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1 - 2 SUMÁRIO TURISMO CULTURAL..................................................................................................................3 TURISMO CÍVICO.........................................................................................................................5 TURISMO RELIGIOSO..................................................................................................................6 TURISMO MÍSTICO E ESOTÉRICO.............................................................................................7 TURISMO ÉTNICO........................................................................................................................8 TURISMO CINEMATOGRÁFICO..................................................................................................9 TURISMO ARQUEOLÓGICO.......................................................................................................11 TURISMO GASTRONÔMICO.......................................................................................................13 ENOTURISMO..............................................................................................................................15 TURISMO FERROVIÁRIO............................................................................................................17 AS 10 CIDADES COM MAIS PATRIMÔNIO TURÍSTICO DO MUNDO.....................................19 ECOTURISMO..............................................................................................................................20 ECOTURISMO E SUA RELAÇÃO COM O TURISMO SUSTENTÁVEL....................................24 PRINCÍPIOS PARA O ECOTURISMO.........................................................................................26 TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS......................................................................................49 Principais Festas Populares do Brasil......................................................................................53 PRINCIPAIS FEIRAS DE NEGÓCIO NO BRASIL.......................................................................58 ANÁLISE E GESTÃO DE DESTINOS TURÍSTICOS...................................................................63 TECNOLOGIA E O TURISMO......................................................................................................66 APLICATIVOS LIGADOS AO TURISMO.....................................................................................72 3 TURISMO CULTURAL Desde os primeiros registros da humanidade existem referências sobre os deslocamentos do homem de um lugar para outro. Especulam-se as razões que levaram nossos antepassados a empreender aventuras arriscadas. Por necessidade, por vontade de conhecer novas terras, por prazer, etc. O homem sempre foi impulsionado a viajar e a empreender esforços para melhorar e aperfeiçoar os deslocamentos. Viajar é uma expressão de cultura presente em todas as sociedades e é isso que hoje faz girar um dos mais importantes setores da economia contemporânea: o turismo. Toda viagem turística é uma experiência cultural. Ao sair de seu ambiente, o turista entra em contato com novos sabores da culinária local, com as músicas mais pedidas nas estações de rádio do local ou com a forma dos habitantes locais de lidarem com visitantes, por exemplo. Mas nem todo turista é um turista cultural. O que define o Turismo Cultural é a motivação da viagem em torno de temas da cultura. As viagens de interesse cultural nasceram na Europa sob a égide do renascimento italiano, quando a aristocracia se deslocava interessada em conhecer os sítios históricos e arqueológicos que inspiraram artistas como Michelangelo e Da Vinci e depois as próprias cidades que foram o berço do movimento artístico. Inspirado pelas viagens do período renascentista, nasceu a “grand tour”, que consistia em uma longa temporada em diferentes cidades europeias consideradas como o berço da civilização ocidental e que podiam durar anos. O público da grand tour eram os aristocratas, nobres e burgueses da própria Europa e também das Américas, pessoas que tinham disponibilidade de tempo e recursos para investir nessas viagens culturais. Um dos aspectos mais interessantes do grand tour era 4 exatamente sua forma convencional e regular, considerada como uma experiência educacional, um atributo de civilização e de formação do gosto. O grand tour, sob o imponente e respeitável rótulo de “viagem de estudo”, assumia o valor de um diploma que lhes conferia significativo status social, embora, na realidade, a programação se fundamentasse em grandes passeios de excelente qualidade e repletos de atrativos prazeros. Os ingleses, importantes e ricos, consideravam detentos de cultura apenas quem tivesse sua educação ou formação profissional coroada por um grand tour através da Europa. Não havia ainda o mercado turístico, tal como conhecemos nos dias atuais, uma cadeia produtiva organizada, com todos os serviços e produtos. Isso só se concretizou séculos depois. O grand tour foi o embrião do Turismo Cultural, em que a principal motivação de viagem envolve algum aspecto de cultura. Desses primórdios até a atualidade, a cultura continua a ser uma das principais motivações das viagens em todo o mundo e durante muito tempo as destinações eram exclusivamente os grandes conjuntos arquitetônicos, os museus e os lugares que abrigavam os tesouros materiais de culturas passadas. Com o tempo, modificou-se o próprio conceito de cultura, ampliaram-se os limites do que os estudiosos e as instituições responsáveis pelas iniciativas de preservação entendiam como patrimônio cultural. As mudanças conceituais e das diretrizes de proteção à cultura tiveram influência direta na caracterização do Turismo Cultural, no perfil do turista cultural e na relação do turismo com a cultura. 5 Tipos de turismo cultural Existem formas de expressão da cultura que são classificadas em áreas de interesse específico e que geram demandas de viagem com motivação própria, mas se configuram dentro da dimensão e caracterização do Turismo Cultural, é o caso da religião, do misticismo e do esoterismo, os grupos étnicos, a gastronomia, a arqueologia, as paisagens cinematográficas, as atividades rurais, entre outros. No entanto, é importante ressaltar que, no caso das atividades rurais ou no âmbito do espaço rural, mesmo sendo consideradas como formas de expressão da cultura, em função de sua importância no contexto da formação econômica e histórico-social, são consideradas pelo Ministério do Turismo um segmento próprio definido como Turismo Rural. São definidas as caracterizações de alguns tipos do segmento, considerando aqueles temas e áreas onde a diversidade cultural brasileira apresenta maior potencial. TURISMO CÍVICO O Turismo Cívico ocorre em função de deslocamentos motivados pelo conhecimento de monumentos, acompanhar ou rememorar fatos, observar ou participar em eventos cívicos, que representem a situação presente ou da memória política e histórica de determinados locais. Entendem-se como monumentos as obras ou construções que remetem à memória de determinado fato relevante ou personagem. Os fatos são ações, 6 acontecimentos e feitos realizados ou que estejam ocorrendo na contemporaneidade. Do ponto de vista turístico, eles podem atrair pessoas para conhecer os locais onde se efetivaram, de forma a compreender o seu contexto e suas particularidades. Nesse caso, tais monumentos e fatos diferenciam-se dos demais por seu caráter cívico, ou seja, relativos à pátria. Os eventos cívicos são as programações em que o Estado, seus símbolos e datas são celebrados pelos cidadãos. Englobam-se aqui as comemorações de feriados nacionais relacionados a fatos e personagens da pátria, os eventos para troca debandeiras, as posses de presidentes, governadores e prefeitos, as visitas guiadas a lugares de evocação do espírito cívico de uma nação, entre outros. Assim, esse tipo de turismo abrange elementos do passado e do presente relacionados à pátria: fatos, acontecimentos, situações, personagens e monumentos referentes a feitos políticos e históricos. Cabe ressaltar que os deslocamentos turísticos característicos desse tipo de turismo ocorrem tanto no país do turista quanto em pátrias estrangeiras. As temáticas envolvidas podem relacionar-se à política municipal, estadual, nacional ou internacional. TURISMO RELIGIOSO O Turismo Religioso configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas, independentemente da origem étnica ou do credo. Está relacionado às religiões institucionalizadas, tais como as de origem oriental, afro-brasileiras, espíritas, protestantes, católica, compostas de doutrinas, hierarquias, estruturas, templos, rituais e sacerdócio. A busca espiritual e a prática religiosa, nesse caso, caracterizam-se pelo deslocamento a locais e a participação em eventos para fins de: Peregrinações e romarias; Roteiros de cunho religioso; Retiros espirituais; Festas, comemorações e apresentações artísticas de caráter religioso. Encontros e celebrações relacionados à evangelização de fiéis; Visitação a espaços e edificações religiosas (igrejas, templos, santuários, terreiros); Realização de itinerários e percurso de cunho religioso e outros. 