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TECIDO SANGUINEO Tecido sanguíneo é um tipo de tecido conjuntivo liquido que circula pelo corpo através do sistema circulatório de maneira unidirecional (devido essencialmente às contrações rítmicas do coração) e por isso ele é um meio ideal para o transporte de substâncias. O sangue é um fluido de tonalidade vermelha viscoso, levemente alcalino (pH 7,4) e o volume total do sangue de um adulto normal é cerca de 5 L. O sangue é um tecido conjuntivo especializado COMPOSIÇÃO: O sangue é constituído de elementos figurados: Hemácias (ou eritrócitos, glóbulos vermelhos) Leucócitos (glóbulos brancos) Plaquetas Que são suspensas por um componente líquido (a matriz extracelular), que é também conhecido como plasma No processo de centrifugação do sangue, os elementos figurados se depositam no fundo do tubo como um precipitado vermelho (44%) coberto por uma fina camada translúcida, a papa leucocitária (1%), e o plasma permanece na superfície como o sobrenadante (55%). O precipitado vermelho é constituído de eritrócitos, e o volume total dos eritrócitos é conhecido como hematócrito; a papa leucocitária é constituída por leucócitos e plaquetas. FUNÇÃO: Transporte de nutrientes do sistema gastrointestinal para todas as células do corpo e depois faz a retirada dos produtos excretados por estas células para serem eliminados por órgãos específicos Transporte de metabólitos, produtos celulares (Ex. hormônios e outras moléculas sinalizadoras) e eletrólitos para seu destino final Transporte de oxigênio pela hemoglobina no interior dos eritrócitos a partir dos pulmões para distribuir às células do organismo Transporte de dióxido de carbono pela hemoglobina ou pelo plasma (livre; HCO3-) para os pulmões Regulação da temperatura do corpo Manutenção do equilíbrio ácido-base e osmótico dos fluidos corporais Via de migração dos leucócitos entre os vários compartimentos do tecido conjuntivo O estado líquido do sangue necessita da presença da coagulação que é um mecanismo protetor, para estancar seu fluxo em caso de lesão na árvore vascular. O processo de coagulação ele é regulado pelas plaquetas e fatores presentes no sangue, que transformam o sangue de um estado sol para um estado gel. Quando o sangue é retirado do corpo e colocado num tubo de ensaio, a coagulação ocorre a menos que o tubo contenha um anticoagulante como a heparina. A limitada sobrevida das células sanguíneas requer sua constante renovação para manter uma população circulante estável. Este processo de formação das células sanguíneas a partir de células precursoras é chamado de hemoptise (também conhecido como hematopoiese) SANGUE- COLORAÇÃO DAS CÉLULAS DO SANGUE O sangue é composto por um componente fluido (plasma) e por eritróides, leucócitos e plaquetas, que constituem os elementos figurados. As células do sangue geralmente são estudadas em esfregaços preparados pelo espalhamento de uma gota de sangue sobre uma lâmina, em que as células ficam estiradas e separadas, e isso facilita a observação no microscópio óptico. Esses esfregaços são corados com misturas especiais, que contêm eosina (corante ácido), azul de metileno (corante básico) e azures (corantes básicos de cor púrpura). São muito utilizadas as misturas de Leishman, Wright e Giemsa. Com essas misturas de corantes, as estruturas acidófilas tornam-se de cor rosa; basófilas, de cor azul Os demais componentes são corados em azul-avermelhado graças à ligação com os azures, substâncias formadas quando o azul de metileno é oxidado e as que fixam os azures, ditas azurófilas, de cor púrpura. O exame no microscópio óptico das células do sangue circulante é realizado fazendo um esfregaço de uma gota de sangue sobre uma lâmina histológica, aí essa preparação e secada ao ar e é corando com misturas de corantes destinadas especificamente para demonstrar características típicas destas células. Os métodos atuais são originados da técnica desenvolvida no final do século XIX por Romanovsky, que usou uma mistura de azul de metileno e eosina. A maioria dos laboratórios utiliza atualmente as modificações de Wright ou Giemsa a partir da técnica original, e a identificação dos elementos figurados é baseada nas cores geradas por esses corantes. O azul de metileno cora em azul os componentes ácidos da célula, e a eosina cora em rosa os componentes alcalinos (básicos). Os demais componentes são corados em azul-avermelhado graças à ligação com os azures, substâncias formadas quando o azul de metileno é oxidado PLASMA O plasma é um fluido amarelado em que as células, plaquetas, compostos orgânicos e eletrólitos estão suspensos ou dissolvidos. Durante a coagulação, alguns dos componentes orgânicos e inorgânicos deixam o plasma para se tornar integrados ao coágulo, e o líquido restante, que não contém mais aqueles componentes dissolvidos ou suspensos nele, difere do plasma, tem uma tonalidade amarelo-palha, e é conhecido como soro. O soro é obtido após a coleta, coagulação da amostra e depois pela centrifugação, sendo que nenhum anticoagulante é utilizado, e assim o objetivo é que haja a formação de coágulo, e outra coisa e que nesse processo os fatores de coagulação, plaquetas e fibrinogênio são consumidos. Então, de forma simplificada entre diferenças soro e plasma, o soro é a parte líquida do sangue sem o fibrinogênio e fatores de coagulação enquanto o plasma é a parte líquida do