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Projeto Monografia - Thiago Martins (2)

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FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIATUBA-FESG 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIATUBA- UNICERRADO 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A FUNÇÃO INTEGRATIVA DA BOA-FÉ OBJETIVA 
E SUBJETIVA NOS CONTRATOS 
 
 
 
 
 
Aluno: Thiago Martins Moreira 
Orientador I: Profº. Pedro Morello Brendolan 
Orientador II: Prof. Me. Rodrigo Sant’Ana Nogueira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIATUBA-GOIÁS 
2020/10 
2 
 
THIAGO MARTINS MOREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A FUNÇÃO INTEGRATIVA DA BOA-FÉ OBJETIVA 
E SUBJETIVA NOS CONTRATOS 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa submetido ao Curso 
de Direito do Centro Universitário de 
UniCerrado, como parte dos requisitos 
necessários para a aprovação na 
disciplina Monografia I ministrada pelo 
Prof. Me. Rodrigo Sant’Ana Nogueira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIATUBA- GOIÁS 
2020/10 
3 
 
3
5 
FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE 
GOIATUBA – FESG CENTRO UNIVERSITÁRIO DE 
GOIATUBA - UNICERRADO CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 FICHA DE AVALIAÇÃO PROJETO DE MONOGRAFIA I 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Orientador I: Prof. Pedro Morello Brendolan 
Orientador II: Prof. Me. Rodrigo Sant’Ana Nogueira 
Examinador: 
Discente: Thiago Martins Moreira 
Título do projeto: A função integrativa da boa-fé objetiva e subjetiva nos contratos 
 
 
 
 
NOTA FINAL: ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiatuba – GO, __de Dezembro de 2020. 
 
 
___________________________________________________________________ 
 
Prof. Me. Rodrigo Sant’Ana Nogueira 
Profº. Pedro Morello Brendolan 
Examinadores 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1 TEMA............................................................................................................. 04 
1.1 Justificativa................................................................................................ 05 
1.2 Problema.................................................................................................. 05 
1.3 Objetivo Geral........................................................................................... 05 
1.4 Objetivo Específicos.................................................................................. 06 
2 MARCO TEORICO....................................................................................... 07 
3 METODOLOGIA........................................................................................... 19 
4 CRONOGRAMA........................................................................................... 21-22 
5 REFERÊNCIAS............................................................................................ 22-23 
Anexo I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 TEMA 
 
 
A boa–fé é um princípio perceptível desde os primórdios da humanidade. 
À medida que houve evolução humana nas organizações da sociedade, foram 
sendo estabelecidos conceitos e regras que possibilitam uma convivência 
saudável entre todos os indivíduos. Deste modo, viver honestamente, não lesar 
a ninguém e dar a cada o que é seu por direito, são exemplos de atitudes 
conceituadas como fundamentais em todas as esferas sociais e representativas 
referentes ao conceito da própria boa – fé. 
 
Em nosso ordenamento jurídico, a boa-fé aparece no Código Civil de 
1916 apenas na sua forma subjetiva. A boa-fé subjetiva relacionada com 
relações contratuais, pode ser conceituada como a ignorância ou 
desconhecimento de um vício negocial por parte de um dos contratantes. Neste 
contexto, cabe ressaltar que com o passar dos anos houve uma larga expansão 
econômica no Brasil, resultando crescente ampliação nas relações contratuais, 
e na consequente inclusão do aspecto objetivo da boa–fé em nosso 
ordenamento jurídico. Foi mediante o Código Civil de 2002 em seu Artigo 422 
que ficou expresso em nossa legislação o princício da boa-fé objetiva. Sua 
precisão menciona que “os contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e 
boa-fé”, sendo assim uma exigência de uma conduta legal por parte dos 
contratantes. 
 
Desta forma, a boa-fé objetiva integrou na confecção das relações 
contratuais tornando-se um princípio fundamental para a elaboração dos 
contratos, anexando deveres e regras que devem ser obedecidos e respeitados 
por todas as partes no decorrer de todas as fases contratuais. Sendo assim, por 
intermédio do Código Civil de 2002 surgiu a função integrativa da boa-fé objetiva 
nas relações contratuais. 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
 
6 
 
Devido sua extrema importância, a boa-fé pode ser conceituada como um 
princípio que deve ser considerado em todas as relações jurídicas e sociais. 
Princípio este que se relaciona com a própria conduta social de cada indivíduo, 
assim, por sua notável relevância torna-se cada vez mais importante o estudo do 
presente tema. A análise de tal deve ser apresentada de forma clara e efetiva 
desde sua evolução em nosso ordenamento, até a sua integração e aplicação 
nas diversas fases das relações contratuais, visto que se trata de um princípio 
fundamental, o qual rege o comportamento das partes, havendo consequências 
punitivas para aqueles que os desobedecem. 
 
 
1.2 PROBLEMÁTICA: 
 
 
O princípio da boa-fé contratual é um assunto discutido e consolidado 
doutrinariamente no âmbito jurídico, pois se trata de um princípio fundamental 
para as confecções das relações contratuais e negócios jurídicos. Contudo, 
surge a presente problemática análisada: Qual a função integrativa ou 
integradora do princípio da boa-fé objetiva e subjetiva nas relações contratuais? 
Em quais fases contratuais que se deve respeitar o princípio da boa-fé? Quais 
são as punições para a elaboração de um contrato que inobserva e fere o 
princípio da boa-fé objetiva? 
 
1.3 OBJETIVO GERAL 
 
 
O Objetivo Geral do presente estudo consiste em apresentar e discorrer a 
respeito da função integrativa do princípio da boa–fé contratual em suas 
diferentes formas. Aborda aspectos relacionados à forma objetiva e subjetiva do 
tema supracitado, assim como busca demonstrar sua importância e aplicação 
nas relações contratuais com base no Código Civil e na própria Constituição da 
República Federativa do Brasil (CF/88). 
 
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 
7 
 
Os objetivos específicos do presente estudo são: 
a) Discorrer brevemente a respeito dos princípios contratuais; 
b) Apresentar o conceito do princípio da boa-fé objetiva e subjetiva e 
sua evolução história; 
c) Dissertar a respeito das diferentes funções da boa-fé objetiva e subjetiva; 
d) Apresentar a função integrativa da boa-fé objetiva e subjetiva e 
sua aplicação nas fases contratuais. 
e) Esclarecer em quais fases contratuais deve ser observado e aplicado ao 
caso concreto o principio da boa-fé; 
f) Identificar qual a consequência da inobservância e não aplicação que 
caracteriza violação ao princípio da boa-fé em uma relação contratual. 
 
