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Contabilização dos Efeitos dos Ajustes da Demonstração do Lucro Real I APRESENTAÇÃO Na apuração do resultado tributável, devem ser observadas as regras trazidas pela legislação fiscal. As diferenças entre o lucro contábil e o lucro tributável podem ser temporárias ou permanentes. As diferenças são temporárias quando os seus efeitos fiscais são suscetíveis de compensação em período(s) seguinte(s) ou que constituem compensações de período(s) anterior(es). Já as diferenças entre a base fiscal e a contabilística são permanentes quando os efeitos fiscais não são suscetíveis de compensação em período(s) seguinte(s) ou que não constituem compensações de períodos anteriores. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai estudar a Contabilização dos Efeitos dos Ajustes da Demonstração do Lucro Real I, ou seja, as adições permanentes e temporárias e as exclusões permanentes e temporárias. Bons estudos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os conceitos dos ajustes fiscais da demonstração do Lucro Real.• Apurar com exatidão os resultados de um determinado período, para fins de apuração do IRPJ e da CSLL. • Identificar quais as obrigações acessórias geram uma empresa optante pelo regime Lucro Real. • DESAFIO O cálculo das antecipações mensais e/ou ajuste anual com base na contabilidade deve ser feito através da escrituração do LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real). A partir do resultado societário antes do cálculo dos impostos (LAIR), deve-se, com base na legislação tributária, realizar os ajustes necessários para que se obtenha o resultado fiscal (Lucro Real ou Prejuízo Fiscal). Este resultado fiscal é ajustado por adições de despesas não dedutíveis e exclusões de receitas não tributáveis, de acordo com o Decreto no 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). Tendo como base as informações acima: 1) Explique quais são as adições para ajustar o Lucro Líquido. 2) Explique quais são as exclusões e as compensações. INFOGRÁFICO Com o infográfico, você poderá compreender os conceitos e os exemplos da Contabilização dos Efeitos dos Ajustes da Demonstração do Lucro Real para que possa aplicar e executar com êxito. CONTEÚDO DO LIVRO A identificação do Lucro Real da empresa se dá pela apuração do lucro líquido de cada período de apuração com os devidos critérios das leis comerciais. Assim as empresas que optam ou são obrigadas a se declararem pelo Lucro Real poderão apurar o lucro e recolher o IRPJ e a CSLL anualmente ou trimestralmente, ficando a critério da empresa o seu período de apuração. Você entenderá melhor o que foi apresentado, acompanhando a leitura do capítulo 16 Contabilização dos Efeitos dos Ajustes da Demonstração do Lucro Real I do livro "Contabilidade Tributária". CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Ramon Alberto Cunha de Faria As empresas podem optar geralmente pelos seguintes regimes tributários: Lucro real. Lucro presumido. Lucro arbitrado – geralmente imposto pelo fisco. Simples nacional. O regime tributário mais completo e complexo é o lucro real, no qual as empresas deverão apurar seu lucro líquido contábil com observância das Leis nº 6.404/78 e 11.638/2009, ambas leis que regem as sociedades por ações. Ajustados após o lucro líquido contábil das adições, exclusões e compensa- ções demonstrados no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), no qual está prescrito o regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999). A finalidade do lucro real é servir de base cálculo para a apuração do IR e da contribuição social. São obrigados a optar pelo regime tributário do lucro real as seguintes situações: Atividades empresariais que sejam de instituições financeiras – bancos comerciais, sociedades de créditos mobiliários e quaisquer entidades de fomento de crédito mercantil. As empresas que obtiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital que provenham do exterior. As empresas que se beneficiem de alguns incentivos fiscais como, SU- DENE, SUDAM entre outros. As empresas que no decorrer do ano de pagamento do IR e da contri- buição social pelo regime de estimativa, conforme disciplina o artigo 2º da Lei nº 9.430/1996. Empresas que prestem serviços descritos em seu contrato social de Factoring. Há outros requisitos a serem observados pela legislação tributária, mas o mais importante é o limite da receita bruta anual para fins fiscais. O LALUR é um livro estritamente fiscal, disciplinado pelo RIR, mais especi- ficamente em seu artigo 262. Hoje o LALUR está representado pela escrituração contábil fiscal (ECF), um dos módulos de cruzamento de informações operado pelo sistema de es- crituração pública digital – SPED, em que foi extinta a antiga declaração de informações econômico-fiscais da pessoa jurídica (DIPJ), dando lugar a nova obrigação acessória ECF, cruzando todas as informações no que tange a apu- ração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Seu modelo foi aprovado pela Instrução Normativa SRF nº 28/78, que es- tabelece seus parâmetros e divide o livro em duas partes: Parte A – realiza-se os lançamentos de ajustes ao lucro líquido contábil, em que as despesas e valores excluídos da apuração do lucro real corres- pondem ao mesmo período de contabilização e para fins fiscais. Caso em eventos futuros venha a ocorrer a tributação o lançamento, terá sempre caráter de indedutibilidade do valor da apuração