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orientações de brincadeiras para famílias com crianças com transtorno do ESPECTRO autista 01 02 Esta car�lha traz orientações sobre estratégias sensoriais para apoiar crianças, maiores de 4 anos, com Transtorno do Espectro Au�sta (TEA), em especial, diante da Pandemia COVID-19. De forma prá�ca, cria�va e obje�va, descreve situações desafiadoras do dia a dia, associando a informações educa�vas sobre cada um dos sistemas sensoriais e o que fazer para ajudar no desenvolvimento infan�l de crianças com au�smo. ORGANIZAÇÃO: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL - ABIS SECRETARIA NACIONAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA - SNDPD MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS - MMFDH ELABORAÇÃO: ULÂNOVA XAVIER COÊLHO - TERAPEUTA OCUPACIONAL CREFITO 6383-TO REVISÃO: ULÂNOVA XAVIER COÊLHO - TERAPEUTA OCUPACIONAL CREFITO 6383-TO DERIVAN BRITO DA SILVA - TERAPEUTA OCUPACIONAL CREFITO 5776 -TO JOSÉ NAUM DE MESQUITA CHAGAS - TERAPEUTA OCUPACIONAL CREFITO 8498-TO ILUSTRAÇÕES, ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Isis Vieira Barbosa - Ar�sta Plás�ca APOIO: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS - ABRATO 03 Claudia Omairi - Presidente Terapeuta Ocupacional Crefito 2178 - TO Aline Medina - Vice-Presidente Terapeuta Ocupacional Crefito 8868 - TO Giovana Mar�ni - 1ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 6596 - TO Daniela Zimmer - 2ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 3751 - TO Fernanda GuinterHerter - 3ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 16743 - TO Leyla Maria Achtschin de Oliveira - 4ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 1987- TO Lídia Ruela - 1ª Tesoureira Terapeuta Ocupacional Crefito 8295 - TO Janet Winter - Conselho Fiscal Terapeuta Ocupacional Crefito 2426 - TO DIRETORIA DA ABIS: 04 Nossos agradecimentos especiais a Ulânova Xavier, Terapeuta Ocupacional, com a ideia inicial deste trabalho, a Lídia Ruela por sua poesia, a Isis Vieira Barbosa, Ar�sta Plás�ca, pelas ilustrações e diagramação e aos revisores Derivan Brito da Silva e José Naum de Mesquita Chagas. 05 06 Os Terapeutas Ocupacionais estão entre os profissionais que buscam avaliar e es�mular o desenvolvimento infan�l. O desenvolvimento infan�l envolve, minimamente, a criança, sua família e os ambientes e contexto em que vivem. As brincadeiras, quando analisadas e u�lizadas adequadamente oferecem possibilidades para a es�mulação do desenvolvimento infan�l. Assim, esta car�lha, voltada para famílias com crianças com Transtorno do Espectro Au�sta - TEA, está composta por estratégias sensoriais de apoio ao desenvolvimento infan�l baseada em brincadeiras. Lembramos que essas estratégias não subs�tuem intervenções profissionais junto à criança e sua família, em especial, aquelas realizadas por Terapeutas Ocupacionais com cer�ficação em Integração Sensorial de Ayres®. Crianças com transtorno do espectro autISTA (TEA) Possibilitar que a criança com TEA tenha acesso a estratégias sensoriais em seu co�diano possibilita a organização do comportamento necessária ao seu desenvolvimento global. Todas as crianças precisam de mais informações sensoriais do ambiente e de seu próprio corpo para se desenvolverem, e isso não é diferente em crianças com au�smo. As crianças, para a�ngirem os marcos do desenvolvimento neuropsicomotor, exploram o ambiente que as cercam, manuseam diferentes formas de objetos e brinquedos, fazem ruídos para descobrir sons e sensações orais e audi�vas, movem seu corpo por longos períodos e repe�das vezes. Nesses marcos se incluem, também, as questões afe�vo-relacionais. Estudos apontam que 80 a 100% de crianças com TEA apresentam disfunção de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7integração sensorial , que se traduz em dificuldade de processar e integrar sensações vindas do próprio corpo e/ou do ambiente, permi�ndo a organização do comportamento e o uso eficiente do corpo nas ações e a�vidades que fazemos ro�neiramente. Observa-se que diante da Pandemia da COVID-19 há uma significa�va mudança nas formas de exploração dos objetos e ambientes pela criança, bem como na forma como ela se relaciona com as pessoas que a cercam. Estas mudanças podem diminuir as sensações e informações sensoriais dos ambientes, objetos e brinquedos que a criança acessa, a sua liberdade de movimento, produção de sons e o seu envolvimento em relações sociais, as quais são essenciais para o desenvolvimento infan�l. Diante da Pandemia da COVID-19 é muito importante ampliar ações para o maior alcance de desenvolvimento das crianças com TEA, mesmo com restrição de acesso a diferentes locais de circulação, exploração de ambientes e objetos, bem como a suspensão de algumas a�vidades que fazem parte de sua ro�na diária. Assim, o propósito desta car�lha é de incen�var mães, pais e demais familiares a criarem oportunidades sensoriais para crianças com TEA, em ambientes internos ou externos, para um melhor equilíbrio e convivência no período de afastamento social. 