2 MARCO TEÓRICO 
 
 
O referencial teórico para o presente estudo será constituído, 
primordialmente, por autores que apresentam e debatem posicionamentos a 
respeito dos princípios contratuais dentro da esfera cível contratual, todos com 
enfoque na boa–fé e abrangendo as suas diferentes formas e funções. 
 
O princípio da boa-fé é uma regra de conduta dos indíviduos em todas as 
relações jurídicas contratuais. Tem sua origem no início do século III a.C, sendo 
que alguns doutrinadores como MELLO (2017), acreditam que a boa-fé surge no 
estoicismo, em Atenas, e mais tarde, é introduzida no direito romano por Marco 
Túlio Cícero (106-43 a.C) como um princípio norteador das relações jurídicas, 
alinhado com a própria ética e honestidade. 
 
 O jurista e político romano Cícero citava a boa-fé através de uma fórmula 
que julgava valiosa, nas suas palavras: “a fim de que de vós e vossa fé eu não 
receba perdas e danos”. Ele ainda acrescenta valores ao termo ao explicar: “comose age entre pessoas honestas, e sem nenhuma fraude”, reconhecendo a boa-fé 
como uma questão de honestidade e confiança. LOBÔ (2020). 
 
Na obra de FARIAS e ROSENVALD (2017), de igual modo, associa-se a 
8 
 
origem da boa-fé ao direito romano. O sistema romano caracterizava-se como um 
sistema de ações e não de direitos, sobremaneira no período clássico, em que 
surgem os iudida bonoe fidei, que seriam os procedimentos perante o juiz, o 
qual sentenciava baseando nos fundamentos ditados pela boa-fé. 
 
A boa-fé objetiva, no atual ordenamento jurídico, é influenciada pela 
experiência da fides vigente no Direito Romano, que consagrava o dever de 
honestidade e a confiança de uma parte em relação à retidão da conduta de outra. 
 
Conforme complementa LOBÔ (2020), no Direito Romano, incubia ao juiz 
analisar o significado desta cláusula em cada espécie de relação contratual. Desta 
forma, tal cláusula era considerada como um alicerce da justiça e referia-se a 
fidelidade e a sinceridade nas palavras perante as convenções realizadas. 
 
Nas palavras de MELLO (2017, p.105): 
 
No direito romano, a boa-fé é desvelada pelas noções de fides (confiança, 
honradez, lealdade, fidelidade no cumprimento das expectativas alheias), 
bona fides (dever jurídico genérico de comportar-se com retidão que se 
aproxima a boa-fé objetiva, ou seja, uma espécie de princípio de justiça 
nas relações contratuais) e a bonai fidei iudicia (juízos de boa-fé 
formulados no curso de um processo). 
 
 Complementando COSTA (2015, p.45): 
 
Nascida com o mundo romano, a ideia de fides o dominou, ali recebendo 
notável expansão e largo espectro de significados. Expressão 
polissêmica, a fides será entendida, amplamente, como confiança, mas, 
igualmente, como colaboração e auxílio mútuo (na relação entre iguais) e 
como amparo ou proteção (na relação entre desiguais); como lealdade e 
respeito à palavra dada; como fundamento da justiça e da virtude cívica; 
como o liame que une entre si os membros da societas inter ipsos, e, 
ainda, como instrumento técnico-jurídico, de modo especial os iudicia ex 
fide bona, sua vigência se manifestando «de maneira fluida e elástica em 
todos os níveis jurídicos, políticos e sociológicos» da cultura romana, 
constituindo o seu valor ético fundante. 
 
Portanto, em Roma, pode-se considerar que a fides tratava apenas de um 
conceito devidamente ético, não propriamente uma norma jurídica. Neste 
contexto, sua função consistia em exigir que os contratantes atuassem sem dolo, 
além de exigir comportamento honesto positivo. A sua aplicação nas causas 
jurídicas veio ocorrer com o incremento comercial e o desenvolvimento do jus 
gentium, que se compunha das normas de direito romano que eram aplicáveis 
9 
 
aos estrangeiros. 
Cita-se que no direito alemão, “a noção de boa-fé traduzia-se na fórmula 
do Treu und Glauben (lealdade e confiança), regra objetiva, que deveria ser 
observada nas relações jurídicas em geral.” GAGLIANO E FILHO (2019, p.116) 
A respeito desta fórmula GAGLIANO e FILHO (2020 apud COSTA, 2000, 
p.124) discorre que: 
“A fórmula Treu und Glauben demarca o universo da boa-fé obrigacional 
proveniente da cultura germânica, traduzindo conotações totalmente 
diversas daquelas que a marcaram no direito romano: ao invés de denotar 
a ideia de fidelidade ao pactuado, como numa das acepções da fides 
romana, a cultura germânica inseriu, na fórmula, as ideias de lealdade 
(Treu ou Treue) e crença (Glauben ou Glaube), as quais se reportam a 
qualidades ou estados humanos objetivados”. 
 
 Desta forma, o Código Civil alemão de 1900, previu o conceito da boa-fé 
objetiva nas condições de honestidade e justiça. Foi a partir de dispositivo do 
Burgeliches Gesetzbuch (BGB: Código Civil), que obrigou os devedores a se 
conduzirem de acordo com a boa-fé, a doutrina e jurisprudência alemã. No Brasil, 
optou-se por adjetivar o conceito referente a esse princípio, distinguindo em boa-fé 
objetiva e subjetiva. COELHO (2020) 
Historicamente, a boa-fé pode ser considerada como um princípio que 
deve estar em todas as relações jurídicas e sociais existentes. Dessarte, este 
princípio surgiu na Legislação Brasileira, através do Código Civil de 1916, que 
limitou a boa-fé, na sua qualidade subjetiva, apenas nas questões de posse e em 
algumas outra cituações. LOBÔ (GENJURIDICO, 2018). 
A boa-fé subjetiva foi alvo de grandes discussões doutrinárias, visto que 
possui relevância apenas para o direito das coisas, no tocante da qualificação da 
posse, mas não pode ser operacionalizável no direito dos contratos. 
Neste contexto, nas palavras de COELHO (2017 p.29) a boa-fé subjetiva é 
conceituada como “à virtude de dizer o que acredita e acreditar no que diz” e, 
conforme complementa AZEVEDO (2019, p.35), “a boa-fé é um estado de espírito 
que leva o sujeito a praticar um negócio em clima de aparente segurança. É a 
boa-fé subjetiva”. 
10 
 
Foi com a Constituição da República Federativa de 1988 (CF/88), que 
houve uma drástica evolução em todo ordenamento jurídico brasileiro, desta 
forma ocorreu o início da constitucionalização do Direito Civil. 
 
