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Interpretação de Exames laboratoriais

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Interpretação de exames laboratoriais 
2 
www.estetus.com.br 
 
 
 
SUMÁRIO 
EXAMES LABORATORIAIS E A ASSISTÊNCIA ................................................3 
REVISÃO FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO .............................12 
HEMOGRAMA ..................................................................................................19 
ASSISTÊNCIA NA COLETA DO HEMOGRAMA ..............................................26 
Procedimento ....................................................................................................30 
TESTE DO PEZINHO .......................................................................................41 
HEMOCULTURA ...............................................................................................46 
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À COLETA DO SANGUE 
VENOSO ...........................................................................................................51 
GASOMETRIA ARTERIAL ................................................................................53 
REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO ...........55 
REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA URINÁRIO................62 
REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO .....79 
ASSISTÊNCIA NAS UNIDADES DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ...............87 
Resolução COFEN-211 .....................................................................................89 
Resolve: ............................................................................................................90 
Iva Maria Barros Ferreira ...................................................................................91 
Regulamento da atuação dos profissionais de Enfermagem em radioterapia que 
trabalham com radiação ionizante .....................................................................91 
ASSISTÊNCIA A PACIENTES SUBMETIDOS AOS AGENTES 
CONTRASTANTES .........................................................................................105 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ...........................................................109 
ULTRASSONOGRAFIA ..................................................................................111 
IMAGEAMENTO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA....................................112 
ESOFAGOESTOMAGODUODENOGRAFIA (EED) ........................................115 
RAIOS X DE ESTRUTURAS ÓSSEAS ...........................................................116 
BRONCOSCOPIA ...........................................................................................124 
ENDOSCOPIA ................................................................................................126 
COLONOSCOPIA ...........................................................................................127 
REFERÊNCIAS ...............................................................................................132 
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EXAMES LABORATORIAIS E A ASSISTÊNCIA 
 
 
Os exames laboratoriais são responsáveis pelo fornecimento do estado 
de saúde do paciente, auxiliam a avaliação de diagnósticos clínicos, fornecem o 
monitoramento do tratamento que deve ser realizado e consequente prognóstico 
(SILVA, 2004). Sannazzaro (1993) descreve que os exames laboratoriais 
surgiram na metade do século XIX como resultado da modernização e progresso 
da medicina, principalmente nas ciências da microbiologia, citologia e 
bioquímica, sendo que estes exames aparecem como forma de auxiliar os 
diagnósticos médicos. 
Os exames laboratoriais são realizados por laboratórios com alvará de 
licenciamento e profissional responsável. Segundo a RDC nº 302 de 2005, o 
Laboratório Clínico conceitua-se como um serviço destinado à análise de 
amostras de pacientes, com o objetivo de oferecer apoio ao diagnóstico e ao 
tratamento; esta resolução define os requisitos para o funcionamento dos 
laboratórios clínicos e postos de coleta laboratoriais público ou privado, que 
realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e citologia. 
Os denominados Postos de Coleta laboratorial são conceituados como 
unidades vinculadas a um laboratório clínico, que realizam atividades 
laboratoriais, entretanto não analisam o exame (não participam da etapa 
analítica do processo), exceto nos casos de exames presenciais, cujas 
realizações ocorram no ato da coleta. A enfermagem, tanto hospitalar como 
ambulatorial e/ou domiciliar, está em constante presença no tratamento do 
paciente acometido por uma patologia, ou mesmo nas pessoas sadias que 
buscam o acompanhamento de sua saúde regularmente. 
Assim, torna-se importante ser conhecedor da assistência correta 
prestada ao paciente no que diz respeito aos exames laboratoriais, uma vez que 
estes se constituem em instrumento de avaliação, acompanhamento e 
prevenção no tratamento dos indivíduos. São vários os tipos de exames 
laboratoriais existentes atualmente, cada vez mais o emprego da tecnologia vem 
auxiliando na análise de dados que possam garantir ao clínico um diagnóstico 
preciso do paciente. Neste estudo serão citados alguns dos exames mais 
utilizados na prática clínica, buscando enfatizar prioritariamente a assistência na 
busca por um resultado fidedigno. 
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Desde a requisição do exame ao paciente, realizada pelo médico, existem 
vários fatores que podem induzir a um erro no resultado do exame. Ao contrário 
do que se pensa, não é apenas a análise do material que está sujeita a erros, 
mas também toda a fase do processo, ou seja, desde o momento da solicitação 
do exame, preparo, coleta e até a busca pelo resultado. 
Portanto, é possível considerar que a enfermagem está envolvida além 
da realização de técnicas, na questão informativa do processo, por meio do 
fornecimento de informações precisas sobre a realização do exame, locais de 
coleta, forma de coleta, cuidados antes do exame, retirada do exame e 
encaminhamento do resultado ao médico, e até mesmo na interpretação 
equivocada do resultado pelo próprio paciente. 
Segundo Silva (2004) as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro em 
Laboratórios de Análises Clínicas, caracterizam-se pelo gerenciamento da 
assistência e a organização da instituição; sendo necessária uma visão ampla 
pelo profissional, englobando não somente os aspectos éticos e legais dos 
serviços prestados, mas também o conhecimento acerca dos trabalhos da 
enfermagem neste campo, não necessariamente executando-os. 
O enfermeiro trabalha desde o planejamento e supervisão da assistência 
até as avaliações e cuidados tanto do paciente como dos serviços. A assistência 
aos pacientes, como por exemplo, coletas de sangue são direcionadas aos 
profissionais de nível médio, (Auxiliares e Técnicos de Enfermagem). 
Segundo Moura (1998) a coleta dos materiais biológicos é considerada a 
parte mais importante do processo de análise clínica. Um material advindo de 
uma coleta inadequada, ou seja, com falhas, nem mesmos os aparelhos mais 
modernos conseguem validar a amostra, tornando-se assim de grande 
importância um procedimento de coleta eficiente. 
O Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos 
descrito pela RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005, conceitua amostra do 
paciente como parte do material biológico de origem humana utilizada para 
análise laboratorial. E a amostra do paciente com restrição como fora das 
especificações, mas que ainda pode ser utilizada para alguma análise 
laboratorial. 
Este mesmo regulamento descreve as fases envolvidas no processo de 
coleta, análise e resultado de exames laboratoriais, sendo especificadas como: 
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- Fase Pré-Analítica: inicia-se na solicitação da análise,coleta da 
amostra e termina com o início da análise do material. Segundo as 
recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina 
Laboratorial para Coleta de Sangue Venoso (2009), as principais condições da 
fase pré-analítica são: variações cronológicas (alteração cíclica na concentração 
de um parâmetro em função do tempo); gênero (concentração de alguns 
componentes sanguíneos e urinários distintos entre homens e mulheres); idade 
(concentração dos componentes distinta entre as diferentes idades); posição 
(mudança súbita de posição pode levar a uma alteração nas concentrações dos 
valores bioquímicos como, por exemplo, da posição supina para a ereta, nestes 
casos os níveis de albumina, colesterol, triglicerídeos, hematócrito e 
hemoglobina podem ser superestimados em até 8 a 10% da concentração 
inicial); atividade física (o esforço físico pode provocar aumento da atividade 
sérica de algumas enzimas, sendo que este aumento pode persistir por 12 a 24 
horas após a realização do exercício); jejum (evita-se a coleta de sangue por 
jejum superior a 16 horas, o jejum para a coleta de sangue habitual é de 8 horas, 
havendo a possibilidade de redução para 4 horas, situações especiais e em 
crianças de baixa idade o jejum pode ser de uma a duas horas); dieta (mesmo 
seguindo o jejum, a dieta pode interferir em alguns dados de resultado do exame, 
principalmente no início de uma internação hospitalar quando ocorrem 
alterações nas dietas habituais do paciente); uso de fármacos e drogas de 
abuso; outras causas de variações (administração de contraste para exames de 
imagem, realização de toque retal, eletromiografia, hemodiálise, diálise 
peritoneal, cirurgia, transfusão de sangue e infusão de fármacos). 
- Fase Analítica: compreende a análise do material (amostra); é o 
conjunto de operações utilizadas para a análise da amostra com descrição 
específica conforme o método utilizado. 
- Fase Pós-Analítica: inicia com a emissão do resultado válido e termina 
com a emissão do laudo para posterior interpretação pelo solicitante. 
 
Silva (2004) descreve os principais itens a serem observados na coleta 
do material para obtenção de uma amostra adequada, são eles: 
 Fase de Orientação e Preparo do Exame; 
 Horário e seleção anatômica do local de coleta; 
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 A técnica de coleta propriamente dita; 
 Os materiais e condições para transporte do material até o laboratório 
e seu acondicionamento; 
 Tempo entre a coleta e a análise do material. 
 
