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A resposta imune adaptativa é mediada pelos linfócitos e seus produtos. Os linfócitos expressam receptores altamente diversos que são capazes de reconhecer vários antígenos, desencadeando diferentes tipos de respostas. As porções de antígenos reconhecidas pelos linfócitos são chamadas de epítopos. É interessante ressaltar o processo de construção dessa imunidade. Clones de linfócitos com diferentes especificidades estão presentes em indivíduos não imunizados e são capazes de reconhecer e responder aos antígenos estranhos, ou seja, clones de linfócitos antígeno-específicos se desenvolvem antes e independentemente da exposição ao antígeno. Esse processo conhecido como seleção clonal. Um antígeno então introduzido se liga às células do clone antígeno-específico preexistente, selecionando- as, e as ativa. Como resultado dessa ativação, as células específicas para esse antígeno proliferam para gerar milhares de descendentes com a mesma especificidade, e esse processo é conhecido como expansão clonal. Essa diversidade se dá pela existência de muitos clones distintos de linfócitos sendo que cada clone possui um único receptor antigênico e, consequentemente, uma única especificidade antigênica, contribuindo para um repertório total extremamente diverso. A exposição do sistema imune a um antígeno estranho aumenta sua capacidade de responder novamente àquele antígeno, ou seja, as respostas referentes às exposições subsequentes ao mesmo antígeno, são normalmente mais rápidas, de maior magnitude e com frequência quantitativamente diferentes da primeira. Essa memória imunológica ocorre então porque cada exposição a um antígeno gera células de memória de vida longa específicas para o antígeno. A imunidade adaptativa possui dois tipos de respostas: a resposta imune humoral e a resposta imune celular A imunidade humoral é mediada pelos anticorpos presentes no sangue e nas secreções mucosas, os quais são produzidos pelos linfócitos B. Esses anticorpos reconhecem antígenos microbianos, neutralizam a infectividade desses microrganismos e os marcam para sua posterior eliminação pelos fagócitos e pelo sistema complemento. Esse tipo de imunidade é o principal mecanismo de defesa contra os microrganismos e suas toxinas Já a imunidade celular é mediada pelos linfócitos T. Ocorre que muitos microrganismos são ingeridos, mas sobrevivem dentro dos fagócitos, e alguns, particularmente os vírus, infectam e se replicam em diversas células do hospedeiro. Nesses locais, portanto, os microrganismos ficam inacessíveis aos anticorpos circulantes e a defesa contra essas infecções é mediada por células que vão promover a destruição de microrganismos dentro dos fagócitos e a morte das células infectadas para eliminar os reservatórios da infecção. A forma de imunidade induzida pela exposição a um antígeno estranho é chamada imunidade ativa Imunização A imunidade passiva é conferida pela transferência adotiva de anticorpos ou de linfócitos T específicos para o microrganismo. Ela é capaz de conferir resistência à infecção, porém não gera memória imunológica A transferência terapêutica passiva de anticorpos, mas não de linfócitos, ocorre também durante a gravidez (da mãe para o feto), a qual permite aos recém- nascidos o combate a infecções por vários meses antes que eles próprios desenvolvam a capacidade de produzir anticorpos Iniciação e desenvolvimento das respostas imunes As respostas imunes adaptativas consistem em passos distintos, sendo os três primeiros o reconhecimento do antígeno, a ativação dos linfócitos e a eliminação do antígeno (fase efetora) A resposta declina à medida que os linfócitos estimulados pelos antígenos morrem por apoptose, restaurando a homeostasia, e as células antígeno- específicas que sobrevivem são responsáveis pela memória A iniciação das respostas imunes adaptativas ocorre quando os antígenos são capturados e expostos aos linfócitos específicos (linfócitos T). As células que realizam essa função são chamadas células apresentadoras de antígeno (APCs) sendo as mais especializadas delas as células dendríticas, responsáveis por capturar tais antígenos e transportá- los aos órgãos linfoides para apresentando-os aos linfócitos T naive A ativação desses linfócitos pelo antígeno leva à proliferação dessas células, resultando em um aumento no número de clones antígeno-específicos, caracterizando o processo de expansão clonal. Esse processo é seguido pela diferenciação dos linfócitos ativados em células capazes de eliminar o antígeno que são chamadas células efetoras, assim chamadas