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Microeconomia I - Fundamentos - UFSM Gean M. Pens 2020/2 1 Fundamentos da Microeconomia O conteúdo dessa seção compreende os Capítulos 1 e 2 do livro Pindyck e Rubinfeld(8a Edição) e o Capítulo 1 de Hal Varian(9a Edição). 1.1 Teoria e Modelos Toda ciência avança com o uso de modelos, isso não é diferente na economia, modelos nos permitem descrever de forma simples e objetiva um fenômeno observado. Esses modelos constituem a base para a elaboração das previsões, por exemplo, o modelo básico da oferta e da demanda nos diz que a demanda por um bem qualquer aumentará caso o preço deste bem diminua. Essa afirmação não é verdade em 100% das vezes, mas é o suficiente para conseguirmos fazer diversas análises. Nenhum modelo, seja na economia ou em outras ciências, acerta em 100% das vezes, por exemplo na física, o modelo da gravitação universal de Newton fornece uma boa explicação do porquê de os corpos se atraírem entre si, mas como posteriormente Einstein demonstrou, o modelo de Newton não funciona muito bem em corpos que se movem em velocidades próximas a da luz, necessitando algumas mudanças para estes casos. Esse processo de descarte e aperfeiçoamento dos modelos é essencial para o avanço das ciências. Para isso as teorias são continuamente testadas por meio da observação. Nas Ciências Econômicas, a Estatística e a Econometria nos fornecem as ferramentas para avaliarmos e aperfeiçoarmos nossos modelos. Para os modelos em Ciências Econômicas, sempre que tentamos analisar o comportamento humano, precisamos de um alicerce no qual possamos basear nossa análise. Em Economia é comum utilizarmos dois axiomas simples, que seguem: Axioma 1.1.1 (Otimização). As pessoas tentam escolher o melhor padrão de consumo ao seu alcance. Axioma 1.1.2 (Equilíbrio). Os preços ajustam-se até que o total que as pessoas demandam seja igual ao total ofertado. A validade do primeiro axioma é autoevidente, se as pessoas são livres para viver, então é razoável que tomem escolhas que visam maximizar o seu bem estar. Obviamente, existem exceções para essa afirmação, mas em geral esses casos estão fora do escopo do comportamento econômico. O axioma do equilíbrio é um tanto mais complexo. É razoável se imaginar que, em determinados momen- tos, a quantidade demandada e a quantidade ofertada são incompatíveis, sinal de que algo está mudando. Essas mudanças podem levar um tempo longo para se concretizares e, ainda, desencadearem mais mudanças que mexem com todo o sistema. Isso tudo pode ocorrer, mas normalmente não é o que ocorre. É mais comum observarmos uma estabilidade considerável na oferta e demanda ao longo do tempo. É nesse equilíbrio que voltamos nosso interesse, não em como ele atingiu esse equilíbrio e nem como ele mudará ao longo do tempo. 1.2 Mercado: Oferta e Demanda Podemos dividir um mercado para entender como ele funciona em dois conjuntos de acordo com suas funções - compradores e vendedores. O conjunto dos compradores engloba os consumidores que adquirem bens e serviços; e as empresas que compram matéria prima, máquinas e mão de obra, para produzir bens e serviços. No conjunto dos vendedores estão os indivíduos que vendem sua mão de obra, as empresas que vendem seus bens e serviços e os proprietários de capital que arrendam suas terras e alugam imóveis. É evidente que uma pessoa ou empresa pode estar em qualquer um dos conjuntos a depender da situação, sendo mais prático 1 nos referirmos a eles de acordo com o papel que atuam no momento. A interação entre esses dois conjuntos originam os mercados, como segue a definição. Definição 1.2.1 (Mercado). Um conjunto de compradores e vendedores que, por meio de suas interações efetivas ou potenciais, determinam o preço de um produto ou um