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Tema 09_ Produção energética brasileira_ os desafios na implantação de energias renováveis no país

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Tema de Redação – Monitor Marcos Teodoro 
Tema: Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
Data: 23/05/2021 
 
 
Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas 
copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 
4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 
4.2 fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 
4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 
4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. 
TEXTOS MOTIVADORES 
TEXTO I 
Hora do planeta: energias renováveis ganham destaque 
às 20h30, no horário de Brasília, as pessoas apagarão suas 
luzes em sinal de apoio a um movimento que pede uma 
transição energética urgente. O objetivo é amenizar os 
efeitos causados pelo uso indevido dos recursos do planeta 
na geração de energia. 
Enquanto a maior parte dos países tem como principal 
fonte energética os combustíveis fósseis, no Brasil a matriz 
é predominantemente renovável, mas para atender ao 
crescimento da demanda e garantir segurança energética, a 
diversificação das fontes também se faz urgente. “A fonte 
hidrelétrica praticamente está esgotada, nós usamos todos 
os recursos viáveis do ponto de vista econômico, social e 
ambiental, afirma Élbia Gannoum, presidente da Associação 
Brasileira de Energia Eólica (Abeéolica). 
Segundo o diretor do Departamento de Desenvolvimento 
Energético do Ministério de Minas e Energias (MME), Carlos 
Príncipe Pires, essa transformação já vem acontecendo nos 
últimos 21 anos, período em que as hidrelétricas deixaram 
de representar 82,9% e passaram a 60,9% de todas as 
fontes de geração elétrica, e deram espaço à energia eólica 
com participação de 9,6%, a biomassa que hoje representa 
8,6% e a solar, com 4,4% da matriz elétrica brasileira. 
Outras fontes não renováveis também passaram 
a ter maior participação na geração de energia no Brasil, 
mas, segundo Carlos Pires, nesses casos foram estimuladas 
as fontes com menor emissão, como é o caso do gás natural 
que cresceu de 2,7% para 8,3%. 
“Nossa matriz é três vezes mais renovável que dos países 
desenvolvidos”, diz. Ainda que o potencial torne as fontes 
renováveis semelhantes em abundância no Brasil, a 
vocação, o ritmo do desenvolvimento tecnológico e o 
investimento em pesquisa e inovação acabam 
determinando como cada uma dessas fontes ocupam o 
mercado brasileiro. “A geração distribuída é uma vocação 
da fonte solar e a eólica tem uma vocação de grande escala, 
porque as turbinas são melhores, do ponto de vista técnico 
e econômico, quando encontra ventos melhores e esses 
ventos estão localizados, ao passo que o sol está 
distribuído”, afirma a presidente da Abeeólica. 
Nos últimos 10 anos, a geração de energia eólica não 
apenas ocupou a maior fatia da matriz elétrica depois da 
hidráulica, como também é responsável pela façanha de 
desenvolver um mercado com 80% de conteúdo nacional. 
“Dessa forma, nós não estamos sujeitos às variações 
cambiais e isso talvez seja um dos fatores que explique o 
crescimento forte e estável da eólica, mesmo em períodos 
de crise”, afirma Élbia. 
Para o coordenador do Núcleo Interdisciplinar de 
Planejamento Energético da Unicamp, Gilberto Januzzi, a 
natureza diferenciada dos ventos brasileiros levaram a uma 
necessidade de incremento na inovação do que veio de fora 
e a indústria se adaptou. No entanto, essas adaptações não 
significam um processo produtivo que garanta uma energia 
mais barata para quem está na ponta. “Tem que haver 
soluções baratas para um mercado que é muito desigual. A 
 
Tema de Redação – Monitor Marcos Teodoro 
Tema: Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
Data: 23/05/2021 
 
