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Livro-Texto COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO- Unidade I

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Juliana Alves Garcia
Colaboradores: Prof. Flávio Buratti Gonçalves 
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Coleta de Material Biológico
Professora conteudista: Juliana Alves Garcia
Nascida em janeiro de 1977 em Presidente Prudente, São Paulo (SP), graduada em Biomedicina pelo Centro 
Universitário Barão de Mauá (2000-2003) e mestra em Ciências (área de concentração: Infectologia em Saúde Pública) 
pelo Programa de pós-graduação em Ciências da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da 
Saúde (PPG-CCD-SES).
Atuou no setor de Microbiologia e Parasitologia do Grupo Fleury (2006-2011), possui curso de Capacitação 
Profissional em Pesquisa Clínica pela Invitare Pesquisa Clínica e de Gestão em Saúde pelo CRBM 1/SP (2010), além de 
formação de Auditor Interno ISO 9001:2008 pela Formato Clínico (2011).
Atualmente, é professora adjunta I e coordenadora auxiliar do curso de Biomedicina, campus Anchieta, na 
Universidade Paulista (UNIP). Desde 2015, leciona na UNIP, para os cursos da graduação de Biomedicina, nas 
seguintes disciplinas: Biossegurança, Parasitologia, Parasitologia Clínica, Coleta de Material Biológico, Métodos e 
Técnicas em Análises Clínicas, Gestão Laboratorial e Controle de Qualidade, Microbiologia Básica e Interpretação 
Clínica e Laboratorial.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G474c Garcia, Juliana Alves.
Coleta de Material Biológico / Juliana Alves Garcia. – São Paulo: 
Editora Sol, 2020.
116 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Exames laboratoriais. 2. Coleta. 3. Amostra biológica. I.Título
CDU 616-071
U507.08 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Bruna Baldez
 Aline Ricciardi
Sumário
Coleta de Material Biológico
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES DOS RESULTADOS 
DE EXAMES LABORATORIAIS .......................................................................................................................... 11
1.1 Instruções sobre coleta de amostras para os pacientes ....................................................... 11
1.2 Cadastro de amostras e de pacientes .......................................................................................... 12
1.3 Critérios de aceitação e rejeição de amostras .......................................................................... 13
1.4 Variação cronobiológica .................................................................................................................... 13
1.5 Instalação e infraestrutura física do local de coleta .............................................................. 15
1.6 RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005 ...................................................................................... 15
1.7 RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004 ..................................................................................... 19
1.8 Procedimento para higienização das mãos e antissepsia .................................................... 24
1.8.1 Higienização das mãos ......................................................................................................................... 24
1.8.2 Equipamentos necessários .................................................................................................................. 26
1.8.3 Técnicas de higienização ..................................................................................................................... 27
2 MATERIAIS PARA COLETA DE SANGUE VENOSO ................................................................................ 28
2.1 Locais de escolha para venopunção e áreas a serem evitadas .......................................... 28
2.2 Técnicas para evidenciação da veia e uso adequado do torniquete ............................... 30
2.3 Posição do paciente para coleta de sangue venoso sentado 
ou acomodado em leito ............................................................................................................................ 31
2.4 Coleta de sangue venoso a vácuo e coleta de sangue venoso 
com seringa e agulha ................................................................................................................................. 32
2.5 Dificuldade para a coleta da amostra de sangue .................................................................... 35
2.6 Agrupamento de exames para coleta .......................................................................................... 37
3 RECOMENDAÇÕES DA SEQUÊNCIA DE TUBOS A VÁCUO NA COLETA 
DE SANGUE VENOSO, DE ACORDO COM O CLSI .................................................................................... 38
3.1 Homogeneização para tubos de coleta de sangue ................................................................. 42
3.2 Coleta de sangue em pediatria e geriatria ................................................................................. 42
3.3 Hemólise e lipemia ............................................................................................................................... 43
3.3.1 Prevenção de hemólise ......................................................................................................................... 44
3.3.2 Coleta de gasometria ............................................................................................................................ 44
3.3.3 Coleta de hemocultura ......................................................................................................................... 45
3.3.4 Relação de exames conforme o tempo de jejum necessário ................................................ 47
4 COLETA, TRANSPORTE E PREPARO DA AMOSTRA BIOLÓGICA ...................................................... 47
4.1 Coleta e processamento das amostras fecais ........................................................................... 47
4.1.1 Método de preservação e fixação das fezes ................................................................................ 48
4.1.2 Coleta e processamento das amostras de parasitas sanguíneos ......................................... 48
4.1.3 Pesquisa de sangue oculto .................................................................................................................. 49
4.1.4 Coprológico funcional .......................................................................................................................... 49
4.1.5 Pesquisa de gordura nas fezes ........................................................................................................... 49
4.2 Coleta de material genital ................................................................................................................50
4.2.1 Secreção vaginal ..................................................................................................................................... 50
4.2.2 Secreção uretral ....................................................................................................................................... 51
4.2.3 Coleta de papanicolau .......................................................................................................................... 52
4.2.4 Coleta de espermograma ..................................................................................................................... 53
4.3 Coleta do trato urinário ..................................................................................................................... 54
4.3.1 Coleta de urina de 24 horas (ou cronometrada)........................................................................ 55
4.3.2 Urocultura e outros tipos de coleta de urina .............................................................................. 56
4.4 Coleta do trato respiratório inferior ............................................................................................. 57
4.5 Coleta do trato respiratório superior ........................................................................................... 58
4.6 Coleta de líquido cefalorraquidiano ............................................................................................. 58
4.7 Coleta de micológico direto e cultura para fungos 
de unhas e lesões superficiais (pele, pelo e couro cabeludo) .................................................... 59
4.7.1 Coleta de amostras de pelo, cabelo e couro cabeludo ............................................................ 59
4.7.2 Coleta de unha ......................................................................................................................................... 60
4.7.3 Transporte de amostras para o laboratório de microbiologia .............................................. 60
Unidade II
5 PLANO DE CONTROLE DE EXPOSIÇÃO .................................................................................................... 68
5.1 Classificação de risco no transporte de material biológico ................................................ 70
5.2 Substância biológica da categoria A ............................................................................................ 70
5.3 Substância biológica da categoria B ............................................................................................ 71
5.4 Material biológico isento .................................................................................................................. 72
6 NORMAS TÉCNICAS DE ACONDICIONAMENTO, EMBALAGEM 
E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS ............................................................................................ 73
6.1 Substância biológica da categoria A: acondicionamento, 
rotulagem e etiquetagem ......................................................................................................................... 73
6.1.1 Instrução de embalagem 620 (PI 620) ........................................................................................... 75
6.1.2 Particularidades do transporte na categoria A ........................................................................... 75
6.2 Substância biológica da categoria B: acondicionamento, 
rotulagem e etiquetagem ......................................................................................................................... 75
6.2.1 Instrução de embalagem 650 (PI 650) ........................................................................................... 76
6.2.2 Particularidades do transporte na categoria B ........................................................................... 77
6.2.3 Material biológico isento: acondicionamento, rotulagem e etiquetagem...................... 77
7 PROTOCOLO BÁSICO DE ACONDICIONAMENTO, EMBALAGENS E TRANSPORTES ................ 78
7.1 Logística e transporte de amostras biológicas em laboratórios de apoio ..................... 79
7.1.1 Procedimentos preventivos em acidentes perfurocortantes ................................................ 79
7.2 Indicadores laboratoriais em coleta de diversos materiais biológicos ........................... 81
7.2.1 Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos em coleta laboratorial ........... 82
8 ORIENTAÇÕES PARA A DOAÇÃO DE SANGUE E TRIAGEM HEMATOLÓGICA ........................... 83
8.1 Procedimento de coleta ..................................................................................................................... 86
8.2 Reações adversas da transfusão..................................................................................................... 88
8.3 Preparação de componentes sanguíneos ................................................................................... 89
8.4 Transporte, acondicionamento, rotulagem e etiquetagem nos 
serviços de hemoterapia ........................................................................................................................... 95
8.4.1 Transporte de sangue na hemoterapia .......................................................................................... 96
8.4.2 Considerações técnicas sobre o processo de validação de transporte .............................. 98
9
APRESENTAÇÃO
A disciplina Coleta de Material Biológico tem como objetivos atualizar o aluno, desenvolver suas 
habilidades e ensinar a importância de uma amostra bem coletada para o paciente, a empresa e o 
diagnóstico médico. Também busca fornecer um melhor entendimento de todo o processo a que 
o paciente é submetido antes da realização de exames laboratoriais e as informações necessárias 
para o aprimoramento profissional.
Em paralelo aos estudos, o aluno precisa acompanhar as constantes inovações tecnológicas, 
tendo em vista que essas propiciam um avanço considerável aos laboratórios que prestam serviços 
de análises clínicas.
Além de ser bom tecnicamente, o profissional da área deve saber o que pode, o que não pode e o que 
tem a obrigação de fazer para realizar uma coleta adequada, monitorando todas as suas etapas, uma vez 
que a coleta inadequada compromete de forma significativa a qualidade do resultado.