por efetivar o efeito final da resposta imune, e em células de memória, que são capazes de sobreviver por longos períodos, montando fortes respostas após encontros repetidos com o antígeno. A eliminação do antígeno requer também a participação de outras células não linfoides, como macrófagos e neutrófilos, que também podem ser chamadas de células efetoras. Esses passos todos que envolvem a ativação dos linfócitos demoram alguns dias e por isso há a necessidade da imunidade inata inicialmente, a fim de conferir proteção ao nosso organismo Uma vez que a resposta imune adaptativa tenha erradicado a infecção, o estímulo para a ativação dos linfócitos se dissipa e a maior parte das células efetoras morrem, resultando no declínio da resposta., restando apenas células de memória As células do sistema imune interagem umas com as outras durante os estágios de iniciação e efetor das respostas imunes inata e adaptativa. através de citocinas, que são um grupo de proteínas com diversas estruturas e funções, as quais regulam e coordenam muitas atividades das células da imunidade inata e adaptativa. Todas as células do sistema imune secretam pelo menos algumas citocinas e expressam receptores de sinalização específicos para diversas citocinas. Existe também. um grande subgrupo de citocinas estruturalmente relacionadas que regulam a migração e o movimento celular, conhecidas como quimiocinas.. Imunidade humoral A gente sabe, portanto, que os linfócitos B reconhecem antígenos, proliferam e se diferenciam em plasmócitos que irão secretar diferentes classes de anticorpos com funções distintas. Cada clone de células B expressa um receptor antigênico de superfície celular que seria uma forma de anticorpo ligado à membrana, com uma especificidade antigênica única. Vimos na tutoria anterior também que diferentes substâncias presentes nos microrganismos são capazes de desencadear respostas em nossas células A resposta das células B aos antígenos proteicos requer sinais de ativação, ou seja, auxílio das células T CD4+. Polissacarídeos e lipídeos estimulam a secreção principalmente do anticorpo da classe denominada imunoglobulina M (IgM). Antígenos proteicos induzem a produção de anticorpos de diferentes classes (IgG, IgA, IgE) a partir de um único clone de células B. Essas diferentes classes de anticorpos servem a funções distintas. Células T auxiliares também estimulam a produção de anticorpos com afinidade aumentada ao antígeno que é um processo, chamado maturação de afinidade responsável por melhorar a qualidade da resposta imune humoral A resposta imune humoral combate microrganismos de várias maneiras. Os anticorpos podem se ligar aos microrganismos, impedindo-os de infectar as células, ou seja, neutralizando-os. É um mecanismo da imunidade adaptativa capaz de deter uma infecção antes que ela se estabeleça, é inclusive um mecanismo chave da vacinação. Anticorpos IgG recobrem os microrganismos e os marcam para a fagocitose, porque os fagócitos (neutrófilos e macrófagos) expressam receptores para partes das moléculas de IgG. Já o sistema complemento é ativado por IgM e IgG e os produtos do complemento vão promover a fagocitose e a destruição dos microrganismos. A IgA é secretada pelo epitélio da mucosae neutraliza microrganismos no lúmen dos tecidos de mucosa, tais como os tratos respiratório e gastrintestinal, prevenindo assim que os microrganismos inalados e ingeridos infectem o hospedeiro. A IgG materna é ativamente transportada através da placenta e protege o recém-nascido até que o sistema imune do bebê se torne maduro. Esses anticorpos tem tempo de meia vida de mais ou menos 3 semanas Alguns plasmócitos secretores de anticorpos migram para a medula óssea ou tecidos de mucosa e vivem por anos, produzindo continuamente baixos níveis de anticorpos. Os anticorpos secretados por esses plasmócitos de vida longa fornecem proteção imediata se o microrganismo reinfectar o indivíduo. Porém, uma proteção mais efetiva é fornecida pelas células de memória, que são ativadas pelo microrganismo e rapidamente se diferenciam para gerar grandes números de plasmócitos. Imunidade Celular Os linfócitos T são as células relacionadas a imunidade celular. Elas reconhecem os antígenos dos microrganismos associados às células e diferentes tipos de células T auxiliam os fagócitos a destruir esses microrganismos ou matar as células infectadas. Elas não são capazes de produzir anticorpo. Seus receptores antigênicos são moléculas de membrana distintas, mas estruturalmente relacionadas aos anticorpos. Possuem especificidade restrita para antígenos, ou seja, reconhecem