07 SENTIR... QUAL A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS SENSORIAIS PARA CRIANÇAS COM TEA? O processamento sensorial é um termo que se refere ao modo que o nosso cérebro recebe as sensações do corpo e do ambiente e assim interage com o mundo ao redor. Constantemente a criança recebe sensações que chegam de fora de seu corpo e também de dentro de seu corpo. Imagem, som, toque, gosto, cheiro – cinco sen�dos familiares que trazem informações do ambiente ao corpo, que permitem ouvir o �c-tac do relógio ao fundo, sen�r a brisa entrando pela janela, sen�r o cheiro do bolo que está no forno. Além disso, o corpo também fornece ao cérebro informações internas de seu funcionamento e estas nós chamaremos aqui de sistemas sensoriais escondidos, que são o sistema propriocep�vo e o ves�bular. Eles nos dão a sensação de velocidade, movimento, pressão em nossas ar�culações e músculos e nos ajudam a iden�ficar com precisão a posição dos nossos corpos. Além disso, há um terceiro sistema, chamado interocepção, que refere ao nosso cérebro a sensação dos nossos órgãos internos, permi�ndo com ele, que saibamos quando estamos com vontade de ir ao banheiro ou quando estamos com dor no estômago, por exemplo. 08 OS SISTEMAS SENSORIAIS NÃO TRABALHAM ISOLADAMENTE Muitas a�vidades simples de nossa vida enviam várias sensações ao nosso cérebro para que ele elabore uma ação diante do que está sen�ndo. Sendo assim, podemos dizer que ao descascar uma mexerica (tangerina), por exemplo, nosso cérebro se u�liza de sensações, tais como, a sensação rugosa da casca e a sensação úmida do interior da mexerica, a sensação da posição dos dedos e força necessária para segurar e manusear, a sensação de velocidade e precisão do movimento que irá coordenar o movimento fino dos dedos e coordenar o movimento dos olhos para visualizar a ação, a sensação do cheiro e, enfim, a imagem da ação. Quantas sensações... enquanto isso, nosso cérebro trabalha ocultamente com todas essas sensações que chegam até ele para organizar as ações para descascar a fruta. NOSSO CÉREBRO, PARA PODER TRABALHAR, PRECISA RECEBER AS INFORMAÇÕES SENSORIAIS. SEM ELAS ELE NÃO SERIA CAPAZ DE NOS AJUDAR A REALIZAR AÇÕES SIMPLES EM NOSSO COTIDIANO. Todos nós recebemos estas informações sensoriais em nosso cérebro e isso não podemos ver. O que podemos ver é o comportamento que resulta de tudo isso: nosso cérebro recebe as sensações e organiza como responder a essas sensações por meio dos nossos comportamentos. Além disso, cada criança tem uma forma diferente para responder as sensações que chegam em seu cérebro, por exemplo, ao movimento, ao toque, à altura, aos sons e luzes e a outras sensações. Algumas situações os adultos precisarão estar prontos para alterar as a�vidades e fazer modificações no ambiente para ajudar algumas crianças que não gostam de algumas sensações comuns, tais como: o som do liquidificador, tocar a comida, lavar o cabelo, o cheiro dos alimentos e outros. 09 É importante compreender o que está ocorrendo com a criança para ajudá-la,realizando modificações necessárias às suas necessidades. Nossa dica é: Quando es�ver brincando com seu filho, observe: Observe seus sinais corporais, expressões faciais, sua respiração, que podem indicar ritmos respiratórios acelerados, transpiração em excesso, palidez, ba�mentos cardíacos acelerados ou riso exagerado. Estes sinais sugerem que é hora de parar. Esta car�lha tem como obje�vo atuar com a promoção e a prevenção no contexto da saúde, ensinando aos pais, familiares e cuidadores os princípios envolvidos em algumas estratégias sensoriais que podem beneficiar as crianças durante o isolamento temporário devido a situação de pandemia. Não se trata de prescrever tratamento em situações já iden�ficadas ou em suspeita de Disfunções de Integração Sensorial (DIS), tampouco subs�tuir a avaliação e a intervenção de um terapeuta ocupacional cer�ficado no método de Integracao Sensorial de Ayres®. Aproveitem as dicas... 10 Preste atenção no que agora vou contar Os sistemas sensoriais vou apresentar São nomes um pouco difíceis de falar E todos entenderão quando eu explicar Visão, olfato, audição, tato, paladar Mais conhecidos irão ficar Mas ainda preciso acrescentar Propriocepção, Interocepção e Vestibular Prontos para começar? 11 TOCAR: O TATO 12 TOCAR: O TATO O sistema tá�l tem importante influência no comportamento das crianças de uma forma geral. Algumas crianças podem ter dificuldades em perceber as sensações táteis, outras podem sen�r mais que as outras crianças e não querer tocar em algumas texturas. Além disso, também podem ocorrer de algumas crianças não conseguirem sen�r bem as sensações táteis, tais como, saber se esse objeto é liso, rugoso, tem pontas ou buraquinhos. Todos nós precisamos da sensação tá�l para nos mantermos organizados e saudáveis. Nós obtemos informações táteis por meio de nossa pele, da cabeça aos pés. As sensações táteis envolvem pressão, vibração, movimento, alongamento da pele, dor e temperatura. A habilidade do nosso cérebro de obter e elaborar respostas às sensações táteis é muito importante, pois o tato trabalha em conjunto com muitos outros sistemas sensoriais para ajudar no sucesso de algumas funções, tais como: planejar um movimento fino com as mãos para escrever, encaixar peças em um brinquedo pequeno, mas também pode dificultar a aprendizagem acadêmica, a segurança emocional e as habilidades sociais. O sistema tá�l tem duas funções: a função de defesa e de discriminação, ou seja, iden�ficar as caracterís�cas do objeto tocado. A função de proteção (ou defesa), alerta nosso cérebro de perigo – algo que tocou minha pele pode ser prejudicial para mim. O TOQUE LEVE de um mosquito pousando na nossa pele pode nos fazer responder nega�vamente como forma de auto-proteção. Em outros momentos, o TOQUE LEVE, como um ato de carinho, respondemos posi�vamente. A medida que interagimos com outras pessoas e objetos aprendemos a inibir algumas sensações e a tolerar outras, a iden�ficar e diferenciar situações de perigo e situações de afeto. 