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O que é Capital

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O que é Capital? 
Para a economia capitalista, capital é o princípio e o fim, pois é o que a movimenta, o que a faz funcionar. A totalidade do capitalismo se relaciona com a mecânica de reprodução do capital que, no caso, é a circulação de bens, mercadorias e serviços, com o objetivo de gerar acumulação na sociedade. Portanto, capital é a mecânica de produção de mais valor na economia capitalista, que, por definição, é uma economia de produção de excedentes. O capital é o instrumento que permite esse acúmulo de excedentes ou, simplesmente, o acúmulo de capital, portanto, um fim em si mesmo. É o instrumento que permite a existência da economia capitalista. Longe de ser aquilo que o representa, como por exemplo, seu melhor correspondente, o dinheiro, capital não é algo físico. É o agregador do mais valor gerado na economia de mercado, portanto, é o objetivo do capitalista, sendo este o reprodutor do capital e possuidor dos meios de produção, ou seja, as ferramentas necessárias para o estabelecimento da reprodução do capital. O capital é a dinâmica que reproduz o valor na sociedade capitalista, dinâmica essa que garante a manutenção da sua característica de produção de excedentes, ou seja, que permite a existência do lucro. Sistema de produção é a maneira que a sociedade se organiza para gerar sustento e riqueza, sendo o capitalismo o sistema que tem como base o capital. Dessa forma, simplificar capital como sendo seus representantes e, até mesmo, como lucro, é não levar em consideração que nenhum desses itens, por si só, é capaz de reproduzir o valor na sociedade e omitir o papel do trabalho e do dinheiro como mercadorias excepcionais e determinantes para que ocorra todo o processo. Essas funções são determinantes para que as demais mercadorias tenham preços, e assim, possam ser trocadas no mercado, onde, somente com a circulação, há a realização do valor e, consequentemente, existência de capital. A mercadoria que possui valor e é negociada no mercado somente se transforma em representante do capital se houver troca e, a partir disso, lucro e, somente assim, havendo reprodução do capital. Um bem só representa o capital se a estrutura de produção da sociedade onde aquele se encontra for baseada neste. Dessa forma, podemos concluir que capital é uma categoria que existe somente dentro da lógica de produção capitalista, sendo fruto de um arranjo de produção, portanto, depende da existência da propriedade privada dos meios de produção em escala, da exploração do trabalho e da ocorrência de trocas comerciais para constituir valor e mais-valor social, gerando assim excedentes para os indivíduos da classe capitalista.
A partir disso
 O que é Valor?
Capital é uma dinâmica que se estabelece em uma relação dialética entre forças antagônicas, sendo essas, no sistema de produção capitalista, formadas por indivíduos em posições de classe, que se dividem em classe capitalista, composta pelos detentores dos meios de produção, e a classe trabalhadora, detentora somente da própria força de trabalho para produzir os meios necessários para a própria subsistência. O ser social é um ser histórico, produto da dialética ao qual seus antepassados estavam inseridos, logo tais posições de classe são estabelecidas historicamente. A classe capitalista organiza a superestrutura produtiva, legislativa e moral a fim de criar mecanismos que legitimem e mantenham sua posição de classe dominante. Esse ordenamento assegura a propriedade privada dos meios de produção e a organização do trabalho, de extrema necessidade para a classe dominante pois é, a partir deste, que ocorre a reprodução do capital na economia capitalista. Nessa estrutura há a dupla dependência, onde o proletário é condicionado a necessitar dos meios de produção de posse do capitalista e o capitalista condiciona essa mecânica pois depende do trabalho para a reprodução do capital. Só há capital se houver reprodução do valor, ou seja, mais valor. Portanto, a dinâmica do capitalismo cria seu próprio valor, sendo este aquilo que se apresenta como útil para a sociedade baseada em tal modo de produção. Dessa forma, valor é trabalho, “é o trabalho socialmente útil”, já que somente por meio deste é possível transformar a natureza para extrair dela maior utilidade social. O fato do capitalista ser o reprodutor do capital e este decorrer do valor social, que só possível através do