conjunto de produtos. Essa definição é abrangente, muitas vezes podemos estar interessados em apenas algum subconjunto desse mercado, que chamamos de setor, um setor pode ser definido da seguinte forma. Definição 1.2.2 (Setor). Um setor é um conjunto de empresas que vendem o mesmo produto ou produtos correlatos. Parte muito importante para a análise de uma mercado é a escolha das regras que definem quais com- pradores e vendedores devem ser incluídos em seus respectivos conjuntos, diferenças significativas nos preços de um bem em regiões diferentes podem gerar a possibilidade de arbitragem, isto é, comprar por um preço baixo em um lugar e revender por um preço maior em outro. A possibilidade de arbitragem impede o surgi- mento de diferenças significativas entre o preço de um bem em regiões diferentes, ao mesmo tempo que isso pode tornar o mercado desse bem em um mercado nacional ou até mesmo mundial. Assim, a conveniência para o consumidor e a possibilidade de arbitragem nos ajudam a delimitar a extensão de um mercado. Por exemplo, um estudante da UFSM irá preferir alugar um imóvel nas proximidades da Universidade ou em um local um pouco mais distante, onde ainda o deslocamento possa ser viável. Por mais que possa haver imóveis com alugueis mais baratos em Faxinal do Soturno ou São Pedro do Sul, os custos diários de deslocamento acabam inviabilizando o processo. De mesmo modo, a arbitragem de imóveis entre Santa Maria e as cidades do seu entorno é impossível, já que não podemos alugar um imóvel em Silveira Martins e transportá-lo para Camobi(a menos que você não se incomode em morar dentro de um trailer). Portanto, o mercado de imóveis tende a possuir fronteiras bem restritas. Por outro lado, mercados como o do petróleo, que é negociado nas bolsas de valores do mundo todo, são mercados de extensão mundial. Por conta disso o preço do barril de petróleo é praticamente o mesmo no mundo todo. Um outro mercado que podemos citar é e regional de trabalho em regiões metropolitanas, como as regiões metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre, possibilitados pela grande infraestrutura de transportes que esses centros possuem. Além da extensão física dos mercados, devemos tomar cuidado ao analisar a extensão de bens que nele são negociados. Por exemplo, em um mercado podemos colocar tanto a gasolina comum quanto a especial, já que ambas podem ser consumidas pelas mesmas pessoas, ao contrário do diesel, que não pode ser usado em automóveis movidos a gasolina, assim como a gasolina não pode ser utilizada em motores diesel. Assim o mercado do diesel e da gasolina são mercados diferentes, mesmo que na maioria das vezes o diesel e a gasolina sejam usados para propósitos semelhantes. A partir do conjunto dos compradores, a quantidade que cada um deles demanda de um bem e os seus respectivos preços de reserva, em outras palavras, quantia máxima que uma pessoa está disposta a pagar por alguma coisa. Mantendo as demais variáveis constantes, podemos traçar uma curva em um plano que relaciona a quantidade demandada por um bem e o seu preço de mercado. Figura 1: Exemplo de uma curva de demanda Assim, nessas circunstâncias, a demanda pode ser definida matematicamente como qd := qd(p), em outras palavras, a quantidade demandada é definida como uma função do preço. Podemos notar que a 2 curva de demanda é negativamente inclinada. É fácil entender o motivo, pelo Axioma 1.1.1, sabemos que os consumidores tendem a otimizar as suas escolhas, isto é, como buscam o melhor padrão de consumo que está ao seu alcance, a medida que o preço dos bens caem, mais pessoas estarão dispostas a comprá-los. Assim, o número de bens a serem demandados a um preço p∗, será exatamente igual a quantidade demandada pelas pessoas cujo preço de reserva é igual