A boa-fé objetiva foi introduzida em nosso ordenamento jurídico por meio 
do Código de Defesa do Consumidor de 1990 (CDC) e “atribuiu importância 
fundamental e decisiva à boa-fé objetiva nos contratos de consumo e na peculiar 
responsabilidade do fornecedor por fato ou por vício do produto ou do serviço”, 
conforme explicita LOBÔ (GENJURIDICO, 2018). 
 
Além disso, após o CDC de 1990, a boa-fé objetiva foi devidamente 
incorporada expressamente na teoria dos negócios jurídicos, por meio do Código 
Civil (CC) de 2002, arts. 113, 187 e 422, que trouxeram com essa alteração um 
amplo alcance deste princípio, inclusive no campo obrigacional e contratual. 
 
Portanto, a boa-fé nas relações contratuais, pode ser considerada como a 
presença ética do próprio entendimento entre os seres humanos nos contratos, 
pois sua aplicação traz para o âmbito jurídico um elemento de Direito Natural, 
integrante da norma judiciária. 
 
Por conseguindo, a boa-fé objetiva é uma norma que requer 
comportamento honesto e leal dos contratantes, sendo conflitante com condutas 
abusivas de todos os tipos. Tem-se por escopo gerar na relação contratual ou 
obrigacional a confiança necessária e o equilíbrio das prestações e da 
distribuição dos riscos e encargos, fato relativo não somente a interpretação ou 
elaboração do contrato, mas também ao próprio interesse social de segurança 
nas relações contratuais. 
 
Nas palavras de DINIZ (2017, p.53): 
 
Da boa-fé (CC, arts. 113, 187 e 422), intimamente ligado não só à 
interpretação do contrato, mas também ao interesse social de segurança 
das relações jurídicas, uma vez que as partes deverão agir com lealdade, 
honestidade, honradez, probidade (integridade de carácter), denodo e 
confiança recíprocas, isto é, proceder com boa- fé, esclarecendo os fatos e 
o conteúdo das cláusulas, procurando o equilíbrio nas prestações, 
respeitando o outro contratante, não traindo a confiança depositada, 
procurando cooperar, evitando o enriquecimento indevido, nas divulgando 
11 
 
infomações sigilosa, etc. 
 
Não se difere RIZZARDO (2017) das considerações já mencionados ao 
conceituar a boa-fé objetiva e a probidade como princípios básicos que orientam 
a composição de um contrato, no qual a segurança das relações jurídicas 
depende majoritariamente, da probidade e da boa-fé, ou seja, da lealdade, da 
confiança e outras questões primordiais a segurança de uma relação contratual. 
 
A respeito da boa-fé objetiva e probidade, RIZZARDO (2017, p.31) elucida: 
São estes dois princípios básicos que orientam a formação do contrato. As 
partes são obrigadas a dirigir a manifestação da vontade dentro dos 
interesses que as levaram a se aproximarem, de forma clara e autentica, 
sem o uso de subterfúgios ou intenções outros que as não expressas no 
instrumentoformalizado. 
Complementa GONÇALVES (2020, p.986) que: 
A probidade, mencionada no art. 422 do Código Civil, retrotranscrito, nada 
mais é senão um dos aspectos objetivos do princípio da boa-fé, podendo 
ser entendida como a honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de 
cumprir todos os deveres, que são atribuídos ou cometidos à pessoa. 
A segurança das relações jurídicas depende, em grande parte, da 
probidade e da boa-fé, isto é, da lealdade, da confiança recíproca, da justiça, da 
equivalência das prestações e contraprestações, da coerência e clarividência dos 
direitos e deveres, conforme RIZZARDO (2017). 
 
O princípio da boa-fé, em sua forma objetiva, consiste em uma norma 
fundamental para as relações contratuais. A boa fé objetiva pode ser classificada 
como um comportamento honesto dos contratantes, e por está razão apresenta-
se implícita em qualquer negócio jurídico, portanto não vincula obrigatoriedade de 
expressão no instrumento para que, somente assim gere deveres anexos e 
laterais aos contratantes. 
 
Nas palavras de TARTUCCE (2017, p.417): 
 
A boa-fé objetiva é a exigência de conduta leal dos contratantes, está 
relacionada com os deveres anexos ou laterais de conduta, que são ínsitos 
a qualquer negócio jurídico, não havendo sequer a necessidade de 
previsão no instrumento negocial. 
 
12 
 
Estes deveres anexos ou laterais são aqueles mencionados anteriormente 
pelos demais doutrinadores, como os exemplos já ditos: dever de respeito, dever 
de informar a outra parte sobre o conteúdo do contrato, de agir conforme a 
confiança depositada, dever de lealdade e probidade bem como o dever de 
honestidade, entre outros. A quebra de qualquer um desses deveres anexos gera 
a violação positiva do contrato, o que acarreta a responsabilidade civil objetiva 
daquele que desrespeita a boa-fé objetiva. 
O princípio da boa-fé objetiva exige que as partes se comportem de forma 
digna não somente durante as tratativas do contrato, mas também durante a fase 
de formação e cumprimento do contrato. 
A respeito da boa – fé na responsabilidade civil pré-contratual e pós- 
contratual, o doutrinador e jurista LÔBO (2020, p.87) relata: 
 
A melhor doutrina tem ressaltado que a boa-fé não apenas é aplicável à 
conduta dos contratantes na execução de suas obrigações, mas também 
aos comportamentos que devem ser adotados antes da celebração (in 
contrahendo) ou após a extinção do contrato (post pactum finitum). Assim, 
para fins do princípio da boa-fé objetiva, são alcançados os 
comportamentos do contratante antes, durante e após o contrato. Podem 
os intervenientes, em razão das negociações preliminares e da expectativa 
legítima de virem a concluir o negócio, fazer despesas, deixar de aproveitar 
oportunidades de ganho com terceiros, revelar fragilidades econômicas, 
jurídicas ou técnicas, fiar-se em conselhos, recomendações ou 
informações dadas pelo parceiro, tudo porque confiam no bom andamento 
das negociações e esperam vir a concluir o negócio. 
 
