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Transtornos de Personalidade Personalidade Definição: “é o conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características individuais, em sua relação com o meio, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência”. Constituição Corporal Conjunto de propriedades morfológicas, metabólicas, bioquímicas, hormonais, entre outras, transmitidas ao indivíduo principalmente (mas não apenas) pelos mecanismos genéticos e que se correlacionariam com a personalidade. Ela seria responsável, em boa parte, pelo aspecto corporal do indivíduo, sua aparência física, o perfil de seus gestos, sua voz, o estilo de seus movimentos. Tal constituição teria significativa influência sobre as experiências psicológicas da pessoa ao longo de sua vida. A influência da “constituição corporal” para a personalidade continua uma hipótese a ser verificada. Temperamento Conjunto de particularidades psicofisiológicas e de padrões de reação psicológica inatos, de base neurobiológica, que diferenciam um indivíduo de outro. Ele é determinado por fatores genéticos ou constitucionais precoces, que formariam a base genético-neuronal da personalidade. A identificação de traços e configurações congênitas individuais de temperamento é tarefa muito difícil, já que o que se tem são indivíduos que sempre trazem consigo a combinação dos aspectos inatos aos aspectos adquiridos, aprendidos, incorporados pela interação constante com os pais e a sociedade. Assim, a apreensão do temperamento de uma pessoa, em estado puro, original, é extremamente difícil, se não impossível, pois o temperamento inato se integra ao caráter para formar a personalidade total. Caráter Conjunto de elementos da personalidade de base psicossocial e sociocultural. Ele representaria os aspectos da experiência psicológica do indivíduo que desde cedo incidem sobre seu temperamento. O caráter resultaria do temperamento moldado, modificado e inserido no meio familiar e sociocultural. O termo “caráter”, portanto, diz respeito aos aspectos mais especificamente psicológicos da personalidade. É compreensível que frequentemente não coincidam o temperamento e o caráter, já que, entre ambos, se interpõe o conjunto de funções intelectuais (discriminativas, críticas e judicativas), assim como as inibições e os hábitos criados pela educação. Em certos casos, o caráter se desenvolveria no sentido oposto ao do temperamento, por sobrecompensação psíquica. Transtorno de Personalidade Conceito Pessoas com padrão de personalidades que implica, em sofrimento significativo para si mesmo e para as pessoas que mais convivem com o paciente e problemas de funcionalidade em diversos domínios. Apesar de produzirem consequências muito penosas para o indivíduo, seus familiares e as pessoas próximas, não são facilmente modificáveis por meio das experiências da vida. Características 1. Começam a surgir no final da infância e adolescência e, no início do período adulto, costumam estar claramente configurados. Tendem a durar e permanecer ao longo da vida, a ser relativamente constantes no ciclo vital do indivíduo, com atenuação de alguns traços apenas na idade adulta madura e na velhice. O padrão anormal de comportamento, experiências internas e respostas afetivas e volitivas é persistente e consideravelmente estável, não se limitando a um episódio da vida ou de transtorno mental associado. 2. Conjunto amplo de comportamentos e experiências internas, assim como reações afetivas e cognitivas que são claramente desarmônicas, envolvendo vários aspectos da vida e da experiência do indivíduo, como afetividade, expressão emocional, comportamento (controle de impulsos, modo e estilo de relacionamentos interpessoais). 3. O padrão comportamental é mal-adaptativo, produz uma série de dificuldades para o indivíduo e/ou para as pessoas que com ele convivem. De modo geral, esse padrão está em desacordo com a expectativa da cultura na qual o paciente cresceu e/ou se situa. 4. São condições, de modo geral, não relacionadas diretamente a lesão cerebral evidente ou a outro transtorno psiquiátrico 5. O TP leva a diferentes graus de sofrimento (solidão, sensação de fracasso pessoal, dificuldades nos relacionamentos, vividos com amargura, dor psíquica). 6. Em geral, o TP contribui para pior desempenho ocupacional e social. 