Ao término deste estudo, o futuro profissional deverá compreender a importância da coleta 
de material biológico no laboratório clínico e quais as repercussões positivas para a instituição, os 
profissionais e o paciente.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Esta disciplina tem como base os programas de controle de qualidade utilizados no laboratório, 
responsáveis pelo controle da precisão e pela acurácia dos testes.
Este livro-texto disponibiliza, assim, o conhecimento de técnicas e orientações necessárias para a 
coleta de materiais biológicos, além de explicações referentes à conduta com os pacientes para uma 
adequada coleta de materiais e interpretação de resultados.
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de realizar uma análise dessas condutas 
e interferir, de forma eficaz, na coleta de material biológico e no diagnóstico laboratorial, atuando de 
modo relevante na promoção e orientação da saúde.
11
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
Unidade I
1 CAUSAS PRÉ‑ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES DOS RESULTADOS DE EXAMES 
LABORATORIAIS
Para Motta, Corrêa, Motta (2001) e Lopes (2003), a influência dos fatores de erros não analíticos está 
relacionada às condições que alteram o resultado dos testes, mas que não estão ligadas ao problema 
pelo qual o exame foi solicitado. As variações pré-analíticas não fisiológicas podem estar relacionadas 
à coleta, ao transporte e ao armazenamento das amostras. Para evitar erros na interpretação, os 
laboratórios clínicos devem definir claramente quais as variáveis medidas e identificar, portanto, as 
possíveis conclusões para o suporte no resultado dos exames.
Os fatores pré-analíticos são complexos de acompanhar e fiscalizar,pois a maior parte deles pode 
ocorrer fora do laboratório. Entre os diversos fatores pré-analíticos que podem causar erros ou oscilações 
nos resultados dos exames, estão a requisição médica (teste inapropriado, solicitação não legível, 
identificação errada do paciente) e a coleta de amostras (tubo incorreto, identificação incorreta das 
amostras, volume inadequado da amostra, envio da amostra para o setor errado, condições inapropriadas 
de transporte e armazenamento). A maioria dessas situações é comum a todos os laboratórios; entretanto, 
o desenvolvimento de sistemas próprios para identificar as áreas onde as não conformidades são mais 
frequentes permite um trabalho mais seguro e eficiente.
É importante entender que a fase pré-analítica necessita de realizações e cuidados na detecção, 
classificação e adoção de medidas para a redução das falhas. Diversos processos pré-analíticos devem ser 
cumpridos antes da análise das amostras. Esses processos podem ser aprimorados pela disponibilização 
de instruções escritas ou verbais, em linguagem simples, e orientações quanto ao preparo e à coleta da 
amostra, com o objetivo de facilitar o entendimento pelo paciente.
Ao final, ocorrem as fases que envolvem as atividades no laboratório, como a recepção, o cadastro, a coleta e a 
triagem do material coletado. É necessário estabelecer, em nossos protocolos de coleta, os critérios de rejeição de 
amostras, evitando, dessa forma, que amostras com problemas sejam analisadas, gerando um resultado que não 
poderá ser devidamente interpretado em virtude das restrições advindas da inadequação do material coletado.
1.1 Instruções sobre coleta de amostras para os pacientes
Considerando os vários fatores que podem lesar, certamente, os seus resultados, o laboratório deve 
fornecer instruções escritas aos pacientes para se distanciar de prováveis erros na fase pré-analítica 
(MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2001).
O paciente, ao realizar qualquer tipo de exame, deve contatar o laboratório clínico para receber 
informações adicionais, com algumas especificações, como o melhor horário para a coleta e se há 
12
Unidade I
exigência da retirada de frascos próprios para a coleta domiciliar de algum material. O paciente não é 
um agente neutro nesse contexto; ele influencia de forma significativa na qualidade do atendimento 
que lhe é prestado. Dessa forma, é preciso se certificar de que ele compreendeu as instruções ministradas 
e que dispõe de meios para segui-las. Algumas vezes, não é tarefa fácil obter informações críticas, 
omitidas voluntariamente ou involuntariamente pelo paciente (ANDRIOLO et al., 2010).
1.2 Cadastro de amostras e de pacientes
Todas as amostras (ou materiais) dos pacientes devem ser identificadas, de modo que se possa fazer, 
se necessário, uma rastreabilidade (MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2001).
Para realizar o cadastro do paciente, é obrigatório solicitar-lhe um documento com foto que afirme 
a sua identificação. O cadastro em questão deve conter as seguintes informações: número interno de 
identificação do paciente no laboratório, nome do paciente, idade ou data de nascimento, procedência 
(se paciente ambulatorial ou hospitalar), telefone, endereço, data e horário de cadastro, nome do 
profissional solicitante, exames solicitados e tipo de amostras.
Quando encaminhado para a coleta, o paciente ambulatorial deve apresentar novamente o documento 
que comprove a sua identificação. O coletador deve fazer uma ou duas perguntas, confirmando dados 
como data de nascimento e nome da mãe ou do pai. Ainda no momento da coleta, o paciente confere 
os seus dados e assina a ficha da coleta. O coletador imprime a sua identificação nessa ficha, que poderá 
ter seu nome, um código ou uma senha (em caso de prontuário eletrônico), além de anotar o horário da 
coleta ou o recebimento do material coletado fora do laboratório.
Se a coleta for realizada fora do laboratório clínico, as amostras precisam ser identificadas no 
momento da coleta ou da sua entrega. Essa identificação deve ocorrer na frente do paciente, e deve ser 
solicitada a conferência dele. A identificação dos pacientes é fundamental para garantir a sua segurança 
e consiste no uso de tecnologias, como pulseiras de identificação, essenciais para a prevenção de erros 
no decorrer do cuidado à saúde, não somente em pacientes hospitalizados, mas também pacientes em 
observação em unidades de pronto atendimento e sob qualquer circunstância de assistência à saúde, 
como na realização de exames ambulatoriais (KHAWALI, 2012).
Conheça, a seguir, o passo a passo para a coleta adequada de material biológico.
Modelo de instrução de trabalho para a coleta de amostra biológica
1 – Preparação do paciente: transmitir de forma clara e objetiva as instruções necessárias à 
preparação correta do paciente antes da coleta, quando exigido. Exemplo: coleta de urina de 24 horas, 
jejum obrigatório de x horas, restrição alimentar.
2 – Coleta de material: especificar o material a ser colhido (sangue venoso, arterial, capilar, plasma, 
soro, sangue total, urina rotina, urina de 24 horas etc).
3 – Horário da coleta: se aplicável, informar o horário da coleta.
13
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
4 – Identificação efetiva do paciente.
5 – Identificação correta da amostra colhida.
6 – Cuidados especiais na manipulação e no armazenamento da amostra biológica.
7 – Registro da identidade do colhedor ou receptor da amostra.
8 – Descarte seguro do material empregado na coleta.
9 – Preenchimento correto do cadastro do paciente.
1.3 Critérios de aceitação e rejeição de amostras
Após a chegada das amostras ao laboratório, ocorre a fase de processamento e preocupação com a 
sua qualidade, que tem o propósito de identificar prováveis distorções nos métodos analíticos a serem 
empregados e minimizar o risco de obtenção de resultados ilegítimos.
Algumas amostras serão rejeitadas por exibir interferentes, como hemólise ou lipemia, exigindo o 
pedido de nova coleta. Outras serão aceitas, ainda que haja alguma condição inadequada, que deverá ser 
registrada no laudo para avaliação do resultado pelo clínico. Amostras inapropriadamente identificadas 
não devem ser aceitas ou processadas, exceto quando forem de complexa aquisição, instáveis ou críticas, 
como biópsias, líquidos de derrame, líquido cefalorraquidiano, material coletado por punção de sítios 
profundos, medula óssea, entre outras. Nesses casos, para garantir a rastreabilidade, o laboratório deve 
ter um processo para receber as amostras, com o reconhecimento do encarregado pela coleta (seja ela 
efetuada no laboratório ou por terceiros), e oferecer os resultados para, quando necessário, corrigir a 
identificação com o uso de dados que autorizem rastrear esse processo.
Os parâmetros de aceitação e rejeição de amostras, tal como a produção de análises em amostras 
com limitações, são estabelecidos em procedimentos documentados. Deve existir o registro adequado 
das amostras não conformes com os critérios de aceitação predefinidos. O laboratório deve garantir 
que os testes realizados com amostras fora dos critérios ideais ou coletadas sem o devido preparo 
tenham essa condição apontada no laudo, de maneira a aumentar as precauções para a explicação do 
resultado, quando isso for apropriado. Deve haver, portanto, registros que reconheçam o responsável 
pela permissão dos diagnósticos realizados em amostras com restrições (ANDRIOLO et al., 2010).
1.4 Variação cronobiológica
Para a execução de exames laboratoriais, no que se refere à coleta de sangue, é interessante 
que se conheça, controle e, se possível, evite algumas variáveis que possam prejudicar a exatidão 
dos resultados. Fatores fisiológicos, intrínsecos ao paciente, influenciam os resultados dos exames 
laboratoriais. Esses fatores envolvem variações cronobiológicas, idade, sexo, raça, jejum, efeitos 
de exercícios físicos, postura e estilo de vida do paciente. Em um questionamento mais amplo, 
14
Unidade I
outras condições devem ser conhecidas, como osprocedimentos terapêuticos ou os diagnósticos, 
as cirurgias e as transfusões de sangue.
