Buscar

Aventuras na História - Edição 156 - Julho 2016

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

10AGENDA Joana D’Arc absolvida depois de morta
6Nativo repatriado
HISTÓRIA HOJE
HISTÓRIAS ÍNTIMAS
O prazer carnal no matrimônio 56
LANÇAMENTOS
História da Itália 52
CULTURA
A última guilhotina em Paris 58
FOTO-HISTÓRIA
18LISTATumbas intactas
24ARQUEOLOGIA DO FUTUROSérie japonesa visionária
25HISTÓRIA MALUCAUm soldado peludo
26CRÔNICAO irmão de Zico
20VIAGEM COM HISTÓRIA Havana colonial
28HISTÓRIA ILUSTRADAA cidade ideal de Da Vinci
14ARTE As Cruzadas em Constantinopla
16BANDEIRASCódigo Internacional de Sinais
12COMO FAZÍAMOS SEM...Cartório
ALMANAQUE
PERSONAGEM
O imperador do reino de Gaza 46
ARGENTINA
200 anos de independência 40
CAPA
Os jesuítas no Brasil 30
REPORTAGENS
CAPA
30
Padre Antonio 
Vieira, discípulo de 
Inácio de Loyola
Sumário
FO
TO
 G
ET
TY
 IM
AG
ES
 |
 C
AP
A 
LE
EM
AG
E 
/ A
FP
 
AH156_SUMARIO.indd 3 6/6/16 8:59 AM
4 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
enho certeza de que você vai gostar desta edição, que 
– como sempre – foi feita com muito cuidado e carinho.
Para a matéria de capa, tivemos o privilégio de con-
tar com um delicioso texto de Tiago Cordeiro sobre a 
história da Companhia de Jesus no Brasil, instituição 
religiosa fundada pelo espanhol Inácio de Loyola, cujos seguidores 
ganharam o mundo para pregar os ensinamentos de Cristo. Eles 
chegaram ao Brasil ainda no século 16, pouco depois de Cabral apor-
tar por aqui, e se instalaram, desbravando terras, chegando aos mais 
remotos lugares, onde só havia nativos. Descobriram muito mais que 
Cabral, ao conquistar o interior do Brasil, moldando em diversos 
aspectos a sociedade em que vivemos hoje. O autor do texto lançou 
recentemente o livro A Grande Aventura dos Jesuítas no Brasil, da Edi-
tora Planeta. Vale conferir a partir da página 30.
Outra reportagem surpreendente é sobre a independência da Ar-
gentina, que completa este mês 200 anos. A matéria, escrita pelo jor-
nalista Juan Luis González, conta os bastidores do Congresso de Tu-
cumán, que culminou com a publicação da ata de independência, depois 
dos movimentos que começaram com a Revolução de Maio, em 1810.
Você vai conhecer também a história de um polêmico imperador 
africano do Reino de Gaza; vai viajar conosco para Havana (linda, 
incrível, permanente...); vai conhecer a cidade que Da Vinci idealizou, 
mas que nunca foi além de um projeto; e muito mais.
Aproveito para convidá-lo, leitor, a estar sempre conosco. Curta 
nossa página no Facebook, navegue no nosso site, veja nossas fotos no 
Instagram. Mande críticas, elogios, sugestões. AVENTURAS NA HIS-
TÓRIA é feita para você. E, em breve, estaremos também em outros 
canais. Aguarde.
Um grande abraço
EDITORIAL
T
Bia Mendes
EDITORA
DIRETOR-SUPERINTENDENTE
Edgardo Martolio
DIRETORES CORPORATIVOS
Marketing: Luis Fernando Maluf
Editorial: Claudio Gurmindo (Núcleo Celebridades) 
e Pablo de la Fuente (Núcleos Novos Leitores e Mensais)
Publicidade: Luciana Jordão
Circulação: Marciliano Silva Jr. 
Internet e Mídia Digital: Alan Fontevecchia
Operações: Osmar Lara
Financeiro: Alfredo Teixeira
Jurídico e RH: Wardi Awada
DIRETORES EXECUTIVOS
TI: Cícero Brandão
Arte: André Luiz Pereira da Silva
DIRETORES
Publicidade: Maria Rosária Pires (Núcleo Novos Leitores) 
Escritório Rio de Janeiro: Claudio Uchoa (Editorial ) 
Arte: Juliana Cuttin (Núcleos Negócios, Bem-Estar, Casa & Mulher ) 
e Kika Gianesi (Núcleo Novos Leitores)
GERÊNCIAS
Circulação: Luciana Romano (Assinaturas) 
e Maria Helena Couto (Avulsas)
Marketing Publicitário e Eventos: Mariana Kotait 
Eventos: Walacy Prado
Administração, Finanças e Controle: Marina Bonagura
Tecnologia Digital: Nicholas Serrano
EDITOR DE IMAGEM
Fotografi a: César Alves (RJ ) 
(Lançada em 2003)
ÁREAS COMPARTILHADAS
FOTOGRAFIA: Priscilla Vaccari (Editora), Rogério Pallatta (SP), Cadu Pilotto e 
Fabrizia Granatieri (RJ); Amanda Loureiro, Mariana Sardinha, Ramiro Pereira, 
Samantha Ribeiro e Tainara Passos (Assistentes); CIRCULAÇÃO: Pablo Barreto; 
MARKETING PUBLICITÁRIO E EVENTOS: Adriana Trujillo (Editora Assistente) e Murilo 
Bosi (Analista de Marketing); MARKETING: Caroline Ryna, Fernando Almeida, Nilton 
Vieira, Natalie Fonzar (Apoio) e Gustavo Mendes (Editor de Arte); TI: Carlos Almeida, 
Dirceu Bueno, Ricardo Jota e Victor Fontes (Assistentes); LOGÍSTICA: Anicley Lima, 
Daniel Ferreira e Ivo Santos; RECURSOS HUMANOS: Renê Santos (Consultor); 
ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS E CONTROLE: Alessandro Silva e Arthur Matsuzaki 
(Analistas) e Manoel Leandro (Consultor); PROCESSOS: Henrique Pereira; DEDOC: 
Marco Vianna; PRE-PRESS: Alexandre de Sousa, André Uva, Claudio Costa, Dorival 
Coelho, Emerson Luis Cação, Rodrigo Figuerola e Rogerio Veiga 
INTERNET E MÍDIA DIGITAL
EDITOR: Ademir Correa; PUBLICIDADE VIRTUAL: Fernanda Neves (Gerente), 
Bruna Oliveira, Deborah Burmeister e Thays Panar (Executivas); PLANEJAMENTO: 
Roberta Covre (Gerente) e Anne Muriel (Analista); MARKETING DIGITAL: Victor 
Calazans (Analista)
REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA
SÃO PAULO: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1400, 13º andar, conjs. 
131/132, Jardim Paulista, CEP 04543-000, SP, Brasil, tel.: (11) 2197-2000, fax: (11) 
3086-4738; RIO DE JANEIRO: Torre Rio-Sul, Rua Lauro Müller, 116, conjunto 3105, 
31º andar, CEP 22290-160, RJ, Brasil, tel.: (21) 2113-2200, fax: (21) 2543-1657. 
ESCRITÓRIO COMERCIAL BRASÍLIA: Edifício Le Quartier Bureau, SHN Quadra 
1 Bloco A, S/N, 12ª andar - Sala 1209, Cep: 70701-010, Brasília, DF, Brasil, Tel: 
(61) 3536-5138 / (61) 3536-5139, e-mail: carasbrasilia@caras.com.br
AVENTURAS NA HISTÓRIA 156 ISSN (1806-2415), ano 13, nº 7, é uma publicação 
mensal da Editora Caras. Edições anteriores: Ligue para 0800-777 3022 ou 
solicite ao seu jornaleiro pelo preço da última edição em bancas mais despesa 
de remessa; sujeito a disponibilidade de estoque. Distribuída em todo o país pela 
Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. AVENTURAS NA 
HISTÓRIA não admite publicidade redacional
SERVIÇO AO ASSINANTE
Grande São Paulo: (11) 5087-2112 - Demais localidades: 0800-775 2112 
www.abrilsac.com 
PARA ASSINAR
Grande São Paulo: (11) 3347-2121 - Demais localidades: 0800-775 2828 
www.assineabril.com.br
IMPRESSA NA GRÁFICA ABRIL:
Av. Otaviano Alves de Lima, 4400, 
CEP: 02909-900, Freguesia do Ó, São Paulo, SP
REVISTAS DA EDITORA CARAS
ANAMARIA (SEMANAL - UNIVERSO FEMININO) | ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO 
(MENSAL - CASA & MATERIAIS) | AVENTURAS NA HISTÓRIA (MENSAL - CONHECIMENTO & MEMÓRIA) 
| BONS FLUIDOS (MENSAL - BEM-ESTAR & SUSTENTABILIDADE) | CARAS (SEMANAL - ESTILO DE VIDA & 
SOCIEDADE) | CONTIGO! (SEMANAL - CELEBRIDADES & ENTRETENIMENTO) | MANEQUIM (MENSAL - MODA) 
| MÁXIMA (MENSAL - MULHER MODERNA) | MINHA CASA (MENSAL - LAR & DECORAÇÃO) | MINHA 
NOVELA (SEMANAL - TELEVISÃO) | PLACAR (MENSAL - ESPORTES) | RECREIO (SEMANAL - INFANTIL) 
| SOU MAIS EU (SEMANAL - DEPOIMENTOS & SUPERAÇÃO) | TITITI (SEMANAL - FAMA & TV ) 
| VIDA SIMPLES (MENSAL - AUTOCONHECIMENTO) | VIVA MAIS (SEMANAL - FAMÍLIA) 
| VOCÊ S/A (MENSAL - PROFISSÃO & FINANÇAS) | VOCÊ RH (BIMESTRAL - CARREIRA PROFISSIONAL)
PRINCIPAIS PRÊMIOS & EVENTOS DA EDITORA CARAS
ILHA DE CARAS | MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR | PRÊMIO CONTIGO! DE TELEVISÃO 
| CAFÉ COM VOCÊ RH | PRÊMIO O MELHOR DA ARQUITETURA | CASTELO DE CARAS | MELHORES 
EMPRESAS PARA COMEÇAR A CARREIRA | PRÊMIO BOLA DE PRATA | SEMANA DO BEM-ESTAR 
EDITOR RESPONSÁVEL
 Wardi Awada
Editora: Bia Mendes; Editora de Arte: Luciana Porto Alegre Steckel; 
Repórter: Willy Delvalle; Revisão: Bianca Albert; 
Publicidade: Katia Honório e Silzer Draghi (Executivas de Negócios)
OS JESUÍTAS
E O BRASIL
AH156_Editorial.indd 4 6/7/16 2:20 PM
ATENDIMENTO AO LEITOR 
Escreva suas perguntas, críticas 
e sugestões a respeito da 
revista para a redação:
CARTAS: Av.Presidente Juscelino 
Kubitschek, 1400 – 13º Andar, 
CEP 04543-000, São Paulo, SP.
E-MAIL: aventurasnahistoria@
maisleitor.com.br
 
FACEBOOK
/aventurasnahistoria
SITE
www.aventurasnahistoria.com.br
PARA ASSINAR
Acesse via internet: 
www.assineabril.com.br
ou Ligue Grátis: 0800-775-2112
Grande São Paulo: (11) 5087-2112 
De segunda a sexta das 8h às 22h 
Aos sábados, das 9h às 16h
PARA COMPRAR EDIÇÕES 
ANTERIORES
Ligue grátis: 0800-7773022
De segunda a sexta, 
das 7h30 às 17h30
DÚVIDAS SOBRE 
SUA ASSINATURA, 
RECLAMAÇÕES E 
ALTERAÇÃO DE ENDEREÇO
Grande São Paulo: (11) 5087-2112
De segunda a sexta, das 8h às 22h
Em outras localidades, 
ligue grátis: 0800-775-2112
Site: www.abrilsac.com.br
PARA ANUNCIAR
Telefone: 
(11) 2197-2011/2059/2121
E-mail: 
publicidade@editoracaras.com.br
VENDA DE CONTEÚDO
Para direitos de reprodução 
dos textos e imagens publicados 
em HISTÓRIA, acesse 
www.abrilconteudo.com.br 
FALE COM 
A GENTE
ERRATA 
João Pessoa era presidente da 
Paraíba, e não governador, como 
foi publicado na ed. 155. E ele foi 
assassinado dia 26 de julho de 1930, 
e não em 26 de junho de 1930.