Diante destes itens citados pelo autor e reportando-se à prática diária, é 
importante que se faça referência às diferentes formas de intervenção da 
enfermagem na coleta de exames laboratoriais, assim é possível acrescer aos 
itens anteriores as seguintes considerações: 
 Fase de Orientação e Preparo do Exame: quando o paciente está 
hospitalizado é de suma importância uma eficiente comunicação entre o 
laboratório de análises clínicas e os profissionais que atendem ao paciente, uma 
vez que estes últimos estão em constante contato com o paciente e são 
responsáveis pela disseminação das informações. Muito depende da rotina 
estabelecida pela instituição, ou seja, em alguns locais os próprios técnicos do 
laboratório visitam o paciente no quarto e realizam a orientação, em outros locais 
quem orienta o paciente é o técnico de enfermagem que o atende. 
Em quaisquer umas das rotinas seguidas é necessário haver sempre a 
comunicação entre ambos os técnicos da mesma informação para segurança do 
paciente e da coleta; também os técnicos de enfermagem que atuam nas 
unidades devem estar cientes da informação que irão repassar aos pacientes, 
evitando com isso invalidação da amostra. Um caminho é a utilização de 
manuais de rotinas dentro de cada unidade, onde o funcionário tenha acesso por 
intermédio de fluxogramas dos preparos e informações cabíveis diante de cada 
exame solicitado. 
Estar atento para a solicitação médica da análise é outro item importante 
a ser considerado, uma vez que podem ocorrer situações em que o paciente está 
internado, o médico solicita o exame e a enfermagem não encaminha a 
solicitação ao laboratório, resultando em aumento do tempo para a realização da 
coleta e consequentemente obtenção do resultado, o que pode acarretar uma 
ampliação na permanência do paciente na instituição, aumento de custos, 
demora na comprovação diagnóstica, insatisfação médica e angústia do 
paciente. 
Na situação de atendimento ambulatorial, em que na maioria das vezes o 
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paciente encaminha o exame ao laboratório, este deverá ser instruído quanto ao 
preparo adequado; acredita-se que além da informação verbal é necessária a 
informação por escrito sobre o preparo do exame para evitar o esquecimento do 
paciente; na ida do paciente ao laboratório o mesmo deve igualmente ser 
questionado sobre o uso de medicações contínuas, atividades físicas, entre 
outros cuidados específicos conforme a peculiaridade de cada exame. 
O item 6.1.1 do Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios 
Clínicos (2005) descreve a obrigatoriedade do laboratório clínico e posto de 
coleta laboratorial em fornecer por escrito e/ou verbal instruções claras para o 
paciente e/ou responsável sobre o preparo e a coleta de amostras. O item 6.1.2 
do referido Regulamento estipula a necessidade do laboratório em exigir 
documento do paciente para cadastro de identificação, sendo que nos casos dos 
pacientes internados ou em situações de urgência podem-se usar dados do 
prontuário do paciente para realização do cadastro. 
Também segundo este regulamento são necessárias as seguintes 
informações no cadastro do paciente: número de registro de identificação do 
paciente gerado pelo laboratório; nome do paciente; idade, sexo e procedência 
do paciente; telefone e/ou endereço do paciente, quando aplicável; nome e 
contato do responsável em caso de menor de idade ou incapacitado; nome do 
solicitante; data e hora do atendimento; horário da coleta, quando aplicável; 
exames solicitados e tipo de amostra; quando necessário: informações 
adicionais, em conformidade com o exame (medicamento em uso, dados do ciclo 
menstrual, indicação/observação clínica, dentre outros de relevância); data 
prevista para a entrega do laudo e indicação de urgência, quando aplicável. 
Torna-se necessário igualmente entregar um comprovante ao familiar 
e/ou paciente do atendimento, número de registro, nome do paciente, data do 
atendimento, data prevista de entrega do laudo, relação de exames solicitados e 
dados para contato com o laboratório. A coleta de materiais enquanto o paciente 
estiver internado pode ser registrada no prontuário do mesmo pelo técnico que 
a realizou indicando o horário, data e assinatura. 
 Horário e Seleção Anatômica da coleta: o horário da obtenção 
da coleta é de suma importância, pois a partir dele se pressupõe o preparo, como 
por exemplo, o tempo de jejum do paciente. Nesta questão cabe ter atenção para as 
rotinas internas da instituição hospitalar quando o paciente estiver internado, uma vez 
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que algumas situações devem ser previstas para minimizar os atrasos e uma coleta em 
horário impróprio. 
Na ocasião do paciente ser ambulatorial, e o mesmo ter que comparecer 
ao laboratório para a coleta, é imprescindível questionar o paciente sobre a 
possibilidade de estar presente no horário determinado. Nos casos de coletas 
domiciliares precede-se à comunicação do paciente sobre a visita do profissional 
que irá realizar a coleta em comum acordo entre o técnico, a família e o paciente. 
A seleção da área anatômica consiste no local onde será extraída a amostra. 
Neste momentoo profissional habilitado a realizar a inspeção e verificação do 
local da coleta deve possuir conhecimento técnico e científico para tal. 
 A técnica da coleta: uma das principais amostras para a realização 
dos exames laboratoriais é o sangue, que pode ser obtido por diferentes formas 
do organismo do paciente. Na prática, a técnica mais utilizada é a punção com 
agulha em veia periférica. A realização do procedimento de coleta eficiente 
pressupõe um resultado de exame fidedigno, desta forma o profissional deve ser 
treinado para a realização de uma técnica asséptica e livre de riscos. 
Sobre a obtenção de amostra, o Regulamento para Funcionamento dos 
Laboratórios Clínicos (2005) estipula que a mesma deve ser identificada no 
momento da coleta ou quando o paciente entregá-la ao laboratório, identificando 
o nome do paciente e do funcionário que realizou a coleta e/ou a recebeu; sendo 
que o laboratório ou postos de coleta devem possuir por escrito rotinas de 
orientação sobre o recebimento, coleta e identificação da amostra. 
 Os materiais e condições para transporte do material até o 
laboratório e seu acondicionamento: o acondicionamento correto da amostra 
representa uma amostra aprovada para a análise. É necessário manter 
constante contato com o bioquímico para que se sigam as normas de 
temperatura e armazenamento. Nos hospitais onde os laboratórios realizam a 
coleta geralmente as amostras de sangue estão acondicionadas em caixas 
térmicas e logo após a coleta são encaminhadas pelo técnico ao laboratório. Nos 
casos, é importante prever a distância entre o domicílio do paciente e o 
laboratório e juntamente o tempo que a amostra irá permanecer armazenada e 
local adequado para manutenção. 
Todos os laboratórios e os postos de coletas laboratoriais devem possuir 
por escrito rotinas referentes ao transporte da amostra, contendo os prazos 
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estabelecidos, condições de temperatura e padrões técnicos que garantam a 
estabilidade e integridade da mesma. Segundo o Regulamento para 
Funcionamento dos Laboratórios Clínicos (2005), a amostra do paciente deverá 
ser transportada em recipiente isotérmico, higienizável e impermeável, que 
permita a estabilidade da amostra desde a coleta até a análise do material. 
As Recomendações da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) 
descrevem que, no geral, os tempos referidos de armazenagem das amostras 
primárias consideram os limites para temperatura como: temperatura ambiente 
18 a 25ºC, refrigeradas de 4 a 8°C e congeladas abaixo de 20ºC negativos. 
Quando não há orientação específica sobre acondicionamento e transporte de 
um material, poderá o material ser deslocado para postos ou outras unidades em 
caixa de isopor com gelo reciclável, calçado por flocos de isopor ou papel jornal; 
não podendo as amostras ficar em contato direto com o gelo para evitar a 
hemólise. 
Na ocasião de congelamento para transporte é recomendado o uso do 
gelo seco, nestes casos há a necessidade de tomar precauções com o recipiente 
que contém gelo seco para que permita a saída do dióxido de carbono, 
consequentemente evitando a formação de pressão excessiva. 
 