7. Nos TPs do Grupo B pode haver certa atenuação; sobretudo a impulsividade e a instabilidade afetiva podem diminuir de intensidade. Outras Informações ・Prevalência de 10 a 15% na população. ・Não é uma doença. ・Grande concorrência de diagnósticos (preenchem critérios para mais de um TP). ・Limitação da validade discriminativa das categorias. ・Marcante presença de elementos valorativos com implicações moralizantes. Muitas vezes o diagnóstico de TP se aproxima de um julgamento moral que define o indivíduo como uma boa ou má pessoa. Grupo A: esquisitice e/ou desconfiança, estranhos, excêntricos Transtorno de Personalidade Esquizoide Padrão de distanciamento nas relações sociais em praticamente todos os contextos da vida, assim como uma faixa restrita de expressão das emoções, verificada sobretudo em contextos de relações interpessoais. O indivíduo apresenta capacidade limitada para expressar sentimentos calorosos, ternos ou raiva para com os outros. Não pode ser notado apenas durante o curso da esquizofrenia, de um transtorno do humor ou de outro transtorno psicótico ou do espectro do autismo. Critérios 1. Não deseja nem desfruta de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família; 2. Tem preferência quase invariável por atividades solitárias; 3. Demonstra pouco interesse em ter experiências sexuais com outras pessoas; 4. Realiza poucas atividades que produzem prazer; 5. Não tem amigos próximos nem pessoas confidentes, a não ser familiares de primeiro grau; 6. Mostra indiferença aparente a elogios ou críticas; 7. Demonstra frieza emocional, apresenta distanciamento ou embotamento afetivo Transtorno de Personalidade Paranoide Padrão de desconfiança difusa das outras pessoas; elas sentem a suspeita de que os outros estão sempre contra elas ou têm motivações negativas, destrutivas, invejosas em relação a sua pessoa. Pessoas com TP paranoide têm sensibilidade excessiva a rejeições e contratempos, desconfiança excessiva e tendência exagerada a distorcer as experiências por interpretar erroneamente as ações dos outros. Tais indivíduos tendem a ter senso obstinado por direitos pessoais e sensação de estar sendo injustiçados em relação a esses direitos, em desacordo com a situação real. Algumas pessoas com TP paranoide apresentam tendência a experimentar autovalorização excessiva, manifesta por meio de atitude persistente de autorreferência. As preocupações com explicações “conspiratórias”, sem fundamento em dados reais, ocupam parte significativa da vida de pessoas com TP paranoide. Critérios 1. Suspeitas recorrentes, sem base na realidade, de estar sendo enganado, maltratado ou explorado. 2. Preocupação sem justificativas ou embasamento e dúvidas sobre a lealdade ou a de amigos e sócios. 3. Porque pensa ou conclui que as informações serão usadas negativamente contra si, reluta em confiar nas outras pessoas e tem medo infundado da ação delas. 4. Tende a perceber significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários ou acontecimentos benignos ou indiferentes. 5. Guarda rancor de forma persistente (p. ex., não perdoa desprezo, insultos ou injúrias). 6. Tende a perceber ataques a sua reputação ou a seu caráter que não são percebidos pelos outros, reage com raiva e contra-ataca rapidamente. 7. Tem suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito à fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual. Transtorno de Personalidade Esquizotípica Aspectos da personalidade em que há desconforto em relacionamentos pessoais, sobretudo à medida em que a intimidade aumenta. Elas têm dificuldadese desconfianças nas relações interpessoais e apresentam, com certa frequência, distorções cognitivas (na forma de perceber e interpretar os fatos) e perceptivas (têm sensações estranhas, percebem coisas no seu corpo, ao seu redor), relacionadas, às vezes, à paranormalidade, a percepções anômalas. Critérios 1. Ideias de referência, ou seja, têm a tendência a interpretar os eventos que acontecem ao seu redor, no seu local de moradia, de trabalho ou lazer, como relacionados especificamente consigo, geralmente com sentido negativo (tudo se refere à pessoa de forma negativa, pejorativa). 2. Ideias e crenças estranhas, tendendo a apresentar pensamento mágico, ideias essas que são inconsistentes com as normas subculturais (de sua família, de seu grupo religioso, de seu grupo de amigos, da escola ou trabalho). 3. Experiências perceptivas incomuns, inclusive ilusões corporais. 4. Pensamento e discurso incomuns. Por exemplo, pensamento vago, exageradamente metafórico, hiperelaborado ou estereotipado (parecem ideias filosóficas, mas é vago, inconsistente e mesmo bastante confuso). 5. Ideação paranoide, indivíduo muito desconfiado. 6. Afetos inapropriados ou muito reduzidos. 7. Comportamento e/ou aparência física (inclusive vestimenta, adornos corporais, cabelos, etc.) muito estranhos; os pacientes parecem demasiadamente excêntricos ou muito peculiares. 