados. 4 Deve-se narrar o fato criminoso de forma clara, objetiva e detalhada, com todas suas circunstâncias, sem inventar dados e somente reproduzir o enunciado da questão. 5 Se o enunciado disponibilizar essas informações. 16 ROL DE TESTEMUNHAS: (somente dados fornecidos no enunciado) 1. Nome... 2. Nome... Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... ADVOGADO... OAB... OBS 1: Se for ajuizada a queixa-crime perante o Juizado Especial Criminal, formular pedido também de designação de audiência preliminar ou de conciliação, conforme constou no XV Exame, quando caiu queixa-crime. OBS 2: Como regra, a competência para processar e julgar os crimes contra a honra será do Juizado Especial Criminal (pois a pena máxima é a do crime de calúnia e não supera 2 anos), seguindo o rito lá disposto; OBS 3: contudo, havendo concurso de crimes entre calúnia e difamação e/ou injúria será excedida a competência do JECCrim (a pena máxima superará dois anos), devendo o processo seguir o rito estabelecido nos arts. 519 e seguintes do CPP. OBS 4: Jamais esquecer de apresentar o rol de testemunhas (sem inventar nomes e dados. Colocar somente os fornecidos pelo enunciado). 17 FAÇA VOCÊ MESMO! Para exercitar a peça acima, consulte o material disponível na pasta “Ação Penal” no Sistema EAD. Acesse Ação Penal clicando aqui. O enunciado correspondente está na apostila “E-book: Caderno de peças”, na pág. 3. E a resolução consta na mesma apostila, na pág. 11. Clique aqui e acesse o E-book. Após realizar a peça, assista à respectiva aula de estruturação! Acesse a aula clicando aqui. https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/586/1295 https://d1ly1csstr22jg.cloudfront.net/arquivos/bg5lZTHy1tmACsDE7iYPFdrptil4VceUxCMVFkRe.pdf https://ceisc.com.br/ead/aula/586/90414/37 18 AÇÃO PENAL QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA - AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 3.1. Cabimento da Ação Privada Subsidiária 3.2. Identificação 3.3. Base legal 3.4. Prazo 3.5. Estrutura da Queixa-crime Subsidiária 3. QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA - AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 3.1. Cabimento da Ação Privada Subsidiária A ação penal privada subsidiária é proposta nos crimes de ação pública, condicionada ou incondicionada, quando o Ministério Público deixar de requisitar diligências, promover pelo arquivamento ou oferecer denúncia no prazo legal. O MP, via de regra, tem o prazo de 05 dias, réu preso, e 15 dias, réu solto, para oferecer a denúncia, conforme art. 46 CPP. É a única exceção prevista no próprio art. 5º, LIX, da CF, à regra da titularidade exclusiva do MP sobre a ação penal pública. Não tem cabimento nos casos de arquivamento do Inquérito Policial ou das peças de informação ou, ainda, quando o Promotor Público requerer a devolução dos autos à autoridade policial, requisitando a realização de diligências imprescindíveis para o oferecimento da denúncia. Portanto, a ação privada subsidiária só pode ser intentada no caso de inércia do órgão do Ministério Público, ou seja, quando o Promotor de Justiça ou Procurador da República (se Justiça Federal) não oferece denúncia no prazo legal, não promove pelo arquivamento do inquérito policial ou não requisita diligências. 3.2. Identificação Verificando-se a inércia do Ministério Público, ou seja, que o Ministério Público, dentro do prazo do artigo 46 do CPP, não ofereceu denúncia, não promoveu pelo 19 arquivamento do inquérito policial e não requisitou diligências, o ofendido/vítima de um crime de ação penal pública procura advogado para adotar a medida cabível. 3.3. Base legal 3.4. Prazo O ofendido ou seu representante legal tem o lapso de 06 meses para intentar a ação penal subsidiária por meio de queixa substitutiva, contados a partir do dia em que se esgotou o prazo para o Promotor de Justiça iniciar a ação penal pública (art. 38, parte final do CPP, e art. 103, in fine, CP). PEÇA: QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA PALAVRA MÁGICA: INÉRCIA DO MP PAROU! PEDIU PRA PARAR do dia que esgotou o prazo para o MP oferecer a denúncia 6 meses Base Legal: art. 29, 41 e 44, do CPP e art. 100, §3º, do CP, e artigo 5º, inciso LIX, da CF/88 *para todos verem: esquema abaixo *para todos verem: esquema abaixo *para todos verem: esquema abaixo 20 EM RESUMO... Questão 02 – Prova aplicada em Porto Alegre – XXV Exame No dia 06 de abril de 2017, João retirou Clara, criança de 11 anos de idade, do interior da residência em que esta morava, sem autorização de qualquer pessoa, vindo a restringir sua liberdade e mantê-la dentro de um quartotrancado e sem janelas. Logo em seguida, João entrou em contato com o pai de Clara, famoso empresário da cidade, exigindo R$200.000,00 para liberar Clara e devolvê-la à sua residência. Após o pai de Clara pagar o valor exigido, Clara é liberada e, de imediato, a família comparece à Delegacia para registrar o fato. Depois das investigações, João é identificado e os autos são encaminhados ao Ministério Público com relatório final de investigação, indiciando João. Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no gabinete do Promotor de Justiça, sem que qualquer medida tenha sido adotada. Considerando as informações narradas, responda, na condição de advogado(a) da família de Clara, aos itens a seguir. A) Considerando que o crime é de ação penal pública incondicionada, qual a medida a ser adotada diretamente pela família de Clara e seu advogado em busca da responsabilização *para todos verem: esquema abaixo 21 criminal de João? Justifique. (Valor: 0,65) B) Em caso de inicial acusatória, qual infração penal deve ser imputada a João? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 22 3.5. Estrutura da Queixa-crime Subsidiária: a) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ... (se crime da competência da Justiça Estadual) b) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de ... (se crime da competência da Justiça Federal)6 c) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ... Juizado Especial Criminal da Comarca de ... (se a infração for de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95) FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado....7, por seu procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA, com base nos artigos 29, 41 e 44, todos do Código de Processo Penal, artigo 100, § 3º, do Código Penal e art. 5º, LIX, da Constituição Federal/88, contra CICLANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado....8, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: I) DOS FATOS9-10 1º Parágrafo: localizar e verbo nuclear do tipo 2º Parágrafo: descrever como foi praticado o delito 3º Parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras II) DO DIREITO Mencionar o fato e atribuir o tipo penal respectivo. III) PEDIDO Ante o exposto, requer o querelante: a) o recebimento da queixa-crime; b) a citação do querelado; c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas dos artigos ...do CP; 6 Art. 109 da CF/88 – Competência da Justiça Federal 7 Não inventar dados. 8 Não inventar dados. 9 Deve-se narrar o fato criminoso de forma clara, objetiva e detalhada, com todas suas circunstâncias, sem inventar dados e somente reproduzir o enunciado da questão. 10 Fazer referência à inércia do MP 23 e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. Nestes termos, Pede deferimento ROL DE TESTEMUNHAS: (somente dados fornecidos no enunciado) 1. Nome.... 2. Nome.... Local... e data... ADVOGADO... OAB... 24 PADRÃO DE RESPOSTAS 25 1) AÇÃO PENAL QUESTÃO 04 – XXVI EXAME Larissa, revoltada com o comportamento de Renata, ex-namorada de seu companheiro, foi, em 20 de julho de 2017, até a rua em que esta reside. Verificando que o automóvel de Renata estava em via pública, Larissa quebra o vidro dianteiro do veículo, exatamente com a intenção de deteriorar coisa alheia. Na manhã seguinte, Renata constatou o dano causado ao seu carro, mas não identificou, em um primeiro momento, quem seria o autor do crime. Solicitou, então, a instauração de inquérito policial, em 25 de julho de 2017. Após diligências, foi identificado, em 23 de outubro de 2017, que Larissa seria a autora do fato e que o prejuízo era de R$ 150,00, tendo sido a informação imediatamente passada à vítima Renata. Com viagem marcada, Renata somente procurou seu advogado em 21 de fevereiro de 2018, informando sobre o interesse em apresentar queixa-crime em face da autora dos fatos. Assim, o advogado de Renata apresentou queixa-crime em face de Larissa, imputando o crime do Art. 163, caput, do Código Penal, em 28 de fevereiro de 2018, perante o Juizado Especial Criminal competente, tendo sido proferida decisão pelo magistrado de rejeição da queixa, em razão da decadência, em 07/03/2018. A defesa técnica é intimada da decisão. Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Renata, responda aos itens a seguir. A) Qual o recurso cabível da decisão de rejeição da queixa-crime apresentada por Renata? Indique o fundamento legal e o prazo de interposição. (Valor: 0,65) B) Qual o argumento para combater o mérito da decisão do magistrado de rejeição da denúncia? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. GABARITO COMENTADO: A) O recurso cabível da decisão de rejeição da queixa-crime é o recurso de apelação, com prazo de 10 dias, conforme previsão do Art. 82 da Lei nº 9.099/95. O advogado de Renata apresentou queixa-crime em face de Larissa pela prática do crime de dano simples, delito esse de menor potencial ofensivo, logo aplicáveis as previsões da Lei nº 9.099/95. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa, como regra, caberá recurso em 26 sentido estrito, no prazo de 05 dias, conforme o Art. 581, inciso I, do CPP. Todavia, o procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais Criminais prevê peculiaridades que o afasta do procedimento comum ordinário do CPP. De acordo com o Art. 82 da Lei nº 9.099/95, da sentença e da decisão de rejeição de denúncia ou queixa caberá recurso de apelação, sempre com o prazo de 10 dias. B) O argumento para combater a decisão do magistrado é o de que a contagem do prazo decadencial somente se inicia na data do conhecimento da autoria do crime e não necessariamente na data dos fatos. Em sendo crime de ação penal privada, o dano está sujeito ao prazo decadencial de 06 meses previsto no Art. 38 do CPP. Ocorre que este dispositivo estabelece que tal prazo somente se iniciará no dia em que o ofendido vier a saber quem é o autor do crime e não da data dos fatos. Na situação apresentada, Renata somente tomou conhecimento da autoria em 23 de outubro de 2017, de modo que nesse dia o prazo se iniciou, e não em 20 de julho de 2017. Dessa forma, não há que se falar em decadência. DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS Item Pontuação a) Recurso de apelação (0,40), no prazo de 10 dias (0,15), conforme Art. 82, caput OU §1º, da Lei nº 9.099/95 (0,10). 0,00/0,15/0,25/ 0,40/0,50/0,55/ 0,65 b) O argumento é o de que o início da contagem do prazo decadencial somente ocorreu em 23/10/2017 OU no dia em que o ofendido teve conhecimento sobre a autoria, logo não havia se encerrado quando do oferecimento da queixa-crime (0,50), nos termos do Art. 38 do CPP OU Art. 103 do CP (0,10). 0,00/0,10/0,50/ 0,60 Você encontra esta questão corrigida na aula “Resolução da peça e questões do XXVI Exame da OAB (Memoriais Escritos)”, a partir do tempo de vídeo 02:50:56. 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Depois das investigações, João é identificado e os autos são encaminhados ao Ministério Público com relatório final de investigação, indiciando João. Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no gabinete do Promotor de Justiça, sem que qualquer medida tenha sido adotada. Considerando as informações narradas, responda, na condição de advogado(a) da família de Clara, aos itens a seguir. A) Considerando que o crime é de ação penal pública incondicionada, qual a medida a ser adotada diretamente pela família de Clara e seu advogado em busca da responsabilização criminal de João? Justifique. (Valor: 0,65) B) Em caso de inicial acusatória, qual infração penal deve ser imputada a João? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. GABARITO COMENTADO A) A medida a ser adotada pela família de Clara e seus advogados é a apresentação de queixa substitutiva da denúncia, dando início à ação penal privada subsidiária da pública. Sem dúvida, o crime a ser imputado a João é de ação penal pública incondicionada, de modo que, em princípio, caberia ao Ministério Público oferecer denúncia. Todavia, de acordo com o que consta do enunciado, houve omissão por parte do Ministério Público, tendo em vista que recebido o inquérito com relatório final de indiciamento de João, o Parquet se manteve inerte, não oferecendo denúncia, requerendo o arquivamento ou solicitando diligências. Assim, diante da omissão do Ministério Público, será admitida ação privada subsidiária da pública, nos termos do Art. 29 do Código de Processo Penal e Art. 28 5º, inciso LIX, da CRFB/88, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la ou oferecer denúncia substitutiva. B) O crime a ser imputado a João é de extorsão mediante sequestro qualificada, nos termos do Art. 159, § 1º, do Código Penal, tendo em vista que João sequestrou Clara, criança de 11 anos, restringindo sua liberdade, com a clara intenção de obter, para si ou para outrem, vantagem econômica indevida como condição para o resgate. DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS Item Pontuação a) Caberia à família de Clara dar início à ação penal privada subsidiária da pública OU oferecer queixa substitutiva da denúncia (0,40), diante da omissão do Ministério Público (0,15), nos termos do Art. 29 do CPP OU do Art. 5º, inciso LIX, da CRFB/88 (0,10). 0/0,15/0,25/0,4 0/0,50/0,55/ 0,65 b) Extorsão mediante sequestro (0,35), presente a qualificadora pelo fato de a vítima ser menor de 18 anos (0,15), nos termos do Art. 159, § 1º, do CP (0,10). 0/0,15/0,25/0,3 5/0,45/0,50/0,6 29
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