 Tempo entre a coleta e a análise do material: existem 
particularidades sobre o tempo de coleta e a análise da amostra diante de cada 
tipo de exame realizado; o profissional de enfermagem deve ser conhecedor 
destas questões, pois participa do processo, desta forma é imprescindível o 
cuidado no encaminhamento das amostras, obedecendo ao tempo estipulado. 
A orientação da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) orienta 
que o tempo entre a coleta do sangue e a centrifugação (2° etapa de análise da 
amostra) não exceda uma hora, sendo que as amostras colhidas com 
anticoagulantes, nas quais o material será o sangue total, devem ser mantidas 
até o procedimento em temperatura de 4ºC a 8ºC. 
Outras questões que englobam a fase analítica e pós-analítica no 
processo de análise de material biológico e que se tornam importantes para o 
conhecimento do profissional de enfermagem baseadas no Regulamento para 
Funcionamento de Laboratórios Clínicos (2005) são descritas abaixo: 
 Os laboratórios clínicos devem possuir lista descrita dos exames 
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realizados em sua unidade, em outras ou laboratórios terceirizados; manter 
descrito um fluxo de rotina quando o resultado do exame precisa ser comunicado 
ao médico e/ou paciente para uma decisão imediata; devem possuir rotina por 
escrito sobre a emissão de laudos, contemplando situações de rotina, urgência 
e plantões; o laudo emitido pelo laboratório deve ser legível, sem rasuras, em 
língua portuguesa, datado e assinado pelo profissional (grau superior) habilitado; 
nos casos em que o laboratório optar pela transcrição do laudo emitido por outro 
laboratório de apoio, é necessário garantir que na técnica da transcrição a 
legitimidade do laudo não seja alterada; as cópias dos laudos devem ser 
arquivadas por período de cinco anos; todas as retificações necessárias após a 
emissão de um laudo devem ser feitas a partir da emissão de novo laudo; quando 
o resultado dos exames advém de uma amostra com restrição, esta informação 
deve conter no laudo. 
 O laudo deve conter no mínimo os seguintes itens: identificação do 
laboratório; endereço e telefone; identificação do Responsável Técnico (RT); 
número de registro do RT no respectivo conselho de classe profissional; 
identificação do profissional que liberou o exame; número de registro do 
profissional que liberou o exame no respectivo conselho de classe do 
profissional; número de registro do laboratório clínico no respectivo conselho de 
classe profissional; nome e registro de identificação do cliente no laboratório; 
data da coleta da amostra; data de emissão do laudo; nome do exame, tipo de 
amostra e método analítico; resultado do exame e unidade de medição; valores 
de referência, limitações técnicas da metodologia e dados para interpretação; 
observações pertinentes. 
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) é quem assegura a assistência 
nos laboratórios de análises clínicas, principalmente sobre a coleta de exames. 
A Portaria CVS - 13, de 4 de novembro de 2005, aprova norma técnica que trata 
das condições de funcionamento dos laboratórios de Análises Clínicas e 
Pesquisa Clínica, Patologias Clínicas e Congêneres. Em seu item 4.44 descreve 
os profissionais habilitados para a coleta de material humano: 
4.44.1- De nível superior: médicos e enfermeiros; farmacêuticos e 
biomédicos e, ainda, biólogos e químicos que no curso de graduação e/ou em 
caráter extracurricular frequentaram disciplinas que confiram capacitação para a 
execução das atividades de coleta. 
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4.44.2- De nível técnico: técnicos de enfermagem, assim como técnicos 
de laboratório, técnicos em patologia clínica e profissionais legalmente 
habilitados que concluíram curso em nível de ensino de 2° grau, que, no curso 
de graduação e/ou em caráter extracurricular, frequentaram disciplinas que 
confiram capacitação para a execução das atividades de coleta. 
4.44.2.1- Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão 
executar todas as atividades técnicas relacionadas às etapas de tratamento pré- 
analítico, mediante prévio treinamento. 
4.44.2.2- É dispensável prévio treinamento para técnicos de laboratório e 
técnicos em patologia clínica. 
4.44.3- De nível intermediário (médio): auxiliares de enfermagem, assim 
como profissionais legalmente habilitados que concluíram curso em nível de 
ensino de 1° grau, que, no curso de graduação e/ou em caráter extracurricular, 
frequentaram disciplinas que confiram capacitação para a execução das 
atividadesde coleta. 
4.44.3.1- Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão 
executar todas as atividades auxiliares relacionadas às etapas de tratamento 
pré-analítico, mediante prévio treinamento. (Diante desta portaria é possível 
identificar que o técnico de enfermagem participa do processo de coleta do 
material humano na fase pré-analítica, ou seja, desde a solicitação da análise 
pelo médico, coleta da amostra e encaminhamento da amostra para análise; 
sendo que a coleta do material deve ser analisada mediante a complexidade do 
procedimento e as atribuições específicas do técnico de enfermagem para 
desenvolvê-la ou não. 
Na Resolução COFEN -195, de 18 de fevereiro de 1997, é conferido ao 
enfermeiro atuante na saúde pública, a autonomia para a solicitação de exames 
de rotinas e complementares preconizados pelos programas do Ministério da 
Saúde. Além disso, a Resolução COFEN – 146, de 1 de junho de 2002, atribui a 
responsabilidade e a presença de um enfermeiro nos locais em que estejam 
sendo realizadas assistências de enfermagem. 
Diante da atuação da enfermagem no campo de análise clínica cabe aos 
profissionais o aperfeiçoamento tanto técnico como científico, com o 
desenvolvimento de projetos a fim de qualificar sua assistência e tornar-se 
necessário para o mercado (SILVA, 2004). Tanto nos hospitais como nos 
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próprios laboratórios de análises clínicas é importante que o enfermeiro no 
gerenciamento da equipe de enfermagem formule manuais de normas e rotinas 
objetivando esclarecer a todos os envolvidos sobre a operacionalização dos itens 
que compõem a fase pré- analítica na análise de exames laboratoriais. 
Motta (2008) descreve a rotina de enfermagem em hospitais para Coleta 
de Exames Laboratoriais de Rotina como: 
 Conferência da solicitação do exame na prescrição médica; 
 Recebimento do pedido de solicitação do exame devidamente 
preenchido e carimbado pela equipe médica; 
 Aguardo da enfermagem para a coleta realizada pelo setor de 
laboratório, conforme o horário estabelecido pela instituição hospitalar como 
rotina; 
 Conferência juntamente com o laboratório dos exames colhidos de 
acordo com os pedidos; 
 Colocação dos resultados no prontuário médico do paciente. 
 
Observação: 
 
 
 Os exames realizados durante o plantão, sendo ou não casos de 
emergência, devem ser colhidos pela enfermagem da unidade e encaminhados 
ao laboratório; 
 Aos domingos e feriados os exames devem ser colhidos pela 
enfermagem e encaminhados ao laboratório, nos casos em que não houver 
plantão de coleta; 
 Caso os valores estejam alterados, deverá haver a comunicação 
imediata ao médico assistente. 
No item de observação descrito acima por Motta (2008) cabe enquadrar- 
se a realidade de cada hospital, como também de cada laboratório. Abaixo serão 
descritos os principais exames laboratoriais realizados na prática clínica e formas 
de coleta, apresentando uma breve revisão da fisiologia como forma de 
complementar o estudo. 
 
REVISÃO FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO 
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O sangue é uma porção líquida encontrada no meio intersticial, que circula 
pelos vasos sanguíneos em um sistema fechado denominado Sistema 
Circulatório; é composto por propriedades químicas e físicas que tornam as 
células funcionais, também ocorre a formação do plasma sanguíneo por meio da 
ingesta de água e das trocas líquidas entre os outros compartimentos do 
organismo. 
As origens das células do sangue são múltiplas, por exemplo, as 
hemácias, plaquetas e leucócitos granulócitos tem sua origem na medula óssea, 
já os linfócitos e monócitos originam- se no sistema reticuloendotelial, que é 
formado pelos linfonodos e baço, órgãos do sistema hematopoiético. 
O sistema hemolítico-poético mantém os elementos morfológicos do 
sangue em condições normais devido à sua grande extensão e função hemolítica 
ou de destruição das células do sangue. Este sistema é constituído por funções 
diferentes: 
1. Órgãos hematopoiéticos específicos (função formadora dos 
glóbulos): tendo a Medula Óssea como principal órgão, dando origem aos 
eritrócitos, leucócitos granulócitos e aos trombócitos ou plaquetas; e as 
formações linfáticas, originando a produção de linfócitos na circulação. 
2. Sistema Reticuloendotelial ou hemoistioblástico: Este sistema 
origina os monócitos (por meio da função hematopoiética), além de integrar todo 
o organismo, principalmente o fígado e baço, ele exerce função hemolítica 
conservando a capacidade hematopoiética que adquirimos na vida embrionária. 
 
ÓRGÃOS HEMOLÍTICOS - POÉTICOS 
 
 
Medula Óssea 
 
 
É o órgão mais importante do sistema Hematopoiético (elaboração do 
sangue), situada no canal medular dos ossos longos, no tecido esponjoso. Tem 
envolvimento na formação, maturação e libertação dos eritrócitos, granulócitos e 
das plaquetas. Segundo Lima et al. (2001), macroscopicamente a medula se 
distingue em dois tipos fundamentais: a medula vermelha ou fetal, diferenciada 
pela rica vascularização e pela atividade hematopoiética, e a amarela ou 
adiposa, pouca vascularizada e consequentemente inativa, porém torna-se ativa 
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caso seja exigido pelo sistema. 
 
 
MEDULA ÓSSEA 
 
 
 
http://www.cabesp.com.br/.../008-080.jpg 
CONSTITUIÇÃO 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ameo.org.br/interna2.php?id=4>. 
Baço 
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http://www.ameo.org.br/interna2.php?id=4
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Órgão mais importante do sistema reticuloendotelial pela sua capacidade 
de distensão e contração, devido às cápsulas ricas em fibras conjuntivas 
elásticas e musculares. Destacam-se como funções do órgão a hematopoiética, 
hemocaterética e a função de depósito de sangue. Na função hematopoiética 
incluiu a função erito e leucopoética durante a vida fetal sendo a mais importante. 
Após o nascimento esta função desaparece e o baço atua na regeneração 
sanguínea como órgão linfopoético. 
A função hemocaterética é a atuação do baço na desintegração e 
metabolização das células sanguíneas, tendo como principais elementos os 
eritrócitos e a hemoglobina. A função de depósito de sangue apresenta grande 
importância em determinadas patologias, uma vez que o baço contém um 
acúmulo de eritrócitos, ou seja, uma reserva que é acionada em casos de 
hemorragias intensas, ambientes pobres em oxigênio, etc., entrando na 
circulação periférica e suprindo as necessidades do momento. 
 
BAÇO 
 
 
http://www.webciencia.com/11_01baco.htm 
 
Linfonodos ou Gânglios Linfáticos 
 
 
Fazem parte do sistema linfático. Este sistema é responsável pelo 
transporte da linfa (fluído linfático) para o sistema circulatório, porém, antes 
dessa passagem, cabe aos linfonodos filtrarem essa linfa, que pode ter a 
presença de microrganismos capazes de desenvolver um dano. A linfa chega 
até a circulação sanguínea livre de qualquer invasão. Assim, o sistema linfático 
torna-se um importante componente do sistema imunológico, pois colabora junto 
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http://www.webciencia.com/11_01baco.htm
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com os glóbulos brancos na defesa do organismo contra agentes invasores. 
 