13 A segunda função do tato, de discriminação, é também muito importante. E nos diz que �po de toque nós estamos sen�ndo? Sen�r a maciez da pele da mamãe ou a rugosidade da barba do papai, a grama na sola dos nossos pés, faz com que ganhemos consciência e conhecimento sobre o mundo. Nos traz memórias tais como: Onde eu sen� este toque anteriormente? O que este toque significa? E o que devemos fazer com ele? Com esta capacidade de relembrar e interpretar o significado dos toques, nós gradualmente desenvolvemos a discriminação tá�l. Desta forma, nosso sistema nervoso nos diz se estamos tocando algo ou se algo está nos tocando; em qual parte do corpo que este toque está ocorrendo; se este toque é leve ou pesado; e como perceber os atributos do objeto tocado – seu tamanho, forma, peso, densidade, temperatura e textura. 14 O sistema tátil é importante Para nossa defesa e discriminação Pois se encostarmos na panela quente Nosso cérebro é avisado imediatamente Levando-nos à autoproteção Macio ou rugoso podemos sentir Muito aprendizado pode fluir Se discriminarmos também a esta altura Tamanho, peso, forma, temperatura e textura TOCAR: O TATO 15 16 MASSINHA ESPUMA DE BARBEAR ENCONTRE OS PARES (OLHOS FECHADOS) CAIXA DE GRÃOS (cuidado com crianças pequenas) CIRCUITO COM DIFERENTES TEXTURAS BACIA COM DIFERENTES OBJETOS: Na hora do banho, use bacias ou banheiras, coloque diferentes esponjas/buchas de banho ou texturas variadas junto com a criança. Uma variação é u�lizar uma fralda descartável, molhar e deixar ela bem inchada, abrir e brincar com os floquinhos de gel dentro da banheira (não recomendado se a criança for pequena e coloca coisas na boca e/ou se for alérgica). Não se assuste com a sujeira! Acrescente aos poucos texturas diferentes e que a criança tolere. A água na bacia ajuda a criança a tocar com mais facilidade as texturas que podem ser mais desafiadoras. QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTEM O SISTEMA TÁTIL? SISTEMA TÁTIL QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTEM O SISTEMA TÁTIL? SISTEMA TÁTIL 17 Com espuma de barbear vamos brincar E os pares de olhos fechados encontrar Por cima de diferentes texturas vamos andar E uma caixa de grãos explorar Mas atenção eu digo Para as crianças pequenas há perigo Não deixem que os objetos em miniatura Sejam levados à boca a esta altura ALERTAS DO SISTEMA TÁTIL Há respostas que a criança emite Quando tocadas ou tocam algo Se nas respostas hiper-reativas¹ Até um beijo assusta Quem dirá outra textura Se hipo-reativas² são Outra importante informação Podem não sentir um machucado O que também atrapalha o aprendizado Vamos facilitar Para nossa criança se organizar Pressão profunda pode ajudar E de “cachorro quente” vamos brincar ¹. Significa que a resposta é exagerada, aumentada, mais que o �pico (regular) ². Significa que a resposta é diminuída, lenta 18 SISTEMA TÁTIL ALERTAS DO SISTEMA TÁTIL Cachorro-quente: Usando bola macia ou terapêu�ca ou edredom: convide a criança a deitar-se de barriga para baixo no chão/colchonete e diga: “Farei um cachorro quente e preciso ver se esta salsicha (que é a criança de “faz de conta”) está bem macia”. Comece a fazer pressão profunda com a bola sobre todo o corpo da criança. Caso não tenha uma bola, use suas mãos inteiramente fechadas. “Agora preciso colocar esta salsicha no pão”. Enrole a criança em um edredom, firmemente (mantendo sempre sua cabeça para fora). Aos poucos, vá brincando de colocar mais ingredientes (almofadas, travesseiros, bolas pequenas pesadas) e a cada ingrediente faça pequenas pressões e represente como ingredientes da brincadeira: mostarda, ketchup, bata-palha. “Quero ter certeza de que este cachorro quente esteja bem embalado também”. Pergunte: “Você quer que eu pressione mais forte?”. ”Não tão forte?”, ”Mais?”, ”Diga-me quando você quer que eu pare.” (Dê à criança a chance de estar no controle e de guiar a a�vidade). 19 ALERTAS DO SISTEMA TÁTIL Devemos estar atentos à forma que as crianças respondem ao tato. Algumas podem apresentar uma resposta nega�va e de forma mais intensa a algumas sensações que a maioria dos seus colegas não se incomodaria. Outros podem ficar muito tempo em contato com a informação tá�l, mais que as outras crianças, deixando de brincar apenas para sen�r a sensação de uma textura, por muito tempo. Algumas crianças podem ter a tendência de responder nega�vamente a sensações inesperadas e/ou a diferentes texturas e/ou a toques leves. Outras podem ter comportamentos muito antes da sensação tá�l ocorrer, como forma de evitar uma situação que lhe incomoda. Podem lutar com os braços enquanto estão sendo ves�das ou podem empurrar quem se aproxima delas. Podem começar a chorar ao saber que é a hora do banho. Mas, sabemos que as crianças precisam de informações táteis para aprender sobre o mundo. Então, como estas crianças adquirem estasinformações? Tocando! A resposta é saber o �po de informação que é mais fácil e agradável a esta criança e qual ela evita. Geralmente estas crianças evitam toques que vem do outro e de forma inesperada - toques leves, um beijo, por exemplo - mas toleram um abraço bem apertado (toque profundo). A�vidades que envolvem “pressão profunda” assim como no abraço forte e em massagens corporais, organizam o sistema tá�l e são calmantes e reguladoras