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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE *A APS pode ser entendida como um nível de atenção do sistema de saúde (porta de entrada) e como um modelo de organização de um sistema de saúde. *Fornece atenção para todas as condições, exceto as mais incomuns e raras. *No Brasil, a APS nasce com características de APS seletiva (realizada com programas focalizados e seletivos), mas, a partir do momento em que é assumida como estratégia para reorientação do modelo assistencial, no contexto do SUS, pode ser caracterizada como uma APS integral (caracterizada como uma concepção de modelo assistencial e de organização do sistema de saúde). *Os princípios gerais da APS têm base na Declaração de Alma-Ata; 4 atributos essenciais: acesso ou primeiro contato, integralidade, longitudinalidade e coordenação do cuidado; 3 atributos derivados: orientação familiar, orientação comunitária e competência cultural. *Histórico: - Relatório de Dawson: escrito por um médico britânico (1920), no qual a ideia de atenção primária foi utilizada pela primeira vez como forma de organização de um sistema de saúde e se tornou alternativa para contrapor o modelo flexneriano. Essa organização caracteriza-se pela hierarquização dos níveis de atenção à saúde. O Relatório Dawson definiu duas características básicas da APS: regionalização e integralidade. - Declaração de Alma-Ata: a OMS fomentou o debate sobre os rumos mundiais para a saúde, gerando, em 1978, na cidade de Alma-Ata (antiga URSS, hoje Cazaquistão), a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, na qual foi proposto o maior nível de saúde até o ano 2000, por meio da APS, conhecida como “Saúde para Todos no Ano 2000”. Nessa conferência, foi escrita a Declaração de Alma-Ata sobre Cuidados Primários, em 134 países (incluindo o Brasil) assinaram uma carta comprometendo-se a modificar seus sistemas de saúde, levando em conta um conjunto de princípios que ampliavam o conceito de saúde. - Carta de Ottawa e o Movimento de Promoção de Saúde: em 1986, em Ottawa, Canadá, foi realizada a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. - Histórico da Atenção Primária à Saúde no Brasil: na década de 1970 houve uma expansão da APS em nível nacional, com o surgimento do Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento do Nordeste (PIASS), cujo objetivo era possibilitar o acesso à saúde às populações marginalizadas, e a criação em 1976 dos primeiros programas de Residência Médica em MFC (na época Medicina Geral e Comunitária). Principalmente após a Constituição, a APS se tornou o modelo de saúde preconizado pelo SUS. Em 1991, criou-se o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e, em 1994, o Programa Saúde da Família. A versão da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) de 2011 manteve a essência da anterior (2006), embora tenha feito mudanças, como a flexibilização de carga horária de médicos (20, 30, 40 h). A Portaria n° 2.436 (2017) aprovou uma nova versão da PNAB, em que a ESF deixou de ser o único modelo para a organização da Atenção Básica no Brasil; passou a ser admitida, também, a composição de equipes multiprofissionais apenas por médicos, enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem (portanto, sem Agente Comunitário de Saúde), com carga horária mínima de 10 horas semanais para os médicos. POLÍTICA BRASILEIRA DE ATENÇÃO BÁSICA *PNAB mais recente foi publicada com a Portaria n°2.436 (2017). Nela, a Atenção Básica é tida como sinônimo de Atenção Primária. *Princípios da Atenção Básica: - Universalidade - Equidade - Integralidade *Diretrizes da Atenção Básica: - Regionalização e hierarquização - Territorialização e adstrição - População Adscrita - Cuidado centrado na pessoa - Resolutividade - Longitudinalidade do cuidado - Coordenar o cuidado - Ordenar as redes - Participação da comunidade *A Atenção Básica é parte integrativa das Redes de Atenção à Saúde (RASs) e atua como porta de entrada preferencial e ordenada dessas redes e coordenadora dos cuidados nelas oferecidos. Para cumprir a sua missão, a Atenção Básica deve apresentar alta resolutividade, com capacidade clínica e de cuidado, e