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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS www.esab.edu.br 3 Sumário 1. Apresentação I.......................................................................06 2. Dos Fundamentos às Demonstrações...................................07 3. O Balanço Patrimonial e as Contas do Ativo.........................13 4. O Passivo e a Estrutura da DRE............................................21 5. Demonstração do Fluxo de Caixa..........................................28 6. As Atividades de Investimentos e a Introdução ao DVA........37 7. Resumo I................................................................................43 8. Apresentação II......................................................................44 9. Os Resultados e a Estrutura da DVA.....................................45 10. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido............52 11. Reclassificação para Análise.................................................59 12. Análise Vertical e Análise Horizontal.....................................67 13. Aplicação dos Índices de Liquidez.........................................76 14. Resumo II...............................................................................83 15. Apresentação III.....................................................................84 16. Estrutura de Capital...............................................................85 17. Índices de Rentabilidade........................................................93 18. Rotatividade do Ativo em Função das Vendas.....................100 19. Capital de Giro e o Método Dupont......................................108 20. Índices de Liquidez, Rentabilidade e Rotação.....................115 21. Resumo III............................................................................121 22. Conclusão Final...................................................................122 23. GLOSSÁRIO........................................................................123 24. BIBLIOGRAFIA....................................................................129 www.esab.edu.br 4 Palavras do Tutor: Meu nome é Edmar Lyrio Temporim e nessa disciplina meu compromisso é ajudá-lo na compreensão dos conceitos que sustentam a disciplina de Análise de Balanço. Com o desenvolvimento e o crescimento econômico ocorrem mudanças no ambiente industrial, comercial e de prestação de serviços. O que antes era estável e passa a ser mais turbulento, devido ao surgimento de novas unidades produtivas associadas aos avanços tecnológicos, para os quais esta tecnologia exige novo aprendizado, com a necessidade de capacitação constante. A contabilidade passa por transformações provocadas pela lei 11638/07 de 28/12/2007 e com a MP 449/08 já convertida em lei 11941/2009. Para Iudícibus (2000), a contabilidade é uma técnica de gestão que tem como finalidade a determinação da situação patrimonial das empresas e dos seus resultados. As empresas não se interessam apenas em registro histórico dos fatos patrimoniais. Também a previsão do futuro é um fato relevante da gestão moderna. A contabilidade já não é entendida apenas como um elemento de simples recolha e interpretação de dados históricos, mas também uma técnica eficiente de gestão. As mudanças provocadas na lei 6.404/1976, pela lei 11.638/2007 e MP 449/2008, vêm alterando o comportamento do meio contábil, como antes mencionado. Como a lei 6.404/76 disciplina as normas que devem ser seguidas pelas sociedades por ações, ela foi alterada por estes instrumentos legais, modificando inclusive a estrutura das demonstrações financeiras, com efeito sobre a análise, uma vez que esta tem aplicação sobre esses relatórios. Atualmente, uma das principais preocupações das empresas é a eficiência no controle de seus custos, bem como, as ferramentas que auxiliem na tomada de decisão. As empresas vêm buscando identificar como e onde os custos estão ocorrendo, ou seja, suas www.esab.edu.br 5 causas e seus efeitos. Desse modo, procuram manter a competitividade empresarial, inclusive por meio da aplicação de índices, quer seja de liquidez, rentabilidade, estrutura de capital, rotação, dentre outros, e ainda as análises horizontal e vertical. Portanto, essas são as vertentes que irão orientar nosso trabalho na compreensão dos conceitos afetos à Análise de Balanço, sempre procurando contextualizar as mudanças que são recepcionadas pela nova literatura contábil, como um encontro em que a técnica continue a servir as necessidades do ambiente empresarial nas suas prevenções e projeções futuras. Temos uma pauta de estudos que passam pelo Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração de Fluxo de Caixa, a Demonstração de Valor Adicionado, Análise Horizontal e Vertical, Índices de Liquidez, Estrutura de Capital, Rentabilidade e Rotação. O objetivo da Análise de Balanço é o de fornecer à administração informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de decisões, por meio da aplicação de índices e ferramentas para melhor gerenciar as entidades, e para que os dados gerados pela contabilidade possam se transformar em informações estatísticas e outras de interesse dessas instituições. Assim, nos três eixos proferidos neste conteúdo vamos evidenciar os conceitos e ferramentas necessários para que nosso aluno entenda a aplicação desses processos, independentemente do parque industrial, comercial ou de serviços, nos quais escolha trabalhar seus conhecimentos. Bons estudos!! www.esab.edu.br 6 Fundamentos e Registros Contábeis A rigor, como o próprio nome sugere, neste Eixo vamos trabalhar alguns fundamentos contábeis, passando pela história dos primeiros registros, os destaques que evidenciam tanto a Contabilidade Financeira, quanto a Contabilidade Gerencial. Muita ênfase a estrutura do balanço patrimonial e, nesta linha de ação, as demonstrações contábeis, as quais, além de cumprir mudanças (Lei 11.638/07, entre outras) oriundas dos padrões internacionais, constituem a base espacial onde os registros fornecem matéria prima, aqui apresentada em números, para que as análises financeiras sejam projetadas em favor do sucesso empresarial e da continuidade dos negócios. www.esab.edu.br 7 Considerações Iniciais A contabilidade nasceu a partir da preocupação com o amanhã, embora, os homens não soubessem o que fazer com as informações que guardaram. Afirmou Melis (apud Sá, 1997), “Desde que o homem se preocupou com o amanhã, preocupou-se, também em ‘fazer as contas’, mas, em verdade, nem sempre soube, racionalmente, o que fazer com as informações que guardou”. Portanto, a base da história da contabilidade encontra-se nas mais remotas idades, nascendo junto com a civilização. Segundo SÁ (1997) “A contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase sempre tenham coincidido com aqueles que caracterizaram os da própria evolução do ser humano”. E a contabilidade deve adequar-se a essa evolução do ser humano. Pois, é o que estamos passando atualmente. O cenário atual está para a busca da convergência das normas internacionais, e a contabilidade, tem um papel fundamental nesse momento de expectativas e mudanças. As mudanças provocadas na lei 6.404/1976, pela lei 11.638/2007 e MP 449/2008, vêm alterando o comportamento do meio contábil. Tendo em vista, que a lei www.esab.edu.br 8 6.404/76 disciplina as normas que devem ser seguidas pelas sociedades por ações, também conhecidas como sociedades anônimas. E, muitas vezes, seguidas pelos outros tipos societários. Para Iudícibus (2000), a contabilidade é uma técnica de gestão que tem como finalidade a determinação da situação patrimonial das empresas e dos seus resultados. As empresas não se interessam apenas em registro histórico dos fatos patrimoniais. Também a previsão do futuro é um fato relevante da gestão moderna. A contabilidade já não é entendida apenas como um elementode simples recolha e interpretação de dados históricos, mas também uma técnica eficiente