e, desta forma, são uma opção para fazer antes ou depois de qualquer a�vidade que envolva sensações táteis durante o período de afastamento social e isso pode ser feito por meio de brincadeiras muito diver�das. 20 SISTEMA TÁTIL Outra dica importante É oferecer informação tátil naturalmente Com pouca roupa ao ar livre brincar E variar texturas das roupas para o mundo explorar Não force a criança Com medo de tocar algo Devemos respeitar O que ela conseguir tolerar 21 ALERTAS DO SISTEMA TÁTIL MOVIMENTO: VESTIBULAR 22 MOVIMENTO: VESTIBULAR O sistema ves�bular fornece informações ao nosso cérebro sempre que a cabeça se move em uma direção. Este sistema iden�fica qual a posição do corpo em relação a gravidade terrestre, sendo esta sua principal função, mas não a única. Podemos, por exemplo, iden�ficar quando estamos caindo para um lado e, elaborar uma resposta motora para corrigir nossa posição em relação a gravidade. Fazendo uma análise mais detalhada desta ação aparentemente simples, o sistema ves�bular iden�fica a posição do corpo e o movimento de “queda”, logo em seguida ajudando a planejar e executar o movimento para sua correção. Além disso, esse sistema trabalha em conjunto com outros sistemas para o desenvolvimento de funções, tais como: o esquema corporal, a percepção espacial, a coordenação do movimento corporal, funções acadêmicas tais como escrever e ler por meio da coordenação do movimento dos olhos e pescoço e da coordenação dos movimentos minuciosos da escrita. Para o desenvolvimento das funções citadas, ele atua em conjunto com outros sistemas sensoriais, tais como o sistema propriocep�vo, o sistema visual e o sistema tá�l. Como um exemplo, podemos citar uma criança subindo uma montanha de areia. Para que ela consiga alcançar o topo da montanha, o seu sistema ves�bular percebe e ajusta a posição de seu corpo e seus movimentos para que ela não caia durante a subida; o sistema propriocep�vo calcula a força que deve aplicar no movimento de subida; o sistema visual auxilia o planejamento para o alcance do topo e o sistema tá�l auxilia com a textura e o quanto ela é fofa para calcular o movimento de subida. Duas funções importantes do sistema ves�bular serão aqui descritas: perceber e discriminar o movimento. Quando estamos em movimento, percebemos que nosso corpo se moveu porque �vemos aceleração de nossa cabeça em determinada direção. Além de perceber, nosso sistema também é capaz de discriminar se este movimento foi rápido, devagar, linear, curvo, rotatório, para cima ou para baixo. 23 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTAM O SISTEMA VESTIBULAR MOVIMENTO: VESTIBULAR Duas funções importantes do sistema ves�bular Precisamos destacar Perceber e discriminar o movimento Como a cabeça e corpo se movem a todo momento Atua também no equilíbrio e tônus muscular¹ Em conjunto com outros sistemas, no controle ocular Importante no futuro escolar Para matéria do quadro copiar Imaginem a diversão Ser puxada pelo chão A criança sentada em lençol ou papelão² Imaginem os sorrisos Quando a criança na cama pular E ainda por cima uma almofada agarrar Imaginem a emoção Rolar ladeira abaixo De um monte de colchão 24 ¹. Significa estado/quan�dade de tensão do músculo ². Caso a criança não tenha controle de tronco (bom equilíbrio sentada), deve-se deitar a criança para realizar esta brincadeira MOVIMENTO: VESTIBULAR 25 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTAM O SISTEMA VESTIBULAR MOVIMENTO: VESTIBULAR O movimento vamos incentivar Circuitos criar Para a criança... Passar Pular Agachar Engatinhar Balançar Nutrir o cérebro com experiência vestibular Em conjunto com outros sistemas sensoriais Vamos juntos nos movimentar! 26 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTAM O SISTEMA VESTIBULAR 27 Sentar no edredom: -No chão ou dentro de caixa de papelão e puxar a criança em vários movimentos diferentes (rápido/devagar, zigue-zague, rodopiando, curvas...) Pular na cama: - Pular da cama e agarrar uma almofada - Pular da cama e fazer cesta na bacia com a almofada. Brincar de cambalhota Passar a bola no túnel de lençol Rolar abaixo uma montanha de colchão Balançar com lençol ou edredom, imitando rede Balançar no barco: com uma almofada, travesseiro ou colchão macio, colocar a criança dentro de uma caixa de papelão/de brinquedos e sacudir essa caixa como se es�vesse em “um barco em alto mar com tempestade”. SISTEMA VESTIBULAR ALERTAS DO SISTEMA VESTIBULAR Naturalmente, cada criança poderá ter diferentes reações ao movimento: algumas vão apresentar prazer em a�vidades de movimento e outras, não; algumas terão mais facilidade em planejar movimentos mais elaborados e outras, não; algumas terão melhor equilíbrio e outras, não. É importante estar atento a forma que as crianças reagem as informações ves�bulares e ao fato de que nunca devemos forçar uma criança a realizar um movimento quando este não a agrada. Isso pode ser percebido quando a criança tem medo de altura, de escalar, de ir em brinquedos comuns em parques ou até correr em grupo com os amigos. Além disso, há crianças que podem passar horas se movimentando intensamente, dando a sensação de não se cansar, e gerando comportamentos desorganizados, birras ou choros, após muitas horas de movimento - pulando, rolando, escalando diariamente, várias horas ao dia, dentro e fora de casa. Ambas as situações, recusa/medo de deslocamento e de movimento exacerbado frequente que pode levar a deterioração do comportamento, podem estar presentes durante o isolamento e, assim, sugerimos algumas a�vidades que acalmam o sistema ves�bular. 