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APOSTILA - História e Princípios do Turismo (UniFatecie)

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Prévia do material em texto

História e Princípios 
do Turismo
Professora Denise S. Rodrigues
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
R696h Rodrigues, Denise S. 
 História e princípios do turismo / Denise S. Rodrigues. 
 Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 157 p. : il. Color. 
 
 
 
1. Turismo. 2. Turismo sustentável. 3. Hospitalidade 
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a 
 Distância. III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 338.4791 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
AUTORA
Professora Denise S. Rodrigues http://lattes.cnpq.br/9413392411646667
● Bacharel em Turismo com ênfase em Agenciamento e Eventos (Faculdade 
Nobel-Puc). 
● Guia de turismo Local, Nacional e América do Sul (Senac). 
● Comissária de Bordo (Aeronova).
● Professora no curso de Turismo (Faculdade Nobel).
Sou guia de turismo há 25 anos em Maringá-Pr, Bacharel em turismo há 17 anos, 
consultora de viagens por 21 anos em uma agência de viagens e professora na Faculdade 
Nobel de Maringá-Pr, com vasta experiência na área de turismo. 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), a sua opção por esta disciplina sinaliza o início de uma jornada 
interessante que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto, com você, ampliar 
nossos conhecimentos sobre conceitos, desenvolvimento e oportunidades de crescimento 
pessoal e profissional que esta disciplina trará a você.
Além de conhecer os principais conceitos e definições, vamos explorar os mais 
diversos segmentos e potenciais fontes de renda que o turismo propicia. 
Na unidade I começaremos a nossa jornada pela a história e os princípios do turis-
mo no mundo, no Brasil e no Paraná. Esta noção é necessária para que possamos iniciar e 
trabalhar com a segunda unidade que abordará sobre os desafios e potenciais do turismo. 
Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os desafios, os poten-
ciais e os aspectos geo-econômicos que o turismo abarca. Também iremos abordar sobre 
o planejamento estratégico, afinal é ele que se transforma em um conjunto de mecanismos 
sistêmicos que utiliza processos metodológicos para estabelecer metas e ações dentro de 
qualquer área ligada ao turismo.
Logo, na unidade III continuaremos nossa jornada pelos conceitos das segmen-
tações do turismo, sua amplitude e a importância que eles representam como um todo. 
Abordaremos também acerca da importância da hospitalidade.
Na unidade IV finalizaremos essa etapa destacando a questão da sustentabilida-
de. Abordaremos sobre a infraestrutura da comunicação direcionada ao turismo, cidades 
inteligentes e seus potenciais. Nesta unidade vamos compreender o amplo cenário que é 
o turismo e observar a importância dele como produto/produtor e como consumidor final. 
Aproveito para reforçar o convite a vocês para juntos percorrermos essa fantástica 
jornada na busca do saber e assim multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abor-
dados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. 
Muito obrigada e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Introdução ao Turismo
UNIDADE II ................................................................................................... 34
Perspectiva e Integração
UNIDADE III .................................................................................................. 67
Segmentação do Turismo
UNIDADE IV ................................................................................................ 115
Sustentabilidade e Hospitalidade 
3
Plano de Estudo:
● Princípios do Turismo no Mundo;
● Princípios do Turismo no Brasil;
● Princípios do Turismo no Paraná;
● Patrimônio Cultural.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os primórdios do Turismo;
● Saber identificar a evolução do Turismo; 
● Compreender a importância do Patrimônio Cultural;
● Entender o elo entre Patrimônio Cultural e turismo.
UNIDADE I
Introdução ao Turismo
Professora Denise S. Rodrigues
4UNIDADE I Introdução ao Turismo
INTRODUÇÃO
Nesta unidade iremos analisar os aspectos históricos do turismo, o surgimento do 
turismo. Para tanto precisamos mergulhar um pouco na literatura e nos períodos por que 
passou a evolução desse ramo do conhecimento.
Vamos descrever, em linhas gerais, a origem do turismo ligado diretamente às 
necessidades do homem sapiens iniciando na antiguidade.
O hábito de viajar vem dos nossos ancestrais por inúmeras motivações, principal-
mente em razão de necessidades de maior sobrevivência da espécie humana.
Alguns autores advogam que o turismo, como nós o conhecemos hoje, teve início a 
partir da segunda metade do séc.XVII com o avanço da Revolução Industrial. Era evidente 
a mudança no estilo de vida das pessoas devido ao desenvolvimento das máquinas a 
vapor, da tecnologia e da economia.
Existe atualmente uma extensa lista bibliográfica sobre o tema Turismo tanto nas 
bibliotecas como nas diversas mídias. Contudo, é importante salientar que o Turismo não é 
uma ciência exata como a Matemática, por exemplo. Ele abarca uma gama de fenômenos, 
eventos, descobertas arqueológicas, produções contemporâneas, dentre outras. A sensi-
bilidade humana, o êxtase do homem diante do belo, do grotesco, do sagrado, da curiosi-
dade e até do medo são elementos basilares que impulsionam o Turismo e despertam no 
estudioso a ânsia pelo aprofundamento em pesquisas afins, em temas que ampliarão a 
construção do conhecimento que o acadêmico deseja. Toda leitura sobre o tema Turismo é 
empolgante e desperta nas pessoas a vontade de ler, de conhecer, de sentir a emoção, de 
partilhar com alguém aquele conhecimento.
Sabemos que o dinamismo, a variedade dessa atividade e o alcance que ela atinge 
conquista, atrai e envolve, por isso existem muitos adeptos ligados a este tema. Não esta-
mos falando só da pessoa que deseja realizar o turismo propriamente dito, estamos falando 
também de um setor econômico e amplo que envolve uma rede muito grande de serviços, 
fazendo uma grande engrenagemgirar, que é o Turismo.
Lembre-se, toda leitura é positiva!
5UNIDADE I Introdução ao Turismo
1. PRINCÍPIOS DO TURISMO NO MUNDO
1.1 Conceitos
Em aspectos históricos e de acordo com Ignarra (2013, p.2), “o turismo nasceu 
quando o homem deixou de ser sedentário e passou a viajar, principalmente motivado pela 
necessidade de comércio de troca com outros povos”. 
A motivação religiosa foi responsável por viagens na Idade Média, por intermédio 
das Cruzadas (1095 - 1492). O turismo religioso, portanto, vem de muitos séculos atrás.
“Três mil anos antes de Cristo, o Egito já era a Meca para os visitantes” que lá iam 
“para contemplar as pirâmides e outros monumentos”. Essas pessoas viajavam por terra, 
em carruagens ou pelo rio Nilo em embarcações. É possível que foram os fenícios que 
desenvolveram o conceito moderno de viagens visto que “a Fenícia era uma região inóspita 
para o desenvolvimento da agricultura”, assim “houve a necessidade de se desenvolver o 
comércio internacional como um instrumento de sobrevivência. Isso ocorreu há mais de mil 
anos antes de Cristo, época em que são registradas grandes viagens à China e à Índia”. 
(IGNARRA, 2013, p. 2 e 3).
Como vemos, podemos afirmar que as viagens exploratórias dos povos antigos 
que buscavam conhecer novas terras para ocupar e explorar já eram também, uma forma 
de turismo há milênios antes de Cristo.
6UNIDADE I Introdução ao Turismo
Esse fenômeno antigo na história da humanidade com relação a viagens, passa 
pela Idade Média e posteriormente pela Idade Moderna quando se consagrou o Capitalis-
mo, através de novas estradas, feiras para troca de mercadoria, de riquezas, entre outras.
Na antiguidade, as atividades que, aos poucos, foram se desenvolvendo e que faziam 
os povos se deslocarem de um lugar a outro, eram o turismo religioso, cultural, de negócios, 
termal, esportivo e de eventos. Contudo, naquela época, não recebia o nome de turismo ainda.
Segundo Ignarra (2013), as viagens com motivação exploratória e comercial podem 
ser consideradas e ter sido iniciadas por um judeu que morava em Zaragoza na Espanha 
e viajava pela Europa, Pércia e India. O segundo explorador foi um veneziano chamado 
Marco Polo (1271) que fez uma viagem de longo percurso. Possivelmente ele não foi o 
primeiro europeu a fazer essa viagem ou a chegar à China, mas foi o primeiro a escrever 
sua experiência com detalhes. As grandes navegações foram registradas nos séculos XV e 
XVI como por exemplo, a de Fernão de Magalhães que deu a volta ao mundo através dos 
oceanos.No século seguinte houve os registros dos nascimentos do SPAS com objetivos 
para tratamento de saúde.
Iniciou-se a era das ferrovias, no século XIX, que fomentou sobremaneira o de-
senvolvimento do turismo. Surgiu, então, as viagens em massa previamente organizadas 
por operadores turísticos. Dentro da Inglaterra, desde 1830, já existia uma linha férrea que 
transportava passageiros. Em 1841, Thomas Cook percebeu o quanto se economizaria 
em hospedagem e transporte se os percursos de viagens fossem feitos de forma coletiva. 
Então organizou uma viagem de trem para 570 pessoas entre a cidade de Leicester e 
Loughborough cujo objetivo era participação em um congresso sobre alcoolismo.A viagem 
dele foi um sucesso e ele abriu uma agência de viagens. Assim surgiu a primeira agência 
de viagens do mundo. (IGNARRA, 2013, p. 5).
Conforme Ignarra, (2013, p. 6) “os historiadores apontam Thomas Bennett como 
um dos precursores do serviço de agenciamento turístico”. Ainda segundo o mesmo 
autor, quando ele trabalhava na embaixada da Inglaterra, na Noruega, ele organizava 
viagens para os ingleses que visitavam aquele país. Logo, instalou uma empresa própria 
especializada em organização de viagens. Além disso, providenciava roteiros, aluguel de 
carruagens e tudo que fosse necessário aos interessados turistas. Em 1850 nos Estados 
Unidos da América foi fundada a American Express. Em 1891 surgiu através dela o famoso 
TRAVELER ‘S CHECK, dando início a outros serviços de viagens, transformando-se em 
uma das primeiras operadoras turísticas do mundo.