sangue com o fibrinogênio e fatores de coagulação. COMPOSIÇÃO DO PLASMA: O principal componente do plasma é a água, que constitui cerca de 90% do seu volume. As proteínas constituem 9%, e os sais inorgânicos, íons, compostos nitrogenados, nutrientes e gases constituem o 1% restante O componente fluido do sangue deixa os capilares e as pequenas vênulas para entrar nos espaços de tecido conjuntivo como líquido extracelular ou líquido tissular ou interstinal e eles tem a composição de eletrólitos e de pequenas moléculas semelhante à do plasma, mas a concentração de proteínas no líquido extracelular ela é muito menor do que a do plasma, porque é difícil, até mesmo para proteínas pequenas, como a albumina, atravessar o revestimento endotelial de um capilar. Então, a albumina é a principal responsável pelo estabelecimento da pressão coloidosmótica, pela força que mantém normais os volumes do sangue e do líquido intersticial PROTEINAS DO PLASMA: Entre as proteínas do plasma podem ser citados a albumina, as alfa, beta e gamaglobulinas e o fibrinogênio. A albumina representa um papel fundamental na manutenção da pressão osmótica do sangue. Deficiência em albuminas causa edema generalizado. As gamaglobulinas são anticorpos e são chamadas de imunoglobulinas. O fibrinogênio é necessário para a formação de fibrina, na etapa final da coagulação do sangue. E ai que diversas substâncias, que são insolúveis ou pouco solúveis em água, podem ser transportadas pelo plasma devido ao fato de se combinarem com a albumina ou com as αlfa e βeta-globulinas, que atuam como transportadoras. Tipos, origens e funções das proteínas sanguíneas- Proteínas do Plasma ELEMENTOS FIGURADOS- COMPONENTES CELULARES DO SANGUE Eritrócitos(hemácia), leucócitos e plaquetas constituem os elementos figurados do sangue ERITRÓCITOS- HEMÁCIAS Os eritrócitos (ou hemácias) são as menores e mais numerosas células do sangue, elas são responsáveis pelo transporte de oxigênio e dióxido de carbono para e a partir dos tecidos do corpo, e não possuem núcleo Cada eritrócito (ou hemácia) assemelha-se a um discobicôncavo, e esse formato proporciona à célula uma grande área de superfície em relação ao seu volume, e isso aumenta sua capacidade nas trocas gasosas. Apresentam uma coloração rósea-clara, quando corados pela hematoxilina-Eosina, com um halo central mais claro em conseqüência da biconcavidade. Durante sua maturação na medula óssea, o eritrócito perde o núcleo e as outras organelas, e eles não tem a possibilidade de renovar os sistemas enzimáticos, proteínas estruturais, lipídios e polissacarídeos, essências para a vida do corpúsculo, e assim possuindo um tempo de vida limitado de cerca de 120 dias. Quando eles atingem essa idade, ela apresenta em sua superfície um grupo de oligossacarídeos que faz com que estas células sejam reconhecidas por macrófagos no baço, na medula óssea e no fígado, sendo assim destruídas. Após esse período, sua membrana torna mais rígida, sendo incorporada pelo sistema retículo-endotelial, baço, fígado, e tendo seus componentes reaproveitados, inclusive o componente proteico da membrana, como a hemoglobina, para a formação de novas hemácias. Embora os eritrócitos não possuam organelas, eles possuem enzimas solúveis no seu citosol, no seu interior, a enzima anidrase carbônica facilita a formação do ácido carbônico a partir de dióxido de carbono e água. E esse ácido ele se dissocia para formar bicarbonato (HCO3 −) e hidrogênio (H+). É como o bicarbonato que a maior parte do dióxido de carbono é transportada para os pulmões para ser expelido. A capacidade do bicarbonato em atravessar a membrana plasmática do eritrócito é mediada pela proteína integral da membrana chamada de proteína banda 3, que é um transportador (aniônico antiporte) que troca o bicarbonato intracelular pelo cloreto extracelular; esta troca é conhecida como troca pelo cloreto. Outras enzimas incluem as da via glicolítica (via de EmbdenMeyerhoff), assim como enzimas que são responsáveis pelo desvio da pentose monofosfato (shunt ou desvio da hexose monofosfato) para a produção do NADPH, uma molécula de alta energia e agente redutor. A via glicolítica não necessita da presença de oxigênio, e é o principal método através do qual o eritrócito produz ATP responsável por seu suprimento de energia. HEMOGLOBINA A hemoglobina é uma grande proteína composta por quatro cadeias polipeptídicas, cada uma delas ligada covalentemente ao grupo heme. O grupo heme é um derivado porfirínico que contém Ferro As hemácias contêm em seu interior a hemoglobina, uma grande proteína tetramérica composta de quatro cadeias polipeptídicas, sendo que cada uma delas está ligada covalentemente a um radical heme contendo ferro; esta molécula está ligada ao interior de uma depressão hidrofóbica, a bolsa do heme, da cadeia de globina, que protege o ferro de ser oxidado enquanto permite a sua ligação com o oxigênio, e é a hemoglobina que dá a cor amarelo-clara à célula não-corada. A fração globina da hemoglobina libera o dióxido de carbono e, em regiões de alta concentração de oxigênio, como no pulmão, o dióxido de carbono se liga ao ferro de cada heme. Quando o oxigênio está ligado ao heme, a molécula de hemoglobina está num estado relaxado, e as frações de globina da molécula ficam menos restritas e podem se mover umas em relação às outras, e assim o oxigênio pode ser facilmente liberado. Quando o oxigênio é