de gestão. A contabilidade também pode ser definida como: “[...] um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização”. Na contabilidade existem diversas ramificações, dentre elas podemos citar: a Contabilidade Financeira, a Contabilidade Gerencial, a Contabilidade Governamental, a Contabilidade de Custos, a Contabilidade Agropecuária, atualmente com os holofotes para ela a Contabilidade Ambiental e sofrendo ainda um maior reflexo a Contabilidade Internacional, enfim diversas ramificações. Queremos destacar, dois desses ramos, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial. Cabendo ressaltar, que os métodos da contabilidade financeira e da contabilidade gerencial foram desenvolvidos para diferentes propósitos e para usuários diferentes das informações financeiras. O quadro abaixo demonstra bem essas diferenças: www.esab.edu.br 9 QUADRO 1 – Comparação entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira. Fonte: Padoveze (2007). Conforme Padoveze (2007), contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores que estão dentro das organizações e que são responsáveis pelo controle direto da empresa e de suas operações. A contabilidade gerencial pode ser contrastada com a contabilidade financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os usuários externos – os acionistas, os credores e outros que estão fora da organização. Iudícibus (1998) caracteriza a contabilidade gerencial como um enfoque especial conferido às várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise de balanços, etc., colocados www.esab.edu.br 10 numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório. Demonstrações Financeiras As mudanças provocadas na lei 6.404/1976, pela lei 11.638/2007 e MP 449/2008, vêm alterando o comportamento do meio contábil, como antes mencionado. Tendo em vista, que a lei 6.404/76 disciplina as normas que devem ser seguidas pelas sociedades por ações, ela foi alterada por estes instrumentos legais, modificando inclusive a estrutura das demonstrações financeiras, as quais, por conseqüência, afetam as análises, uma vez que estas serão aplicadas sobre esses relatórios. O artigo 176 da Lei 6404/76 dispõe: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - Balanço patrimonial; II - Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - Demonstração do resultado do exercício; e IV – Demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, www.esab.edu.br 11 de 2007) V – Se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) Então, fica evidente que a alteração do dispositivo supracitado diz respeito à inclusão da DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa), e excluiu da obrigatoriedade a DOAR (Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos), isto não quer dizer que as empresas não possam continuar elaborando a DOAR, só não há necessidade de publicação. Portanto, a DOAR, pode continuar sendo elaborada para fins gerenciais. Além das Demonstrações financeiras relacionadas, estas deverão ser acompanhadas por notas explicativas, relatórios da diretoria e parecer dos auditores, para melhor esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. Conforme disposto na deliberação da CVM 539/2008 que trata da estrutura conceitual das demonstrações contábeis, as demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis preparadas segundo esta estrutura conceitual. Demonstrações contábeis preparadas sob a égide desta estrutura conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: a. Decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações; b. Avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas; www.esab.edu.br 12 c. Avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; d. Avaliar a segurança, quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; e. Determinar políticas tributárias; f. Determinar a distribuição de lucros e dividendos; g. Preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou h. Regulamentar as atividades das entidades. As demonstrações contábeis são mais comumente preparadas segundo modelo contábil baseado no custo histórico recuperável, e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal. Outros modelos e conceitos podem ser considerados mais apropriados para atingir o objetivo de proporcionar informações que sejam úteis para tomada de decisões econômicas, embora não haja presentemente consenso nesse sentido. Conclusão Vimos nesta Unidade a importância dos resgates históricos que permeiam a literatura contábil e a dimensão das mudanças ocorridas até nossos dias. O mundo, a tecnologia, a comunicação no mercado global, aceleram mudanças que afetam todos os setores produtivos. Para nosso estudo, essas mudanças estão consagradas na convergência recepcionada pelo ambiente contábil brasileiro, a partir de normas aplicadas no ambiente internacional. A seguir, vamos observar que as referidas mudanças têm repercussão positiva sobre todos os registros contábeis conhecidos. www.esab.edu.br 13 Conteúdo do Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é uma apresentação sintética e ordenada, do saldo monetário de todos os valores integrantes do patrimônio de uma empresa, em uma determinada data. Divide-se em dois grandes grupos, relacionando de um lado o ATIVO composto das aplicações de recursos em bens e direitos e, de outro o PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO que compõem as várias fontes de recursos, que possibilitam as aplicações no Ativo. O Ativo indica a natureza dos valores no qual a empresa aplicou seus recursos: dinheiro, estoques, créditos, valores mobiliários, bens de uso, etc., enquanto o Passivo e o Patrimônio Líquido indicam a origem desses mesmos recursos: fornecedores, bancos, capital, lucro, etc. No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registram, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. O estudo se orienta pela nova estrutura do Balanço Patrimonial. Não podemos prescindir das principais mudanças desencadeadas pelo processo de convergência das normas contábeis brasileiras para as normas internacionais (VICECONTI, 2015). Critério de Classificação das Contas O critério para a classificação das contas do Balanço está definido no art. 178 da Lei nº 6.404/76, que estabelece: www.esab.edu.br 14 Art. 178. Nobalanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – Ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – Ativo não circulante composto por ativo realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: No passivo as contas serão registradas pelo grau de exigibilidades, ou seja ordem decrescente de exigibilidade, o que significa dizer: da mais exigível (menor vencimento para maior vencimento). I – Passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – Passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) III – Patrimônio líquido, dividido em capital social, reserva de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Então, de acordo com o dispositivo anteriormente mencionado, a nova estrutura patrimonial ficou da seguinte forma: www.esab.edu.br 15 ATIVO PASSIVO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL a LONGO PRAZO INVESTIMENTO IMOBILIZADO INTANGÍVEL CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Portanto, as aplicações dos índices, bem como suas respectivas análises e interpretações deverão levar em consideração essa estrutura patrimonial, isto em função das mudanças provocadas pelas leis 11.638/07 e pela medida provisória 449/08 convertida no mês de maio/2009 em lei, ou seja, na lei 11.941/09. As Contas classificadas no Ativo As contas patrimoniais, ou seja, as contas do grupo do Ativo e Passivo deverão respeitar aquilo que dispõe a Lei 6404, pois, ela aborda em seu artigo 179 como deverão ser classificadas as contas no grupo do ativo. Por essa abordagem e estrutura patrimonial, no ativo circulante serão classificados os bens e direitos adquiridos que tenham como vencimento o término do exercício social seguinte. Este dispositivo evidencia