ou superior a p∗. Isto se dá porque todos aqueles com preço de reserva inferior a p∗ não irão comprar o bem, e todos aqueles dispostos a pagar p∗ comprarão o bem. Do lado dos vendedores, possuindo a quantidade que eles estão dispostos a ofertar a cada preço de reserva, podemos de mesmo modo definir matematicamente a oferta como a a relação qs := qs(p), onde qs é a quantidade ofertada, assim como também podemos expressar essa relação graficamente. Figura 2: Exemplo de uma curva de oferta A curva de oferta,como vemos, possui inclinação positiva. Quando maior o preço de mercado de um bem, mais pessoas estarão interessadas em entrar no negócio e firmas estarão mais dispostas a aumentar sua produção, dessa forma, a medida que o preço de um bem sobe, a quantidade ofertada desse bem tende a aumentar. Podendo representar o lado da oferta e da demanda, podemos agora entender como funciona o compor- tamento de equilíbrio de mercado. No gráfico da Figura 3, denotamos por p∗ o preço em que a quantidade demandada por um bem se iguala a quantidade ofertada desse mesmo bem, matematicamente, no ponto p∗ temos qd(p∗) = qs(p∗). O ponto p∗ representa o preço de equilíbrio do mercado desse nosso bem. A esse preço, todo consumidor disposto a pagar ao menos p∗ pelo bem irá conseguir encontrar no mercado o bem. Nesse ponto, do lado dos ofertantes, todos conseguirão girar seus estoques com as vendas. Nem os compradores nem os vendedores possuem motivos para mudar seu comportamento, por isso esta situação é denominada equilíbrio: nenhuma mudança no comportamento será observada. Figura 3: Equilíbrio de mercado Imagine que seja um preço p < p∗, nessa situação mais pessoas estariam dispostas a comprar, porém, com mais pessoas comprando, o bem passaria a faltar nas prateleiras. Com o preço sendo menor, os ofertantes não possuirão incentivos para aumentar a produção, assim como novos ofertantes não se interessarão em entrar no mercado. Vendo a grande procura e os produtos em falta, muitos ofertantes verão a possibilidade de aumentar o preço. Dessa forma o preço subirá até retornar para p∗. 3 De modo semelhante, se for um preço p > p∗, haverá uma menor procura e nosso bem começará a encalhar, para não perdemos dinheiro, a única saída será baixar o preço. Com um preço maior que o de equilíbrio, haverá pouca demanda, com um preço menor, a demanda será maior que a oferta. Apenas ao preço p∗ as duas se igualam. Obviamente, além do preço, outras variáveis influenciam na oferta e na demanda. Por exemplo, preço da matéria prima, bem como a renda dos consumidores, também são fatores determinantes, mas são omitidos em um primeiro contato para facilitar a compreensão do modelo. Vejamos graficamente como um aumento na renda dos consumidores afeta o equilíbrio de mercado. Figura 4: Um aumento na renda dos consumidores pode resultar em um aumento da demanda. Um aumento na renda faz a demanda aumentar de q1 para q2, por consequência, o equilíbrio de mercado se desloca para o preço p2. Esses preceitos são fundamentais na análise econômica, empresas precisam conhecer seus mercados para identificar potenciais concorrentes, consumidores, a gama de produtos que deve fornecer e os limites geográficos que seu produto conseguirá atingir, tudo isso a fim de estimar um preço e uma operação que maximize seus lucros. No âmbito dos gestores públicos, conhecer as extensões de um mercado é fundamental na elaboração das políticas públicas e na elaboração de leis anti-monopólio. 