As variações cronobiológicas equivalem às alterações cíclicas na concentração de um determinado 
parâmetro em função do tempo. O ciclo de variação pode ser diário, mensal, sazonal, anual etc. A variação 
circadiana ocorre, por exemplo, nas concentrações do ferro e do cortisol no soro. A idade, o sexo e até 
mesmo a raça são indispensáveis para a interpretação dos exames laboratoriais, pois os valores de refêrencia 
foram estabelecidos para diferentes populações e agrupados conforme o gênero e a faixa etária.
Em relação às alterações hormonais e características de cada sexo, alguns parâmetros sanguíneos e 
urinários se apresentam em concentrações muito diferentes entre homens e mulheres em virtude das 
diferenças metabólicas e da massa muscular, entre outros fatores. Em geral, os intervalos de referência 
para esses parâmetros são específicos para cada gênero.
Quanto à faixa etária, alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração sérica dependente da 
idade do indivíduo. Essa dependência é resultante de diversos fatores, como a maturidade funcional dos 
órgãos e sistemas, o conteúdo hídrico e a massa corporal. Doenças subclínicas são mais comuns nos 
idosos e precisam ser destacadas na avaliação da variabilidade dos resultados, ainda que as próprias 
variações biológicas e ambientais não devam ser subestimadas. Alterações na postura, como a mudança 
rápida na postura corporal, podem causar variações na concentração de alguns componentes séricos. 
Quando o indivíduo se movimenta da posição supina para a posição ereta, por exemplo, ocorre um 
afluxo de água e substâncias filtráveis do espaço intravascular para o intersticial, resultando em uma 
hemoconcentração e causando alterações de 8 a 10% na hemoglobina, no volume globular e na 
contagem de leucócitos em relação à concentração inicial. Para as coletas seguintes, recomenda-se que 
sejam realizadas, sempre que possível, com o paciente sentado.
Em geral, o impacto da atividade física sobre alguns componentes sanguíneos é momentâneo e 
passa da mobilização de água e outras substâncias entre os diferentes compartimentos corporais, das 
variações nas necessidades energéticas do metabolismo e na eventual modificação fisiológica que a 
própria atividade física condiciona. Exercícios físicos e até mesmo a locomoção até o laboratório de 
bicicleta, ou caminhadas rápidas, modificam os exames hematológicos, como na avaliação de leucócitos 
e de plaquetas. O esforço físico pode motivar o aumento da atividade sérica de algumas enzimas, como 
a creatina quinase, a aldolase e a asparato aminotransferase, pelo aumento da liberação celular.
Usualmente, é sugerido um período de jejum para a coleta de sangue em exames laboratoriais. 
O período de jejum habitual para a coleta de rotina de sangue é de 8 horas, podendo ser reduzido 
a 4 horas para a maioria dos exames, e, em situações especiais, tratando-se de crianças de baixa idade, 
pode ser de apenas 1 ou 2 horas. A dieta a que o indivíduo está sujeito, mesmo quando o período 
regulamentar de jejum é respeitado, pode interferir na concentração de alguns componentes, na 
dependência das características orgânicas do próprio paciente. O uso de fármacos e drogas de abuso é 
um item amplo e inclui a administração tanto das substâncias com finalidades terapêuticas quanto das 
utilizadas para fins recreacionais. Ambos podem causar variações nos resultados de exames laboratoriais, 
seja pelo próprio efeito fisiológico, in vivo, seja por interferência analítica, in vitro (ANDRIOLO et al., 
2010; MACHADO; ARMANDO; FRIGATTO, 2017).
15
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
O estresse e a ansiedade podem acarretar um aumento temporário na contagem de leucócitos, e a 
ingestão regular de etanol pode causar um aumento do volume corpuscular médio (VCM). Em tabagistas 
de longo prazo, também pode ocorrer um aumento do VCM e um acúmulo de carboxihemoglobina e 
hemoglobina, assim como o aumento nas contagens de eritrócitos e leucócitos (SILVA et al., 2016).
1.5 Instalação e infraestrutura física do local de coleta
Todos os programas de estabelecimentos assistenciais de saúde devem ser compatíveis com a 
disposição de normas (particularmente, a RDC nº 50/2002), além de atender a todas as outras prescrições 
adequadas ao objeto de uma padronização estabelecida em códigos, leis, decretos, portarias e normas 
federais, estaduais e municipais (HINRICHSEN, 2018).
As propostas aqui descritas têm por finalidade indicar as exigências mínimas de instalação e 
infraestrutura, tendo em vista a precaução da comodidade e a segurança dos clientes e funcionários 
do laboratório. É essencial um parecer à legislação local que seja aceitável para a cumprimento das 
exigências esperadas pela vigilância sanitária local. É aconselhável que o laboratório clínico disponha de, 
no mínimo, uma sala de espera para pacientes e acompanhantes, tornando indispensável a acomodação 
de sanitários para eles. A sala de coleta deve ter bastante espaço para a instalação de uma cadeira ou 
poltrona, um estoque dos materiais de coleta e um aparato para a higienização das mãos (álcool em gel, 
lavatório ou similares). As proporções da sala de coleta precisam ser aceitáveis para assegurar o livre, 
seguro e confortável deslocamento do paciente e do flebotomista, permitindo um bom atendimento.
É aconselhável, também, que o laboratório ofereça um local com maca para possíveis necessidades. O 
paciente deve ser disposto em uma cadeira ou poltrona apropriada que proporcione o ajuste da altura do braço, 
evitando o incômodo do flebotomista. Propõem-se alguns itens relacionados à infraestrutura da sala de coleta: 
pisos impermeáveis e paredes lisas laváveis e resistentes às soluções desinfetantes; equipamentos de ventilação 
ambiental eficiente, naturais ou artificiais, de modo a assegurar a comodidade ao cliente e ao flebotomista; 
iluminação que ofereça a perfeita visualização e manipulação segura dos equipamentos de coleta; janelas com 
telas milimétricas, se necessário, caso realizem a função de facilitar a ventilação ambiental; portas e corredores 
com dimensões que liberem a passagem de cadeiras de rodas, macas e de pessoas com deficiência; e instalação 
de pias com água corrente, que permitam ao flebotomista higienizar as mãos durante a assistência aos pacientes. 
A lavagem das mãos com água e sabão é aconselhável, e, onde não houver água disponível, devem ser utilizados 
equipamentos próprios para álcool em gel ou líquidos com álcool (ANDRIOLO et al., 2010).
1.6 RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005
A RDC nº 302/2005 (ANVISA, 2005b) dispõe sobre o regulamento técnico para o funcionamento 
de laboratórios clínicos. Do ponto de vista ético e legal, a RDC nº 302 é de grande importância para a 
área laboratorial, pois normatiza e oferece uma diretriz mínima, a qual os laboratórios são obrigados a 
seguir. Teoricamente, os laboratórios devem cumprir metas mínimas de qualidade, organização e preços, 
conforme exige a implantação da RDC nº 302.
A fase imediatamente anterior à coleta de sangue para exames laboratoriais, definida na RDC nº 302 
como a fase que se inicia com a solicitação da análise, passando pela obtenção da amostra e finalizando 
16
Unidade I
quando se inicia a análise propriamente dita, deve ser objeto de atenção por parte de todas as pessoas 
envolvidas no atendimento dos pacientes, com a finalidade de prevenir a ocorrência de falhas ou a 
introdução de variáveis que possam comprometer a exatidão dos resultados.
Agora, vamos aos pontos principais sobre a RDC nº 302. Essa resolução é aplicável a todos os 
serviços públicos ou privados que realizam atividades laboratoriais na área de análises clínicas, 
patologia clínica e citologia.
Condições gerais
• Organização:
— O laboratório clínico e o posto de coleta devem possuir alvará atualizado expedido pelo órgão 
sanitário competente.
— O laboratório e o posto de coleta devem possuir um responsável técnicolegalmente habilitado: 
farmacêutico, médico e biomédico.
— O profissional legalmente habilitado poderá ser o responsável técnico de apenas dois locais 
(laboratório e posto de coleta).
— Todo laboratório clínico e posto de coleta devem estar inscritos no Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde (CNES).
— Toda a supervisão e a responsabilidade pelo laboratório e pelo posto de coleta, em relação 
à organização, à confidencialidade, ao treinamento de pessoal etc., será da direção e do 
responsável técnico.
— O laboratório e o posto de coleta devem dispor de instruções escritas das rotinas e informações 
aos clientes.
• Recursos humanos:
— Devem ser mantidos os registros de formação e qualificação dos profissionais compatíveis com 
as funções desempenhadas.
— O laboratório deve promover treinamento e educação permanente aos funcionários e manter 
o registro.
— Os profissionais devem ser vacinados contra hepatite B, tétano e difteria.
— A admissão deve ser precedida do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
— Deve ser realizado anualmente o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
17
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
• Infraestrutura:
— A infraestrutura deve obedecer à RDC nº 50 (ANVISA, 2002) e à RDC nº 189 (ANVISA, 2003a).