liberado, o seu lugar é ocupado pelo 2,3-difosfoglicerato e a hemoglobina é chamada de desoxiemoglobina ou hemoglobina tensa. O número de pontes iônicas e de hemoglobina entre as cadeias de globina na hemoglobina tensa (Hb T−) é maior do que ele relaxado (Hb R−), e o movimento das cadeias de globina umas em relação às outras fica reduzido. Mas, nas regiões pobres em oxigênio, como nos tecidos, a hemoglobina libera oxigênio e prende dióxido de carbono. Esta propriedade da hemoglobina a torna ideal para o transporte dos gases respiratórios. A hemoglobina que transporta o oxigênio é denominada de oxihemoglobina, e a hemoglobina que transporta o dióxido de carbono é chamada de carbaminohemoglobina (ou carbamil- hemoglobina). Os tecidos hipóxicos liberam o 2,3- difosfoglicerídeo, um carboidrato que facilita a liberação do oxigênio do eritrócito. A hemoglobina também se liga ao óxido nítrico (NO), uma substância neurotransmissora que causa dilatação dos vasos sangüíneos, permitindo que os eritrócitos liberem mais oxigênio e capturem mais dióxido de carbono nos tecidos do corpo. Com base na sequência de aminoácidos, existem quatro cadeias polipeptídicas normais de hemoglobina na espécie humana, denominadas αlfa, βeta, gama e delta. A principal hemoglobina do feto, a hemoglobina fetal (HbF), constituída de duas cadeias αlfa e duas cadeias gama, é substituída logo após do nascimento pela hemoglobina adulta (HbA). Existem dois tipos de hemoglobinas adultas normais, a Hemoglobina A1 (α2β2) e a forma mais rara, a Hemoglobina A2 (α2δ2). No adulto, aproximadamente 96% da hemoglobina são do tipo Hemoglobina A1, 2% são do tipo Hemoglobina A2 e os restantes 2% são do tipo hemoglobina fetal. MEMBRANA PLASMÁTICA DO ERITRÓCITO A membrana plasmática do eritrócito e o citoesqueleto subjacente são altamente deformáveis e podem suportar importantes forças de tração. A membrana plasmática do eritrócito, uma bicamada lipídica, constituída de cerca de 50% de proteínas, 40% de lipídios e 10% de carboidratos. A maioria das proteínas são proteínas transmembranares, principalmente aquelas glicoforina A (e também as B, C e D só que em menor quantidades), proteínas que formam canais iônicos, e o transportador aniônico conhecido como proteína banda 3, (transporta Cl− e HCO3 −) que atua também como um sítio de ancoragem para proteínas como a anquirina, proteína banda 4.1, hemoglobina e enzimas glicolíticas (Fig. 10- 5). Adicionalmente, a membrana do eritrócito também possui as proteínas periféricas banda 4.1, espectrina, anquirina e actina. A proteína banda 4.1 atua como um sítio de fixação para proteínas tais como a espectrina, proteína banda 3 e glicoforinas. Então, a anquirina e as proteínas banda 3 e banda 4.1 contribuem na ancoragem do citoesqueleto, que é uma trama hexagonal constituída principalmente de tetrâmeros de espectrina, actina e aducina, à face citoplasmática da membrana plasmática. Este citoesqueleto submembranar ajuda a manter o formato em disco bicôncavo do eritrócito O citoesqueleto submembranar e as proteínas integrais da membrana plasmática do eritrócito. A espectrina forma uma trama hexagonal que se encontra ancorada na membrana plasmática pelas proteínas banda 4.1 e banda 3, assim como pela anquirina. LEUCÓCITOS Os leucócitos são as células brancas do sangue, de forma esférica quando em suspensão no sangue e têm a função de proteger o organismo contra contra substâncias estranhas, e elas são classificadas em duas principais categorias: granulócitos e agranulócitos Granulócitos, os quais possuem grânulos específicos em seu citoplasma Agranulócitos, os quais não possuem grânulos específicos. São produzidos na medula óssea (assim como os eritrócitos) ou em tecidos linfoides O número de leucócitos é muito menor do que o de eritrócitos Diferentemente dos eritrócitos, os leucócitos não têm função no interior da corrente sangüínea, mas ela é utilizada como um meio de transporte de uma região do corpo para outra. Quando os leucócitos alcançam seu destino, eles abandonam a corrente sangüínea através da migração por entre as células endoteliais dos vasos sangüíneos (diapedese), entram nos espaços de tecido conjuntivo e desempenham sua funçãoNo interior da corrente sanguínea, bem como nos esfregaços, os leucócitos são arredondados; no tecido conjuntivo, eles são pleomórficos. Tanto os granulócitos quanto os agranulócitos possuem grânulos inespecíficos (azurófilos), agora reconhecidos como lisossomas. Existem três tipos de granulócitos, diferenciados de acordo com a cor adquirida por seus grânulos submetidos às colorações do tipo Romanovsky: Neutrófilos Eosinófilos Basófilos. Existem dois tipos de agranulócitos: Linfócitos Monócitos Os granulócitos apresentam granulações específicas no citoplasma e núcleo multilobulados e de forma irregular. Eles distinguem-se em três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os agranulócitos, dispõem seu núcleo sem lobulações, que possuindo uma forma mais regular, e seu citoplasma não apresenta granulações especificas sendo chamados de mononucleares. Há dois tipos de agranulócitos: os linfócitos e os monócitos. O número normal de leucócitos no adulto é de 4.500 a 11.500 por microlitro de sangue. O aumento no número de leucócitos o sangue chama-se leucocitose e a diminuição leucopenia. A contagem do número de leucócitos circulantes, feita pelo hemograma, pode apontar para a existência de