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Gestantes Daniela Gasparetto AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Roteiro da aula Introdução Anamnese + Sinais e sintomas clínicos Antropometria Orientações SISVAN Normograma de Rosso Altura uterina Avaliação de consumo alimentar Necessidades energéticas Parâmetros bioquímicos Introdução O impacto das deficiências e excessos alimentares no crescimento e desenvolvimento uterinos tem sido bastante investigados Taxa de mortalidade p/ bebês nascidos a termo é 5x maior em crianças pequenas p/ IG, em comparação com crianças de tamanho adequado p/ IG Sobrepeso, obesidade e ganho excessivo de peso na gestação estão associados a complicações na gestação e no parto ATRASO OU IRREGULARIDADE MENSTRUAL, NÁUSEAS, AUMENTO DO VOLUME ABDOMINAL AVALIAR: Ciclo menstrual, data da última menstruação, atividade sexual Atraso em mulheres com atividade sexual Solicitar Teste Imunológico de Gravidez (TIG) Resultado Positivo Resultado Negativo Gravidez confirmada Repetir TIG após 15 dias Iniciar acompanhamento da gestante Resultado Negativo Persistindo amenorréia – avaliar causas ginecológicas Duração de gestação 40 semanas (280 dias) Gestação a termo: entre 38 a 42 semanas Parto Imaturo: < 30 semanas Parto Prematuro: 30 a 37 semanas Parto Pós-maduro: > 42 semanas Aumento de peso o Peso do feto: 3 kg o Membranas fetais e líquido amniótico: 2,5 kg o Aumento das mamas: 1 a 1,5 kg o Edema e aumento do volume plasmático: 2 a 3 kg o Gordura de depósito materno: 1 kg Vitolo, 2008 Hormônios na gestação Gonadotrofina coriônica humana (HCG) Manter corpo lúteo Usada para a confirmação da gravidez Progesterona Relaxar a musculatura lisa do útero (permitindo + tempo p/ absorção nutrientes) Acaba reduzindo motilidade intestino (constipação) Estrógeno Aumentar a elasticidade da parede uterina e canal cervical Vitolo, 2008 Hormônio lactogênio placentário Antagonista da insulina Inicia lactogênese nos alvéolos da glând. mamária Insulina Com o avanço da gravidez, + insulina é necessária (resistência à insulina por ação de hormônios antagonistas ↑ Gli necessária p/ feto sobrecarrega o sistema, de forma que insulina fica menos eficiente Tiroxina Regula reações oxidativas na produção de Energia Hormônios na gestação Vitolo, 2008 Alterações na gestação Metabolismo basal no final da gestação está 15 a 20% maior ↑ peso ↑ demanda de O2 ↑ produção hormonal Progesterona + estrogênio ↑ sensibilidade e vascularização nos centros respiratórios Vitolo, 2008 Fatores de risco da nutrição Baixo Peso Mulheres desnutridas ou com ganho de peso insuficiente durante a gravidez, expansão do volume plasmático é menor, diminuindo fluxo placentário e, assim, menor transporte de nutrientes e O2 p/ feto Sobrepeso e obesidade Obesidade materna pode desencadear cascata em que níveis ↑ Gli estimulam produção insulina pelo feto, com ↑ indesejável da lipogênese fetal e excessivo depósito de gordura no bebê Vitolo, 2008 10/44 EN Anamnese Consumo Alimentar Antropo- metria Sinais e Sintomas Bioquímica Gasto energético Tirapegui e Ribeiro, 2009 Anamnese + sinais e sintomas Identificar hábitos, tabus, intolerâncias Questionar se há sintomas digestivos e alterações sensoriais Checar se há alterações de PA e glicemia Balança plataforma mecânica Estadiômetro vertical Estado Nutricional inicial Classificação Estado nutricional inicial (IMC kg/m²) Baixo peso (BP) <19,8 Adequado (A) 19,8 a 26 Sobrepeso (S) 26,1 a 29 Obesidade (O) >29 IOM, 1992 * O maior ponto de corte para desnutrição em mulheres antes da gravidez → captar o maior nº possível de mulheres com baixa reserva energética Vitolo, 2008 • Cálculo do IMC • Cálculo da Idade Gestacional • Diagnóstico Nutricional • Classificação do estado nutricional segundo IMC por semana gestacional • Estimativa de ganho de peso