• Processos operacionais:
— O laboratório e o posto de coleta devem disponibilizar ao paciente instruções escritas ou 
verbais, em linguagem acessível, orientando-o bem.
— O laboratório e o posto de coleta devem exigir um documento oficial com foto do paciente no 
momento do atendimento.
— Devem ser estabelecidos critérios para aceitação e rejeição de amostras.
— São exigidas várias informações para o cadastro dos pacientes: nome, idade, sexo, telefone, 
contato (quando menor de idade), anotação de medicamentos utilizados e data prevista para 
entrega de resultados.
— É obrigatória a identificação do nome do funcionário que efetuou a coleta.
— Devem ser realizadas as instruções para o recebimento e a coleta de amostras.
— Devem ser realizadas as instruções escritas para o transporte das amostras.
— Deve-se evitar o transporte de amostras em áreas comuns de circulação.
— A terceirização do transporte deve ter contrato formal.
— O laboratório e o posto de coleta devem dispor de uma lista de exames e atividades realizados 
naquela unidade.
— O laboratório deve monitorar a fase analítica por meio de controle interno e externo da qualidade.
— O laboratório deve manter o cadastro dos laboratórios de apoio, possuir contrato formal e 
avaliar a sua qualidade.
— O laboratório deve manter contrato formal com os laboratórios de apoio, bem como indicar 
quais exames são enviados.
— O laboratório de apoio deve estar de acordo com a resolução de responsabilidade de quem contrata.
— Os laudos devem ser arquivados por cinco anos.
— Os Testes Laboratoriais Remotos (TLR) devem estar vinculados a um laboratório.
18
Unidade I
— O responsável técnico pelo laboratório é também responsável por todos os TLR realizados 
dentro da instituição, mesmo em unidade móvel.
— A realização de TLR está condicionada à liberação do laudo.
• Equipamentos e instrumentos:
— O laboratório deve possuir equipamentos de acordo com a sua complexidade e sua demanda.
— Devem ser mantidas as instruções escritas referentes aos equipamentos em língua portuguesa.
— Deve haver o registro de manutenções preventivas e corretivas.
— Os equipamentos de medição devem ser calibrados.
— Deve haver o registro de temperatura.
— Deve ser registrada a compra de produtos para diagnósticos, a fim de garantir a rastreabilidade.
— Os produtos para diagnósticos devem estar registrados na Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa).
• Biossegurança:
— Devem ser disponibilizadas para os funcionários instruções escritas de Biossegurança.
— Deve haver instruções de uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e Equipamento de 
Proteção Coletiva (EPC).
— Deve haver o manuseio e transporte de material biológico.
— Instruções para limpeza e desinfecção devem ser escritas.
— Os saneantes usados para o processo de limpeza devem estar regularizados pela Anvisa.
• Controle de qualidade:
— Os controles de qualidade interno e externo devem ser documentados.
— O controle interno deve ser realizado com as amostras de soros, que são controles comerciais 
e regularizados pela Anvisa.
— Formas alternativas são aceitas desde que descritas na literatura e permitam a avaliação da 
precisão do equipamento.
— O laboratório deve manter o registro dos controles internos.
19
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
• Controle externo:
— O laboratório deve participar dos ensaios de proficiência para todos os exames realizados na 
sua rotina.
— Os resultados devem ser anotados, e devem ser tomadas providências quando houver não 
conformidades.
— O laboratório clínico deve participar dos ensaios de proficiência para todos os exames realizados 
na sua rotina.
— Para os exames não contemplados pelos programas do ensaio de proficiência, o laboratório deve 
adotar formas alternativas de controle externo de qualidade descritas na literatura científica.
• Liberação de laudos:
— O laboratório deve possuir uma instrução escrita sobre a liberação de laudos.
— O laudo deve ser legível e assinado por um profissional legalmente habilitado: farmacêutico, 
biomédico ou patologista.
— Um laudo deve conter dados mínimos: nome do exame, tipo de amostra, método analítico, 
unidade de medição, valores de referência, limitações da técnica e dados para interpretação.
— Amostras com restrição devem constar no laudo.
1.7 RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004
A RDC nº 306/2004 (ANVISA, 2004b) é um regulamento técnico que dispõe sobre o gerenciamento 
de resíduos de serviços de saúde, abrangendo não somente o lixo infectante, mas todas as categorias de 
resíduos, inclusive os não infectantes.
O regulamento se aplica a todos os geradores de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). Todo gerador 
de resíduos deve elaborar, assim, um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), 
que deve ser baseado na característica dos resíduos gerados e na sua classificação.
Alguns itens da RDC nº 306
• O transporte interno de resíduos deve seguir o roteiro definido e ser feito em horários não 
coincidentes com fluxo de pessoas ou atividades.
• O transporte deve ser feito de acordo com o grupo de resíduos.
20
Unidade I
• Os recipientes para o transporte de resíduos devem ser providos de tampa articulada ao próprio 
corpo do equipamento, rodas, além de serem identificados com o símbolo de acordo com os 
resíduos nele contidos.
• Compete aos serviços de saúde a elaboração do PGRSS.
• Deve ser requerida às empresas prestadoras de serviços terceirizadas (empresas de recolhimento 
de resíduos) a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou a disposição dos resíduos de 
serviços de saúde.
• Devem ser solicitados aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta: transporte, 
tratamento ou disposição final dos resíduos e documentação que identifique a conformidade 
com as orientações dos órgãos de meio ambiente.
• Deve ser mantido o registro de operações de venda e/ou doação dos resíduos destinados à reciclagem.
A RDC nº 306 classificou os resíduos da seguinte forma:
Resíduos do grupo A
• A1 – Culturas e estoque de micro-organismos, meios de cultura, materiais para inoculação de 
culturas, resíduos de vacinação, sobras de amostras de laboratórios, entre outros.
• A2 – Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais, cadáveres de 
animais, peças de anatomopatológicos, entre outros.
• A3 – Peças anatômicas humanas (membros), produto de fecundação sem sinais vitais, com peso 
menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm, ou idade menor que 20 semanas, que não 
tenham sido requeridas pelos seus familiares.
• A4 – Sobras de amostras de laboratórios, recipientes com fezes, urina, secreção, peças de 
anatomopatológicos, peças anatômicas, víscerase bolsas transfusionais vazias.
• A5 – Materiais biológicos de indivíduos ou animais com suspeita ou certeza de contaminação 
com príons.
Resíduos do grupo B (resíduos de produtos químicos)
• Resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente, quando não forem 
submetidos ao processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos ao 
tratamento ou disposição final específicos.
• Resíduos químicos que não representam risco à saúde ou ao meio ambiente não necessitam 
de tratamento, podendo ser submetidos a processos de reutilização, recuperação ou reciclagem. 
Devem ser encaminhados para sistemas de disposição final de licenciamento.
21
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
• Resíduos no estado líquido podem ser lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, 
desde que atendam às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais e gestores de recursos 
hídricos e saneamento competentes.
• Os resíduos químicos dos equipamentos automáticos de laboratórios clínicos e dos reagentes 
de laboratórios clínicos, quando misturados, devem ser analisados pelo maior risco ou conforme 
as instruções contidas na Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) e 
tratados conforme o item 11.2 ou 11.18.
Resíduos do grupo C
• Dizem respeito a rejeitos radioativos, inclusive sobras de alimentos provenientes de pacientes 
submetidos a terapia com Iodo radioativo.
• O recipiente com rodas de transporte interno de rejeitos radioativos, além das especificações 
contidas no item 1.3 desse regulamento, deve possuir um sistema de blindagem com tampa 
para acomodação de sacos de rejeitos radioativos, devendo ser monitorado a cada operação 
de transporte e submetido à descontaminação, quando necessário. Independentemente de seu 
volume, não poderá possuir válvula de drenagem no fundo. Deve conter a identificação com 
inscrição, símbolo e cor compatíveis com o resíduo do grupo C.
Resíduos do grupo D
• Item 13.2.1: para os resíduos do grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a identificação 
deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, utilizando-se código de cores e 
suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução Conama nº 275/2001 (CONAMA, 2001), 
e símbolos do tipo de material reciclável:
I – Azul: papéis.
II – Amarelo: metais.
III – Verde: vidros.
IV – Vermelho: plásticos.
V – Marrom: resíduos orgânicos.
• Para os demais resíduos do grupo D, deve ser utilizada a cor cinza nos recipientes.
• Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não haverá exigência para a padronização 
de cor dos recipientes.
22
Unidade I
• São admissíveis outras formas de segregação, acondicionamento e identificação dos recipientes 
desses resíduos para fins de reciclagem, de acordo com as características específicas das rotinas 
de cada serviço, devendo estar contempladas no PGRSS.
Resíduos do grupo E
• Trata-se de materiais perfurocortantes.
• Devem ser acondicionados em recipientes rígidos, resistentes à punctura, à ruptura e ao vazamento, 
com tampa, devidamente identificados.
• É proibido reencapar agulhas.
• O abrigo de resíduos deve ser de alvenaria, revestido de material liso, impermeável, lavável e de 
fácil higienização, com aberturas para ventilação, com tela de proteção contra insetos, roedores 
e vetores.
• Os serviços geradores de resíduos de saúde devem manter o programa de educação continuada.
