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1 1 Sumário 1. Conceito: ........................................................................................... 1 2. Espécies de orçamento: .................................................................... 1 3. Natureza Jurídica : ............................................................................ 2 4. Classificação das Receitas: ............................................................... 3 5. Princípios orçamentários: .................................................................. 4 6. Princípios da LRF .............................................................................. 7 7. Renúncia de Receita (art. 14 LRF) .................................................. 10 8. Normas gerais de Direito financeiro (Lei 4.320 de 64) ..................... 11 9. Leis Orçamentárias. Art. 165 CF. .................................................... 12 10. Créditos adicionais: ...................................................................... 17 11. Controle da Administração Pública. .............................................. 27 1 Direito financeiro 1. Conceito: Disciplina jurídica da atividade financeira do Estado; “Ação do Estado na obtenção de receitas, em sua gestão, e nos gastos para desenvolvimento de suas funções.” Instrumento de planejamento que leva em conta aspectos do passado, a realidade presente e projeções para o futuro. 2. Espécies de orçamento: A) Orçamento Clássico ou tradicional: Constava apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. Peça meramente contábil, um documento de previsão de receita e autorização de despesa.Não questionava objetivos e metas. B) Orçamento de desempenho ou por realizações: neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com os resultados dos gastos e não apenas com o gasto em si. Preocupa-se em saber “as coisas que o governo faz e não apenas as coisas que o governo compra”. Ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo. C) Orçamento-programa: introduzido através da lei 4.3208/64 e do DL 200/67. É entendido como um plano de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementadas, bem como a previsão dos custos relacionados. 2 A CF implantou definitivamente o orçamento-programa, ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária através do PPA, LDO e LOA. D) Orçamento de base zero ou por estratégia: Técnica utilizada para a confecção do orçamento-programa, consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Na fase de elaboração da proposta orçamentária,haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada area, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial. E) Orçamento-Participativo: participação direta e efetiva das comunidades na elaboração da proposta orçamentária do governo. A iniciativa pode ser resumida na busca de uma decisão descentralizada. Criação de conselhos populares. 3. Natureza Jurídica : Segundo definição de Ricardo Lobo Torres, em conformidade com entendimento do STF, o orçamento é lei em sentido formal. Sendo peça formalmente instrumentalizada por meio de lei mas com matéria de ato político-administrativo. Apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, sem criar direitos subjetivos e sem modificar as leis tributárias e financeiras. ● Orçamento autorizativo: a efetivação das despesas autorizadas não é obrigatório. O próprio ordenamento jurídico trata o orçamento público como lei (art. 165 CF ): Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 3 I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. ● Tendo as seguintes características: I. Temporária: lei de vigência limitada; II. Especial: de conteúdo determinado e processo legislativo peculiar; III. Lei ordinária: aprovada por maioria simples. ● Unidade: conjunto de normas organizadas que tratam da atividade financeira sob o aspecto jurídico e se diferencia dos outros sistemas/subsistemas; ● Coerência: normas que se relacionam de forma coerente e possuem mesmo critério de validade; ● Completude: normas e relações que estão unificadas pela conexão material com a atividade financeira do Estado; ● Sistema Constitucional Financeiro: Constitucionalização das finanças públicas. ● Receitas públicas: recursos nos cofres públicos de forma definitiva. ● Meros ingressos/fluxo de caixa: valores repassados à Adm. Pública mas que, por força de lei ou de contratos, são posteriormente devolvidos. 4. Classificação das Receitas: a) Econômica ou legal: Corrente: contínuas; De capital: não contínuas - definitivas. b) Conforme a origem: Receita originária: origem no patrimônio próprio; Receita derivada: origem no patrimônio do particular . Ex. multas e tributos. Receitas transferidas: São aquelas decorrentes da transferência entre os entes da Federação. A hipótese 4 mais comum é a repartição da arrecadação tributária, realizada nos termos dos artigos 157 a 162 da CF. 5. Princípios orçamentários: A) P. da legalidade: Não pode haver despesa pública sem a autorização legislativa. (art. 167, I e II CF): Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; ➢ Exceção: abertura de crédito extraordinário em situações imprevisíveis e urgentes por meio de MP (União) e Decretos (Entes). B) Princípio da Anterioridade ou precedência: O orçamento deve ser aprovado antes do início do exercício financeiro. ➢ Exceção: créditos suplementares, especiais e extraordinários (art. 165, §8 e art. 167, V, §2 e 3 da CF): Art. 165: § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Art. 167: § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus 5 saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. C) P. da Universalidade: Todas as despesas e receitas orçamentária devem estar compreendidas no orçamento. ➢ Exceção: Súmula 66: é legítima a cobrança de tributo se houver sido criado após o orçamento, mas antes do respectivo exercício financeiro. Sub-princípio do orçamento-bruto, que indica que todas as receitas e despesas constarão na lei orçamentárias pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. D) P. da unidade: O orçamento é uno, no sentido de totalidade e harmonia (compatibilidade); E) P. da exclusividade: O orçamento não pode conter dispositivo estranho à previsão de receitas e a fixação de despesas. ➢ Exceção: autorização para abertura de crédito suplementar e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita (tipo de empréstimo art. 165, §8 cf). F) P. da não afetação de receitas (não-vinculação): É proibido vincular receitas de impostos a órgão, fundo ou despesa.