aquilo que será considerado como curto e longo prazo. Sendo curto prazo tudo aquilo que vencer até o final do exercício social seguinte. E o longo prazo, consequentemente, tudo aquilo que vencer após o término do exercício social seguinte. Portanto, veja que apenas mudando uma preposição no conceito de curto e longo prazo, muda-se o critério de classificação em www.esab.edu.br 16 Ativo Circulante e Ativo Não Circulante, ou seja, para curto (até o exercício seguinte) para longo (após o exercício seguinte). Segue o disposto neste artigo 179 da Lei 6404/76 devidamente atualizado: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I -No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - No ativo realizável em longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; III - Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV – No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transferem à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) VI – No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o www.esab.edu.br 17 prazo desse ciclo. Isto, até aqui mencionado, faz-se necessário o entendimento dessas classificações, uma vez que para aplicar a análise, se houver erro na classificação de circulante para não circulante, afetará diretamente a aplicação dos índices e suas respectivas interpretações, bem como na tomada de decisão por parte daquele que é responsável para analisar os relatórios emitidos pela contabilidade. Que pode ser um usuário interno quanto um usuário externo. Então, passemos a fazer as mesmas considerações para o grupo do Passivo. Vamos exemplificar: Imaginemos uma empresa que vende mercadorias para um cliente e financia essa venda em 24 prestações fixas e sem juros no valor de R$ 10.000,00 e que essa venda aconteceu no dia 15/06/2009. Desprezando os tributos incidentes sobre a venda e levando-se em consideração que para realizar essa venda incorreram custos das mercadorias vendidas na ordem de R$ 3.000,00. Como contabilizar essa operação? O objetivo aqui é simplesmente verificarmos o que será classificado como curto prazo e longo prazo, contudo, serão feitos os cálculos, bem como os lançamentos desse fato contábil. Importante ressaltar, mais uma vez, que o objetivo não é que se entenda como fazer os lançamentos contábeis, mas sim quantas prestações classificar no curto e quantas no longo prazo. Para calcular vamos fazer algumas perguntas, passando assim pelas etapas para chegarmos a curto e longo prazo. 1º passo: Identificar a data da venda e consequentemente o vencimento da primeira parcela. Data da Venda = 15/06/2009 www.esab.edu.br 18 Prazo = 24 parcelas Para identificarmos a data da venda, basta recorrer ao fato contábil. E, para identificarmos a data da primeira parcela, faz-se a seguinte pergunta: Quando vence a primeira parcela? Resposta - Em 15/07/2009, uma vez que a data da venda ocorrera em 15/06. 2º passo: Identificar o exercício social da operação. Faz-se a seguinte pergunta: Estamos em qual exercício social? Resposta - 2009 3º passo: Lembrar o conceito de curto prazo e identificar o exercício social seguinte. Qual é mesmo o conceito de curto prazo? Resposta – tudo aquilo que vence até o final do exercício social seguinte. Portanto, aqui desencadeia outra pergunta: quando é o final do exercício social seguinte? Se estamos em 2009 o próximo exercício social será 2010. Logo, concluímos que tudo o que vencer até 31/12/2010 (final do exercício social de 2010) será classificado como curto prazo. 4º passo: Identificar o número de parcelas no curto prazo. Então, vamos contar quantas prestações vencerão de 15/07/2009 a 31/12/2010. Ou seja, mês 07, 08, 09, 10, 11 e 12 do ano de 2009 e as 12 prestações de 2010 serão consideradas como curto prazo. Portanto, 6 prestações de 2009 mais 12 prestações de 2010 temos 18 prestações. 5º passo: Identificar o valor de uma prestação. Se fizermos as contas levando-se em consideração os valores, www.esab.edu.br 19 chegaremos à seguinte conclusão: Qual o valor que a empresa vendeu as mercadorias? R$ 10.000,00 Em quantas vezes? 24 Logo: Se dividirmos o valor vendido pelo número de parcelas, chegaremos ao valor de uma parcela. Ou seja, 10.000 / 24 = 416,67. 6º passo: Descobrir o valor do Ativo Circulante (curto prazo) Sabemos que curto prazo = 18 parcelas e que o valor de uma parcela = 416,67, se fizermos a multiplicação chegaremos ao valor que deverá ser classificado no Ativo Circulante. Logo: 18 x 416,67 = 7.500,00 Então, no Ativo Circulante deverá ser classificado 7.500,00 7º passo: Descobrir o valor do longo prazo. Para tanto, bastafazermos a subtração, tendo em vista que temos o valor total vendido (10.000,00) e tem-se o valor do curto prazo (7.500,00). Logo: 10.000 – 7.500 = 2.500,00 Então, esse valor de 2.500,00 deve ser classificado no Ativo Não Circulante, especificamente no grupo do Ativo Realizável em Longo Prazo. 8º passo: A contabilização referente ao fato contábil proposto. D – Duplicatas a Receber de Curto Prazo................7.500,00 www.esab.edu.br 20 D – Duplicatas a Receber de Longo Prazo...............2.500,00 C – Receita de Mercadorias....................................10.000,00 D – C.M.V. C – Estoque de Mercadorias.................................3.000,00 Conclusão Com um pouco de observação, percebemos que, com muita propriedade, a Unidade 2 se preocupa com a nova estrutura espacial do Balanço Patrimonial, trazendo reformas recepcionadas principalmente pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09. Por essas mudanças, o Brasil incorpora padrões adotados pela literatura contábil no plano internacional. De forma didática e com exemplos práticos, vimos também a caracterização do que classificamos como curto e longo prazos nos registros do ativo. Pela importância desses pontos, e desdobramentos nos registros contábeis, fatalmente voltaremos a mencioná-los, daqui a pouco no Passivo, como veremos a seguir. A título de ampliação do conhecimento, apresentamos um vídeo com revisão sobre estrutura do balanço e DRE, os quais avaliamos muito úteis, principalmente diante das mudanças trazidas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09:https://www.youtube.com/ watch?v=tP0gYe2_kHk SAIBA MAIS https://www.youtube.com/watch?v=tP0gYe2_kHk https://www.youtube.com/watch?v=tP0gYe2_kHk www.esab.edu.br 21 As contas classificadas no Passivo A mesma linha de raciocínio do título 1 deste Eixo aplica-se para as contas do Passivo. Ou seja, os conceitos de curto e longo prazo. Deve-se classificar uma obrigação em curto prazo, aquela que vencer até o final do exercício social seguinte. E classificar-se-á no longo prazo aquilo que vencer após o término do exercício social seguinte. Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § www.esab.edu.br 22 3º do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. Vamos aplicar o mesmo raciocínio de forma exemplificativa para o Passivo, guardadas as devidas particularidades, ou seja, neste grupo trata-se de classificarmos as obrigações, senão vejamos um exemplo: Imaginemos uma empresa que compra mercadorias de um fornecedor em 01/07/2009 no valor de R$ 10.000,00 e o fornecedor financia essa compra para a empresa em 36 parcelas fixas e sem juros. Favor desconsiderar os tributos incidentes sobre a compra. Para calcular vamos fazer algumas perguntas, passando assim pelas mesmas etapas para chegarmos a curto e longo prazo do ativo, só que agora aplicando os conhecimentos para o passivo. Vejamos. 1º passo: Identificar a data da compra e consequentemente o vencimento da primeira parcela. Data da Venda = 01/07/2009 Prazo = 36 parcelas Para identificarmos a data da compra, basta recorrer ao fato contábil, ou na prática a data de entrada efetiva da mercadoria no estabelecimento, acobertada pela Nota Fiscal. E, para identificarmos a data da primeira parcela, faz-se a seguinte pergunta: Quando vence a primeira parcela? Resposta - Em 01/08/2009, uma vez que a data da compra ocorrerá em 01/07. 