8. Ausência de amigos íntimos ou confidentes além dos parentes de primeiro grau. 9. Ansiedade excessiva em situações sociais, que não diminui com a familiaridade em relação a tal situação ou é colorida com ideação paranoide. Grupo B: padrão instabilidade e/ou manipulação, dramáticos, emotivos Transtorno de Personalidade Borderline Importante instabilidade nas relações pessoais, na autoimagem, na vida afetiva e emocional, na identidade pessoal e social, assim como um padrão de impulsividade em diferentes contextos da vida, geralmente com consequências significativas. No domínio cognitivo, pessoas com TPB apresentam distorções como tendência a tomar decisões de risco, processamento de feedback falho, estilo de atribuição defectivo e monocausal, tendência a chegar a conclusões inadequadas e muito apressadamente (jumping to conclusions) e estilo cognitivo paranoide. Há alterações na cognição social, como inferências errôneas em situações sociais, déficit de empatia social, reconhecimento facial pobre e reconhecimento de emoções faciais prejudicado. Epidemiologia ・É a TP mais frequente e importante em populações clínicas, em serviços de saúde mental. ・Mais comum em mulheres, jovens e em populações urbanas e pobres. ・A maioria irá apresentar outro transtorno mental ao longo da vida. Origem Ocorrência na infância de traumas emocionais importantes, negligência, abuso físico e/ou sexual, problemas graves em termos de má ou não responsividade emocional de figuras adultas (sobretudo parentais) de ligação (attachment), além de componente genético. Essas experiências de adversidades graves na infância marcam o indivíduo de tal forma que no período adulto a qualidade e a confiança nas relações interpessoais são gravemente afetadas. Alterações Neurológicas Redução do volume da amígdala e do hipocampo, déficit de ativação em circuitos de regulação do comportamento, como o cíngulo anterior e o córtex pré-frontal dorsolateral, e, diante da exposição a emoções negativas, hiperativação de estruturas do sistema límbico, como ínsula e amígdala. Outras Características Cerca de 25 a 30% das pessoas com TPB apresentam alucinações, principalmente auditivas, sobretudo audioverbais, em forma de vozes. Ocorrem também alucinações visuais em cerca de 10% das pessoas com o transtorno. As alucinações tendem a ser transitórias (podem se tornar crônicas em alguns pacientes), desencadeadas por estresse, e causam muito desconforto. Distorções no contato e na percepção da realidade são também comuns, acometendo pelo menos um quarto das pessoas com TPB. Estima-se que até 75% dos pacientes com TPB apresentem, em algum momento, experiências dissociativas e ideação paranoide O padrão de sociabilidade e de atividades na vida (trabalho, estudo, etc.) tende a permanecer problemático, com funcionamento psicossocial relativamente pobre. Uma parte dos pacientes, entretanto, apresenta melhora em relação a comportamentos suicidas, impulsividade, neuroticismo e traços de agressão-hostilidade. A comorbidade com outros transtornos psiquiátricos (transtornos do humor, alimentares, uso de substâncias, entre outros) e com outros TP permanece relativamente alta ao longo dos anos Critérios 1. Esforços excessivos e desesperados para evitar abandono, real ou imaginário; intensa sensibilidade às menores pistas de possível abandono. 2. Relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, oscilando em períodos de idealização de uma grande “paixão” ou “amizade-adoração” para outros de desvalorização, “ódio” e “rancor” profundos. 3. Perturbação da identidade: dificuldades graves e instabilidade com relação à autoimagem, aos objetivos e às preferências pessoais (inclusive as de orientação sexual e de identidade de gênero). 4. Impulsividade em pelo menos duas áreas autodestrutivas (ex., gastos exagerados, sexo com desconhecidos, uso de substâncias, compulsão alimentar, dirigir de forma perigosa/irresponsável). Atos repetitivos de autolesão. 5. Comportamentos, gestos e atos suicidas repetitivos ou comportamentos de automutilação. 6. Instabilidade emocional intensa, decorrente de acentuada reatividade do humor (irritabilidade ou ansiedade intensas, de poucas horas, raramente de dias), disforias episódicas. 7. Sentimentos crônicos de vazio (sentimentos depressivos com a marca de sentir um vazio interno). 8. Raiva intensa e inapropriada e/ou muita dificuldade em controlá-la (brigas físicas recorrentes, irritação, raiva, explosões comportamentais). 