peptídeos derivados das proteínas estranhas que estão ligadas às proteínas do hospedeiro denominadas complexo principal de histocompatibilidade as quais são expressas nas superfícies de outras células. Como resultado, essas células T reconhecem e respondem aos antígenos associados à superfície celular, mas não aos antígenos solúveis Os linfócitos T consistem em populações funcionalmente distintas, sendo as mais bem definidas: as células T auxiliares, linfócitos T citotóxicos (CTLs) e as células T reguladoras. As células T auxiliares são sendo mediadas principalmente pela secreção de citocinas, enquanto os CTLs produzem moléculas que matam outras células. As células T reguladoras, atuam principalmente na inibição das respostas imunes. 1. Após a ativação nos órgãos linfoides secundários, os linfócitos T naive se diferenciam em células efetoras e muitas destas migram para os sítios de infecção. 2. Quando essas células T efetoras encontram novamente os microrganismos associados a células, são ativadas e realizam as funções responsáveis pela eliminação dos microrganismos. Algumas células T auxiliares CD4+ secretam citocinas que recrutam leucócitos e estimulam a produção de substâncias microbicidas nos fagócitos. Outras células T auxiliares CD4+ secretam citocinas que ajudam as células B a produzir um tipo de anticorpo chamado IgE e ativam os eosinófilos, que são capazes de matar parasitas grandes demais para serem fagocitados. Algumas células T auxiliares CD4+ permanecem nos órgãos linfoides e estimulam respostas de células B. CTLs CD8 + matam as células que abrigam microrganismos no citoplasma que podem ser vírus que infectam muitos tipos celulares ou bactérias que são ingeridas pelos macrófagos, mas escapam das vesículas fagocíticas no citoplasma (onde são inacessíveis à maquinaria de morte dos fagócitos, amplamente confinadas às vesículas). 3. Com a destruição das células infectadas, os CTLs eliminam os reservatórios da infecção. Os CTLs também são responsáveis por matar as células tumorais que expressam antígenos reconhecidos como estranhos. Apresentação de Antígeno para Linfócitos T e as Funções das Moléculas do Complexo Principal de Histocompatibilidade É impossível para as poucas células T específicas para um dado antígeno qualquer patrulharem constantemente todos os possíveis tecidos onde os antígenos podem entrar ou ser produzidos. O mecanismo que resolve esse problema é um sistema especializado para capturar um antígeno e levá-lo para os órgãos linfoides, onde estão presentes os linfócitos naive. As células que capturam antígenos e os exibem aos linfócitos T são chamadas células apresentadoras de antígeno (APCs) Para garantir que as células T reconheçam os antígenos associados a células e não os antígenos livres, ou seja, presentes no meio extracelular, os receptores antigênicos da célula T evoluíram para detectar somente antígenos derivados de antígenos que estejam no meio intracelular e que sejam exibidos por moléculas da superfície celular. Diferentemente do que acontece com os linfócitos B, cujos receptores antigênicos e produtos secretados, os anticorpos, podem reconhecer antígenos em microrganismos e na superfície de células do hospedeiro, além de antígenos solúveis livres de células. A tarefa de exibir antígenos associados a uma célula do hospedeiro para serem reconhecidos por células T CD4+ e CD8+ é realizada por proteínas especializadas chamadas moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) as quais são expressas nas superfícies das células do hospedeiro. Esse complexo também é responsável por exibir antígenos de diferentes compartimentos celulares às diferentes classes de células T, garantindo assim que o tipo “correto” de célula T reconheça o tipo de microrganismo. Por exemplo, a defesa contra microrganismos presentes na circulação tem de ser mediada por anticorpos, e a produção dos anticorpos mais efetivos requer a participação de células T auxiliares CD4+. Entretanto, um mesmo microrganismo (p. ex.: um vírus) infectando uma célula tecidual se torna inacessível ao anticorpo, e sua erradicação pode exigir que linfócitos T citotóxicos (CTL) CD8+ destruam as células infectadas e eliminem o reservatório de infecção. Portanto, as moléculas do MHC exercem papel decisivo na segregação dos antígenos internalizados oriundos do meio externo e os antígenos produzidos dentro das células, e os exibe a diferentes populações de célula T A maioria das células T reconhecem apenas peptídeos, ou seja, proteínas. Há também duas classes de moléculas do MHC, chamadas de classe I e de classe II. As células