 
GÂNGLIOS LINFÁTICOS 
 
 
http://www.soscorpo.com.br/anatomia/s-imu02.htm 
 
 
CÉLULAS SANGUÍNEAS PERIFÉRICAS 
 
 
Eritrócitos 
 
 
Compreendem as hemácias, têm por principal função o transporte de 
oxigênio para os tecidos e do gás carbônico para os pulmões. A grande parte 
desta troca é realizada pela proteína Hemoglobulina A (HbA), principal 
hemoglobinanos adultos, sendo dois terços sintetizadas nos eritroblastos e o 
restante no reticulócito. A vida média de uma hemácia é de 120 dias, após esse 
período são destruídas no compartimento extravascular pelos macrófagos do 
sistema retículo endotelial. 
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ERITRÓCITOS 
 
http://www.msd-brazil.com/.../mm_sec14_154.html>. 
Neutrófilos 
Exercem um papel importante na inflamação, sendo responsáveis pela 
defesa do organismo contra microrganismos. Sua produção ocorre na medula 
óssea em um período de 6 a 10 dias. Parte destes neutrófilos fica armazenada 
na medula como uma “reserva’’ do sistema. Os demais, quando liberados, 
permanecem na circulação por até 12 horas e após encaminham-se para os 
tecidos desempenhando então a função fagocitária. O tempo médio de vida dos 
neutrófilos nos tecidos é de dois a quatro dias, passando este período morrem 
pela sua ação defensiva. 
 
NEUTRÓFILO 
 
http://www.recursos.cnice.mec.es/.../amplianeutro.htm 
 
Eosinófilos 
 
 
Embora o mecanismo não seja muito conhecido, presume-se que tenha 
particularidade com o mecanismo dos neutrófilos. Além de apresentarem como 
função a fagocitose, os eosinófilos têm um papel importante nas alergias e em 
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http://www.msd-brazil.com/.../mm_sec14_154.html
http://www.recursos.cnice.mec.es/.../amplianeutro.htm
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doenças parasitárias. 
 
 
<http://www.fiocruz.br/.../start.htm?infoid=2233&sid=9>. 
 
Basófilos e Mastócitos 
 
 
São células que contém heparina e mediadores farmacológicos nos seus 
grânulos que são liberadas, após um processo alérgeno, à superfície celular por 
meio de receptores. Além dos mastócitos participarem na defesa contra 
microrganismos são responsáveis por alguns sintomas adversos das 
manifestações alérgicas. 
 
http:// www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm 
 
 
Monócitos 
São fagócitos ativos que permanecem na circulação de 20 a 40 horas, 
após passam para os tecidos, amadurecendo e desempenhando funções, 
podendo ter uma vida média de meses ou até anos. Os monócitos dividem-se 
em macrófagos fagocitários que tem a principal função de apresentar o antígeno 
para os linfócitos do organismo. 
http://www.estetus.com.br/
http://www.fiocruz.br/.../start.htm?infoid=2233&amp%3Bsid=9
http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm
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<http:// www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm 
 
 
Linfócitos 
 
 
Os linfócitos auxiliam os fagócitos no processo de defesa do organismo, 
prevenindo infecções e invasão de agentes estranhos. São divididos em dois 
importantes grupos, os linfócitos T, que são produzidos inicialmente no timo e os 
linfócitos B. Os linfócitos T maduros compreendem 65 a 80% dos linfócitos 
circulantes e os linfócitos B 5 a 15%. 
http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm 
 
 
 
HEMOGRAMA 
 
 
O hemograma, segundo Failace (2003), é o exame complementar mais 
utilizado em laboratórios de análises clínicas, tanto para fins diagnósticos como 
para controle de algumas doenças de caráter infeccioso, doenças crônicas e 
emergências médicas. O hemograma é o estudo do sangue que avalia cada 
elemento presente na via hematológica, na forma quantitativa, por exemplo, a 
contagem dos leucócitos, como na forma qualitativa, analisando a qualidade 
destes elementos. 
Grotto (2009) descreve que as informações fornecidas pela análise do 
sangue periférico têm como objetivo responder a duas questões principais, se a 
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http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm
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medula óssea está produzindo número suficiente de células maduras de 
diferentes linhagens e se os processos de proliferação, diferenciação e aquisição 
de funções de cada tipo celular estão se desenvolvendo de maneira adequada 
em todas as linhagens celulares. 
O hemograma consiste em um exame que analisa as variações 
quantitativas e morfológicas dos elementos figurados no sangue, geralmente é 
requisitado pelos médicos para diagnosticar e/ou controlar a evolução de uma 
doença como anemia e infecções de diversos tipos (PATRÍCIA, 2009). Segundo 
Neto (2004), o hemograma consiste em um exame complementar que auxilia no 
diagnóstico de doenças sistêmicas e também permite avaliar as condições gerais 
do paciente; embora sendo inespecífico, o hemograma pode apresentar 
alterações que quando somadas a outros dados clínicos e demais exames 
complementares permite hipóteses diagnósticas sobre patologias e/ou avalia o 
risco para determinados procedimentos cirúrgicos e exames ou administração 
de medicamentos. 
O hemograma, mesmo possuindo um poder diagnóstico limitado nas 
mãos de um clínico conhecedor das funções celulares e das bases 
fisiopatológicas das doenças, torna-se uma ferramenta importante na avaliação 
de diferentes situações, como nos diagnósticos de evolução de doenças 
hematológicas, detecção de quadros infecciosos e no monitoramento terapêutico 
(GROTTO, 2009). 
Geralmente a primeira parte de um hemograma constitui-se da Série 
Vermelha (Eritrograma), sendo expressos principalmente os números de 
hemácias, concentração de hemoglobina e hematócrito; já a segunda parte do 
hemograma é chamada de Série Branca (Leucograma), em que são expressos 
os valores dos glóbulos brancos, avaliação do número de leucócitos e 
diferenciação celular e a última parte do exame é expressa pela quantidade de 
plaquetas. 
Este curso trata-se da assistência na realização dos exames tanto 
laboratoriais como diagnósticos, desta forma, o foco não está centrado na 
interpretação dos resultados e sim na aprendizagem dos cuidados necessários 
para uma adequada assistência na coleta da amostra, buscando um resultado 
que condiz com a realidade do paciente. Mesmo assim, para que se 
compreendam as especificidades dos exames serão citadas as descrições de 
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cada item que engloba o exame, bem como os valores referenciais. 
 
 
ERITROGRAMA 
HEMÁCIAS (ERITRÓCITOS) 
Corresponde à contagem do número de glóbulos vermelhos no sangue 
por mililitro cúbico. O aumento do número de eritrócitos é denominado de 
eritrocitose, enquanto a diminuição do número de eritrócitos é denominada de 
eritropenia, sendo que a primeira relaciona-se à policitemia (aumento da 
espessura do sangue, reduzindo a velocidade de circulação), enquanto a 
segunda relaciona-se à anemia propriamente dita. Valores de Referência para 
pacientes adultos: 4,5 a 6,10 (milhões/mm³). 
 
HEMATÓCRITO (HCT) 
 
 
Em uma amostra de sangue, expressa a porcentagem da massa dos 
eritrócitos, ou seja, o volume da massa das hemácias. Segundo Failace (2003), 
com o avanço tecnológico dos contadores atuais, a centrifugação do Hct tornou- 
se um método não mais utilizado, pois a contagem e a medida do volume dos 
eritrócitos agora são exatas. Porém, na Hemoterapia (emprego terapêutico do 
sangue) o Hct ainda resiste devido à avaliação das alterações volêmicas. 
Valores baixos de Hematócrito podem indicar uma provável anemia e um 
valor alto pode estar relacionado à policitemia (aumenta a espessura do sangue, 
reduzindo a sua velocidade de circulação). Valores de Referência: Hematócrito 
(%): Homens: 47,0 Mulheres: 42,0. 
 
HEMOGLOBINA (HGB) 
A hemoglobina é o dado básico do eritrograma, pois além de ser o 
principal componente dos eritrócitos com a função de transportar o oxigênio do 
sangue para os tecidos, seus níveis abaixo da referência para os adultos 
sugerem anemia. 
Os valores dereferência da Hemoglobina (g/dl) para o homem são de 
15,5 e na mulher 13,6. 
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VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) 
O VCM é a relação entre o volume do hematócrito e o número de 
eritrócitos, ou seja, avalia a média do volume das hemácias, sendo que o 
resultado pode trazer tamanho normal (chamadas normocíticas), diminuídas 
(microcíticas) ou aumentadas (macrocíticas), sendo que a anisocitose refere-se 
ao achado de presença de hemácias com volumes diferentes. Segundo Grotto 
(2009), o VCM ainda é o mais utilizado para avaliação das anemias associado a 
alterações morfológicas das hemácias. Valores de Referência na Normocitose: 
Adultos: 81 u³ (80 a 98,0 fl); Crianças até 3 anos: 73 u³; Crianças de 04 a 14 
anos: 73 u³. 
 
 
HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM) 
A HCM é dada a partir da relação entre o valor da hemoglobina obtida em 
gramas e a contagem dos eritrócitos, pode estar elevada na presença da 
macrocitose ou diminuída na presença de hemácias microcíticas. Valores de 
Referência para paciente Adulto: 27,0 a 34,0 pg. 
 
CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA 
(CHCM) 
A CHCM é calculada por meio da relação entre a hemoglobina obtida em 
gramas e o volume globular. Refere-se à avaliação da hemoglobina encontrada 
em 100 ml de hemácias; indica o grau de saturação de hemoglobina encontrada 
nos eritrócitos. Quando esta saturação é normal o resultado são hemácias 
normocrômicas, quando está diminuída, hemácias hipocrômicas, e quando está 
elevada, hemácias hipercrômicas. Valores de Referência para paciente Adulto: 
31,0 a 35,0 g/dl 
 
RDW (RED CELL DISTRIBUITION WIDTH) 
Medida quantitativa da anisocitose, realizado por meio do histograma de 
distribuição das hemácias de acordo com o volume das células. Seus valores 
são obtidos em percentagem, sendo que os índices de normalidade encontram- 
se entre 11% e 16%; uma das principais utilidades é a diferenciação entre a 
anemia ferropriva e a betatalassemia heterozigótica; o índice de anisocitose se 
altera rapidamente na deficiência do ferro, mais rápido do que nos parâmetros 
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de VCM e diminuição de albumina. 
 
 
LEUCOGRAMA 
A análise da série branca no hemograma tem como principal objetivo 
fornecer os valores globais e diferenciais de leucócitos, bem como suas 
alterações qualitativas e quantitativas. Vale lembrar que os leucócitos (glóbulos 
brancos) são os responsáveis pelo sistema de defesa do organismo e se 
encontram aumentados principalmente em processos infecciosos bacterianos e 
parasitários, em algumas doenças autoimunes, destruição tecidual por doenças 
degenerativas e diminuídas em casos de infecção viral (NETO, 2004). 
Os principais tipos de leucócitos são: os neutrófilos, linfócitos, monócitos, 
eosinófilos e basófilos. Quando é solicitado um hemograma completo a 
diferenciação dos leucócitos é feita além do valor global. Estes valores em 
separado servem de base para o clínico identificar processos patológicos mais 
específicos diante do aumento ou diminuição de cada leucócito. 
LEUCÓCITOS 
 
 
Refere-se à contagem global dos glóbulos brancos, na maioria das vezes 
encontra-se aumentado (leucocitose) em processos infecciosos agudos ou 
crônicos, reações alérgicas, leucemias, etc. Valores de Referência em Adulto: 
3.100 a 11.000 mm³. A diferenciação do tipo de leucócito é feita por meio dos 
itens abaixo apresentados. 
 
MONÓCITOS 
 
 
São células que se caracterizam por se movimentarem durante alguns 
dias na circulação sanguínea e depois a deixam, fixando-se nos tecidos, 
adquirindo aspecto de macrófagos. Tem como principal função a fagocitose e 
defesa do organismo. Apresentam-se em grande número nos processos 
infecciosos crônicos ou em fase final das infecções. Valores de Referência em 
Adulto: 2 a 10 % e 72 a 1.100/mm³. 
 
LINFÓCITOS 
Os linfócitos estão presentes de 20 a 30% na circulação, a maioria 
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apresenta morfologia típica, por isso a denominação de linfócitos típicos. Quando 
apresentam tamanho maior, com núcleo pouco menos maduro e granulações 
citoplasmáticas, recebem o nome de linfócitos atípicos ou linfócitos leucocitoides. 
Denomina-se de linfocitose quando existe o aumento do número de linfócitos e 
linfopenia quando há carência do número de linfócitos, sendo que nesta última 
situação o indivíduo está com sua imunidade prejudicada. Valores de Referência 
em Adulto: 20 a 50% e 720 a 5.500 mm³. Não é considerado um hemograma 
normal a indicação de existência de Linfócitos Atípicos. 
 
EOSINÓFILOS 
Os eosinófilos correspondem a cerca de 2 a 4% dos leucócitos dos 
esfregaços. Apresentam-se aumentados (eosinofilia) em processos infecciosos 
(parasitas), doenças imunológicas e reações alérgicas ou de hipersensibilidade. 
Valores de Referência em Adulto: 1 a 7% e 36 a 770/mm³. 
BASÓFILOS 
 
 
Os basófilos são células raras, correspondem a cerca de 0 a 1%. O 
aumento dos basófilos (basofilia) ocorre principalmente em processos 
infecciosos e imunológicos. Valores de Referência em Adulto: 0 a 3 % e 0 a 
330/mm³. 
 
NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS 
 
 
São os leucócitos mais numerosos, cerca de 60 a 65%, se apresentam 
como células diferenciadas, com seus núcleos em forma segmentada, por isso 
a denominação de neutrófilos segmentados. Cerca de 2 a 5% das células têm 
núcleo não segmentado, como bastão, por este motivo são denominados 
bastonetes. Têm a função de realizar a fagocitose e encontram-se aumentados 
(neutrofilia) nos processos infecciosos e inflamatórios e valores diminuídos 
indicam a neutropenia. Valores de Referência em Adulto (Segmentados): 40 a 
65% e 1.440 a 7.150/mm³. Valores de Referência em Adulto (Bastões): 1 a 5% 
e 36 a 550/mm³. 
É normal na corrente circulatória encontrar células maduras, entretanto, 
quando há presença de células jovens, sejam de eritrócitos ou leucócitos, 
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significa que existe juntamente um processo agudo acontecendo. Na presença 
de leucócitos jovens circulantes (mielócitos, pró- mielócitos, metamielócitos) há 
uma infecção aguda ou enfermidades que acometem a medula óssea. Desta 
forma, quando temos células jovens circulantes em número acima da referência 
denomina-se desvio à esquerda e na presença de células maduras, desvio à 
direita (NETO, 2004). 
 
SÉRIE PLAQUETÁRIA 
 
 
As plaquetas ou trombócitos constitui-se em elementos sanguíneos 
circulantes que provêm do citoplasma megacariócito (VERRASTRO, 1998). São 
formadas no sistema hematopoiético da medula óssea e a principal função é a 
participação fundamental na fase inicial do processo fisiológico de hemostasia. 
A hemostasia conceitua-se como um fenômeno fisiológico que procura 
manter o sangue no interior dos vasos e impedir a sua saída para tecidos 
vizinhos. Ao contrário do que muitos pensam este mecanismo não é composto 
apenas por coágulos e, sim, por fatores como plaquetários, coagulantes, 
vasculares, fibrinolíticos, anticoagulantes, etc. 
Desta forma as plaquetas promovem a agregação das células e a adesão 
delas com as células endoteliais que se encontram próximas da lesão. Neste 
mecanismo da hemostasia as plaquetas funcionam como tampões e 
desencadeiam a coagulação sanguínea. 
FIGURA PAREDE VASCULAR ROMPIDA 
 
http://www.brasilescola.com/biologia/plaquetas.htm 
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http://www.brasilescola.com/biologia/plaquetas.htm
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As plaquetas são observadas de acordo com a quantidade e o seu 
tamanho, o número considerado normal é de 150.000 a 400.000 por microlitro 
de sangue, já o tamanho de umaplaquetavaria entre um a quatro micrometros 
(VERRASTRO, 1998). Pessoas que apresentam número de plaquetas dentro 
dos valores normais, com a ausência de grânulos, têm sangramentos devido à 
dificuldade da agregação plaquetária, assim como o valor das plaquetas 
diminuído induzem ao sangramento. 
A principal causa da plaquetopenia ou trombocitopenia (diminuição do 
número de plaquetas), segundo o autor, é a produção insuficiente das mesmas, 
podendo ser vista em infiltrações leucêmicas na medula óssea, na aplasia de 
medula, uso de alguns medicamentos, produtos químicos e infecções virais. A 
destruição aumentada das plaquetas também pode desencadear a 
plaquetopenia, esta condição pode ser vista em situações imunológicas por auto 
e aloanticorpos, na púrpura trombocitopênica autoimune e na esplenomegalia. 
E, por último, o consumo exagerado de plaquetas como em coagulações 
intravasculares disseminadas e na púrpura trombocitopênica trombótica também 
podem gerar a plaquetopenia. O aumento do número de plaquetas é 
denominado plaquetose e pode ocorrer na anemia ferropriva, nas hemorragias 
agudas, inflamações, infecções crônicas, anemias hemolíticas e leucemias. 
 
ASSISTÊNCIA NA COLETA DO HEMOGRAMA 
 
 
Considerando as fases que envolvem o processo da análise de material 
biológico é possível englobar a assistência na coleta do hemograma como: 
 Encaminhamento do exame solicitado pelo médico ao laboratório 
responsável pela coleta, quando o paciente está internado; instrução ao paciente 
do local da coleta nos casos de pacientes ambulatoriais; instrução da 
possibilidade de coleta domiciliar indicando serviço de referência ou o próprio 
laboratório.
 Preenchimento do Cadastro do Paciente: por intermédio do 
documento do paciente realizar o cadastro do mesmo para o registro da coleta 
e/ou em casos de urgência e pacientes internados buscar dados no prontuário 
do paciente.
 Instrução quanto ao preparo do exame: cabe à enfermagem realizar
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a instrução do jejum conforme a solicitação do exame. Segundo a SBPC/ML 
(2009) o jejum habitual para o exame de sangue de rotina é de 8 horas, podendo 
ser reduzido a 4 horas na maioria dos exames e em situações especiais 
(pacientes de baixa idade) pode ser de uma ou duas horas apenas. Importante 
salientar que a ingestão de água para a hidratação da pessoa não interfere no 
jejum para coleta de exames, exceto uma ingestão elevada pode alterar a 
realização do exame de urina. A maioria da bibliografia estudada supõe que para 
a realização do hemograma não há necessidade de jejum, o que ocorre na 
maioria das vezes é que junto à realização do hemograma existem requisições 
de outras análises da amostra de sangue, desta forma a instrução é de 
realização do jejum específico para cada exame. 
 Coleta de Sangue: O hemograma é um exame que tem como 
material principal o sangue periférico, isso quer dizer que é analisado o sangue 
periférico do paciente após a coleta para então obter-se os resultados. São 
preconizados inúmeros cuidados na coleta do sangue, estes devem ser seguidos 
em qualquer coleta de sangue periférico, não somente para realização do 
hemograma, mas demais análises que sejam requisitadas pelo médico 
assistente do paciente.
Segundo Failace (2003), a coleta de sangue para o hemograma pode ser 
realizada a qualquer hora, porém deve-se evitar após refeições ricas em gordura 
e após exercícios físicos de grande intensidade, sendo que estes podem 
interferir significativamente no resultado, aumentando o número de glóbulos 
brancos por volume de sangue circulante, ou seja, a leucocitose. 
Para Lima et al. (2001), a punção deve ser rápida, assim como o manuseio 
do garrote, pois este pode modificar a distribuição de alguns constituintes do 
sangue. A instrução do paciente para abrir e fechar a mão momento antes da 
coleta para tornar a veia mais túrgida não é aconselhável, pois pode aumentar 
em 2mEq na dosagem do potássio. 
Segundo Failace, (2003) após a coleta o sangue é transferido da seringa 
para um tubo de ensaio rotulado com o nome do paciente e com tampa contendo 
de um a dois mg de EDTA (Ácido etilenodiamino-tetracético) anticoagulante para 
hematologia e em seguida encaminhado imediatamente para o laboratório para 
que não haja coagulação incipiente ou total da amostra. 
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COLETA DE SANGUE VENOSO 
 