9. De forma transitória, podem ocorrer ideias de perseguição, de que se está sendo traído, perseguido, ameaçado, e/ou sintomas ou episódios dissociativos intensos, decorrentes de estresses, de situações pessoais difíceis. Transtorno de Personalidade Histriônica Pode ser notada certa infantilidade, ou seja, tendência a apresentar reações infantis, regredidas, com pouca tolerância à frustração. Critérios 1. O indivíduo sente desconforto em situações em que não é o centro das atenções. Há busca contínua de atenção e apreciação por parte dos outros; quer ser o centro das atenções. 2. A interação com as pessoas com frequência é caracterizada por comportamento sexualmente sedutor, inadequado e provocativo. 3. O indivíduo apresenta mudanças rápidas das emoções e expressão superficial delas. A afetividade tende, assim, a ser superficial, pueril e lábil. 4. Usa de modo reiterado a aparência física para atrair atenção para si. 5. Estilo de falar e discurso carente de detalhes e de exatidão, com um caráter impressionista, meio vago. 6. O indivíduo utiliza dramatização e autodramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções. 7. Há sugestionabilidade aumentada; o indivíduo é facilmente influenciado por outros ou pelas circunstâncias. 8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são. Transtorno de Personalidade Antissocial As pessoas com TPA apresentam muita dificuldade em ter uma interação afetiva recíproca, respeitosa e duradoura. Com frequência, não têm consideração ou compaixão pelas outras pessoas; mentem, enganam, trapaceiam, prejudicam os outros, mesmo a quem nunca lhes fez nada. pessoas com TPA têm muita dificuldade nas relações interpessoais; falta-lhes sensibilidade ao sofrimento dos outros (ou podem apresentar mesmo elementos de sadismo, tendo satisfação ou prazer com o sofrimento alheio). Há um padrão difuso de desconsideração pelas outras pessoas, violação dos direitos alheios. Outras características que são também com frequência encontradas: 1) propensão marcante para culpar os outros ou paraoferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que gerou seu conflito com a sociedade; 2) crueldade e sadismo; 3) indiferença e insensibilidade aos sentimentos alheios. Critérios 1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais. Repetição de atos que podem constituir motivos de detenção. 2. Tendência à falsidade, a mentir repetidamente, a praticar a falsidade, falsificar nomes, documentos, trapacear para ganho pessoal ou por prazer. 3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro. No sentido da impulsividade e da inconstância, pode haver incapacidade de manter relacionamentos, embora não haja dificuldade em iniciá-los. 4. Irritabilidade e agressividade, envolvimento frequente em brigas, lutas e agressões verbais e físicas. Hostilidade em muitos contextos. Nesse sentido, também é comum haver baixa tolerância a frustrações e baixo limiar para descarga de agressão, inclusive violência. 5. Descaso pela segurança de si e dos outros. 6. Irresponsabilidade reiterada, indicada por falha em manter conduta consistente no trabalho ou em honrar obrigações financeiras (ex. pagar contas). Dessa forma, esses indivíduos apresentam irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais. 7. Ausência de remorso, verificada pela indiferença ou racionalização em relação a ter ferido, maltratado, prejudicado gravemente ou roubado outras pessoas. Assim, verifica-se muitas vezes incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência, particularmente com a punição. Transtorno de Personalidade Narcisista Padrão de comportamentos no qual predominam a necessidade de ser admirado, a grandiosidade (em fantasia ou na vida real) e a falta de empatia. Critérios 1. O indivíduo apresenta senso grandioso (e irreal) da própria importância. Julga ter talentos especiais e espera ser reconhecido como superior sem que tenha feito algo concreto para isso. 2. É muito voltado para fantasias de grande sucesso pessoal, de poder, brilho, beleza ou de um amor ideal. 3. Acha-se excepcionalmente “especial” e “úni-co”, acreditando que só pessoas ou instituições também excepcionalmente especiais ou únicas podem estar a sua altura. 4. Requer admiração excessiva. 5. Apresenta expectativas irracionais de tratamento especial, sentimentos de ter “direitos”, ou de que as pessoas estejam de acordo com suas expectativas. 6. Tende a ser “explorador” nas relações interpessoais, buscando vantagens sobre os outros para atingir seu fim ou sucesso pessoal. 7. Sem empatia pelos outros, reluta em reconhecer os sentimentos e as necessidades das pessoas ou em se identificar com elas em tais sentimentos e necessidades. 