Conforme preceitua o art.422 do Código Civil: “Os contratantes são 
obrigados a guardar assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os 
princípios de probidade e boa-fé”. Desta forma, a boa-fé objetiva impõe as partes 
de uma relação contratual um padrão de conduta, modos de agir com probidade, 
honestidade e lealdade. GONÇALVES (2020). 
 
Esse entendimento é respaldado majoritariamente na doutrina brasileira, de 
acordo com o Enunciado n.°170 do Conselho de Justiça Federal, aprovado na III 
Jornada de Direito Cívil “a boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase 
de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência 
decorrer da natureza do contrato”. 
 
13 
 
TARTUCCE (2017, p.417) discorre a respeito da violação da boa-fé objetiva 
em uma relação contratual: 
 
Repise-se, conforme o Capítulo 3 desta obra, que, a quebra desses 
deveres anexos gera a violação positiva do contrato, com 
responsabilização civil objetiva daquele que desrespeita a boafé objetiva 
(Enunciado n. 24 do CJF/STJ). Essa responsabilização 
independentemente de culpa está amparada igualmente pelo teor do 
Enunciado n. 363 do CJF/STJ, da IV Jornada, segundo o qual: “Os 
princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a 
parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação”. O 
grande mérito do último enunciado, de autoria do Professor Wanderlei de 
Paula Barreto, é a previsão de que a boa-fé objetiva é preceito de ordem 
pública. 
Complementa DINIZ (2017, p.54) que “se um dos contratantes não vier a 
cumprir seu dever, estará ofendendo a boa-fé objetiva, caracterizando o 
inadimplemento do ato negocial, independentemente de culpa”. 
É o mesmo entendimento de COELHO (2020, p.29) 
 
Se o contratante não age de boa-fé – nas negociações ou na execução do 
contrato –, ele descumpre uma obrigação imposta pela lei. Incorre, 
portanto, num ato ilícito. As consequências do descumprimento do dever 
geral de boa-fé objetiva, portanto, são as mesmas de qualquer ilicitude: o 
outro contratante tem direito à indenização pelos prejuízos que sofrer. Quer 
dizer, se não houver expressa previsão contratual prevendo a resolução do 
contrato, a ausência de boa-fé de um contratante não implica a 
desconstituição do vínculo. Na lei, não é prevista a revisão ou extinção do 
contrato pela desobediência do dever geral de boa-fé, mas apenas a 
responsabilidade civil subjetiva do contratante de má-fé (CC, arts. 186, 422 
e 927 combinados). 
Nesse sentido, a jurisprudência também reconhece que a violação positiva do 
contrato e não cumprimento dos deveres laterais permite que seja cabível a 
responsabilização da parte ofensora, conforme decisão proferida pelo Tribunal de 
Justiça do Distrito Federal: 
 
CIVIL. PROCESSO CIVIL. CONTRATO DE SEGURO. VEÍCULO SINISTRADO. 
DANO TOTAL. PAGAMENTO DO SEGURO. REGISTRO DE TRANSFERÊNCIA PARA 
A SEGURADORA. AUSÊNCIA. DÉBITOS EM NOME DA SEGURADA. INSCRIÇÃO 
NA DÍVIDA ATIVA. COMPROVADA. DANO MORAL. CONFIGURADO. 1. Em uma 
relação jurídica, os contratantes devem pautar-se em certo padrão ético de 
confiança e lealdade, em atenção ao princípio da boa-fé, que orienta as atuais 
relações negociais pela probidade, moralidade e honradez. Comprovada a 
violação positiva do contrato, com patente desrespeito ao seu conteúdo ético, 
cabível a responsabilização da parte ofensora. 2. A Apelante alega não ser 
responsável pela multa imposta ao proprietário do veículo na cidade de João 
Pinheiro-MG, no dia 08.01.2017, pois o veículo estava parado no pátio em 
Aparecida de Goiânia-GO, desde o dia 21/01/2016. Contudo, é do adquirente a 
responsabilidade por todas as multas impostas ao proprietário do veículo após 
a transferência do bem, sendo estranho a esse processo eventual erro no 
lançamento de multa por órgão administrativo de trânsito. 3. Conforme 
14 
 
demonstrado, a propriedade do veículo não deveria mais estar registrada em 
nome da Apelada mas da Apelante, uma vez que esta cumpriu com todo o 
procedimento de transferência do bem alienado, tudo de acordo com o 
previsto no Código de Transito Brasileiro, disposto no artigo 126, parágrafo 
único, e inclusive com a Circular SUSEP nº 269/2004 (art. 8º) 4. A inércia da 
Apelante em providenciar a regular transferência de titularidade do veículo e 
corrigir os problemas gerados para a Apelada não resultaram apenas em 
aborrecimentos, mas danos efetivos, ferindo sua dignidade e honra, com nome 
inscrito em Dívida Ativa, por consequência, ficando impossibilitada de abrir 
contas, tomar empréstimos na rede bancária, de utilizar o limite do seu cheque 
especial, tendo bloqueada a restituição do Imposto de Renda. 5. Dessa forma, 
o valor determinado na decisão, de R$ 7.000,00 (sete mil reais), é justo diante 
da situação fática demostrada, extensão do abalo imaterial sofrido e as 
condições econômicas do agente causador do dano, não merecendo qualquer 
reparo e não constituindo alegadoenriquecimento ilícito. 6. Os juros de mora 
na responsabilidade civil contratual fluem a partir da citação, conforme artigo 
405 do Código Civil Brasileiro. 7. Negou-se provimento ao recurso. Unânime. 
(BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Acórdão nº 
1150970, APELAÇÃO 00040397520178070001, Relator: ROMEU 
GONZAGA NEIVA, 7ª Turma Cível, data de julgamento: 13/2/2019, 
publicado no DJe: 18/2/2019). 
 