2º passo: Identificar o exercício social da operação. Faz-se a seguinte pergunta: Estamos em qual exercício social? Resposta - 2009 3º passo: Lembrar o conceito de curto prazo e identificar o exercício social seguinte. www.esab.edu.br 23 Qual é mesmo o conceito de curto prazo? Resposta – tudo aquilo que vence até o final do exercício social seguinte. Portanto, aqui desencadeia outra pergunta: quando é o final do exercício social seguinte? Se estivermos em 2009 o próximo exercício social será 2010. Logo, concluímos que tudo o que vencer até 31/12/2010 (final do exercício social de 2010) será classificado como curto prazo. 4º passo: Identificar o número de parcelas no curto prazo. Então, vamos contar quantas prestações vencerão de 01/08/2009 à 31/12/2010. Ou seja, mês 08, 09, 10, 11 e 12 do ano de 2009 e as 12 prestações de 2010 serão consideradas como curto prazo. Portanto, 5 prestações de 2009 mais 12 prestações de 2010, temos 17 prestações. 5º passo: Identificar o valor de uma prestação. Se fizermos as contas levando-se em consideração os valores, chegaremos à seguinte conclusão: Qual o valor que a empresa vendeu as mercadorias? R$ 10.000,00 Em quantas vezes? 36 Logo: Se dividirmos o valor vendido pelo número de parcelas, chegaremos ao valor de uma parcela. Ou seja, 10.000 / 36 = 277,78. 6º passo: Descobrir o valor do Passivo Circulante (curto prazo) Sabemos que curto prazo = 17 parcelas e que o valor de uma parcela = 277,78, se fizermos a multiplicação chegaremos ao valor que deverá ser classificado no Passivo Circulante. Logo: 17 x 277,78 = 4.722,26 Então, no Passivo Circulante deverá ser classificado 4.722,26 7º passo: Descobrir o valor do longo prazo. Para tanto, basta fazermos a subtração, tendo em vista que temos o valor www.esab.edu.br 24 total vendido (10.000,00) e tem-se o valor do curto prazo (4.722,26). Logo: 10.000 – 4.722,26 = 5.277,74 Então, esse valor de 5.277,74 deve ser classificado no Passivo Não Circulante. 8º passo: A contabilização referente ao fato contábil proposto. D – Estoque de Mercadorias....................................10.000,00 C – Duplicatas a Pagar de Curto Prazo.....................4.722,26 C – Duplicatas a Pagar de Curto Prazo.....................5.277,74 Estrutura da DRE A Demonstração do Resultado do Exercício, mais conhecida e divulgada como DRE, tem como finalidade demonstrar o resultado alcançado pela empresa num determinado exercício. Através dela, “é possível avaliar os efeitos sobre alguns eventos da situação financeira da empresa, se ela tem condições de quitar suas obrigações, e também se está apresentando lucratividade e eficiência em suas operações” (WIZBICKI, 2017). Portanto, importante entender algumas terminologias para que não haja problemas na elaboração dessa demonstração financeira, pois ela tem previsão no inciso III do artigo176 da Lei 6404/76 e esta lei ainda faz previsão Importante salientar que gerencialmente, muitos contadores classifi- cam sempre 12 prestações no curto prazo e o restante no longo prazo (dependendo é claro do número de parcelas financiadas) e, na medida em que vai ocorrendo o recebimento no caso do Ativo ou do pagamento para as obrigações do Passivo, transfere-se a parcela que foi recebida ou paga do longo prazo para o curto prazo, manten- do sempre como mencionado 12 prestações. PARA SUA REFLEXÃO www.esab.edu.br 25 no artigo 187 da sua estrutura e o que deve ser discriminado. Senão vejamos: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II – A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV – O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) V - O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII - O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) - Os custos, as despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Modelo da DRE Com base no dispositivo legal mencionado no título anterior chega-se ao seguinte modelo da Demonstração do Resultado do Exercício: 1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA A www.esab.edu.br 26 Vendas de mercadorias Prestação de serviços 2. DEDUÇÕES (B) - Devoluções de Mercadorias - Abatimentos concedidos - Tributos incidentes sobre o faturamento 3. RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA C = (A-B) 4. CUSTOS OPERACIONAIS (D) -Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) -Custo dos Serviços Prestados (CSP) -Custo dos Produtos Vendidos (CPV) 5. LUCRO OPERACIONAL BRUTO E = (C-D) 6. DESPESAS OPERACIONAIS (F) -Despesas comerciais -Despesas administrativas -Despesas financeiras (Receita Financeira – Despesa Financeira) 7. LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO G = (E-F) 8. OUTRAS RECEITAS H 9. OUTRAS DESPESAS (I) 10. RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCICIO J = (G+H-I) 11. PROV. P/IMPOSTO DE RENDA (K) 12. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CSLL) (L) 13. RESULTADO LÍQUIDO DO EXERC. APÓS M = (J – K – L ) 14. PARTICIPAÇÕES NOS LUCROS (N) 15. LUCRO OU PREJ. LIQ. DO EXERCICIO O = M – N www.esab.edu.br 27 Conclusão Para alguns, o Passivo é motivo de preocupação!! Porém, muito além da recorrente preocupação, o Passivo faz parte do equilíbrio patrimonial na expressão dos bens, direitos e obrigações, o que requer organização e controle. Bom reconhecê-lo como fonte de financiamento do ativo, o qual, bem gerido, pode determinar o sucesso e a continuidade do negócio. Ele completa o equilíbrio patrimonial com a apuração da DRE, fonte imprescindível de harmonia quando se opera a gestão de resultados. Por falar em gestão de recursos, a seguir vamos ao encontro da Demonstração de Fluxo de Caixa. www.esab.edu.br 28 Estrutura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), conforme alterações legais substituíram a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). A DFC tem como previsão para elaboração os artigos 176, inciso IV combinado com o artigo 188, inciso I ambos na Lei 6404, quais sejam: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: IV – Demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) I – Demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) www.esab.edu.br 29 c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) Mas, a deliberação 547/2008 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) evidencia como elaborar a DFC tanto pelo método direto quanto pelo método indireto. Pois, as empresas já elaboravam para fins gerenciais, só não publicavam, uma vez que não era exigido por lei. Objetivo e Alcance da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) Conforme a deliberação 547/2008 da CVM as informações dos fluxos de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época e do grau de segurança de geração de tais recursos. Os usuários das demonstrações contábeis se interessam em conhecer como a entidade gera e usa os recursos de caixa e equivalentes de caixa, independentemente da natureza das suas atividades, mesmo que o caixa seja considerado como produto da entidade, como é o caso de instituição financeira. As entidades necessitam de caixa essencialmente pelas mesmas razões, por mais diferentes que sejam as suas principais atividades geradoras de receita. Elas precisam dos recursos de caixa para efetuar suas operações, pagar suas obrigações e prover um retorno para seus investidores. Assim sendo, este Pronunciamento requer que todas as entidades apresentem uma demonstração dos fluxos de caixa. A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores e prazos dos www.esab.edu.br 30 fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar a capacidade de a entidade gerar recursos dessa natureza e possibilitam aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de futuros fluxos de caixa de diferentes entidades. A demonstração dos fluxos de caixa também melhora a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional para diferentes entidades porque reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos. Informações históricas dos fluxos de caixa são frequentemente usadas como indicador do valor, época e