T CD4+ reconhecem peptídeos exibidos pelo MHC de classe II, enquanto as células T CD8+ reconhecem peptídeos exibidos pelo MHC de classe I. Propriedades Gerais das Células Apresentadoras de Antígeno Diferentes tipos celulares atuam como células apresentadoras de antígeno para ativar células T naive ou células T efetoras previamente diferenciadas. As DCs são as APCs mais efetivas para ativação de células T naive e, portanto, para iniciar as respostas de células T. Os macrófagos e linfócitos B também atuam como APCs, todavia principalmente para células T auxiliares CD4+ previamente ativadas, em vez de células T naive. DCs, macrófagos e linfócitos B expressam moléculas do MHC classe II e outras moléculas envolvidas na estimulação de células T, sendo, portanto, capazes de ativar linfócitos T CD4+ As células apresentadoras de antígeno exibem complexos peptídeo-MHC para serem reconhecidos pelas células T e também fornecem estímulos adicionais que são requeridos para respostas integrais de células T. DCs e macrófagos expressam receptores do tipo Toll e outros sensores microbianos e respondem aumentando a expressão de moléculas do MHC e coestimuladores, melhorando a eficiência da apresentação antigênica, e ativando as APCs a produzirem citocinas que ajudam a estimular as respostas de célula T. As DCs ativadas por microrganismos expressam receptores de quimiocinas que facilitam sua migração para os sítios onde as células T estão presentes. As células apresentadoras de antígeno que apresentam antígenos para células T também recebem sinais de volta desses linfócitos, os quais intensificam a função de apresentação antigênica das APCs. Essa interação bidirecional entre as APCs exibindo o antígeno e os linfócitos T reconhecendo o antígeno atua como uma alça de feedback positivo que tem papel importante namaximização da resposta imune As moléculas ligadas à membrana das APCs que atuam junto com os antígenos para estimular células T são chamadas coestimuladores. As APCs também secretam citocinas que exercem papéis decisivos na diferenciação das células T naive em células efetoras. DCs e macrófagos expressam receptores do tipo Toll e outros sensores microbianos, e respondem aumentando a expressão de moléculas do MHC e coestimuladores, melhorando a eficiência da apresentação antigênica, e ativando as APCs a produzirem citocinas que ajudam a estimular as respostas de célula T. As DCs ativadas por microrganismos expressam receptores de quimiocinas que facilitam sua migração para os sítios onde as células T estão presentes. Microrganismos e antígenos proteicos que entram através dos epitélios são concentrados nos linfonodos, enquanto os antígenos transportados pelo sangue são capturados principalmente no baço A pele, os epitélios de mucosa e os órgãos parenquimatosos contêm numerosos capilares linfáticos que drenam a linfa desses sítios e para o interior dos linfonodos regionais. Alguns antígenos são transportados na linfa pelas APCs (primariamente, DCs), as quais os capturam e entram nos vasos linfáticos, enquanto outros antígenos entram nos linfáticos na forma livre de células. Assim, a linfa contém uma amostra de todos os antígenos solúveis e célula-associados que entram no corpo através dos epitélios e estão presentes nos tecidos. Os antígenos são, então, concentrados nos linfonodos Os antígenos microbianos comumente entram pela pele e tratos gastrintestinal e respiratório, onde são capturados pelas células dendríticas e transportados para os linfonodos regionais. Os antígenos que entram na corrente sanguínea são capturados pelas APCs no baço. Em suma, 1. As DCs em repouso residentes nos tecidos (chamadas DCs imaturas ou em repouso) expressam numerosos receptores de membrana, como as lectinas tipo C, que se ligam a microrganismos. Esses receptores capturam e endocitam microrganismos e processam as proteínas ingeridas em peptídeos capazes de se ligar a moléculas do MHC. 2. Simultaneamente, porém de modo independente da apresentação de antígeno, as células dendríticas são ativadas pelos produtos microbianos e amadurecem em APCs potentes que transportam antígenos capturados até os linfonodos drenantes. 