 
Como a maioria dos exames laboratoriais possui como amostra o sangue, 
abaixo serão descritas as técnicas para a correta coleta do sangue observando 
todos os itens que incluem um adequado procedimento realizado pelo técnico de 
enfermagem capacitado para tal. A técnica de coleta de sangue descrita por 
Motta (2008) instrui: 
 Material Necessário: 1 par de luvas de procedimento, 1 scalp nº 21 
ou 23, ou agulha 30x06 ou 30x07, uma seringa de 10 ml, 1 garrote, 2 bolas de 
algodão, 5 ml de álcool a 70% e tubos para a coleta de acordo com o pedido do 
exame.
 Procedimento: orientar o paciente sobre a coleta, identificar o tubo 
de coleta (nome, data, hora e RG), realizar a antissepsia do local da punção após 
a palpação, colher o material, colocar nos tubos previamente identificados, 
encaminhar junto com o pedido ao laboratório. OBS: os tubos de coleta devem 
vir identificados pelo laboratório quanto ao conteúdo, como por exemplo, tubos 
cinzas: glicemia.
 
A Recomendação sobre a Coleta de Sangue Venoso pela SBPC/ML 
(2009) descreve: 
 
 
1. Etapas que o profissional deve seguir na coleta de sangue 
venoso: verificação da solicitação médica e cadastro do pedido; apresentação 
ao paciente; explicação ao paciente ou ao familiar quanto ao procedimento que 
será realizado obtendo o consentimento; realização da assepsia das mãos entre 
os atendimentos dos pacientes; realização da identificação dos pacientes: 
conscientes (por meio da comparação dos dados pessoais com os dados do 
pedido do exame), inconscientes, muito jovens ou que não falam a língua do 
flebotomista (confirmação de dados com o acompanhante ou equipe de 
enfermagem, registrando o nome da pessoa que forneceu as informações, 
comparar os dados com os que constam no pedido). 
OBS: as dúvidas referentes à identificação do paciente devem ser 
resolvidas antes da coleta. Pacientes semiconscientes, comatosos ou dormindo 
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(o paciente deverá ser despertado antes da coleta, em pacientes internados, se 
não for possível identificá-lo entrar em contato com o enfermeiro ou médico 
assistente, nos pacientes em coma, deve-se ter cuidado adicional na prevenção 
de movimentos bruscos ou vibrações quando a agulha estiver sendo 
introduzida), pacientes não identificados em sala de emergência (utilizar 
identificação provisória enquanto não se estabelece a definitiva); verificação do 
cumprimento do preparo e jejum do exame e questionamento sobre eventual 
alergia ao látex. 
2. Local para punção venosa: o local de preferência para a coleta do 
sangue é a fossa anticubital; mesmo sendo possível a coleta de sangue em 
qualquer veia dos membros superiores as mais utilizadas são as veias cubital 
mediana e cefálica, sendo a cefálica mais propensa a hematoma e dolorosa para 
punção. Em pacientes que possuem acesso venoso difícil nesta região é 
recomendada a punção no dorso da mão, e não recomendado puncionar as veias 
na parte inferior do punho; punções em região de membros inferiores só podem ser 
realizadas mediante a autorização médica.De preferência não coletar sangue de 
membro que está recebendo terapias endovenosas; evitar áreas de cicatrizes de 
queimaduras; somente puncionar o mesmo membro pós-mastectomia após autorização 
médica; evitar coleta em locais onde há o hematoma devido a propensãode alteração 
no resultado do exame e, nos casos em que não há outra veia disponível, puncionar 
distalmente ao hematoma; a coleta de sangue em fístulas arteriovenosas, enxertos ou 
cânulas vasculares só pode ser feita mediante a autorização médica; é recomendado 
evitar a coleta em veias trombosadas. 
 
REDE VENOSA DORSAL DA MÃO 
 
 
http://www.wmda.mobi/pt/Rede_venosa_dorsal_da_mão 
http://www.estetus.com.br/
http://www.wmda.mobi/pt/Rede_venosa_dorsal_da_m%C3%A3o
Interpretação de exames laboratoriais 
30 
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3. Localização da Veia: a identificação da veia a ser 
puncionada para coleta pode ser feita por meio da observação de uma veia 
calibrosa; da orientação ao paciente para baixar o braço e abrir e fechar a mão; 
da realização da massagem suave no membro superior do paciente na direção 
do punho para o cotovelo, na palpação da veia com o dedo indicador (evitando 
realizar palpação com o dedo polegar), na fixação da veia com os dedos nos 
casos de flacidez e na utilização do transluminador. 
Está contraindicada a batida com os dedos sobre a veia do paciente para 
localização, já que este procedimento provoca hemólise e consequente 
alteração do resultado do exame. Na identificação da veia pode-se utilizar o 
torniquete, solicitando ao paciente que abre e feche a mão, entretanto, aguardar 
dois minutos após a retirada do torniquete para a realização da coleta. 
 
Procedimento: 
 Verificar se o material está completo para a realização do 
procedimento
 Abrir o material para coleta na frente do paciente
 Lavar as mãos
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ASSEPSIA DAS MÃOS 
 
 
http://www.sissaude.com.br/sissaude/userfiles/maos.jpg 
 
 
 Calçar as luvas de procedimento: tendo o cuidado para que 
as mesmas não sejam rasgadas; devem ser trocadas a cada coleta, e nos casos 
de pacientes alérgicos ao látex ou mesmo quando o funcionário for alérgico 
substituir o uso por luvas de outro material;
 Posicionar o paciente corretamente: o paciente pode estar 
sentado para a realização da coleta do sangue, sendo importante que a poltrona 
tenha encosto e descanso para os membros superiores, a posição correta do 
braço do paciente sentado para a punção é sobre o descanso da cadeira, 
inclinada para baixo e estendida, sendo que o cotovelo não pode estar dobrado; 
em pacientes deitados no leito o uso de um travesseiro debaixo do braço pode 
ser necessário para chegar à posição correta, com braço inclinado para baixo e 
estendido;
 
CADEIRA DE COLETA DE SANGUE 
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http://www.sissaude.com.br/sissaude/userfiles/maos.jpg
Interpretação de exames laboratoriais 
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http://www.vallitech.com.br/.../extra1.jpg 
 
 
 Realizar a assepsia do local da veia: a recomendação é que 
a assepsia seja realizada com álcool isopropílico 70% ou álcool etílico, iodeto de 
povidona 1 a 10% ou gluconato de Clorexidina para hemocultura; substâncias 
de limpeza não alcoólicas, como Clorexidina e sabão neutro. Quando houver a 
solicitação de dosagem de álcool no sangue utilizar uma substância livre de 
álcool para realizar a assepsia, que deve ser feita com movimento circular do 
centro para fora, com a utilização do antisséptico e uma gaze, deixando secar 
por 30 segundos (evita hemólise e reduz sensação de ardência na punção); após 
a assepsia não abanar, nem soprar e não tocar mais no local, a cada nova 
palpação realizar novamente a assepsia.
 Colocar o torniquete com o braço voltado para cima. A 
recomendação é de que o torniquete seja posicionado de 7,5 a 10 cm acima do 
local escolhido para punção; que o material seja preferencialmente livre de látex 
(principalmente nos casos dos pacientes que possuem alergia ao látex), evitando 
o uso de torniquetes feitos de tecidos emborrachados com fechamento por 
grampos ou fivelas, sendo que o torniquete deve ser substituído em casos de 
contaminação.
O uso do torniquete não deve exceder a um minuto, visto que o maior 
tempo pode ter como consequência a mensuração de valores incorretos na 
análise do exame. Em pacientes com lesão no local pretendido para colocação 
do torniquete, utilizar outro local ou pôr o torniquete sobre a roupa do paciente. 
http://www.estetus.com.br/
http://www.vallitech.com.br/.../extra1.jpg
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Ao garrotear o paciente não apertar excessivamente para evitar a interrupção do 
pulso arterial, os pulsos devem estar palpáveis após o garroteamento. A 
utilização do torniquete não está recomendada na coleta de sangue para análise 
de testes de lactato ou cálcio, pois pode haver interferência no resultado. 
 Coleta de sangue a vácuo: constitui-se em um sistema de 
coleta de sangue fechado que proporciona maior segurança ao profissional que 
realiza a coleta, pois o mesmo não entra em contato com o sangue coletado e 
ao resultado do exame, já que diminuindo a manipulação o risco de alterar o 
resultado do exame também diminui. Este tipo de coleta é o mais recomendado. 
Ao puncionar a veia do paciente o sangue flui continuamente para o tubo de 
coleta a vácuo, sendo que o tubo já está preparado para o recebimento da 
quantidade específica de sangue e com os anticoagulantes necessários.
 