MANUEL DA SILVA
Ao falar em crueldade e se desejamos 
personificar o que há de mais perverso, 
não há melhor imagem que represente 
o que existe de pior na humanidade 
que a de Adolf Hitler. Jamais espera-se 
que uma pessoa assassine o próximo 
para defender seus ideais, como ele 
fez com o povo judeu. Mas a História 
possui verdades ainda incompletas 
ou distorcidas, por isso, centralizar 
todas as atrocidades cometidas na 
Segunda Guerra em uma única 
liderança, um único povo, um único 
regime, é minimizar os crimes de todos 
os envolvidos. Podemos citar entre as 
atrocidades cometidas pelas nações 
vencedoras do conflito os bombardeios 
dos Aliados sobre a Alemanha, 
principalmente à cidade de Dresden, 
quando despejaram milhares de bombas 
sobre a população civil; a destruição 
de Nagasaki e Hiroshima; a Invasão 
Soviética a Berlim; os estupros das 
mulheres alemãs pelo Exército Vermelho 
(Exército do Povo); e os campos de 
concentração nos países Aliados. 
VALDOMIRO NENEVÊ
A Princesa Isabel tinha planos de 
indenizar os ex-escravos, promover 
o sufrágio feminino e uma reforma 
agrária em seu eventual reinado, 
contudo, apenas 18 meses após a 
abolição, há o golpe republicano. Todas 
essas ideias caem por completo. Havia, 
sim, uma pressão externa pela abolição 
da escravatura, todavia, a família 
imperial brasileira, que já não contava 
com escravos, não media esforços para 
sancionar leis que emancipassem os 
cativos. O principal empecilho era a área 
conservadora da Câmara, composta pela 
elite agrária, que desaprovava tal ideia.
DANIEL VILELA, VIA FACEBOOK, 
SOBRE A ASSINATURA DA LEI ÁUREA
Muito interessante conhecer um pouco 
a infância e a juventude de Adolf Hitler, 
um jovem comum buscando espaço na 
sociedade. Apenas o poder pelo poder 
pode explicar as ações do Hitler do 
futuro. O Ocidente foi pródigo em 
mostrar o lado monstruoso do ditador, 
que pode se explicar pelo poder 
econômico alcançado pelos judeus 
após a Segunda Guerra Mundial, 
onde passaram a ser proprietários 
de jornais, editoras, redes de 
televisão espalhadas pelo mundo, 
contando assim apenas o lado 
sombrio de Hitler. Porém existe o 
outro lado da história, que poucos 
procuram saber ou se esforçam para 
que se mantenha apenas a versão 
única que vemos nos livros escolares. 
CARLOS FABIAN SEIXAS DE OLIVEIRA
CARTAS
AH156_Cartas.indd 5 6/6/16 8:57 AM
Históriahoje
As novidades da arqueologia e dos estudos históricos
TE
XT
O 
FA
BI
O 
M
AR
TO
N 
FO
TO
S 
GE
TT
Y 
IM
AG
ES
, S
H
UT
TE
RS
TO
CK
 E
 B
RI
TT
N
EY
 T
AT
CH
EL
L,
 
SM
IT
H
SO
N
IA
N 
IN
ST
IT
UT
IO
N
/D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
 |
 I
LU
ST
R
AÇ
Õ
ES
 B
RU
N
O 
AL
G
AR
VE
O ancestral 
dos indígenas 
americanos 
terá seu 
funeral digno
ACHADO ARQUEOLÓGICO SERÁ ENTERRADO RITUALMENTE POR ÍNDIOS AMERICANOS
DE VOLTA PARA A FAMÍLIA
Desenterrado das margens do Rio Colúmbia em 1996, o chamado Homem de Ken-
newick é uma das descobertas mais 
importantes e bem preservadas do 
passado distante da América. O 
esqueleto tem 9 mil anos, e suas ca-
racterísticas físicas mostram uma 
semelhança notável com os asiáti-
cos orientais que colonizaram o 
continente através da Sibéria. 
Por todo esse tempo, o corpo 
moveu uma imensa controvérsia. 
Índios de diversas tribos senti-
ram que um ancestral direto deles 
estava sendo violado ao se tornar 
um artefato científico exibido em 
museus. Eles pediram a repatriação 
– o que está previsto na lei dos Es-
tados Unidos – para ser reenterrado 
de maneira adequada. O cabo de 
guerra entre índios e cientistas se 
estendeu por esse tempo todo base-
ado em afirmações de que o corpo 
era antigo demais para ser ancestral 
dos índios, e não se parecia morfo-
logicamente com eles. 
A questão acabou resolvida 
pela própria ciência: testes de 
DNA no ano passado provaram 
conclusivamente que o Homem 
de Kennewick é mais aparentado 
dos índios modernos que de 
qualquer outro grupo humano. 
As cinco tribos que moveram o 
processo devem receber os res-
tos, mas ainda não decidiram 
como vão dividir entre si a res-
ponsabilidade pelo funeral. 
O Homem de 
Kennewick é 
parente próximo 
do índio moderno
6 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_HISTORIA HOJE.indd 6 6/6/16 8:56 AM
ESCOLA MALDITA 
Reformas de uma escola 
em Edimburgo, na Escócia, 
não param de encontrar 
surpresas macabras. 
No começo do ano, foi um 
esqueleto. Agora foram 
nove caixões. Acredita-se 
que a escola foi construída 
sobre um cemitério, ativo 
entre os séculos 15 e 17.
MÚSICA ARCAICA 
Billy Ó Foghlú, um 
pesquisador australiano, 
concluiu que as kompus, 
cornetas usadas no sul da 
Índia até hoje, são idênticas 
às tocadas na Europa 
durante a Idade do Ferro. 
Segundo ele, os 
instrumentos eram usados 
para ritmo, não para 
harmonia como hoje.
CARTA DE VOLTA 
Os Estados Unidos acabam 
de devolver uma carta de 
Cristóvão Colombo à coroa 
espanhola, datada de 
1493. A carta havia sido 
roubada da Biblioteca 
Riccardina, em Florença, 
e doada à Biblioteca 
do Congresso. 
TE
XT
O 
FA
BI
O 
M
AR
TO
N 
FO
TO
S 
GE
TT
Y 
IM
AG
ES
, S
H
UT
TE
RS
TO
CK
 E
 B
RI
TT
N
EY
 T
AT
CH
EL
L,
 
SM
IT
H
SO
N
IA
N 
IN
ST
IT
UT
IO
N
/D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
 |
 I
LU
ST
R
AÇ
Õ
ES
 B
RU
N
O 
AL
G
AR
VE
PANO DE ALTAR PODE 
SER DA SAIA DA 
RAINHA ELIZABETH I
Parece só um pedaço de 
tecido, mas é tão precioso 
que é mantido numa redoma 
de vidro na Igreja da Sagrada 
Fé, em Bacton, um vilarejo 
em Herefordshire, Inglaterra. 
Um grupo de especialistas do 
Historic Royal Palaces decidiu 
estudá-lo e se deparou com 
três coisas: ele data do século 
16, é feito por fios de prata 
e se parece suspeitamente 
com parte de uma vestimenta 
feminina típica da época. 
Como apenas a realeza podia 
usar fios de prata, e um retrato 
da rainha Elizabeth I parece 
mostrá-la exatamente 
com o mesmo detalhe, os 
historiadores acreditam que 
se trata de um pedaço da saia 
da rainha, dado à igreja e 
transformado em pano de altar.
Susan Crook, diretora dos Amigos da Conservação de Terras Nacionais no Sudoeste 
de Utah, sobre vândalos que escrevem sobre petroglifos (pinturas ancestrais 
indígenas) na região. Ela está criando uma patrulha para parar os pichadores.
“Uma mãe chegou dizendo: ‘Os 
índios escreveram nessas rochas, 
por que as crianças não podem?’”
O Massacre de Bear River, em 1863, aconteceuem meio à Guerra Civil Americana. 
Centenas de índios shoeshone, que haviam se revoltado contra a colonização de suas 
terras, foram exterminados por um destacamento de soldados unionistas (isto é, do 
norte, os “mocinhos” contra a escravidão). Usando mapas da época e tecnologia de 
geolocalização moderna, arqueólogos da Universidade Estadual do Idaho conseguiram 
encontrar o local do massacre, a 700 metros de onde o Riacho Battle encontra o 
Rio Bear hoje em dia. A confluência ficava em outra posição na época. 
ENCONTRADO LOCAL 
DE MASSACRE INDÍGENA
O precioso 
tecido é 
bordado com 
fios de prata
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 7
AH156_HISTORIA HOJE.indd 7 6/6/16 8:56 AM
HISTÓRIA HOJE
REVISANDO OS NÚMEROS DA 
PESTE NEGRA – PARA PIOR
Não se sabe exatamente quantas pessoas morreram na Europa pela Peste Negra 
(1347-1353). Fala-se de despovoamento massivo, mas a falta de evidências faz 
com que alguns historiadores duvidem que tenha sido tão dramático assim. 
A arqueóloga Carenza Lewis, da Universidade de Lincoln (Inglaterra) fez outros testes, 
por meio dos restos de cerâmica encontrados em sítios arqueológicos. A cerâmica 
indica a presença e atividade humana. Usando o trabalho de centenas de voluntários, 
que cavaram numa vasta região do leste da Inglaterra, ela concluiu que a região como 
um todo perdeu 45% de sua população, e alguns locais chegaram a perder 85%. 
A CEVADA CHEGOU À CHINA ANTES DO QUE SE PENSAVA
Estudando funis e vasos de ce-râmica de 5 mil anos, encon-trados na província de Sha-
anxi, arqueólogos descobriram restos 
de oxalato, um resíduo da fabricação 
de cerveja. Não apenas isso, como 
também restos de vegetais, que indi-
cam que a cerveja foi feita com lágri-
mas de Jó, um cereal asiático seme-
lhante ao sorgo, raízes e cevada. 
Esta última foi uma grande sur-
presa – até agora, a evidência mais 
antiga do cereal na China datava de 
mil anos depois. A rqueólogos 
acham que a cevada não veio sozi-
nha. “É possível que, quando a ce-
vada foi introduzida da Eurásia 
ocidental na planície central da Chi-
na, ela tenha vindo com o conheci-
mento de que o grão era um bom 
ingrediente para fazer cerveja”, afir-
ma Jiajing Wang, o condutor do es-
tudo, da Universidade da Califórnia. 
“Então não foi apenas a introdução 
de uma nova plantação mas também 
o conhecimento associado a ela.”