trabalho executado pela classe proletária, que não acumula capital, evidencia o fato de que o mais-valor produzido pelo trabalho é apropriado pela classe dominante. O valor só se reproduz na circulação, no entanto, antes desse processo ocorrer, a mercadoria precisa ser produzida, ou seja, o trabalho é empregado antes da reprodução do valor. A partir da instituição dos indivíduos como sujeitos de direito, é estabelecida uma relação não voluntária, imposta pela materialidade, onde o capitalista contrata aqueles que só possuem a força de trabalho para subsistir. Esses indivíduos são contratados para a realização de determinado trabalho, que terá seu valor fixado pelo capitalista, e, utilizando os meios de produção do último, transformam a natureza em mercadoria ou mercadorias em outras mercadorias. No mercado a mercadoria é negociada por um preço superior ao preço pago ao proletário, essa diferença sendo apropriada pelo capitalista. As mercadorias circulam no ambiente de troca com base em seus preços, não em seus valores, pois o valor não se expressa no representante do capital, mesmo que esteja contido nele. Preços são numerários baseados em unidades de conta quantificáveis em dinheiro, de extrema necessidade para a viabilização das trocas, expressando a quantidade de dinheiro exigida para que essas ocorram. O dinheiro é uma mercadoria que tem seu valor reconhecido pelos agentes econômicos, que tem a função de viabilizar a troca, estabelecendo para duas mercadorias distintas quantificação em nível de equivalência. Antes do surgimento desse recurso era necessário que os agentes econômicos estabelecessem um acordo sobre qual mercadorias seriam trocadas, um sistema de troca simples, portanto, limitado pelos interesses e por aquilo que seus agentes dispunham para ofertar no mercado. Esse modelo de troca não é capaz de gerar mais-valor na sociedade e não necessita de exploração, portanto, não há reprodução do capital ou acumulação. O dinheiro, surgindo muito antes do capitalismo, facilita as trocas simples e apresenta-se, nesse momento histórico, apenas como um meio de troca. A partir deste, é criado o modo clássico de troca, que se baseia em um agente econômico que dispõe de uma mercadoria trocá-la por dinheiro e, então, comprar uma mercadoria da qual ele não possui (M-D-M’), sendo essa a mecânica do atual trabalhador autônomo. No capitalismo outro tipo de troca surge, cujo objetivo não é mais uma mercadoria distinta da que o sujeito possui, mas sim a reprodução do capital e, como o dinheiro é o melhor representante do capital, este se torna a finalidade da transação. Portanto, troca-se dinheiro por uma mercadoria que ao final da transação transforme-se em mais dinheiro (D-M-D’). Somente uma mercadoria cumpre essa função no capitalismo, a mercadoria trabalho. Caso um agente econômico troque dinheiro por uma mercadoria que não seja o trabalho e, posteriormente, a venda resultando em mais dinheiro, este não reproduziu o capital, não gerou capital novo, havendo apenas um jogo de soma zero onde outro agente saiu perdendo. Para haver reprodução do capital a única mercadoria capaz de cumprir essa função é o trabalho, pois é este que transforma a natureza, dando a ela maior utilidade social. Mercadoria, no capitalismo, é um bem que tenha valor social dentro da lógica desse sistema. Portanto, o trabalhador produz o valor através dos meios de produção, dos quais a propriedade foi atribuída de forma arbitrária pela superestrutura organizada pela classe dominante a um de seus membros, o capitalista, recebe parte desse valor, porém, a outra parcela é apropriada pelo último, estabelecendo assim aexploração. O valor na economia capitalista se divide em valor de uso, ou seja, a utilidade social, sendo esta proveniente da natureza humana ou criada pelo próprio sistema de vida, e o valor de troca, que é o preço. Este é determinado pelo custo de produção, que é o mais próximo do valor em termos de preço, mais a lei da oferta e da procura, a lei de mercado. Todo valor é proveniente do dispêndio de trabalho, no entanto, não é todo dispêndio de trabalho que gera valor, só reproduzindo este se for utilizado para produzir uma mercadoria. Concluindo, considerando que só trabalho produz valor e somente ele é comum a todas as mercadorias, este podendo ser quantificado através apenas do tempo, logo “valor é aferido em tempo de trabalho socialmente útil” e atua sobre os preços unicamente como como tendência.

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