 
 É importante mencionar, ademais, que após a extinção contratual, a boa-fé 
objetiva ainda traz deveres que devem ser respeitados pelos contratantes. Exemplo 
de tal ditame é o dever de não divulgar quaisquer informações confidenciais que 
possa causar sérios prejuízos ao outro, como fórmulas ou segredos profissionais. 
AZEVEDO (2019). 
 
 Posto isto, pode-se afirmar que o princípio da boa–fé é um assunto bastante 
consolidado no âmbito jurídico brasileiro. Destarte, torna-se notável que vários 
doutrinadores adotam um posicionamento similar e concreto, diante do qual boa-fé e 
probidade são princípios essenciais para a segurança de uma relação contratual, 
sendo que o desrespeito destes princípios têm por consequência a 
responsabilização objetiva e também o inadimplemento do ato negocial. 
 
É importante salientar que o princípio da boa-fé divide-se em duas formas: 
objetiva e subjetiva. Ambas possuem características individuais e divergentes. A 
boa-fé subjetiva está presente em nosso ordenamento jurídico a partir do Código 
Civil de 1916. O referente conteúdo conceitua a boa-fé subjetiva como a 
incompreensão de um vício em uma relação contratual por falta de conhecimento 
por uma das partes, podendo ser caracterizada pela seriedade das intenções do 
contratante. Pode-se observar hipoteticamente um exemplo de situação similar na 
qual o contratante realiza um negócio jurídico confiando que o mesmo está isento 
de vícios, desta forma estando respaldado pela boa-fé subjetiva. 
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15 
 
Por outro lado, a boa-fé objetiva, conforme conceituada anteriormente, é a 
exigência de uma conduta leal dos contratantes. Neste aspecto, é uma regra de agir 
inerente a qualquer relação contratual, estando expressa no artigo 422 do Código 
Civil, sendo portanto, um princípio obrigatório para as relações contratuais. 
 
A respeito da boa-fé subjetiva e objetiva VENOSA (2017, p. 30), diz o 
seguinte: 
Como o dispositivo do art. 422 se reporta ao que se denomina boa-fé 
objetiva, é importante que se distinga da boa-fé subjetiva. Na boa-fé 
subjetiva, o manifestante de vontade crê que sua conduta é correta, tendo 
em vista o grau de conhecimento que possui de um negócio. Para ele há 
um estado de consciência ou aspecto psicológico que deve ser 
considerado. A boa-fé objetiva, por outro lado, tem compreensão diversa. 
O intérprete parte de um padrão de conduta comum, do homem médio, 
naquele caso concreto, levando em consideração os aspectos sociais 
envolvidos. Desse modo, a boa-fé objetiva se traduz de forma mais 
perceptível como uma regra de conduta, um dever de agir de acordo com 
determinados padrões sociais estabelecidos e reconhecidos. 
 
 
 A boa-fé subjetiva é um instrumento de proteção para o indivíduo que possui 
a consciência de estar agindo em conformidade com o direito, porém, no caso 
concreto não o está. Consiste em uma situação psicológica, um estado de ânimo ou 
de espírito do agente que realiza determinado ato ou vivência em dada situação, 
sem ter ciência do vício que a inquina GAGLIANO e FILHO (2020). 
 
A boa-fé subjetiva conforme leciona MELLO (2017, p.104): 
 
Na boa-fé subjetiva procura-se analisar o estado de consciência do agente 
no momento da produção do ato jurídico, ou seja, procura-se analisar as 
intenções do agente. Por exemplo, a regra do artigo 1.201 do CC 2002 
determina que “é de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o 
obstáculo que impede a aquisição da coisa”. Da mesma forma, o 
casamento putativo contraído pelo cônjuge de boa-fé, nos termos do artigo 
1.561, do Código Civil. São, pois, exemplos de boa-fé subjetiva (ou boa-fé 
psicológica). Nestes casos, o sujeito desconhece os vícios incidentes no 
próprio ato praticado 
 
Sendo assim, pode-se entender que “a boa fé subjetiva, diz respeito ao 
conhecimento ou ignorância da pessoa em relação a certos fatos, sendo levada em 
consideração pelo direito para os fins específicos da situação regulada” 
GONÇALVES (2020, p.986). 
 
A boa-fé objetiva, por outro lado, difere-se da subjetiva, pois ela consiste em 
16 
 
uma regra taxativa de comportamento, imposta pelo Código Civil de 2002. 
Conforme preceita o art. 422, do Código Civil: “Os contratantes são obrigados a 
guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé”. Desta forma, pode ser conceituar a boa-fé objetiva como uma 
regra de conduta, sendo uma cláusula geral e fundamental para as relações 
contratuais. 
 
A boa-fé objetiva, conforme explica MELLO (2017, p.105): 
 
É um padrão de conduta que representa correção, veracidade, lealdade, 
confiança, cooperação de onde decorrem as legítimas expectativas entre 
os parceiros contratuais, em todas as fases de realização do negócio 
jurídico (fase pré-contratual, contratual e pós-contratual). 
 
 E através do art. 422 que exige-se dos contratantes a observância 
obrigatória deste princípio, tanto na celebração do ato, quanto em sua execução. 
Significa dizer que, a boa-fé nos contratos refere-se à honestidade e a justiça nas 
condições estabelecidas em uma relação contratual, NADER (2018). 
 
O princípio da boa-fé objetiva é expresso no Código Civil em dois 
dispositivos além do art. 422 já citado. Está expresso no art. 113, o qual dita: “Os 
negócios devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração”. Similarmente citado no art. 187, Código Civil: “Também comete ato 
ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. 
BRASIL (2020). 
 
Em vista disso, conclui-se que a boa-fé objetiva possui uma tríplice função 
reconhecida, a de saber, a de atuar como forma de interpretação e a de integração 
nos contratos, sendo esta última a função de fonte normativa de deveres jurídicos. 
 
A primeira função do princípio da boa-fé objetiva está prevista no artigo 113 
do Código Cívil de 2002. Neste dispositivo a boa-fé é consagrada como meio 
auxiliador do aplicador o direito para a interpretação dos negócios da maneira mais 
favorável a quem esteja de boa-fé, devendo o julgador ser guiado pela boa-fé das 
partes ao proferir sua decisão, TARTUCCE (2020). 
17 
 
Em todas as fases contratuais, a boa fé objetiva é um fator fundamentalde 
interpretação. Avalia-se, portanto, a responsabilidade pré-contratual e a pós-
contratual, sempre sob os pareceres da boa-fé. O intérprete, por conseguinte, em 
qualquer relação contratual, deve interpretá-la prioritarimente sob os ditames da 
boa-fé, somente depois sobre o conteúdo do negócio jurídico. 
 