COLETA DE SANGUE A VÁCUO 
 
http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene4.htm 
 
Nas coletas de sangue a vácuo o bisel da agulha deve estar voltado para 
cima, perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, impedindo 
com isso que o sangue se choque na parede do bisel e faça hemólise e evitando 
o refluxo do tubo para a veia. Introduzir mais ou menos um centímetro da agulha 
na veia do paciente. Após a penetração da agulha de coleta múltipla de sangue 
inserir o primeiro tubo a vácuo, no momento em que o sangue começar a fluir 
para dentro do tubo, retirar o garrote do paciente e solicitar para que o mesmo 
abra a mão; realizar a troca dos tubos conforme a solicitação dos exames, sendo 
que após a retirada de cada tubo de coleta com sangue realizar imediatamente 
a homegeinização pela inversão 5 a 10 vezes. Após a coleta de sangue no último 
tubo, retirar a agulha e descartá-la conforme normas de descarte de 
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http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene4.htm
Interpretação de exames laboratoriais 
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perfurocortantes. 
 
 
 Coleta de sangue com seringa e agulha: ainda é largamente utilizada 
principalmente pela disponibilidade do material, entretanto traz riscos na 
manipulação do sangue pelo profissional, já que após a coleta o sangue deve 
ser transferido para o tubo de coleta; é considerado um sistema aberto para 
coleta de sangue. É necessário que o profissional obedeça as normas de 
descartes com materiais perfurocortantes. Institui-se que as seringas e agulhas 
utilizadas possuam um dispositivo de segurança (NR32) e para coleta de sangue 
adicionalmente um dispositivo de transferência, o que torna desnecessário a 
abertura do tubo de coleta já que com o dispositivo o sangue é transferido 
diretamente da seringa para o tubo.
COLETA DE SANGUE COM SERINGA E AGULHA 
 
http://www.bd.com/scripts/resource.aspx?IDX=3209 
 
Nas coletas de sangue com agulha e seringa o bisel da agulha deve estar 
voltado para cima, perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, 
introduzir a agulha mais ou menos um centímetro na veia do paciente. Após a 
punção no momento em que o sangue começar a fluir para a seringa, retirar o 
garrote do paciente. Aspirar o sangue conforme a quantidade descrita nas 
etiquetas dos tubos. Retirar a agulha da veia do paciente e, nas seringas com 
dispositivo de segurança, ativá-lo. 
Conectar a seringa ao dispositivo de transferência da amostra e introduzir 
os tubos a vácuo aguardando fluir o sangue e realizando as trocas dostubos 
http://www.estetus.com.br/
http://www.bd.com/scripts/resource.aspx?IDX=3209
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conforme a necessidade. Homogeneizar o conteúdo dos tubos imediatamente 
após a coleta de 5 a 10 vezes pela inversão. Descartar o dispositivo de 
transferência e a seringa. Na coleta de sangue venoso com seringa e agulha 
realizar sempre a verificação se a agulha e seringa estão bem adaptadas para 
evitar a formação de espuma; não puxar o êmbolo com muita força. 
Após a coleta com seringa e agulha descartar a agulha e passar o sangue 
para o tubo de coleta, tendo o cuidado para não encostar a seringa nos 
anticoagulantes, deslizando o sangue na parede do tubo cuidadosamente. Não 
é recomendado espetar a agulha nas borrachas dos tubos para transferência do 
sangue, pois a pressão positiva pode ocasionar a hemólise e quebra do 
equipamento. 
 Coleta de sangue em cateter de infusão: não é recomendada a 
coleta de sangue em cateteres de infusão pela probabilidade de erro no resultado 
do exame, entretanto, quando não há alternativa é necessário que o profissional 
que realiza a coleta mantenha os seguintes cuidados: comunicar ao médico 
assistente do paciente a forma com que a coleta será realizada, notificar ao 
laboratório que a coleta foi feita a partir do cateter de infusão, registrando qual a 
substância que o paciente está recebendo no referido cateter, desprezar uma 
quantidade de amostra antes de colocá-la no tubo de coleta. Geralmente o 
volume a ser desprezado equivale a duas vezes o volume do espaço morto do 
cateter (nos casos de cateteres preservados com heparina é necessário 
desprezar 5,0 ml de sangue antes ou seis vezes o volume do cateter). No 
momento da coleta ter certeza de que o fluxo de infusão está parado, fazer 
assepsia rigorosa do cateter, lavá-lo com solução salina isotônica conforme o 
volume do mesmo, desprezar os primeiros 5 ml de sangue (aspirando com 
seringa), conectar a seringa ou adaptador de coleta a vácuo no cateter e proceder 
à coleta, ao término, retirá-los e realizar a assepsia do cateter. O profissional habilitado 
deve reiniciar a infusão; registrar o local onde a coleta foi feita.
 Outras considerações sobre coleta de sangue: as fístulas 
arteriovenosas não devem ser utilizadas para coleta de sangue e o membro que 
possui a fístula deve ser preservado. Quando o paciente não possui acesso 
venoso é necessário que esteja disponível a coleta de sangue capilar. Nos casos 
de pacientes recebendo transfusão de sangue não é recomendada a coleta no 
braço que recebeu o sangue, devido à probabilidade de erro na análise da
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amostra. 
 Pós-Coleta: imediatamente após as coletas de sangue 
homogeneizar o sangue no tubo de coleta de 5 a 10 vezes, conforme a indicação 
do fabricante, por meio da inversão (uma inversão equivale a virar o tubo todo 
para baixo e após retornar à posição inicial), não chacoalhar o tubo. Não deixar 
o sangue em contato direto com o gelo quando a amostra exige refrigeração. 
Evitar sempre a transferência de um tubo para outro.
Em ambos os casos, tanto na coleta de sangue a vácuo como na coleta 
com seringa e agulha, após a retirada da agulha da veia realizar compressão 
com algodão ou gaze seca por um a dois minutos e realizar curativo oclusivo no 
local da punção; orientar ao paciente que não dobre o braço, não carregue peso 
ou bolsa no braço que foi puncionado por pelo menos uma hora e não manter a 
manga da roupa dobrada. Certificar-se das condições do paciente para 
locomover-se sozinho e entregar comprovante para retirada do resultado. 
Colocar as amostras em local conforme a rotina ou encaminhá-las para 
processamento imediato. 
Como foi descrito anteriormente, a principal amostra para realização de 
exames laboratoriais é o sangue. Contudo, após a coleta do sangue e 
dependendo da requisição do solicitante a amostra pode ser analisada mediante 
o sangue total, o plasma ou o soro. Segundo a SBPC/ML (2009), para obtenção 
do soro para análise é necessário que após a coleta o sangue colhido seja 
colocado em tubo de coleta sem anticoagulante e deixado coagular em 
temperatura ambiente num período de 30 a 60 minutos. Nos casos em que o 
tubo contenha gel separador com ativador de coagulação a espera vai de 30 a 
45 minutos, sendo que após este período a amostra é centrifugada e há a 
separação do soro (parte líquida) para análise. 
No caso do hemograma, a amostra para análise é do sangue total e o 
tubo deve conter anticoagulante EDTA. Para dosagem de glicose utiliza-se o 
plasma no tubo de coleta, além do que ao EDTA estará acrescido o fluoreto de 
sódio. O profissional que realiza a coleta do sangue deve estar atento para os 
tubos de coleta que estão identificados e são específicos para cada análise 
requerida, contendo inclusive a quantidade específica de sangue a ser coletado. 
Os tubos de coleta de sangue possuem em sua extremidade uma tampa 
diferenciada pelas cores, estas cores indicam qual o anticoagulante que está 
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dentro do tubo e se há anticoagulante. Na coleta, quando o profissional verifica 
a requisição, já deve estar ciente dos tubos que deverá utilizar para a colocação 
da amostra (sangue). A tabela abaixo exemplifica esta questão: 
 
TABELA – CORES DOS TUBOS PARA COLOCAÇÃO DAS AMOSTRAS 
DE SANGUE 
 
 
Cor da Tampa Anticoagulante Exemplos de Uso 
Vermelha Nenhum Exames que requerem soro. Ex: 
(bioquímica e sorologia). 
Lilás EDTA Hematologia e Tipagem sanguínea. 
Azul-Claro Citrato de Sódio Exames de coagulação (TAP, TTPa, 
Fibrinogênio) 
Cinza Fluoreto de Sódio Glicose (impede a glicólise) 
Verde Heparina Alguns exames especiais. 
<http://www.professoraangela.kit.net/tubosdecoletaeanticoagulantes.htm>. 
 