diversos tipos de infecções; do mesmo modo, que a análise morfológica do núcleo e do citoplasma dos leucócitos pode ser decisivo para o diagnóstico de diferentes doenças e síndromes. NEUTRÓFILOS- GRANULÓCITOS Os neutrófilos compõem a maioria dos leucócitos; eles são fagócitos ativos, destruindo bactérias que invadem os espaços no tecido conjuntivo. Os neutrófilos são os mais numerosos dos leucócitos, compreendendo de 60% a 70% da população total de leucócitos. Eles possuem um núcleo multilobulado. São células arredondadas, e apresenta seus núcleos formados por 2 a 5 lóbulos, ligados entre si por finas pontes de cromatina. Dependendo da quantidade de lóbulos nucleares, os neutrófilos dividem-se em bi, tri, tetra e pentalobulado. Com mais de 5 lóbulos são chamadas ‘hipersegmentadas’, sendo essas células muito velhas, ou em condição patológica. A célula muito jovem não apresenta seu núcleo em lóbulos, e sim em um segmento, e elas chamado de neutrófilo bastonete. O neutrófilo é uma célula que se apresenta em seu estágio final de diferenciação, realizando uma síntese proteica muito restrita. Mostra poucos perfis do retículo endoplasmático granuloso, raros ribossomos livres, poucas mitocôndrias e complexo de Golgi rudimentar. Os lóbulos, conectados uns aos outros por delgadas pontes de cromatina, aumentando em número com a maturação da célula. Nas mulheres, o núcleo apresenta um apêndice característico em formato de “baqueta de tambor”, o qual contém o segundo cromossoma X, inativo e condensado. Este lóbulo é chamado de lóbulo acessório e constitui o corpúsculo de Barr ou cromatina sexual, porém nem sempre ele é encontrado evidente em todas as células. Os neutrófilos são as primeiras células recrutadas nas infecções bacterianas agudas. A membrana plasmática do neutrófilo possui receptores para componentes do complemento, assim como receptores Fc para Imunoglobulinas (IgG). GRÂNULOS NEUTRÓFILOS: Os neutrófilos possuem grânulos específicos, azurófilos e terciários. Três tipos de grânulos estão presentes no citoplasma dos neutrófilos: Grânulos específicos, pequenos Grânulos azurófilos, maiores Grânulos terciários. Os grânulos específicos contêm várias enzimas e agentes farmacológicos que ajudam o neutrófilo na realização das suas funções antimicrobianas. Nas eletromicrografias, estes grânulos aparecem com um formato levemente oblongo Os grânulos azurófilos, são lisossomas, contendo hidrolases ácidas,mieloperoxidade, lisozima (um típico agente antibacteriano), proteína bactericida de aumento da permeabilidade (BPI), catepsina G, elastase e colagenases não-específicas. Os grânulos terciários contêm gelatinase e catepsinas, assim como as glicoproteínas que se inserem na membrana plasmática FUNÇÕES DOS NEUTRÓFILOS: Os neutrófilos fagocitam e destroem as bactérias usando o conteúdo de seus diversos grânulos Os neutrófilos interagem com agentes quimiotáticos para migrar para os locais invadidos por microrganismos, e isso é realizado assim que eles atingem vênulas pós-capilares na região de inflamação e aderindo a várias moléculas de selectina das células endoteliais destes vasos através da utilização de seus receptores para selectina. A interação desses receptores para selectina dos neutrófilos e as selectinas nas células endoteliais causa um lento rolamento dos neutrófilos sobre o revestimento endotelial. Então quando os neutrófilos se deslocam lentamente durante sua migração, a interleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral (TNF) induzem as células endoteliais a expressar a molécula de adesão intercelular tipo 1 (ICAM-1), que as moléculas de integrinas dos neutrófilos se ligam rapidamente. Quando esta ligação ocorre, os neutrófilos param de migrar e iniciam a sua preparação para a passagem através do endotélio das vênulas pós- capilares de um modo que alcance o compartimento de tecido conjuntivo. Ai nesse local, eles destroem os microrganismos por fagocitose e pela liberação de enzimas hidrolíticas (e explosão respiratória2). Outra coisa é que com a produção e liberação de leucotrienos, os neutrófilos dão início ao processo inflamatório. É nesse processo primeiro: Tem a ligação de agentes quimiotáticos para os neutrófilos ai a membrana plasmática do neutrófilo facilita a liberação do conteúdo dos grânulos terciários na matriz extracelular. Ai vem a gelatinase degradando a lâmina basal, facilitando a migração do neutrófilos. E as glicoproteínas que se inserem na membrana plasmática ajudam no processo de fagocitose. O conteúdo dos grânulos específicos também é liberado na matriz extracelular, e ela ataca os microrganismos invasores e ajudam na migração dos neutrófilos. Os microrganismos, fagocitados pelos neutrófilos, são englobados nos fagossomas. As enzimas e os agentes farmacológicos dos grânulos azurófilos são geralmente liberados no lúmen destes vacúolos intracelulares, e eles destroem os microrganismos ingeridos. Por causa de suas funções fagocitárias, os neutrófilos são também conhecidos como micrófagos, para distingui-los das células fagocitárias maiores, os macrófagos. As bactérias são destruídas não somente pela ação das enzimas, mas também pela formação de compostos reativos a partir do oxigênio (espécies reativas de oxigênio) no interior dos fagossomas dos neutrófilos. Que são o superóxido (O2–), que é formado pela ação da NADPH-oxidase sobre o oxigénio durante uma explosão respiratória; o peróxido