Nas palavras de GAGLIANO e FILHO (2020, p.100), “guarda, pois, essa 
função, íntima conexão com a diretriz consagrada na regra de ouro do art. 5.º da Lei 
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, segundo a qual o juiz, ao aplicar a 
lei, deve atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum”. 
 
A segunda função está prevista no art.187 do Código Cívil, sendo esta, a 
função de controle dos limites do exercício de um direito. Desse modo, prevê que 
aquele que contraria a boa-fé objetiva comete abuso de direito. Nas palavras de 
COELHO (2020, p.29), “Se o contratante não age de boa-fé – nas negociações ou 
na execução do contrato –, ele descumpre uma obrigação imposta pela lei. Incorre, 
portanto, num ato ilícito.” 
 
Nesse entendimento, SOUZA esclarece (2009, apud SLAWINSKI, 2002 
p.154-155) que: 
A função controladora da boa-fé tem sua importância sobre tudo nas 
condições gerais de contratação que marcam o direito contratual 
contemporâneo, cujos excessos devem ser controlados. Neste caso, o 
princípio da boa-fé funciona como mecanismo de limitação aos direitos 
subjetivos, realizando um controle relativamente aos atos que 
compreendam o exercício abusivo de direito, não adimitindo os que 
ultrapassem os limites impostos pela boa-fé. 
 
Complementa RIZZARDO, (2015, p.75) afirmando que: 
 
Na sua função de controle, limita o exercício dos direitos subjetivos, 
estabelecendo para o credor, ao exercer o seu direito, o dever de ater-se 
aos limites, traçados pela boa-fé, sob pena de uma atuação antijurídica, 
consoante previsto no art. 187 do Código Civil brasileiro de 2002. Evitase 
assim, o abuso de direito em todas as fases da relação jurídica 
obrigacional, orientando a sua exigibilidade (pretensão) ou o seu exercício 
coativo (ação)”.57 
 
Essa função, portanto, corresponde à limitação ao exercício de direito e é 
18 
 
utilizada para corrigir eventuais cláusulas abusivas que venham ser celebradas em 
um negócio jurídico. 
 
Por fim, o artigo 422 do Código Cívil de 2002, depara a função integrativa da 
boa-fé objetiva relacionada à observância da aplicação de tal princípio em todas as 
fases negociais, bem como, da exigência de conduta leal dos contratantes, 
devendo os mesmos obedecerem aos deveres anexos ou laterais da conduta 
presentes em todos os negócios jurídicos. 
 
A respeito dos deveres de conduta em negócio jurídico, NELSON E 
ROSENVALD (2017, p.182) explicita que: 
 
Os deveres de conduta são emprestados pela boa-fé ao negócio juridico, 
destinando-se a resguardar o fiel processamento da relação obrigacional 
em que a prestação se integra. Eles incidem tanto sobre o devedor como 
sobre o credor, mediante resguardo dos direitos fundamentais de ambos, a 
partir de uma ordem de cooperação, proteção e informação, em via de 
facilitação do adimplemento. 
 
Desta forma, desde os primeiros atos praticados pelas devidas partes de um 
negócio jurídico, ambos devem sempre manter a sua lealdade, a confiança de 
forma recíproca, a assistência, a informação, o sigilo, cumprindo suas devidas 
obrigações, primando pelo respeito ao que foi acordado. Objetiva-se, desta forma, a 
fiel realização da relação contratual sem provocar resíduos ou situações de 
enriquecimento indevido. AZEVEDO (2019, p.36). 
 
A respeito da função de integração da boa-fé objetiva, RIZZARDO (2015, 
p. 73) : 
A função integrativa da boa-fé, tendo por fonte o art. 422 do Código 
Civil brasileiro, permite a identificação concreta, em face das 
peculiaridades próprias de cada relação obrigacional, de novos 
deveres, além daquelas que nascem diretamente da vontade das 
partes. Ao lado dos deveres primários da prestação, surgem os 
deveres secundários ou acidentais da prestação e, até mesmo, 
deveres laterais ou acessórios de conduta. 
 
E conforme complementa MELLO (2017), a conduta de cooperação entre as 
partes deve observar, o respeito aos deveres anexos em todas as fases 
contratuais, inclusive, sem perda de efeitos cabíveis após a finalização do contrato. 
19 
 
Em razão da cláusula geral da boa-fé objetiva, os contratantes devem tanto 
nas negociações, como na execução do contrato, mutúo respeito quanto aos 
direitos da outra parte, pois essa é a função integrativa da boa-fé objetiva. COELHO 
(2020). 
 
3 METODOLOGIA 
 
 
A pesquisa pode ser classificada em quatro aspectos: i) quanto à natureza; 
ii) quanto à forma de abordagem do problema; iii) quanto aos objetivos; e iv) 
quanto aos procedimentos técnicos. 
 
Começando pelo ponto de vista de sua natureza, a pesquisa pode ser 
básica ou uma pesquisa aplicada. A pesquisa básica, conforme SILVA E 
MENEZES (2005), é aquela com o objetivo de gerar novos conhecimentos para o 
avanço da ciência em geral, sem uma aplicação prática e prevista. Em outras 
palavras, é aquela que envolve verdades e interesses universais. A pesquisa 
aplicada, ao contrário da anteriormente conceituada, tem como objetivo gerar 
conhecimentos a aplicação prática direcionada a um determinado problema 
científico, envolvendo verdades e interesses locais. 
 
Do ponto de vista relacionado à forma de abordagem do problema, a 
pesquisa pode ser classificada em dois tipos: pesquisa quantitativa e pesquisa 
qualitativa. 
 
A respeito da pesquisa quantitativa MORESI (2003, p.8) conceitua que: 
 
Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que 
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e 
analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas 
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de 
correlação, análise de regressão, etc.). 
 