7UNIDADE I Introdução ao Turismo
Em 1900, ao comemorar a chegada do século XX, Paris chegou a reunir 76 mil 
expositores e quase 51 milhões de visitantes. Em 1910 foi criado o primeiro órgão público 
oficial do turismo: Office National Tourisme, em França. (IGNARRA, 2013).
Em 1940 foi criada a União Internacional de Organismos Oficiais de Turismo. Hoje 
conhecida como OMT – Organização Mundial de Turismo.
Entre as duas Guerras Mundiais houve um significativo desenvolvimentos das 
rodovias e do transporte aéreo. Abrindo assim as portas para o turismo de massa. 
FIGURA 1 - OLÍMPIA – GRÉCIA
Destaca-se que a juventude do turismo como atividade organizada e o turismo in-
ternacional de massas explodiram após a segunda guerra mundial e o ritmo de crescimento 
da demanda conferiu ao setor turístico uma existência importante e reconhecida, mas que 
não seria ainda encarada com a seriedade necessária. Essa situação acabou gerando uma 
série de questionamentos ao setor que é muito amplo e variado.
O primeiro ponto a ser considerado é que o crescimento sustentável do turismo tem 
revelado uma notável resistência às condições políticas e econômicas adversas. Incidentes 
como o 11 de Setembro, os atentados à bomba em Bali (um dos principaís pontos turísticos 
asiaticos) e a síndrome respiratória aguda grave (SARS) são uma clara demonstração da 
capacidade do setor de se reorganizar e enfatizar novas lógicas e aspectos que incluam ter-
mos como segurança, proteção, gerenciamento de riscos, crise e recuperação.(COOPER 
et al, 2007, p. 32).
Mesmo assim, com a jovem maturidade do mercado é inevitável que seu cresci-
mento diminua e, à medida que o perfil do turista e suas exigências sofrem transformações, 
8UNIDADE I Introdução ao Turismo
o setor precisa usar de criatividade para oferecer produtos que satisfaçam à demanda do 
novo turista. 
Outro ponto que deve ser levado em consideração, de acordo com Cooper et al 
(2007,p. 32 e 33) é que, as “organizações internacionais apoiam o turismo por sua contri-
buição à paz mundial, pela diminuição da pobreza, pelos benefícios” das relações “entre 
povos e culturas, pelas vantagens sociais e econômicas que dele possam decorrer e pelo 
fato de o turismo ser um setor econômico relativamente limpo”. “Os ganhos, em termos mo-
netários e de empregos proporcionados pelo turismo, são considerados relativos e ilusórios 
em muitos destinos turísticos”. Ainda de acordo com Cooper et al (2007) a Organização 
Mundial do Trabalho manifesta com transparência a preocupação com o trabalho decente 
e sustentável, destacando que o objetivo não seria, apenas, a criação de empregos, mas a 
criação de empregos com qualidade aceitável. Uma questão muito importante para definir 
o sucesso do futuro do turismo é fazer com que todos os envolvidos demonstrem o quanto 
esse setor é responsável e digno de aceitação como atividade global. 
O Turismo, como área de conhecimento, representa uma área temática específica, 
um abrangente campo de estudo, mas carece de mais pesquisas e aprofundamentos teóri-
cos para atingir o grau de cientificismo que lhe faz jus.
No entanto, a super popularidade do turismo como temática e o reconhecimento de 
sua importância por parte de governos têm acelerado tal estudo. A temática turismo vem 
dando sinais de maturidade com o crescimento da comunidade científica a ele dedicada, 
com um número cada vez maior de periódicos e de livros-texto que estão cada vez mais se 
tornando especializados. Esses bons indicadores norteiam e apontam para o crescimento 
do profissionalismo do setor turístico. (COOPER et al, 2007,p. 33).
Para especificar, conforme Cooper et al. (2007, p .36) “O turista é o ator principal” 
e “o turismo, afinal de contas, é uma experiência humana por excelência, desfrutada, es-
perada e lembrada por muitos como parte dos momentos mais importantes desuas vidas”. 
1.2 Classificações
Partindo de um ponto de vista conceitual, podemos pensar o turismo como: “O tu-
rismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas 
em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um 
ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras” (OMT, 2001, p. 38).
Segundo Cooper et al. (2007), tal definição não tenha o rigor técnico, ela transmite 
a natureza essencial do turismo, ou seja: O turismo provém de um movimento de pessoas 
entre vários lugares ou destinos, de sua estada nesses locais, ávidas por conhecer o novo.
Há dois elementos no turismo: a viagem até o destino turístico e a estada nesse local 
(incluindo as atividades).
9UNIDADE I Introdução ao Turismo
1.3 Definições
Algumas definições são baseadas na demanda. Seguindo um ponto de vista con-
ceitual, Leiper sugere: “a atividade turística consiste em todas aquelas empresas, organi-
zações e instalações que se propõem a servir às necessidades e aos desejos específicos 
dos turistas” (1979, p. 400). 
Existe até hoje, uma questão no que se refere às definições técnicas, baseadas 
na oferta que está no fato de que existiria uma diferença entre empresas e organizações 
turísticas as quais se dedicam integralmente a servir aos turistas e outras empresas e 
organizações que também servem aos residentes do local e a outros mercados.(COOPER 
et al., 2007,p. 43).
1.4 Turistas
De um outro prisma, definir turismo e turista é muito amplo, na prática, os turistas 
constituem grupos heterogêneos, que reúnem diferentes personalidades e perfis demográ-
ficos, com experiências diversificadas. É possivel classificar os turistas em duas categorias 
simples relacionadas à origem/natureza de suas viagens:
Podemos fazer uma distinção entre os turistas domésticos e os internacio-
nais, embora esse tipo de distinção já não seja mais tão nítida em muitas 
partes do mundo (por exemplo, na União Européia). O turismo doméstico 
refere-se às viagens realizadas pelas pessoas dentro do seu próprio país de 
residência. Nesses casos, não haveria implicações em termos de moeda, 
idioma ou visto. É mais difícil quantificar o turismo doméstico do que o inter-
nacional, o que faz com que o primeiro receba menor atenção. Já o turismo 
internacional envolve viagens cruzando fronteiras, sendo bem possível que 
haja implicações quanto a questões de moeda, idioma e de procedimentos 
legais como a exigência de visto. (COOPER et al., 2007,p. 45).
1.5 Categorias
Cooper (2007, p. 45) classifica os turistas ou visitantes em categoria e/ou motivação 
da visita. Por convenção, consideram-se três motivações:
1. lazer e recreação, incluindo férias, prática de esportes e turismo cultural, 
além da visita a amigos e parentes;
2. negócios e profissional, incluindo reuniões, conferências, missões, incenti-
vos e o turismo de negócios.
3. outras finalidades turísticas, incluindo viagens de estudos e turismo de 
saúde. 
“Essas motivações não são úteis apenas para fins estatísticos, mas também para o 
marketing do turismo”. Considere, por exemplo, que “a flexibilidade das viagens para cada 
uma das motivações, partindo do ponto de vista da definição de preços e da validade das 
passagens aéreas” e que interfere diretamente na decisão (COOPER et al., 2008, p. 45).
10UNIDADE I Introdução ao Turismo
2. PRINCÍPIOS DO TURISMO NO BRASIL
2.1 História
Foi através da expansão europeia que o homem sapiens europeu foi em busca por 
alimentar-se de novas curiosidades intelectuais e científicas. A relação de comércio de troca 
começou a se desenvolver a uma inevitável e irreversível circulação cultural. Produtos e 
cultura viraram visivelmente um produto promissor e desejável. As viagens de descobrimento 
iniciaram o movimento de deslocamento para a América que levaram o homem europeu a 
conquistar novos territórios. No início esses deslocamentos para as novas terras descobertas 
foram menos intensos, devido às dificuldades do mar e à precariedade nas condições exigi-
das. No entanto, em um gradual movimento, os deslocamentos da Europa para a América 
portuguesa cresceram ao longo dos anos, isso ocorreu nos séculos XVI e XVII.
Os destacados avanços na tecnologia de navegação fez com que ampliassem as 
práticas da mesma. E através das anotações, desenhos, mapas e manuais de navegação 
os registros sobre viagens ganharam uma ampla difusão, sobretudo facilitando as navega-
ções para as Américas.
O objetivo era avançar pelos territórios à procura de riquezas e captura de índios. 
Esse movimento contribuiu também para o redesenho dos limites territoriais portugueses, 
o que marcaria o processo de ocupação da América. Isso foi decisivo para a conquista e 
definição do território brasileiro, que se manteve unido mesmo após a independência.
11UNIDADE I Introdução ao Turismo
Segundo Linhares et al (2020), a terra ocupada pelos portugueses não estava de-
serta, totalmente abandonada ou até mesmo sem dono, aqui nesta terra brasileira, estava 
um grupo de homens, que sim já ocupavam a terra e eram cerca de aproximadamente três 
milhões de índios. No dia em que Pedro Álvares Cabral avistou o Monte Pascoal, na Bahia, 
esses índios, esses habitantes já lutavam entre si pela posse dos melhores rios, os bons 
vales e as praias com mais abundância em peixes. Esse Brasil já existia.