de hidrogênio (H2O2), formado pela ação da superóxido dismutase em superóxido; e o ácido hipocloroso (HOCl), formado pela interação da mieloperoxidase (MPO) e íons cloreto com peróxido de hidrogênio Freqüentemente, o conteúdo dos grânulos azurófilos é liberado na matriz extracelular, causando lesão no tecido, mas a catalase e o peróxido de glutationa limitam este dano tecidual degradando o peróxido de hidrogênio. Depois que os neutrófilos cumprem sua função de destruir os microrganismos, eles também morrem, e isso forma o pus, o acúmulo de leucócitos mortos, bactérias e líquido tissular. Os neutrófilos não apenas destroem bactérias, eles também sintetizam leucotrienos a partir do ácido araquidônico presente em suas membranas plasmáticas. Esses leucotrienos recém-formados ajudam na iniciação do processo inflamatório.EOSINÓFILOS- GRANULÓCITOS Os eosinófilos fagocitam complexos antígeno-anticorpo e matam invasores parasitas Os eosinófilos constituem menos do que 4% da população total de leucócitos do sangue. Eles são células arredondadas em suspensão e nos esfregaços, mas podem ser pleomórficos durante a sua migração pelo tecido conjuntivo, com um núcleo bilobulado, quem tem um formato de um fone de ouvido, e seus dois lóbulos estão conectados por uma fina ponte de cromatina e pelo envoltório nuclear circundante A sua membrana plasmática possui receptores para imunoglobulina G (IgG), IgE e componentes do complemento. As eletromicrografias mostram um pequeno aparelho de Golgi centralmente localizado, uma pequena quantidade de retículo endoplasmático granular (REG) e apenas algumas mitocôndrias, geralmente nas proximidades dos centríolos associados ao centro celular, mas elas são pouco desenvolvidas. Eosinófilos são produzidos na medula óssea, e é a interleucina-5 (IL-5) que causa a proliferação dos seus precursores e a sua diferenciação em células maduras Em algumas parasitoses e nas doenças alérgicas o número de eosinófilos aumenta. GRÂNULOS EOSINÓFILOS: Os grânulos específicos dos eosinófilos possuem um externum e um internum. Os eosinófilos possuem grânulos específicos e grânulos azurófilos. Os grânulos específicos são de formato arredondado a elíptico e se coram intensamente em tonalidade rosa com as colorações de Giemsa e de Wright. As eletromicrografias mostram que os grânulos específicos possuem uma estrutura central elétron-densa, parecido com um cristal que é o internum e ele é rodeado por um externum menos denso. O internum é constituído por várias proteínas, como a proteína básica principal, a proteína catiônica eosinofílica e a neurotoxina derivada do eosinófilo, sendo que as duas primeiras são agentes altamente eficientes no combate a parasitas. O externum, é rico em proteína catiônica eosinofílica, peroxidase eosinofílica e neurotoxina derivada de eosinófilos Os grânulos azurófilos inespecíficos são lisossomas que contêm enzimas hidrolíticas parecidas com àquelas encontradas nos neutrófilos. Estas atuam tanto na destruição de parasitas quanto na hidrólise de complexos antígeno-anticorpo internalizados pelos eosinófilos FUNÇÕES DOS EOSINÓFILOS: Os eosinófilos ajudam a eliminar os complexos antígeno-anticorpo e a destruir vermes parasitas. Os eosinófilos tem às seguintes funções: A ligação de histamina, leucotrienos e do fator quimiotático para eosinófilos (liberado por mastócitos, basófilos e neutrófilos) aos receptores da membrana plasmática dos eosinófilos tem consequência na migração dos eosinófilos para o sítio da reação alérgica, reação inflamatória ou de invasão de vermes parasitas A degranulação da proteína básica principal ou da proteína catiônica eosinofílica na superfície de vermes parasitas, matando-os pela formação de poros em suas cutículas (revestimento externo), e isso facilita o acesso de agentes como superóxidos e peróxido de hidrogênio até o parasita A liberação de substâncias que inativam os iniciadores farmacológicos da resposta inflamatória, como a histamina e o leucotrieno C O englobamento de complexos antígeno- anticorpo, que são conduzidos ao compartimento endossômico para a degradação final. BASÓFILOS- GRANULÓCITOS Os basófilos são semelhantes aos mastócitos nas funções, embora possuam origem diferente. Os basófilos constituem menos de 1% do total da população de leucócitos. Eles são células arredondadas quando em suspensão, mas podem ser pleomórficas durante a migração pelo tecido conjuntivo. Os basófilos possuem um núcleo em formato de S, que freqüentemente ele está mascarado pelos grânulos específicos presentes no citoplasma Nas eletromicrografias, o pequeno aparelho de Golgi, poucas mitocôndrias, retículo endoplasmático granular bem desenvolvido e ocasionais os seus depósitos de glicogênio estão claramente evidentes. Os basófilos possuem vários receptores de superfície na sua membrana plasmática, incluindo receptores para imunoglobulinas E (IgE) (receptores FcεRI) Eles liberam seus grânulos e as substâncias ativas neles contidas para o meio extracelular, sob a ação dos mesmos estímulos que promovem a expulsão dos grânulos dos mastócitos. Os basófilos têm um papel na hipersensibilidade imediata (asma brônquica) e tardia (reação alérgica cutânea) e na propagação da resposta imunológica. GRÂNULOS BASÓFILOS Os basófilos possuem grânulos específicos e grânulos azurófilos. Os grânulos específicos dos basófilos se coram em uma tonalidade que varia do azul- escuro ao preto