8. Frequentemente invejoso dos outros ou do sucesso alheio; acha sempre que os outros têm inveja dele. 9. É frequentemente arrogante nos seus comportamentos e atitudes. Grupo C: padrão de ansiedade, controle ou insegurança Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva Pessoas muito controladoras em relação a sua vida e suas relações interpessoais, que apresentam estilo perfeccionista e carente de flexibilidade. Dessa forma, esse padrão de personalidade se caracteriza pela rigidez e controle, pela dificuldade em relaxar e ter prazer na vida, nas relações interpessoais, sobretudo quando tal prazer depende de “desligar um pouco” e deixar as coisas acontecerem. Pode haver também adesão excessiva às convenções sociais e certo pedantismo. Epidemiologia ・Mais prevalente em homens ・Relacionada a pessoas com maior escolaridade, casadas e empregadas ・Com frequência se associa a transtornos de ansiedade Critérios 1. Preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas a ponto de o objetivo principal da atividade que realiza ser perdido. 2. Perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas e preocupação indevida com detalhes da vida. 3. Dedicação excessiva ao trabalho e à produtividade em detrimento de ocupar-se com amizades, lazer, relações pessoais (não explicada por dificuldades financeiras). 4. Excesso de escrúpulos e inflexibilidade em relação a assuntos de moralidade, ética ou valores (não explicado por questões religiosas ou culturais). 5. Incapacidade de jogar fora objetos usados ou sem valor, mesmo quando não têm valor sentimental. 6. O indivíduo reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam ao seu modo exato de fazer as coisas. Insistência incomum para que os outros se submetam exatamente a sua maneira de fazer as coisas. 7. Estilo mesquinho para lidar com gastos, com o dinheiro, mesmo que isso não se justifique por carência econômica. 8. Tendência a rigidez e teimosia. Transtorno de Personalidade Dependente Os indivíduos são muito dependentes de outras pessoas (com frequência de uma pessoa principal); como consequência, acabam por se submeter de forma intensa a elas. Temem intensamente a separação dessas pessoas. Nesse contexto, são indivíduos que se percebem como incapazes, sem habilidades pessoais, até para tomar decisões na vida diária, como o que vestir, com quem devem ter amizade, o que fazer no trabalho. Critérios 1. Subordinação das próprias necessidades e desejos àqueles dos outros dos quais é dependente. 2. Dificuldades para tomar decisões cotidianas e solicitação constante de que outros (dos quais depende) tomem as decisões diárias e importantes em sua vida. Esses indivíduos pedem frequentemente reasseguramentos e conselhos dos outros. 3. Necessidade de que os outros assumam responsabilidade na maior parte dos assuntos de sua vida. 4. Dificuldades em manifestar desacordo em decorrência do medo que têm de perder o apoio ou a aprovação. 5. Dificuldades em iniciar projetos, em fazer coisas por conta própria, por falta de confiança em si, nas suas capacidades ou julgamentos (não se trata de falta de motivação ou energia, mas de falta de autoconfiança). 6. Tais pessoas podem ir a extremos para obter apoio, aprovação e carinho dos outros, a ponto de se voluntariar para fazer coisas desagradáveis. 7. Sentimento de desamparo e desconforto significativo quando sozinho por causa de medo exagerado de ser incapaz de se cuidar. 8. Logo após o término de um relacionamento íntimo, tais pessoas buscam intensamente, com urgência, outro relacionamento para obter fonte de cuidado e apoio. 9. Preocupações e/ou medo importante de ser abandonado à própria sorte. Transtorno de Personalidade Evitativa Padrão importante de inibição social, sentimentos marcantes de inadequação e uma sensibilidade muito acentuada diante da possibilidade de receber avaliações negativas das outras pessoas. Critérios 1. Evitação de atividades profissionais ou estudantis que impliquem contato interpessoal significativo, pois o indivíduo tem muito medo de críticas, desaprovação ou rejeição. 2. Falta de disposição para se envolver com outras pessoas. 3. Reserva e evitação de relacionamentos íntimos, decorrentes do medo de passar vergonha ou ser ridicularizado. 4. Muita preocupação com possíveis críticas ou rejeição em situações sociais. 5. Inibição para interações, decorrente dos sentimentos de inadequação. 6. Tendência a ver a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferior aos outros. 7. Relutância em assumir riscos pessoais ou em se envolver em atividades ou situações novas por medo de constrangimentos.
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