Em regiões da 
Inglaterra, a peste 
chegou a dizimar 
85% da população 
UM TERCO_VOCE RH_GENERICO_67x266_30MAI.indd 1 30/05/2016 14:50:20
CERVEJA ANCESTRAL 
AH156_HISTORIA HOJE.indd 8 6/6/16 8:56 AM
De moedas romanas foram 
encontrados em Tomares, 
na Espanha, por trabalhadores 
instalando canos em um 
parque. As moedas estavam 
em ânforas e provavelmente 
serviriam para pagar soldados. quilosquilos
600600
DNA CARTAGINENSE 
SE PARECE COM 
PORTUGUÊS
“Rapaz de Byrsa” foi o nome dado a um esqueleto 
de 2 500 anos encontrado nas ruínas de Cartago, 
atual Tunísia. Após 22 anos de sua descoberta 
e reconstruções da face, ele teve seu DNA 
sequenciado. Os cientistas encontraram um 
haplogrupo de DNA mitocondrial raríssimo no 
rapaz – que apareceu em populações europeias 
no Paleolítico. Em geral, sua composição genética 
estava mais para a de um português moderno que 
para a de grupos semitas ou norte-africanos, como 
os cartaginenses. Os pesquisadores especulam 
se sua mãe não seria ibérica – o que não é difícil 
de explicar, porque os cartaginenses tinham 
colônias por lá e eram aliados dos celtas nativos. 
Antes de se apresentar no famoso teatro Globe, construído 
por sua própria companhia, William Shakespeare começou a 
carreira no The Curtain. Uma investigação arqueológica no local, 
onde aconteceram as primeiras apresentações de Romeu e 
Julieta, trouxe algumas revelações interessantes. O teatro tinha 
espaço para até mil espectadores e foi construído num cortiço 
– e depois tornado cortiço novamente, quando Shakespeare 
se mudou para o Globe. Também foi achado um fragmento 
do que parece ter sido uma ocarina, usada para fazer efeitos 
especiais durante as peças, como o canto de passarinhos. 
O PRIMEIRO TEATRO 
DE SHAKESPEARE 
DOENÇA CANINA 
SEGUIU O RUMO 
DAS GRANDES 
NAVEGAÇÕES
Cachorros são vítimas de uma 
doença estranhíssima: um câncer 
transmissível. O tumor venéreo 
transmissível é literalmente um 
câncer – e não um micro-organismo 
– que passa por meio do contato 
sexual, e daí infecta o resto do 
organismo como um câncer comum. 
Acredita-se que a doença tenha 
surgido 11 mil anos atrás em um 
único cachorro. Um grupo da 
Universidade de Cambridge 
estudou o DNA desses cânceres 
pelo mundo. Descobriram que 
as diferentes linhagens atuais 
seguem basicamente o caminho 
das grandes navegações: isto é, 
um cão infectado na África, Índia 
e Cabo Verde tem características 
semelhantes aos do Brasil e sul 
da Europa. Basicamente, a 
doença seguiu o rumo dos totós 
contaminados nas caravelas. FO
TO
S 
GE
TT
Y 
IM
AG
ES
, S
H
UT
TE
RS
TO
CK
 E
 D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
Shakespeare 
se apresentava 
num cortiço
Simulação do 
rosto do Rapaz 
de Byrsa
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 9
AH156_HISTORIA HOJE.indd 9 6/6/16 8:56 AM
1º
 1867 
Províncias do Alto e 
Baixo Canadá, Novo 
Brunswick, marítimas 
da Nova Escócia, 
e da Ilha do Príncipe 
Eduardo unem-se 
na confederação do 
DOMÍNIO DO CANADÁ.
2
 1494 
O TRATADO DE 
TORDESILHAS, celebrado 
entre Portugal e 
Espanha e que dividia 
as terras “descobertas 
e por descobrir” entre 
os dois reinos, é 
ratificado na Espanha. 
6
 776 A.C. 
Como forma de 
homenagem aos deuses, 
em especial a Zeus, 
tem início a era das 
OLIMPÍADAS entre os 
gregos. Os jogos eram 
realizados de quatro em 
quatro anos, em Olímpia. 
7
 1456 
O papa Calisto III 
absolve JOANA D’ARC 
após 25 anos de sua 
morte. O processo que a 
condenou é considerado 
inválido e em 1920 ela 
seria canonizada pelo 
papa Bento XV.
8
 1709 
O Exército russo de 
PEDRO I derrota a 
armada de Carlos XII, 
pondo fim à hegemonia 
sueca no Mar Báltico. 
A Rússia conquistava 
então uma fronteira 
marítima na Europa.
3
 987 
É coroado rei da 
França HUGO CAPETO, 
que governou até a 
morte, em 996. Ele foi 
o primeiro monarca 
da Casa de Capeto 
e sucedeu Luís V, 
o último rei carolíngio.
4
 1776 
Grupo liderado por 
THOMAS JEFFERSON 
elabora e aprova a 
Declaração de 
Independência das 
colônias britânicas, 
que origina os Estados 
Unidos da América.
5
 1984 
Dissidentes da Frente 
Liberal saem do Partido 
Democrático Social, 
rompem com o governo 
militar e negociam a 
candidatura de TANCREDO 
NEVES (PMDB) à 
presidência da República.
na História
Julho
O que foi notícia a cada dia
FO
TO
S 
GE
TT
Y 
IM
AG
ES
, 
SH
UT
TE
RS
TO
CK
, 
D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
 E
 R
EP
RO
D
UÇ
ÃO
18
 1821 
O URUGUAI é anexado 
ao Brasil com o nome 
de Província Cisplatina. 
A situação mudou em 
1825, quando líderes 
separatistas invadiram 
a região e proclamaram 
sua independência.
17
 1793 
Quatro dias depois de 
entrar no quarto de 
Jean-Paul Marat, líder 
jacobino durante a 
Revolução Francesa, 
e assassiná-lo, a jovem 
monarquista CHARLOTTE 
CORDAY é guilhotinada.
16
 1054 
O representante do 
PAPA LEÃO IX entrega 
a bula de excomunhão 
do patriarca de 
Constantinopla. É a 
oficialização da ruptura 
entre as Igrejas Católica 
Romana e Ortodoxa.
23
 1840 
Aos 14 anos de idade, 
PEDRO II aceita assumir 
o governo brasileiro e 
presta juramento diante 
da Assembleia Geral. 
O chamado “golpe da 
maioridade” dava início 
ao Segundo Reinado.
25
 1261 
CONSTANTINOPLA é 
retomada pelas forças 
do Império de Niceia, 
sob o comando de 
Alexios Strategopoulos, 
o que permitiu a 
restauração do 
ImpérioBizantino.
24
 1911 
O americano Hiram 
Bingham acha MACHU 
PICCHU, a cidade perdida 
dos incas, no Peru. Um 
dos pontos mais visitados 
do país, a cidade é 
considerada Patrimônio 
Cultural pela Unesco.
15
 1542 
Guiado por índios 
guaranis, o navegador 
espanhol Alvar Nuñes 
Cabeza de Vaca 
descobre a FOZ DO 
RIO IGUAÇU. Ele ia para 
o Paraguai quando 
encontrou as cataratas. 
14
 1899 
O espanhol LUIZ 
GALVEZ transforma o 
território que pertencia 
à Bolívia na República 
do Acre e se torna seu 
presidente. Em 1903, o 
Acre seria incorporado 
pelo Brasil.
26
 796 
Morre o REI OFFA 
da Mércia, líder 
anglo-saxão. Cristão, 
unificou o território 
inglês, difundiu a 
religião e introduziu 
a moeda de prata 
para pagamentos.
REI OFFA
da Mércia, líder 
10 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_AGENDA.indd 10 6/6/16 8:51 AM
28
 1945 
Um bombardeiro tipo 
B-25 se choca contra 
o EMPIRE STATE 
BUILDING, em Nova 
York. O acidente 
causou 14 mortes e um 
incêndio, controlado 
em 40 minutos.
27
 1953 
Fim da GUERRA 
DA COREIA, com a 
assinatura de um 
armistício e a fixação 
de fronteiras: os 
coreanos do Norte e os 
do Sul ficam divididos 
pelo paralelo 38. 
29
 1890 
VINCENT VAN GOGH morre 
nos braços do irmão 
Theo dois dias depois 
de dar um tiro no peito. 
Segundo Theo, as 
últimas palavras do 
pintor foram: “A tristeza 
durará para sempre”.
31
 711 
Árabes vencem os 
visigodos na BATALHA 
DE GUADALETE, na 
Andaluzia, o que 
marca o fim do reino 
visigótico e início do 
domínio muçulmano 
na Península Ibérica. 
30
 1792 
Na marcha de Marselha 
para Paris, tropas 
cantam a MARSELHESA, 
música de Claude 
Joseph Rouget de Lisle. 
A canção se torna 
símbolo da revolução e o 
hino nacional da França.
DIA
27
Avó foge com 
neto de ataque 
aéreo durante a 
Guerra da Coreia
FO
TO
S 
GE
TT
Y 
IM
AG
ES
, 
SH
UT
TE
RS
TO
CK
, 
D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
 E
 R
EP
RO
D
UÇ
ÃO
20
 356 A.C 
Data provável em que 
ALEXANDRE, O GRANDE, 
nasceu, na Macedônia. 
Ele assumiu o poder 
em 336 a.C., reinou por 
13 anos e conquistou 
boa parte do mundo 
conhecido da época.
19
 586 A.C. 
Jerusalém é invadida e 
destruída pelo exército 
de NABUCODONOSOR, 
o todo-poderoso da 
Babilônia, atual Iraque. 
Os judeus partem 
para o chamado 
Exílio Babilônico.
22
 1839 
Durante a Guerra dos 
Farrapos, GIUSEPPE 
GARIBALDI toma Laguna, 
em Santa Catarina. 
Quatro meses depois, 
o local foi retomado e 
os farroupilhas iniciaram 
a retirada por terra.
21
 1674 
Com 40 paulistas e 200 
índios, a bandeira de 
FERNÃO DIAS parte em 
busca de esmeraldas 
pelo interior do país. 
O bandeirante só 
encontraria as 
pedras em 1681.
12
 100 A.C. 
Nasce JÚLIO CÉSAR, 
que se tornaria general 
e ditador romano. 
Segundo a mitologia, 
sua ascendência 
chegava a Julius, filho do 
príncipe troiano Eneias 
e neto da deusa Vênus.
13
 1945 
Realizado pelos 
Estados Unidos o 
primeiro teste nuclear 
da História, codinome 
TRINITY, no Deserto de 
Alamogordo, México. 
É considerado o início 
da Era Atômica.
10
 1825 
Em homenagem a 
SIMON BOLÍVAR, que 
lutou pela independência 
do país em maio 
daquele ano, a Bolívia 
recebe seu atual nome. 
Antes, era conhecida 
como Alto Peru.
11
 1405 
O chinês ZHENG HE 
faz a primeira viagem 
marítima para explorar 
o mundo. Ele comandou 
expedições ao sudeste 
asiático e Oceano 
Índico, chegando 
até a Moçambique.
9
 1816 
No Congresso de 
Tucumán é proclamada 
a independência 
das Províncias Unidas 
do Rio da Prata 
da Espanha, que 
passam a se chamar 
ARGENTINA.
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 11
AH156_AGENDA.indd 11 6/6/16 8:51 AM
almanaque
Vida Privada • História Ilustrada • Retrotech • Arte & História • Linha do Tempo
TE
XT
O 
N
AT
H
AL
IA
 B
US
TA
M
AN
TE
 | 
 IM
AG
EN
S 
FI
N
E 
AR
T 
IM
AG
ES
/H
ER
IT
AG
E 
IM
AG
ES
/G
ET
TY
 IM
AG
ES
) E
 T
H
E 
BR
IT
IS
H 
LI
BR
AR
Y/
D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
CARTÓRIO
ALMANAQUE Como Fazíamos Sem...