3. No momento em que os antígenos microbianos estão sendo capturados, os produtos microbianos, em geral diferentes dos antígenos proteicos reconhecidos pelas células T, são reconhecidos por receptores do tipo Toll e outros receptores de reconhecimento de padrão inatos presentes nas DCs e em outras células, gerando respostas imunes inatas. As DCs são ativadas por esses sinais e por citocinas, como o fator de necrose tumoral (TNF), produzidas em resposta aos microrganismos, fazendo com que essas DCS, agora ativadas, perdem sua adesividade pelos epitélios e começam a expressar um receptor de quimiocina chamado CCR7, específico para duas quimiocinas, CCL19 e CCL21, produzidas nos vasos linfáticos e nas zonas de célula T dos linfonodos. Essas quimiocinas atraem as DCs que contêm antígenos microbianos para dentro dos vasos linfáticos e, por fim, para dentro das zonas de célula T dos linfonodos regionais (as células T naive também expressam CCR7 e é por isso que as células T naive circulam ao longo das mesmas regiões dos linfonodos onde as DCs contendo antígeno estão concentradas) A ativação também converte as células dendríticas em células capazes de apresentar antígenos para células T naive e ativar esses linfócitos. As DCs ativadas expressam altos níveis de moléculas do MHC com peptídeos ligados e de coestimuladores necessários à ativação da célula T. Dessa forma, no momento em que essas células chegam aos linfonodos, já estão altamente desenvolvidas. As células T naive que circulam pelos linfonodos encontram estas APCs, e as células T específicas para os complexos peptídeo-MHC exibidos são ativadas. Essa é a etapa inicial na indução das respostas de célula T a antígenos proteicos. Obs: As superfícies das mucosas dos sistemas gastrintestinal e respiratório, além de serem drenadas por capilares linfáticos, contêm coleções especializadas de tecido linfoide secundário que pode amostrar diretamente os conteúdos luminais desses órgãos para detectar a presença de material antigênico. Dentre esses órgãos linfoides de mucosa, temos as placas de Peyer do íleo e as tonsilas faríngeas. As APCs presentes no baço monitoram a corrente sanguínea para detectar quaisquer antígenos que alcancem a circulação, os quais podem chegar ao sangue diretamente a partir dos tecidos, ou através da linfa oriunda do ducto torácico. Outras células apresentadoras de antígenos Nas respostas imunes celulares, os macrófagos apresentam os antígenos de microrganismos fagocitados para células T efetoras que respondem ativando os macrófagos para que destruam os microrganismos ingeridos. Os monócitos circulantes conseguem migrar para qualquer sítio de infecção e inflamação, onde se diferenciam em macrófagos e fagocitam microrganismos.. As células T CD4+ reconhecem antígenos microbianos apresentados pelos macrófagos e fornecem sinais que intensificam as atividades microbicidas destes macrófagos. Nas respostas imunes humorais, os linfócitos B internalizam antígenos proteicos e apresentam peptídeos derivados destas proteínas às células T auxiliares. Essa função de apresentação de antígenos das células B é essencial à produção de anticorpo dependente de célula T auxiliar Outros tipos celulares que expressam moléculas do MHC de classe II e podem apresentar antígenos para as células T incluem as células endoteliais e algumas células epiteliais. As células epiteliais tímicas expressam, inclusive, moléculas do MHC e exercem papel decisivo na apresentação de complexos peptídeo-MHC para as células T em maturação no timo, como parte do processo de seleção que caracteriza esses linfócitos Diferenciação e Funções de Células T Efetoras CD4+ As duas classes principais de células T, CD4 + e CD8 + atuam de formas distintas, mas ao mesmo tempo complementares nas reações imunes mediadas por células. Os linfócitos T CD4+ efetores produzem as citocinas mediadoras de suas funções. As células T CD4+ também ativam outros leucócitos, entre os quais os neutrófilos e eosinófilos, além de estimularem a produção de anticorpos pelas células B. As células CD8+ efetoras são capazes de destruir células infectadas e células tumorais sendo responsáveis pela erradicação de microrganismos, principalmente vírus Visão Geral das Respostas Imunes Mediadas por Células T CD4+ A sequência de eventos nas respostas das células T CD4+ envolve a ativação inicial dessas células nos órgãos linfoides para gerar células efetoras e de memória, migração de células efetoras para sítios de infecção, e eliminação de patógenos infecciosos nestes sítios As células T CD4 + efetoras são geradas nos órgãos linfoides secundários, e a maioria das células efetoras deixa esses órgãos e migra para sítios periféricos de infecção, onde atuam na eliminação de microrganismos, em um processo que depende de moléculas de adesão endotelial e das quimiocinas expressas nesses locais Uma fração das células T CD4 + que são ativadas nos órgãos linfoides secundários não sai desses órgãos, mas migra para os folículos linfoides no interior dos, onde ajudam as células B a