 
Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
gente não pode esquecer que nem todos brasileiros 
conseguem pagar pelos serviços de energia”, afirma 
Gilberto. 
Com uma vocação mais voltada para atender ao 
consumo doméstico na modalidade de geração distribuída, 
que é quando o pequeno consumidor gera a própria 
energia, a fonte solar, conhecida como fotovoltaica, é um 
exemplo claro em que a falta de inovação nacional tornou o 
custo para o crescimento desse mercado muito alto. 
Segundo o professor Felipe Almeida, do campus de Boituva 
do Instituto Federal de São Paulo, atualmente o que há de 
mais moderno no mercado de fotovoltaica são tecnologias 
como as células tipo PERC, desenvolvidas na Austrália, os 
módulos half cell e bifaciais, desenvolvidos na China e 
Estados Unidos. “Um estudo da Abesolar desse ano mostra 
que em 2021 teremos cerca de 147 mil empregos a mais no 
Brasil, então, isso pede mão de obra qualificada, cada vez 
mais”, explica. Para Gilberto Januzzi, embora o Brasil seja 
rico em recursos energéticos, tenha um mercado crescente 
e seja o país em desenvolvimento com maior recurso 
destinado por lei para fomento de pesquisa e 
desenvolvimento na área de energias renováveis, ainda é 
muito dependente da inovação de outros países. 
“O nosso estágio, em termos de pesquisa e 
desenvolvimento não é bom. A gente está comercializando, 
é um mercado crescente, há um mercado bom para essas 
tecnologias, mas em termos de conteúdo inovador 
brasileiro é ainda pequeno”, diz 
Hidrogênio verde 
No dia 9 de março, o Conselho Nacional de Políticas 
Energéticas (CNPE) publicou no Diário Oficial da União a 
Resolução nº 2, de 10 de fevereiro de 2021, que determina 
um direcionamento dos recursos destinados à pesquisa e 
ao desenvolvimento e prioriza estudos de fontes como 
hidrogênio, energia nuclear, biocombustíveis e tecnologias 
de armazenamento. 
 “Todas essas são temáticas que desempenharão um papel 
de suma importância para transição energética para 
economia de baixo carbono”, afirma Agnes da Costa, chefe 
da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do MME. 
Gilberto Januzzi considera um acerto focar os recursos em 
tecnologias que são promissoras para o país, como é o caso 
do hidrogênio, que tem se mostrado promissor quando o 
assunto é geração de energia e redução de emissão de 
gases do efeito estufa. “É um tipo de um energético que 
pode nos ajudar muito, porque temos várias maneiras de 
produzir hidrogênio, ou células à combustível e também 
podemos armazenar essa energia”. O pesquisador explica 
que embora o uso do hidrogênio como fonte energética 
seja antigo, novas formas de produzir utilizando as fontes 
renováveis no processo revelam um enorme potencial 
brasileiro. O que colocaria o país em uma posição 
privilegiada na corrida global pela descarbonização, tanto 
no processo de produção, como na solução de 
armazenamento e exportação de energia. “É uma 
oportunidade muito grande que a gente não poderia 
perder”, diz Gilberto. 
Energia Nuclear 
Essa oportunidade faz com que o mercado da energia 
eólica também esteja atento a tecnologia de produção do 
hidrogênio verde e do uso dos ventos como fonte para 
gerar outras energias exportáveis. “Nós temos outra forma 
da exportação da energia quando nós pensamos na 
produção dos nossos produtos exportáveis, como são a 
indústria de mineração de forma geral”, afirma Élbia 
Gannoum. 
Embora sejam fontes não renováveis, os minerais são a 
principal forma de obter a energia nuclear, hoje gerada 
principalmente a partir da fissão nuclear do urânio. Esse 
processo não tem emissão de gases do efeito estufa e 
também pode ter sua produção associada a outras fontes 
renováveis.“Em termos de pesquisa tem coisas fascinantes a serem 
pesquisadas, mas em termos de ampliar isso no mercado 
brasileiro eu não consigo ver viabilidade, no ponto de vista 
até econômico, no médio prazo”, diz. 
Bons ventos 
Para fins energéticos, Gilberto acredita que o interesse 
internacional no Brasil está mais ligado às fontes 
renováveis. Ele alerta para o grande potencial das eólicas 
offshore, que ficam em regiões extraterritoriais, como é o 
caso de regiões em alto-mar, por exemplo. “A estimativa 
que a própria Empresa de Planejamento Energético faz é de 
cerca de 900 gigawatts de potencial”, afirma. 
 