A prática de registrar docu-mentos em cartórios surgiu como uma forma de simpli-
ficar a vida das pessoas, dando fé 
pública a acordos e acontecimentos e 
reduzindo a necessidade da mediação 
de um juiz ou da presença de teste-
munhas. O registro de documentos 
tem origem com a própria invenção 
da escrita. Na Pré-História, a forma-
lização de negociações – incluindo 
casamentos e divisões de heranças 
– era feita com uma festa que celebra-
va o “contrato”. O evento funcionava 
como um anúncio público do que fora 
acordado, e tinha por testemunhas os 
convidados. Os sumérios eterniza-
ram esses acordos em registros es-
critos. Os mais antigos documentos, 
forjados em tabuletas de argila e com 
um selo de assinatura do escriba, fo-
ram encontrados na Mesopotâmia e 
A EVOLUÇÃO DOS REGISTROS DE DOCUMENTOS 
Certidões 
têm origem 
com a 
escrita
são anteriores ao próprio Código de 
Hamurabi, que data de 1700 a.C.
Ainda na Mesopotâmia, durante 
o reinado de Nabucodonosor (626 a 
587 a.C.), o profeta Jeremias registrou 
no Velho Testamento detalhes sobre 
o processo de transmissão de imóveis 
da época: “Toma estes documentos, 
este contrato de compra, o exemplar 
selado e a cópia aberta e coloca-os em 
um lugar seguro, para que se conser-
vem por muito tempo”. 
No Egito antigo, cartas, contratos, 
comunicados diplomáticos, testamen-
tos, informações sobre impostos e 
todos os documentos administrativos, 
econômicos e religiosos passavam 
pelas mãos dos escribas. Indicados 
almanaquealmanaque
Vida Privada 
almanaque
Vida Privada 
almanaquealmanaque
•
almanaque
 História Ilustrada 
almanaque
 História Ilustrada 
almanaquealmanaque
•
almanaque
 Retrotech 
almanaque
 Retrotech 
almanaquealmanaque
•
almanaque
 Arte & História 
almanaque
 Arte & História 
almanaque
12 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_CFS.indd 12 6/7/16 2:15 PM
TE
XT
O 
N
AT
H
AL
IA
 B
US
TA
M
AN
TE
 | 
 IM
AG
EN
S 
FI
N
E 
AR
T 
IM
AG
ES
/H
ER
IT
AG
E 
IM
AG
ES
/G
ET
TY
 IM
AG
ES
) E
 T
H
E 
BR
IT
IS
H 
LI
BR
AR
Y/
D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
OS CARTÓRIOS PELA LEI DOS COMUNS
Na Idade Média, havia diversos 
cartórios ativos na Inglaterra – 
especialmente durante os reinados 
de Eduardo I e II (1043-1066 e 
1307-1307). Henrique VIII, ao romper 
com o Vaticano, em 1534, assumiu 
o direito de nomear notários, por 
meio do Arcebispo de Canterbury – 
uma prática que, de forma 
simbólica, permanece até hoje.
Por essa reviravolta histórica, 
e também pelo caráter do sistema 
legal anglo-saxão, baseado em 
jurisprudência, os países que 
adotaram a Lei dos Comuns – Reino 
Unido, Estados Unidos e demais 
membros da Commonwealth – 
não desenvolveram os cartórios 
de registros de notas na mesma 
medida que os países que adotaram 
o Sistema de Direito Civil, de origem 
romana. Naqueles países, a principal 
ocupação dos cartórios é a validação 
de documentação para o comércio 
internacional, e a autenticação de 
documentos é desnecessária, pois, 
pela lei, as cópias possuem o 
mesmo valor dos originais. 
pelo imperador, eles faziam parte de 
um complexo sistema burocrático 
com acesso a todos os eventos relevan-
tes do Império e cobravam taxas pelo 
registro de documentos privados – 
para cadastro de uma transmissão 
imobiliária de 185 a.C. foi cobrado um 
vigésimo do valor da escritura. 
Foi com os romanos, porém, que o 
ofício se estruturou e se aproximou 
do que é praticado até hoje. O impera-
dor Cícero (106 a 43 a.C.) determinou 
a separação entre os registros públi-
cos– ligados às cortes e produzidos 
pelos “notarii” – dos privados, mais 
comumente de testamentos e acordos 
consensuais produzidos pelos “ta-
belliones”. Os notários da antiga Re-
O “tabellione” 
registrado 
em obra do 
século 14
pública romana não só asseguravam 
a veracidade de documentos como 
conferiam um ar mais formal às ins-
crições – cunhando um estilo de es-
crita peculiar que viria a ser associa-
da posteriormente ao direito romano. 
Com a queda do Império Romano 
e a ascensão do poder da Igreja Ca-
tólica, esta assumiu a responsabili-
dade pelos registros públicos e pela 
indicação dos notários. Assim, cabia 
ao Vaticano apontar os guardiões dos 
documentos nos territórios que an-
teriormente compunham o Império 
Romano – com especial influência na 
França e na Península Ibérica.
Entre 1100 e 1200, no período em 
que se formou o Estado português, 
documentos reais e particulares eram 
lavrados por notários para atestar a 
prática de atos em conformidade com 
os interesses da coroa e da Igreja. Tal 
prática foi estendida às colônias e, 
entre 1500 e 1800, o papel dos cartó-
rios no Brasil era formalizar transa-
ções de caráter particular, como do-
ações, dotes, procurações e alforrias. 
Dada sua importância, sempre que 
uma cidade era fundada, um cartório 
local também era criado. 
A França foi o primeiro país a re-
tornar a função de registros civis e 
jurídicos para o Estado – pelo Código 
Napoleônico, no início do século 19. 
No Brasil, apenas na década de 1870 
a Igreja perdeu para os municípios o 
privilégio de conduzir tais registros. 
Os cartórios eram instituição pública 
no Brasil durante parte do século 20, 
mas hoje são órgãos privados que fun-
cionam por concessão do governo. 
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 13
AH156_CFS.indd 13 6/7/16 2:15 PM
TE
XT
O 
FA
BI
O 
M
AR
TO
N 
| 
IM
AG
EM
 G
ET
TY
 IM
AG
ES
ALMANAQUE Arte & História
Em 2004, o papa João Paulo II recebeu o patriarca ortodoxo Bartolomeu I no Vaticano. O anfitrião aproveitou a oportunidade para pedir desculpas: 
“Vamos compartilhar, numa distância de 800 anos, o 
sentimento de dor e desgosto”. Ele se referia ao saque de 
Constantinopla na Quarta Cruzada, em 1204, um evento 
tão infame que, quase um milênio depois, ainda podia ser 
motivo para retratações (que foram aceitas). 
A Quarta Cruzada foi lançada para tentar reconquis-
tar Jerusalém, (re)tomada pelas forças de Saladino em 
1187. Liderando as forças, estavam os francos, que entra-
ram num acordo com a República de Veneza para prover 
o transporte a eles. Antes mesmo de saírem, receberam 
uma proposta do príncipe Alexios Angelos para fazerem 
um desvio para a capital do Império Bizantino. Ele que-
ria que eles o ajudassem a instalar no trono seu pai, Ale-
xios III, deposto por uma revolta. Em troca, receberiam 
suprimentos e financiamento para o resto da missão. 
Com a ajuda dos cruzados e seus aliados venezianos, 
Alexios, o filho, seria feito imperador em 1203. No ano 
seguinte, outra revolta o levou do trono para a masmorra. 
Quando os cruzados souberam que Alexios havia sido 
executado, decidiram tomar Constantinopla – o saque 
seria a forma de receberem o pagamento prometido. No 
final, acabaram dividindo o Império Bizantino e instalan-
do seu próprio Império Latino, que duraria até a restau-
ração bizantina em 1261. Jerusalém ficou na promessa. 
Em 1838, o rei Luís Filipe I pediu a Eugène Delacroix 
um quadro retratando o evento. O pintor era o autor de A 
Liberdade Guiando o Povo, sobre a revolução que havia 
posto o próprio Luís Filipe no poder. O resultado não foi, 
talvez, o que o monarca tinha em mente. Em vez de celebrar 
a conquista dos francos, ancestrais dos franceses, o autor 
liberal preferiu mostrar um massacre, numa imagem 
convoluta e violenta, que lembra as atrocidades de outro 
“cruzado” na memória recente, Napoleão Bonaparte. 
A GRANDE INFÂMIA ETERNIZADA
A ENTRADA DOS 
CRUZADOS EM 
CONSTANTINOPLA
HABITANTES
O Império Bizantino falava 
grego, mas era o que havia 
restado do Império Romano 
– eles chamavam a si 
próprios de “romanos” 
e nada mais. Gente de 
todo o mundo morava na 
cidade – inclusive nórdicos. 
A guarda varangiana, 
formada por mercenários 
do norte, existia desde os 
tempos vikings e tentou, 
em vão, repelir os invasores. 
O SAQUE
Constantinopla era o entreposto final de uma das duas 
rotas de especiarias que proviam a Europa com caríssimos 
temperos e seda – a outra era controlada pela própria 
Veneza. Por três dias, cruzados e venezianos roubaram 
casas e igrejas, destruíram construções insubstituíveis, 
como a Grande Biblioteca, e estupraram até freiras. 
MARINHA DECADENTE
A locação estratégica já era ocupada desde a Grécia antiga. 
O Estreito de Bósforo separa o Mar Negro do Mediterrâneo e 
a Ásia da Europa, permitindo controlar o acesso naval a uma 
imensa região. A Marinha bizantina foi uma força temida em 
séculos anteriores, sendo a única portadora do chamado fogo 
grego, lança-chamas medieval. Mas então era praticamente 
inexistente – tinha 20 navios contra 200 dos cruzados. 
14 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_ARTE.indd 14 6/6/16 8:49 AM
TE
XT
O 
FA
BI
O 
M
AR
TO
N 
| 
IM
AG
EM
 G
ET
TY
 IM
AG
ES
RAIO X
NOME: A Entrada dos 
Cruzados em Constantinopla
AUTOR: Eugène Delacroix
DATA: 1840
TAMANHO: 498 x 410 cm
TÉCNICA: Óleo sobre tela
LOCAL: Museu do Louvre 
CONQUISTADOR INDECISO
Balduíno IX, conde de Flandres, 
havia herdado uma vasta região 
nas atuais Holanda e Bélgica. 
O artista desenhou-o liderando 
as tropas e com uma expressão 
consternada, como se já 
começasse a se arrepender. 
Dupla licença poética: o líder 
dos cruzados era na verdade 
o francês Bonifácio de 
Monteferrato, mas, por razões 
políticas, seria Balduíno a 
ser eleito imperador, cargo 
que aceitou sem restrições. 
Governaria por apenas um 
ano, até morrer em batalha. 
TORTUOSIDADE
A expressão do próprio cavalo faz parte da 
tortuosidade geral do quadro, indicando por seus 
elementos gráficos a natureza vil da conquista. 
Delacroix decidiu mostrar o evento como o que era: 
não uma vitória dos francos, mas um massacre infame, 
a manchar a memória de seu país por toda a História.
DEFESA INSUFICIENTE
A capital era a maior cidade da Europa, com 250 
mil habitantes, igualando-se às grandes metrópoles 
islâmicas de Bagdá e Alexandria. Também era a 
cidade mais protegida do mundo – seu complexo 
de muros era considerado impenetrável, mas os 
cruzados e venezianos tiveram sorte com o clima 
e puderam atacar pelo mar, tomando as torres. 
não uma vitória dos francos, mas um massacre infame, 
a manchar a memória de seu país por toda a História.a manchar a memória de seu país por toda a História.
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 15
AH156_ARTE.indd 15 6/6/16 8:49 AM
Bandeiras & Brasões
TE
XT
O 
BA
N
D
EI
R
AS
 E
 B
R
AS
Õ
ES
 F
AB
IO
 M
AR
TO
N 
| F
O
TO
S 
SH
UT
TE
RS
TO
CK
 E
 W
IK
IM
ED
IA
 C
O
M
M
O
N
S
ALMANAQUE
CÓDIGO 
INTERNACIONAL 
DE SINAIS
a) Forno móvel
b) Carrinho de bebê blindado
c) Carrinho de compras de supermercado fortificado
d) Máquina de briquete de carvão
e) Armazenamento de bomba a gás
DESCUBRA O QUE É O ESTRANHO OBJETO DA FOTO
RESPOSTA: b) A ideia foi concebida para proteger 
bebês de ataques a bomba de gás, comuns na 
Segunda Guerra Mundial. A foto foi tirada em 
Hextable, na Inglaterra, em 1938. A invenção foi 
de um morador da cidade. O carrinho tinha uma 
janela de observação, e uma máscara filtrava o ar, 
que era trocado por um mais fresco por meio de 
um compartimento de borracha na parte de trás.