com as colorações de Giemsa e Wright. Eles freqüentemente estão pressionados contra a periferia da célula, criando o característico perímetro “rugoso” do basófilo, conforme visto à microscopia óptica. Os grânulos contêm heparina, histamina, fator quimiotático para eosinófilos, fator quimiotático para neutrófilos, proteases neutras, condroitino-sulfato e peroxidase Os grânulos azurófilos são lisossomas que contêm enzimas similares àquelas dos neutrófilos. FUNÇÕES DOS BASÓFILOS: Os basófilos atuam como iniciadores do processo inflamatório. Em resposta à presença de alguns antígenos em certos indivíduos, os plasmócitos produzem uma classe particular de imunoglobulina, a receptores para imunoglobulinas E (IgE). As porções Fc das moléculas de receptores para imunoglobulinas ficam aderidas aos receptores FCER1 (FcεRI) dos basófilos e dos mastócitos sem nenhum efeito aparente. Mas, numa próxima vez em que os mesmos antígenos penetrarem no corpo, eles se ligam às moléculas de receptores para imunoglobulinas E (IgE) presas à superfície dessas células. Embora mastócitos e basófilos pareçam ter funções semelhantes, eles são células diferentes e têm origens diferentes. Embora a seguinte seqüência de eventos ocorra tanto em mastócitos quanto em basófilos, o basófilo é usado aqui com propósitos descritivos: A ligação de antígenos às moléculas de receptores para imunoglobulinas E (IgE) na superfície de um basófilo faz com que a célula libere o conteúdo de seus grânulos específicos na matar extracelular. Além disso, a enzima fosfolipase A origina resíduos de acido araquidônico a partir da membrana plasmática, quem posteriormente entram na via da ciclooxigenase ou na via da lipoxigenase para produzir fatores químicos que medeiam a resposta inflamatória. Estes fatores são o fator ativador de plaquetas, o leucotrieno B4, a prostaglandina D2, o tromboxano A2, o leucotrieno C4, o leucotrieno D4, o leucotrieno E4, adenosina, bradicinina, superóxido, TNF-α, IL-4, IL-5, IL- 6 e o fator estimulador de colônias de granulócitos e monócitos/macrófagos (CSF- GM). A liberação de histamina causa vasodilatação, contração da musculatura lisa (na árvore bronquial), e aumento da permeabilidade dos vasos sangüíneos. Os leucotrienos possuem efeitos semelhantes, mas estas ações são mais lentas e mais persistentes do que as associadas à histamina. Além disso, os leucotrienos ativam os leucócitos, fazendo com que estas células migrem para o local da agressão antigênica. MONÓCITOS- AGRANULÓCITOS Os monócitos, são as maiores células do sangue circulante, penetram no tecido conjuntivo, onde eles se diferenciam e são conhecidos como macrófagos Os monócitos são as maiores células circulantes do sangue, e constituem de 3% a 8% da população dos leucócitos. Eles possuem um grande núcleo excêntrico, em formato de rim, que freqüentemente tem uma aparência “espumosa”, parecidocom uma “bolha de sabão”, e suas extensões parecem com a lóbulos como se uma se sobrepõem às outras. A cromatina é grosseira, mas não é muito densa, e normalmente dois nucléolos típicos estão presentes, embora eles não estejam sempre evidentes nos esfregaços. O citoplasma cora-se em azul-acinzentado e possui numerosos grânulos azurófilos (lisossomas) e ocasionais espaços semelhantes a vacúolos As eletromicrografias mostram tanto heterocromatina como eucromatina no núcleo, além dos dois nucléolos. O aparelho de Golgi está geralmente próximo à endentação do núcleo em formato de rim. O citoplasma contém depósitos de grânulos de glicogênio, pequena quantidade de retículo endoplasmático granuloso, algumas mitocôndrias, ribossomas livres e numerosos lisossomas. A periferia da célula apresenta microtúbulos, microfilamentos, vesículas de pinocitose e filopódios. Os monócitos permanecem na circulação apenas por alguns dias; e depois eles migram através do endotélio de vênulas e capilares para o tecido conjuntivo, onde se diferenciam em macrófagos. Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da célula mononuclear fagocitária originada na medula óssea. Esta célula passa para o sangue, onde permanece apenas por alguns dias, e, atravessando por diapedese a parede dos capilares e vênulas, penetra alguns órgãos, transformando-se em macrófagos, que constituem uma fase mais avançada na vida da célula, fazendo parte do sistema fagocítário mononuclear FUNÇÕES DOS MACRÓFAGOS: Os macrófagos fagocitam partículas estranhas e indesejáveis, produzem citocinas que são necessárias nas respostas inflamatórias e imunológicas, e apresentam epítopos aos linfócitos T. Os macrófagos são fagócitos ávidos e eles fagocitam e destroem células mortas (tais como eritrócitos senescentes), bem como antígenos e partículas estranhas (como bactérias). A destruição ocorre no interior de fagossomas, tanto pela digestão enzimática quanto pela formação de superóxido, peróxido de hidrogênio e ácido hipocloroso. Os macrófagos produzem citocinas que ativam a resposta inflamatória como a proliferação e a maturação de outras células. Certos macrófagos, como as células apresentadoras de antígenos, fagocitam antígenos e apresentam suas porções mais antigênicas, os epitopos, em conjunto com proteínas integrais caracterizadas como antígenos leucocitários humanos classe II (HLA da classe II, também conhecidos como antígenos do complexo principal de histocompatibilidade [MHC da classe II]), para as células imunocompetentes. Em resposta a