O Brasil, como nós o conhecemos hoje é produto do trabalho, de acordo com Li-
nhares et al (2020) do esforço, da dor e da alegria; das festas, das comidas, das danças, 
do português falado com diferentes acentos e cantado na bossa nova, no samba, no axé 
do sotaque gaúcho até o nordestino, do feijão com arroz, do vatapá, do tucupi, da carne 
de sol, do acarajé, do tacacá e do churrasco, do branco, do negro, do índio, mais ainda, do 
mestiço, do cafuso, do cariboca, do mameluco, do mulato, do pardo e do retinto, do romance 
regional, da poesia concreta e do cordel, das cidades pequenas ou planejadas, do barroco 
e do utilitário, das praias ensolaradas, das serras com geadas e da garoa enfumaçada... É 
uma soma de tudo isso, uma soma que não resulta num produto só, uma soma de diversas 
características que nós reconhecemos como únicas: o Brasil. Se o Brasil não foi descoberto 
em 1500 – e talvez possamos aceitar e usar essa expressão apenas como uma licença 
histórica, podemos dizer que se descobriu uma rota, um caminho, um rumo em direção a 
uma nova (para os europeus) terra. Em 1501 e 1503, Portugal enviou expedições, ditas 
“exploradoras”, ao Brasil e outras foram enviadas em 1516 e 1526, ambas sob comando de 
Cristóvão Jacques, para desalojar os franceses. Só em 1530, patenteada a crise do Império, 
Portugal envia uma expedição visando realmente à ocupação da nova terra. A expedição, 
sob comando de Martim Afonso de Souza – navegante instruído e amigo de Pedro Nunes, 
o cosmógrafo real, a quem narraria importantes questões ligadas ao magnetismo terrestre 
observadas durante a viagem ao Brasil. Em 1532 fundou no litoral do atual estado de São 
Paulo a Vila de São Vicente. Esse núcleo se estendeu, mais tarde, no interior, pelo planalto 
de Piratininga, onde João Ramalho, um português aculturado entre os índios, fundou Santo 
André da Borda do Campo, dando um impulso firme à obra de colonização, acentuada pela 
fundação de Santos, um pouco mais tarde, pelo escudeiro de Martim Afonso, Brás Cubas.
Já o século XVIII ficou marcado pela exploração de ouro na região das Minas Ge-
rais. Houve um grande deslocamento de pessoas da área da Colônia e da Metrópole para 
Minas. Todos queriam o enriquecimento rápido.
12UNIDADE I Introdução ao Turismo
O olhar do viajante que vinha ao Brasil era apreciar a natureza, as plantas, as 
pessoas, frutas, animais, cores, alimentos entre outras coisas fabulosas neste universo 
com uma fauna e flora tão pouco exploradas.
Houve um valor superior no ato de viajar no século XVII e XVIII. Na metade desses 
séculos, o anseio de conhecer outrosaspectos do mundo e romper com a vida cotidiana fez 
outra categoria de interesses e busca por viagens exóticas, culturais e científicas. Naquela 
época a valorização das antigas civilizações e das artes era impulsionada pelas descober-
tas arqueológicas que se intensificaram.
Nesse sentido, a viagem se transformou em prova de cultura e educação, na maioria 
das vezes restrita a um grupo de pessoas com mais recursos. Os precursores dessas via-
gens foram os naturalistas. Eles sabiam que para fazer pesquisa deveriam ter o espírito de 
observação e imparcialidade, assim podiam coletar exemplares de espécie, desidratando-as 
e guardando-as em álcool para serem remetidas aos gabinetes de pesquisa na Europa.
Em 1822 iniciou-se a Independência do Brasil e oficialmente foi declarada dia 07 
de setembro do mesmo ano. 
FIGURA 2 - PÃO DE AÇÚCAR
Logo após a instalação das capitanias hereditárias e do Governo-Geral, criou-se 
um turismo de negócios entre a metrópole e a colônia (Brasil), surgindo a necessidade das 
viagens de intercâmbio cultural, disponíveis apenas para as classes mais privilegiadas da 
época para ir a Portugal a fim de estudar. (LINHARES et al., 2020, p. 41 - 51).
13UNIDADE I Introdução ao Turismo
“O ciclo de ouro e a ocupação da parte ocidental do País deram origem” ao “início 
do turismo de aventura no Brasil’’. Embora muito modesto, iniciava naquela época o turismo 
receptivo brasileiro. Existem “relatos históricos mostram que na segunda metade do século 
XVIII ainda não havia hospedarias na cidade do Rio de Janeiro”. Neste período, “a corte 
Portuguesa transfere-se para o Brasil em meados do século XIX “e com isso” inicia “um 
grande desenvolvimento urbano”. “Cresce a demanda por hospedagem” significativamente 
“na cidade do Rio de Janeiro em virtude da visita de comerciantes e diplomatas, iniciando 
assim, a hotelaria brasileira”. (IGNARRA, 2020, p. 8).
Conforme o autor Ignarra (2020), após metade do século XIX, devido a ação efe-
tiva do Visconde de Mauá, desenvolvem-se os transportes movidos a vapor. Em 1852, é 
fundada a Companhia de Navegação do Amazonas e, em 1858, é inaugurado o primeiro 
trecho ferroviário no Rio de Janeiro. Essa evolução dos transportes propiciou um grande 
incremento de deslocamentos ao Rio de Janeiro e, na metade do século XIX, a cidade já 
contava com aproximadamente 200 estabelecimentos, entre hospedarias, hotéis e restau-
rantes. Em 1885, é inaugurado o trem para subir ao Corcovado que existe e funciona até 
hoje. Sem dúvida foi o primeiro atrativo turístico a receber investimento do governo para 
manter uma infra-estrutura apropriada e segura. Em 1908, é inaugurado o Hotel Avenida, 
com 220 quartos, o maior do Brasil, marcando o início da hotelaria moderna brasileira.
Somente no ano de 1870 há registros de hotéis com qualidade na cidade de São Paulo.
A Lufthansa, em 1927, empresa aérea, criou no Brasil a Condor Syndikat, que mais 
tarde daria origem à Varig e posteriormente a Panair do Brasil e a Rio Sul. Empresas essas 
que realmente impulsionam o turismo interno e externo e abriram o caminho para outras 
empresas aéreas.(IGNARRA, 2020, p. 8).
Ainda de acordo com autor Ignarra (2020), o governo brasileiro, a partir de 1966, 
criou os primeiros instrumentos de regulamentação da atividade com a formação do Con-
selho Nacional de Turismo (CNTUR), o Fundo Geral de Turismo (Fungetur) e do Instituto 
Brasileiro de Turismo (Embratur). 
14UNIDADE I Introdução ao Turismo
FIGURA 3 - CRISTO REDENTOR DO RIO DE JANEIRO - RJ
Segundo Beni (2003), o crescimento econômico e a prosperidade mundial pro-
moveram o aumento do turismo de negócios e o crescimento pequeno, mas constante do 
número de famílias que poupam para conhecer o mundo. Os avanços tecnológicos nos 
transportes e nas comunicações também contribuíram para possibilitar as viagens com 
tarifas mais reduzidas e, assim, mais acessíveis a um público maior. Nosso país possui um 
grande potencial para desenvolver o turismo: natureza deslumbrante, cultura diversificada 
e povo acolhedor. O turismo pode ser uma resposta para muitos de nossos problemas, pois 
é uma excelente fonte de geração de trabalho.
A indústria do turismo proporciona renda, benefícios para uma comunidade inteira. Se 
aquela engrenagem de que falamos na introdução desta apostila funcionar, são elas: o poder 
público, a comunidade local, o empresário, os profissionais e os prestadores de serviço que 
colheram os louros. Se cada setor desempenhar a contento sua parte, os resultados positivos 
servirão para alavancar o turismo local. O turista quando visita um lugar deixa recursos que 
circulam em toda a cidade e região. Existem gastos nos hotéis que não se limitam apenas 
na hospedagem. Gastos com bebidas, restaurante, táxi, parques, cinemas, bares, salão de 
beleza, souvenirs dentre outros. É toda uma engrenagem que alimenta a cidade e região. 
 Conforme Beni (2013), o turismo segue em fomento e se junta ao tema meio am-
biente, fortalecendo-se no Brasil cada vez mais. O desenvolvimento acelerado do chamado 
turismo de massa, ou convencional, desencadeou uma série de impactos nos destinos 
turísticos no mesmo momento em que movimentos ambientalistas explodiram e reivindi-
cavam uma nova postura dos setores da economia. Esse novo contexto fez com que os 
15UNIDADE I Introdução ao Turismo
setores produtivos criassem alternativas para atender às novas expectativas de desenvolvi-
mento sustentável discutidas até então. Surgem então, novas modalidades de turismo que 
visam a um menor impacto por meio do uso sustentável dos recursos, todas denominadas 
Turismo Sustentável. O turismo, desde que incorporou o conceito “sustentável”, propõe-se 
a buscar um novo posicionamento em relação às atividades econômicas e às tecnologias, 
ou seja, alternativas ao modelo de turismo convencional de massa em direção a novos 
estilos de vida e ao maior envolvimento, preocupação e responsabilidade com as questões 
ambientais. Assim, nasce uma nova maneira de relacionar o ser humano a sua família e 
sua casa, minimizando os impactos negativos tão indesejados à natureza e à cultura. A 
partir do surgimento dessa modalidade, começaram a aparecer os conflitos em torno da 
sua conceituação e, apesar da maioria delas estar embasada em pressupostos se não 
próximos, idênticos à multiplicidade de olhares envolvidos em sua execução, torna-se cada 
vez mais prudente um maior diálogo sobre o assunto a fim de que haja uma ligação 
entre os pontos.
FIGURA 4 - PLANEJAMENTO DE VIAGEM
Apesar dessa necessidade, os referenciais bibliográficos, principalmente com sóli-
das preocupações didáticas auxiliam estudantes de graduação a conhecerem os princípios 
básicos do Turismo Sustentável. 
Com a expansão natural do turismo e a má compreensão dos princípios do desen-
volvimento sustentável por alguns profissionais recém-ingressos no mercado turístico, urge 
que seja realizado um movimento acadêmico e/ou de profissionais, que vá em direção ao 
16UNIDADE I Introdução ao Turismo
resgate desse conceito e o diferencie dos demais. Hoje, é fundamental retomar tal debate 
sobre as várias concepções no que elas têm de mais interessante, conflitante e comple-
mentar, sem entrar no mérito de qual ou quais conceitos são os definitivos. Essa é a função 
inicial das instituições formadoras de profissionais para o setor. A gestão ambiental do turis-
mo consolida-se, assim, como uma carreira primordial, responsável pelo desenvolvimento 
de inúmeros projetos e o exercício de atividades de monitoramento para impedir ou diminuir 
a poluição e a deterioração das águas, da mata, do solo, do ambiente urbano, da cultura 
produzidas direta ou indiretamente por todas as atividades turísticas e suas ramificações. 