O Que É Isto?ALMANAQUE
Talvez você já tenha notado as bandeirinhas 
coloridas nos mastros dosnavios. Elas não 
estão lá de enfeite: são um sistema de 
mensagens internacional, criado em 1857 
pela Comissão do Comércio britânica, pelo 
qual navios trocam informações visualmente. 
O código contém o alfabeto completo, 
algarismos e quatro sinais especiais. 
Até 1887, não tinha vogais, por um peculiar 
medo da era vitoriana: queriam evitar que 
os marinheiros escrevessem palavrões. 
A introdução do rádio não tornou os símbolos 
obsoletos: eles continuam sendo usados e 
inclusive servem para avisar que o rádio está 
quebrado. Durante a Primeira Guerra, notou-se 
que escrever palavras completas mais 
atrapalhava que ajudava – afinal, quem estava 
em outro barco poderia falar outra língua. 
A partir daí, passou-se a usar combinações 
de letras e números para transmitir mensagens. 
BANDEIRAS NACIONAIS
Após a Segunda Guerra, durante 
a ocupação aliada, as bandeiras da 
Alemanha e do Japão foram banidas. 
Como navios eram obrigados a portar 
bandeiras, os cargueiros alemães 
passaram a usar a letra C com 
duas pontas. O Japão usava um E.
LETRA V
Indica um 
pedido 
de ajuda. 
PRECISÃO
A combinação 
AN2 quer 
dizer “preciso 
de um médico 
para tratar 
vítima de 
acidente 
nuclear”. 
ALFABETO
As bandeiras para 
as letras A, B e C
PRECISÃO
A combinação 
AN2 quer 
dizer “preciso 
de um médico 
para tratar 
vítima de 
acidente 
nuclear”. 
16 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_BB_OQUE.indd 16 6/6/16 8:47 AM
1 T UMBA DE TUTANCÂMON, EGITO
SÉCULO 14 A.C. • DESCOBERTA EM 1922
Encontrado no Vale dos Reis de Tebas 
pelo americano Howard Carter, o túmulo 
do jovem faraó Tutancâmon fascinou 
o mundo. Dentro de quatro câmaras 
subterrâneas, além dos sarcófagos 
que guardavam sua múmia, centenas 
de artefatos se destacavam pela riqueza 
e pela preservação. Entre eles, um trono, uma 
carruagem, armas, joias e a famosa máscara mortuária dourada. 
Descobertas recentes levam os arqueólogos a acreditar que por 
trás de suas paredes possam existir outras duas câmaras ocultas. 
Há a hipótese de que nelas teria sido enterrada a lendária Nefertiti. 
3 TUMBAS REAIS DO SENHOR 
DE SIPÁN, PERU
SÉCULO 3 D.C. • 
DESCOBERTAS EM 1987
Ao investigar saqueadores de relíquias, 
o peruano Walter Alva encontrou 
a tumba do Senhor de Sipán, um 
governante mochica, descoberta 
em uma grande plataforma de adobe. 
A cultura peruana mochica se 
destacou pela produção de cerâmica 
realista e metalurgia refinada de ouro 
e prata. Junto ao Senhor de Sipán 
foram encontrados 600 artefatos, 
entre ornamentos de ouro e cerâmicas, 
e outros oito corpos, duas lhamas 
e um cachorro. Restaurados na 
Alemanha, os artefatos estão em um 
museu especialmente construído para 
abrigá-los na cidade de Lambayeque.
4 TUMBAS REAIS DE MICENAS, GRÉCIA
16 A.C. • DESCOBERTAS EM 1876
O alemão Heinrich Schiliemann, 
obcecado pela Ilíada e a Odisseia, de 
Homero, foi à Grécia e à Turquia atrás 
de vestígios das obras. Achou as ruínas 
que seriam das míticas Troia e Micenas. 
Nesta encontrou túmulos circulares enormes 
dos antigos governantes da cidade. Em um 
deles, cinco corpos continham máscaras mortuárias 
de ouro, ornamentos e vasos de prata e ouro, além de 
armas de bronze. A famosa máscara supostamente 
de Agamenon e outros objetos de Micenas estão 
no Museu Arqueológico Nacional de Atenas.
2 MAUSOLÉU DO IMPERADOR QIN, CHINA
SÉCULO 3 A.C. • DESCOBERTO EM 1974
O mausoléu de Qin Shi Huangdi, o primeiro 
imperador que unificou a China e iniciou a 
construção da muralha, é conhecido pelo exército 
de mais de 8 000 soldados esculpidos em terracota. 
A tumba foi encontrada em Xi’an, região central 
do país, por camponeses que perfuravam poços 
de água. Sua construção teria sido ordenada 
pelo próprio imperador e contado com o trabalho 
de milhares de homens. A necrópole é tão grande 
que boa parte ainda não foi escavada.
ListaALMANAQUE
PELO MUNDO, TESOUROS BEM PRESERVADOS 
QUE CONTAM A HISTÓRIA DO HOMEM 
TUMBAS 
ENCONTRADAS 
INTACTAS
TUMBAS REAIS DE 
16 A.C. • DESCOBERTAS EM 1876
, de 
Homero, foi à Grécia e à Turquia atrás 
de vestígios das obras. Achou as ruínas 
que seriam das míticas Troia e Micenas. 
Nesta encontrou túmulos circulares enormes 
dos antigos governantes da cidade. Em um 
deles, cinco corpos continham máscaras mortuárias 
que boa parte ainda não foi escavada.
1
SÉCULO 14 A.C. • DESCOBERTA EM 1922
Encontrado no Vale dos Reis de Tebas 
pelo americano Howard Carter, o túmulo 
do jovem faraó Tutancâmon fascinou 
o mundo. Dentro de quatro câmaras 
subterrâneas, além dos sarcófagos 
que guardavam sua múmia, centenas 
de artefatos se destacavam pela riqueza 
e pela preservação. Entre eles, um trono, uma 
carruagem, armas, joias e a famosa máscara mortuária dourada. 
Descobertas recentes levam os arqueólogos a acreditar que por 
trás de suas paredes possam existir outras duas câmaras ocultas. 
18 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_LISTA.indd 18 6/6/16 8:37 AM
9 MAUSOLÉU DE FELIPE II, GRÉCIA
SÉCULO 4 A.C. • DESCOBERTO EM 1977
Felipe II, pai de Alexandre Magno, foi enterrado 
em uma necrópole próxima da atual cidade 
de Vérgina, no norte da Grécia. O grande 
mausoléu de mais de 100 metros de largura 
por 12 de altura contém outros três túmulos. 
Os restos mortais incinerados do monarca se 
encontravam dentro de uma pequena caixa 
de ouro, decorada com um desenho 
de um sol, símbolo dos reis da 
Macedônia. Uma coroa de ouro 
representando folhas e flores 
cobria a caixa. Entre outros 
objetos, havia vasos de prata 
e bronze, armas e armaduras 
e objetos de marfim.
5 BARCO FUNERÁRIO DE SUTTON HOO, INGLATERRA
SÉCULOS 6 E 7 D.C. • DESCOBERTO EM 1939
A descoberta de um barco funerário em Sutton Hoo, 
costa leste da Inglaterra, revelou um tesouro da 
época do período posterior à saída dos romanos, 
entre os séculos 5 e 10 d.C. O achado revela detalhes 
da Alta Idade Média na Inglaterra. O funeral deve ter 
sido de uma figura proeminente do reino. Entre os 
objetos encontrados estão um capacete, um escudo, 
adereços, como uma fivela de ouro e broches, e 
louças. A maioria das peças 
está exposta no Museu 
Britânico de Londres.
8 TUMBA DE PAKAL EM PALENQUE, MÉXICO
SÉCULO 7 D.C. • DESCOBERTA EM 1952
Por mais de mil anos a tumba de Pakal esteve 
escondida abaixo do chamado templo das 
inscrições. Foi o arqueólogo Alberto Ruz Lhuillier 
que, após descobrir um túnel e retirar toneladas 
de escombros do caminho, chegou a uma ampla 
câmara mortuária que continha um enorme 
sarcófago de pedra decorado com inscrições. 
Junto ao túmulo, além de uma série de objetos, 
os mais impressionantes de jade, como 
a máscara mortuária, estavam outros 
seis corpos, que se acredita serem 
de pessoas sacrificadas. Atualmente 
os achados estão no Museu 
de Antropologia do México, 
na capital do país.
7 TUMBA 43 DE VARNA, BULGÁRIA
4500 A.C. • DESCOBERTA EM 1972
Necrópole da Idade do Cobre encontrada 
na cidade búlgara da Varna, no Mar Negro, 
revelou, entre quase 300 enterros, uma 
riquíssima tumba, provavelmente de um 
chefe local. A nomeada Tumba 43 continha 
990 objetos de ouro. Essas seriam algumas 
das mais antigas peças trabalhadas do 
metal precioso já descobertas. Entre 
os artefatos estão braceletes, colares, 
amuletos, cetros e até um falo. O túmulo 
também revelou armas e ferramentas de 
cobre, cerâmicas e belas conchas marinhas. 
6 TUMBAS REAIS DE UR, IRAQUESÉCULO 26 A.C. • DESCOBERTAS EM 1928
Foi escavada em Ur uma série de tumbas reais 
que revelaram ao mundo alguns dos mais 
espetaculares artefatos arqueológicos, boa 
parte de ouro e pedras preciosas. Entre as 
relíquias estão o famoso estandarte de Ur – 
que acredita-se ser uma caixa de som; 
uma rica diadema; e uma lira adornada com a 
imagem de um boi barbudo. Em uma das mais 
impressionantes tumbas, arainha possuía roupas 
luxuosas e estava acompanhada por outros 74 corpos. 
As escavações foram realizadas pelo inglês Leonard Woolley e 
muitos dos artefatos se encontram no Museu Britânico de Londres.
10 SENHORA DO CAO, PERUSÉCULO 4 D.C. • DESCOBERTA EM 2004
Três plataformas de adobe formam o sítio arqueológico de El Brujo, na costa 
norte do Peru. Uma das estruturas, a Huaca Cao Viejo, escondia a tumba 
intacta de uma governante mochica. A chamada Senhora do Cao revelou 
um dos maiores tesouros arqueológicos do país. Chama a atenção no 
corpo sua pele tatuada. Além de objetos de ouro e cobre, havia importantes 
símbolos de poder, como cetros e coroas. O mais significativo foi mostrar 
indícios de que as mulheres também governavam na sociedade mochica. 
O moderno museu El Brujo exibe o corpo da governante e seus tesouros.encontravam dentro de uma pequena caixa 
de ouro, decorada com um desenho 
de um sol, símbolo dos reis da 
TE
XT
O 
RO
D
RI
GO
 V
AL
EN
TE
 E
 J
UL
IA
N
A 
SA
D
A 
 | 
 F
O
TO
S 
GE
TT
Y 
IM
AG
ES
, S
H
UT
TE
RS
TO
CK
 E
 D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
adereços, como uma fivela de ouro e broches, e 
louças. A maioria das peças 
está exposta no Museu 
Britânico de Londres.
