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Mobilidade funcional A mobilidade funcional pode ser definida como a habilidade físico-motora de realizar movimentos que permitam autonomia e independência. A avaliação da mobilidade é caracterizada por incluir estímulos mais específicos para agilidade e equilíbrio, a partir da combinação de várias ações cotidianas. Avaliar a mobilidade funcional é importante porque ela está intimamente ligada com o risco de queda, algo que impacta negativamente a vida do idoso e a sua capacidade funcional. E é preciso levar em consideração que as quedas constituem o principal problema de cuidado à saúde da população idosa. Aproximadamente 30% dos indivíduos com mais de 65 anos de idade caem ao menos uma vez por ano, dos quais a metade de forma recorrente. Alterações na mobilidade são problemas comuns entre os idosos, as quais levam à limitação na realização das atividades da vida diária. A fisioterapia presta um papel muito importante nesse contexto e as suas intervenções ajudam para que o idoso seja mais independente.Conhecer os idosos que são mais vulneráveis é essencial para uma intervenção eficaz, por isso questionários e testes são aplicados para se obter essas informações. Investigar sobre a existência de quedas anteriores e onde elas ocorreram é importante para a identificação de idosos mais vulneráveis. · Testes de avaliação da mobilidade funcional: - Timed Up and Go (TUG): é um teste utilizado para avaliar a mobilidade funcional do indivíduo, por meio da análise do equilíbrio sentado, transferências de sentado para de pé, estabilidade na deambulação e mudança do curso da marcha, sem a utilização de estratégias compensatórias. Esse teste baseia-se em avaliar a velocidade de execução em levantar de uma cadeira com braços, caminhar três metros à frente, virar, caminhar de volta e sentar na cadeira, caracterizando, assim, um conjunto de ações tipicamente rotineiras, fundamentais para mobilidade independente. O desempenho é afetado pelo tempo de reação, força muscular dos membros inferiores, equilíbrio e a facilidade da marcha. O sujeito inicia sentado em uma cadeira, com as costas apoiadas no encosto e braços relaxados sobre as coxas. Quando o teste começar, o sujeito levanta, caminha por 3 metros, gira parado e retorna à posição sentada. Os Guidelines do National Institute of clinical Evidence indica a avaliação em 4 categorias: 1. Até 10 segundos – desempenho normal para adultos saudáveis. Baixo risco de quedas; 2. Entre 11 e 20 segundos – Normal para idosos frágeis ou com debilidade, mas que se mantêm independentes na maioria das atividades de vida diária. Baixo risco de quedas; 3. Entre 21 e 29 segundos – Avaliação funcional obrigatória. Indicado abordagem específica para a prevenção de queda. Risco de quedas moderado; 4. Maior ou igual a 30 segundos – Avaliação funcional obrigatória. Indicado abordagem específica para a prevenção de queda. Alto risco de quedas. - O teste de caminhada em volta de dois cones: é um teste de mobilidade similar ao TUG, mas apresenta uma dinâmica mais intensa.O teste consiste em avaliar o tempo em que o avaliado completa duas vezes a prova que consiste em: levantar de uma cadeira, caminhar 1.8 metros até um cone situado a direita, contorna-lo, retornar a cadeira, sentar-se e repetir a mesma ação, em direção a outro cone situado a esquerda e voltar ao assento. - Rogers Modular Obstacule Course: é composto de nove estações. Além da transposição de degraus e planos inclinados, esse teste também desafia o participante a caminhar o mais rápido possível sobre tapetes de diversas densidades e caminhar em ziguezague entre cones. Lamoureux também propôs um teste com quatro estações que simulasse a caminhada do cotidiano do idoso, com a inclusão de degraus, plano inclinado e outros obstáculos considerados comuns no ambiente dosidosos, realizados com uma velocidade costumeira e confortável. Busca-se determinar o tempo gasto para completar o percurso todo, bem como de cada estação, possibilitando, assim, discernir sobre quais ações cotidianas específicas podem estar em déficit. O desempenho no teste pode ser influenciado por um programa de exercícios resistidos indicando, assim, possibilidade de identificação de alterações funcionais via intervenções com base em exercícios. Referências ACCIOLY, M. F. et al. Exercícios físicos, mobilidade funcional, equilíbrio, capacidade funcional e quedas em idosos. ConScientiae Saúde, v. 15, n. 3, p. 378-384, ago/2016. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/index.php?journal=saude&page=article&op=view&path%5B%5D=6338&path%5B%5D=3364. Acesso em: 11 set. 2020. SILVA, L. G. 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