17UNIDADE I Introdução ao Turismo
3. PRINCÍPIOS DO TURISMO NO PARANÁ
Em 1531, quando os homens portugueses chegaram no Paraná, predominavam os 
tupis-guaranis e os jês. Os tupiseram mais adiantados, tinham sua subsistência assegurada 
pela agricultura, plantavam, mandioca, milho, fumo e algodão. Eles viviam dentro de densas 
florestas. O índio paranaense tinha um elemento na sociedade tribal que chamou a atenção 
do homem branco que era a divisão do trabalho entre homens e mulheres. É grandiosa a 
influência que o paranaense recebeu do indígena. Muitos foram eliminados pelo avanço 
da civilização branca e outros foram incorporados a essa sociedade. Os termos a seguir 
são todos de origem tupi-guarani: Paraná, Curitiba, Paranapanema, Paranaguá, Iguaçu, 
Iguaraçu, Tibagi, Marumbi, Canjica, Guri, etc. Eles usavam eni (rede) em suas ocas para 
dormir. Foram eles que ensinaram os europeus a utilizar a erva-mate e o fumo. O costume 
que temos hoje de tomar banho todo dia e passar loção no cabelo são elementos ensinados 
pelos índios. (WACHOWICZ, 2010,p.16).
Conforme Wachowicz (2010), até 1853, não existia o Paraná. O território que hoje 
conhecemos como paranaense pertencia a São Paulo. No final do século XVI e início do 
XVII as buscas por metais preciosos tiveram êxito na Baía de Paranaguá. Por ter sido 
a primeira região do Brasil a apresentar sinais de ouro, o território passou a receber 
povoadores, especialmente paulistas. A produção aurífera foi responsável, portanto, em 
1660, pela transformação de Paranaguá em Capitania. Nesse mesmo contexto houve a 
fundação de Curitiba.
No entanto, a descoberta de ouro na região Centro-oeste do Brasil desviou os 
olhos da Coroa Portuguesa do território paranaense. Assim, em 1710, conforme Severino 
(2009), foi fundada a Capitania Geral de São Paulo, que abrangia os territórios das capi-
18UNIDADE I Introdução ao Turismo
tanias de Paranaguá, São Vicente, Santo Amaro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e se 
estendia para o Sul da colônia. Nesse momento, portanto, o território paranaense passou 
a estar sob tutela paulista, com a denominação de 5ª Comarca de São Paulo, com sede 
em Paranaguá. Durante a primeira metade do século XVIII o território da capitania paulista 
sofreu desmembramentos: Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande de São Pedro 
(atual Rio Grande do Sul) e Mato Grosso emanciparam-se. Em 1748, a própria Capitania 
de São Paulo perdeu sua autonomia, ficando subordinada à comarca do Rio de Janeiro. 
Em 1763, porém, o Rio de Janeiro tornou-se a capital do Brasil. Com isso, houve uma 
nova reestruturação política e São Paulo voltou a ser uma capitania autônoma em 1765, 
possuindo como territórios os atuais Estados paulista e paranaense. (SEVERINO, 2009). 
Enquanto o território paranaense era Comarca de São Paulo, não havia uma estrutura 
competente para as exigências administrativas da região. A segurança era péssima, não 
havia escolas, nem professores suficientes para a população. A justiça era mal aplicada e 
lenta. Os serviços públicos eram precários. Verbas eram desviadas e, além disso, a Co-
marca sofria com pesados tributos pagos tanto para o Império, quanto para a província de 
São Paulo. Essa conjuntura gerava grande insatisfação. Parte da população da Comarca 
começou a lutar por sua liberdade político-administrativa. Na primeira metade do século 
XIX, a 5ª Comarca de São Paulo sofreu importantes mudanças econômicas: a produção do 
mate e da madeira despontou no mercado do Prata e no Chile, ultrapassando a importância 
econômica do comércio de gado que havia entrado em decadência. Essa intensa atividade 
econômica aumentava, entre a elite paranaense, o desejo pela separação de São Paulo.
FIGURA 5 - MAPA DO BRASIL
19UNIDADE I Introdução ao Turismo
Assim, em 2 de Agosto de 1853, o projeto de emancipação da comarca do Paraná 
foi aprovado e, em 29 do mesmo mês, sob Lei nº 704 sancionada por D. Pedro II, foi criada a 
província paranaense: então no dia 19 de dezembro de 1853 aconteceu a instalação solene 
da nova província, tomando posse o primeiro presidente, Zacarias de Góes e Vasconcellos.
A nova província recebeu o nome de Paraná, denominação que vem da língua Tupi 
Guarani que significa ‘rio caudaloso’, onde o fluxo de água é abundante e foram os índios 
os primeiros a entrar em contato com os homens brancos. (PARANÁ, 2021, on-line).
Conforme Silva (2005), o Paraná passou a ter papel importante na Revolução Fe-
deralista quando o Presidente Floriano Peixoto decretou Estado de Sítio para os Estados 
do Sul e convidou o General Francisco de Paula Argolo para organizar o ataque aos revol-
tosos que já estavam em Santa Catarina. Nesse sentido, o Paraná estava estrategicamente 
localizado para que as forças legalistas pudessem articular a luta contra os federalistas. 
As forças militares de que Argôlo dispunha eram insuficientes para conter o avanço dos 
revolucionários. O Coronel Antonio Gomes Carneiro tomou a frente com orientações do 
Presidente Floriano Peixoto, o Coronel Carneiro instalou seu quartel-general na cidade de 
Lapa, de onde organizaria a defesa das cidades paranaenses. De acordo com Lacerda 
(1985), o material bélico utilizado pelas forças legalistas era bastante precário, grande 
parte, herança da Guerra do Paraguai (1864 - 1870).
Durante o Cerco da Lapa, Floriano Peixoto adquiriu equipamentos no exterior, 
reabastecendo as tropas legalistas de São Paulo. Dessa forma, estas fizeram frente aos 
federalistas, dando início à retomada legalista do Paraná.
A resolução final do conflito aconteceu apenas em 1895, quando o Presidente 
Prudente de Morais selou um acordo de paz com os federalistas na cidade de Pelotas-RS.
O Paraná, numa visão política, desenvolveu importante papel no contexto da Re-
volução Federalista.
O Paraná recebeu, ao longo de sua história, muitos imigrantes das mais diferentes 
etnias, formando uma sociedade com cultura e tradições específicas e diversas ao mesmo 
tempo. Vieram paulistas, mineiros, ingleses, portugueses, italianos, alemães, japoneses, 
holandeses, poloneses, árabes, ucranianos e outros.
Existia nessa época, uma política do incentivo impulsionada por propagandas 
que enfatizavam o Brasil como um paraíso propício à formação de fortunas, uma terra de 
oportunidades e de sossego, um verdadeiro paraíso no ‘novo mundo’ (termo muito utilizado 
entre os europeus), distante do caos que havia se tornado a Europa.
20UNIDADE I Introdução ao Turismo
FIGURA 6 - IMIGRANTES COLHENDO CAFÉ NO PARANÁ. 
OBSERVE A ALTURA DAS ÁRVORES
Fonte: Diário do Turismo, 2015. Disponível em: <https://diariodoturismo.com.br/trabalho-imigrante-
-em-lavouras-de-cafe-e-tema-de-nova-exposicao-no-museu-da-imigracao/>. Acesso em: 09 de maio de 2021.
De acordo com Priori et al (2010,p.36), “na Europa (de onde proveio a maior parte 
dos imigrantes para o Brasil e para o Paraná), situações adversas, como excedente popu-
lacional, guerras e as crises econômicas que geravam desigualdade social, desemprego e 
insatisfação, vieram despertar, em muitas pessoas, o interesse de partir para outra realida-
de, que poderia estar disponível em países como o Brasil, na América”.
Eram visto que no estado do Paraná, os primeiros imigrantes compareciam sob 
a condição de colonos e tinham de transformar mata fechada em lavouras, assim como 
erguer suas próprias casas/moradias. (STECA; FLORES, 2008).
De acordo com Priori et al. (2012, p. 36), no Estado do Paraná, “o objetivo primordial 
era fomentar o cultivo da agricultura de subsistência, para manter abastecidos os centros 
urbanos que já passavam por raleamento de produtos agrícolas”. Isso só seria possível, 
toda “essa circulação das novas forças de trabalho, as estratégias estatais se em primeiro 
lugar criassem condições propícias a fim de que o território a ser ocupado se tornasse uma 
‘área de atração’ aos imigrantes”.
21UNIDADE I Introdução ao Turismo
A primeira população migratória que se configurou o Paraná, era constituída de 
portugueses, portanto o plano deu certo.
Conforme Priori et al (2012, p. 37), “se, inicialmente, a imigração foi considerada 
fórmula ideal para a substituição damão de obra escrava, posteriormente, passou a ser 
considerada importante para a ocupação de vazios demográficos, ocupação do solo e 
empreendimentos agrícolas”.
Segundo Priori et al. (2012), houve então, o Ato Adicional de 1834, que proporcionou 
um novo estímulo ao programa imigratório, onde o Governo Imperial delegou aos governos 
provinciais competência para “promover e estimular, em colaboração com o poder central, o 
estabelecimento de colônias” (apud BALHANA; MACHADO; WESTPHALEN, 1969, p. 158). 
Ainda nas palavras de Priori et al (2012, p.39) “a entrada de imigrantes acabou auxiliando, 
posteriormente, a expansão industrial” que “contribuiu também, para as mudanças nas 
relações de trabalho, mesmo quando a escravidão ainda era vigente. Foi sendo construída, 
principalmente nos núcleos urbanos, uma cultura de trabalho assalariado, mesmo que em 
pequenas empresas”.