produzirem anticorpos de alta afinidade. Dentre essas células T auxiliares, as mais bem definidas são as chamadas células T auxiliares foliculares (TFH) A inflamação, que seria o recrutamento e ativação de leucócitos, acompanha muitas das reações dos linfócitos T CD4+ e pode danificar os tecidos normais. Essa inflamação dependente de célula T atua como um mecanismo de defesa antimicrobiana, mas também pode ser lesivaaos tecidos. Quando uma reação de célula T causa lesão, é chamada hipersensibilidade do tipo tardio (DTH), em que o termo “hipersensibilidade” se refere a uma resposta imune excessiva ou danosa. Subpopulações de Células T CD4+ Efetoras As três subpopulações principais de células T CD4+ efetoras, chamadas Th1, Th2 e Th17, atuam na defesa do hospedeiro contra tipos distintos de patógenos infecciosos e estão envolvidas em diferentes tipos de lesão tecidual em doenças imunológicas. Existem outras 2 subpopulações de células T: a de células T auxiliares foliculares e as as células T reguladoras que constituem outra população distinta de células T CD4+. Não são células efetoras e, em vez disso, atuam controlando as reações imunes a antígenos próprios e estranhos. As células T CD4+ consistem em subpopulações de células efetoras que produzem diferentes conjuntos de citocinas, deflagram reações bastante diversas e estão envolvidas na defesa do hospedeiro contra microrganismos diferentes, bem como em diferentes tipos de doenças imunológicas.. As características definidoras das subpopulações diferenciadas de células efetoras são as citocinas que estas produzem, e isso está relacionado aos fatores de transcrição que expressam. Os fatores de transcrição são responsáveis pela produção de diferentes citocinas por essas subpopulações, e pela expressão de diferentes receptores de quimiocinas e outras proteínas. As citocinas produzidas pelas principais subpopulações de células T CD4 + são o interferon (IFN)-γ, para as células Th1 IL-4, IL-5 e IL-13, para as células Th2 IL-17 e IL-22, para as células Th17. As citocinas produzidas por essas subpopulações de células T determinam suas funções efetoras e seus papéis nas doenças Desenvolvimento das Subpopulações Th1, Th2 e Th17 As células Th1, Th2 e Th17 diferenciadas se desenvolvem a partir de linfócitos T CD4+ naive, principalmente em resposta às citocinas presentes no início das respostas imunes. Os sinais recebidos pelas células T a partir das APCs e de outras células no sítio de resposta imune iniciam a conversão das células T antígeno-estimuladas em células efetoras. A diferenciação de cada subpopulação é induzida pelos tipos de microrganismos que a subpopulação melhor consegue combater. Exemplificando, o desenvolvimento de células Th1 é dirigido por microrganismos intracelulares contra os quais a principal defesa é Th1-mediada. Em contraste, o sistema imune responde aos parasitas helmínticos desenvolvendo células Th2 que produzem citocinas importantes para o combate dos helmintos. Similarmente, a respostas Th17 são induzidas por algumas bactérias e fungos, e são mais efetivas na defesa contra esses microrganismos. Os receptores antigênicos das células T γδ, células NKT e células MAIT Exibem diversidade limitada, essas células respondem principalmente não a um antígeno em particular, e sim a citocinas produzidas nos sítios de infecção e dano tecidual. As células Tγδ não reconhecem antígenos peptídicos associados ao MHC e não são restritas ao MHC. Alguns clones de células Tγδ reconhecem pequenas moléculas fosforiladas, alquilaminas ou lipídeos comumente encontrados em micobactérias e outros microrganismos, e que podem ser apresentadas por moléculas semelhantes ao MHC de classe I. Muitas células Tγδ são desencadeadas por proteínas do choque térmico microbianas além de possuir atividades biológicas incluindo a secreção de citocinas e o killing de células infectadas As células NKT podem mediar as respostas imunes inatas contra alguns patógenos, como as micobactérias (que têm paredes celulares ricas em lipídeos), enquanto as células iNKT podem até mesmo regular as respostas imunes adaptativas primariamente via secreção de citocinas As células MAIT reconhecem metabólitos fúngicos e bacterianos os quais são apresentados por uma molécula do tipo MHC de classe I. A maioria das células MAIT são CD8. As funções efetoras das células MAIT incluem a secreção de citocinas inflamatórias, como IFN-γ e TNF, e citotoxicidade contra células infectadas. As células MAIT representam cerca de 50% de todas as células T presentes no fígado humano
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