7 Muitos locais que representam importante legado artístico e arquitetônico de religiões e crenças são compartilhados pelos interesses sagrados e profanos dos turistas. As viagens motivadas pelo interesse cultural ou pela apreciação estética do fenômeno ou do espaço religioso serão, para efeitos deste documento, consideradas simplesmente como Turismo Cultural. Uma festa religiosa tradicional, com ritos ancestrais e mantida viva pela população, tem a capacidade de mobilizar o público de motivação religiosa e também o turista cultural. A Procissão do Fogaréu da Cidade de Goiás - GO, a Festa do Divino de Alcântara no Maranhão, o Círio de Nazaré em Belém - PA, a Semana Santa nas cidades históricas mineiras e as romarias em Nova Trento - SC são alguns exemplos de turismo religioso no Brasil. Mas a preservação dessas festividades em destinos turísticos em crescimento depende da compreensão e da valorização dos empreendimentos locais, no sentido de respeitar e promover essas formas de expressão da religiosidade popular. Uma importante referência de roteiro turístico de motivação religiosa e cultural do mundo é o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Sendo o mais antigo do mundo, tem uma grande atração e vários percursos com diferentes atrativos e serviços. TURISMO MÍSTICO E ESOTÉRICO O Turismo Místico e o Turismo Esotérico caracterizam-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca da espiritualidade e do autoconhecimento em práticas, crenças e rituais considerados alternativos. Opta-se, nessa definição, pela utilização conjunta e não exclusiva dos termos Turismo Místico e Turismo Esotérico, uma vez que o 8 misticismo e o esoterismo estão relacionados às novas religiosidades, sendo que suas práticas se dão, muitas vezes, concomitantemente, tornando-se difícil separá-los em um produto turístico exclusivamente de caráter místico ou de caráter esotérico. Nesse sentido, para fins de caracterização de produtos turísticos, poderão ser utilizados os termos Turismo Esotérico ou Turismo Místico ou Turismo Místico Esotérico. Há atualmente a tendência de busca de novas religiosidades ou nova espiritualidade, desvinculadas das religiões tradicionais, o que se dá pela manifestação de crenças, rituais e práticas alternativas, associadas ao misticismo e ao esoterismo. Nesse contexto, o turismo refere-se ao deslocamento de pessoas para estabelecer contato e vivenciar tais práticas, conhecimentos e estilos de vida que configuram um aspecto cultural diferenciado do destino turístico. Entre as atividades típicas desse tipo de turismo, podem-se citar as caminhadas de cunho espiritual e místico, as práticas de meditação e de energização, entre outras. TURISMO ÉTNICO Constitui-se de atividades turísticas envolvendo a vivência de experiências autênticas e o contato direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos. O conceito clássico de etnia remete a noção de origem, cultura, práticas sociais e raça, onde se considera o patrimônio histórico e cultural como elemento de identidade e diferenciação de um determinado grupo, bem como as interações sociais que ocorrem entre este grupo e a sociedade em seu entorno. Esse tipo de turismo envolve as comunidades representativas dos processos imigratórios europeus e asiáticos, as comunidades indígenas, as comunidades quilombolas e outros grupos sociais que preservam seus legados étnicos como valores norteadores de seu modo de vida, saberes e fazeres. O turista busca, neste caso, estabelecer um contato próximo com a comunidade anfitriã, participar de suas atividades tradicionais, observar e aprender sobre suas expressões culturais, estilos de vida e costumes singulares. Muitas vezes, tais atividades podem articular-se como uma busca pelas 9 próprias origens do visitante, em um retorno às tradições de seus antepassados. TURISMO CINEMATOGRÁFICO O segmento de audiovisual vem sendo incorporado às novas tendências mundiais do turismo como estratégia de atração de visitantes, colaborando também para o aumento da competitividade e da inovação de produtos turísticos. Esse segmento pode movimentar significativamente o turismo local e gerar resultados positivos para a comunidade onde será filmada uma produção audiovisual, devido o movimento de atividades que poderão ser envolvidas nas produções, dentre eles serviços como hospedagem, alimentação e logística de toda uma equipe de filmagem. Toda essa cadeia é capaz de gerar empregos diretos e indiretos, como bombeiros, eletricistas, costureiras, artistas gráficos, figurinos, pintores, cozinheiros, maquiadores, motoristas de ônibus e vários outros profissionais, podendo ter um gasto de até 60% de seu orçamento investido no destino associado à contratação de produtos e serviços locais. Além dos impactos na geração de renda e emprego, o Turismo Cinematográfico é uma ferramenta poderosa para a promoção da imagem do destino. Percebendo essa nova tendência, o Ministério do Turismo e a Embratur, em parceria com entidades do segmento e em consonância com as políticas do setor desenvolvidas por outros órgãos do Governo Federal, realizaram estudos com o propósito de identificar políticas bem sucedidas, programas de destinos referência no segmento para aprender com as experiências de outros países e adaptá-las à realidade brasileira, conhecendo novos nichos de turistas com vistas a desenvolver novos mercados. Nesse contexto, se insere o “Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e Audiovisual Brasileiras”, que sugere a consolidação de uma política pública integrada entre as áreas de turismo e audiovisual brasileiras. Este Estudo aponta que o Brasil tem uma inegável vocação para este tipo de turismo, e reforça que o país é reconhecido mundialmente por sua diversidade de locações, seus atributos culturais e criatividade, além do ambiente pacífico, livre de catástrofes naturais e distante dos palcos habituais de ações terroristas. O Turismo Cinematográfico caracteriza-se pelos deslocamentos motivados para a visitação a locais ou atrações que tiveram aparição no cinema ou na TV, dentro do 10 contexto da produção audiovisual em que estáinserido, sendo considerado um tipo de turismo específico do segmento cultural. Os turistas que viajam para as paisagens que servem de pano de fundo de filmes são chamados de set-jetters. O cinema, portanto, funciona como reforço de símbolos que podem influenciar a escolha de destinos de turistas Clássicos do cinema mundial possibilitaram que locações de filmagens fossem reconhecidas mundialmente, suscitando o desejo de expectadores a viverem as emoções e se deslocarem para os cenários retratados nas produções cinematográficas. Os impactos no turismo podem ser percebidos em filmes como “Coração Valente”, que possibilitou um incremento de 300% na visitação às terras altas da Escócia. Já em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, duas décadas depois, o clássico de Steven Spielberg ainda é a motivação de 20% dos visitantes ao Devils Tower, Wyoming, nos EUA. E em menos de um mês, o filme “Um Lugar Chamado Notting Hill” trouxe 10% a mais de pessoas a Kenwood House. O turismo cinematográfico está relacionado ao segmento de Turismo Cultural, por considerar em sua essência recursos audiovisuais intrínsecos à área da cultura. No entanto, percebe-se que o mesmo é transversal a todos os outros segmentos turísticos, já que as produções cinematográficas podem se utilizar de diversas imagens e cenários 11 relacionados ao ecoturismo, turismo de aventura e/ou turismo de sol e praia, por exemplo. TURISMO ARQUEOLÓGICO O estudo e a prática do turismo arqueológico podem ser considerados atividades recentes no Brasil, bem como a discussões sobre os conceitos básicos do segmento. Levando-se em consideração que o segmento pode trazer benefícios para a atividade turística, quando desenvolvida em sítios planejados e estruturados, é necessário entender sua origem, para que a partir do entendimento da atividade possa ser possível a consolidação do segmento no Brasil. Assim, o segmento pode tornar se um aliado no desenvolvimento de localidades e atrativos turísticos que atendam a essa demanda, que relacionam-se especificamente com o Turismo Cultural, devido seus aspectos de caráter histórico- cultural. O turismo arqueológico pode ser entendido a partir da associação da Arqueologia e o Turismo. Surgiu, de forma organizada e planejada, como uma alternativa para a difusão do conhecimento relacionado às pesquisas e aos achados arqueológicos, assim como a própria Arqueologia em si. Esse trabalho torna-se como um elemento essencial para o resgate e o conhecimento da cultura humana, bem como para o entendimento do ser humano e de seu processo evolutivo. Neste sentido, o turismo arqueológico torna-se uma importante ferramenta para a disseminação do conhecimento acerca dos elementos de cunho histórico-cultural dos quais a Arqueologia faz parte. A partir dessa relação, surge o Turismo Arqueológico, que pode ser definido como um segmento “no qual ocorre o deslocamento voluntário e temporário de 12 indivíduos motivados pelo interesse ou desejo de conhecimento de aspectos pertinentes a culturas passadas, a locais onde se encontram vestígios materiais representativos de processo evolutivo do homem no planeta, deixados por sociedades pretéritas”. Neste caso, o turista tem como elemento motivador da prática do Turismo Arqueológico, o patrimônio arqueológico, ou os chamados sítios arqueológicos. Esse patrimônio arqueológico pode ser tipificado de acordo com as características dos vestígios que as representam. Entre as principais tipologias de sítios podemos citar as cavernas, arte rupestre, oficina, cerâmico, lítico, monumental, submerso, dentre outros. No Brasil, os sítios arqueológicos são definidos e protegidos pela Lei nº 3.924/61. O tombamento de bens arqueológicos