Uma das características que é importante destacar é essa gradativa transferência 
de descendentes de imigrantes para os centros urbanos. Começava ali a defasagem do 
campo, devido às dificuldades e falta de condições estruturais para o trabalho no campo. 
Houve uma forte crise de imigração no final de 1870 e início da de 1880. O equilíbrio e a 
recuperação só foram retomados com mais ênfase a partir de 1885. (PRIORI et al., 2012, p. 39).
“No Paraná, a cidade de Paranaguá, a qual servia de porta de entrada, possui a 
maior concentração de imigrantes portugueses. Também houve interesse dos lusitanos 
pelas regiões de Maringá, Londrina, Campo Mourão e Umuarama, durante o auge do ciclo 
do café” (PRIORI et al., 2012, p. 41).
No dia 17 de junho de 2008 o então príncipe Naruhito, filho do imperador Akihito e 
herdeiro do trono japonês (hoje imperador do Japão), chegou no Estado do Paraná para 
participar das comemorações do centenário da imigração japonesa para o Brasil. Em 1908 
aportou o primeiro navio japonês na costa brasileira em Santos com 781 nipônicos. A via-
gem durou 52 dias.
Conforme Priori (2012, p.41) destaca que:
nesse longo século, os imigrantes que chegavam dirigiam-se, principalmente, 
às lavouras cafeeiras do Estado de São Paulo e do Paraná. Além da cultura 
tropical, os japoneses se empenharam na piscicultura, cultivo de hortaliças, 
fruticultura e na introdução da criação do bicho-da-seda no Estado. 
22UNIDADE I Introdução ao Turismo
Podemos observar que a vontade e/ou necessidade de mudança era nítida em 
todos os povos de todos os continentes, por isso a emigração aconteceu. 
FIGURA 7 - PLANTAÇÃO DE CAFÉ
Com o crescimento da demanda turística a partir da Segunda Guerra Mundial 
ocorreu a mudança de opinião dos administradores ou gestores sobre esse novo produto 
nacional, o turismo. Com o aumento no volume de turistas, não há dúvidas de que a gestão 
da demanda turística é um dos desafios para o turismo no século XXI. Podemos observar 
até aqui que as mudanças nas noções de demanda ocorridas ao longo dos anos, desde a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, das Nações Unidas, de 1948, que estimula 
todos os indivíduos a exercerem o “direito” de viajar, até o atual momento, no qual o turista é 
impelido a ser responsável ao viajar. Quanto a esse aspecto, é nítido como diferentes setores 
do mercado turístico têm tratado a “educação” dos turistas, estimulando um comportamento 
responsável. Outro ponto importante é o reconhecimento de que, para gerenciar a demanda 
turística é importante compreender a natureza da demanda em termos de definições, seus 
diversos componentes e indicadores simples. (COOPER et al., 2008).
23UNIDADE I Introdução ao Turismo
4. PATRIMÔNIO CULTURAL
Embora a palavra turismo origina-se da língua Inglesa tour, urge destacar que esta 
é proveniente da língua Francesa tourisme, mas ela também tem origem em outra língua, 
isso porque o radical da palavra tourisme vem do latim tornus, que significa “fazer a volta”, 
“volta ao redor” ou “ir a algum lugar e retornar”. (SERPA et al, 2019, p.16).
A atividade comercial do turismo, foi a responsável por introduzir o conceito de 
viagem organizada, popularizando essa atividade e tornando-a mais acessível a todas as 
classes sociais desde o início da civilização. 
De acordo com Serpa et al (2019), Thomas Cook foi quem criou o pacote turístico: 
preço, passagem, traslados, refeições e hospedagem. O que se observa é que o pioneiris-
mo dos ingleses na organização de viagens com fins em prática do lazer, deram certo e se 
transformaram em um grande negócio.
É fato que as viagens, mesmo a lazer, ocorriam desde a Antiguidade , não 
foi Thomas Cook quem inventou o turismo, mas ele conseguiu potencializá-lo 
como uma atividade de massa, criando uma rede de conexões entre trans-
porte, hospedagem, atrativos e mesmo bancos, para que descontassem os 
cheques-viagem que eram emitidos por sua agência, a Thomas Cook & Son 
(SERPA et al., 2019, p. 17).
“A OMT foi criada em 1970 e atualmente conta com 158 países membros e mais 
de 500 afiliados que representam o setor privado. Seu site oficial está disponível em inglês, 
espanhol e francês. A entidade tem como objetivo desenvolver o turismo de forma competitiva 
e sustentável, propiciando a inclusão social e proteção ambiental” (SERPA et al,2019, p.17). 
24UNIDADE I Introdução ao Turismo
Thomas Cook se tornou um marco na história por ser precursor nesse tipo de 
viagem em maior quantidade. O que importa hoje é a dimensão que se tornou o turismo 
de massas e o que ele alcança dentro de um prisma cultural, social e econômico. É muito 
difícil mensurar e muito pouco produtivo discutir e querer nominar todas as terminologias 
observadas e oferecidas nas diversas bibliografias publicadas.
Demanda turística refere-se ao grupo de pessoas que viaja ou que pode vir a viajar. 
O Ministério do Turismo brasileiro possui um portal com diversas publicações sobre levan-
tamentos estatísticos. É fundamental compreender a demanda turística para que se planeje 
a necessidade de mudanças ou as qualificações na oferta de produtos e serviços turísticos, 
ou até mesmo o perfil dessas pessoas (demanda) que pode ser utilizado em estratégias de 
marketing e direcionamento. 
Outro bom exemplo sobre o que é a demanda turística, é o conceito de Cooper et 
al (2008), ele sugere três componentes fundamentais das demandas: a demanda real ou 
afetiva, que são os clientes turistas que viajam periodicamente e podem virar estatísticas 
positivas; a segunda se trata da demanda reprimida que pode vir a ser a demanda po-
tencial, que são aqueles consumidores que esperam condições favoráveis para viajar e a 
terceira e última é a chamada de não demanda, são parte da população que não querem 
viajar para nenhum lugar. Todos esses componentes primários fazem parte de uma grande 
engrenagem que se somará aos interesses do Patrimônio Cultural. 
De acordo com o Ministério do Turismo (BRASIL, 2010, p. 17 e 18), 
existem formas de expressão da cultura que são classificadas em áreas de 
interesse específico e que geram demandas de viagem com motivação pró-
pria, mas se configuram dentro da dimensão e da caracterização do turismo 
cultural, é o caso da religião, do misticismo e do esoterismo, dos grupos ét-
nicos, da gastronomia, da arqueologia, das paisagens cinematográficas, das 
atividades rurais, entre outros.
Segundo Serpa et al. (2019, p. 45 apud RODRIGUES, 2011, p. 16)
a palavra patrimônio pode assumir sentidos diversos. Originalmente, esteve 
relacionada à herança familiar, mais diretamente aos bens materiais. No sé-
culo XVIII, quando, na França, o poder público começou a tomar as primeiras 
medidas de proteção aos monumentos de valor para a história das nações, 
o uso da palavra patrimônio estendeu-se aos bens protegidos por lei e pela 
ação de órgãos especialmente constituídos, nomeando o conjunto de bens 
culturais de uma nação.
25UNIDADE I Introdução ao Turismo
4.1 Origem do Nome Patrimônio
De acordo com Serpa (2019, p.45 apud Panosso Netto e Lohmann,2008,p. 431), 
a origem da palavra “patrimônio” vem do latim, patrimonium, que significava o pecúlio, a 
herança e os bens familiares. O vocábulo estava ligado ao bem material. Na atualidade, o 
patrimônio tem vários significados e depende da abordagem que é feita. 
Muitas ou todas as definições de patrimônio têm como alinhamento e fundamento 
com a definição ofertada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência 
e a Cultura (UNESCO s/d): “ O patrimônio é o legado que recebemos do passado, vivemos 
no presente e transmitimos às futuras gerações. Ambos patrimônios, o cultural e o natural 
são fonte insubstituível de vida e inspiração, nosso ponto de referência, nossa identidade.” 
Já para Fonseca no livro ‘O patrimônio em processo’ (1997 p. 93), ele afirma que:
Patrimônio é tudo o que criamos, valorizamos e queremos preservar: são 
os monumentos e obras de arte, e também as festas, músicas e danças, os 
folguedos e as comidas, os saberes, fazeres e falares. Tudo enfim que pro-
duzimos com as mãos, as idéias e a fantasia.
FIGURA 8 - MOQUECA DE PEIXE
Dentro do grande leque que abrange a importância do Patrimônio Cultural e para 
facilitar a compreensão, Serpa et al (2019,p.46) classificou o patrimônio em dimensões: 
Patrimônio material: legado humano representado por meio de coleções ar-
queológicas, museológicas, arquitetônicas, documentais etc. Patrimônio ima-
terial: são práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas. 
Paisagem cultural: porção peculiar territorial com expressivas marcas da in-
teração do homem com o meio natural.
26UNIDADE I Introdução ao Turismo
Refletir a interface entre patrimônio e turismo somado à palavra inglesa gentleman 
que significa cavalheiro. É um termo que designa o homem de boa educação, gentil, culto. 
A atividade turística tem no seu D.N.A. o grand tour, que foi de acordo com Serpa et al 
(2019,p. 47 apud COSTA, 2009, p. 26), 
viagens feitas pelos filhos de famílias burguesas inglesas para completarem 
a educação, enriquecendo o espírito pelo saber, aprendendo novas línguas e 
costumes de outros povos, comprando obras de arte, visitando monumentos 
arquitetônicos da Antiguidade, polindo suas maneiras e se tornando gentle-
men completos, ou seja, eram viagens de cunho cultural.
Todos esses pontos aparentemente isolados como o de famílias que queriam que 
seus filhos fizessem viagens para aprender ou de agências de viagens motivadas para 
comercializar produtos para a população conhecer uma nova identidade e história de novos 
povos fomentou o Patrimônio Cultural. 