A RDC nº 222/2018 (ANVISA, 2018) é a nova resolução que dispõe sobre o gerenciamento dos 
resíduos de serviços de saúde, após revogada a RDC nº 306/2004, com a qual os profissionais de 
saúde trabalharam nas instituições de saúde do país nos últimos 14 anos. Geralmente, as mudanças 
impulsionadas no gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) são relativas a uma gestão 
tanto mais didática quanto mais objetiva que a Resolução Anvisa/RDC nº 306/2004, com menor citação 
de outros normativos.
Vejamos, resumidamente, alguns itens importantes.
No início, em que descreve a finalidade de dimensão da Resolução, a RDC nº 222 destaca no Capítulo I, 
Seção I, Artigo 2º:
Esta Resolução se aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde – 
RSS cujas atividades envolvam qualquer etapa do gerenciamento dos RSS, 
sejam eles públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo 
aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa (ANVISA, 2018).
Os tipos de serviços de saúde e de ensino, para os quais a legislação atua, não eram descritos na 
RDC nº 306.
Outro ponto de destaque, ainda nesse Artigo 2º, na nova RDC nº 222, Inciso 1º, refere-se à amplitude 
de quem são os geradores de RSS, agora incluídos – “serviços de piercing e salões de beleza e estética”. 
É muito oportuna a inclusão desses dois serviços, considerando que o risco à saúde é especifico às 
atividades que desenvolvem.
23
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
Agora, na nova RDC, pode ser compartilhado o local chamado expurgo para o armazenamento 
temporário dos RSS. Porém, só é permitido para os resíduos dos grupos A, D e E, e a área deverá ser 
compatível com os três tipos de resíduos.
Outra novidade, na atual RDC, é a especificação dos tipos de resíduos armazenados nesse “Abrigo 
Temporário de RSS” compartilhado com a “Sala de Utilidades” ou “Expurgo”, os quais não eram citados 
anteriormente. A RDC nº 222 traz algumas modificações, principalmente no grupo A (subgrupo A1, A2 
e A3), nas quais todas as descrições de tratamento e acondicionamento desses tipos de resíduos estão 
muito resumidas. Nesse sentido, a nova RDC apresenta um texto mais genérico.
No grupo B, a legislação exclui qualquer citação sobre a geração de resíduos das atividades 
assistenciais domiciliares, item que era pontuado na RDC anterior (Capítulo VI – “Manejo de RSS”).
No grupo C, há a reestruturação de todos os itens sobre esse resíduo radioativo, e as características 
dos recipientes para acondicionamento não são mais descritas na atual legislação.
No que se refere ao grupo D, fica excluída a simbologia de cores para segregação dos diferentes tipos 
de resíduos desse grupo, a qual era contemplada na RDC nº 306. Um ponto positivo, por outro lado, é 
a inclusão, nesse grupo, do “descarte dos Equipamentos de Proteção Individual [EPIs], desde que não 
contaminados por matéria biológica, química ou radioativa”, algo que não era descrito na RDC anterior.
Destaca-se, ainda, na nova resolução, a ampliação da lista dos tipos de resíduos que podem ser 
classificados como tais, como as forrações de animais de biotérios sem risco biológico associado, os 
resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica associada e os pelos de animais, 
não citados na legislação anterior.
Por fim, no grupo E, também se eliminou qualquer citação sobre a geração de resíduos das 
atividades assistenciais domiciliares, o que, mais uma vez, é um ponto muito negativo na assistência 
de saúde domiciliar. Ainda nesse grupo dos perfurocortantes, a nova RDC retira o segundo critério 
– “nível do preenchimento deve ficar a 5 cm de distância da boca do recipiente” –, estabelecido 
para o nível de preenchimento dos recipientes de acondicionamento desse material (RDC nº 306), 
ficando apenas com um único critério e sendo alterado (era 2/3) aquele que menciona: “devem ser 
substituídos de acordo com a demanda ou quando o nível de preenchimento atingir 3/4 (três quartos) 
da capacidade” (RDC nº 222).
A RDC nº 222 também descreve que seringas e agulhas podem ser desconectadas, desde que com o 
auxílio de dispositivo de segurança, mantendo a proibição anterior de desconexão de seringas e agulhas 
de forma manual.
Em linhas gerais, a nova RDC exclui a citação de todas as outras legislações paralelas a ela, as quais eram 
referidas na RDC nº 306, como o Conama, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Ministério do 
Trabalho, substituindo sempre pelo termo “conforme normas ambientais vigentes” etc. Quanto à disposição 
final dos RSS, também genericamente se refere sempreao termo “disposição final ambientalmente adequada”. 
O capítulo relacionado à saúde ocupacional foi bastante resumido na atual legislação.
24
Unidade I
1.8 Procedimento para higienização das mãos e antissepsia
Empregado para impedir a contaminação direta do paciente e da amostra, o antisséptico indicado deve ser 
eficiente, ter ação rápida, ser de baixa aspereza e hipoalergênico na pele e mucosa, utilizado para a antissepsia da 
pele no local da punção. Já o álcool etílico tem efeito antisséptico na concentração de 70%, sendo o mais utilizado, 
já que, nessa composição, garante a sua ação antisséptica e diminui a inflamabilidade. Nessa diluição, tem 
surpreendente atividade contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, boa atuação contra Mycobacterium 
tuberculosis, fungos e vírus, além de ter custo menor (MACHADO; ARMANDO; FRIGATTO, 2017).
1.8.1 Higienização das mãos
A higienização das mãos é a medida individual mais fácil e mais barata para impedir o aumento das 
infecções relacionadas ao auxílio à saúde. Há pouco tempo, o termo “lavagem das mãos” foi alterado por 
“higienização das mãos” devido à maior cobertura desse procedimento. O termo compreende a higienização 
simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos. As mãos dos 
profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas com água e sabão, como pode ser 
visualizado na figura a seguir, preparação alcoólica e antisséptico (MACHADO; ARMANDO; FRIGATTO, 2017).
Segundo Hinrichsen (2018), preconiza-se, para a higiene das mãos:
• retirar os adornos (anéis, pulseiras e relógios), uma vez que, nesses objetos, acumulam-se bactérias 
não removidas com a higienização das mãos;
• abrir a torneira com a mão dominante sem se encostar na pia, para evitar a contaminação do 
vestuário, quando não houver torneiras com acionamento por pedal;
• molhar as mãos;
• aplicar de 3 a 5 ml de sabão líquido nas mãos;
• ensaboar as mãos, formando espuma por fricção durante 15 a 30 s, atingindo todas as suas 
faces (palma, dorso, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos), pois a 
formação de espuma extrai e facilita a eliminação de partículas;
• enxaguar, deixando a água penetrar nas unhas e nos espaços interdigitais (mão em forma de 
concha);
• retirar toda a espuma e os resíduos de sabão, evitando os respingos da água na roupa e no piso;
• secar as mãos com papel-toalha descartável (duas folhas);
• se a torneira tiver contato manual para fechamento, usar o mesmo papel-toalha para fechá-la;
• descartar o papel-toalha na lixeira.
25
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, 
evitando encostar-se à pia.
2. Aplicar na palma da mão 
quantidade suficiente de sabonete 
líquido para cobrir toda a superfície 
das mãos (seguir a quantidade 
recomendada pelo fabricante).
3. Ensaboar as palmas das mãos, 
friccionando-as entre si.
4. Esfregar a palma da mão direita 
contra o dorso da mão esquerda, 
entrelaçando os dedos, e vice-versa.
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os 
espaços interdigitais.
6. Esfregar o dorso dos dedos de uma 
mão com a palma da mão oposta, 
segurando os dedos, com movimento 
de vai-e-vem, e vice-versa.
7. Esfregar o polegar direito com o 
auxílio da palma da mão esquerda, 
realizando movimento circular, e vice-
versa.
8. Friccionar as polpas digitais e as unhas 
da mão esquerda contra a palma da mão 
direita, fechada em concha, fazendo 
movimento circular, e vice-versa.
9. Esfregar o punho esquerdo com 
o auxílio da palma da mão direita, 
realizando movimento circular, e 
vice-versa.
10. Enxaguar as mãos, retirando os 
resíduos de sabonete. Evitar contato 
direto das mãos ensaboadas com a 
torneira.
11. Secar as mãos com papel toalha 
descartável, iniciando pelas mãos e 
seguindo pelos punhos. No caso de 
torneiras com contato manual para 
fechamento, sempre utilizar papel 
toalha.
Figura 1 – Água e sabão
26
Unidade I
A figura anterior demonstra como deve ser realizada a técnica de higiene das mãos dos profissionais 
da saúde, que deve ser feita quando as mãos estiverem evidentemente sujas ou contaminadas com 
sangue e outros fluidos corporais; ao iniciar o turno de trabalho; após ir ao banheiro; antes e depois das 
refeições e antes do preparo e da manipulação de medicamentos.