Tema de Redação – Monitor Marcos Teodoro 
Tema: Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
Data: 23/05/2021 
 
 
Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
Na visão da presidente da Abeéolica, o início dos 
investimentos na tecnologia offshore podem ajudar o Brasil 
a avançar na tecnologia aplicada à geração de energia por 
meio de ventos no território nacional, as chamadas 
onshore, servindo como modelo. Ela explica que isso já 
ocorreu em países europeus, onde a falta de território para 
geração de energia onshore gerou uma tecnologia mais 
robusta. “Nós estamos vendo máquinas offshore já com 
capacidade de 15 megawatts e já ouvi falar de uma 
máquina com 18 megawatts, para offshore. Quando a 
trajetória tecnológica vai para esse caminho dessas 
máquinas com potência maior, com torre maior, a 
trajetória da onshore também vai seguindo esse caminho” 
afirma. 
Em diferentes regiões brasileiras, grupos de pesquisa já 
trabalham em busca de inovações para geração de energia 
eólica offshore. Para Gilberto Januzzi, esses grupos podem 
ser alavancados ainda pela vantagem do país já possuir o 
knowhow para atuação em plataformas de exploração de 
petróleo e gás, como no caso do Pré-Sal. 
Versatilidade no biogás 
Além da capacidade de gerar biometano para substituir 
diesel, GLP (gás de cozinha), energia térmica ou elétrica, o 
biogás também é armazenável. Por toda essa versatilidade, 
a indústria do biogás seguiu diferentes caminhos pelo 
mundo. 
Enquanto na Alemanha ela gera a maior parte da energia 
elétrica consumida por lá, no Brasil essa indústria acabou se 
desenvolvendo mais no setor de tratamento ambiental de 
resíduos sólidos. 
Para Alessandro Gardemann, presidente da Associação 
Brasileira do Biogás, o potencial do biogás é tão grande que 
solucionaria diversas questões pendentes na geração das 
demais fontes, como é o caso do armazenamento. 
“O biogás é a solar de bateria direto, então, é uma 
alternativa às baterias e às térmicas a gás natural. Com 
térmicas à biogás você consegue a descarbonização, com 
produção descentralizada, perto do consumo e tratando 
resíduos”, afirma. 
Assim como na eólica, o setor inovou apenas em 
adaptações necessárias à indústria nacional e praticamente 
absorve as tecnologias criadas e testadas em outros países. 
Para Alessandro, ainda cabem mudanças no marco 
regulatório para pesquisa e desenvolvimento no setor, 
onde o risco seja aceito como parte do processo de 
investigação em um processo. “O insucesso faz parte de um 
modelo de P&D”, afirma. 
Sistemas Digitais 
Somados aos desafios e potenciais tecnológicos que a 
transição energética traz em cada uma das fontes, a 
integração delas por meio dos sistemas inteligentes, ou 
smart grids, também exigirá do país um novo olhar para 
inovação no setor de tecnologia da informação. Por meio 
desses sistemas também é possível mais eficiência de 
geração e melhoria na utilização dos recursos naturais de 
forma individual ou integrada. Segundo a executiva de uma 
empresa brasileira de inovação, Gabriella Seiler, o avanço 
dessas tecnologias pode beneficiar o sistema elétrico como 
um todo, desde os grandes geradores, até o consumidor. “A 
digitalização e a Inteligência Artificial são fundamentais 
nessa transformação que depende de sistemas e 
equipamentos descentralizados, que precisam se 
comunicar de forma inteligente e em tempo real”, diz. 
Com tantas possibilidades e potencial, Gilberto Januzzi 
afirma que o Brasil precisa alinhar recursos financeiro, 
estruturais e humano no setor de pesquisa e 
desenvolvimento, que existem em abundância, às 
demandas do setor produtivo, para que assas inovações 
possam chegar de forma rápida, com custos que o 
consumidor possa suportar. “A política pública é muito 
importante nesse sentido, porque grande parte do esforço 
em pesquisa básica vem de fundos públicos, não vem do 
mercado sozinho”, diz. 
Segundo Gabriela, esse abismo entre ambiente acadêmico 
e inovação aplicada fica claro quando o Brasil aparece entre 
os 15 países que mais publicam e têm citações em artigos 
científicos, mas essa inovação pouco chega a ser aplicada 
na sociedade. Para ela, na área de inteligência artificial, 
esse desafio soma-se a outros como a escassez de talentos, 
baixo investimento e ainda um bloqueio cultural na 
aplicação de tecnologias que transformam estruturas 
fundamentais. 
Disponível em: 
https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2021/03/
4912392-em-expansao-no-pais-energias-renovaveis-
 