28 ALERTAS DO SISTEMA VESTIBULAR 29 Reações diferentes ao movimento As crianças irão apresentar Atentos devemos estar Para do limite não passar Ajuda a regular o sistema vestibular Balançar na rede de forma linear¹ Podendo puxar corda Para a rede impulsionar ¹Movimentos da rede para frente e para trás de maneira suave SISTEMA VESTIBULAR ALGUMAS DICAS 30 Incen�var a criança a brincar com movimento durante o afastamento social é muito importante. Mesmo que esteja em ambientes mais fechados como apartamento ou ambientes muito pequenos; criar circuitos-obstáculos, realizar diferentes posturas tais como agachar, enga�nhar, subir no sofá como uma sequência de movimentos vai ajudar a criança a ter experiência ves�bular associada a outras sensações importantes para nutrir seu cérebro. IMPORTANTE: Nunca force uma criança com sinais de dificuldades para tolerar informações ves�bulares a fazer algo que ela não queira. A criança pode acabar evitando um maior número de a�vidades e desenvolver um medo ou apreensão a certos ambientes e a�vidades sociais, tais com ir a parques infan�s. OLHAR: vISÃO 31 OLHAR: visão A visão é o mais sofis�cado e obje�vo de todos os sen�dos, pois nos conta sobre nosso mundo externo, envolvendo posição, distância, tamanho, cor e forma dos objetos e pessoas que estão ao redor. E isto ocorre diante de um funcionamento visual que envolve um processo neurológico complexo e diferentes funções visuais. No entanto, a visão não funciona de forma isolada, cons�tuindo apenas uma das fontes de informações para a criança em seu papel de desenvolvimento e aprendizagem. O sistema visual trabalha como parte de um sistema dinâmico de interações intersensoriais que mo�vam, guiam e corrigem o comportamento. De todos estes sen�dos, a visão, quando presente, é o sistema unificador que integra todos os outros sistemase possibilita que o indivíduo aprenda sobre, interaja com e sobreviva neste mundo. Ela está in�mamente correlacionada com outras a�vidades sensoriais, par�cularmente com os sistemas audi�vo, tá�l, propriocep�vo e ves�bular. A criança vê, mas a organização do seu sistema nervoso depende de sensações mais básicas. Nós percebemos nosso corpo, outras pessoas e objetos porque nosso cérebro integrou estas informações sensoriais em formas e relações significa�vas. Por exemplo, quando uma criança olha para uma laranja, nosso cérebro integra as sensações dos nossos olhos e, então, experenciamos sua cor e forma. Ao tocarmos na laranja, as sensações que chegam nos nossos dedos e mãos são integradas para formar o conhecimento de que ela é áspera por fora e úmida por dentro. 32 A integração das sensações vindas do ato de cheirar nos diz que ela tem um odor cítrico. Ao segurá-la, tenho noção do peso, da intensidade de força necessária para mantê-la em minha mão e da posição que ela ocupa no espaço, em relação à minha posição neste espaço. Desta forma, a visão nos fornece informações em conjunto com todos os outros sistemas. A visão interfere em todo processo de desenvolvimento, sendo um meio pelo qual a criança vai adquirindo habilidades motoras, mentais e sociais, aumentando o grau de interação com o meio já que, à medida que a visão vai se aperfeiçoando a criança passa a explorar mais as situações, desenvolvendo-se. OLHAR: visão 33 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAs QUE INCREMENTAM O SISTEMA visual? Uma brincadeira conhecida e importante Para o sistema visual estimular É brincar de sombras Para muitos animais formar Podemos também usar lanterna Para a criança acompanhar a luz Seus olhinhos irão buscar O que no escuro reluz O mundo precisamos enxergar Através dos olhos explorar Cores e luzes por toda parte estão Para isto, precisamos da visão OLHAR: visão 34 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAs QUE INCREMENTAM O SISTEMA visual? Brincar de achar com a lanterna: Esconda em um ambiente dois ou três brinquedos no ambiente. Escureça o ambiente e brinque de achar com a lanterna. Levando as frutas para a casinha: Separe frutas redondas (cítricas) em uma bacia (limão, laranja, mexerica, maracujá) e sacolas de papel (serão as casinhas). A brincadeira começa levando cada fru�nha para sua casinha (casinha do limão, da laranja, do maracujá e da mexerica). Elas devem ir rolando até cada casinha para criança acompanhar visualmente. 35 36 Vamos de barriga balançar? Materias: Rede, bacia e bolinhas A criança fica de barriga na rede, coleta as argolinhas no chão e acerta a garrafinha SISTEMA visual QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAs QUE INCREMENTAM O SISTEMA visual? Ventiladores rodam Luzes piscam Cores irradiam Há crianças que se irritam Outras, destes estímulos necessitam SISTEMA VISUAL 37 OUVIR: AUDITIVO 38 OUVIR: AUDITIVOOUVIR: AUDITIVO A audição, o ouvir, é capacidade de receber os sons. Os receptores do sistema audi�vo localizam-se no ouvido interno, onde as informações recebidas do ambiente começam a ser processadas. A informação audi�va é integrada, no tronco cerebral, com as informações do sistema ves�bular, visual e propriocep�vo, tornando-nos capazes de interpretar os sons que nos são significa�vos, como, por exemplo, os da fala. Durante o desenvolvimento, a criança aprende a interpretar o que ouve, e desenvolve competências de processamento audi�vo cada vez mais sofis�cadas, necessárias para discriminar diferentes