Já a preparação alcoólica deve ser realizada antes do contato com o paciente, após o contato com o 
paciente, antes de efetuar processos assistenciais e manipular equipamentos invasivos, antes de calçar 
luvas para a inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico, após o risco de 
exposição a fluidos corporais, após o contato com objetos inanimados e superfícies próximas ao paciente 
e antes e após a remoção de luvas. Produtos como álcool, clorexidina, compostos de iodo, iodóforos e 
triclosan misturam detergentes com antisséptico e se destinam à higienização antisséptica das mãos 
e à degermação da pele (ANVISA, 2005a).
Veja algumas recomendações importantes:
• Use luvas somente quando indicado.
• Utilize as luvas antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais, membrana mucosa, 
pele não intacta e outros materiais potencialmente infectantes.
• Troque as luvas sempre que entrar em contato com outro paciente.
• Troque as luvas também durante o contato com o paciente, se for mudar de um sítio corporal 
contaminado para outro, limpo, ou quando estiverem danificadas.
• Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (como telefones, maçanetas e portas) 
quando estiver com luvas.
1.8.2 Equipamentos necessários
Há, também, equipamentos que devem estar relacionados ao procedimento de higienização das 
mãos. Os lavatórios (ou pias) precisam apresentar torneiras ou comandos que dispensem o contato 
das mãos no fechamento da água. Devem, ainda, ter abastecimento de sabão líquido, além de recursos 
para secagem das mãos.
O porta-papel-toalha deve ser composto, de preferência, de material que não possibilite a oxidação, 
sendo de fácil limpeza. Na utilização do papel-toalha, deve-se dar prioridade aos papéis em bloco, que 
promovam a execução individual, folha a folha. É essencial o estabelecimento de rotinas de limpeza e 
de reposição do papel.
No processo de higienização das mãos, não é adequado o uso de secadores elétricos, uma vez 
que dificilmente o tempo exigido para a secagem é obedecido. Eles podem, ainda, transportar 
micro-organismos. O acionamento manual de certos modelos de aparelho também pode proporcionar 
a recontaminação das mãos.
27
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
Próximo aos lavatórios e às pias, deve sempre haver um recipiente para o acondicionamento de 
material usado na secagem das mãos. Esse recipiente deve ser de fácil limpeza, não sendo primordial 
a existência de tampa. No caso de se escolher por mantê-lo tampado, o recipiente deverá ter tampa 
articulada com o acionamento de abertura sem a utilização das mãos (ANVISA, 2005a).
 Saiba mais
Na aquisição de produtos antissépticos, deve-se verificar se esses estão 
registrados na Anvisa. As informações sobre os produtos registrados na 
Anvisa utilizados para a higienização das mãos podem ser encontradas 
na fonte a seguir:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Serviços: 
consulta a bancos de dados. Brasília, 2003b. Disponível em: <http://www.
anvisa.gov.br/scriptsweb/index.htm>. Acesso em: 3 maio 2019.
1.8.3 Técnicas de higienização
A higienização das mãos é a prática preferencial em todos os programas de prevenção e controle de 
infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras), que promove a redução considerável das taxas 
de infecções nosocomiais. O emprego de água e sabão, aliado ao atrito, retira os micro-organismos que 
colonizam as categorias superficiais da pele, a oleosidade, o suor e as células mortas, além de retirar a 
sujidade favorável à permanência e à multiplicação de micro-organismos.
Prefere-se o termo higienização quando se substitui a lavagem das mãos pela aplicação deálcool 
a 70% e glicerina a 2%, lembrando que esse procedimento é indicado para definidas situações e se as 
mãos estiverem limpas. Portanto, o propósito principal do processo de higienização das mãos é diminuir 
a passagem de micro-organismos pelas mãos, sendo necessária a informação sobre as infecções, uma 
vez que elas são os instrumentos mais utilizados no cuidado ao paciente. Além disso, deseja-se prevenir 
a transmissibilidade entre pacientes, pacientes e mobiliários, profissionais, equipamentos e mobiliários, 
partindo da suspeita de que as principais razões de patógenos no ambiente hospitalar são os pacientes 
colonizados e/ou infectados, os profissionais de saúde e os equipamentos e mobiliários próximos ao 
paciente (HINRICHSEN, 2018).
As técnicas de higienização das mãos podem ser alteradas de acordo com a meta à qual se aplicam. 
Podem ser divididas em higienização simples das mãos, higienização antisséptica das mãos e fricção de 
antisséptico nas mãos. Antes de dar início a qualquer uma dessas técnicas, é preciso retirar joias (anéis, 
pulseiras, relógio), pois, sob esses objetos, pode haver micro-organismos.
A higienização simples das mãos tem como objetivo retirar os micro-organismos que ocupam os 
níveis superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, eliminando a sujidade 
favorável à permanência e ao aumento de micro-organismos. Já a higienização antisséptica das mãos 
28
Unidade I
tem como objetivo possibilitar a remoção de sujidades e de micro-organismos, limitando a carga de 
bactérias das mãos, com o auxílio de um antisséptico.
A técnica de higienização antisséptica é idêntica à aplicada para a higienização simples das 
mãos, trocando o sabão por um antisséptico, como o antisséptico degermante. A técnica de fricção 
de antisséptico nas mãos tem como objetivo limitar a quantidade de bactérias das mãos (não há 
remoção de sujidades).
A utilização de álcool em gel a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode 
substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem claramente sujas. A antissepsia 
cirúrgica ou o preparo pré-operatório das mãos tem como função retirar a microbiota transitória da pele 
e limitar a microbiota residente, além de provocar efeito residual na pele do profissional (ANVISA, 2005a).
 Observação
O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois permanecem 
úmidas, favorecendo a proliferação bacteriana.
Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das 
mãos, a fim de prevenir o ressecamento da pele.
2 MATERIAIS PARA COLETA DE SANGUE VENOSO
As orientações para as técnicas de coleta de sangue venoso se apoiam nas normas do Clinical 
and Laboratory Standards Institute (CLSI), uma organização internacional, interdisciplinar, sem fins 
lucrativos, aprovada mundialmente por possibilitar o desenvolvimento e a aplicação de normas e 
diretrizes alternativas no campo dos cuidados de saúde da população (ANDRIOLO et al., 2010).
A coleta de sangue deve ser estabelecida pelos laboratórios a fim de impedir contagens falsas 
e artefatos gerados in vitro. A coleta sanguínea engloba a punção venosa, o uso do anticoagulante 
correto, a adequada homogeneização da amostra após ser transferida para o tubo, e, de acordo com o 
laboratório, a confecção da extensão sanguínea pode ocorrer sem anticoagulante. A punção sanguínea 
pode ser efetivada pelo sistema a vácuo e por seringa e agulha (SILVA et al., 2016).
2.1 Locais de escolha para venopunção e áreas a serem evitadas
A venopunção é um sistema complexo, que exige o conhecimento e a habilidade de várias etapas 
a serem seguidas. Quando uma amostra de sangue é coletada, um profissional habilitado deve seguir 
algumas etapas: verificar o pedido do médico e o cadastro desse pedido; apresentar-se ao paciente, 
iniciando um diálogo e obtendo sua confiança; esclarecer ao paciente ou ao seu responsável o processo 
ao qual o paciente será sujeitado; fazer a assepsia das mãos para o atendimento dos pacientes; confirmar 
a identificação do paciente e se as condições de preparo e o jejum do paciente estão corretos.
29
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
A escolha do local de punção é uma parte importante para o diagnóstico. Existem vários locais que podem ser 
estipulados para a venopunção, que veremos adiante. O local de escolha para a venopunção é a fossa antecubital, 
como pode ser visualizado na figura a seguir, na região anterior do braço em frente e abaixo do cotovelo, onde 
está situado um grande número de veias, mais ou menos próximas à superfície da pele (ANDRIOLO et al., 2010).
Veia mediana 
cubitals
Fossa 
 antecubital Veia cefálica
Veia cefálica
Veia basílica
Veia basílica
Figura 2 – Representação das veias do antebraço
As veias dessa localização podem variar de pessoa para pessoa; porém, há dois tipos comuns de posição 
venosa: um com formato de H e outro que parece um M. O padrão H foi chamado dessa forma devido às veias 
que o constituem (cefálica, cubital mediana e basílica) se distribuírem como se fosse um H, representando 
cerca de 70% dos casos. No padrão M, a disposição das veias mais salientes (cefálica, cefálica mediana, basílica 
mediana e basílica) lembram a letra M. Ainda que qualquer veia do membro superior que mostre condições 
para a coleta seja capaz de ser puncionada, as veias cubitais mediana e cefálica são as mais usadas.
As figuras a seguir mostram a disposição das veias do membro superior e do dorso da mão, nessa 
ordem. Quando as veias desse local não estão disponíveis ou são inacessíveis, a veias do dorso da 
mão podem ser utilizadas para a venopunção. O arco venoso dorsal, no dorso da mão, é, até então, 
o mais conveniente por ser mais calibroso. No entanto, a veia dorsal do metacarpo também pode ser 
puncionada. Veias na parte inferior do punho não devem ser usadas porque, assim como elas, os nervos 
e tendões estão próximos à superfície da pele nessa região.