7 TUMBA 43 DE 7 TUMBA 43 DE 7 
TUMBAS REAIS DE UR, IRAQUE
SÉCULO 26 A.C. • DESCOBERTAS EM 1928
Foi escavada em Ur uma série de tumbas reais 
que revelaram ao mundo alguns dos mais 
espetaculares artefatos arqueológicos, boa 
parte de ouro e pedras preciosas. Entre as 
relíquias estão o famoso estandarte de Ur – 
que acredita-se ser uma caixa de som; 
uma rica diadema; e uma lira adornada com a 
imagem de um boi barbudo. Em uma das mais 
impressionantes tumbas, a rainha possuía roupas 
luxuosas e estava acompanhada por outros 74 corpos. 
Junto ao túmulo, além de uma série de objetos, 
os mais impressionantes de jade, como 
a máscara mortuária, estavam outros 
seis corpos, que se acredita serem 
de pessoas sacrificadas. Atualmente 
os achados estão no Museu 
de Antropologia do México, 
SENHORA DO CAO, PERU
SÉCULO 4 D.C. • DESCOBERTA EM 2004
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 19
AH156_LISTA.indd 19 6/6/16 8:37 AM
ALMANAQUE Viagem com História
Cuba tem uma das mais ricas e dra-máticas histórias da América (capa de AVENTURAS NA HIS-
TÓRIA de novembro). Toda a conquista 
espanhola começa por lá – basta lembrar 
que Cristóvão Colombo nem chegou ao 
continente em 1492, se limitando a desco-
brir o Caribe. E Cuba, fruto dessa primei-
ra exploração, seria a base de onde eles 
lançariam sua violenta campanha de con-
quista contra todos os povos da América. 
Fundada em 1515, Havana também se-
ria o centro de outro episódio na memória 
popular: a era dos piratas, que ainda é 
viva nos vários fortes que tentavam pro-
tegê-la de incursões dos bandidos. 
Cuba era tão preciosa que foi dos últi-
mos países a serem mantidos sob ferre-
nho domínio espanhol. Ganhou sua in-
dependência apenas em 1898, com uma 
ajuda meio suspeita dos Estados Unidos, 
que manteve o país como refém durante 
as décadas seguintes. Com o dinheiro 
americano, seria um dos países mais 
prósperos da América Latina, mas tam-
bém um dos mais humilhados em seu 
senso de patriotismo. 
A revolução de 1959 expulsou os ame-
ricanos e os cassinos e trouxe uma expe-
riência social que ainda divide seriamen-
te opiniões. O país pode ter sido refunda-
do, mas não é apenas o período castrista 
que pode ser visto em Havana. Na arqui-
tetura, em algumas seletas atrações e até 
mesmo nos carros, ainda há algo da his-
tória antiga a ser reconhecido. 
O LOCAL DE NASCIMENTO 
DA AMÉRICA
HAVANA
MUSEU NACIONAL DA MÚSICA
OBRAPÍA 509, E/ BERNAZA Y VILLEGAS
Depois da Revolução, a segunda coisa pela 
qual Cuba é mais conhecida é sua música. 
Situado num opulento sobrado de 1905, 
o museu faz exibições temáticas periódicas 
e tem uma grande coleção de instrumentos 
raros, além de uma loja onde é possível 
comprar CDs e revistas sobre a música cubana. 
MUSEU DA 
REVOLUÇÃO
AVENIDA BÉLGICA, S/N
O antigo palácio presidencial, 
de onde Fulgêncio Batista 
governou até ser derrubado, 
em 1959, hoje é um museu 
que celebra – e, obviamente, 
propaga – a revolução. Seus 
objetos incluem o iate Granma, 
que levou Che e Fidel a Cuba, 
o traje do cosmonauta cubano 
Arnaldo Tamayo Mendez e a 
turbina de um avião espião 
americano derrubado em 1962. 
TE
XT
O 
FA
BI
O 
M
AR
TO
N 
| I
LU
ST
R
AÇ
ÃO
 B
RU
N
O 
AL
G
AR
VE
20 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_VIAGEM.indd 20 6/7/16 2:30 PM
CATEDRAL 
DE HAVANA
156 EMPEDRADO
Concluída pelos jesuítas 
em 1777, foi construída 
com coral tirado do Golfo 
do México – alguns fósseis 
marinhos ainda são 
visíveis nas paredes. É um 
dos mais belos exemplos 
de arquitetura barroca 
nas Américas e também 
um pedaço inalterado da 
Cuba pré-revolucionária. 
Abrigou o corpo de 
Cristóvão Colombo até 
a independência cubana. 
CASTELO DA 
FORÇA REAL
O’REILLY S/N
A fortaleza, que fi cou 
pronta em 1577, é a mais 
antiga ainda em pé nas 
Américas. Criada para 
defender a cidade de 
ataques piratas, nunca foi 
muito bem nessa função, 
porque está muito para 
dentro no estuário. Hoje 
abriga um museu naval, 
que cobre a era dos piratas 
e inclui uma réplica do 
navio de linha Santíssima 
Trindade, construído em 
Cuba, que lutou nas 
guerras napoleônicas 
e era o maior do mundo. 
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 21
AH156_VIAGEM.indd 21 6/7/16 2:30 PM
CEMITÉRIO 
CRISTÓVÃO 
COLOMBO
CALLE 12, S/N
Com 1 milhão de 
“habitantes”, é 
considerado o cemitério 
mais arquitetonicamente 
importante da América 
Latina. Entre os notáveis 
estão o cantor Ibrahim 
Ferrer, que alçou fama 
internacional após o 
documentário Buena 
Vista Social Club. 
PRAÇA DA REVOLUÇÃO
PLAZA DE LA REVOLUCIÓN
O centro cívico de Cuba, de onde o 
presidente Fidel Castro fazia seus 
famosos (e intermináveis) discursos. Lá 
está a icônica imagem de Che Guevara, 
no Ministério do Interior, e o monumento 
a José Marti. Com 109 metros de altura, 
é o ponto mais alto de Havana, com um 
mirante que pode ser acessado. 
EMBAIXADA DOS EUA
CALÇADA ENTRE AS RUAS L E M
O prédio data de 1953. Entre 1961 
e 2015, no período em que os 
países não mantiveram relações 
diplomáticas, serviu como 
“Seção dos Interesses dos Estados 
Unidos na Embaixada da Suíça”. 
Costumava exibir mensagens 
de propaganda anticomunista 
na fachada – Fidel então ordenou 
a construção da praça em frente, 
com bandeiras pretas para ocultá-la. 
GRAN TEATRO
458 PASEO DE MARTÍ
O prédio foi construído 
em 1905, em volta 
de outro teatro, que 
hoje é seu interior. Por 
ele passaram nomes 
legendários, como 
Enrico Caruso e Sarah 
Bernhardt. Hoje abriga 
espetáculos do Balé 
Nacional de Cuba e o 
Festival Internacional 
de Balé, além de vários 
eventos sazonais. 
CAPITÓLIO
PASEO DE MARTÍ, S/N
A construção colossal foi 
inaugurada em 1929, sob 
o controverso governo 
do caudilho Gerardo 
Machado, imitando o 
edifício de Washington 
– seu domo é 4 metros 
mais alto. Era a sede do 
governo até a revolução, 
hoje abriga a Academia 
Cubana de Ciências. 
22 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_VIAGEM.indd 22 6/7/16 2:30 PM
EL FLORIDITA
OBISPO, S/N
O que um bar faz numa lista de atrações 
históricas? O La Floridita não é qualquer 
bar. Ele é uma relíquia da Havana do 
tempo dos cassinos e turistas americanos, 
frequentado por Ernest Hemingway, Ezra 
Pound e Graham Greene. Também foi lá que 
o Daiquiri, o drinque nacional, foi inventado. 
CASTILLOS DE LA CABANA, 
3 REYES DEL MORRO E SAN 
SALVADOR DE LA PUNTA
LA CABANA E 3 REYES: LA HABANA 
DEL ESTE; SAN SALVADOR: MALECÓN
Entreposto entre a América e a Espanha, 
por onde passavam os navioslevando o 
ouro dos Astecas e Incas, Havana sempre 
foi visada por piratas. Isso explica todos 
os fortes. La Cabana foi conquistada pelos 
rebeldes em 1959 e ainda hoje tem o 
disparo cerimonial de canhões às 21h. 
Em tempos coloniais, isso sinalizava 
o fechamento dos portões da cidade.
FINCA VIGIA
FINCA VIGIA, KM 12,5
O antiamericanismo 
cubano abre uma grande 
exceção a Hemingway, o 
autor americano que viveu 
e escreveu boa parte de 
sua obra no país e apoiou 
a revolução. Inclusive 
morava em Havana 
quando recebeu o Prêmio 
Nobel, em 1954. Sua casa, 
que ele deixou em 1960, 
hoje abriga um museu 
em sua homenagem.
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 23
AH156_VIAGEM.indd 23 6/7/16 2:30 PM
ALMANAQUE Arqueologia do Futuro
GHOST IN THE SHELL
SÉRIE JAPONESA FOI VISIONÁRIA – AINDA QUE TALVEZ UM POUCO APRESSADA
TE
XT
O 
FA
BI
O 
M
AR
TO
N 
 | 
FO
TO
 D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
Se você é do tipo que fica com urticária ao ouvir as palavras mangá e animê, essa é uma 
oportunidade para rever seus concei-
tos. A série de ficção científica inicia-
da em 1989 por Masamune Shirow 
não pode ser definida como nada me-
nos que visionária. Ghost in the Shell 
quer dizer, literalmente, “fantasma na 
casca” – uma tradução melhor seria 
“na carcaça”. O título se refere à ideia, 
presente na série, de que pessoas têm 
um espírito (o fantasma), e mesmo se 
99% de seu corpo e cérebro (a carcaça) 
forem substituídos por máquinas, 
continuam a ser pessoas. A protago-
nista, a agente de crimes cibernéticos 
Motoko Kusanagi, teve o corpo quase 
inteiro substituído por tecnologia, e 
ainda é considerada humana.
A história se passa em 2030 – mas 
não vai ser tão cedo que teremos uma 
singularidade tecnológica como na 
ficção. Isto é, o conceito de humani-
dade, a diferença entre gente e má-
quina, começa a deixar de fazer sen-
tido, com a diferença se agarrando 
num conceito místico como espírito. 
Como quase toda ficção científica, 
Ghost in the Shell não fala sobre o celu-
lar, um aparelho que faz tudo o que os 
implantes cerebrais do gênero cyber-
punk prometiam, sem precisar se ar-
riscar em uma cirurgia. Internet, 
como era comum nas previsões dos 
anos 1980, é pura realidade virtual – 
hoje usada só para videogames. E, por 
ser série japonesa, não poderiam fal-
tar os mechas, os robôs com pernas. 
Essa foi na trave: o Big Dog da Boston 
Dynamics, robô de carga militar de-
senvolvido na década passada, fun-
ciona perfeitamente, mas foi vetado 
pelo Pentágono por ser barulhento. 
Agora, em acertos, temos várias 
coisas que ainda são protótipos, mas 
até 2030 podem estar por aí. Os mem-
bros de Kusanagi não são movidos 
por motores elétricos, mas músculos 
artificiais – uma das mais promisso-
ras tecnologias emergentes. A equipe 
de Kusanagi é capaz de se tornar in-
visível, o que também está sendo de-
senvolvido – no Japão, inclusive. Por 
enquanto, depende de projetores ex-
ternos. Ciborgues já são reais, até com 
a capacidade de próteses transmiti-
rem sensações aos nervos – ainda que, 
por ora, não seja coisa que dê pra 
comprar na loja de material ortopédi-
co da esquina e nada indica que al-
guém irá trocar o próprio braço por 
uma prótese. Inteligências artificiais 
capazes de ser confundidas com hu-
manos já estão à porta: ano passado, 
um robô de chat (isto é, só um progra-
ma) passou no Teste de Turing, fazen-
do com que o tomassem por uma pes-
soa. E androides, robôs humanoides, 
ainda são feiosos, mas, se depender 
do Japão, devem estar à venda em lo-
jas de eletrodomésticos até 2030. 