do lucro real. Parte B – realiza-se os lançamentos dos valores que afetarão a apu- ração do lucro real em períodos futuros, como a ocorrência de preju- ízos físicas, equivalência patrimonial, dividendos recebidos e etc. As adições são acréscimos aos valores do lucro líquido contábil e, para fins fiscais, não é permitida sua dedução do lucro ou consideração dos rendimentos. São exemplos de adições: Alimentação dos sócios e administradores. Multas por infrações fiscais. Brindes. Multas por infrações penais, de trânsito e outras. Exclusões são valores dedutíveis do lucro líquido para fins de apuração do lucro real. São exemplos de exclusões: Os valores cuja escrituração contabilmente não tenha sido dedutível do lucro líquido e que, por força da legislação tributária, poderão ser. Os rendimentos, receitas e quaisquer ganhos que foram computados para apuração do lucro líquido e, pelo RIR, deverão ser excluídos para fins de apuração do lucro real. O prejuízo fiscal apurado em períodos anteriores poderá ser compensado com lucros futuros, limitados a 30% do lucro líquido, ajustado pelas adições e exclusões, desde que a empresa mantenha o controle dos prejuízos fiscais uti- lizados em livro próprio, conforme exigidos pela legislação tributária. As adições permanentes são acréscimos de valores ao lucro real que serão indedutíveis, mesmo que o evento aconteça em períodos futuros. As adições são valores representados por despesas que estão contabili- zadas, porém indedutíveis para apuração do lucro real, nessa situação, os va- lores que serão adicionados no cálculo do lucro real serão demonstrados no LALUR e ajustados para o cálculo. Temos como exemplo das adições permanentes: Brindes – despesas contabilizados dedutível para fins contábeis, porém adicionadas ao lucro real – fiscal, sendo considerado dedutível seu valor do lucro real. Aplica-se ao cálculo do IRPJ e a CSLL. Resultado negativo equivalência patrimonial – despesas contabilizadas e dedutíveis para fins contábeis, porém adicionadas ao lucro real – fiscal, sendo considerado dedutível seu valor de lucro real. Aplica-se ao cálculo do IRPJ e a CSLL. Multas punitivas e por infrações de trânsito – despesas contabili- zadas dedutíveis para fins contábeis, porém adicionadas ao lucro real – fiscal, sendo considerado dedutível seu valor de lucro real. Aplica-se somente ao cálculo do IRPJ, sendo dedutível para fins de cálculo da CSLL. Convênio médicos dos sócios e diretores – despesas contabilizados de- dutível para fins contábeis, porém adicionadas ao lucro real – fiscal, sendo considerado dedutível seu valor do lucro real. Aplica-se somente ao cálculo do IRPJ, sendo dedutível para fins de cálculo da CSLL. As adições e exclusões temporários estão ligadas a eventos futuros, que afe- tarão a apuração do lucro real, fazendo com que se provisione também a in- cidência do IRPJ e da CSLL diferidos, ou seja, que incidirão em períodos futuros. São valores com custos e despesas que não são dedutíveis temporaria- mente, porém em evento futuro serão excluídos da apuração do LALUR. A contabilidade se limita a registrar situações existentes factualmente à data das demonstrações financeiras e contábeis, porém, para fins fiscais, eventos futuros serão decisivos para fins de apuração do lucro real. São alguns exemplos de adições e exclusões temporárias: Depreciação acelerada incentivada – de acordo com a lei, a parcela de depreciação acelerada incentivada será excluída do lucro líquido con- tábil para fins de apuração do lucro real, e será controlada no LALUR. Provisão para contingencia trabalhista – é uma condição de uma perda real, portanto depende de eventos futuros para que sua realização acon- teça. Contudo, para fins fiscais terão de ser provisionadas as contas que afetarão a apuração do lucro real, adicionando ou excluindo valores para determinar o cálculo do IRPJ e da CSLL. Provisão para devedores duvidosos – são valores lançados na conta- bilidade, porém com efeito meramente de provisionamento, ou seja, antecipação da ocorrência de um fato, neste caso, a possível perda dos valores a receber de cliente. Essa provisão não terá impacto momenta- neamente para fins de apuração do lucro real, porém terá de ser eviden- ciada sua futura exclusão ao lucro real. As adições e exclusões serão sempre atribuídas aos lançamentos contábeis que ainda não concretizaram seus eventos para fins de tributação, mais espe- cificamente, para apuração do lucro real. Assim, não pode ser afetada a base de cálculo do imposto corrente, porém terá de ser demonstrada e controlada paralelamente por livro fiscal. O prejuízo fiscal é o resultado negativo da apuração do lucro líquido contábil mais as adições e exclusões, ou seja, despesas que o fisco não deixa deduzir do lucro e receitas que o fisco permite que seja excluída do lucro real. O valor que resulta dessa fórmula, se realiza de maneira negativa, em que as somas dos custos e as despesas fiscais ultrapassam a soma das receitas fiscais, dando, assim, um resultado chamado prejuízo fiscal. O valor que é obtido como prejuízo fiscal é considerado perante ao fisco como um resultado negativo patrimonial, e permite que a pessoa jurídica optante pelo regime tributário do lucro real realize parte do seu valor para diminuir o lucro futuro para fins de tributação do IRPJ. Para o valor do prejuízo fiscal ser abatido do lucro de um período futuro, deve-se obedecer algumas regras fiscais: Controlar em um livro extrafiscal