➢ Exceto: os recursos para saúde ou ensino, a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita ou garantia à União e para pagamento de débito para com esta. Julgado à respeito: O artigo 167, IV, da Constituição Federal veda o estabelecimento de vinculação de receitas proveniente de impostos, 6 quando não previstas ou autorizadas na Constituição Federal, porquanto cerceia o poder de gestão financeira do chefe do Poder Executivo e obsta o custeio das despesas urgentes, imprevistas ou extraordinárias, que se façam necessárias ao longo do exercício financeiro, tanto mais que deve dar-se aplicação aos recursos de receita pública consoante critérios de responsabilidade fiscal consentâneos com os anseios democráticos. (...) A vedação à vinculação da receita é norma que preserva a separação dos poderes, o princípio democrático e a responsabilidade fiscal, de modo que o artigo 167, IV, da Constituição faz jus à sua simétrica aplicação por todos os entes da Federação. A destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde figura dentre as exceções à regra constitucional de vedação à vinculação de receitas, máxime por estar expressamente estabelecida no texto constitucional. [ADI 5.897, rel. min. Luiz Fux, j. 24-4-2019, P, DJE de 2-8-2019.] ● DRU: Desvinculação de receita da União, é um dispositivo do Governo Federal para desvincular um percentual da receita tributária para que ele possa ser usado livremente. Desde a emenda 87/15 o percentual é de 30%. G) P. da Anualidade ou Periodicidade: É imprescindível um novo orçamento a cada período de 12 meses. H) P. da especialização ou especificação ou discriminação: É vedada a consignação de dotações globais (gerais) para atender as despesas. A discriminação tem que se dar no mínimo por elementos. I) Proibição do estorno de verbas: São vedadas a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa, bem como a utilização, sem autorização legislativa, dos recursos de orçamento fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações ou fundos. J) P. do equilíbrio: o orçamento deve ser aprovado com igualdade entre receitas e despesas (o artigo 166 §8º da http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750423527 7 CF admite, excepcionalmente, nos casos lá listados, que possa haver um orçamento com desequilíbrio positivo, ou seja, que existam receitas sem as correspondentes despesas (jamais o contrário). 6. Princípios da LRF I. Princípio da transparência nas contas públicas; II. Princípio do equilíbrio fiscal; III. Princípio da prudência fiscal; ● Em que consiste o contingenciamento de despesas? O contingenciamento consiste no retardamento ou, ainda, na inexecução de parte da programação de despesa prevista na Lei Orçamentária em função da insuficiência de receitas. Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. ● Despesa Pública: lei 4.320/64 arts. 58 a 70. a. Empenho; b. Liquidação; c. Pagamento Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. 8 § 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente. § 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para execução depois do término do mandato do Prefeito. § 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos comprovados de calamidade pública. § 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. § 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho. § 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar. § 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento. Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria. Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação. Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. 9 § 1° Essa verificação tem por fim apurar: I - a origem e o objeto do que se deve pagar; II - a importância exata a pagar; III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. § 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base: I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo; II - a nota de empenho; III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço. Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade. Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento. Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias poderão quando expressamente determinadas na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos centrais de administração geral. Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra unidade orçamentária, quando considerada indispensável à movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros comuns às unidades interessadas, a que se realize em obediência à legislação específica. Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo proibida a designação de 10 casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para esse fim. Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamentos. Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei, respeitado o princípio da concorrência. 