é feito pelo Iphan, e é realizado, excepcionalmente, por interesse científico ou ambiental. De acordo com o órgão, cerca de 10 mil sítios arqueológicos já foram identificados, sendo tombados como Patrimônio Arqueológico os seguintes sítios: Sambaqui do Pindaí, em São Luis/MA; Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato/PI; Inscrições Pré-Históricas do Rio Ingá, em Ingá/PB; Sambaqui da Barra do Rio Itapitangui, em Cananéia/SP; Lapa da Cerca Grande, em Matozinhos/MG; Quilombo do Ambrosio: remanescentes, em Ibiá/MG; e Ilha do Campeche, em Florianópolis/SC. Em função da fragilidade apresentada nesses espaços, é primordial, contudo, a realização de ações de planejamento e de infraestrutura que possibilitem o desenvolvimento do turismo, sem 13 que haja prejuízos ao patrimônio arqueológico utilizado como atrativo turístico. Para tanto, é indispensável à realização de estudos, pesquisas, trabalhos de monitoramento, organização de roteiros de visitação, ações de interpretação do patrimônio e envolvimento da comunidade local. O planejamento e a estruturação de sítios arqueológicos são práticas indispensáveis para o desenvolvimento do Turismo Arqueológico no País, visto que, sem essas premissas, os impactos negativos do turismo podem causar danos irreversíveis para o patrimônio arqueológico brasileiro. TURISMO GASTRONÔMICO O turismo gastronômico surge como um segmento turístico emergente capaz de posicionar destinos no mercado turístico, quando utilizado como elemento para a vivência da experiência da cultura local pelo turista por meio da culinária típica. A oferta turística de serviços de alimentação, item que faz parte da estada do turista, apresenta- se, portanto, como uma vantagem competitiva no desenvolvimento do turismo de uma localidade, podendo ser utilizada como um diferencial passível de proporcionar experiências únicas para o turista, e assim tornar-se também um diferencial para sua comercialização. O segmento deve ser entendido a partir da articulação da atividade turística com a oferta gastronômica, que deve estabelecer uma conexão com a identidade da cultura local ao compartilhar os valores e costumes de um povo. Pode ser definido como uma vertente do Turismo Cultural no qual o deslocamento de visitantes se dá por motivos vinculados às práticas gastronômicas de uma determinada localidade. 14 As principais atividades que podem ser realizadas pelo turista que tem por motivação o segmento são: participação em eventos gastronômicos cujo foco de comercialização é a gastronomia típica de determinada localidade e a visitação a roteiros, rotas e circuitos gastronômicos. Além destes, a oferta de bares, restaurantes e similares de um destino são insumos para a viabilização do turismo gastronômico, podendo integrar e complementar a oferta turística do destino, além de se tornarem espaços de aproximação entre turista e comunidade local. Importante ressaltar que esse contexto no qual o turismo gastronômico se insere vai ao encontro das atuais mudanças que vem sendo observadas no padrão de consumo do produto turístico, resultantes de transformações configuradas pelas tendências econômicas mundiais oriundas da sociedade da informação. Tal fato está levando os turistas a almejarem cada vez mais a vivência de experiências únicas em suas viagens e a buscarem a autenticidade dos atributos históricos e culturais que uma localidade pode oferecer. Isso advém do surgimento do conceito Economia da Experiência, que emergiu a partir de 1999 com a obra do dinamarquês Rolf Jensen intitulada “A sociedade dos sonhos”. Além disso, o estudo intitulado Economia da Experiência, de James Gilmore e Joseph Pine, foi sendo incorporado pelo turismo, anunciando novos valores ao mercado. O conceito traz a concepção de “inovação” com vistas a agregar valor à oferta turística e qualificar destinos para atenderem as expectativas dos consumidores, cada dia mais exigentes. Está sendo seguida por aqueles que querem inovar nos processos de formatação e comercialização de produtos,especialmente na atividade turística. 15 Esse fenômeno atual faz com que o componente emocional, os valores e os sentimentos adquiram maior relevância que o componente racional. Os produtos e serviços turísticos tendem, com isso, priorizar a promoção e venda de experiências únicas como fator diferencial para sua comercialização. Assim, a identidade gastronômica, enquanto elemento de identidade da cultura de um povo, pode ser trabalhada como um atrativo turístico ao proporcionar para o turista o conhecimento da identidade cultural de determinada comunidade. E na perspectiva da economia da experiência, pode ser possível aproveitá-la como uma oportunidade para o desenvolvimento de destinos e produtos turísticos, ao ser capaz de valorizar suas características culturais e de atender a uma demanda específica em crescimento valorizando, com isso, a sua oferta turística. Na cidade de Belém/PA, a aplicação do conceito “Economia da Experiência” na atividade turística possibilitou ao destino a formatação de produtos turísticos que valorizassem a interação com sua cultura, história e costumes locais. Empreendimentos do destino desenvolveram a oferta de experiências únicas com base na valorização da história e da singularidade local por meio, por exemplo, da culinária regional, com vistas a inovar os produtos turísticos ofertados e melhorar seu posicionando no mercado. Com isso, se mantém a originalidade compartilhando dos costumes locais com os visitantes, realizando o resgate do patrimônio imaterial que, associado à identidade local, é um rico ingrediente para a promoção do destino e consequente captação de turistas. ENOTURISMO O termo enoturismo passou a ser utilizado na Itália, quando as visitas a locais onde se produziam vinhos passaram a ser considerados como atrativo âncora de roteiros, e não simplesmente uma atividade complementar destes. Contudo, em regiões da França e de Portugal, que acumulam conhecimento secular do assunto, observou-se as 16 primeiras iniciativas de formatação de roteiros de visitas em que fosse possível conhecer sobre o processo de produção do vinho, para o atendimento do público que aprecia ou consome o produto. Já no Brasil, as iniciativas pioneiras de enoturismo ocorreram na região sul do Brasil, quando a uva e o vinho passaram a ser tratados como atração turística. Desde então, empresas vinícolas começam a abrir as portas para visitação turística com a finalidade de possibilitar o conhecimento do processo de elaboração dos vinhos. Imagem: Hotel & Spa do Vinho Autograph Collection localizado em Bento Gonçalves – RS. O enoturismo ocorre em função de deslocamentos motivados para o conhecimento do processo da produção de vinhos, realizando visitas a vinhedos e vinícolas, fazendo parte da experiência a degustação de vinhos e de seus derivados. Além disso, pode-se caracterizar como uma atividade do segmento a visitação a festivais de vinhos e/ou mostras de vinhos onde a motivação principal da viagem seja a degustação de vinhos. O enoturismo pressupõe o contato direto do turista com os processos produtivos, o conhecimento e a prova dos vinhos das regiões visitadas, passeios e percursos que envolvem o patrimônio paisagístico e arquitetônico relacionados à cultura da vinha e à 17 produção do vinho. E são essas as características e os aspectos que colocam o turismo como uma atividade associada fundamental, não pelos recursos financeiros que ela mobiliza diretamente, mas por sua capacidade como instrumento promocional das regiões nas quais suas atividades se inserem. O exemplo de desenvolvimento do enoturismo em Portugal, que priorizou em seu Plano Estratégico Nacional de Turismo (Pent) dez produtos considerados estratégicos, elencando a “Gastronomia e Vinhos” dentre estes, pode ser utilizado como um exemplo de boas práticas na operação turística deste segmento, a ser utilizado como modelo de estruturação do enoturismo, adaptando-o a realidade brasileira. Sendo a vitivinicultura um dos setores mais dinâmicos da agricultura portuguesa, após a adesão do país à União Europeia, Portugal iniciou uma política de qualificação da produção de vinho, reorganizando institucionalmente o setor, criando novas denominações de origem e apoiando com investimentos massivos a produção de vinhos de qualidade. Com isso, a vitalidade comercial do setor vitivinícola português proporcionou a articulação da vinha e do vinho com outras atividades complementares, notadamente no setor do turismo. Em Portugal, na região do Vale do Douro, o roteiro de enoturismo conseguiu mobilizar os vinicultores, sobretudo, a partir do trabalho consistente da Associação para o Desenvolvimento do Turismo da Região Norte (Adeturn) e da compreensão que a atividade turística é uma excelente oportunidade para a promoção do vinho. A mídia espontânea e a imagem charmosa que envolve os espaços onde é desenvolvido o enoturismo, representada pela possibilidade da visita e degustação do vinho no local de produção, colocam-no em outro patamar de mercado inserido nos sonhos de consumo de um público extremamente seleto. Essa perspectiva é interessante para o produto de enoturismo, pois confere autenticidade e originalidade, afinal o que se oferece é a experiência de conhecer uma região produtora singular, que tem na vinha e no vinho sua vocação primordial e que, indiretamente, contribui para uma imagem do destino como um todo. Além disso, é fundamental do ponto de vista da sustentabilidade das atividades de turismo no espaço rural, pois não provoca mudanças drásticas no modo de vida da população, visto que depende da existência desse modelo produtivo. 