Orientações SISVAN Peso: todas as consultas Cálculo idade gestacional: todas as consultas Altura: 1º consulta pré-natal IMC anterior à gestação IMC Pré-gestacional referido (até 2 m antes) ou IMC com medição até 13º semana ou IMC com dados da 1º consulta pré-natal Se a gestante for adolescente, aferir estatura em todas as consultas (fase de crescimento) Cálculo do IMC kg/m² DUM conhecida Iniciar a contagem à partir do 1º dia (início) da última menstruação Contar 40 semanas (ou 280 dias) p/ fixar a data provável do parto DUM desconhecida Perguntar período provável do mês e considerar 5, 15 ou 25 como início, meio ou final do mês Ultra-sonografia ou exame físico de palpação abdominal do útero (somente médico ou enfermeiro) Cálculo da Semana Gestacional 1, 2 ou 3 dias: semana já completa 4, 5 ou 6 dias: semana seguinte Cálculo da Idade Gestacional < 14 semanas = 1º trimestre 14 a 27 semanas = 2º trimestre > 28 semanas = 3º trimestre Diagnóstico Nutricional Dados referentes a grávidas chilenas Estimativa de ganho de peso 1º tri: perda de até 3 kg, manutenção peso pré-gestacional ou ganho de até 2kg não comprometem a saúde mãe-filho (Vitolo, 2008). 20/44 Ex: gestante eutrófica à 22ª sem deve ter ganhado 5,2 kg (sendo 1,6 do 1º tri + 3,6 kg referente a 9 semanas com ganho de 0,4kg) Acompanhamento Nutricional Curva de Atalah IMC atual Aferir peso Se adolescente, aferir estatura SISVAN (2004) Inclinação paralela às curvas BAIXO PESO SOBREPESO SISVAN (2004) Inclinação ≥ curva inferior Inclinação ≈ curva inferior/superior OBESIDADE SISVAN (2004) Inclinação ≤ curva inferior Curva sempre ascendente Acompanhamento Nutricional Traçado ascendente: ganho de peso é adequado; Traçado horizontal ou descendente: ganho de peso é inadequado (gestante de risco); O registro do estado nutricional deverá ser feito no SISVAN e no Cartão da Gestante Gestante adolescente SISVAN Grande variabilidade individual → flexível + 2 anos da menarca: como adultas; - 2 anos de menarca: muitas classificadas como baixo peso; Altura deve ser mensurada em todas as consultas – fase de crescimento Mais importante: acompanhamento do traçado da curva que deve ser ascendente Sempre tratar como risco nutricional Gestação gemelar Ganho maior peso: 15,75 – 20,2 kg ou 680 g/sem durante 2o e 3o trimestres (Luke e cols, 2003) Nomograma de Rosso Normograma de Rosso 1. Calcular % peso/altura no momento da consulta. USAR RÉGUA 2. Adicionar os dados no gráfico (% peso/altura e idade gestacional em semanas) Ex: Gestante, IG = 30 semanas, altura = 150 cm, peso = 56,5kg Nomograma de Rosso Identificar o crescimento normal do feto (no caso de desconhecimento da DUM) e detectar seus desvios Medida em cm Relação com semana gestacional Altura Uterina 30/44 Fonte: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000. Assistência pré-natal: Manual técnico, p.39. Circunferência do Braço Blackbrun e Thornton (1979) Avaliação do estado nutricional inicial e acompanhamento Ad = DC (mm) X 100 DC p50 (mm) % Adequação Classificação < 70% Desnutrição grave ≥ 70 e < 80% Desnutrição moderada ≥ 80 e < 90 % Desnutrição leve ≥ 90 e < 110% Eutrofia ≥ 110 e < 120 Sobrepeso ≥ 120 Obesidade Blackbrun e Thornton (1979) Dobra Cutânea Triciptal Avaliação do estado nutricional inicial e acompanhamento Circunferência Muscular do Braço Blackbrun e Thornton (1979) Avaliação do estado nutricional inicial e acompanhamento Avaliação do consumo alimentar Alimentação Diária Habitual R 24 h Frequência Alimentar Inquéritos por Registro Cálculo de GET Necessidades Energéticas Idade (anos) TMB (kcal/dia) 10 - 18 (12,2 P) + 746 19 - 30 (14,7 P) + 496 31- 60 (8,7 P) + 829 Considerar o peso pré-gestacional Leve Moderada Intensa 18- 65 anos 1,56 1,64 1,82 GET= TMB x FA +300 Kcal (a partir do 2º trimestre) FA Cálculo de TMB FAO/OMS (1985) Cálculo de VET