1.3 Preços Reais e Nominais Sempre que compararmos preços no decorrer do tempo é necessário fazer a correção considerando a inflação do período, isso significa medir preços em valoresreais e não nominais. O preço nominal de uma mercadoria, ou preço em moeda corrente, é apenas o seu preço absoluto no período de tempo observado. Quando ajustamos este preço relativo a algum índice de preços, obtemos o preço real, ou preço em moeda constante. Quando queremos comparar o preço de um bem em dois períodos de tempo distintos, usamos a seguinte a fórmula it it+n × pt+n = pt (1) onde pt+n é o valor atual do bem, it+n é o índice atual de preços e it é o índice no valor base. Por exemplo, se quisermos comparar o valor da manteiga de 2010 com o valor da manteiga em 1970 nos Estados Unidos, temos it = IPC1970, it+n = IPC2010 e o valor da manteiga de 2010, US$3,42 sendo o pt+n. Substituindo na equação, obtemos 38, 8 218, 1 × US$3, 42 = US$0, 61 Exercícios Recomendados Pindyck e Rubinfeld - Capítulo 1 Questões Para Revisão 1- Diz-se frequentemente que uma boa teoria é aquela que pode ser refutada pelos fatos por meio de investi- gações empíricas, baseadas em dados. Explique por que uma teoria que não pode ser testada empiricamente não é uma boa teoria. 4 Resposta:A utilidade e a validade de uma teoria depende de sua capacidade para explicar e prever aquilo que se tem por objetivo, sem que se possa testar empiricamente, é impossível avaliar a qualidade de previsão e explicação de fenômenos que a teoria possui. 2-Qual das seguintes afirmações envolve análise econômica positiva e qual envolve análise normativa? Quais são as diferenças entre os dois tipos de análise? a)O racionamento de gasolina (que fixa para cada indivíduo uma quantidade máxima a ser comprada anu- almente) é uma política social insatisfatória, pois interfere no funcionamento do sistema de mercado compe- titivo. b)O racionamento de gasolina é uma política sob a qual o número de pessoas cuja situação piora é maior do que o número daquelas cuja situação melhora. Resposta: A análise a consiste em uma análise normativa derivada de uma análise positiva, pois, por juízo de valor diz que “a política social é insatisfatória” derivado de uma análise positiva de que uma restrição da demanda interfere no funcionamento do mercado. A análise b trata de uma análise positiva, pois, descreve uma relação de causa e efeito onde a política de racionamento, na média, piora a qualidade de vida das pessoas. 3-Suponha que o litro da gasolina comum custasse US$ 0,20 a mais em Nova Jersey do que em Oklahoma. Você acha que poderia existir uma oportunidade para arbitragem (isto é, a possibilidade de que as empresas comprassem gasolina em Oklahoma e depois a vendessem com lucro em Nova Jersey)? Por quê? Reposta:Provavelmente não, os dois mercados são isolados geograficamente pela distância, a arbitragem só seria possível se os custos de transporte fossem zero ou a diferença entre os preços fosse significativamente maior. 4-No Exemplo 1.3, quais forças econômicas poderiam explicar a razão da queda do preço real dos ovos e do aumento do preço real do ensino universitário? De que forma tais mudanças de preço poderiam ter afetado as escolhas dos consumidores? Reposta: A queda no preço dos ovos pode ter relação com a diminuição dos custos de criação das aves e o aumento da produtividade no setor agropecuário, através do melhoramento genético e mecanização e, além disso, pode ter ocorrido no período uma diminuição da demanda por ovos. O aumento dos custos do ensino universitário advém do aumento da renda per capita no país, encarecendo os custos com salários de professores ou também devido ao aumento da demanda por ensino superior. 