18 TURISMO FERROVIÁRIO De acordo com a Cartilha de Orientação para Proposição de Projetos de Trens Turísticos e Culturais, os serviços de trens turísticos e culturais caracterizam-se pelo transporte não regular de passageiros, com o objetivo de agregar valor aos destinos turísticos, contribuindo para a preservação da memória ferroviária, configurando-se em atrativos culturais e produtos turísticos das cidades, auxiliando-as na diversificação da oferta. Desta forma, a expressão “turismo ferroviário”, em uma primeira análise, poderia ser considerada uma classificação do turismo quanto ao meio de transporte utilizado na viagem (segmentação dos meios de transporte), quando a finalidade da viagem é a utilização de trens, ou melhor, a realização de “passeios sobre trilhos,” atrativos cuja singularidade contribui para a diversificação da oferta turística brasileira. Contudo, como os atrativos habitualmente utilizados estão associados ao segmento de Turismo Cultural, o turismo ferroviário pode ser considerado um tipo de turismo deste segmento. Ainda, partindo-se do pressuposto que a análise das potencialidades turísticas tem como um dos elementos a análise dos meios de transporte, o turismo ferroviário constitui-se em um fator de atratividade turística e importante vetor na composição de um produto turístico. No Brasil, estão disponíveis alguns roteiros turísticos ferroviários, que na maioria das vezes fazem parte da programação cultural e turística do destino, dentre os quais se destacam: Passeio de trem – Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá/PR; Passeio de trem São João del-Rei/MG a Tiradentes/MG; Trem da Vale – Ouro Preto/MG a Mariana/MG; Trem das Águas – São Lourenço/MG a Soledade/MG ; Trem da Serra – Passa Quatro/MG até o alto da Serra da Mantiqueira/MG; Trem Vitória-Minas – Belo Horizonte/MG a Vitória/ES; Trem do Corcovado – Rio de Janeiro/RJ; Trem do Forró – Recife/PE a Caruaru/PE; Trem Estrada Real – Paraíba do Sul/RJ a Cavaru/RJ; Trem do Vinho – Bento Gonçalves/RS, Garibaldi/RS e Carlos Barbosa/RS Estrada de Ferro Campos do Jordão – Pindamonhangaba/SPa Campos do Jordão/SP, passando pela Serra da Mantiqueira/SP. 19 Normalmente, os passeios são acompanhados de atividades culturais, tais como apresentações teatrais, de música e dança e de degustação de alimentos e bebidas. Há ainda, em alguns casos, pequenas paradas para visitas rápidas e compras. Imagem: Passeio Trem Maria Fumaça – Termas de Piratuba – SC AS 10 CIDADES COM MAIS PATRIMÔNIO TURÍSTICO DO MUNDO Conforme o portal TotallyMoney, que reúne e analisa dados tais como o número de teatros, museus, galerias, salas de shows, etc., e os compara com a população, com os turistas estrangeiros e o gasto que realizam, as dez cidades com uma maior oferta cultural são: 1. Amsterdã: 96 teatros, 81 museus, 54 galerias de arte, 2 locais Patrimônio da Humanidade, 8 salas de shows, entre diversos restaurantes; 2. Dublin: 127 teatros, 57 museus, 32 galerias de arte, 6 salas de shows, entre diversos restaurantes; 3. Praga: 129 teatros, 110 museus, 201 galerias de arte, 1 local Patrimônio da Humanidade, 4 salas de shows, entre diversos restaurantes. 4. Miami: 72 teatros, 18 museus, 27 galerias de arte, 1 local Patrimônio da Humanidade e 1 sala de shows. 5. Paris: 245 teatros, 147 museus, 69 galerias de arte, 1 local Patrimônio da Humanidade, 6 salas de shows e diversos restaurantes. 6. Barcelona: 80 teatros, 95 museus, 46 galerias de arte, 1 local Patrimônio da Humanidade, 3 salas de shows e diversos restaurantes. https://www.totallymoney.com/cultural-cities/ 20 7. Milão: 43 teatros, 76 museus, 42 galerias de arte, 1 local Patrimônio da Humanidade, 4 salas de shows e diversos restaurantes. 8. Roma: 93 teatros, 151 museus, 42 galerias de arte, 5 locais Patrimônio da Humanidade, 3 salas de shows e diversos restaurantes. 9. Viena: 55 teatros, 103 museus, 14 galerias de arte, 2 locais Patrimônio da Humanidade, 7 salas de shows e diversos restaurantes. 10. Londres: 878 teatros, 186 museus, 125 galerias de arte, 4 locais Patrimônio da Humanidade, 17 salas de shows e diversos restaurantes. ECOTURISMO Também chamado de turismo ecológico, o ecoturismo começou a chamar a atenção do setor turístico brasileiro por volta da década de 80 e, principalmente, na década de 90, com a maior visibilidade dada às questões ambientais. Para um melhor aproveitamento de todo o potencial do território brasileiro e regularização da atividade ecoturística foi criado em 1987 a “Comissão Técnica Nacional” do projeto “Turismo Ecológico” da Embratur em parceria com o Ibama (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis). O projeto foi iniciado com a implantação de pólos de ecoturismo em todos os estados da Amazônia Legal. Em 1993, foi fundado o Instituto EcoBrasil, a primeira organização da sociedade civil (sem fins lucrativos) voltada para o fomento da atividade de ecoturismo através de capacitação e treinamento de profissionais e empresários e implementação de estudos, pesquisas e projetos. 21 Em 1994, foram criadas as “Diretrizes para a Política do Programa Nacional de Ecoturismo” que discorre sobre o potencial turístico do Brasil, os marcos referenciais internacionais, as possíveis vantagens do turismo bem organizado e os impactos negativos que podem ocorrer caso não haja o correto planejamento da atividade. Em 1995, foi criado o Instituto Brasileiro de Ecoturismo, IBE. Neste mesmo ano foi escrita a “Carta de Lanzarote” durante a Conferência Mundial de Turismo Sustentável realizada em Lanzarote, Ilhas Canárias, Espanha, que lançou um apelo à comunidade internacional e aos governos para que tomassem medidas para garantir o desenvolvimento turístico sobre uma base sustentável de forma a preservar as riquezas naturais e culturais. Em 2000, o “Acordo do Monhok” (ocorrido em New Paltz, EUA, na Monhok Montain House), definiu o ecoturismo como sendo o “turismo sustentável em áreas naturais, que beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas e que promove o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais.” Além disso, o acordo definiu os princípios do ecoturismo e padrões a serem respeitados voluntariamente pelas empresas do ramo turístico. A “Declaração de Ecoturismo de Quebec”, aprovada em 2002 pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep) e pela Organização Mundial do Turismo (OMT), oficializou o ano de 2002 como o “Ano Internacional do Turismo”, como reconhecimento de todos os países participantes, inclusive o Brasil, da importância do ecoturismo como atividade econômica e de preservação do patrimônio ambiental e cultural. Pólos de Ecoturismo De circuitos históricos em Minas Gerais ao imenso planalto central do Brasil, o roteiro dos ecoturistas que viajam por estas terras pode ser interminável. Para facilitar o trabalho, a Embratur e o IBE identificaram os principais pólos ecoturísticos brasileiros. São lugares que já conseguiram obter certo sucesso com a exploração do turismo ecológico e possuem estrutura para receber os visitantes: 22 Região Sul A região sul é uma das mais visitadas do Brasil, principalmente pelas praias. No Rio Grande do Sul, encontram-se o pólo ecoturístico da Serra Gaúcha e o pólo da Região Central; em Santa Catarina, tem o pólo ecoturístico do Planalto Serrano, da Ilha de Santa Catarina, e do Alto do Vale do Itajaí; no Paraná, há mais três pólos ecoturísticos, o do Paranaguá/Graciosa, dos Campos Gerais e da Costa do Oeste. Região Sudeste Minas Gerais tem o pólo das Grutas, Serras e Diamantes, a Zona da Mata, o Circuito do Ouro, as Terras Altas da Mantiqueira, a Canastra e os Caminhos do Cerrado; o Espírito Santo tem os pólos de Itaúna, o Delta do Rio Doce, a Serra do Caparaó, e as Serras Capixabas; o Rio de Janeiro, um dos principais “portões de entrada” dos turistas no Brasil, tem os pólos ecoturísticos de Costa Verde, da Região do Itatiaia, o pólo Rio/Niterói, a Região Serrana, a Região dos Lagos, o Valo do Paraíba do Sul, e a Costa Doce; em São Paulo, encontram-se os pólos do Alto do Paranapanema, as Serras Paulistas, a Região das Cuestas, o Vale do Ribeira de Iguape, o Vale do Paraíba do Sul, a Mantiqueira, o Litoral Paulista e os Grandes Lagos. Região Nordeste A região nordeste é hoje o destino preferido dos turistas estrangeiros, principalmente daqueles que buscam o turismo integrado a natureza. Lá, encontram-se os pólos ecoturísticos: o Maranhão tem o pólo das Reentrâncias Maranhenses, do Patrimônio Histórico-Cultural do Maranhão, os Lençóis Maranhenses, as Chapadas e o Delta do Parnaíba que também engloba parte do Estado do Piauí; neste último ainda se tem o Parque Nacional da Serra da Capivara, e o Parque Nacional Sete Cidades; no Ceará, é possível visitar o pólo do Vale Monumental 23 do Ceará, a Serra do Baturité, o Cariri, a Ibiapaba, e o Litoral Oeste e Leste; o Rio Grande do Norte tem o Litoral Norte e Leste, as Serras do Sul e do Sudeste, o Cabugi e o Seridó; a Paraíba tem os pólos ecoturísticos de João Pessoa, do Litoral Norte, da Serra da Borborema e o Sertão Paraibano; em Pernambuco além do famoso pólo de Fernando de Noronha, tem ainda o pólo do Litoral Norte e Sul, o Buique/Pesqueira/Venturosa, o Bonito/São Benedito do Sul, o Afogados da Ingazeira/Serra Talhada, e a Bacia do São Francisco; em Alagoas são encontrados os pólos ecotur ísticos do Litoral Norte, da Zona da Mata, do Sertão Alagoano, e do Baixo São Francisco; em Sergipe, o menor Estado da federação, encontram-se os pólos ecoturísticos do Sertão Sergipano