os valores de compensação do lucro com os prejuízos fiscais. Limitar a compensação do prejuízo fiscal à 30% em relação ao lucro do período de compensação (a chamada “trava dos 30%”), em que o governo restringe a compensação de somente trinta por cento do lucro com o prejuízo fiscal. Exemplos de cálculo - prejuízo fiscal Prejuízos fiscais são valores decorrentes do resultado negativo da base de cálculo do lucro real para fins de tributação do IR e da contribuição social. O prejuízo fiscal é classificado como um ativo fiscal diferido, e o seu re- conhecimento para fins de compensação com lucros futuros deverá ser feito se for realmente reconhecido lucro futuro, por meio de uma análise minuciosa na expectativa de rentabilidade do negócio. Deverá reconhecer o ativo fiscal diferido em relação aos prejuízos fiscais sempre que for possível evidenciar um lucro futuro tributável e suficiente para compensar com os prejuízos fiscais. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Assista no vídeo alguns conceitos sobre Contabilização dos Efeitos dos Ajustes da Demonstração do Lucro Real, pois através deles é possível a aplicação dos objetivos propostos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Entende-se por Lucro Real tributável: A) É o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações previstas ou autorizadas pela legislação fiscal. B) São contribuintes e, portanto, estão sujeitas ao pagamento do Imposto de Renda da pessoa jurídica, as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas domiciliadas no País. C) É o lucro bruto do período de apuração desajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. D) As pessoas jurídicas poderão apurar o Imposto de Renda com base no Lucro Real, presumido ou arbitrado, determinado por períodos de apuração trimestral encerrado em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. E) O Lucro Real será determinado a partir do lucro líquido do período de apuração, obtido na escrituração comercial e demonstrado no LALUR. 2) Serão adicionados ao lucro líquido: A) Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração. B) Os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde que observados o limite máximo de 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária. C) Custos, despesas, encargos, perdas,provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação do Lucro Real. D) Escrituração Contábil Digital e SPED Fiscal Contábil. E) Resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o regulamento, não sejam computados no Lucro Real. 3) Os impostos calculados pela opção do Lucro Real são: A) ICMS e IPVA. B) ISSQN e ITBI. C) FGTS e INSS. D) PIS e COFINS. E) IRPJ e CSLL. 4) Serão excluídos ao lucro líquido: A) Resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser computados na determinação do Lucro Real. B) Resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados na determinação do Lucro Real. C) Poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do contribuinte, os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde que observado o limite máximo de 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária. D) Resultados negativos de 3 equivalências patrimoniais, custos e despesas não dedutíveis. E) A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no Lucro Real poderá, opcionalmente, pagar o Imposto de Renda mensalmente, determinado sobre base de cálculo estimada. Nessa hipótese, deverá fazer a apuração anual do Lucro Real em 31 de dezembro de cada ano-calendário. 5) À opção da pessoa jurídica, o IRPJ e a CSLL poderão ser pagos em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder. O valor da quota mínima é: A) Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00. B) O valor da quota deverá ser R$ 950,00. C) O mínimo da quota do IRPJ e CSLL é de R$ 800,00. D) O valor da quota máxima é de R$ 1.000,00. E) Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 500,00. NA PRÁTICA A pessoa jurídica optante pelo Lucro Real irá apurar o IRPJ a alíquota de 15% conforme legislação fiscal vigente, mais precisamente o RIR/1999. A parcela do Lucro Real ou da base de cálculo excedente ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, ficará sujeita à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento). O adicional será pago juntamente com o IRPJ a alíquota de 15%, emitida em uma única guia de recolhimento. Observe algumas das obrigações acessórias, porém não são exclusivas para o Lucro Real. Estas declarações são obrigatórias para demais formas de tributação: • DCTF periodicidade mensal; • GIA (caso a empresa venda mercadorias) periodicidade mensal; • SPED CONTÁBIL periodicidade anual; • SPED FISCAL – ICMS/IPI periodicidade mensal; • EFD CONTRIBUIÇÕES – PIS/COFINS periodicidade mensal; • ECF – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL periodicidade anual; • ECD - ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL periodicidade anual; • PER/DCOMP – (caso tenha saldo negativo – ou realizado pagamento indevido ou em duplicidade); • DIRF periodicidade anual. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Lucro Presumido - IRPJ/CSLL Como Calcular Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Apuração do Lucro Real Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! AJUSTES AO LUCRO LÍQUIDO NO LUCRO REAL - LIVRO LALUR – ADIÇÕES E EXCLUSÕES Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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