Veia cefálica 
medianaVeia cefálica 
acessória
Veia cefálica
Veia basílica
Veia 
mediana
Veia basílica 
mediana
Veia basílica
Figura 3 – Veias do membro superior
30
Unidade I
Veia cefálica
Arco venoso 
dorsal
Veia dorsal 
superficial
Veia dorsal 
digital
Veia dorsal 
metacarpio
Veia basílica
Figura 4 – Veias do dorso da mão
Segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) (ANDRIOLO et 
al., 2010), recomenda-se, para a coleta de sangue venoso, evitar alguns locais para a venopunção:
• Amostras de sangue não necessitam ser coletadas nos membros onde existirem terapias 
intravenosas.
• Devem ser evitados locais que contornem áreas cicatriciais de queimadura.
• Deve-se consultar um médico antes da coleta de sangue ao lado da região onde aconteceu a 
mastectomia, em função das possíveis complicações decorrentes da linfostase.
• Lugares com hematomas podem ocasionar resultados errados de exames, seja qual for o tamanho 
do hematoma.
• Em outro local, se outra veia não estiver acessível, a amostra deve ser colhida afastada do hematoma.
• Fístulas arteriovenosas, enxertos vasculares ou cânulas vasculares não devem ser usados por 
pessoal não permitido pela equipe médica para a coleta de sangue.
• Deve-se evitar puncionar veias trombosadas, pois são pouco elásticas, parecem-se com um cordão 
e têm paredes endurecidas.
2.2 Técnicas para evidenciação da veia e uso adequado do torniquete
Após o braço estar no posicionamento de coleta no apoiador, o flebotomista deve procurar as veias 
calibrosas e solicitar ao paciente que abra e feche a mão, já que esses movimentos diminuem a pressão 
venosa com o relaxamento muscular. Deve-se massagear delicadamente o braço do paciente, do punho 
para o cotovelo, e, com o dedo indicador, diferenciar as veias de artérias pela percepção da pulsação. 
A fixação das veias com os dedos é importante em casos de flacidez.
31
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
Outra técnica utilizada para a confirmação das veias é a transiluminação. Com um equipamento 
cutâneo,é possível encontrar veias por meio de feixes de luz irradiados no interior do tecido subcutâneo do 
paciente, os quais podem iluminar as veias em até 7 mm de profundidade, possibilitando sua identificação. 
Sua técnica de confirmação baseia-se na hemoglobina, que não reproduz a luz infravermelha, marcando 
o local da veia. O flebotomista deve fixar o garrote da maneira habitual, deslizando o transiluminador 
pela pele, sempre seguindo a superfície para não haver dispersão de luz. As veias serão visualizadas como 
linhas escuras. Uma vez constastada qual a melhor região para a punção, o transiluminador é fixado na 
região escolhida, de modo que não atrapalhe o fluxo sanguíneo. Há a introdução da agulha, e conclui-se 
a técnica como de costume. O transiluminador usa uma ou duas fontes primárias de luz: a primeira, 
de alta intensidade (laser), e a segunda, infravermelha. Esse equipamento tem mais funcionalidade em 
pacientes de difícil acesso venoso, como obesos, afrodescendentes, idosos e crianças, mas ainda é pouco 
utilizado (MELO; SILVEIRA, 2015).
O torniquete é aplicado para amplificar a pressão intravascular, o que ajuda a palpação da veia e o 
preenchimento dos tubos de coleta ou da seringa. O tempo de garroteamento (aplicação do torniquete) 
não deve ultrapassar 1 minuto, e, depois da entrada do sangue no bisel da agulha, ele deve ser viabilizado. 
Um garroteamento maior que esse tempo provoca estase localizada, hemoconcentração, hemólise e 
infiltração de sangue nos tecidos, ocasionando acréscimo do volume globular e modificações no TP 
(tempo de protrombina), no TTPa (tempo de tromboplastina parcial ativada) e no fibrinogênio, além de 
outros fatores da coagulação.
Na condição da procura da veia, com o paciente garroteado por muito tempo, quando a veia for 
localizada, o garrote deve ser liberado, e, após a normalização da circulação, em torno de 2 minutos, 
garroteia-se outra vez para efetuar a punção. No caso de o torniquete conter látex em sua contituição, 
deve-se perguntar ao paciente se ele tem alergia a esse elemento. Se o paciente for alérgico a látex, 
não deve ser realizado o garroteamento com esse material (SILVA et al., 2016).
2.3 Posição do paciente para coleta de sangue venoso sentado ou 
acomodado em leito
A posição do paciente também pode provocar erros em resultados de exames. A seguir, serão 
apresentadas algumas propostas que possibilitam a coleta de sangue e um perfeito acolhimento ao 
paciente nesse momento.
Para a coleta de sangue venoso em paciente sentados, deve-se solicitar ao paciente que se sente à 
vontade em uma cadeira própria para a coleta de sangue. Sugere-se que a cadeira possua apoio para 
os braços e impeça quedas, caso o paciente venha a perder sua consciência. No descanso da cadeira, a 
posição do braço do paciente deve ser inclinada sutilmente para baixo e estendida, criando uma linha 
reta do ombro para o pulso. O braço deve ser sustentado firmemente pelo descanso, e o cotovelo não 
deve estar dobrado. Uma leve curva pode ser importante para impedir a hiperextensão do braço.
Já para a coleta de sangue venoso em paciente em leito, solicita-se ao paciente que se acomode em 
uma posição confortável. Se ele estiver em posição supina e um apoio extra for preciso, coloque um 
travesseiro debaixo do braço em que a amostra será colhida. Mantenha o braço do paciente inclinado 
32
Unidade I
suavemente para baixo e estendido, produzindo uma linha reta do ombro para o pulso. Se o paciente 
estiver em posição semissentada, o estabelecimento do braço para a coleta será mais fácil (ANDRIOLO 
et al., 2010).
2.4 Coleta de sangue venoso a vácuo e coleta de sangue venoso com 
seringa e agulha
A punção sanguínea pode ser executada pelo sistema a vácuo e por seringa e agulha. Na primeira 
situação, sempre antes da técnica de coleta, compete ao flebotomista checar o nome completo do 
paciente com o nome impresso nos tubos e fazer a higienização das mãos. A coleta tem início com a 
preparação do material. Logo após garrotear o braço a 4 cm acima do local escolhido para a coleta, 
deve-se pedir ao paciente que feche a mão. A técnica segue com a escolha da veia, que deve ser 
apalpada com o dedo indicador.
Após realizar a assepsia, espere secar e rosqueie a agulha no adaptador do sistema a vácuo. Em 
seguida, insira a agulha em uma angulação oblíqua de 30°, com o bisel da agulha revertido para cima. 
Coletam-se todos os tubos no mesmo instante, solta-se o garrote e, só depois, retira-se a agulha. A fim 
de prevenir hematomas, deve-se fazer a compressão com o algodão. Para concluir, é importante trocar 
o algodão por uma bandagem séptica (MELO; SILVEIRA, 2015; SILVA et al., 2016).
A coleta de sangue com seringa e agulha é a técnica mais antiga para obter sangue venoso, sendo 
também usada para instalar medicamentos. Essa técnica oferece risco para o profissional de saúde, que, 
além de manipular o sangue, deve também descartá-lo. Por isso, por motivos de segurança, a punção 
venosa feita com seringa e agulha deve ser dispensada. Essas são as normas do manual do CLSI, antigo 
National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS), um roteiro de padronização que teve 
os direitos autorais em português adquiridos pela Anvisa. No entanto, na prática, ainda ocorrem casos 
de coleta de sangue com seringa e agulha, basicamente em pacientes pediátricos e geriátricos (MELO; 
SILVEIRA, 2015).
Quando a punção é processada com seringa e agulha, o sangue deve correr para o interior da seringa 
sem que seja necessário realizar qualquer esforço para puxar o êmbolo da seringa. Quando isso não 
ocorre, o turbilhamento provocado pelo esforço causa modificações celulares. Terminada a punção, a 
agulha deve ser removida da seringa e o sangue passado aos tubos, cumprindo a proporção de sangue 
a anticoagulante (SILVA et al., 2016).
A seguir, veja o passo a passo para a coleta de sangue a vácuo:
• Verifique se a cabine da coleta está limpa e abastecida para iniciar as coletas.
• Solicite ao paciente que diga seu nome completo para a confirmação do pedido médico e 
as etiquetas.
• Confira e ordene todo o material a ser usado no paciente de acordo com o pedido médico (tubos, 
gaze, torniquete etc.). A identificação dos tubos deve ser feita na frente do paciente.
33
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
• Informe o paciente sobre a técnica.
• Abra o lacre da agulha de coleta múltipla de sangue a vácuo em frente ao paciente.
• Rosqueie a agulha no adaptador do sistema a vácuo.
• Higienize as mãos.
• Coloque as luvas.
• Posicione o braço do paciente inclinado para baixo, na altura do ombro.
• Insira o primeiro tubo a vácuo. Quando o sangue começar a fluir para dentro do tubo, desgarroteie 
o braço do paciente e peça para que abra a mão.
• Realize a troca dos tubos sucessivamente.
• Procure homogeneizar o tubo imediatamente após a retirada de cada um, invertendo-o 
suavemente de 5 a 10 vezes, conforme recomendado pelo fabricante dos tubos.
• Após a retirada do último tubo, retire a agulha e faça a compressão no local da punção com 
algodão ou gaze seca.