do São Francisco, da Própria, da Contiguiba, do Agreste de Itabaiana, e do Litoral Sul; na Bahia, encontram-se os pólos ecoturísticos da Chapada Diamantina, da Costa dos Coqueiros, da Baía de Todos os Santos, da Costa do Dendê, da Costa do Cacau, da Costa do Descobrimento e da Costa das Baleias. RegiãoCentro-Oeste: Abrangendo o planalto central brasileiro e a região do pantanal, encontram-se os pólos ecoturísticos, em Goiás, da Chapada dos Veadeiros, de Pirenópolis, e do Parque das Emas; o Mato Grosso tem o Pantanal Norte, a Chapada dos Guimarães, e a Amazônia Matogrossensse; no Mato Grosso do Sul, é possível econtrar os pólos do Pantanal Sul e da Serra da Bodoquena. Região Norte: Esta é considerada a região do país com maior potencial ecoturístico embora esta atividade esteja ainda muito aquém do ideal para a região. Os pólos ecoturísticos da 24 região norte são o Vale do Acre (AC), o Amapá (AP), o Amazonas (AM), Tapajós (PA), o Vale do Guaporé (RO), o Norte de Roraima (RR) e Cantão (TO). Entretanto, a atividade de ecoturismo no Brasil ainda necessita de muita atenção. Segundo um estudo publicado pela consultoria do mercado de hotelaria espanhol “Chias Marketing”, o Brasil ainda não aproveita todo o potencial ecoturístico que possui e a maioria dos hotéis e resorts que se dizem sustentáveis têm suas ações limitadas à reciclagem do lixo e outras ações esporádicas. Ainda segundo a pesquisa, 0.01% dos meios de hospedagem possui a certificação ISO14001 (selo de Gestão Ambiental, resumidamente exemplificando). E não é por falta de interesse dos turistas. Outra pesquisa feita por uma consultoria francesa, a TNS Sofres, concluiu que 69% dos turistas europeus estão dispostos a pagar até 30% a mais para contribuir com a preservação do local visitado. ECOTURISMO E SUA RELAÇÃO COM O TURISMO SUSTENTÁVEL O Ecoturismo tem liderado a introdução de práticas sustentáveis no setor turístico, mas é importante ressaltar a diferença e não confundi-lo como sinônimo de Turismo Sustentável. Sobre isso, a Organização Mundial de Turismo e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente referem-se ao Ecoturismo como um segmento do turismo, enquanto os princípios que se almejam para o Turismo Sustentável são aplicáveis e devem servir de premissa para todos os tipos de turismo em quaisquer destinos. Sob esse enfoque, o Ecoturismo caracteriza-se pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Ou seja, assim, o Ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas baseadas na relação sustentável com a natureza e as comunidades receptoras, comprometidas com a conservação, a educação ambiental e o desenvolvimento 25 socioeconômico. Para se compreender as delimitações conceituais entre Ecoturismo e Turismo Sustentável, é interessante uma análise retrospectiva desses termos. A década de 1960 foi marcada pela eclosão do turismo de massa, quando se registraram e foram reconhecidos os impactos negativos da atividade turística, levando à desmistificação da idéia de “indústria sem chaminés”. Já no início dos anos 1970, começaram as discussões sobre “gestão de turistas”, consolidando o entendimento do turismo como atividade econômica potencialmente poluidora, a depender da maneira como ocorre. Nesse contexto, a temática passou a ser insistentemente debatida pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), de onde surgiu o termo Turismo Verde, que na década de 90 se amplia para a noção de Turismo Sustentável. Como existem pontos comuns na idéia de Turismo Sustentável e na de Ecoturismo a partir dos princípios da sustentabilidade, estabeleceu-se essa sobreposição nas definições conceituais. O elemento de diferenciação do Ecoturismo reside no enfoque da sustentabilidade evidenciado na conservação, interpretação e vivência com a natureza como fator de atratividade. Confirma-se, desse modo, como um segmento da oferta turística que, afora o social, institui-se e se caracteriza fundamentalmente em dois pilares da sustentabilidade, o ambiental e o econômico, carregando como premissas o cultural e o político no sentido da complementaridade. Já o Turismo Sustentável confere a cada um desses aspectos a mesma intensidade, impregnando-os na atividade turística como um todo, e empresta à segmentação da oferta requisitos que podem determinar alguns tipos de turismo, como é o caso do Ecoturismo. A adoção de estratégias e ações para o turismo sustentável está inserida nas formas de gestão ambiental territorial dos destinos turísticos, ao contemplar ações conjuntas, 26 organizadas e planejadas tanto em nível governamental, como nos diversos segmentos do setor privado do turismo e sociedade organizada, baseado em análises dos impactos ambientais e socioculturais previstos ou estabelecidos nos destinos turísticos, reais ou potenciais. A gestão ambiental dos destinos turísticos pode tornar-se um fator determinante no seu crescimento socioeconômico, visto que os produtos ecoturísticos dependem de áreas naturais conservadas para o seu desenvolvimento. Deve-se observar a importância de ser uma atividade econômica complementar às já existentes, de forma a salvaguardar as atividades realizadas pelas populações inseridas nestas áreas, especialmente as que apresentam formas tradicionais de manejo dos recursos naturais distintas das populações localizadas em grandes centros urbanos. PRINCÍPIOS PARA O ECOTURISMO O ecoturismo é uma das atividades que mais crescem no mundo, incentivada pela conscientização cada vez maior do viajante em busca de um consumo e qualidade de vida mais responsável. A Organização Mundial do Turismo (OMT) definiu ecoturismo como sendo “Todas as formas de turismo em que a motivação principal do turista é a observação e apreciação da natureza, de forma a contribuir para a sua preservação e minimizar os impactos negativos no meio ambiente natural e sociocultural onde se desenvolve.” Além da preservação e educação ambiental, o cuidado com a participação e envolvimento das comunidades locais é uma característica cada vez mais presente no ecoturismo, resultado do entendimento de que elas fazem parte do ciclo do 27 desenvolvimento sustentável. De acordo com a The International Ecotourism Society (Ties), “ecoturismo significa unir conservação, comunidades e turismo sustentável” e três fundamentos básicos o regem: Ele é não destrutivo e não extrativo; Cria consciência ecológica; Detém valores ecocêntricos e ética na relação com a natureza. Desde 1990 a Ties vem desenvolvendo o que considera os princípios para um ecoturismo autêntico, que podem ser adotados tanto por viajantes, quanto por empresas de turismo. Veja quais são: Turismo Geológico O Turismo Geológico é a atividade mais recente praticada dentre todos os outros tipos de turismo de natureza. O seu conceito inclusive se encontra em um movimento construtivo, mas tendo como base o privilégio de se conectar com as características geográficas naturais de um local. A ideia é ir além do lazer, gerar uma maior conscientização sobre a importância dos elementos naturais e toda a sua preservação. Com isso, ter um recurso mais informativo, 28 explicando toda a história geológica do local, assim como a sua evolução ao longo do tempo. Essa atividade normalmente é praticada com visitação em cavernas, montanhas, grutas, e solos. No Brasil, alguns destinos que já vêm utilizando dessa ferramenta são Fernando de Noronha e a Chapada Diamantina. Melhores destinos de ecoturismo no Brasil O Brasil tem vários destinos que proporcionam verdadeiras aventuras de ecoturismo, contato com a natureza, relaxamento e aprendizado. Alguns destinos para curtir esse contato com o meio ambiente: Chapada dos Veadeiros (GO): Um autêntico destino de ecoturismo. São belíssimas paisagens, rios de águas límpidas e cristalinas e natureza intocada. Patrimônio Natural da Humanidade, título concedidopela Unesco, Veadeiros é um verdadeiro berço de águas, pois de seus paredões brotam os rios que formam as principais bacias da América do Sul. É um destino que encanta turistas do mundo todo: o cerrado entrecortado por rios, cachoeiras e montes é convite irresistível a banhos, trilhas, caminhadas e passeios de bicicleta. Destacam-se os passeios pelas cachoeiras do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Vale da Lua, Catarata dos Couros, Almécegas, Santa Bárbara e Macaquinhos. 29 Fernando de Noronha (PE): Praias de águas cristalinas, falésias, enseadas e baías. Morros, pontas, rochedos, grutas, cachoeiras, mirantes, corais, áreas próprias para mergulho submarino e trilhas. Morada de espécies raras, área de rigorosa preservação ambiental, marco zero de poluição mundial. Tudo isso é Fernando de Noronha. São 21 ilhas distribuídas em 26 quilômetros quadrados. Possui também monumentos históricos, a culinária à base de frutos do mar, artesanato, trabalhos dos artistas plásticos locais, histórias e costumes dos nativos. Chapada Diamantina (BA): O Parque Nacional da Chapada Diamantina é detentor da mais qualitativa amostra da natureza de nosso país: montanhas, vales, desfiladeiros, cavernas, grutas, serras, rios, lagos, nascentes, piscinas naturais, cachoeiras, canyons e uma fauna das mais variadas. Sua ambientação é composta de: paredões rochosos erguidos sobre mata atlântica, cerrado e caatinga. Os casarões do período colonial, que marcaram a fase histórica de exploração dos diamantes são itens importantes neste visual. 