Desta forma, pode se dizer que, a pesquisa quantitativa é aquela feita por 
meio de recursos e de técnicas de estatísticas, traduzem-se todas as opiniões e 
informações em números quantificáveis, visando-se tornar tangível a análise por 
meio de porcentagem, média, moda e demais recursos e técnicas disponíveis 
para tal. 
20 
 
Já a pesquisa qualitativa não pode ser traduzida em números e não requer 
uso de métodos e técnicas de estatísticas, visto que a mesma é feita por uma 
relação entre o mundo real e o sujeito em que vive nele. 
 
As palavras de SILVA E MENEZES (2005 p.20) sintetizam claramente tal 
conceito da seguinte forma: “Um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a 
subjetividade do sujeito, que não pode ser traduzido em números”. É uma forma 
de pesquisa onde o ambiente natural é a chave para a coleta de dados e o 
processo e seu significado são os principais focos de abordagem. 
 
Quanto aos objetivos SILVA E MENEZES (2005) classificam a pesquisa 
em três formas: a) pesquisa exploratória, b) pesquisa descritiva e c) pesquisa 
explicativa. Cabe distinguir que a pesquisa exploratória é o tipo de pesquisa onde 
se utiliza de pesquisas bibliográficas e estudos de casos para compreender o 
problema pesquisado. O intuito é disponibilizar uma maior familiaridade com o 
próprio problema para torná-lo explícito ou para construir hipóteses sobre o 
mesmo. 
 
Já a pesquisa descritiva conforme explica GIL (2002, p.42): 
 
[...] têm como objetivo primordial a descrição das características de 
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de 
relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser 
classificados sob este título e uma de suas características mais 
significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de 
dados, tais como o questionário e a observação sistemática. 
 
É aquela em que expõe as características de um fenômeno ou de uma 
população por meio de técnicas específicas, comoo questionamento e a 
observação sistemática. Este tipo apresenta a forma de um levantamento de 
dados. 
 
E por último a pesquisa explicativa: neste caso aprofunda-se e tem como 
objetivo identificar certos fatores que determinam ou são cúmplices para a 
ocorrência de certos fenômenos. Nas palavras de Silva e Menezes (2005 p. 21) 
“aprofunda o conhecimento da realidade porque explica, a razão, o ‘porquê’ das 
coisas”. 
21 
 
Para Silva e Menezes (2005) é possível que a classificação da pesquisa 
ocorra em relação aos procedimentos técnicos, sendo dividida em seis diferentes 
formas: pesquisa bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudos 
de casos e pesquisa expost-facto. 
A pesquisa bibliográfica é a utilizada para a composição do atual projeto de 
pesquisa nos seguintes moldes: visa-se elaborar o presente projeto tendo como 
fonte o material que já foi publicado, ou seja, o acervo de livros, artigos científicos 
e também materiais disponibilizados via internet. 
 
Em conclusão, o procedimento metodológico deste artigo pode ser 
classificado quanto a sua natureza como uma pesquisa básica; quanto à forma da 
abordagem de problemas, pode ser classificado como uma pesquisa qualitativa e 
quanto aos objetivos, como pesquisa descritiva. Por fim, o procedimento técnico 
elegido é a pesquisa bibliográfica, visando apontar qual é a melhor solução para o 
problema levantado a partir de consultas de livros e artigos jurídicos. 
 
4- CRONOGRAMA 
 
 
QUADRO I – CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES 
Atividades Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
Revisão da 
metodologia 
 X 
Definição do 
tema 
 X 
Pesquisa 
bibliográfica 
inicial 
 X 
Elaboração do 
Projeto 
 X X 
Pesquisa 
bibliográfica 
 X X 
Aplicação 
instrumento de 
coleta de dados 
 X 
22 
 
Redação X 
Entrega do TCC X 
Defesa da 
Banca 
 X 
Elaborado por: (Thiago Martins Moreira 2020) 
 
 
5 REFERENCIAS 
 
 
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Curso de direito civil: teoria geral dos contratos/ 
Álvaro Villaça Azevedo. - 4. ed.-São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
 
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União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 15 
de outubro de 2020. 
 
BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Acórdão nº 1150970, 
APELAÇÃO 00040397520178070001, Relator: ROMEU GONZAGA NEIVA, 7ª 
Turma Cível, data de julgamento: 13/2/2019, publicado no DJe: 18/2/2019. 
 
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: contratos, volume 3 [livro 
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MATTOS, Karina Denari Gomes de. A aplicação do princípio da boa-fé nas 
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Stolze; Rodolfo Pamplona Filho. – Coleção Novo curso de direito civil volume 4 – 3. 
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- 4. ed. - São Paulo : Atlas, 2002 
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https://www.conjur.com.br/2007-out-06/aplicacao_principio_boa-fe_relacoes_contratuais
https://www.conjur.com.br/2007-out-06/aplicacao_principio_boa-fe_relacoes_contratuais
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http://www.inf.ufes.br/~pdcosta/ensino/2010-2-metodologia-de-pesquisa/MetodologiaPesquisa-Moresi2003.pdf
23 
 
esquematizado / Carlos Roberto Gonçalves. - Coleção esquematizado / 
coordenador Pedro Lenza volume 1 – 10. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. 
FARIAS, Cristiano Chaves de. Curso de direito civil: contratos I Cristiano 
Chaves de Farias, Nelson Rosenvald- 7. ed. rev~ e atual.- Salvador; Ed. 
JusPodivm, 2017 
LÔBO, Paulo: Boa-fé entre o princípio jurídico e o dever geral de conduta 
obrigacional. 26 de fevereiro de 2018. Disponível em: 
http://genjuridico.com.br/2018/02/26/boa-fe-do-administrado-e-do-administrador-
como-fator-limitativo-da-discricionariedade-administrativa/. Acesso em: 5 de 
novembro de 2020. 
LÔBO, Paulo. Contratos / Paulo Lôbo. - Coleção Direito civil volume 3 – 6. ed. 
São Paulo : Saraiva Educação, 2020. 
MARTINEZ, Vinicius. Deveres laterais decorrentes da boa-fé objetiva / Vinícius 
Martinez. Fundação Educacional do Município de Assis – Fema - Assis, 2013. 
Disponível em: https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0911300958.pdf 
Acesso em: 15 de outubro de 2020. 
 