Tema de Redação – Monitor Marcos Teodoro 
Tema: Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
Data: 23/05/2021 
 
 
Produção energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país 
ganham-frente-parlamentar-no-congresso.html. Acesso 
em 23/05/2021. 
TEXTO II 
A pandemia da Covid-19 tem acelerado o desenvolvimento 
de novos modelos de negócios pelas empresas de energia, 
direcionando suas atenções às energias renováveis. Um 
estudo da PwC demonstra que essa tendência pode levar o 
setor para a próxima etapa da transição energética em 
direção à meta de emissão zero de carbono até 2050. 
Na Grã-Bretanha, por exemplo, segundo dados da National 
Grid — companhia responsável pela gestão da rede 
britânica de geração e distribuição elétrica — este período 
de pandemia foi o mais longo, desde 1822, que o sistema 
elétrico operou sem a necessidade de acionar usinas de 
carvão. A demanda foi suprida por 39% de fontes 
renováveis, 30% de gás natural e 21% de energia nuclear, 
além de uma parte importada. 
No caso do Brasil, apesar de já ter uma das matrizes 
energéticas mais limpas do mundo devido à utilização das 
hidrelétricas, também vive o crescimento das energias 
renováveis como a solar, a eólica e o gás natural. 
“Apesar do setor de energia ser considerado um serviço 
essencial sem paralização das atividades, a pesquisa mostra 
que a redução da demanda, combinada com a alta 
penetração de energias renováveis, impactou e causou 
instabilidade no setor, que precisa se reestruturar para 
vencer os desafios. 
Segundo o estudo, é necessário desenvolver novos 
produtos e serviços, incluindo o gerenciamento da 
demanda, estabelecimento de tarifas por tempo de uso e 
pensar em tecnologias de armazenamento de energia 
elétrica. No Brasil, esse tipo de gerenciamento da demanda 
se torna ainda mais complexo em razão de suas dimensões 
geográficas e temas regulatórios. 
Em curso prazo, a pesquisa indica que as empresas de 
energia e serviços públicos devem se concentrar em manter 
a continuidade dos negócios e garantir a sustentabilidade 
financeira, com foco nos colaboradores, incentivando o 
trabalho remoto e a proteção de empregos, além de apoiar 
sempre os clientes. 
Disponível em: https://www.portalsolar.com.br/blog-
solar/energia-renovavel/pandemia-acelera-crescimento-de-
energias-renovaveis.html. Acesso em 23/05/2021. 
 
 
 
 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua 
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Produção 
energética brasileira: os desafios na implantação de energias renováveis no país” apresentando proposta deintervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, 
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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