grau de segurança dos fluxos de caixa futuros. Também são úteis para verificar a exatidão das avaliações feitas, no passado, dos fluxos de caixa futuros, assim como para examinar a relação entre a lucratividadee os fluxos de caixa líquidos e o impacto de variações de preços. Definições importantes para a elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) Ainda segundo disposto na deliberação 547/2008 da CVM os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados abaixo especificados: Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. www.esab.edu.br 31 Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento. Atividades de investimento fazem referência à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como atividade operacional. São terminologias importantes para o entendimento da elaboração da DFC, sem as quais não se consegue preencher corretamente essa demonstração. Apresentação da DFC Segundo a deliberação 547/2008 a apresentação de uma Demonstração dos Fluxos de Caixa deve-se observar que: A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa de período classificados por atividades operacionais, de investimento e de financiamento. A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada aos seus negócios. A classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem também ser usadas para avaliar a relação entre essas atividades. Uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de uma atividade. Por exemplo, quando o desembolso de www.esab.edu.br 32 caixa para pagamento de um empréstimo inclui tanto os juros como o principal, a parte dos juros pode ser classificada como atividade operacional, mas a parte do principal deve ser classificada como atividade de financiamento. Composição das Atividades Operacionais O montante dos fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais é um indicador-chave da extensão na qual as operações da entidade têm gerado suficientes fluxos de caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. As informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos são úteis, em conjunto com outras informações, na projeção de futuros fluxos de caixa operacionais. Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam das transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são: a. Recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços; b. Recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas; c. Pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; d. Pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados; e. Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; f. Pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a www.esab.edu.br 33 renda, a menos que possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; e g. Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura. Algumas transações, como a venda de um ativo imobilizado, podem resultar em ganho ou perda, que é incluído na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Os fluxos de caixa relativos a tais transações são fluxos de caixa provenientes de atividades de investimento. Entretanto, pagamentos para a produção ou aquisição de ativos destinados a aluguel para terceiros e, em sequência, serem vendidos, são fluxos de caixa das atividades operacionais. Os recebimentos de alugueis e das subsequentes vendas de tais ativos são também fluxos de caixa das atividades operacionais. Uma entidade pode ter títulos e empréstimos para fins de intermediação que sejam semelhantes a estoques adquiridos especificamente para revenda. Portanto, os fluxos de caixa decorrentes da compra e da venda desses títulos são classificados como atividades operacionais. Da mesma forma, as antecipações de caixa e os empréstimos feitos por instituições financeiras são comumente classificados como atividades operacionais, uma vez que se referem à principal atividade geradora de receita dessas entidades. A conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais deve ser fornecida de forma que os usuários tenham elementos para avaliar os efeitos líquidos das atividades operacionais e de outros eventos que afetam o lucro líquido e os fluxos operacionais de caixa em diferentes períodos. Modelo de DFC pelo método direto ATIVIDADES OPERACIONAIS www.esab.edu.br 34 Recebimento de clientes; Pagamento de fornecedores; Recebimentos de outros ativos circulantes; Pagamento de salários; Pagamento de despesas “a pagar”; Pagamento de despesas antecipadas; Recebimento de juros; Pagamento de juros; Recebimento de dividendos; outros recebimentos; Outros pagamentos. CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) PELA ATIVIDADE OPERACIONAL ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Investimentos no realizável em longo prazo; outros investimentos de longo prazo; Investimentos no imobilizado; Investimentos no intangível; Investimentos no diferido; Investimentos em participações societárias; outros investimentos permanentes. CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) PELA ATIVIDADE DE INVESTIMENTO ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Aumento de capital; Captações de longo prazo; Pagamento de empréstimos; Pagamento de dividendos CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) PELA ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO VARIAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA SALDO INICIAL DE CAIXA + EQUIVALENTES CAIXA SALDO FINAL DE CAIXA + EQUIVALENTES CAIXA Modelo de DFC pelo método indireto ATIVIDADES OPERACIONAIS www.esab.edu.br 35 Lucro do Exercício; Ajustes ao lucro; Depreciação; Lucro na venda de imobilizado; Despesas Financeiras de Longo Prazo; Resultado de Equivalência Patrimonial; Investimentos de Curto Prazo; Variação das contas a receber; Variação da PCLD; Variação dos estoques; Variação das despesas antecipadas; Variação de outros ativos circulantes; Variação de salários a pagar; Variação de fornecedores; Variação de despesas a pagar; Variação de outros passivos circulantes. CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) PELA ATIVIDADE OPERACIONAL ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Investimentos no realizável em longo prazo; outros investimentos de longo prazo; Investimentos no imobilizado; Investimentos no intangível; Investimentos no diferido; Investimentos em participações societárias; outros investimentos permanentes. CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) PELA ATIVIDADE DE INVESTIMENTO ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Aumento de capital; Captações de longo prazo; Pagamento de empréstimos; Pagamento de dividendos. CAIXA LÍQUIDO GERADO (CONSUMIDO) PELA ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO VARIAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA SALDO INICIAL DE CAIXA + EQUIVALENTES CAIXA SALDO FINAL DE CAIXA + EQUIVALENTES CAIXA www.esab.edu.br 36 ConclusãoNesta Unidade pudemos observar que a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) é ferramenta essencial na gestão de recursos financeiros e constitui uma abordagem contemporânea na administração empresarial. Ela tem por mérito antecipar informações (geração de caixa) e prevenir dificuldades futuras (liquidez), tudo com o propósito de promover o equilíbrio entre receitas e despesas. Na próxima Unidade vamos conhecer os aspectos introdutórios da DVA e a composição das atividades de investimentos. www.esab.edu.br 37 Composição das Atividades de Investimento A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento é importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento são: h. Pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria; i. Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo; j. Pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou venda futura); k. Recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e os mantidos para negociação); l. Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); m. Recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto www.esab.edu.br 38 adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira); n. Pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e o. Recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento. Quando um contrato for contabilizado como proteção (hedge) de uma posição identificável, os fluxos de caixa do contrato devem ser classificados do mesmo modo como foram classificados os fluxos de caixa da posição que estiver sendo protegida. Composição das Atividades de Financiamento 1. A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento é importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento são: a. Caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais; b. Pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade; c. Caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazo; d. Amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazo; e e. Pagamentos de caixa por arrendatário, para redução www.esab.edu.br 39 do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro. Aspectos introdutórios da DVA Conforme disposto na deliberação 557/2008 da CVM a entidade deve elaborar a DVA e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. A elaboração da DVA consolidada deve basear-se nas demonstrações consolidadas e evidenciar a participação dos sócios não controladores conforme o modelo anexo. A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas. A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma: a. Pessoal e encargos; b. Impostos, taxas e contribuições; c. Juros e alugueis; d. Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; e. Lucros retidos/prejuízos do exercício. As entidades mercantis (comerciais e industriais) e prestadoras de serviços devem utilizar o Modelo I, aplicável às empresas em geral, enquanto que para atividades específicas, tais como atividades de intermediação financeira (instituições financeiras bancárias) e de seguros, devem ser utilizados os modelos específicos (II e III) incluídos neste Pronunciamento. Os itens mínimos do modelo para as entidades mercantis (empresas em geral) estão apresentados na sequência, e o modelo propriamente dito está ao final deste Pronunciamento. Definições de componentes da DVA Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os www.esab.edu.br 40 insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade. Receita de venda de mercadorias, produtos e serviços representam os valores reconhecidos na contabilidade a esse título pelo regime de competência e incluídos na demonstração do resultado do período. Outras receitas representam os valores que sejam oriundos, principalmente, de baixas por alienação de ativos não-circulantes, tais como resultados na venda de imobilizado, de investimentos, e outras transações incluídas na demonstração do resultado do exercício que não configuram reconhecimento de transferência à entidade de riqueza criada por outras entidades. Diferentemente dos critérios contábeis, também incluem valores que não transitam pela demonstração do resultado, como, por exemplo, aqueles relativos à construção de ativos para uso próprio da entidade (conforme item 19) e aos juros pagos ou creditados que tenham sido incorporados aos valores dos ativos de longo prazo (normalmente, imobilizados). No caso de estoques de longa maturação, os juros a eles incorporados deverão ser destacados como distribuições da riqueza no momento em que os respectivos estoques forem baixados; dessa forma, não há que se considerar esse valor como outras receitas. Insumo adquirido de terceiros representa os valores relativos às aquisições de matérias-primas, mercadorias, materiais, energia, serviços, etc. que tenham sido transformados em despesas do período. Enquanto permanecerem nos estoques, não compõem a formação da riqueza criada e distribuída. Depreciação, amortização e exaustão representam os valores reconhecidos no período e normalmente utilizados para conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais e o resultado líquido do exercício. www.esab.edu.br 41 Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo, receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar dupla-contagem em certas agregações. Características das informações da DVA “O tema responsabilidade social ocupa hoje grande espaço na produção acadêmica, na mídia e nos negócios. Neste contexto, destaca-se o debate sobre a ação socioambiental das empresas, dimensão que tem sido uma das mais propagadas no meio empresarial” (DA SILVA MACEDO, 2012). A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela de contribuiçãoque a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período. Existem, todavia, diferenças temporais entre o modelo contábil e econômico no cálculo do valor adicionado. A ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a contabilidade utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime contábil de competência. Como os momentos de realização da produção e das vendas são normalmente diferentes, os valores calculados para o PIB por meio dos conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são naturalmente diferentes em cada período. Essas diferenças serão tanto menores quanto menores forem as diferenças entre os estoques inicial e final para o período considerado. Em outras palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os valores encontrados com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão. www.esab.edu.br 42 Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida. A decisão de recebimento por uma comunidade (Município, Estado e a própria Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um instrumento de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a demonstração de resultados por si só não é capaz de oferecer. A DVA elaborada por segmento (tipo de clientes, atividades, produtos, área geográfica e outros) pode representar informações ainda mais valiosas no auxílio da formulação de predições e, enquanto não houver um pronunciamento específico do CPC sobre segmentos, sua divulgação é incentivada. Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES. ATIVIDADES Vamos aprender mais com um texto sob o título “A Contabilidade a Serviço da Transparência e Gestão Eficaz”, através do link: http://www.administradores.com. br/noticias/negocios/a-contabilidade-a-servico-da- transparencia-e-gestao-eficaz/75932/ SAIBA MAIS http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-contabilidade-a-servico-da-transparencia-e-ge http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-contabilidade-a-servico-da-transparencia-e-ge http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-contabilidade-a-servico-da-transparencia-e-ge www.esab.edu.br 43 Em que pese termos tratado neste Eixo de vários conceitos que sustentam as demonstrações financeiras, entre elas o Balanço, alguns aspectos aqui descritos antecipam os formatos das análises dirigidas, tanto ao gerente financeiro, quanto ao acionista que incrementa investimentos ao negócio. Estamos falando de um formato que tem sintonia com os “ventos da transparência institucional”. Tanto a composição patrimonial, quanto o alcance das demonstrações se perfilam com a produção de informações de natureza econômica e social. Por essa via, as empresas estabelecem uma nova relação com o mercado. Até porque, não se forma mais preço dentro de casa. A definição vem do mercado, que analisa uma cesta de valores, entre eles o preço. Agora todo trabalho se ajusta também às exigências externas! www.esab.edu.br 44 Análise em Formatos Objetivos Muito além dos números ou dos resultados que se pretende, uma análise, seja aplicada ao setor industrial, comercial ou do agronegócio, precisa antes de tudo comunicar-se com aqueles que se interessam pela informação. Importante e necessário identificar formatos que sejam compreensíveis aos olhos do gestor financeiro, ao ponto que esses profissionais possam torná-los inteligíveis àqueles que demandam uma informação qualificada, sejam eles analistas do mercado, acionistas ou potenciais investidores. Por isso, neste Eixo vamos tratar de alguns modelos de aplicação da análise, identificar índices de liquidez, adotando as técnicas usuais, porém, sempre com a perspectiva de ampliar a utilidade e o horizonte da informação. www.esab.edu.br 45 Riqueza criada pela própria entidade A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela entidade. Os principais componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos seguintes itens: Receitas Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas. Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas receitas. www.esab.edu.br 46 Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/ Reversão - inclui os valores relativos à constituição e reversão dessa provisão. Insumos adquiridos de terceiros Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os valores das matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio. Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros. Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia etc. consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração do resultado. Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por desvalorização de ativos, conforme aplicação do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (se no período o valor líquido for positivo, deve ser somado). Depreciação, amortização e exaustão - Inclui a despesa ou o custo contabilizado no período. www.esab.edu.br 47 Valor adicionado recebido em transferência Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo. Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas, independentemente de sua origem. Outras receitas - incluem os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia, etc. Distribuição da riqueza A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a seguir: Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de: • Remuneração direta - representada pelos valores relativos a salários, 13º salário, honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc. • Benefícios - representados pelos valores relativos à assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc. • FGTS – representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados. Impostos, taxas e contribuições - Valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) www.esab.edu.br 48 que sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresaesteja sujeita. Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”. • Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui também a contribuição sindical patronal. • Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA. • Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU. Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital. • Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período. • Alugueis - inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos. • Outras - incluem outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas www.esab.edu.br 49 em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc. Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas. • Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em lucros acumulados de exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram gerados. • Lucros retidos e prejuízos do exercício - incluem os valores relativos ao lucro do exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo. • As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio – JCP, independentemente de serem registrados como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados. Modelo de DVA 1. RECEITAS 1. Vendas de mercadoria, produtos e serviços 2. PCLD – Reversão/(Constituição) 3. Não operacionais 2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI) 1. Matérias-Primas consumidas www.esab.edu.br 50 2. Custos das mercadorias e serviços vendidos 3. Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 4. Perda/Recuperação de valores ativos 3. VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4. RETENÇÕES 1. Depreciação, amortização e exaustão 5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3- 4) 6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 1. Resultado de equivalência patrimonial 2. Receitas financeiras 7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 1. Pessoal e encargos 2. Impostos, taxas e contribuições 3. Juros e alugueis 4. Juros s/ capital próprio e dividendos 5. Lucros retidos / prejuízo do exercício Conclusão É como se iniciássemos este Eixo com esta Unidade para dizer que o “valor” criado por uma entidade não se restringe ao endereço corporativo. Ele tem uma função social muito mais ampla, que contextualiza a relação da empresa com o ambiente externo. Acredito que reproduzimos essa ideia com a seguinte afirmação: “A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui, desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do www.esab.edu.br 51 desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza”. É esse o sinal que se incorpora à `literatura contábil, como forma de intuir que “a parte não sobrevive sem o todo”. ESTUDO COMPLEMENTAR Sempre bom ampliar os conhecimentos e, por este link, certamente você vai obter mais informações úteis no aprendizado da DVA: http://www. portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ demonstracaodovalor.htm Na mesma linha de ampliação de conhecimentos, apresentamos um vídeo em que a DVA é apresentada no contexto das obrigações legais que orientam a elaboração das demonstrações contábeis. Muito útil: https://www.youtube.com/ watch?v=0Vt4poZ7Zes SAIBA MAIS http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaodovalor.htm http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaodovalor.htm http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracaodovalor.htm https://www.youtube.com/watch?v=0Vt4poZ7Zes https://www.youtube.com/watch?v=0Vt4poZ7Zes www.esab.edu.br 52 CONCEITO A demonstração das mutações do patrimônio líquido é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que integram o patrimônio da Entidade. O artigo 186 da Lei 6404/76 faculta a inclusão da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados na demonstração de mutações do patrimônio líquido. Manter a organização e o controle das contas da empresa é essencial para que ela funcione de forma saudável e esteja sempre de acordo com a lei. Nesse sentido, um dos elementos que merece www.esab.edu.br 53 bastante cuidado é a riqueza corporativa, que inclui investimentos, lucros, ações e assim por diante. E é exatamente a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) que vai proporcionar ao gestor uma compreensão precisa de todos esses recursos, mostrando em detalhes como eles variaram em determinado período. As empresas, ao final de cada exercício social, são obrigadas a apresentar diversas demonstrações contábeis que contêm informações importantes sobre sua situação financeira e patrimonial. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Segundo a Lei 11.638/07, o Patrimônio Líquido é dividido em: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. As mudanças que ocorrem no patrimônio líquido da empresa são relacionadas na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), entre as quais a integralização do capital, destinação de resultados do período, acréscimo ou redução das reservas da empresa. Conforme a Resolução nº 1.185, publicada pelo Conselho Federal de Contabilidade em 2009, a divulgação da DMPL, assim como o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), tornou-se obrigatória. Este demonstrativo foi adotado em substituição à Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA). Os dados que constavam na DLPA foram integrados à DMPL. Principais informações da DMPL https://www.treasy.com.br/blog/orcamento-de-investimentos www.esab.edu.br 54 • Saldos existentes no início do período; • Acréscimo de capital; • Ajustes realizados em exercícios passados; • Compensações de prejuízos; • Destino do lucro líquido no exercício; • Distribuição de lucros; • Reavaliação dos ativos; • Redução de capital; • Resultado líquido do exercício; • Transferências e reversões de lucros e reservas; • Saldos no final do exercício. Elementos que alteram o total do patrimônio • Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízolíquido; • Aumento decorrente da reavaliação de ativos; • Aumento ou diminuição por ajuste de anos anteriores; • Aumento pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus subscritos; • Aumento por subvenções e doações; • Aumento por prêmio recebido em debêntures; • Aumento por subscrição e integralização de capital; • Diminuição por ações próprias adquiridas ou aumento pela venda das ações; • Diminuição por parcelas do lucro apurado; • Recebimento de valor superior ao valor nominal da integralização de ações ou o preço de ações emitidas sem valor nominal. Elementos que não alteram o patrimônio líquido • Acréscimo de capital com o uso dos lucros e reservas; www.esab.edu.br 55 • Utilização do lucro líquido do exercício diminuindo a conta lucros acumulados para a composição de reservas; • Compensação de prejuízos com a utilização de reservas; • Reversão das reservas patrimoniais à conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Para elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, é necessário relacionar todas as movimentações realizadas durante o exercício social em contas que compõem o Patrimônio Líquido, tais como Capital, Reservas de Capital, de Lucros, de Reavaliação e os Lucros ou Prejuízos Acumulados. Os demonstrativos contábeis são relatório de extrema importância para a gestão da empresa. Com estas informações, é possível avaliar se a organização apresenta uma situação equilibrada ou se há entraves que precisam ser solucionados com urgência a partir do próximo exercício social a fim de garantir a solidez da companhia. CONTEÚDO E ESTRUTURA A Instrução CVM nº 59 dispõe sobre a obrigatoriedade e publicação da DMPL para as companhias abertas. Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL Movimentação Capital Realizado Reserva de Capital Reserva de Lucro Lucro Acum. TotalÁgio na Emissão de Ações C.M. Capital Legal Estat. P/ Contig Orçam. L.a Realiz. Saldo Inicial (+/-) Ajustes C. Monetária Aumento de Capital Reversão de Reservas Lucro Líquido do Exercício www.esab.edu.br 56 Reserva Legal Reserva Estat. Reserva Orçam. Reserva p/ Cont. Reserva L. a Realizar Dividendos Saldo Final A DMPL é extremamente importante, pois entender como o patrimônio da empresa evolui permite acompanhar a força dela no mercado e, assim, estabelecer estratégias para impulsioná-la, considerando o contexto no qual está inserida. Quanto maior fica a empresa, mais complexo ficam seus processos financeiros. A organização passa a apresentar um alto volume de transações financeiras, também tem ações disponíveis na bolsa de valores, controla empresas menores (que são os casos das Holdings) e faz investimento no mercado, por exemplo. É nítido que a rotina do Controller é puxada, além de criar e acompanhar o Orçamento Empresarial, precisa avaliar esses fatores que impactam na riqueza do negócio, aumentando ou diminuindo seu capital. Por isso, para que os recursos sejam administrados, os lucros entre sócios e acionistas sejam distribuídos e as reservas da empresa sejam controladas corretamente, é importante acompanhar de forma precisa cada transação de entrada e saída deles. Mas atenção! Não são apenas as empresas de grande porte que têm um patrimônio líquido digno de ser controlado. Obviamente, o volume e a segmentação no caso delas são maiores, no entanto, pequenos e médios negócios também devem cuidar https://www.treasy.com.br/blog/ipo-oferta-publica-inicial https://www.treasy.com.br/blog/ipo-oferta-publica-inicial https://www.treasy.com.br/blog/holding-empresarial https://www.treasy.com.br/blog/importancia-do-controller https://www.treasy.com.br/blog/divisao-de-lucros https://www.treasy.com.br/blog/divisao-de-lucros www.esab.edu.br 57 para que se fortaleçam no mercado e cresçam de forma sustentável. Nesses casos, a DMPL é essencial nas tomadas de decisões e na identificação de soluções para algum problema existente. É exatamente para garantir o acompanhamento e o controle das movimentações financeiras que a contabilidade usa a DMPL como uma de suas ferramentas. Como já comentamos no início deste texto, a DMPL é um tipo de relatório contábil que apresenta o impacto de determinadas ações sobre o patrimônio corporativo. Um aspecto importante, inclusive, é que as informações contidas no documento complementam o Balanço Patrimonial. No meio dessa explicação você pode ter se perguntado qual é a diferença, afinal, entre o Balanço Patrimonial e a DMPL, uma vez que são semelhantes. Bom, enquanto o Balanço Patrimonial mostra a situação do patrimônio em um determinado período, a DMPL demonstra de forma completa e abrangente o efeito que certas decisões tiveram nesse patrimônio durante o mesmo período. São perspectivas diferentes que, combinadas, permitem uma melhor orientação aos gestores. Fatores que impactam no patrimônio corporativo Temos destacado bastante até aqui que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido avalia cada uma das movimentações das contas do patrimônio líquido durante o exercício fiscal, ou seja, durante o período escolhido para fazer a demonstração dos resultados contábeis. Bom, essa variação acontece por conta de uma série de fatores que precisam ser considerados durante a elaboração do documento, pois ela pode resultar tanto no aumento, quanto na redução da riqueza corporativa. https://www.treasy.com.br/blog/balanco-patrimonial https://www.treasy.com.br/blog/balanco-patrimonial www.esab.edu.br 58 E a importância de entender esses fatores está no fato de que eles ajudam a compreender qual é a origem e o destino das reservas da empresa, quer dizer, a DMPL não fica restrita à análise dos recursos derivados do lucro obtido no período avaliado. Conclusão Como vimos, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é uma ferramenta essencial no dia a dia de uma empresa, independentemente do porte dela. Afinal, é esse relatório que vai dar uma visão ampla e completa de como todos os recursos da empresa têm sido aplicados durante o exercício fiscal, o que é essencial para se ter mais controle do capital corporativo. Esse acompanhamento minucioso evita que os gestores se percam nas contas sem saber a origem ou o destino de algum capital. Ao fazer isso, sua empresa torna-se mais forte e com as finanças bem consolidadas. A seguir veremos a reclassificação das contas, objetivando aplicação na análise. https://www.treasy.com.br/blog/provisao-previsao-fundo-reserva https://www.treasy.com.br/blog/provisao-previsao-fundo-reserva www.esab.edu.br 59 Reclassificação das contas A reclassificação para análise significa o remanejamento de contas para novos grupamentos dentro do Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados, com a finalidade de melhorar a eficiência da análise. De uma forma sucinta, indicamos alguns remanejamentos necessários: • DUPLICATAS DESCONTADAS: do Ativo Circulante para o Passivo Circulante, visando dar um tratamento uniforme para as empresas que não trabalham com descontos; • PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (PCLD): do Ativo Circulante para o Passivo Circulante, visando dar um tratamento uniforme para as empresas que não trabalham com devedores duvidosos; • DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE: Representa um www.esab.edu.br 60 subgrupo do Ativo Circulante que nunca se converterá em dinheiro e nem poderá ser utilizado para quitar obrigações da Empresa, mas reduzirá o lucro do próximo período. Por isso essas despesas devem ser transferidas do Ativo para o Patrimônio Líquido, reduzindo-o. • RECEITAS E DESPESAS DIFERIDAS: Por se tratarem de valores recebidos antecipadamente mediante entrega futura de produtos ou serviços por parte da Empresa, este item deve, desde já, ser incluído no PL como
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