NADER, Paulo. Curso de direito civil, volume 3: contratos / Paulo Nader. – 9. 
ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
 
SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de 
dissertação/Edna Lúcia da Silva, Estera Muszkat Menezes. – 4. ed. rev. atual. – 
Florianópolis: UFSC, 2005. 138p. 1. Pesquisa – Metodologia. I. Menezes, Estera 
Muszkat. II. Título 
 
RIZZARDO, Arnaldo, 1942- Contratos / Arnaldo Rizzardo – 16. Ed. rev., atual. e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
 
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. 7. ed. 
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017. 
 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos / Sílvio de Salvo Venosa. – 17. 
ed.– São Paulo: Atlas, 2017. (Coleção Direito Civil; 3) 
 
VENOSA, Sílvio de Salvo Direito civil: contratos / Sílvio de Salvo Venosa. –20. ed. 
– São Paulo: Atlas, 2020. 
 
 
 
. 
 
 
 
 
http://genjuridico.com.br/2018/02/26/boa-fe-do-administrado-e-do-administrador-como-fator-limitativo-da-discricionariedade-administrativa/
http://genjuridico.com.br/2018/02/26/boa-fe-do-administrado-e-do-administrador-como-fator-limitativo-da-discricionariedade-administrativa/
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0911300958.pdf
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
PLANO PROVISÓRIO DE PESQUISA (SUMÁRIO) 
 
 
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 
1 PRINCIPIOS CONTRATUAIS................................................................................ 
1.2 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE..................................................... 
1.3 PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIO............................................................ 
1.4 PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE EFEITOS DO CONTRATUAIS........................ 
1.5 PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL...................................................................... 
2 A BOA FÉ EM MATÉRIACONTRATUAL........................................................... 
 2.1 A BOA-FÉ COMO UM PRINCÍPIO JURÍDICO.................................................. 
 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA BOA-FÉ.............................................................. 
 2.2 BOA-FÉ NO DIREITO BRASILEIRO................................................................. 
 2.3 A BOA-FÉ SUBJETIVA...................................................................................... 
 2.4 A BOA-FÉ OBJETIVA........................................................................................ 
 3 FUNÇÕES DA BOA-FÉ OBJETIVA...................................................................... 
 3.1 FUNÇÃO INTERPRETATIVA............................................................................ 
 3.2 FUNÇÃO DE CONTROLE................................................................................. 
 3.3 FUNÇÃO INTEGRATIVA................................................................................... 
 3.3.1 BOA-FÉ OBJETIVA NAS FASES CONTRATUAIS......................................... 
 3.3.2 RESPONSABILIDADE CIVIL DA BOA-FÉ OBJETIVA.................................. 
 4 CONCLUSÃO........................................................................................................ 
 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A boa–fé é um princípio perceptível desde os primórdios da humanidade. 
À medida que houve evolução humana nas organizações da sociedade, foi 
sendo estabelecidos conceitos e regras que possibilitam uma convivência 
saudável entre todos os indivíduos. Deste modo, viver honestamente, não lesar 
a ninguém e dar a cada o que é seu por direito, são exemplos de atitudes 
conceituadas como fundamentais em todas as esferas sociais e representativas 
referentes ao conceito da própria boa – fé. 
 
Em nosso ordenamento jurídico, a boa-fé aparece no Código Civil de 
1916 apenas na sua forma subjetiva. A boa-fé subjetiva relacionada com 
relações contratuais, pode ser conceituada como a ignorância ou 
desconhecimento de um vício negocial por parte de um dos contratantes. Neste 
contexto, cabe ressaltar que com o passar dos anos houve uma larga expansão 
econômica no Brasil, resultando crescente ampliação nas relações contratuais, 
e na consequente inclusão do aspecto objetivo da boa–fé em nosso 
ordenamento jurídico. Foi mediante o Código Civil de 2002 em seu Artigo 422 
que ficou expresso em nossa legislação o princício da boa-fé objetiva. Sua 
precisão menciona que “os contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e 
boa-fé”, sendo assim uma exigência de uma conduta legal por parte dos 
contratantes em uma relação contratual. 
 
Desta forma, a boa-fé objetiva integrou na confecção das relações 
contratuais tornando-se um princípio fundamental para a elaboração dos 
contratos, anexando deveres e regras que devem ser obedecidas e respeitadas 
por todas as partes no decorrer de todas as fases contratuais. Sendo assim, por 
intermédio do Código Civil de 2002 surgiu a função integrativa da boa-fé objetiva 
nas relações contratuais. 
 
Devido sua extrema importância, a boa-fé pode ser conceituada como um 
princípio que deve ser considerado em todas as relações jurídicas e sociais. 
27 
 
Princípio este que se relaciona com a própria conduta social de cada indivíduo, 
assim, por sua notável relevância torna-se cada vez mais importante o estudo do 
presente tema. A análise de tal deve ser apresentada de forma clara e efetiva 
desde sua evolução em nosso ordenamento, até a sua integração e aplicação 
nas diversas fases das relações contratuais, visto que se trata de um princípio 
fundamental, o qual rege o comportamento das partes, havendo consequências 
punitivas para aqueles que o desobedece. 
 
O princípio da boa-fé contratual é um assunto discutido e consolidado 
doutrinariamente no âmbito jurídico, pois se trata de um princípio fundamental 
para as confecções das relações contratuais e negócios jurídicos. Contudo, 
surge a presente problemática análisada: Qual a função integrativa ou 
integradora do princípio da boa-fé objetiva e subjetiva nas relações contratuais? 
Em quais fases contratuais que se deve respeitar o princípio da boa-fé? Quais 
são as punições para a elaboração de um contrato que inobserva e fere o 
princípio da boa-fé objetiva? 
 
O Objetivo do presente estudo consiste em apresentar e discorrer a 
respeito da função integrativa do princípio da boa–fé contratual em suas 
diferentes formas. Aborda aspectos relacionados à forma objetiva e subjetiva do 
tema supracitado, assim como busca demonstrar sua importância e aplicação 
nas relações contratuais com base no Código Civil e na própria Constituição da 
República Federativa do Brasil (CF/88). 
 
O procedimento metodológico utilizado, pode ser classificado quanto a 
sua natureza como uma pesquisa básica, quanto a forma da abordagem de 
problemas seria uma pesquisa qualitativa e quanto aos objetivos se classifica 
como pesquisa descritiva, e, por fim, o procedimento técnico optado é a 
pesquisa bibliográfica, visando apontar qual é a melhor solução para o problema 
levantado.

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