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Romantismo no Brasil: Primeira e Segunda Geração

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Romantismo 
 
 
 
Primeira Geração 
- Os poemas desse período buscavam construir uma 
literatura de tom nacionalista e idealizada, aspectos 
adequados para legitimar a Independência do Brasil. 
- A escrita poética estava preocupada em representar a 
natureza e a origem do povo brasileiro, focando em uma 
estética da cor local e do indianismo. 
- Gonçalves Dias: em seus textos, anunciou a nova ideologia 
romântica que lutaria pela liberdade formal e pela 
pluralidade temática, inclusive no que diz respeito à 
representação da paisagem. 
 Além dessas características, era presente a 
exaltação da terra natal em oposição ao cenário 
estrangeiro. 
- A exaltação da pátria brasileira, feita de modo 
grandiloquente e entusiasta, consagrou o caráter ufanista 
dos autores dessa fase. 
 Era comum o uso de expressões com o pronome 
possessivo “nosso” para salientar o orgulho do 
sentimento coletivo despertado pela nação. 
- O nacional em relação ao estrangeiro, expressava o desejo 
por regressar à sua pátria, assim, a voz poética lembra-se da 
perfeição e do encantamento da terra natal em 
contraposição ao ambiente estrangeiro. 
- As qualidades brasileiras são substantivadas, o que 
demonstra a importância e a vitalidade dos elementos que 
constituem o país. 
- O papel do indígena: 
 Foi um ícone empregado para a construção de uma 
identidade nacional idealizada. 
 Esses indivíduos não possuíam uma expressão 
relevante de acordo com a sua cultura, visto que, 
nas produções, as imagens produzidas se baseavam 
na figura do “Bom Selvagem”. 
 Buscavam cantar a bravura do índio, que muitas 
vezes se portava como um legítimo cavaleiro 
medieval. 
 O ato da antropofagia foi reinterpretado pelos 
românticos, que demonstraram o lado cultural do 
rito, em que o outro é devorado não por fome, mas 
por assimilação do “maná”, das características 
identitárias do inimigo. 
- Principais autores: 
 Gonçalves Dias 
 