grandes substâncias particuladas estranhas, os macrófagos se fundem uns aos outros, formando as células gigantes de corpo estranho, que são grandes o bastante para fagocitarem a partícula estranha. LINFÓCITOS- AGRANULÓCITOS Os linfócitos são agranulócitos e formam a segunda maior população de leucócitos do sangue. Os linfócitos compreendem de 20% a 25% da população de leucócitos circulantes. Eles são células arredondadas nos esfregaços sangüíneos, mas podem ser pleomórficos quando migram pelo tecido conjuntivo. Os possuem um núcleo arredondado, discretamente endentado, que ocupa quase toda a célula. O núcleo é denso, com muita heterocromatina, e de localização excêntrica. O citoplasma na periferia e cora-se em azul- claro e contém poucos grânulos azurófilos. Com base no seu tamanho, os linfócitos podem ser descritos como pequenos, médios ou grandes embora os dois últimos sejam muito menos numerosos Eletromicrografias dos linfócitos mostram uma escassa quantidade de citoplasma periférico contendo poucas mitocôndrias, um pequeno aparelho de Golgi e retículo endoplasmático granuloso pouco desenvolvido. Também e evidente neles um pequeno número de lisossomas, representando os grânulos azurófilos, e um abundante suprimento de ribossomas Os linfócitos são subdivididos em três categorias funcionais: Linfócitos B (células B) Linfócitos T (células T) Células nulas Embora sejam morfologicamente indistinguíveis uns dos outros, eles podem ser identificados através de técnicas imunocitoquímicas devido às diferenças nos seus marcadores de superfície. Aproximadamente 80% dos linfócitos circulantes são células T, cerca de 15% são células B, e o restante é representado por células nulas. Sua expectativa de vida também é muito diferente: pq algumas células T podem viver por anos, enquanto algumas células B morrem em poucos meses. FUNÇÕES DAS CÉLULAS B E T: Em geral, as células B são responsáveis pela resposta imunológica de base humoral, enquanto as células T medeiam a resposta imunológica de base celular Os linfócitos não desempenham suas funções na corrente sangüínea, mas sim no tecido conjuntivo, onde estas células são responsáveis pelo funcionamento do sistema imunológico. Para serem imunologicamente competentes, eles migram para compartimentos específicos do corpo, elas amadurecem e expressam marcadores e receptores específicos de superfície. As células B entram em regiões ainda não identificadas da medula óssea, enquanto as células T migram para o córtex do timo. Quando elas se tornado imunologicamente competentes, elas deixam os seus respectivos locais de maturação, entram no sistema linfóide e sofrem mitoses, formando clones de células idênticas. Todos os membros de um clone em particular podem reconhecer e responder a um mesmo antígeno. FUNÇÕES DAS CÉLULAS NULAS: As células nulas compreendem duas populações distintas: Células-tronco circulantes, que dão origem a todas os elementos figurados do sangue Células natural killer (NK), que podem matar algumas células estranhas ou alteradas por vírus sem a influência do timo ou de células T. Após o estímulo por um antígeno-específico, tanto as células B quanto as células T proliferam e se diferenciam em duas subpopulações: As células de memória, que não participam da resposta imunológica mas permanecem como parte do clone com uma “memória imunológica”, prontas para sofrer divisão celular e montar uma resposta contra uma exposição subseqüente de um antígeno em particular ou em uma substância estranha. As células efetoras, que podem ser classificadas como células B e células T (e os seus subtipos). As células efetoras são linfócitos imunocompetentes que podem realizar as funções imunológicas dos linfócitos, eliminando os antígenos. As células B são responsáveis pela resposta imunológica de base humoral do sistema imunológico, então elas se diferenciam em plasmócitos, que produzem anticorpos contra os antígenos. As células T são responsáveis pela resposta imunológica de base celular. Algumas células T se diferenciam em células T citotóxicas (CTLs; células T killer), que entram em contato físico e eliminam células estranhas ou alteradas por vírus. Além disso, certas células T são responsáveis pela iniciação e desenvolvimento (células T helper ou auxiliares) ou pela supressão (células T reguladoras, inicialmente chamadas de células T supressoras) da maior partes das respostas imunológicas humoral ou mediada pelas células. Elas realizam isto através da liberação de moléculas sinalizadoras conhecidas como citocinas (linfocinas), que induzem respostas específicas de outras células do sistema imunológico PLAQUETAS As plaquetas são pequenos fragmentos celulares anucleados, em formato de disco, derivados de megacariócitos na medula óssea. Nas fotomicrografias, elas apresentam uma região periférica clara: o hialômero, e uma região central mais escura: o granulômero. A membrana plasmática da plaqueta possui numerosasmoléculas receptoras, bem como um glicocálix relativamente espesso. Existem entre 250.000 mil e 400.000 mil plaquetas por mm3 de sangue, cada uma com uma sobrevida de menos de 14 dias. Elas participam do processo de formação do coágulo quando há uma lesão, não deixando que ocorra uma hemorragia. GRÂNULOS E TÚBULOS DAS PLAQUETAS: As plaquetas possuem três tipos de grânulos (alfa, delta e lambda), assim como dois sistemas de túbulos (túbulos densos e túbulos de conexão com a