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18 de brumário de lúis bonaparte


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UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
Sociologia Clássica – ENPE 2021
Texto: O 18 de Brumário de Luís Bonaparte – Karl Marx
	Marx aborda a chegada de Luís Bonaparte ao poder até seu golpe de estado, ou seja, de 1848 até 1851. Essa abordagem é feita a partir do que veio a ser chamado materialismo histórico dialético, o método sociológico que Marx utiliza e apresenta.
	O autor passa por alguns pontos principais dos eventos que sucederam o final da Monarquia de Julho, iniciando no período de fevereiro quando o governo francês se auto proclamou provisório e apesar do objetivo inicial desse período ser uma reforma eleitoral para derrubar o domínio da aristocracia financeira, não ocorreram medidas efetivas. Logo após o início do conflito, a realeza fugiu do país, tornando óbvia a opção da instauração de uma república – burguesa ou social. Porém, enquanto o proletariado parisiense contemplava sua nova perspectiva, os velhos poderes se reuniram e receberam o apoio de toda a nação francesa para voltarem à arena política.
	Após a revolução de 1848, ocorreu uma Assembleia Nacional que pretendia tomar medidas contra as propostas que visavam “reduzir os resultados da revolução no parâmetro burguês”, quando a classe proletária francesa ficou sabendo do intuito dessa assembleia, tentou em vão negar sua existência e acabar com a estrutura orgânica reacionária que a ameaçava. As exigências feitas pela classe trabalhadora foram consideradas baboseiras utópicas e detidas pela Assembleia, a respostas contra esse acontecimento foi a Insurreição de Junho.
	A Insurreição de Junho foi o primeiro grande embate entre a burguesia e o proletariado, porém, sem seus aliados e líderes, a derrota sofrida pelos trabalhadores foi sangrenta. Após a Insurreição, a burguesia triunfou e teve apoio de todas as classes da nação, enquanto o proletariado ficou por si. A partir daí todas as tentativas da camada proletária de revolta foram fracassando; seus representantes mais expressivos foram retirados de cena e substituídos por personagens mais ambíguos, porém, apesar de seu fracasso, os insurgentes trouxeram uma nova pauta na Europa além da monarquia e da república burguesa.
	Durante o mês de junho, todas as classes se reuniram contra a classe proletária no chamado “Partido da Ordem”, eles consideravam que estavam protegendo a sociedade dos vilões que queriam acabar com a propriedade, a família e a religião, assim, toda e qualquer reivindicação contra a reforma financeira burguesa era taxada como atentado à sociedade e estigmatizada como socialismo. Por fim, os próprios defensores da religião e da ordem são retirados de suas casas à pontapés, burgueses fanáticos pela ordem são fuzilados por pelotões de soldados bêbados, suas casas são bombardeadas, tudo em nome da propriedade, família e ordem. A escória da sociedade acaba por formar a falange da sagrada ordem e o “herói Crapulinski” (Luís Bonaparte) entra triunfalmente como salvador da sociedade.
	Esse último ponto com o qual Marx finaliza o primeiro capítulo se assemelha com a situação enfrentada pelo Brasil de 2017 até o momento atual e provavelmente até 2022. A direita super poderosa contra uma esquerda fraca que perdeu seu líderes simbólicos, e digo que são simbólicos pois apesar da sua agenda não cumprir apenas os interesses do proletariado brasileiro, eles possuíam uma representação forte e importante. Temos também nosso Crapulinski, cujas medidas passam a matar seus próprios eleitores em meio à uma pandemia e todos que vão contra ele são estigmatizados como socialistas e esquerdopatas.