7. Renúncia de Receita (art. 14 LRF) Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativado impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. § 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, 11 alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. § 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso. ● Limite prudencial: 60% da receita ser usada para pagamento de pessoal. art. 59, §1, II. Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem: II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite; *Limite de alerta: 90% dos 60%. ● RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentária . Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. 8. Normas gerais de Direito financeiro (Lei 4.320 de 64) Ciclo Orçamentário e o Exercício Financeiro: 12 A) Elaboração: Estudos preliminares em que são estabelecidas as metas e as prioridades, definição de programas, de obras e as estimativas das receitas, sendo possível a discussão com a população e entidades representativas (orçamento participativo). O MP, Judiciário, Legislativo enviam propostas parciais quanto às suas despesas. B) Apreciação e votação: cabe ao Poder Legislativo apreciar a proposta enviada pelo Executivo, podendo emendá-la segundo certos critérios ou até mesmo rejeitá-la. Mesmo após o final da votação do orçamento poderá haver a votação de autorizações para a abertura de créditos adicionais. C) Execução: encerrado o processo legislativo, o Executivo terá trinta dias para estabelecer a programação financeira e o cronograma de execução de desembolso dos valores. D) Controle: depois de executada a despesa ou de forma concomitante a esta, caberá aos órgãos de controle apreciar e julgar se a aplicação dos recursos públicos se deu nos termos previstos nas leis orçamentárias. 9. Leis Orçamentárias. Art. 165 CF. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. ● Características: I. Ordinárias; II. Formais; III. Temporárias. 13 ● Plano Plurianual: § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Art. 167. CF . 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. *No Brasil, o exercício financeiro tem duração de doze meses e coincide com o ano civil, conforme disposto no art. 34 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964. ● Lei de Diretrizes Orçamentárias § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A72 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A72 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A72 14 e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. § 2o O Anexo conterá, ainda: I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; IV - avaliação da situação financeira e atuarial: a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. § 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as 15 contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. § 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente. Compreenderá as metas e prioridades da adm. pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da LOA, disporá sobre as alterações nas legislações tributárias e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras (bancos) oficiais e de ofício. O Congresso tem de aprovar a LDO até 17 de julho (recesso) - Primeiro Período Legislativo. Do contrário, não ocorrerá recesso Parlamentar do meio do ano (art. 57, §2 CF) Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á,anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Conterá anexo de metas fiscais, com duração trienal. Não é condição para criar tributos. ● Lei Orçamentária Anual (art. 165,§5 III) § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 16 II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter- regionais, segundo critério populacional. § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. I. Orçamento fiscal; II. Orçamento de investimento; III. Orçamento da Seguridade Social. -Principal atribuição: Previsão de receita e despesa. ● Princípios da LOA: (lei 4.320/64 - Lei Ordinária recepcionada como Lei Complementar) : -Princípio da Unidade - um documento só; -Princípio da Anualidade - lei anual; -Princípio da Universalidade - Todos os gastos devem estar previstos nela; ● Princípios constitucionais da LOA: 17 -Princípio da Exclusividade - Limitação de crédito, precisão da finalidade do crédito. § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. -Princípio da Especificação - LRF Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: § 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. Art. 167. § 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. -Princípio da não vinculação - não vinculação de imposto (receita) a órgão, fundo ou despesa. Art. 167. É vedado: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; *Reserva de contingência - dinheiro para os riscos fiscais. -DRE - Desvinculação de Receita Estadual de 30% da receita relativas a impostos taxas e multas até 2023. 10. Créditos adicionais: 18 Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. ● Tipos de Créditos adicionais: I. Suplementar - para reforçar a dotação orçamentária : tinha previsão, mas a receita foi insuficiente; II. Especial - destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III. Extraordinário - destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra declarada, com ação intestina ou calamidade pública. Art. 157. É vedado: V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; -É vedado abrir crédito suplementar ou especial sem: ● Autorização Legislativa (PLO); ● Indicação dos recursos correspondentes - Cre. *Extraordinário pode ser por MP; 1. Processo de elaboração da Legislação Orçamentária (art. 166 CF). I. Comissão (Permanente- Estadual) (Mista - União); -O parlamentar para conseguir uma emenda ao projeto de lei orçamentária do governo, tem que apresentar emenda de acordo como PPA, LDO e apresentar recursos de anulação de projetos e atividades do governo, trazendo recursos para sua emenda, Não pode anular: a. Despesa com pessoal; b. Pagamento da dívida; 19 c. Transferências tributárias constitucionais para os outros entes. *A EC. 100 instituiu uma parcela destinada às emendas parlamentares. O Projeto de Lei Orçamentária da União tem que ser enviado até 31 de agosto, sob pena de crime de Responsabilidade. Lei 4320/64. Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente. -Se não receber no prazo correto o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei Orçamentária vigente. *É o fenômeno da Anomia Orçamentária : virar o exercício financeiro sem votar a lei orçamentária. Execução provisória: antecipação da LDO. 1. Despesas Públicas: Obrigatórias- manutenção da máquina. ● Despesa Corrente : vencimento do servidor. Manutenção/custeio; ● Despesa de Capital: Obra pública. 2. Procedimento da Despesa I. Empenho Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do 20 credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria. Os empenhos podem ser classificados em: -Ordinário: tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez; -Estimativo: empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros; e -Global: empenho utilizado para as despesas contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis. O empenho poderá ser reforçado quando o valor empenhado for insuficiente para atender à despesa a ser realizada, e caso o valor do empenho exceda o montante da despesa realizada, o empenho deverá ser anulado parcialmente. Será anulado totalmente quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido emitido incorretamente. II. Liquidação A liquidação da despesa é, normalmente, processada pelas Unidades Executoras ao receberem o objeto do empenho. Lei 4320/64 Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. A liquidação das despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base: o contrato, ajuste ou acordo respectivo; a nota de empenho; os comprovantes de entrega de material ou da prestação do serviço. Principaisdocumentos contábeis envolvidos nessa fase: NS (Nota de Sistema) e NL (Nota de Lançamento). 21 III. Pagamento O pagamento representa o terceiro estágio e será processado pela Unidade Gestora Executora no momento da emissão do documento Ordem Bancária e documentos de retenções de tributos, quando for o caso. Consiste na entrega de numerário ao credor e só pode ser efetuado após regular liquidação da despesa. ordem de pagamento como sendo o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa liquidada seja paga. IV. O art. 16 da LRF inclui a - Fase prudencial - para despesa criada ao longo do exercício financeiro e sem previsão na LOA - créditos suplementares, especiais: -Criação, expansão ou aperfeiçoamento de despesas. -Estimativa do impacto orçamentário no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes. -Declaração de ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o PPA e com LDO. *Fazer a despesa sem apresentar tais documentos: A LRF considera não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público - nulidade absoluta. Contudo a doutrina considera a nulidade relativa, ou seja, só se anula se houver prejuízo ao patrimônio público. Havendo convalidação, se atendidos a eficiência, economicidade e efetividade o interesse público. *Despesa de irrelevante valor não exige. Dispensa de licitação. O STF decidiu que o art. 23, §1 e 2, da LRF, são inconstitucional, prevalecendo a irredutibilidade do salário e da carga horária do servidor público, mesmo que os entes ultrapassem o teto das despesas com pessoal. 22 ● Despesa com pessoal I. União: 50% limite global da receita corrente líquida; II. Estados: 60% da receita corrente líquida. Leva em conta os valores de terceirização. *O repasse de dinheiro público para uma ONG qualificada como OS gaste, está fora da LRF. -Delegados tem tratamento diferenciado por exercer função típica de Estado. art. 3 lei 9.801/99 (30% no máximo de exoneração). ● Pagamento feito por despesa proveniente de decisão judicial condenatória Requisições: precatório e RPV. ❖ Precatório Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. -Fazenda Pública (toda e qualquer P.J. de direito público), Empresa estatal prestadora de serviço público. *prestadora de atividade econômica não. -Precatório é utilizado para pagamento de quantia certa. I. Penhora online: para obrigação de fazer/dar. Ex. remédio. § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício 23 seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. ● Inativo Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. § 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. § 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. § 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua instituição -Regime próprio de Previdência Social - Estatutário Cada ente tem um regime e institui a porcentagem de contribuição. 24 -Se os entes não pagarem, a União faz intervenção por descumprimento de decisão judicial. Art. 34, VI CF. ❖ Requisição de pequeno valor- RPV Leis próprias definirão este valor tendo como teto mínimo o valor do maior benefício do Regime Geral de Previdência Social. Art. 87 do ADCT : - 60 SM - União; - 40 SM - Estados; - 30 SM - Municípios. - Ordem de pagamento de precatórios: Créditos de natureza alimentícia : salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez exceto os casos em que os titulares desse direito tenham 60 anos, ou doença de natureza grave, até o valor equivalente ao triplo do RPV. ● Receita Pública ❖ Lei 4.320/64 (conceito amplo): Qualquer ingresso, entrado, movimento, fluxo de caixa. ❖ Doutrina: o que entra e fica: tributo. ❖ Lei de responsabilidade fiscal: Receita corrente líquida: Somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviço, transferências correntes e outras receitas também correntes. (art. 2, IV). 