4-Suponha que o iene japonês suba em relação ao dólar norte-americano, isto é, que sejam necessários mais dólares para adquirir determinada quantidade de ienes japoneses. Explique por que tal fato simultaneamente aumentaria o preço real de automóveis japoneses para consumidores norte-americanos e reduziria o preço real de automóveis norte-americanos para consumidores japoneses. Reposta:Os preços dos automóveis japoneses aumentariam para os americanos porque, como os carros são produzidos no Japão, seu custo de produção e o valor final para importação é cotado em Ienes, dessa forma, com uma valorização do Iene em relação ao Dólar, um valor maior em dólares será necessário para se importar o automóvel em relação ao período anterior. O preço dos automóveis americanos ficariam mais baratos para os japoneses pelo motivo oposto, a produção e valor final dos automóveis são em dólar e os japoneses irão precisar de menos Ienes para comprar os carros dos americanos do que no período anterior à valorização da moeda. Isso tudo levando em consideração que os custos de produção dos automóveis de ambos os países se mantenham constantes durante a análise. 6-O preço das ligações interurbanas caiu de US$ 0,40 por minuto, em 1996, para US$ 0,22 em 1999, uma redução de 45% (US$ 0,18/US$ 0,40). O Índice de Preços ao Consumidoraumentou 10% nesse mesmo pe- ríodo. O que ocorreu com o preço real do serviço telefônico? Resposta: Primeiro calculamos o valor real da ligação em 1999(P1999): 5 P1999 = 100 110 × 0, 22 P1999 = 0, 9091× 0, 22 P1999 = 0, 2 Depois calculamos a variação(v): 0, 4 0, 2 = 100 v 0, 4v = 20 v = 20 0, 4 v = 50 A variação no período será igual a v − 100, nesse caso, o preço da ligação teve queda de 50% no período. Exercícios 1. Decida se cada uma das proposições que se seguem é verdadeira ou falsa e explique a razão. a. As cadeias de fast-food, tais como McDonald’s, Burger King e Wendy’s, operam em todo o território norte-americano. Consequentemente, o mercado de fast-food é um mercado nacional(para os Estados Uni- dos). b. As pessoas em geral compram roupas na cidade em que vivem, por isso há um mercado em, digamos, Atlanta, distinto do mercado de roupas em Los Angeles. c. Alguns consumidores preferem muito mais a Pepsi-Cola, enquanto outros preferem muito mais a Coca- Cola. Portanto, não existe um mercado único para refrigerantes do tipo cola. R.: a. Falso. Os consumidores consomem fast-food nos locais onde vivem, não percorrendo longas distâncias entre estados para adquirir um lanche mais barato do que na sua cidade. b. Falso. Embora raramente os consumidores saem de sua região para comprar uma peça de roupa mais ba- rata, fabricantes podem vender a sua produção para lugares onde a demanda, e consequentemente o preço, é maior. Assim como vendedores podem procurar comprar peças de outros estados onde os valores são menores. c.Falso. Mesmo com consumidores que possuem fortes preferências, ainda assim as semelhanças entre os produtos são muito grandes para que pertençam à um único mercado, havendo ainda consumidores preferên- cias indiferentes entre as marcas, sendo assim, influenciados pelos preços. 2. A tabela seguinte mostra o preço médio de venda da manteiga e o Índice de Preços ao Consumidor de 1980 a 2010, considerando o IPC = 100 em 1980. Ano IPC Preço médio da venda da manteiga (salgada, tipo extra, por ±480g) 1980 100 US$1,88 1990 258,56 US$1,99 2000 208,98 US$2,52 2010 218,06 US$2,88 Tabela 1: Índice de Preços ao Consumidor de 1980 a 2010 a. Calcule o preço real da manteiga em dólares de 1980. O preço real da manteiga subiu, caiu ou permaneceu estável de 1980 a 2000? E entre 1980 a 2010? b. Qual foi a variação percentual do preço real da manteiga (em dólares de 1980) entre 1980 e 2000? E entre 6 1980 a 2010? c. Converta o IPC para 1990 = 100 e determine o preço real da manteiga em dólares de 1990. d. Qual foi a variação percentual do preço real da manteiga (em dólares de 1990) entre 1980 e 2000? Compare o resultado com o obtido na resposta ao item b. O que você nota? Explique. Respostas: a. P2000 = 100 208, 98 × 2, 25 P2000 = US$1, 20 No período 1980 a 2000 o preço caiu. P2010 = 