30 Bonito (MS): Ser o Paraíso das Águas define com muita fidelidade e exuberância o que é a cidade de Bonito. Uma cor azul compõe os rios e nascentes desta localidade situada na Serra da Bodoquena, centro e coração de nosso país. Por conta da imensa quantidade de calcário presente no solo, as águas destes rios passam por uma verdadeira filtragem natural e as impurezas depositam-se no fundo dos leitos. O resultado é a absoluta transparência das águas. Bonito é rica em cavernas e cachoeiras e apresenta inúmeras atrações para viajantes de todos os gostos e idades. Destacam-se a Gruta do Lago Azul, uma formação calcária e esverdeada que abriga o Lago Azul a 100 metros abaixo da terra; ou a descida do Rio Olho D'Água até o Rio da Prata, que proporciona um mergulho extraordinário em águas cristalinas e repletas de peixes. O Bote no Rio Formoso dá um toque de aventura e é a oportunidade de se impressionar com a vegetação e a fauna às suas margens. Alter do Chão (PA): É uma autêntica e verdadeira praia de água doce. Alter do Chão brinda com praias que fascinam pela beleza e oferece a Ilha do Amor, o Lago Verde, a Floresta Amazônica, o rio Tapajós com sua cor verde-azulada, muito cristalina. Alter do Chão são transparências em um contínuo degradê de cores, do verde denso das florestas que encantam, ao azul mais vivo do céu e da água. Uma verdadeira experiência de ecoturismo, que se soma às vivências com os moradores locais, povos indígenas e a navegação por suas águas. 31 Jalapão (TO): Jalapão tem atraído cada vez mais olhares para a sua imensidão paradisíaca. Chamado muitas vezes de “deserto do Jalapão”, é na realidade um complexo de oásis. Pois apresenta nascentes, córregos, fervedouros, corredeiras e cachoeiras com belezas impressionantes. Um dos grandes tesouros de Tocantins, destino perfeito para quem busca a pura conexão com a natureza. Com uma flora e fauna que surpreendem e provam o porquê do Jalapão ser essa imensidão cada vez mais atraente aos olhares externos. Itacaré (BA): Itacaré, o paraíso baiano. Apenas um dos mais lindos destinos que o nosso país apresenta. São praias para de serem enquadradas como as mais belas do mundo. Todas elas rodeadas por mata atlântica, muita natureza e muita atividade ao ar livre. 32 Por lá, é possível encontrar trilhas, cachoeiras, praias praticamente virgens e belas paisagens. As principais praias são acessadas apenas por trilhas, o que significa um seguro para manter-se intacta a vegetação e as características típicas do lugar. Amazônia (AM): A Floresta Amazônica é um autêntico paraíso selvagem, que revela como foi a vida nos primórdios de nosso planeta. A selva densa, fechada, ainda intocada em sua maior parte, abriga fauna e flora riquíssimas, verdadeiramente únicas no mundo. Toda esta biodiversidade é representada por incontáveis espé cies de mamíferos e mais de 250 tipos de aves, além de jacarés, tartarugas, cobras, rãs e peixes. Um espetáculo à parte fica por conta dos inúmeros rios, alguns de dimensões oceânicas, que se desdobram em igarapés, corredeiras e formam bancos de areia e praias fluviais. Talvez por tudo isso é que a Floresta Amazônica sempre foi palco de lendas e mistérios capazes de contagiar desde os ribeirinhos até os estrangeiros que a visitam. 33 Jericoacoara (CE): Dunas de areia clara, mar calmo, lagoas de águas cristalinas e pedras esculturais. Mais conhecida por Jeri, é um lugar fora do comum. A vila de Jeri conserva suas ruas ainda de areia, iluminadas pela energia dos estabelecimentos, tornando o lugar especial com suas belezas naturais, sofisticações e acima de tudo, sem perder o jeito nativo do vilarejo. Lençóis Maranhenses (MA): Único em todo o mundo: dunas e lagoas que se estendem por 155 mil hectares. As dunas, rios, lagoas, praias e manguezais formam um dos mais atraentes complexos turísticos de nosso país, onde a diversão é garantida para quem aprecia sol, mar, praia e contato com belezas naturais. Trata-se de sucessão infindável de imensas dunas entremeadas por centenas de lagoas de água morna e cristalina. Uma mescla sem igual de deserto e água. 34 Foz do Iguaçu (PR): Milhares de pessoas visitam as Cataratas do Iguaçu todos os dias. O lugar é simplesmente deslumbrante. É realmente uma maravilha da natureza, provavelmente uma das maiores do mundo. Um dos visuais mais espetaculares que existem no planeta. Fica na tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina. Chapada das Mesas (MA): Localizado no sul do Maranhão, o Parque Nacional da Chapada das Mesas é uma excelente receita para aliviar o estresse e se divertir muito: basta juntar o contato intenso da natureza local e a tranquilidade das cidades da região. As árvores retorcidas e os paredões de rochas de arenito revelam um cenário que pode ser convertido em números: são 89 cachoeiras, mais de 400 nascentes de águas cristalinas, em uma das regiões mais deslumbrantes do país, entre os municípios de Riachão, Carolina e Estreito. A vegetação brota em lugares improváveis, e o esplendor deste paraíso se mostra todo na água azul cristalina como a cor do céu. E tudo isto acontece durante o ano inteiro. 35 Serra da Capivara (PI): O Parque Nacional da Serra da Capivara, Patrimônio Mundial da Unesco, é detentor de uma paisagem única, com cânions, baixões e serras, e de uma enorme concentração de arte rupestre pré-histórica, com pinturas que têm entre 6 mil e 12 mil anos. Os guias especialmente treinados ajudam a entender os significados dos desenhos, que foram tão bem conservadas pela natureza, através dos tempos. Ilhabela (SP): Muito forte no ecoturismo, a ilha paulista possui mais de 70 praias, centenas de cachoeiras e muita mata atlântica preservada. Pode-se escolher cachoeira para trilhar, observar diversas espécies de aves, o mar e inúmeros outros atrativos naturais. Itatiaia (RJ): Itatiaia, no Rio de Janeiro, abriga o famoso e pioneiro em preservação, Parque Nacional do Itatiaia. São mais de 300 mil metros de área florestal, que encanta quem o desbrava. 36 Alpinismo, escalada, montanhismo e ciclismosão alguns dos esportes procurados por quem se aventura pelo grande Itatiaia. Praia da Pipa (RN): Pipa reúne infraestrutura para o turismo, atmosfera descontraída de sossego e diversos atrativos de ecoturismo. Passeios de barco, caiaque, trilhas, surfe e diversas opções gastronômicas. A Praia da Pipa pertence ao município de Tibau do Sul, o nome indígena que significa "entre duas águas,” que é cercada pela Lagoa de Guaraíras e o Oceano Atlântico. Gruta da Lagoa Azul, Nobres (MT): Nobres, no Mato Grosso é uma bela região que merece uma visita. Fica próxima de Cuiabá e é repleta de águas azuis cristalinas. 37 Território habitado inicialmente por povos indígenas e de passagem do movimento garimpeiro há séculos. A região é rica em elementos de carbonato de cálcio e magnésio, o que oferece o belo tom transparente das águas. Chapada dos Guimarães (MT): O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães abriga milhares de nascentes dos principais rios que deságuam no Pantanal. Cachoeiras, riachos, formações rochosas com uma natureza que encanta os nossos olhos. É possível passear de barco, fazer caminhadas, andar a cavalo e ter excelentes vistas para o pôr do sol. Conceição do Ibitipoca (MG): Ibitipoca é um termo de origem tupi, que significa “montanha estourada”. O parque é maravilhoso e tem no Pico da Lombado, o seu ponto mais alto. 38 Janela do Céu, Cachoeirinha, Pico do Pião, Cruzeiro, Lago dos Espelhos, Cachoeira dos Macacos e Cachoeira da Pedra Quadrada são alguns dos atrativos que podem ser encontrados em Ibitipoca. Natureza incrível, lugar para se desconectar e encontrar o ecoturismo. Aparados da Serra (SC): Um conjunto de cânions com as maiores diversas vertentes de águas cristalinas, mas também as menores temperaturas do país. Possui uma mata atlântica preservada, onde é possível contemplar diversos animais silvestres. Pantanal (MT e MS) O Pantanal é a maior planície alagável do mundo. É lá que a vida explode e colore as matas, os rios e os lagos com os tons multicoloridos de todos os tipos de animais. Possui uma das mais variadas concentrações de fauna selvagem do planeta: uma infinidade de espécies de aves, jacarés, cervos, capivaras e outros animais compõem um cenário fascinante. 39 E a melhor forma possível de vivenciá-la é com um programa especial em uma típica fazenda pantaneira, com cavalgadas, caminhadas e safáris fotográficos de barco. Coroando tudo, a típica e imperdível gastronomia pantaneira. Alto Caparaó (MG): Alto Caparaó, região das belezas naturais, destino completo para o ecoturismo para Vivenciar suas belas montanhas, sentir o ar puro, o clima agradável e banhar-se nas águas cristalinas e geladas. O Parque Nacional do Caparaó merece uma visita por seus cumes, picos e cachoeiras. Brotas (SP): No meio do Estado de São Paulo também tem opções completas para o ecoturismo. É isso que se pode encontrar em Brotas, com bacias hidrográficas e formações privilegiadas para curtir cachoeira, rafting, rapel, arvorismo e tirolesa. Uma excelente opção de viagem curta para quem é de São Paulo, passar o final de semana e aproveitar a natureza. 40 Canela (RS): Canela não é só para quem quer curtir sua acolhedora cidade no frio, mas também para os buscadores de aventura. Pois apresenta uma beleza natural formada por cachoeiras, rios, montanhas e é cenário perfeito de esportes de ecoturismo. Trekking, rafting, rapel, arvorismo, tirolesa e trenó são algumas formas de curtir a região. Quem quiser apenas desfrutar da natureza, as dicas são as cavalgadas e as caminhadas em meio às trilhas dos parques que circundam a cidade. Florianópolis (SC): Das principais capitais brasileiras, Florianópolis é uma das mais procuradas para quem curte natureza. Praias paradisíacas e opções para todo tipo de público. A costa da ilha é diversificada, com movimentos badalados e praias tranquilas. A diversão é garantida, seja no mar, voo livre ou na terra. 