1. Receita corrente: Tributos, patrimonial, industrial. São destinadas para despesas de manutenção. 2. Receita de capital: alteram o patrimônio duradouro do Estado, com os produtos. Conversão em espécie de bens. 25 ➢ Classificação quanto à compulsoriedade: A) Receita derivada: proveniente de impostos; B) Receita originária: I. Patrimonial: entrega do domínio útil de bem público a particular com pagamento de aluguéis . Foro de terreno de marinha. Laudêmio=valor pago pelo comprador do enfiteuta à união. II. Royalt: Receita originária + receita corrente (patrimonial da união). III. Teoria dos preços públicos: valor recebido do particular pela prestação de um serviço prestado pelo próprio governo. OBS: Tarifa pública: quando quem cobra é uma concessionária. Taxa (tributo): forma de criação, compulsoriedade, serviço essencial, indelegável, receita derivada. A LRF obriga o ente a criar todos os tributos que foram postos na competência destes. Art. 11: Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. Contudo, a Constituição Federal não obriga. ➢ Renúncia De acordo com a LEI Complementar n 101/00, compreende-se como modalidade de renúncia o crédito presumido: ▪ Anistia; ▪ Isenção em caráter não geral; 26 ▪ Outras benefícios; ▪ Base de calculo; ▪ Remissão; ▪ Alteração na alíquota; ▪ Subsídios. ➢ Dívida Pública (empréstimos) A doutrina não considera receita; Regra de ouro: não pode fazer dívida pública para pagar despesa corrente. Operações de crédito só podem swer feitas para despesa de capital. Art. 167, III: Art. 167. São Vedadas: III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; - Não ferem o princípio da exclusividade. - Está dentro da previsão da LOA. - Tanto a dívida consolidada, quanto a dívida mobiliária dos estados e municípios são reguladas pelo Senado. - Nada impede que a União seja credor. Contudo não é permitido o empréstimo ente entes públicos. LRF: Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente. - É vedado ao ente da federação a realização de operação de crédito com uma instituição financeira que seja de seu controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. LRF:Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. 27 Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios. 11. Controle da Administração Pública. 11.1. Controle interno (art. 74, VI da CF): Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 11.2. Controle externo (art. 74, §2 CF): § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. 11.3. Controle Parlamentar: CF.Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e 28 sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 29 X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. - O controle externo, a cargo do Congresso Nacional/Câmara Legislativa, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União/Estadual. ➢ Somente São Paulo e Rio de Janeiro têm Tribunais de conta Municipais. - A CF proibiu a criação de Tribunais de contas municipais, quem controla as contas de todos os municípios do estado é o TCE. 11.3.1. Controle Externo Parlamentar direto: Podem convocar ministros de Estado ou qualquer titular de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República, para prestar pessoalmente informações sobre assuntos previamente definidos, importando em crime de responsabilidade, a ausência sem justificativa adequada. ➢ Decreto autônomo independente: o Executivo podia, na ausência ou omissão do legislativo, legislar criando deveres e direitos. *A CF baniu. - Compete ao CN sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 30 11.3.2. Controle Externo Parlamentar Indireto (com auxílio do Tribunal de Contas) - O Tribunal não é órgão auxiliar do CN, é independente, possui suas atribuições definidas na CF. -Órgão judicante que tem independência, sem vinculação a nenhum poder. A) Atribuições do Tribunal de contas: - Deverá prestar contas: qualquer pessoa física ou jurídica que administre e gerencie, utilize bens, dinheiro e valores públicos. - Apreciar as contas do Chefe do Executivo, mediante parecer. -Quem julga as contas é o poder legislativo. (art. 49) IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; I. Controle do Tribunal de Contas em relação a: A) Ato administrativo de contas (art. 71, X da CF). X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; As decisões do TCU vinculam o Poder Executivo no controle externo. O Poder Executivo pode recorrer ao judiciário pleiteando a não sustação determinada pelo TCU. B) Contratos Administrativos: O TCU não pode sustar contrato §1 e 2 do art. 71: § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafoanterior, o Tribunal decidirá a respeito. 31 O Tribunal ao encontrar irregularidade em contrário, encaminha a irregularidade ao Parlamento para que este tome as providências, o qual utilizando-se do Princípio da diferença, busca contato com o Poder Executivo para que anule seu ato, sem sendo este omisso quanto a ilegalidade arguida, o CN sustará o contrato. - Contudo, se nem o Poder Executivo, nem o CN tomarem as devidas providências no prazo de 90 dias, o TCU decidirá a respeito. Segundo Ricardo Lobo Torres: o Tribunal imporá multa e ressarcimentos aos responsáveis por assinar o contrato considerado ilegal, não podendo sustar o contrato por não ter tal atribuição. O STF entende que mesmo que o Chefe do Executivo assine a -nota de empenho, só o parlamento pode julgar. Todos os atos de admissão e aposentadoria passam pelo Controle do TCU. Contudo, cargos em comissão não se incluem em tal análise. Com base no art. 37, V da CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
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