superfície). As eletromicrografias das plaquetas mostram de 10 a 15 microtúbulos arranjados paralelamente uns aos outros, formando um anel no interior do hialômero. Os microtúbulos auxiliam as plaquetas na manutenção de seu formato discóide. Associados a este feixe periférico de microtúbulos, existem monômeros de actina e miosina, que podem se estruturar rapidamente para formar um complexo contrátil. Além disso, estão presentes dois sistemas tubulares no hialômero, o sistema aberto para a superfície (de conexão) e o sistema tubular denso. O sistema aberto para a superfície é formado por canais enovelados e emaranhados, formando um complexo labirinto no interior da plaqueta. Como este sistema se comunica com o exterior, a face luminal deste sistema encontra-se em continuação com a superfície externa da plaqueta, dessa maneira aumentando a área de superfície por um fator de sete ou oito. A ultra-estrutura do granulômero mostra a presença de um pequeno número de mitocôndrias, depósitos de glicogênio, peroxissomas, e três tipos de grânulos: grânulos alfa (grânulos α), grânulos delta (grânulos δ) e grânulos lambda (grânulos λ) (lisossomas). O granulômero também abriga um sistema de enzimas que permite que as plaquetas catabolizem o glicogênio, consumam o oxigênio e gerem o ATP Esta vista em grande aumento de um coágulo em formação no sangue humano mostra perfeitamente como os diferentes componentes do sangue estão condensados no plasma. (A eletromicrografia de varredura foi colorida artificialmente para enfatizar as diferentes estruturas.) Os eritrócitos estão aprisionados em meio à rede de fibrina (em amarelo) que forma a malha do coágulo. As plaquetas (em azul), as quais iniciaram a coagulação, são fragmentos de células maiores (megacariócitos). FUNÇÕES DAS PLAQUETAS: As plaquetas atuam limitando a hemorragia no revestimento endotelial dos vasos sangüíneos em caso de lesão. Se o revestimento endotelial de um vaso sangüíneo se rompe e as plaquetas entram em contato com o colágeno subendotelial, elas se tornam ativadas, liberam o conteúdo de seus grânulos, aderem à região lesada da parede do vaso (adesão plaquetária), e aderem umas às outras (agregação plaquetária). Interações entre fatores tissulares, fatores presentes no plasma e fatores derivados das plaquetas formam um coágulo sangüíneo Embora o mecanismo de agregação, adesão e coagulação sangüínea esteja além do objetivo da histologia, principais características: Normalmente o endotélio intacto produz prostaciclinas e óxido nítrico (NO), que inibem a agregação plaquetária. Ele também bloqueia a coagulação graças à presença da trombomodulina e da molécula semelhante à heparina na membrana plasmática luminal de suas células endoteliais. Estas duas moléculas mais à membrana inativam fatores específicos de coagulação. Células endoteliais lesadas cessam a produção e a expressão dos inibidores da coagulação e de agregação plaquetária e liberam o fator de von Willebrand e a tromboplastina tecidual. Estas células também liberam endotelina, um potente vasoconstritor que reduz a perda sangüínea. As plaquetas aderem rapidamente ao colágeno subendotelial, especialmente na presença do fator de von Willebrand, liberam o conteúdo de seus grânulos, e aderem umas às outras. Estes três eventos são, chamados de ativação plaquetária. A liberação de alguns dos componentes granulares, especialmente o difosfato de adenosina (ADP) e a trombospondina, aumenta a aderência das plaquetas, e elas ficam “pegajosas” e fazendo com que as plaquetas em circulação se adiram às plaquetas já ligadas ao colágeno e sofram degranulação. O ácido araquidônico, formado na membrana plasmática das plaquetas ativadas, é convertido em tromboxano A2, um potente vasoconstritor e ativador plaquetário. As plaquetas agregadas agem como um tampão, bloqueando a hemorragia. Além disso, elas expressam o fator plaquetário 3 nas suas membranas plasmáticas, proporcionado a superfície fosfolipídica necessária para a organização adequada de fatores de coagulação (especialmente da trombina). Como parte da complexa cascata de reações envolvendo os vários fatores de coagulação, a tromboplastina tecidual e a tromboplastina plaquetária agem sobre a protrombina circulante, convertendo ela em trombina. A trombina é uma enzima que facilita a agregação plaquetária. Em com o cálcio (Ca2+), ela também converte o fibrinogênio em fibrina. Os monômeros de fibrina produzidos se polimerizam e formam um retículo de coagulação, promovendo a agregação de mais plaquetas, eritrócitos e leucócitos em um coágulo de sangue (ou trombo) estável e gelatinoso. Os eritrócitos facilitam a ativação das plaquetas, enquanto os neutrófilos e as células endoteliais limitam tanto a ativação das plaquetas quanto o tamanho do trombo. Aproximadamente 1 hora após a formação do coágulo, os monômeros de actina e miosina formam filamentos delgados e espessos, que interagem utilizando ATP como forte de energia. É assim o coágulo se contrai até quase a metade de seu tamanho, levando à aproximação das bordas cortadas do vaso lesado, minimizando assim a perda de sangue. Quando o vaso é reparado, as células endoteliais liberam ativadores do plasminogênio, que convertem o plasminogênio circulante em plasmina, a enzima que inicia a lise do trombo, e as enzimas hidrolíticas dos grânulos lambda participam deste processo
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