simplificado Necessidades Energéticas Comitê Adicional Energético/dia Observação FAO/OMS (1985) + 285 kcal (gestantes ativas) + 200 kcal (gestantes sedentárias) A partir do 1º trimestre gestacional NCR (1989) + 300 kcal A partir do 2º trimestre gestacional (14º semana) Gestação gemelar: + 450 kcal/dia a partir do 2º trimestre de gestação (não há consenso). O principal é a monitorização do ganho de peso conforme o recomendado (VITOLO, 2008) VER = PI pré-gestacional X 36 kcal VET = VER + 300 kcal adultas A partir 2º tri VET gestantes adolescentes VET vai depender da idade (< 15 anos) e do intervalo entre menarca e gestação (< 2 anos) Necessidades Energéticas VET = PI ou PA x 38 a 50 kcal/kg de peso Gestantes eutróficas: utilizar peso atual (PA) Gestantes desnutridas, sobrepeso e obesas: utilizar PI 38/44 Valores laboratoriais normais para mulheres adultas e gestantes Mulheres Adultas Gestantes Hematócrito 37 a 47 % 33 a 44 % Glicose, jejum (plasma) 75 a 115 mg/dL 60 a 105 mg/dL ACTH 20 a 100 pg/mL sem alteração Aldosterona (plasma) < 8 ng/dL < 20 ng/dL Aldosterona (urinária) 8 a 20 µg/dL 15 a 40 µg/dL Cortisol (plasma) 5 a 25 µg/dL 15 a 35 µg/dL TSH 4 a 5 µUg/dL sem alteração Tiroxina total (T4) 5 a 12 µg/dL 10 a 17 µg/dL Triiodotironina (T3) 70 a 190 ng/dL 100 a 220 ng/dL Cálcio total 9 a 10,5 mg/dL 8,1 a 9,5 mg/dL Insulina, jejum 6 a 26 µU/mL 8 a 30 µU/mL Burrow & Ferris (1996) Valores laboratoriais normais para mulheres adultas e gestantes Mulheres Adultas Gestantes Hemoglobina 12 a 16 g/dL 10,5 a 14 g/dL Ferritina 15 a 200 ng/dL 5 a 150 ng/dL Ferro 135 µg/dL 90 µg/dL Capac. ligação férrica 250 a 460 µg/dL 300 a 600 µg/dL Nitrogênio uréico sanguíneo 10 a 20 mg/dL 5 a 12 mg/dL Creatinina < 1,5 mg/dL < 1,0 mg/dL Sódio 136 a 145 mEq/L 130 a 140 mEq/L Proteínas urinárias < 150 mg/24 h < 250 a 300 mg/24 h Bilirrubina total 0,3 a 1 mg/dL sem alteração Colesterol 120 a 180 mg/dL 180 a 280 mg/dL Triglicerídio < 160 mg/dL < 260 mg/dL Burrow & Ferris (1996) Valores laboratoriais normais para mulheres adultas e gestantes Mulheres Adultas Gestantes Desidrogenase Láctica (LDH) 200 a 450 U/L sem alteração Fosfatase alcalina 30 a 95 mU/mL 60 a 200 mU/mL TGO 0 a 35 U/L sem alteração TGP 0 a 35 U/L sem alteração Proteína plasmática (total) 5,5 a 8,0 g/dL 4,5 a 7,0 g/dL Albumina 3,5 a 5,5 g/dL 2,5 a 4,5 g/dL IgA 90 a 325 mg/dL sem alteração IgM 45 a 150 mg/dL sem alteração IgG 800 a 1500 mg/dL 700 a 1400 mg/dL Burrow & Ferris (1996) ↑ 50% volume plasmático e 20% conteúdo de hemoglobina, além elevação estrogênio e progesterona (Vitolo, 2008) Cuidados nutricionais Gestantes são consideradas altamente suscetíveis à anemia (↑ volume sanguíneo) Alimentos fonte de Fe Frutas cítricas nas grandes refeições e evitar leite e derivados Vísceras 1x/sem. Salvo casos de anemia falciforme e dislipidemias Estimular consumo de fontes de Ca entre refeições Orientar ingestão mínima de 2 L água/d Acompanhar PA Gestante não deve ser “por dois”. Ela necessita, em média, apenas 300 kcal adicionais em sua dieta O consumo de café pode ser liberado em até 100 ml/dia (2 xícaras de café). Exceção: hipertensas, gravidez de risco, sensibilidade a cafeína não devem consumir produtos que contenham cafeína O uso de edulcorantes deve ser evitado. A orientação para seu consumo deve-se restringir aos casos de diabetes. o consumo de sucralose é o mais recomendado. Não utilizar: sacarina sódica, ciclamato de sódio e aspartame Cuidados nutricionais Bibliografia VITOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2008. 628 p. Ministério da Saúde. Vigilância alimentar e nutricional - Sisvan: orientações básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde / [Andhressa Araújo Fagundes et al.]. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
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