Conforme Serpa et al. (2019, p. 47 apud Costa, 2009,p. 26), 
o Grand Tour é considerado por muitos como uma invenção inglesa, já que 
a Inglaterra era o país mais rico e poderoso do mundo, com uma elite en-
dinheirada, mas isolada geograficamente do restante da Europa e dos mo-
numentos históricos. E, para se tornarem membros da sociedade educada, 
os ingleses acreditavam que era necessário ver, in loco, tanto as ruínas da 
Roma clássica como as igrejas, os palácios e as coleções de arte das gran-
des capitais europeias.
Patrimônio Cultural é também a promoção de visitação dos bens patrimoniais como 
visto, sem deixar de ser sobretudo a preservação dos bens das humanidade. Conforme 
Serpa et al (2019,p. 48 apud Costa 2009), “inicialmente o roteiro europeu Grand Tour era 
para os turistas endinheirados dos séculos XVIII e XIX” e naturalmente após ficar popular, 
surge um outro tipo de Grand Tour que “começou a atender pessoas de classes menos en-
dinheiradas. Os grandes tours voltaram suas atenções para locais mais distantes, como o 
norte do continente americano, as Índias Orientais, o extremo oriente, o Egito e as cidades 
portuárias do norte da África”. Diante desse boom por países desconhecidos, ganha força a 
também exploração da América do Sul e busca por novas culturas. “Já os grandes tours mais 
“exóticos” visitavam o Japão, a Cidade do Cabo (África do Sul) e o Rio de Janeiro (Brasil)”.
De qualquer maneira, observar esses avanços de preservação não só através dos 
poderes mas como de toda uma população engajada é maravilhoso, significa que o Patri-
mônio Cultural e suas esferas estão no caminho certo. Diante disso, Serpa et al (2019, p. 
51 apud Panosso Netto e Lohmann, 2008), afirma que:
o patrimônio cultural adquire valor para o turismo, pois, por meio dele, é pos-
sível a difusão do saber, e a humanidade ao longo da história sempre buscou 
conhecimento. Assim, os patrimônios culturais se tornaram atrativos turísti-
cos, que motivam turistas a sair de suas residências e a viajar para poderem 
conhecer de perto, tal monumento, museu, festa, cultura, sítio arqueológico, 
conjunto arquitetônico, entre outros patrimônios.
27UNIDADE I Introdução ao Turismo
Existem três estados brasileiros que transbordam de acervos significativos e foram 
os precursores em questão artística e principalmente histórico cultural. São eles Minas 
Gerais, Bahia e Pernambuco. 
Serpa et al. (2019) registra que, 
se hoje vivemos no Brasil um revigoramento do patrimônio cultural, princi-
palmente depois que o Decreto no 3.551, de 4 de agosto de 2000, instituiu o 
Registro e o Inventário do Patrimônio Cultural de natureza imaterial ou intan-
gível, é porque a semente de uma noção de patrimônio ampla e plural que 
procurava abarcar todas as manifestações do povo brasileiro foi plantada e 
gestada por Mário de Andrade, sobretudo na experiência do Departamento 
de Cultura de São Paulo (1935 - 1938).
A UNESCO se propõe a promover a identificação, a proteção e a preservação do 
patrimônio cultural e natural de todo o mundo, consagrado muitíssimo valioso para toda a 
humanidade. O elo com a resguarda e defesa do patrimônio cultural tangível e intangível no 
Brasil devem ser as principais referências para as políticas identificarem dentro da socieda-
de o que precisa ser preservado. 
A Agência é a única agência especializada da Organização das Nações Unidas 
com mandato específico para intervir na área de Cultura. Foram reconhecidos pela Unesco 
(on-line) como Patrimônio Cultural da Humanidade os seguintes bens no Brasil. 
1980 Cidade Histórica de Ouro Preto (MG) 
1982 Centro Histórico de Olinda (PE)
1983 Missões Jesuíticas Guarani, em Ruínas de São Miguel das Missões 
(RS)
1985 Centro Histórico de Salvador (BA)
1985 Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do 
Campo (MG)
1987 Plano-piloto de Brasília (DF)
1991 Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI) 
1997 Centro Histórico de São Luís (MA) 
1999 Centro Histórico da Cidade de Diamantina (MG) 
2001 Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO)
2010 Praça de São Francisco, em São Cristóvão (SE) 
2012 Rio de Janeiro – paisagens cariocas entre a montanha e o mar 
2016 Conjunto Moderno da Pampulha (MG) 
2017 Sítio Arqueológico Cais do Valongo (RJ)
A definição e o sentido do patrimônio no Brasil, esteve ligado há muito tempo à sua 
materialidade, que na prática de preservação, era basicamente as ações de tombamentos, 
que eram demorados e raros.
Lugares são aqueles que possuem sentido cultural diferenciado para a popu-
lação local, onde são realizadas práticas e atividades de naturezas variadas, 
tanto cotidianas quanto excepcionais, tanto vernáculas quanto oficiais. Po-
dem ser conceituados como lugares focais da vida social de uma localidade, 
cujos atributos são reconhecidos e tematizados em representações simbóli-
cas e narrativas, participando da construção dos sentidos de pertencimento, 
memória e identidade dos grupos sociais(IPHAN s/d). 
28UNIDADE I Introdução ao Turismo
Entre tantos avanços positivos e de acordo com Serpa et al (2019, p.62), o avanço 
mais importante tenha sido “avanço do olhar nas políticas do patrimônio para a imateriali-
dade dos bens, observa-se o surgimento de uma nova categoria de patrimônio ainda pouco 
discutida na literatura, a paisagem cultural”.
Por isso, devemos refletir a relação que a atividade turística, em especial o seg-mento cultural, estabelece com os bens patrimoniais. O grand tour, simboliza os desloca-
mentos motivados pelo interesse no saber, além de compreender que o turismo pode ser 
um importante aliado na preservação e na manutenção dos bens patrimoniais materiais, 
imateriais e paisagísticos.
A grande lacuna existente entre os instrumentos multilaterais estão sendo preen-
chidos com a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial. Património 
cultural tem neste século a obrigação de preservar uma vontade universal de preocupação 
comum em proteger o património cultural imaterial da humanidade, entre todas as diferentes 
nações. Desta forma, posiciona como instrumento de combate à intolerância e às ameaças 
de degradação, desaparecimento e destruição do património cultural imaterial decorrentes 
dos atuais processos de globalização e de transformação social, invoca conceitos como a 
diversidade cultural, o desenvolvimento sustentável, a criatividade humana e a interdepen-
dência entre o património cultural, natural, material e imaterial.
29UNIDADE I Introdução ao Turismo
SAIBA MAIS
Veja quais são os Patrimônios Culturais no Brasil.
Disponível em: https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/world-heritage-brazil. Acesso em: 09 de 
maio de 2021.
REFLITA 
“Viajar, para os mais jovens, é parte da sua educação; para os mais velhos, parte da sua 
experiência.” 
Francis Bacon.
Sobre o autor: Francis Bacon, 1° Visconde de Alban, também referido como Bacon 
de Verulâmio foi um político, filósofo, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam e visconde 
de Saint Alban. É considerado como um dos fundadores da Revolução Científica. Faleceu 
em 1626.
30UNIDADE I Introdução ao Turismo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tivemos a oportunidade de estudar nesta unidade I que a evolução da nossa civili-
zação juntamente com nossa colonização fizeram parte de uma migração estrangeira cheia 
de más e boas intenções. Mas, porque muitos dos que vieram desbravar essas terras, 
tinham o único objetivo de levar a maior quantidade de riquezas que podiam levar para suas 
origens e boas intenções porque o fenômeno de ocupação territorial efetivamente ocorreu. 
Sabemos que a biodiversidade do Brasil é proporcionalmente igual ao desejo de 
milhares de pessoas, de turistas de vir ao Brasil para in loco ver a tão antiga fama da fauna 
e flora brasileira.
Sabemos também que existe um esforço enorme para não misturar os rumos do 
turismo. Ainda tendo muitos equívocos sobre conceitos, normas, diretrizes, verbas e outros.
É de conhecimento de todos que muitos turistas podem gradativamente esgotar 
a beleza, a singularidade, o meio ambiente em si, os recursos e coerência social de um 
destino turístico ao longo de alguns anos.
Hoje felizmente existem políticas voltadas especificamente para o fomento e de-
senvolvimento adequado ao turismo com marketing nacional e internacional, Embratur, 
CNTUR, prefeituras com secretarias de turismo direcionada, sem falar das outras frentes 
como CVB - Convention Visitors Bureau, faculdades capacitando cada vez mais profissio-
nais, Ongs nacionais e internacionais; associações etc. 
Atualmente, o cuidado que o mundo tem com o patrimônio cultural, natural, mate-
rial e imaterial está diretamente ligado à consciência cada vez maior da humanidade em 
proteger, cuidar, preservar o meio ambiente, pois será decisivo neste e no próximo século. 
31UNIDADE I Introdução ao Turismo
LEITURA COMPLEMENTAR 
O artigo que estamos sugerindo abaixo, apresenta de uma maneira fácil a com-
preensão sobre a identidade de um determinado povo. Envolve comunidade, memória 
histórica e Patrimônio histórico - cultural.
Fonte: BATISTA, Cláudio Magalhães. Memória e Identidade: Aspectos relevantes 
para o desenvolvimento do turismo cultural. Caderno Virtual de Turismo, 2005.
Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/1154/115416147004.pdf. Acesso em 06 
de maio de 2021.
https://www.redalyc.org/pdf/1154/115416147004.pdf
32UNIDADE I Introdução ao Turismo
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: História Geral do Brasil
Autor: Maria Yedda Leite Linhares et. al.
Ano: 2020
Sinopse: Dificilmente uma obra de síntese histórica consegue ca-
racterizar-se simultaneamente pela abrangência e pela erudição, 
tornando-se capaz de atender tanto ao segmento especializado 
quanto ao público em geral. A História Geral do Brasil é um desses 
raros casos de síntese bem-sucedida, cobrindo estas exigências 
de forma criteriosa e dinâmica. Seus capítulos estão organizados 
a partir de um formato original, sem a preocupação de seguir a 
rigidez dos padrões convencionais, mas sim, combinando as pes-
quisas mais recentes em cada área com o rigor crítico que um 
trabalho com a proposta de analisar a História do Brasil deve ter.