 
 José de Alencar 
 Joaquim Manuel de Macedo 
O Romance Romântico 
- O aparecimento da prosa romântica, no Brasil, está 
vinculado à criação do jornal, pois os romances eram 
publicados em fascículos e, posteriormente, transformados 
em livros (romance de folhetim). 
- As obras, em sua maioria, possuíam uma linguagem simples, 
uma trama fácil e instigante e um final feliz. 
- Os romances dos oitocentos tinham a finalidade de divertir 
essa burguesia, sedenta de cenas amorosas e de enredos 
emocionantes. 
- Os romances de temática urbana refletiam o próprio 
ambiente burguês no qual eram lidos. 
 Assim, a are procurava retratar o gosto da época, 
como a hipocrisia, a vaidade, o casamento por 
interesse, etc. 
 Por outro lado, a vertente crítica apareceu somente 
após um bom período do Romantismo. 
 Essas obras se prendiam mais à elaboração de 
relações amorosas ideais e fidedignas, que se 
contrapunham à frivolidade das relações por 
interesse e aos casamentos malsucedidos. Os pares 
românticos, inspirados na busca de um amor muitas 
vezes impossível, por isso mesmo mais propenso à 
idealização, viviam em plena tristeza e melancolia. 
 - Foi frequente uma retratação da identidade nacional 
através da figuração de toda uma diversidade geográfica. 
Com isso, surgiam romances que procuravam descrever 
outras regiões nacionais. 
 Nota-se uma preocupação histórica, já que 
abordam o processo de ocupação do território 
nacional pelos bandeirantes ou mencionam as 
guerras nacionalistas vinculadas à formação da 
identidade do Brasil. 
 Tinham interesse de representar o nacional através 
de uma literatura que adentrava no país para 
mostrar uma identidade diferenciada daquela do 
Brasil litorâneo, que sofria influências da Europa. 
- O grande sucesso desse período se deu com a utilização do 
indianismo nacional. 
 As obras se preocupavam em fazer um estudo sobre 
a história da colonização brasileira, ao retratar o 
encontro do europeu com o indígena, em apontar a 
formação étnica, cultural e linguística do país e em 
resgatar as lendas e os mitos fundacionais. 
 Havia um emprego exagerado de comparações que 
permitiam a visualização da paisagem nacional 
espelhada no corpo e nas atitudes dos 
protagonistas. 
 A linguagem e os comportamentos dos índios é 
“europeizante”, que traíam suas tribos em favor dos 
caprichos dos brancos. 
- Além dessas características, em outras obras, os 
personagens eram vistos como “pesonagens-tipo”, pois 
expressavam uma identidade coletiva e anônima da camada 
social brasileira. 
Houve a inserção do primeiro herói pícaro nos romances 
nacionais demonstrando, assim, o “jeitinho brasileiro”. 
- Principais autores: 
 José de Alencar 
 Manuel Antônio de Almeida 
 Visconde de Taunay 
 Franklin Távora 
Segunda Geração 
- As obras retratavam a idealização do passado e a visão 
angelical da infância. 
 A criança é vista como um ser puro, desprovido dos 
vícios da vida adulta, da existência corrompida no 
seio do organismo social. 
 O eu poético lamenta a saudade que sente da 
“aurora da sua vida”, ou seja, o tempo em que era 
criança. 
- As obras possuíam um caráter noturno e mórbido. Os 
cenários macabros eram visitados pela voz poética durante 
a noite, e constituíram uma ambientação misteriosa e 
fúnebre que compactua com a obscuridade do próprio 
caráter humano, com a melancolia, com o tédio, com o spleen, 
que dilaceram o sujeito romântico. 
- Por toda essa retratação de um ser sem lugar na sociedade, 
sem um rumo certo para a vida, essa geração foi denominada 
de Ultrarromantismo ou Byronismo, e caracterizada como 
poesia do “Mal do Século” 
 Essa expressão é tanto uma referência às doenças 
físicas que acometiam a humanidade, quanto à 
dilaceração sentimental pela qual passava o 
homem. 
- Essa fase se constituiu a partir de um intenso diálogo com 
os Romantismos Inglês, Irlandês e Alemão. 
- A estética do período foi marcada pela presença do 
ambiente funesto, da representação da angústia, do medo, 
da morte, do diálogo com um outro ser horrendo, pela 
ausência de fronteiras entre a realidade e o sonho. 
 Além dessas características, era comum a 
construção de poemas mais narrativos, que 
relatavam uma cena de suspense e perseguição. 
- Na temática amorosa, existia a retratação de um amor 
impossível, em que a vida impedia o eu poético de se 
encontrar com a sua amada e de efetivar a relação que tanto 
desejavam. 
 A mulher possuía uma representação mais angelical, 
etérea, e uma descrição mais erótica, carnal. 
- Principais autores: 
 Cassimiro de Abreu 
 Álvares de Azevedo 
 Junqueira Freire 
Terceira Geração 
- Marcada por uma escrita mais voltada para a temática 
social, apontando para as questões políticas e ideológicas 
vigentes no final do século XIX. 
 Os autores buscavam discutir temas como a 
construção do nacionalismo republicano e a 
legitimação de uma sociedade estruturada sem a 
“mácula” da escravidão. 
- A arte teria como papel fundamental, a conscientização do 
senso comum, alertando os retrógrados para convocar as 
forças políticas em prol da nova nação. 
- A poesia dessa fase é denominada Condoreira por ter o 
condor como símbolo de liberdade. 
 Essa ideologia, sustentada no liberalismo artístico, 
político e social é influência direta do Romantismo 
francês, principalmente de Victor Hugo, o grande 
defensor do liberalismo na política e na arte. 
- Utilizavam uma linguagem entusiasta para exaltar as 
belezas naturais do Brasil e ressaltar a soberania da 
República sobre a Monarquia, ou para condenar a 
criminalidade que se pratico contra a raça negra. 
- O negro foi retratado com sentimentos cristãos, praticando 
o catolicismo, em vez de cultural as entidades da tradição 
africana, assim, houve um processo de “branqueamento” do 
negro em diversas produções. 
- Principais autores: 
 Castro Alves 
 Tobias Barreto 
 Bernardo Guimarães

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