incorporação de tecnologias leves, leve-duras e duras (diagnósticas e terapêuticas), além de articulação com os demais serviços da rede. *A Atenção Básica funciona nas chamadas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) e Unidades Odontológicas Móveis (UOM), onde atuam equipes multiprofissionais. As UBSs funcionam 40 h semanais, 5 dias por semana, no mínimo. Podem ter até 4 equipes de Atenção Básica ou Saúde da Família. As equipes devem assumir a responsabilidade sanitária por uma população de 2 a 3,5 mil pessoas (PNAB 2017), contudo, a partir da portaria do Programa Previne Brasil, o número máximo foi ampliado para até 4 mil vidas (2 – 4 mil pessoas). Todas as UBSs devem monitorizar a satisfação dos usuários e assegurar acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da sua área de abrangência. *Há 5 tipos de equipes multiprofissionais que podem atuar na Atenção Básica: - Equipe de Saúde da Família (ESF) – EXIGE ACS (400 – 750 pessoas por ACS); 40 h (exceto médico) - Equipe de Atenção Básica (EAB/EAP) – NÃO EXIGE ACS; 10 h - Equipe de Saúde Bucal (ESB) - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB/NASF-AP) – dar suporte (clínico, pedagógico e sanitário) às ESFs e EABs - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) *Com o novo modelo de financiamento de custeio da APS, instituído pelo Programa Previne Brasil, por meio da portaria n° 2.979 (2019), alguns instrumentos normativos foram revogados, entre os quais as normas que definem os parâmetros e custeio do NASF-AB. Dessa forma, a composição de equipes multiprofissionais deixa de estar vinculada às tipologias de equipes NASF-AB. Com essa desvinculação, o gestor municipal passa a ter autonomia para compor suas equipes, multiprofissionais, definindo os profissionais, a carga horária e os arranjos de equipe. O gestor municipal pode então, cadastrar esses profissionais diretamente nas equipes de Saúde da Família ou equipes de Atenção Primária, ampliando sua composição mínima. Poderá, ainda, manter os profissionais cadastrados como equipe NASF-AB ou cadastrar os profissionais apenas no estabelecimento de atenção primária sem vinculação a nenhuma equipe. *Financiamento da Atenção Básica: o financiamento é tripartite. Programa Previne Brasil (2019): - Captação ponderada + Pagamento por desempenho + Incentivo para Ações Estratégicas. - Captação Ponderada: repasse calculado com base no número de pessoas cadastradas. Ela considera fatores de ajuste, como vulnerabilidade socioeconômica, perfil de idade e classificação rural-urbana do município. - Pagamento por desempenho: considera os resultados dos indicadores alcançados pelas equipes. Os valores serão recalculados a cada 4 competências e transferidos mensalmente, sendo utilizados os dados colhidos pelo SISAB. OBS: com a implementação do pagamento por desempenho, os indicadores deixaram de se vincular ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básico (PMAQ). - Incentivo para ações estratégicas: o cálculo para definição dos recursos financeiros para incentivo de ações estratégicas considera as especificidades e prioridades em saúde, os aspectos estruturais das equipes e a produção em ações estratégicas em saúde. PROGRAMA/ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA *Foi criado no Brasil em 1994, com a publicação do Ministério da Saúde Programa de Saúde da Família: dentro de casa. Seu antecedente imediato foi o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). *Para ser ACS de determinada unidade de saúde, o profissional deve morar na área adscrita de abrangência da unidade, terno mínimo o ensino fundamental e ter realizado o curso introdutório de ACS. *1997: observa-se a mudança de sua característica de programa para Estratégia Saúde da Família (sem tempo determinado para o término). SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE *SIH-SUS; SIM; SINITOX; SINASC; CNES; SIA-SUS. *Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). É alimentado pelo Sistema e-SUS AB: sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS – sem internet) e sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC – com internet).
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