FILME/VÍDEO
Título: Sideways
Ano: 2005
Sinopse: Jack vai se casar, e Miles decide presenteá-lo com uma 
viagem pela Califórnia para conhecer os vinhedos da região. Eles 
degustam vinhos maravilhosos, estreitam os laços entre eles e a 
viagem se transforma em uma memorável aventura.
33UNIDADE I Introdução ao Turismo
WEB 
• Descubra o que foi o GRAND TOUR e por quê ele se tornou tão importante para 
o turismo de uma forma geral.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0102-01882002000200003. Acesso em 09 de maio de 2021.
34
Plano de Estudo:
● Desafios do Turismo no Mundo;
● Desafios do Turismo no Brasil;
● Desafios do Turismo Sustentável no Brasil;
● Planejamento Estratégico.
Objetivos da Aprendizagem:
● Identificar e Conceituar os desafios do Turismo;
● Compreender a amplitude dos desafios; 
● Contextualizar o que é sustentável;
● Entender a importância do Planejamento Estratégico dentro do turismo. 
UNIDADE II
Perspectiva e Integração
Professora Denise S. Rodrigues
35UNIDADE I Introdução ao Turismo 35UNIDADE II Perspectiva e Integração
INTRODUÇÃO
Nesta Unidade II analisaremos os Desafios do Turismo no Mundo e no Brasil. A 
nossa principal motivação para a elaboração deste material é oferecer a você aluno(a) 
um conhecimento significativo a respeito da história do turismo, como visto na Unidade 
I, e, agora, sobre os diversos desafios que o turismo atualmente enfrenta e, por certo, 
enfrentará no futuro, além do Planejamento Estratégico na área do turismo, o que será feito 
com base em citações bibliográficas relevantes relacionadas à temática.
Os estudos turísticos vêm ao longo do tempo mostrando vários pontos de vista teó-
rico-conceituais em vertentes diferentes e algumas parecidas. Além de autores renomados, 
existem as organizações relacionadas ao turismo que fornecem muitas respostas, produ-
zem muitos conteúdos relevantes, normalmente muito explicativas e algumas um tanto 
confusas. Afinal, tudo que se refere ao turismo não tem uma definição única, consensual. E 
quem sabe nunca haverá um consenso dos especialistas em relação ao tema.
Nosso objetivo é oferecer a vocês uma visão ampla e crítica da atividade turística 
como um todo, mesmo sabendo que o caminho teórico, a questão quantitativa e a padro-
nização para fins estatísticos ainda é um pouco espinhoso pela falta de definições oficiais. 
Se através dos desafios do setor, do planejamento estratégico bem elaborado, ser traçado 
uma metodologia com visão e missão definida, o sucesso será alcançado.
Os desafios do turismo passam por cinco fases: conceito, planejamento estratégico 
(marketing), ética e setor operacional.
O maior obstáculo atual é a retomada plena das atividades turísticas de maneira 
planejada, gradual, com responsabilidade e sustentabilidade a fim de equilibrar as duas 
pontas da equação produto e turista.
36UNIDADE I Introdução ao Turismo 36UNIDADE II Perspectiva e Integração
1. DESAFIOS DO TURISMO NO MUNDO
1.1 Conceitos
O turismo tem sido um dos setores em plena ascensão nos últimos tempos e já vinha 
evidenciando crescimento significativo na economia mundial. Agora, porém, estima-se que 
essa irá demoraralgum tempo a se recuperar plenamente. O mercado mundial ficou muito 
tempo paralisado. Os impactos no comércio, turismo, na indústria, geração de emprego e 
renda sofreram abalos diretos e indiretos. Sabemos que a população mundial foi submetida 
a medidas rígidas de isolamento, fechamento total dos comércios e escolas, sem contar as 
fronteiras internacionais que foram fechadas temporariamente.
O turismo mundial vem passando por profundas transformações nas últimas 
décadas para renovar as atividades econômicas e os setores oficiais ligados ao turismo. 
Conforme Burgos e Mertens (2015, p. 60),
Atualmente o turismo apresenta -se como um complexo sistema de ativida-
des encadeadas e, que está em processo constante de transformação, bem 
seja de demandantes, bem seja de fornecedores de serviços. É um fenôme-
no de interação entre o turista e o núcleo receptor e de todas as atividades 
decorrentes dessa interação. Nesse sentido, o turismo pode ser considerado 
um “bem construído”, uma vez que sua oferta tem origem em um sistema 
que se constrói a partir de determinadas condições físicas, sociais, políticas e 
econômicas, se adaptando a diversas expectativas. Essa circunstância exige 
que a abordagem do turismo não se limite estritamente ao econômico, sendo 
necessário analisá -lo, sob a ótica da sustentabilidade, como um fenôme-
no complexo, detentor de outras dimensões - sociais, ambientais e cultu-
rais - permeadas de relações e no qual se produzem numerosos impactos 
inerentes à sua própria implementação, que deverão ser tratados de modo 
sistêmico.
37UNIDADE I Introdução ao Turismo 37UNIDADE II Perspectiva e Integração
Na Europa essa transformação/renovação ocorre de forma um pouco mais lenta e 
gradual em comparação aos Estados Unidos, Japão e Dubai por exemplo. Na Itália, inclu-
sive, tem comércio que fecha as portas por respeitar a sesta (dormir após o almoço). Isso 
ocorre porque os hábitos culturais das civilizações dos séculos anteriores ainda persistem 
atualmente em muitos destinos turísticos.
Após a Revolução Industrial (1760 a 1842), conforme vimos na unidade I, foi 
marcada por várias transformações, crescimento dos negócios (venda de mais produtos), 
crescimento das indústrias, famílias viajando cada vez mais, evolução marítima e outros. 
Com a entrada das máquinas, as pessoas foram economizando tempo e energia, facilitando 
e deixando os produtos mais acessíveis para o consumo.
Nesse sentido, as mudanças de hábito foram acontecendo paulatinamente confor-
me a população rural migrava para os grandes centros urbanos. Os produtos não essen-
ciais começaram a pertencer também à classe média e trabalhadora. No passado houve 
o surgimento das viagens em busca do Mar Mediterrâneo que correspondiam aos centros 
turísticos à beira-mar para o turista se banhar e se bronzear. Nos séculos XIX e XX ocorreu 
a explosão imobiliária na Europa sem nenhuma preocupação com o meio ambiente. A 
demanda turística de massa, expandiu.
Diante desse período, surge o conceito em busca do turismo de natureza que abra-
ça o termo turismo ecológico e posteriormente ficou conhecido como ecoturismo. Afirma o 
autor Ignarra (2013, p. 216), que: 
O turismo passará a ser segmentado pelos mercados por produtos – obje-
tivos (especialmente os temáticos) orientando a uma combinação dos três 
“Es”: Entretenimento, Excitação e Educação. Haverá maior crescimento do 
turismo ecológico de observação da natureza em viagens de curta distância. 
Os segmentos mais promissores são o ecoturismo, o turismo de aventuras 
e o turismo cultural. Os segmentos de turismo em expansão serão: turismo 
de saúde, turismo da espiritualidade, turismo para deficientes físicos, pesca 
recreativa e turismo de terceira idade.
Essa descoberta de periódicamente surgir um novo mercado vem de encontro com 
a busca pela calma, pelo ócio, pela admiração do natural, da aventura pela natureza.
O que se espera é um renascimento em relação à demanda turística. Todas as 
sociedades tradicionais ao redor do mundo estão se abrindo e experimentando uma trans-
formação/renovação econômica, social, política, ideológica e tecnológica.
A economia mundial está de olho nas pautas atuais que são, dentre outras: mu-
danças no estilo de vida das pessoas, diferentes formas de consumo, aumento de pessoas 
em busca de mais cultura, maior consciência ambiental, desconcentração urbana, cidades 
inteligentes, valorização das belas paisagens.
38UNIDADE I Introdução ao Turismo 38UNIDADE II Perspectiva e Integração
Assim, quanto antes cada setor tiver seu planejamento estratégico bem definido 
e direcionado, mais garantido será o equilíbrio e renda, o que refletirá na economia local, 
regional, nacional e internacional.
Diante desse cenário promissor, e ao mesmo tempo desafiador, é que surgem os 
pontos importantes deste setor em estudo para permanência duradoura no mercado, com 
qualidade e resiliência. 
1.2 Definições
Desafio significa chamamento para qualquer modalidade, ocasião ou grande obstá-
culo que deve ser ultrapassado, ou seja, existem obstáculos significativos no setor do turis-
mo. Por isso, são necessárias medidas importantes com vistas a mitigar tal problemática. 
 
FIGURA 1 - TURISTAS COM GUIA, PASSEANDO DE CAMELOS 
NO DESERTO DO SAARA - EGITO
Existem registros antigos sobre o estudo do comportamento do(a) consumidor(a) 
que está diretamente ligado ao marketing e o consumidor final, o turista. 
Os primeiros manuais foram escritos na década de 1960, mas sua origem 
intelectual é muito mais antiga. O Sr. Thorstein Veblen, por exemplo, falou 
sobre exageros do consumo em 1899. A partir de então, os escritores come-
çaram a debater de que maneira os anúncios poderiam utilizar princípios psi-
cológicos. Na década de 1950, ideias oriundas da psicologia freudiana foram 
popularizadas por pesquisadores da motivação e usadas por anunciantes. 
Entretanto, apenas com o surgimento do conceito de marketing na mesma 
década foi reconhecida a necessidade de se estudar o comportamento do 
consumidor. (MOWEN, 2003, p. 3.). 