100 218, 06 × 2, 88 P2010 = US$1.32 Nesse período o preço caiu. b. Calculando a variação(v) do período 1980 a 2000 1, 88 −0, 67 = 100 v 1, 88v = −67 Questões de Revisão - Hal Varian 1. Suponhamos que haja 25 pessoas com um preço de reserva de US$500 e que a 26a pessoa tenha um preço de reserva de US$200. Qual será a aparência da curva de demanda? Resposta: 2. No exemplo anterior, qual seria o preço de equilíbrio caso houvesse 24 apartamentos para alugar? E se houvesse 26 apartamentos para alugar? E se houvesse 25 apartamentos? Resposta: Com uma oferta de 24 apartamentos, o preço de equilíbrio será de US$500 pois haverá 25 pessoas com esse preço de reserva. Com uma oferta de 25 apartamentos o preço de equilíbrio p∗ estará situado no intervalo US$200 ≤ p∗ ≤ US$500. Com uma oferta de 26 apartamentos, o preço de equilíbrio será de US$200 3. Se as pessoas possuem preços de reserva distintos, por que a curva de demanda de mercado tem in- clinação negativa? Resposta:A curva de demanda tem inclinação negativa devido ao comportamento do consumidor ter dispo- sição a consumir mais em função de preços cada vez menores. Isso pode ser visto sob a ótica do equilíbrio também:Se quisermos ofertar mais um apartamento no mercado precisaremos oferecer um preço inferior para atrair o consumo não saciado. O número de pessoas com preço de reserva p então irá aumentar a medida 7 que o preço p declina. 4. No texto, partimos do pressuposto de que os compradores de apartamentos eram pessoas do círculo interno – isto é, as que já alugavam os apartamentos. O que aconteceria com o preço dos apartamentos do círculo interno se todos os compradores fossem do círculo externo – ou seja, pessoas que não eram locatárias de apartamentos do círculo interno? Reposta:A oferta de apartamentos terá se reduzido, mas a demanda mantida. Isso vai promover um au- mento no preço de equilíbrio dos apartamentos do círculo interno. 5. Suponhamos agora que todos os compradores de apartamentos sejam pessoas do círculo interno, mas que cada apartamento vendido tenha sido construído a partir de dois apartamentos de aluguel. O que acon- tecerá com o preço de locação dos apartamentos? Reposta: O preço do aluguel vai subir em decorrência da menor oferta de imóveis. 6. Em sua opinião, qual será o efeito de um imposto sobre o número de apartamentos a serem construídos no longo prazo? Reposta: O imposto aumentará os custos gerais, aumentando o custo do aluguel e desincentivando a cons- trução de novos imóveis. 7. Suponhamos que a curva de demanda seja d(p) = 100 − 2p. Que preço o monopolista fixaria se ele tivesse 60 apartamentos? Quantos ele alugaria? Que preço ele fixaria se tivesse 40 apartamentos? Quantos ele alugaria? Reposta: Dados s = 60 e d = 100− 2p denotamos tanto a demanda quanto a oferta por q. Sabemos que as receitas do monopolistas serão dadas pela função r(q, p) = qp. Isolando p na equação da demanda, obtemos p = 100−q2 , que uma função de q. Substituindo na função das receitas, obtemos r(q) = q( 100−q 2 ) = 100q−q2 2 . Sabemos que o monopolista irá locar uma quantidade de apartamentos q que irá maximizar suas receitas, otimizando r(q) no que segue r(q) = 100q − q2 2 r′(q) = 100− 2q 2 = 50− q 50− q = 0→ q = 50 Alugando 50 apartamentos o monopolista irá maximizar suas receitas, fixando um preço de $25,00. Para o caso de haver apenas 40 apartamentos disponíveis, ele locará todos pelo valor de $30,00. 8. Se nosso modelo de controle de aluguéis possibilitasse a sublocação irrestrita, quem acabaria por ob- ter os apartamentos do círculo interior? O resultado seria eficiente no sentido de Pareto? Reposta: Todos que tiverem um preço de reserva superior ao preço de equilíbrio. E seria eficiente no sentido de Pareto. 8
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