sons, assim como sons em primeiro plano e ruído de fundo no ambiente e ainda no que se refere à interpretação das palavras. A criança com hiper-rea�vidade audi�va pode apesentar dificuldade em prestar atenção a uma voz ou som sem se distrair com outros sons; distrair-se ou ter medo de sons inesperados como fogos de ar��cio, la�do de cachorro; ficar incomodada com ruídos do ambiente que não incomodam as outras pessoas, como ven�lador, ar condicionado; tampar os ouvidos com sons inesperados; recusar-se ou ficar nervosa em lugares públicos, como festas ou shopping. A criança com hipo-rea�vidade audi�va pode apresentar dificuldade em compreender ou lembrar o que ouve; dificuldade em seguir instruções com mais de duas sequências; gostar de fazer barulhos e ouvir música e televisão muito altos; pode também melhorar a capacidade de falar ao movimentar-se. 39 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTEM O SISTEMA AUDITIVO? OUVIR: AUDITIVO Notícias temos do ambiente Através dos sons constantemente Nossos ouvidos recebem sons baixos ou altos Para assimilarmos com os fatos Que ao nosso redor acontecem Os sons vamos explorar Canções vamos cantar Ouviremos músicas diferentes Tocaremos buzina de repente Falaremos usando rolo de papel higiênico E brincaremos com muitos instrumentos 40 SHIC! BL ÉIM ! SHIC! SHIC! BL ÉIM ! QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTEM O SISTEMA AUDITIVO? 41 Cante canções simples que são acompanhadas por seus filhos. Ouça diferentes �pos de música. Coloque um sino ou buzina na bicicleta em posição para que a criança possa tocá-lo. Emita um som por meio de um balão colocado no corpo ou na face da criança. Use o rolo de papel higiênico de papelão como um alto-falante. Imite vocalizações da criança. U�lize os instrumentos musicais. ALERTAS DO SISTEMA AUDITIVO Uma cena muito vista É a criança incomodada Tampa os ouvidos Protegendo-se dos sons E assim devemos respeitá-la 42 Ao contrário da hiper-reatividade¹ Não se assuste não No caso da hipo-reatividade² A criança produz muitos sons SISTEMA auditivo ¹. Significa que a resposta é exagerada, aumentada, mais que o �pico (regular) ². Significa que a resposta é diminuída, lenta GOSTO: GUSTATIVO 43 GOSTO: GUSTATIVO O sistema gusta�vo é composto por receptores que estão localizados na língua, no céu e ao redor da boca, nas bochechas e na garganta. Esses receptores recebem informações vindas do ambiente externo como também do nosso do corpo. Todos esses receptores vão fornecer informações para que nosso corpo consiga ter uma resposta adequada ao es�mulo e com isso poderemos sugar, morder, mas�gar, engolir e até mesmo conversar. Quando falamos de Gustação a primeira coisa que nos vem a cabeça é o sabor, mas esse sistema assim como todos, trabalham de forma integrada devido a complexidade para se alimentar e sen�r o sabor do alimento. O sistema gusta�vo está bem ligado ao sistema tá�l pois por meio deles podemos perceber texturas, vibrações, movimentos na parte externa e interna da nossa cavidade oral, ou seja, nossa boca. Algumas alterações podem ser visíveis nesse processamento gusta�vo, o que chamamos de hiper-rea�vidade ou hipo-rea�vidade ao sistema gusta�vo. Na hiper-rea�vidade teremos uma reação excessiva, ou seja a criança sente mais intensamente essa sensação, podendo apresentar alguns sinais caracterís�cos como: a criança pode opor-se ao gosto, textura e/ou temperatura de certos alimentos, pode ter dificuldade em movimentar o alimento dentro da boca, incomodar com comida no rosto ou lábio, preferir água a outros líquidos, engasgar-se com a comida, dentre outras caracterís�cas. Diante dessa dificuldade hiper-rea�va vamos sugerir algumas estratégias: ofereça à sua criança doces duros com sabores suaves, apresentar gradualmente novos alimentos, introduzir alimentos quentes e depois frios, firmes e depois moles. Em oposição a esse padrão sensorial temos a hipo-rea�vidade, onde nossas crianças sentem com menor intensidade essa sensação 44 ou seja tem pouca consciência do sabor podendo apresentar alguns desses sinais: comer ou lamber objetos não comes�veis, encher demais a boca ao se alimentar, não perceber que seu rosto está sujo, pode regurgitar ao comer, ter desejo para comer alimentos com sabores fortes e/ou picantes. Diante dessa hipo-rea�vidade podemos usar estratégias como oferecer gomas de mascar com sabores fortes, usar durante a escovação umaescova que vibra, brincar com �nta facial, oferecer lanches crocantes, picantes, azedos ou salgados, brincar com instrumentos musicais como flauta, apito e gaita. Nessa situação ter cuidado quando oferecer comidas quentes. 45 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTeM O SISTEMA GUSTATIVO? Dentro da boca há um tesouro escondido Chama-se sistema gustativo Combinação de experiências sensoriais Ajuda-nos a perceber sabores, texturas e muito mais 46 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTeM O SISTEMA GUSTATIVO? Tem gosto de quê? Molinho ou durinho? Separe alimentos que a criança goste e já esteja acostumada a se alimentar, pique pequenos pedaços. Vamos brincar de adivinhar o que é? Dica: Separe doces e salgados, cítricos. Texturas diferentes também, mais molinhas, e mais crocantes. 