41 Itaúnas (ES): Distrito de Conceição da Barra, no Espírito Santo, o local abriga sítios arqueológicos, um maravilhoso mar e diversas opções para curtir a natureza. O nome de origem tupi significa “pedras negras”. Há uma base do Projeto Tamar, que monitora 38km do litoral e contribui muito para a preservação das tartarugas marinhas. Ilha do Mel (PR): Para muitos, um dos lugares mais lindos do litoral paranaense. Caminhar, surfar, e pedalar são alguns dos atrativos que a ilha oferece aos seus visitantes. Vale a pena incluir as praias do Farol e de Fora, visitar a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres. 42 Morro de São Paulo (BA): Esse é mais um dos privilegiados pontos do litoral baiano, na ilha já bem próxima de Salvador. Há muitos estrangeiros e natureza encantadora. Opção perfeita para quem quer encontrar águas esverdeadas e quer atrativos disponíveis nas 24 horas do dia. Iporanga (SP): Iporanga é uma típica cidade do interior que apresenta inúmeras possibilidades e experiências. Está localizada a 325 quilômetros da capital paulista, mais precisamente na região do Vale do Ribeira. Dentre a diversidade de atrações que a cidade apresenta, está o Petar, como a principal delas. O Petar, ou o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira fica em plena Mata Atlântica preservada, com cerca de 35 mil hectares. O local é cercado por formações rochosas como estalagmites, estalactites, cavernas, cachoeiras, e muito mais. 43 São José do Barreiro (SP): São José do Barreiro é um município no leste do Estado de São Paulo, na microrregião de Bananal. Um lugar que encanta com a sua tranquilidade e natureza, uma ótima opção para passear com a família. Há a opção de se hospedar em fazendas centenárias, que tem a porta de entrada ao Parque Nacional da Serra da Bocaina, curtir as áreas verdes, trilhas em meio a mata, cachoeiras, e uma comida caseira feita no fogão a lenha. São Sebastião (SP): São Sebastião é uma cidade do litoral, repleta de praias e ilhas, e que preserva ainda alguns núcleos históricos em seu centro. Os seus pontos agradam a todos os grupos, mas principalmente os surfistas, que têm as suas praias preferidas, como a Maresias, local mais badalado inclusive durante a noite. A infraestrutura local já é bem desenvolvida, as praias já acolhem diversas pousadas, bares, restaurantes e lojas. Também tem a beleza natural da Mata Atlântica que abraça perfeitamente a Serra do Mar. 44 Socorro (SP): Socorro se tornou a cidade das aventuras, com os seus mais diversos parques de ecoturismo, e as suas atividades radicais, como o arvorismo, rafting, caminhada, acquaride, boia-cross e escalada. Uma cidade muito acolhedora e com muitas opções de pousadas. Ubatuba (SP): Ubatuba se encontra no litoral norte de São Paulo. São 102 praias diferentes para serem percorridas e curtidas, com águas nos mais diversos tons de verde e azul, ilhas para a prática do mergulho, trilhas, cachoeiras e muita onda para ser surfada. Há também opções de trekkings, que percorrem praias desertas, costões, rios e ruínas de fazendas, sempre envolvidos pela mata preservada. 45 Paraty (RJ): Paraty é uma cidade histórica, onde muito do que já foi ainda se encontra bem preservado. Caminhar pelas suas ruas, observar a estrutura de suas casas é uma verdadeira viagem à época colonial. O seu grande diferencial se encontra em suas mais diversas trilhas abertas por escravos nos séculos XVIII e XIX, os mergulhos nas ilhas de água cristalina, os ateliês de joias locais lapidadas e a cultura indígena que pode ser encontrada no conhecido Armazém Paraty. Petrópolis (RJ): Petrópolis é uma cidade localizadaao norte do Estado do Rio de Janeiro, local onde se encontra o Parque Nacional da Serra dos Órgãos e os seus mais diversos picos arborizados com quedas de água e montanhas. Sem falar nas construções da época do Brasil Império que permeiam todo o centro de Petrópolis. 46 Visconde de Mauá (RJ): Visconde de Mauá é um povoado do município de Resende, que está a 1.300 metros de altitude. É o ambiente perfeito e bastante procurado para as temporadas de inverno, onde inclusive se encontra uma gastronomia de dar água na boca: trutas e fondues são alguns dos pratos que são servidos no alto da natureza exuberante. Durante o dia, atividades como caminhadas, passeios de bicicleta, cavalgadas e as mais diversas trilhas são algumas das atrações reservadas pela cidade. Teresópolis (RJ): Teresópolis é uma cidade charmosa e tranquila, que fica a 90 km da cidade do Rio de Janeiro. Um local onde a natureza se mescla com a vida urbana de quem ali passa. Um dos seus principais pontos é o Mirante do Soberbo, com seu visual todo encantador. 47 Gonçalves (MG): Gonçalves é considerada a grande pérola da Serra da Mantiqueira, onde se reúnem diversas belezas naturais. Sendo cachoeiras de águas cristalinas, rios e picos que chegam até 2.100 metros de altitude. A gastronomia é um dos principais atrativos da cidade, com várias opções de cafés, restaurantes, pizzarias, padarias e bares. Monte Verde (MG): Monte Verde é outra cidade localizada na Serra da Mantiqueira, um lugar que reúne tranquilidade, com os seus hotéis e os serviços de spa, sauna, piscinas e as mais variadas atividades de aventura e diversão, como os passeios de quadriciclo, tirolesa, arco e flecha, arvorismo, patinação de gelo, dentre outros. 48 Santa Bárbara (MG): Santa Bárbara é uma importante cidade histórica de Minas Gerais, por todas as suas histórias do ciclo do ouro. O que gerou diversas atrações turísticas para a cidade, como os passeios pelas belas igrejas históricas, os casarões do período colonial, estação ferroviária, museu e o tradicional mel de Santa Bárbara Serra da Canastra (MG): O Parque da Serra da Canastra é o lugar ideal para quem gosta de ecoturismo e o turismo de aventura. É um dos principais parques do Brasil, onde se encontram atrações históricas, como a nascente do Rio São Francisco, e a observação de alguns animais silvestres, como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o pato mergulhão, que se encontra ameaçado de extinção. Há também o famoso Queijo da Canastra, que conta com a experiência de visitação para acompanhar a produção artesanal nas fazendas. Sendo este, um Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. 49 Serra do Cipó (MG): A Serra do Cipó é um dos recantos mais bonitos de Minas Gerais, com paisagens encantadoras, em uma natureza que permite o contato com diversas atividades de aventura, como o trekking, ciclismo, rapel, alpinismo e o rafting. Pode-se destacar também suas grutas, cachoeiras e campos floridos, com as mais diversas espécies de plantas. O Brasil é um país com dimensões continentais e atrações não faltam em todos os cantos. A lista que foi aqui apresentada é apenas uma exemplificação de uma variedade imensa de lugares para serem visitados. É possível encontrar muitos outros lugares que oferecem praticamente os mesmos atrativos, em todas as regiões do país. TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS O Ministério do Turismo reconhece a tendência do Turismo de Negócios e Eventos (TNE) como uma excelente oportunidade de valorizar as particularidades do país. Isso porque foi observado um crescimento significativo no número de pessoas que viajam exclusivamente por interesses profissionais, movimentando a economia brasileira. O TNE, como o nome sugere, trata as duas temáticas que vêm crescendo: eventos corporativos e viagens de negócios. Ambas promovem um giro na economia, sendo o principal motivo o fato de que o turista aumenta o consumo de produtos no mercado 50 nacional. Além disso, as políticas públicas de turismo têm a missão de reduzir a pobreza e promover a inclusão social. Desde os períodos mais antigos, as civilizações já realizavam deslocamentos com finalidades comerciais. O primeiro evento foi em 776 A.C., na Grécia, com a realização da Primeira Olimpíada (em Olímpia) para homenagear Zeus, Deus dos trovões, filho de Cronos e Reia. Contudo, foi somente depois da Revolução Industrial que essa economia se tornou mais evidente, uma vez que houve a evolução dos meios de comunicação e transporte, facilitando as transações comerciais. Esse movimento veio para o Brasil com a globalização. O nosso país é um ótimo destino para a realização de eventos e efetivação de bons negócios: além dos meios para promover a comercialização, não se podem deixar de lado as diversas opções de lazer, cultura e recursos naturais. Outro aspecto importante foi o desenvolvimento do setor de turismo, que organiza e promove diversos eventos nacionais e internacionais para promover a economia do país. De acordo com as orientações básicas do TNE, elaboradas pelo Ministério do Turismo, os eventos que promovem a economia do país podem ser categorizados como comerciais, técnico-científicos, promocionais ou sociais. Dentro deles, existem diversos tipos de formatos de encontros do segmento, tais como: Congressos; Feiras; Workshops; Missões empresariais; Visitas técnicas; Reuniões de negócio; Convenções; Cursos; Conferências; Seminários; Rodadas de negócio; Viagens corporativas. Quanto às atividades realizadas no TNE, encontram-se: Palestra; Painel; 51 Simpósio; Debate; Mesa-redonda; Plenária. Benefícios do turismo de negócios e eventos É possível perceber que o Turismo de Negócios e Eventos se desenvolveu e se tornou uma das atividades