Na série, as 
próteses 
transmitem 
sensações 
aos nervos – o 
que já é real
24 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH154_ARQUE.indd 24 6/7/16 2:30 PM
IL
US
TR
AÇ
ÃO
 B
RU
N
O 
AL
G
AR
VE
ALMANAQUE História Maluca
O SOLDADO MAIS 
PELUDO DA GUERRA
Em seu tempo livre, Voytek ti-nha o hábito de fumar para aliviar a tensão, e gostava de 
dividir uma cerveja com os compa-
nheiros da 22a Companhia de Supri-
mentos de Artilharia do Exército da 
Polônia. Era um soldado como outro 
qualquer, exceto pelo fato de ter nas-
cido urso. O bichinho foi adotado 
pelas tropas polonesas ainda filhote. 
A pequena bola de pelo foi avistada 
pelos soldados aliados ao Exército 
britânico vagando pelas montanhas 
do Irã em 1942. Não demorou muito 
para que se afeiçoassem ao urso, o 
qual passaram a alimentar com leite 
condensado em uma mamadeira im-
provisada com uma garrafa. Batiza-
ram- no “Wojtek”, que, em polonês, 
significa “guerreiro sorridente”.
Com o regimento aquartelado no 
Iraque por quase um ano, Voytek se 
tornou um importante companheiro 
para os soldados – com os quais 
o animal (...) adorava brincar 
de lutinha – e ajudou a elevar o 
ânimo das tropas. Fácil enten-
der o porquê: além de sua pre-
dileção por esportes corpo a 
corpo, o amigo urso tinha ado-
ráveis excentricidades, como 
uma curiosa fascinação por 
banhos, o que o motivou a 
aprender a ligar sozinho o chu-
veiro do acampamento.
Com seu posto de mascote 
favorito da turma assegurado, 
provou também suas habilidades mi-
litares. Em uma ocasião, percebeu a 
porta do banheiro entreaberta e, ao 
aproveitar a oportunidade para se 
banhar, acabou farejando um espião 
árabe que havia se infiltrado no acam-
pamento. O intruso confessou os de-
talhes de sua missão e a tropa conse-
guiu recolher informações para cercar 
os soldados inimigos. Salvador do dia, 
o ursinho ganhou duas garrafas de 
cerveja e permissão para ficar a ma-
nhã inteira relaxando na banheira.
Mas ele também colocava a mão na 
massa: treinado por seus companhei-
ros humanos, ajudava as tropas car-
regando munição pesada e se tornou 
peça-chave da unidade militar. 
Voytek era tão importante para o ba-
talhão que, quando a companhia foi 
convocada para a região de Monte 
Cassino (Itália), ele acabou sendo ofi-
cialmente alistado: o Exército polonês 
registrou nome, posto e núme-
ro do soldado peludo.
Com o fim da guerra, a 
companhia foi alocada em 
u ma v i la loca l i zad a em 
Berwickshire, na Escócia, e 
Voytek se tornou uma lenda 
local. Após a desmobilização 
das tropas em 1947, o urso foi 
levado para o zoológico de 
Edimburgo, onde continuou 
sendo um dos animais mais 
adorados pelo público até sua 
morte, em 1963.
O URSO QUE VIROU PEÇA-CHAVE DO BATALHÃO
LIVRO
História Bizarra 
da Segunda 
Guerra Mundial, 
Otavio Cohen, 
Editora Planeta
SAIBA MAIS
O texto desta 
reportagem foi 
extraído do livro 
História Bizarra 
da Segunda 
Guerra Mundial
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 25
AH155_HM.indd 25 6/6/16 8:25 AM
A PERSEGUIÇÃO DO IRMÃO DE ZICO PELO 
GOVERNO MILITAR NO BRASIL E EM PORTUGAL 
TEXTO José Renato Santiago
NANDO 
E A DITADURA
ALMANAQUE Crônica
FO
TO
S 
SE
BA
ST
IÃ
O 
M
AR
IN
H
O 
E 
ZE
K
A 
AR
AU
JO
 / 
RE
PR
O
D
UÇ
ÃO
E m janeiro de 1964, o presiden-te João Goulart instituiu ofi-cialmente o Programa Nacio-
nal de Alfabetização, PNA. Ao usar 
o método para alfabetização de adul-
to desenvolvido por Paulo Freire, o 
Ministério da Educação e Cultura 
buscava a erradicação do analfabe-
tismo no país. A seleção e o treina-
mento dos profissionais para o pro-
grama aconteceram entre o final de 
1963 e os primeiros meses de 1964. 
Os irmãos Maria José e Nando e a 
prima Cecília passaram três meses 
em treinamento para ministrar as 
aulas que aconteceriam em colégios 
públicos do Rio de Janeiro. Além do 
amor pelos estudos, o futebol era ou-
tra paixão daquela família de origem 
portuguesa, que já contava com o 
próprio Nando atuando nas catego-
rias de base do Fluminense, e seus 
irmãos, Antunes, também no tricolor 
carioca, e Edu, no América. O irmão 
mais novo, que ainda não tinha 10 
anos, se chamava Arthur,o Zico, que 
viria a ser o maior jogador da história 
do Flamengo. 
O presidente Ranieri Mazzilli re-
vogou o decreto de João Goulart. Em 
13 de maio o Ministério da Educação 
divulgou pela imprensa que o mate-
rial utilizado na campanha de alfa-
betização tinha caráter subversivo. 
Os coordenadores e professores 
que tiveram ligação com o PNA foram 
considerados subversivos e eram 
acompanhados de perto pelo regime 
militar. Zezé voltou a ser professora 
primária. Nando se concentrou no-
vamente no futebol. Ainda como ju-
venil do Fluminense, em 1966, rece-
beu o convite para atuar no Santos de 
Vitória. Após algumas partidas como 
titular, com a chegada de um novo 
técnico na equipe, um oficial do Exér-
cito, foi afastado do time. Voltou ao 
Família Coimbra 
completa: os pais, 
José Antunes e 
dona Matilde, e os 
filhos, Tonico, 
Edu, Antunes, 
Zico e Nando
26 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_CRONICA.indd 26 6/7/16 2:22 PM
Rio de Janeiro e atuou com os irmãos 
Antunes e Edu no América. Três ir-
mãos na mesma equipe pareceu não 
ser do agrado do técnico Evaristo de 
Macedo, que autorizou seu emprés-
timo ao Madureira. O começo no tri-
color suburbano foi promissor, até 
que o presidente do clube, Carlinho 
Maracanã, o afastou sem explicações. 
Sabedor da perseguição política que 
se aventava, Nando achou necessário 
“mudar de ares”, para seguir a car-
reira. Em 1968, foi contratado pelo 
Ceará, e fez boas atuações. Seu fute-
bol chamou a atenção da equipe por-
tuguesa do Belenenses. Com a pro-
messa de receber o dobro do salário 
da equipe cearense, Nando partiu 
para Lisboa. Ao chegar, descobriu 
que fora enganado e que o clube lhe 
pagaria menos da metade do combi-
nado. Cabe lembrar que Portugal 
vivia a ditadura de Salazar, desde 
1932 chefe de Estado, e o presidente 
do país, o Almirante Américo Tomás, 
era torcedor fanático do Belenenses, 
clube que presidira em 1944. 
Dias depois, Nando recebeu no 
seu hotel a visita de duas pessoas que 
se identificaram como membros da 
Polícia Internacional e de Defesa do 
Estado, a Pide, organismo autônomo 
da Polícia Judiciária do governo 
local. Após ser interrogado e infor-
mado sobre a necessidade de entre-
gar os seus documentos, os visitantes 
o alertaram que tinham conhecimen-
to sobre sua atuação no PNA em 
1964. No dia seguinte, recebeu mais 
uma ameaça, desta vez do diretor da 
equipe portuguesa. Caso ele não acei-
tasse assinar o contrato, por ser filho 
de português poderia ser obrigado a 
se alistar no Exército do país, e en-
viado para as frentes militares que 
combatiam em Angola e outras colô-
nias africanas.
Nando conseguiu ajuda e retornou 
ao Brasil. Com o susto deixou o fute-
bol meio de lado. Também ficou em 
silêncio, para não atrapalhar a carrei-
ra do irmão Edu, que fora artilheiro 
do torneio Roberto Gomes Pedrosa de 
1969 (o campeonato nacional daquela 
época), e que deveria ser convocado 
para a Copa do Mundo de 1970, e do 
irmão caçula, Zico, que, ainda nas ca-
tegorias de base do Flamengo, encan-
tava a todos com seu futebol.
A não convocação de Edu para a 
Copa do México foi recebida com 
grande tristeza por toda a família, 
mas nada comparável ao choque com 
a prisão da prima, Cecília, e de seu 
marido, José Novaes. Nando e um 
primo médico foram visitar a tia, que 
passara mal ao saber da prisão da fi-
lha. Todos, com exceção da tia, foram 
presos por agentes da Delegacia de 
Ordem Política e Social, Dops, que os 
levaram ao DOI-Codi (Destacamento 
de Operações de Informação – Centro 
de Operações de Defesa Interna), ór-
gão de inteligência e repressão subor-
dinado ao Exército brasileiro. Foram 
encapuzados para interrogatório e 
sofreram ameaças. Foram liberados, 
mas fichados como subversivos, o que 
dificultou a volta de Nando ao futebol.
Em 1971, o jogador foi convidado 
a atuar na equipe portuguesa do Gil 
Vicente, mas não podia sair do país. 
Seu pai teve a oportunidade de falar 
com o então presidente do Conselho 
Nacional de Desportos, o general Si-
zeno Sarmento, que se sensibilizou. 
Graças ao militar, sua ficha voltou a 
ser limpa, e ele atuou no Gil Vicente. 
Porém, lesões sucessivas acabaram 
por antecipar o fim da sua carreira, 
aos 26 anos. Em dezembro de 2010, 
a Comissão de Anistia, instalada pelo 
Ministério da Justiça, reconheceu 
que Nando foi um perseguido políti-
co da ditadura brasileira, e se tornou 
o primeiro jogador de futebol a ser 
anistiado no país.
Os irmãos 
Zico, Edu, 
Tonico, 
Nando e 
Antunes
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 27
AH156_CRONICA.indd 27 6/6/16 8:22 AM
ALMANAQUE História Ilustrada
VENTILAÇÃO
Áreas amplas em palácios seriam 
belas, mas também serviriam 
para que o ar circulasse livremente. 
O objetivo era atingir um nível 
adequado de salubridade, já que 
Milão enfrentava constantes pestes, 
que mataram mais de 10 mil 
pessoas até a época em que 
Da Vinci viveu, o século 16.
ESTÁBULOS
A localização dos 
cavalos também 
foi planejada por 
Da Vinci nos mínimos 
detalhes: sulcos na 
terra dentro dos 
espaços formariam 
uma pequena rede 
de canais para onde 
a sujeira deveria 
escoar e manteriam 
o local limpo.
OS CANAIS
Vias fl uviais eram 
importantes, como as ruas 
para a comunicação e a 
agricultura. Canais artifi ciais 
eram conectados a um canal 
principal. A proposta era 
um sistema independente 
do sistema de ruas. 
A regulagem do fl uxo seria 
feita por meio de comportas.
PARA NOBRES
As vias em nível alto, 
mais amplas e com 
parques, seriam 
para uso da nobreza. 