47 ALERTAS DO SISTEMA GUSTATIVO Em oposição, existe a hipo-reatividade² As crianças sentem maior necessidade De sabores fortes ou picantes E de encher a boca com quantidade significante Um pensamento comum vou dizer Todas as crianças comem o que oferecer Exceto as crianças que têm hiper-reatividade¹ Rejeitam alimentos com facilidade ¹. Significa que a resposta é exagerada, aumentada, mais que o �pico (regular). Neste caso a criança pode apresentar dificuldade em tolerar alimento de determinado sabor. ². Significa que a resposta é diminuída, lenta. Neste caso, a criança pode apresentar necessidade de alimentos com sabores fortes ou picantes, ou encher a boca com quan�dade grande de alimento. 48 Algumas estratégias vamos sugerir Para a necessidade da criança suprir Diante da hiper-reatividade Ofereça alimentos novos gradualmente Em crianças hipo-reativas Usamos diferentes estratégias divertidas Tinta facial, escova elétrica, apitos e lanches crocantes Mas cuidado com alimentos quentes 49 ALERTAS DO SISTEMA GUSTATIVO CHEIRAR: oLFATO 50 cheirar: olfato Os receptores do sistema olfa�vo estão localizados no nosso nariz, que nos informa sobre quais �pos de odores estamos sen�ndo. Esse sistema também tem como função a proteção, nos sinalizando por exemplo, possíveis perigos como cheiro de um escape de gás de cozinha ou fumaça, ele está in�mamente relacionado ao nosso sistema gusta�vo. Quando há dificuldades no processamento sensorial olfa�vo temos um padrão de hiper-rea�vidade onde uma pessoa pode ser excessivamente sensível aos cheiros, por exemplo: evita alimentos, objetos, lugares ou pessoas devido ao cheiro; interpretam mau cheiro quando não há. Em outros casos podem parecer pouco sensíveis a cheiros, que são as pessoas hipo- rea�vas. Elas podem não perceber odores desagradáveis, gostam de cheirar objetos e pessoas inapropriadamente, tem a necessidade de cheirar odores fortes e podem até gostar de brincar com fezes. 51 Quem se lembra do cheiro da infância Da terra molhada ou cheiro da fumaça? O sistema olfativo é memória e alerta Importante para nossa vida que ao mundo nos conecta Que suco é esse? Separe copinhos pequenos com diferentes sucos: limão, laranja, maracujá e uva. Vamos adivinhar que suco é esse? QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTEM O SISTEMA OLFATIVO? 52 cheirar: olfato Quanta dificuldade acontece Se hiper-reativo¹ este sistema aparece Sensível em excesso à cheiros A criança evita alimentos e lugares corriqueiros Se até odores desagradáveis A criança não percebe Hipo-reatividade² é o nome Da resposta sensorial que acontece ¹. Significa que a resposta é exagerada, aumentada, mais que o �pico (regular) ². Significa que a resposta é diminuída, lenta 53 cheirar: olfato ALERTAS DO SISTEMA OLFATIVO Atividades para crianças sensíveis aos odores: Em casa, use cheiros calmantes como baunilha ou lavanda em purificadores. Coloque um perfume favorito de sua criança em algum brinquedo de pelúcia. Introduzir cheiros gradualmente no dia a dia da criança. Atividades para crianças que não percebem bem os odores: Usar difusores no ambiente com cheiros mais fortes como de frutas cítricas e hortelã. Brincar com massinha de modelar perfumada. Frascos com essências de frutas: abacaxi, limão, banana, etc combinado com uma folha com o desenho de cada fruta usada. Fazer a a�vidade com a criança e mais duas pessoas. Cada pessoa, após cheirar o frasco, deve assinalar a fruta que achar que corresponde ao cheiro. ¹. Significa que a resposta é exagerada, aumentada, mais que o �pico (regular). ². Significa que a resposta é diminuída, lenta. 54 PERCEPÇÃO CORPORAL: PROPRIOCEPTIVO 55 A propriocepção ou sen�do cinestésico nos informa como o nosso corpo está em relação ao espaço sem o uso da visão, os receptores estão localizados nos músculos, ligamentos, ar�culações, tendões e tecido conjun�vo, que nos dão a sensação de gravidade e movimento. Para ficar claro, nosso sen�do propriocep�vo nos informa o quanto necessitamos de força e pressão para usarmos nas a�vidades co�dianas, como por exemplo: pedalar uma bicicleta. Esse sen�do nos permite compreender a posição do nosso corpo quando estamos sentados em uma cadeira lendo um livro, ou de pé na pia lavando louças e nos ajuda a controlar e planejar o movimento. Algumas crianças apresentam dificuldades no processamento propriocep�vo que são, em determinados casos, acompanhadas de problemas no sistema ves�bular e/ou tá�l. Além disso, podemos perceber alterações nesse sen�do e alguns sinais como dificuldades nas habilidades motoras finas e grossas, como por exemplo, não conseguir usar força de precisão para segurar um copo plás�co e tomar água, usar muita força para escrever, quebrar com facilidade seus brinquedos e achar di�cil manipular objetos pequenos como abotoar um botão de sua roupa. São crianças que esbarram muito em coisas e acabam sendo conhecidas como: “desastradas”, gostam de posicionar o corpo com posturas estranhas ou dificuldades em manter postura, giram o corpo todo para olhar para alguma coisa etc. PERCEPÇÃO CORPORAL: PROPRIOCEPTIVO 56 De olhos fechados consigo saber Pelo sistema proprioceptivo A posição do meu corpo perceber E a força e pressão adequadas acontecer Brincar de fazer massagens com toque profundo Subir escaladas Brincar de queda de braço Pula- pula Tocar instrumentos de percussão Mexer bolos ou massas Cabo de guerra Brincar de rebater bolas com raquete Brincar de estátua Arremessar tiro ao alvo Basquete PERCEPÇÃO CORPORAL: PROPRIOCEPTIVO QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTEM O SISTEMA PROPRIOCEPTIVO? 