econômicas mais interessantes e lucrativas. Esses deslocamentos realizados com as finalidades comerciais possibilitam diversos benefícios: Combate à sazonalidade: Se for observar, a maioria das pessoas procura viajar por lazer durante as férias escolares ou em períodos quentes. Por isso, o Turismo de Negócios e Eventos é uma oportunidade para promover o equilíbrio entra a demanda e a oferta durante todo o ano. Independentemente das condições climáticas e períodos de férias escolares, é possível realizar viagens com finalidades empresariais e estimular a economia. Atração de novos públicos: O Turismo de Negócios e Eventos atrai pessoas de todos os cantos do Brasil, favorecendo a diversidade, a integração e a mistura das culturas: quem vai, ensina um pouco da sua região local; e quem está lá, apresenta os seus costumes, história e tradição. Além disso, os eventos trazem para o país diversos públicos internacionais. Promoção à economia: O Turismo de Negócios e Eventos proporciona alta rentabilidade, já que a empresa investe em hospedagem, alimentação, cursos e translado. O turista, por sua vez, aproveita o seu tempo livre para conhecer os pontos turísticos e investir na economia local. Um dos aspectos mais importantes é que essa demanda não reduz exacerbadamente em períodos de crise econômica. Arrecadação de impostos: Para ser ressarcido pela empresa, o turista normalmente precisa de notas fiscais para comprovar a sua estadia, alimentação e translado. Por esse motivo ele acaba favorecendo a arrecadação de impostos. 52 Compreenda os impactos da economia no país Quando uma empresa investe em uma feira do segmento ou em um encontro de negócios, ela proporciona aos seus funcionários uma viagem (com tudo ou quase tudo pago) e traz grandes benefícios para a sua marca, tais como: Analisar a concorrência; Promover o networking; Encontrar parceiros; Conhecer novos fornecedores; Tornar a marca mais conhecida; Apresentar os seus produtos e serviços. Essas estratégias de negócio promovem a economia do país, gerando mais eventos, mais empregos e mais rotatividade comercial, há o investimento na infraestrutura do local, softwares, hospedagem, alimentação, visita em pontos turísticos e muitos outros aspectos. A ideia é agrupar, com base em quatro variáveis (número de estabelecimentos, empregos, estimativa de fluxo de turistas internacionais e estimativa de fluxo de turistas nacionais) as cidades com características semelhantes para atender as suas necessidades. Entenda os aspectos gerais para a estruturação de um TNE Alguns aspectos gerais para realizar um turismo de negócios e eventos: Agenciamento turístico: contratar uma agência de viagens; Acessibilidade: o destino deve oferecer acesso fácil para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; Hospedagem: local para acomodação dos participantes; Alimentação e bebidas: refeições completas para os participantes; Espaço para o evento: local onde será realizada a ação; Informações turísticas: guia informativo atualizado e de qualidade. O turismo de negócios e eventos engloba todas as atividades provenientes de encontros com interesses profissionais, categorizadas como comerciais, técnico- científicas, promocionais ou sociais. É por meio do TNE que as empresas combatem a sazonalidade, promovendo o giro na economia. 53 PRINCIPAIS FESTAS POPULARES DO BRASIL Diversão, cultura e originalidade. As festas populares brasileiras agitam e compõem a identidade do país. De Norte a Sul, das celebrações religiosas e folclóricas, passando por eventos culturais e chegando às festividades regadas a muita cerveja, há opções para todos os tipos de crenças e foliões. Conheça a seguir 10 festas populares brasileiras para curtir durante o ano. A Lavagem do Bonfim abre a série de festas populares brasileiras O banho de folhas e a lavagem das escadarias com água de cheiro marcam o festejo. Celebrada por católicos e candomblecistas, a Lavagem do Bonfim é uma das maiores manifestações populares e religiosas de Salvador, na Bahia, e acontece tradicionalmente na segunda quinta-feira de janeiro. A procissão começa na Igreja da Conceição da Praia e arrasta uma multidão vestida de branco que caminha por 7 km até a Basílica do Senhor do Bonfim. Chegando lá, aproximadamente 200 baianas vestidas a caráter lavam as escadarias do templo com água-de-cheiro em homenagem a Oxalá, um dos orixás mais importantes do candomblé e da umbanda. Elas são acompanhadas por palmas, toques de atabaque e cânticos africanos. Em fevereiro (e às vezes em março): o Carnaval. Para muitos, o Carnaval é uma paixão e é presença garantida na lista de festas populares brasileiras. A celebração atrai turistas do mundo inteiro e oferece muitas opções. A festa no país é garantida nesta época do ano e tem opções para todos os gostos. Regado a muito luxo e imponência, os desfiles na Marquês de Sapucaí marcam 54 o carnaval no Rio de Janeiro. Em Salvador, os trios elétricos são os destaques, enquanto em São Paulo os blocos de rua crescem a cada ano. Para curtir as tradicionais marchinhas, a dica é viajar até Ouro Preto, em Minas Gerais. Olinda, em Pernambuco, tem um dos carnavais mais famosos do país e por lá a festa é ditada pelo frevo e bonecos gigantes. A Rainha do Mar, Iemanjá! Na Festa de Iemanjá, fiéis e simpatizantes pulam sete ondas, acendem velas e lançam ao mar diversas oferendas. Salvador é palco de outro festejo candomblecista. Tradicionalmente, no dia 2 de fevereiro, a cidade baiana homenageia, no bairro do Rio Vermelho, o orixá feminino Iemanjá, mais conhecida como “Rainha do Mar”. O cortejo, que acontece há cerca de 100 anos, começa na madrugada do dia 2 e é acompanhado por batuques no atabaque, fogos de artifício e cantos. Considerada a maior manifestação pública da religião na Bahia, reúne aproximadamente 200 mil pessoas e 300 embarcações, que levam as oferendas e balaios. 55 As populares festas juninas agitam inúmeras cidades brasileiras Quadrilhas, quentão, fogueira e bandeirinhas coloridas. As Festas Juninas embalam o país durante o mês de junho. Uma das festas brasileiras mais populares ganha maior destaque no Nordeste. O São João de Campina Grande, na Paraíba, é considerado o maior do mundo e recebe mais de 3 milhões de visitantes em 31 dias de festa. O agreste pernambucano também é abrigo de outra grandiosa festa junina, o São João do Caruaru. Desde 1994, o evento é realizado no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga e, além dos atrativos típicos de quermesses, também conta com shows. Parada do Orgulho LGBT de São Paulo Além de toda a alegria, uma das reivindicações da Parada LGBT em São Paulo é o combate à LGBTfobia. Desde 1997, a Parada do Orgulho LGBT leva cor, alegria e reivindicações à Avenida Paulista, um dos maiores símbolos de São Paulo. O evento, que recebe em média 4 milhões de pessoas, é um dos que mais atraem turistas e movimentam a economia da cidade. A parada acontece uma vez por ano, geralmente no mês de junho, e conta com trios elétricos que recebem artistas e personalidades conhecidas do universo LGBT. 56 A Virada Cultural em São Paulo leva música e cultura para a cidade Promovida anualmente pela Prefeitura de São Paulo, a Virada Cultural é um dos eventos mais esperados pelos paulistas quando chega o mês de maio. Como o próprio nome sugere, são 24h de manifestações culturais por toda a cidade, incluindo shows, teatros e danças. Com o intuito de ocupar a zona central de São Paulo, incentivar o convívio social e a mistura de classes através da cultura, o evento conta com palcos temáticos de todos os gêneros musicais, do samba ao rap, por exemplo. Em um balanço feito pela Prefeitura da cidade, o evento recebe cerca de 5 milhões de pessoas. Parintins: O Amazonas na rota das festas populares brasileiras As apresentações do Festival de Parintins duram três dias. Junho é ainda um excelente mês para viajar para o Amazonas. Isso porque o estado no Norte do país é sede do colorido e eletrizante Festival Folclórico de Parintins. A festa acontece na última semana de junho e sua temática gira em torno da disputa histórica entre dois bois: o Caprichoso e o Garantido. As apresentações, inspiradas na história e rituais dos nativos e acompanhadas por cerca de 400 ritmistas, são realizadas no Bumbódromo, com capacidade para 35 mil pessoas. 57 Flip: Literatura e arte em sintonia em Paraty Festas populares no Brasil podem render boas memórias e histórias. A Festa Literária Internacional de Paraty, mais conhecida como Flip, proporciona desde 2003 um encontro permeado pela literatura. O evento surgiu a partir do desejo de promover em Paraty, cidade a cerca de 250km de São Paulo e do Rio de Janeiro, uma experiência artística, ocupando espaços públicos e estimulando o debate de ideias, além de ser um ponto de encontro de toda a diversidade. A cidade fica tomada por tendas, mesas- redondas para conversas, realiza palestras, conta com estandes de lançamentos de obras, slams e atividades para crianças e adolescentes. Festa do Peão Em agosto, uma da festas populares brasileiras é ditada pelo ritmo sertanejo. A Festa do Peão de Barretos é a maior do gênero musical no mundo. Tradicionalmente promovida pelo grupo “Os Independentes”, o evento acontece anualmente na cidade de Barretos, a cerca de 430km da capital paulista. Entre as atrações da festa estão o rodeio, queima do alho e a programação musical. 58 A Oktoberfest tem cerveja e cultura germânica Inspirada no festival original de Munique, na Alemanha, a Oktoberfest se tornou tradição no Brasil e movimenta todo o estado de Santa Catarina.