DA VINCI
 A CIDADE IDEAL DE
IL
US
TR
AÇ
ÃO
 H
AF
AE
LL
SEPARAÇÃO ENTRE RICOS E POBRES ERA REALÇADA
28 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_HIST_ILUST.indd 28 6/6/16 8:19 AM
R enascimento, final do século 15. Em Mi-lão, o artista, cientista e engenheiro Le-onardo da Vinci desenhava partes da 
cidade que desejava construir. A “utopia urbanís-
tica” era tema central de debates. Ricas famílias 
comandavam as cidades-estado independentes 
que eram a Itália. Enquanto a cidade ideal seria 
aquela que celebrasse o governo do príncipe, a 
cidade real era onde reinava o insalubre. A popu-
lação, para a época, era enorme. Em Milão, eram 
quase 100 mil pessoas. A maioria, pobres. Nas 
ruas estreitas e escuras, o lixo se espalhava. Não 
havia encanamento e a água era contaminada. O 
resultado não poderia ser diferente: as pestes 
mataram milhares de pessoas. Da Vinci não che-
gou a conceber um modelo pronto e acabado da 
“cidade-solução”, mas seus desenhos foram reu-
nidos e resultaram, em 1956, no modelo que você 
confere agora e é exibido no Museu da Ciência e 
da Tecnologia Leonardo da Vinci, em Milão.
EMPREGADOS
O andar de baixo seria 
para os empregados, 
a exemplo da cozinha 
e do armazém. 
ESCOAMENTO
A estrutura da cidade 
conectaria as elevações 
e os canais como forma 
de evitar as enxurradas 
dos rios, assim a água 
não fi caria concentrada 
em lugar nenhum.
SERVIÇO
As vias em nível baixo 
serviriam para o fl uxo de 
mercadorias, pessoas 
comuns e animais de carga. 
Segundo o estudioso M.C. 
Hall, autor do livro Leonardo 
da Vinci, os pensadores da 
época não levavam muito 
em conta os pobres.
PRIVILÉGIOS
Os palácios teriam uma 
estrutura aristocrática. 
No primeiro andar, 
viveria a família do 
proprietário, cuja entrada 
seria pelo andar de cima. 
IL
US
TR
AÇ
ÃO
 H
AF
AE
LL
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 29
AH156_HIST_ILUST.indd 29 6/6/16 8:19 AM
FO
TO
 C
H
AT
EA
U 
D
E 
VE
RS
AI
LL
ES
 / 
RM
N
-G
R
AN
D 
PA
LA
IS
 / 
AF
P
O espanhol 
Inácio de 
Loyola fundou 
a Companhia 
de Jesus
CAPA
30 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_JESUITA.indd 30 6/6/16 8:03 AM
A COMPANHIA DE JESUS FOI FUNDAMENTAL NA FUNDA-ÇÃO DE SALVADOR, RIO E SÃO PAULO. CRIOU NOSSA 
VERSÃO DO IDIOMA PORTUGUÊS. CATEQUIZOU ÍNDIOS, 
PARTICIPOU DE BATALHAS, LIDEROU EXPLORAÇÕES EM 
BUSCA DE OURO. AJUDOU A FORMAR O PAÍS
TEXTO Tiago Cordeiro
D
esde os anos 1960, toda criança sonha em ser astronauta. Viajar 
para outros planetas, com suas paisagens bizarras, seus ambientes 
absurdos e – quem sabe? – seus moradores de costumes quase 
inacreditáveis de tão diferentes. Por volta de 1550, era possível viver 
esse mesmo sonho: jovens ousados, educados nas melhores escolas católicas, 
podiam ser convidados para viver entre os algonquins do Canadá, os astecas 
mexicanos, os indianos de Goa, os moradores do arquipélago japonês, os tupis-
guaranis do Brasil. Cada um deles, em todos os sentidos para o ponto de vista de 
um europeu, vivia, comia e rezava como um verdadeiro alienígena. Os jovens do 
Velho Continente podiam experimentar esses novos planetas, desde que reunis-
sem uma combinação de fé, disciplina, espírito didático e capacidade de geren-
ciamento. Havia muitas opções para um missionário cristão abraçar a causa da 
catequização das terras distantes. Mas a Companhia de Jesus era a mais nova e 
mais promissora. Surgira poucos anos antes, pelas mãos de um jovem basco, 
amante das armas e das mulheres, convertido para a fé por uma bala de canhão.
no brasil
jesuítas
aventura dos
A grande
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 31
AH156_JESUITA.indd 31 6/6/16 8:03 AM
I
ñigo vinha de família bem 
relacionada de Azpeitia, no 
noroeste da Espanha. Na 
juventude, fez estágio como 
pajem do nobre Juan Velázquez de 
Cuellar e se acostumou a andar 
bem-vestido, com cabelos loiros e 
compridos. Dizia-se encantado 
por uma moça da elite, que nunca 
chegou a nomear, mas que, con-
fessava, não parava de ocupar 
seus pensamentos. “Ficava logo 
embebido a pensar nela duas, três 
ou quatro horas sem se dar conta, 
imaginando o que havia de fazer 
em serviço de uma senhora”, ele 
escreveria em sua autobiografia. 
O gosto pelas guerras era bem 
mais público.
Como seguidor do vice-rei de 
Navarra, António Manrique de 
Lara, Iñigo participou da batalha 
de guerra que colocava os reis da 
França e da Espanha na disputa 
pelo controle do Sacro Império 
Romano-Germânico. Lutando a 
favor dos espanhóis, em 20 de 
maio de 1531, durante um cerco 
francês a Pamplona, uma bala de 
canhão passou entre suas pernas. 
Milagrosamente, o jovem basco 
sobreviveu. Foi levado para casa, 
com a perna destroçada. No cas-
telo da família, onde passou por 
uma recuperação lenta e dolorosa, 
com direito a uma cirurgia nos 
joelhos – sem anestesia – que ti-
nha por objetivo consertar uma 
cirurgia anterior – também sem 
anestesia –, um jovem sofredor e 
entediado encontrou consolação 
em livros católicos da biblioteca 
da família. O guerreiro mulheren-
go se recuperou com uma perna 
mais curta e uma decisão firme: 
seguir os caminhos de Cristo.
Começou tentando ir à Cidade 
Santa. Conseguiu em 1523, mas 
ficou por um período muito curto, 
durante o qual ele se mostrou um 
risco para os católicos que nego-
ciavam cuidadosamente sua per-
manência na Jerusalém dominada 
por muçulmanos. Andando sem 
seguranças, forçando a entrada 
em lugares vedados a cristãos, ele 
foi convidado a voltar para a Eu-
ropa o mais rápido possível. Re-
tornou a contragosto, sonhando 
em voltar, sem conseguir. 
Iñigo dirigiria suas atenções a 
outro objetivo: fundar uma ordem 
religiosa guerreira, de forte cará-
ter missionário. Para isso, voltaria 
a estudar, a fim de preencher uma 
grave lacuna, a falta de formação 
teológica. Em Paris, encontrou 
seis religiosos mais novos que se 
tornaram o núcleo central da 
Companhia de Jesus: Francisco 
Xavier, Pedro Fabro, Simão Ro-
drigues, Nicolás Bobadilla, Diogo 
Laínez e Alfonso Salmerón. Em 15 
de agosto de 1534, durante um en-
contro na Igreja de Saint Denis, 
no bairro parisiense de Montmar-
tre, eles fundaram a Companhia 
de Jesus. Em 1537, o fundador ado-
tou um novo nome, mais amigável 
para os ouvidos dos espanhóis 
não bascos: Inácio. Em 1540, o 
papa Paulo III aprovou a existên-
cia do novo grupo. Era um come-
ço rápido e promissor.
Aventureiro 
e enamorado
•1491• 
Nascimento 
de Inácio 
de Loyola
•1534•
Inácio 
funda a 
Companhia 
de Jesus
•1500•
Pedro 
Álvares 
Cabral 
chega 
ao Brasil
•1540•
O PAPA 
PAULO III 
formaliza a 
criação da 
Companhia 
de Jesus
•1549•
Chegada 
de TOMÉ 
DE SOUZA e 
Manoel da 
Nóbrega a 
Salvador
•1542•
Primeira 
ação 
missionária 
dos jesuítas, 
no Congo
•1551•
Chegada a 
Salvador do 
primeiro bispo 
do Brasil, Pero 
Fernandes 
Sardinha
•1553•
Chegada 
de JOSÉ 
DE 
ANCHIETA 
ao Brasil 
•1554•
Missa de 
fundação 
da cidade 
de São 
Paulo
•1565•
Fundação 
da 
cidade 
do Rio de 
Janeiro
A TRAJETÓRIA 
DA ORDEM
CAPA
32 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
AH156_JESUITA.indd 32 6/6/16 8:03 AM
•1580•
Portugal é 
anexado ao reino 
da Espanha e os 
jesuítas perdem 
a exclusividade 
no Brasil
•1607•
Início das 
missões 
jesuíticas
•1640•
Portugal volta 
a ser um reino 
independente, 
sob o comando 
do rei 
dom João IV
•1665•
O Tribunal da 
Inquisição 
manda 
prender 
ANTONIO 
VIEIRA
•1773•
Extinção da 
Companhia 
de Jesus 
por ordem 
do papa 
CLEMENTE XIV
•1759•
Expulsão 
dos jesuítas 
de Portugal 
e suas 
colônias
•1814•
O papa 
PIO VII 
reabre a 
Companhia 
de Jesus
•2013•
JORGE 
BERGOGLIO 
é eleito papa 
e adota 
o nome 
Francisco
FO
TO
 G
IA
N
N
I D
AG
LI
 O
RT
I /
 T
H
E 
AR
T 
AR
CH
IV
E 
/ T
H
E 
PI
CT
UR
E 
D
ES
K 
/ A
FP
 E
 S
H
UT
TE
RS
TO
CK
Loyola decidiu 
seguir o 
“caminho de 
Jesus” após 
grave acidente 
com canhão
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 33
AH156_JESUITA.indd 33 6/6/16 8:03 AM
I
nácio nunca usou o termo 
“jesuítas”, pelo qual o grupo 
ficaria conhecido. A expres-
são se estabeleceria décadas 
depois, quando o esforço missioná-
rio ajudou a estabelecer o apelido, 
que fazia referência a “pessoas que 
citam o nome de Jesus com muita 
frequência”. Mas o nome oficial, 
Societas Jesu, ou Sociedade de Jesus, 
caracterizava com precisão os ob-
jetivos do grupo, criado como uma 
milícia com hierarquia clara, con-
duta impecável e o mesmo espírito 
de conquista que acompanhou o 
fundador até o fim da vida, em 1556.
Inácio ainda sonhou com um 
retorno a Jerusalém. Depois, se ins-
talou em Veneza, à espera de orien-
tações papais. Até que aquele grupo 
de jovens instruídos e disponíveis 
para a evangelização chamou a 
atenção das lideranças do Vaticano, 
que resolveram usar os jesuítas no 
esforço de reação à reforma protes-
tante. Todos os fundadores se en-
volveriam na catequização e na 
publicação de trabalhos que luta-
vam pela restauração da fé católica. 
O sucessor de Inácio, Diogo Laínez, 
chegaria a se estabelecer como uma 
importante liderança no Concílio 
de Trento. Era forte candidato a 
papa, mas não chegou ao posto. Os 
jesuítas só formariam um pontífice 
em 2013, com a eleição do argentino 
Jorge Bergoglio. Sua vocação, no 
século 16, era outra: a evangelização 
em terras estrangeiras.
Começou com São Francisco 
Xavier, possivelmente o jesuíta 
mais famoso da história. O único 
fundador da ordem a deixar a Eu-
ropa estava em Portugal, onde o 
rei João III se mostrava interessa-
do no esforço missionário daqueles 
jovens promissores. Em uma dé-
cada morando na Ásia, ele conver-
teria algo entre 30 mil e 100 mil 
pessoas, um número espantoso – e 
obviamente inflado, no sentido de 
que muitos dos pagãos que aceita-
vam o batismo não entendiam o 
que havia acontecido e não muda-
vam nenhum de seus costumes, 
mesmo

Continue navegando

Outros materiais