57 58 Segurar um copo de plástico é fácil Se adequada força utilizamos Mas se torna difícil Quando há dificuldade no sistema proprioceptivo Impacta nas atividades motoras que realizamos SISTEMA PROPRIOCEPTIVO ALERTAS DO SISTEMA PROPRIOCEPTIVO SISTEMA PROPRIOCEPTIVO ALERTAS DO SISTEMA PROPRIOCEPTIVO Estas brincadeiras as crianças irão gostar Pula- pula, cabo de guerra e paredes escalar Pode também ajudar a mamãe em casa A fazer receitas mexendo bolos ou massas dicas 59 QUE TAL FAZERMOS ALGUMAS BRINCADEIRAS QUE INCREMENTEM O SISTEMA PROPRIOCEPTIVO? PERCEPÇÃO CORPORAL: PROPRIOCEPTIVO Brincar de fazer massagens com toque profundo Subir escaladas Brincar de queda de braço Pula-pula Tocar instrumentos de percussão Mexer bolos ou massas Cabo de guerra Brincar de rebater bolas com raquete Brincar de estátua Arremessar �ro ao alvo Basquete 60 CONSIDERAÇÕES FINAIS CASO VOCÊ IDENTIFIQUE QUE SUA CRIANÇA PRECISE DE AJUDA EM RELAÇÃO ÀS INFORMAÇÕES APRESENTADAS NESTA CARTILHA, PROCURE UM TERAPEUTA OCUPACIONAL COM CERTIFICAÇAO NO MÉTODO DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL DE AYRES®, PARA AVALIAÇÃO E TRATAMENTO QUANDO NECESSÁRIO. Brincar para a criança é fundamental Para seu desenvolvimento global Mas se alguma dificuldade apresentada aqui notar Deve um terapeuta ocupacional qualificado procurar 61 REFERÊNCIAS 1. BOYD, B. A.; BARANEK, G. T.; SIDERIS, J.; POE, M. D.; WATSON, L. R.; PATTEN, E.; MILLER, H. Sensory features and repe��ve behaviors in children withau�sm and developmental delays. Au�sm Research, v.3, n.2, p.78-87, 2010. 2. LLOYD, M.; MACDONALD, M.; LORD, C. Motor skills of toddlers with au�sm spectrum disorders. Au�sm: The Interna�onal Journal of Research and Prac�ce, v.17, n.2, p.133-146, 2013. 3. BARANEK, G. T.; DAVID, F. J.; POE, M. D.; STONE, W. L.; WATSON, L. R. The Sensory Experiences Ques�onnaire: discrimina�ng response pa�erns in young children with au�sm, developmental delays, and typical development. Journal of Child Psychology and Psychiatry, v.47, n.6, p.591- 601, 2006. 4. BAKER, A.; LANE, A.; ANGLEY, M.; YOUNG, R. The rela�onship between sensory processing pa�erns and behavioral responsiveness in au�s�c disorder: a pilot study. Journal of Au�sm and Developmental Disorders, v.38, n.5, p.867-875, 2008. 5. BEN-SASSON, A.; HEN, L.; FLUSS, R.; CERMAK, S. A.; ENGEL-YEGER, B.; GAL, E. A meta-analysis of sensory modula�on symptoms in individuals with au�sm spectrum disorders. Journal of Au�sm and Developmental Disorders, v.39, n.1,p.1-11, 2009. 6. CHAMAK, B.; BONNIAU, B.; JAUNAY, E.; COHEN, D. What can we learn about au�sm from au�s�c persons? Psychotherapy and Psychosoma�cs, v.77, n.5,p.271-279, 2008. 62 7. DAWSON, G.; WATLING, R. Interven�ons to facilitate auditory, visual, motor integra�on in au�sm: A review of the evidence. Journal of Au�sm and Developmental Disorders, v.30, n.5, p.415-421, 2000. [21:05, 06/05/2020] 8. CULP, S. L. A Buffet of Sensory Interven�ons: Solu�ons for Middle and High School Students with Au�sm Spectrum Disorders. Kansas, AAPC Publishing, 2011. Referências consultadas: Ayres, A. J. Sensory Integra�on and Learning Disorders. 1972. Los Angeles, CA: Western Psychological Services. _____. Sensory Integra�on and the Child. Los Angeles, CA: Western Psychological Services, 1979. _____. Sensory Integra�on and the Child: 25th Anniversary Edi�on. Los Angeles, CA: Western Psychological Services, 2005. LANE, A. E.; YOUNG, R. L.; BAKER, A. E. Z.; ANGLEY, M. T. Sensory processing subtypes in au�sm: Associa�on with adap�ve behavior. Journal of Au�sm and Developmental Disorders, v.40, n.1, p.112-122, 2010. 63 REFERÊNCIAS créditos ORGANIZAÇÃO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL - ABIS Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SNDPD Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos - MMFDH ELABORAÇÃO: Ulânova Xavier Coêlho - Terapeuta Ocupacional CREFITO 6383 - TO REVISÃO Ulânova Xavier Coêlho Terapeuta Ocupacional CREFITO 6383 - TO Derivan Brito da Silva Terapeuta Ocupacional CREFITO 5776 - TO José Naum de Mesquita Chagas Terapeuta Ocupacional CREFITO 8498 - TO APOIO Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais - ABRATO POESIAS Lidia Ruela - Terapeuta Ocupacional e Poe�sa ILUSTRAÇÕES, ARTE E DIAGRAMAÇÃO Isis Vieira Barbosa - Ar�sta Plás�ca 64 créditos DIRETORIA ABIS Claudia Omairi - Presidente Terapeuta Ocupacional Crefito 2178 - TO Aline Medina - Vice-Presidente Terapeuta Ocupacional Crefito 8868 - TO Giovana Mar�ni - 1ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 6596 - TO Daniela Zimmer - 2ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 3751 - TO Fernanda GuinterHerter - 3ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 16743 - TO Leyla Maria Achtschin de Oliveira - 4ª Secretária Terapeuta Ocupacional Crefito 1987- TO Lídia Ruela - 1ª Tesoureira Terapeuta Ocupacional Crefito 8295 - TO Janet Winter - Conselho Fiscal Terapeuta Ocupacional Crefito 2426 - TO 65 orientações de BRINCADEIRAS PARA FAMÍLIAS COM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 2020 Page 1 Page 2 Page 3 Page 4 Page 5 Page 6 Page 7 Page 8 Page 9 Page 10 Page 11 Page 12 Page 13 Page 14 Page 15 Page 16 Page 17 Page 18 Page 19 Page 20 Page 21 Page 22 Page 23 Page 24 Page 25 Page 26 Page 27 Page 28 Page 29 Page 30 Page 31 Page 32 Page 33 Page 34 Page 35 Page 36 Page 37 Page 38 Page 39 Page 40 Page 41 Page 42 Page 43 Page 44 Page 45 Page 46 Page 47 Page 48 Page 49 Page 50 Page 51 Page 52 Page 53 Page 54 Page 55 Page 56 Page 57 Page 58 Page 59 Page 60 Page 61 Page 62 Page 63 Page 64 Page 65 Page 66 Page 67
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