 
Além das cores das tampas dos frascos de coleta a vácuo citadas na 
tabela acima e as respectivas substâncias em seu interior existem os tubos com 
tampa preta, que contêm citrato trissódico, utilizados para coleta e transporte de 
sangue venoso para testes de hemossedimentação (VHS). Os tubos com tampa 
amarela com solução de ácido citrato dextrose (ACD), utilizados para teste de 
tipagem sanguínea ou preservação celular, tubos com tampa rosa para provas 
de compatibilidade cruzada em duas versões, com ativador de coágulo (com 
soro) ou com EDAT (sangue total) e tubo com tampa royal em três versões (sem 
aditivo, com heparina ou ativador de coágulo), utilizados para testar traços de 
elementos metálicos. 
Outra questão importante que deve ser observada pelo profissional que 
realiza a coleta é a sequência de uso dos tubos de coleta nos casos de coleta 
de sangue a vácuo. Como este sistema de coleta de sangue é fechado, após a 
realização da punção o sangue vai fluindo para dentro dos tubos e o profissional 
deverá realizar as trocas dos tubos de coleta conforme a solicitação dos exames, 
observando qual será o tubo adequado segundo a presença do anticoagulante. 
http://www.estetus.com.br/
http://www.professoraangela.kit.net/tubosdecoletaeanticoagulantes.htm
Interpretação de exames laboratoriais 
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Diante disso a SBPC/ML (2009) instrui a seguinte sequência para coleta 
de sangue com tubos plásticos: 
1. Frasco para Hemocultura; 
2. Tubos com Citrato (tampa azul-claro); 
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador 
(tampa vermelha ou amarela); 
4. Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de Plasma (tampa 
verde); 
5. Tubos de EDTA (tampa roxa); 
6. Tubos com Fluoreto (tampa cinza). 
 
 
 
Além da sequência citada acima, a SBPC/ML (2009) instrui que na coleta 
com escalpe em que o primeiro tubo for o de citrato (tampa azul claro) ou de 
demais tubos menores com volumes de aspiração,é importante que se tenha 
um tubo de descarte, uma vez que é necessário desprezar o sangue que vem 
do espaço do escalpe, assegurando assim a proporção correta de sangue que 
irá para o tubo de coleta. 
 
TUBOS DE COLETA DE SANGUE 
 
http://www.magraemergente.com/.../exame-de-sangue.jpg 
 
Ainda sobre a técnica de coleta do sangue no paciente, convêm enfatizar 
a coleta de sangue capilar utilizada principalmente nos casos de pacientes com 
http://www.estetus.com.br/
http://www.magraemergente.com/.../exame-de-sangue.jpg
Interpretação de exames laboratoriais 
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difícil acesso venoso e/ou sem condições de acesso por punção venosa, 
pacientes extremamente obesos, pacientes queimados, com disposição à 
trombose e principalmente em pediatria, pois a punção venosa em crianças pode 
ser difícil e em prematuros resultar em anemia. 
A coleta de sangue capilar ou transcutânea é realizada pelo uso de uma 
lanceta específica para este fim, devendo ser desconsiderado o uso de agulhas 
para esta técnica uma vez que os locais anatômicos indicados estão próximos a 
ossos. O sangue oriundo da coleta capilar é uma mistura entre sangue venoso 
e arterial, sendo o arterial de maior proporção. 
A coleta de sangue capilar em prematuros e/ou crianças internadas em 
UTI neonatal é uma opção que deve ser avaliada junto à equipe médica pelo 
risco X benefício, já que em determinadas situações a punção capilar no 
calcâneo de crianças nestas condições pode estar associada ao aumento do 
risco de infecção. 
É necessário que o técnico que realize este tipo de coleta tenha 
conhecimento frente aos locais anatômicos indicados, bem como a realização 
do procedimento. Além das lancetas utilizadas para a coleta da amostra (sangue) 
existem os tubos capilares e demais recipientes onde são colocados o sangue 
coletado. É importante ter conhecimento dos locais de armazenamento da 
amostra conforme o material e rotinas preconizadas pelo laboratório. 
 
TUBO DE COLETA CAPILAR DE SANGUE 
<www.gbo.com/MC.system.standing.gif 
 
Técnica da coleta de sangue capilar baseada no Programa de Educação 
Continuada do Labtest – Divulgada nos Informativos Técnicos: 
http://www.estetus.com.br/
http://www.gbo.com/MC.system.standing.gif
Interpretação de exames laboratoriais 
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 Verificar a requisição e identificar o paciente;
 Averiguar as restrições de dieta;
 Lavar as mãos e colocar as luvas de procedimento;
 Escolher o material para coleta (conforme rotina estipulada pelo 
laboratório). Aquecer o local da punção (o aquecimento do local a ser 
puncionado deve ser feito com a colocação de toalhas úmidas pré-aquecidas em 
temperatura de 42°C, não mais que isso, para evitar queimaduras no paciente, 
deixar as toalhas no local a ser puncionado cerca de três a cinco minutos);
 Realizar assepsia do local da punção com isopropanol 70%;
 Dispor a lanceta para punção;
 Puncionar a pele do paciente (em adultos e em crianças maiores de 
um ano de idade utiliza-se as extremidades dos dedos médio ou anular e em 
crianças menores de um ano utiliza-se a superfície plantar lateral ou medial do 
calcanhar), após a punção a primeira gota de sangue deve ser limpa com gaze 
seca e o próximo sangue colocado em recipiente adequado (conforme a rotina 
do laboratório de equipamentos utilizados);
 Ao término da coleta, pressionar o local da punção com algodão ou 
gaze e elevar o local puncionado acima do nível do coração interrompendo o 
sangramento, identificar os recipientes conforme a rotina do laboratório, retirar 
as luvas e lavar as mãos, transportar amostras conforme rotina do laboratório.
 
PUNÇÃO PLANTAR 
 
 
http://www.labtest.com.br/download.php?a=2353 
http://www.estetus.com.br/
http://www.labtest.com.br/download.php?a=2353
Interpretação de exames laboratoriais 
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Considerações importantes sobre a coleta de sangue capilar, conforme 
documento elaborado pelo Programa de Educação Continuada do Labtest e 
divulgado em Informativo Técnico: 
 É necessário atentar para os locais x idade onde não é indicada 
a realização da coleta capilar de sangue. São eles: área central do calcanhar, 
dedos de crianças menores de um ano de idade, locais edemaciados ou 
previamente puncionados, dedos de um mesmo lado de uma mastectomia.
 Nas crianças menores de um ano a realização da punção capilar 
é contraindicada na curvatura posterior do calcanhar, área central do pé, falange 
distal dos dedos e lóbulos das orelhas.
 
TESTE DO PEZINHO 
 
 
Além das coletas de rotina para pediatria, a coleta de sangue por meio da 
punção capilar é realizada amplamente no denominado Teste do Pezinho. A 
realização do Teste do Pezinho faz parte da chamada Triagem Neonatal, uma 
ação preventiva desenvolvida pelo Ministério da Saúde que possui como 
principal objetivo a detecção precoce de doenças que possam afetar o 
crescimento e desenvolvimento da criança. 
Em 2001 foi publicada a Portaria GM/MS nº 822, que criou o Programa 
Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), com isso o Teste do Pezinho se tornou 
um direito de toda a criança nascida em território brasileiro, sendo que todos os 
estados brasileiros contam com pelo menos um serviço de referência em 
Triagem Neonatal e vários postos de coleta. 
Entretanto, para que o objetivo da realização do Teste do Pezinho seja 
realmente alcançado é necessário que a gestante seja orientada quanto à 
importância de encaminhar a criança após o nascimento ao posto de coleta e/ou 
laboratório, uma vez que o período que o teste é realizado determina a eficácia 
do resultado. 
As doenças investigadas pelo PNTN por intermédio do Teste do Pezinho 
são: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e Fibrose 
Cística. Além destas, os laboratórios particulares podem ampliar a investigação 
conforme a requisição do pediatra. Segundo o Manual de Normas Técnicas e 
Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério 
http://www.estetus.com.br/
Interpretação de exames laboratoriais 
42 
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da Saúde (2002), serão citados abaixo alguns dos cuidados que envolvem a 
coleta de amostra para a realização do Teste do Pezinho: 
 Quem realiza a coleta: profissional de enfermagem devidamente 
treinado para realização do Teste do Pezinho, conforme fragmento do item 3.13 
do Manual acima citado:
O profissional designado como responsável pela coleta em cada posto é 
a pessoa que será acionada pelo SRTN toda vez que o contato com a família se 
fizer necessário. Geralmente é um profissional de enfermagem (enfermeiro, 
técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem), cuja atividade é 
regulamentada por legislação específica e no Posto de Coleta tem a 
responsabilidade de: 
• Orientar os pais da criança a respeito do procedimento que irá ser 
executado, assim como a finalidade do teste; 
• Fazer a coleta e/ou orientar a equipe de coleta; 
• Manter registro da realização da coleta e orientação para retirada dos 
resultados; 
• Manter registro da orientação dada aos pais para levar a criança num 
posto de coleta da rede, no caso da impossibilidade de realização da coleta (alta 
precoce) no Hospital/Maternidade; 
• Administrar o armazenamento e estoques de papel filtro, assim como 
solicitação de reposição de material; 
• Administrar as remessas de amostras colhidas ao Laboratório ao qual 
esteja vinculado, assim como o recebimento de resultados (controle de remessas 
enviadas/recebidas); 
• Manter registro das ações de busca ativa dos reconvocados: 
localizar as crianças reconvocadas cujo material tenha sido devolvido por estar 
inadequado, por solicitação de nova coleta de repetição de exame ou para 
agendamento de consulta no SRTN; 
• Administrar e manter registro da entrega de resultados normais ou 
alterados às famílias; 
• Garantir a documentação e registro das informações solicitadas

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