39UNIDADE I Introdução ao Turismo 39UNIDADE II Perspectiva e Integração
A respeito, tem-se que tal comportamento é um conjunto de ciências, primeiro a Psi-
cologia, onde os estudos envolvem sobre percepção, sentimentos, motivação, emoções, 
aprendizagem, atitudes; a Sociologia, relacionados a estudo ou pesquisa de fatos sociais 
e grupos; a Antropologia, através de estudos culturais; Política, com pesquisas sobre o 
poder; e a Economia, com estudo de produção, distribuição e consumo da sociedade. 
1.3 Desafios 
Os grandes destinos mundiais, desde Dubai, Amazônia, Disney World, com hotéis 
incríveis dentro do complexo, Japão, Cruzeiros Marítimos até Bariloche possuem forte 
competitividade enquanto destinos desejados pelos diferentes tipos de consumidores. Com 
isso, tais destinos têm a obrigação de se manterem sólidos e ativos num mercado cada vez 
mais repleto de opções interessantes. Mesmo estes destinos sólidos e atemporais exigem 
a necessidade de buscar novos e diferentes elementos que possam fazer a diferença frente 
aos concorrentes.
FIGURA 2 - BURJ KHALIFA (TORRE DO KALIFA) COM 828 METROS
1.4 Tipos de Desafios
Alguns dos desafios a seguir devem estar nas equações dos setores turísticos e 
devem ser bem observados e analisados:
- Aprimorar e atualizar o planejamento estratégico;
- Aumentar a capacitação e preparação para receber;
- Entender e aprimorar as novas tecnologias e plataformas colaborativas;
- Implementação ou atualização e acompanhamento tecnológico periódico;
40UNIDADE I Introdução ao Turismo 40UNIDADE II Perspectiva e Integração
- Fortalecer os gerenciamentos das frentes do setores (em todas as esferas);
- Promover a interligação dos eixos em comum dentro do setor turístico;
- Objetivar e alcançar resultados graduais e sólidos;
- Liderança, empatia e flexibilidade com a equipe;
- Criação de espaços abertos junto com à natureza;
- Redução substancialde gastos desnecessários;
- Projetos eficientes que diminuam os riscos ambientais;
- Redução real dos impactos ambientais;
- Investimentos visuais em quatro ou mais idiomas;
- Avaliação periódica de satisfação (pesquisa);
- Melhorias estruturais/físicas nos pontos de visitação;
- Olhar atento às mudanças climáticas mundiais;
- Valorização dos meios integrados. Um exemplo na França e Itália: Em uma mesma 
propriedade é possível realizar mais atividades. Existem vinícolas que fazem o tour pelos 
parreirais de uva e, em determinada época do ano, os turistas podem podar os cachos, 
espremer os cachos de uvas com os pés, almoçar comida típica e, ao final do passeio, 
comprar bons vinhos, sucos e souvenirs; 
- Desenvolver em conjunto campanhas de marketing direcionadas;
- Persistência por bons resultados a médio e longo prazo;
- Promover o patrimônio cultural, natural, material e imaterial.
Esses e outros desafios devem ser avaliados e superados com a integração de 
ações direcionadas. O turismo é um dos setores da economia que vem crescendo com 
mais velocidade em todo o mundo, é hora de cada setor buscar a reprogramação, inclusão, 
visualizar os desafios e executar programas estratégicos para acompanhar a gradativa 
retomada do desenvolvimento do turismo internacional.
Afinal, a roda do turismo vai voltar com força total. As pessoas já vinham valorizando 
e apreciando destinos com mais paisagens, montanhas, neve, resorts, cruzeiros marítimos, 
hotéis-fazenda, destinos para conhecer as antigas civilizações etc. Muito provavelmente 
será registrado neste século XXI a retomada do turismo e da economia como um todo. 
41UNIDADE I Introdução ao Turismo 41UNIDADE II Perspectiva e Integração
2. DESAFIOS DO TURISMO NO BRASIL
2.1 Conceitos e Definições
Parece uma equação difícil de ser resolvida na obra Marketing Global (2013) “pen-
sar globalmente e agir localmente”, mas esse é o mundo dos negócios que se torna a cada 
dia mais competitivo. Não existe mais espaço no setor turístico, para quem não estiver 
preparado para pensar em nível global, embora atuando localmente. Dentro do turismo 
deve-se agir para construir uma sólida base e, a partir dos pequenos atos, se fortalecer. O 
turismo não é algo palpável que vem dentro de um pacote ou dentro de uma caixa, o pacote 
turístico é um conjunto de vários serviços oferecido e vendido onde o(a) passageiro(a) leva 
apenas o voucher impresso ou salvo dentro do celular.
Os desafios do Brasil em relação ao turismo, assim como em outros países 
emergentes, sempre passaram por crises, enxugamento da estrutura e necessidade de 
modernização de operações, entre tantas outras prioridades, o que levam as organizações 
a ajustarem suas estruturas.
Após 1990 um termo começou a ser utilizado: estrutura de rede. A ideia é aumentar 
e melhorar a participação de todos nas operações do dia a dia. Quanto menos níveis ge-
renciais melhor fica a estrutura, fica mais enxuta, melhor para administrar e operacionalizar. 
Segundo Rossetti et al. (2008, p .68):
42UNIDADE I Introdução ao Turismo 42UNIDADE II Perspectiva e Integração
A estrutura de uma organização baseada no conhecimento deve ser carac-
terizada por instrumentos que viabilizem o conhecimento como o principal 
elo de negócios. É essencial que haja, nessa estrutura, um suporte sociotéc-
nico tenaz, a partir da alta gerência, perpassando toda a organização, que 
aja como catalisador, para estimular a evolução da gestão do conhecimento. 
Tal apoio socio-técnico é indispensável tanto para implementar processos de 
gestão do conhecimento, como para criar um ambiente de conhecimento que 
sustente várias categorias de capacidades de gestão do conhecimento, pelo 
desdobramento dos recursos disponíveis na organização. O apoio sociotéc-
nico contribui para aumentar a maturidade das práticas de gestão do conhe-
cimento. Isso requer que o conhecimento, principal ativo da organização, seja 
permanentemente gerido nas suas diversas dimensões: criação, aquisição, 
validação, conversão, apresentação, compartilhamento, distribuição, aplica-
ção, até sua incorporação à memória organizacional.
Resumindo, essa estrutura de rede é inteligente e funcional, mas o Brasil ainda 
está aquém desse ideal. Em nosso país há uma mentalidade empresarial patriarcal e há 
outro desafio muito grande sofrido pelas empresas em relação ao progresso e à otimização, 
qual seja: os impostos e tributos. A carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo, 
o que dificulta o avanço e desenvolvimento desse potencial chamado TURISMO.
2.2 Breve histórico do antigo perfil do brasileiro
Existe na sociedade brasileira tendências, características e peculiaridades que 
refletem diretamente na atual situação do país. Nesse sentido, Kanaane e Severino (2006, 
p. 16 apud Srour 2000, p. 30) há ainda traços de cultura que serviam de arcabouço à 
identidade social brasileira até os anos 80: 
• A informalidade, cordialidade, afetividade, descontração, alegria, esponta-
neidade, amabilidade, improvisação, plasticidade, criatividade, compaixão, 
benevolência, o sentimentalismo, simpatia e impontualidade. 
• Peso estratégico das relações pessoais ou paroquiais articuladas por múlti-
plas hierarquias ou redes informais.
• A procura ansiosa por um tratamento personalizado.
• Privilégios exclusivistas a categorias sociais.
• Recompensas imediatas e fáceis. 
• Prática da cooptação e pela troca de favores. 
• A baixa disposição para assumir riscos (envolver-se em conflitos).
• Legalismo de fachada (“o que não é proibido é permitido”).
• Mandonismo, clientelismo, nepotismo, favoritismo e paternalismo. 
• Reverência aos “doutores” e a conformidade dos seguidores. 
• Salvador da pátria. 
Infelizmente é percebido pelos canais de comunicação que ainda existe esse perfil 
na população. O desafio é a superação dessas características e a incorporação de ética e 
comprometimento dentro de uma sociedade civilizada.
Segundo Kanaane e Severino (2006, p.16)
esses traços são expressões legítimas das formas de gestão autoritária, 
notadamente a latina. Assim, deduz-se que nas empresas geridas por esse 
modelo não há cidadania organizacional, pois as cúpulas não respeitam as 
liberdades dos funcionários, tolhendo a criatividade e as iniciativas. No Bra-
sil, há predominância da tecnologia de produção em massa, prevalecendo 
43UNIDADE I Introdução ao Turismo 43UNIDADE II Perspectiva e Integração
estratégias que visam disciplinar os trabalhadores e não que visam obter seu 
consentimento. As formas de gestão liberais procuram fazer com que os con-
troles sejam introjetados pelos agentes sociais e funcionem simbolicamente. 
Deve-se reconhecer que a sociedade brasileira assume características auto-
ritárias, tais como: discriminatória, patriarcal, hierarquizada, centralizadora, 
predatória e desperdiçadora, o que reflete nas organizações que a compõem. 
Assim, é necessário que as empresas brasileiras modifiquem as formas de 
gestão que inibem a competição inovadora. Em relação à moralidade tam-
bém é preciso novas formas para enfrentar a delicada questão do oportunis-
mo com a qual os agentes estão imbuídos por formação.
Sem desconsiderar essas características ou identidade brasileira pesquisadas nos 
anos 80, sabemos que hoje as mudanças aconteceram por meio da educação, tecnologia e 
outros. Atualmente, o perfil dos turistas brasileiros para consumo e para as relações estão 
muito melhores e mais exigentes.
FIGURA 3 - PRAIA DE MURO ALTO - PE
2.3 Desafio primário
Tem muitos gestores públicos no Brasil que estão preocupados com os efeitos 
das mudanças climáticas e a relação direta com o desenvolvimento do turismo. Afinal o 
atrativo principal desse nosso país, que é a riqueza natural, está se tornando cada vez mais 
vulnerável diante do ecossistema. As áreas consideradas protegidas e existentes no Brasil, 
por si só, não garantem que o ecossistema seja restaurado ou recuperado plenamente. No 
entanto, por outro lado, existem

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