• Exerça pressão no local (em geral, de 1 a 2 minutos), evitando a formação de hematomas e 
sangramentos. Se o paciente estiver em condições de fazê-lo, oriente-o adequadamente para que 
faça a pressão até que o orifício da punção pare de sangrar.
• Descarte a agulha imediatamente após sua remoção do braço do paciente em recipiente para 
materiais perfurocortantes.
• Faça um curativo oclusivo no local da punção.
• Oriente o paciente para que não dobre o braço, não carregue peso ou bolsa a tiracolo no mesmo 
lado da punção por, no mínimo, 1 hora, e não mantenha a manga dobrada, que pode funcionar 
como um torniquete.
• Verifique se há alguma pendência, fornecendo orientações adicionais ao paciente, se necessário.
• Certifique-se das condições gerais do paciente, perguntando se está em condições de se 
locomover sozinho.
• Entregue o comprovante de coleta com a data provável do resultado e libere o paciente.
34Unidade I
• Coloque as amostras em local adequado ou as encaminhe imediatamente para o processamento 
em casos indicados (como materiais que necessitam ser mantidos em gelo), de acordo com o 
procedimento operacional do laboratório.
Agora, conheça o passo a passo para a coleta de sangue com seringa e agulha:
• Verifique se a cabine da coleta está limpa e abastecida para iniciar as coletas.
• Solicite ao paciente que diga seu nome completo para a confirmação do pedido médico e as 
etiquetas.
• Confira e ordene todo o material a ser usado no paciente de acordo com o pedido médico (tubos, 
gaze, torniquete etc.). A identificação dos tubos deve ser feita na frente do paciente.
• Informe o paciente sobre o procedimento.
• Higienize as mãos.
• Coloque as luvas.
• Abra a seringa na frente do paciente.
• Se o torniquete for usado para a seleção preliminar da veia, peça que o paciente abra e feche a mão, 
faça a escolha da veia a ser puncionada e afrouxe-o. Espere 2 minutos para usá-lo novamente.
• Faça a antissepsia.
• Garroteie o braço do paciente.
• Retire a proteção da agulha hipodérmica.
• Faça a punção em uma angulação oblíqua de 30 graus, com o bisel da agulha voltado para cima 
(se necessário, para melhor visualizar a veia, estique a pele com a outra mão, longe do local onde 
foi feita a antissepsia).
• Desgarroteie o braço do paciente assim que o sangue começar a fluir dentro da seringa.
• Aspire devagar o volume necessário de acordo com a quantidade de sangue requerida na etiqueta 
dos tubos a serem utilizados (respeitar ao máximo a exigência da proporção sangue/aditivo). 
Aspire o sangue evitando bolhas e espuma e com agilidade, pois o processo de coagulação do 
organismo do paciente é ativado no momento da punção.
• Retire a agulha da veia do paciente.
35
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
• Exerça pressão no local (em geral, de 1 a 2 minutos), evitando, assim, a formação de hematomas 
e sangrentos. Se o paciente estiver em condições de fazê-lo, oriente-o para que faça a pressão até 
que o orifício da punção pare de sangrar.
• Tenha cuidado com a agulha para evitar acidentes perfurocortantes.
• Descarte a agulha imediatamente após sua remoção do braço do paciente em recipiente adequado, 
sem a utilização das mãos (de acordo com a normatização nacional, não desconectar a agulha e 
não reencapar).
• Abra a tampa do primeiro tubo e deixe que o sangue escorra pela sua parede devagar para 
evitar hemólise.
• Descarte a agulha no local recomendado.
• Oriente o paciente quanto à compressão.
• Aspire devagar o volume necessário de acordo com a quantidade de sangue solicitada na etiqueta 
dos tubos a serem utilizados (respeitar ao máximo a exigência da proporção sangue/aditivo).
• Aspire o sangue evitando bolhas e espuma e com agilidade, pois o processo de coagulação do 
organismo do paciente é ativado no momento da punção.
• Certifique-se das condições gerais do paciente perguntando se está em condições de se 
locomover sozinho.
• Entregue o comprovante de coleta com a provável data do resultado e libere o paciente.
• Coloque as amostras em local adequado ou as encaminhe rapidamente para o processamento 
em casos indicados (como materiais que necessitam ser mantidos em gelo), de acordo com o 
procedimento operacional do laboratório.
 Observação
Jamais reencape agulhas e nunca descarte um material contaminado 
sem a prévia descontaminação.
2.5 Dificuldade para a coleta da amostra de sangue
Um dos problemas que podem prejudicar a coleta tanto de tubo a vácuo quanto de seringa é o 
colabamento da veia devido à inserção incorreta da agulha ou à posição incorreta do bisel (na ponta da 
agulha, há uma abertura oblíqua em aresta ou quina, uma chanfro ou chanfradura).
36
Unidade I
O bisel pode aderir à parede superior ou inferior da veia, impedindo que o sangue flua e gerando o 
colabamento. A agulha pode ser inserida além da veia ou pode ser parcialmente inserida, provocando 
o extravasamento de sangue no tecido, ou o deslizamento da veia, quando a agulha escorrega para o 
lado e não penetra a veia.
1. Técnica de inserção correta. 
O sangue flui livremente para 
dentro da agulha.
4. Agulha inserida além da veia.
2. Bisel sobre a parede superior 
da veia não permite que o 
sangue flua.
5. Agulha parcialmente inserida, 
provocando extravasamento de 
sangue no tecido.
7. Quando a veia desliza, a 
agulha pode escorregar para o 
lado e não penetrar na veia.
3. Bisel sobre a parede inferior 
da veia não permite que o 
sangue flua.
6. Veia colabada.
Figura 5 – Problemas na inserção da agulha na coleta de sangue
No caso de colabamento da veia puncionada, aconselha-se virar lenta e cautelosamente a agulha 
para que o bisel fique desobstruído. Em caso de colabamento venoso, remova ou afrouxe o torniquete para 
liberar o restabelecimento da circulação. Em seguida, retroceda um pouco a agulha para que o fluxo 
sanguíneo desobstrua. Não são aconselháveis os movimentos de busca aleatória da veia, pois podem ser 
dolorosos e gerar perfurações arteriais, acarretando em hematoma, pressão do nervo ou lesão direta do 
nervo. Se o tubo usado falhar por qualquer defeito (por exemplo, por falta de vácuo), procure coletar 
o material com outro tubo. Não é aconselhável que o mesmo flebotomista tente mais de uma vez uma 
venopunção. Se possível, outra pessoa deve ser solicitada para completar a coleta no paciente ou o 
médico deve ser informado (ANDRIOLO et al., 2010).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2008), os hematomas são o derramamento 
de sangue abaixo da pele e têm incidência de 2-3% em uma coleta de sangue, sendo as causas 
mais comuns de ocorrência: venopuntura imperfeita ou gorada, punção da pele em ângulo muito 
grande e saindo da veia, dupla punção da veia com agulha durante a doação e pressão insuficiente 
após a doação.
37
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
 Observação
Se você sofrer uma picada com agulha ou outro ferimento a partir de 
material cortante, ou, ainda, se seus olhos, nariz, boca ou pele lesionados 
forem expostos, lave imediatamente a área com água; limpe a pele com 
sabão antisséptico e água; relate o acidente imediatamente ao supervisor, 
funcionário de controle de risco ou outra pessoa indicada; e procure 
orientação médica. Qualquer lesão cutânea deve ser imediatamente lavada.
2.6 Agrupamento de exames para coleta
Logo depois da coleta, os tubos precisam ser homogeneizados delicadamente por inversão para que 
o anticoagulante se misture corretamente na amostra. Idealmente, as amostras sanguíneas normais 
precisam ser processadas em até 4 horas após a coleta, e, as anormais, em até 1 hora. O desafio do 
laboratório é saber se a amostra é adequada ou não; ele deve indicar um protocolo que defina o tempo 
em que as amostras foram processadas, e esse tempo deve ser o mais rápido possível.
Os tipos de amostras sanguíneas colhidas para análise são o soro, que é a parte líquida do sangue 
obtido quando coletado em tubo sem aditivo após a centrifugação; e o plasma, que é a parte líquida do 
sangue adquirido quando coletado em tubo com anticoagulante e após a centrifugação. Na amostra 
de sangue total, o sangue mantém suas propriedades próximas à normalidade, alcançado quando 
coletado em tubo com anticoagulante, e não sofre o processo de centrifugação.
Conforme a análise, o exame poderá ser feito no sangue total (exemplo: hemograma); no plasma 
(exemplo: glicose, provas de coagulação) e no soro (exemplo: bioquímicos e sorológicos). Quando a 
análise for efetuada no soro, este será colhido por meio da coleta em tubo sem anticoagulante (seco), 
para que aconteça o processo de coagulação. Quando se planeja fazer a análise no plasma, a amostra 
deverá ser obtida em tubo de ensaio, incluindo um anticoagulante específico. Dessa forma, não ocorre 
a coagulação, pois o anticoagulante atrapalha um dos fatores da coagulação (geralmente, o cálcio), 
prejudicando a formação do coágulo.
A estabilidade da amostra e o intervalo de tempo entre a coleta e a

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