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FILOSOFIA DA CIÊNCIA O progresso da ciência está em fazer boas perguntas São José, 13 de Fevereiro de 2020 - início (Prof. Felipe Tonial) REFLEXÕES INICIAIS - Epistemologia: bases filosófica. É a teoria do conhecimento. - Somos na modernidade pessoas que pensam cientificamente. - Nem sempre a ciência é bem vista - interesses. - Duas facetas da ciências se contradizem: a) De um lado a potencialidade de conhecimento acumulado traduzido em modernas tecnologias; b) De outro lado vivemos cada vez mais uma reflexão aprofundada sobre os limites do rigor científico. - O progresso da ciência está em fazer boas perguntas. - "O progresso das ciências e das artes contribuirá para purificar ou corromper nossos costumes?" - "Existe uma relação entre ciência e virtude?"(Rousseau) - "Precisamos de um conhecimento prudente para uma vida decente" (Boaventura de Souza Santos) - Paradigma dominante da ciência atual: positivismo. (Universalidade das análises. Um só conhecimento verdadeiro). - "Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quanto for possível para melhor resolvê-las." O SURGIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO-CIENTÍFICO - Nem toda forma de explicar o mundo é filosófica-científica. - Surgimento do pensamento filosófico (séc. VI a.C.) mitologia, narrativas sobre os deuses. - A validade de um pensamento científico se dá pelo fato de este ser questionável. - Pensamento filosófico-científico explica a realidade pela própria realidade. Contraposto a mitologia que explica a realidade através da mitologia do sobrenatural (exterior). - Choque cultural: relativização da mitologia. - Noções fundamentais do pensamento científico: a) physis: física. A explicação da natureza tem que vir pela natureza. b) causalidade: centro da explicação da natureza pelos primeiros filósofos. Relação causa-efeito. Toda causa tem um efeito. A explicação deve remeter a uma cadeia de sentido. c) arché: princípio básico que permeia a realidade e de certa forma a unifique. Deve existir um princípio organizador que merece ser investigado. d) cosmos: harmonia entre todas as coisas. e) logos: contrapõe o mito. Remete a possibilidade de discorrer sobre a realidade e assim compreendê-la.Harmonia que pode ser explicada por caminhos racionais mediante o uso do discurso humano. - Duas escolas de pensamento pré-socrática: - Conflitos sobre a realidade: estática ou mutante?Unica ou multipla? I)Jônica (Heráclito): mobilismo. Concepção de que a realidade está em constante fluxo. "Ninguém pode se banhar duas vezes no mesmo rio". II) Italiana (Parmênides): realidade única. Distinção entre realidade X aparência. Com o pensamento, devemos, então, buscar a essência da realidade - aquilo que permanece. FILOSOFIA MEDIEVAL Santo Agostinho e São Tomás de Aquino - Idade média não é idade das trevas! - Teologia e filosofia - dogmas - Igreja Conciliar - doutrina - incorporação definitiva da filosofia grega. - Metafísica Platônica: espiritual x material. - Lógica Aristotélica - dialética. Santo Agostinho (354-430) - Apontado como o mais importante junto com Aristóteles e Platão. - União do Platonismo com o Cristianismo - platonismo cristão - neoplatonismo. - Teologia: verdadeira ciência/longitimidade, recompensa, salvação. - Teoria da iluminação divina: in interiore homine habital veritas. "A mente humana possui uma centelha do intelecto divino." - A Cidade de Deus: - Teleologia: o tempo histórico tem início e fim definidos em Deus. - A história da humanidade é a história da relação dos homens com Deus - revelação - reencontro com Deus. - Transição escolástica: - Crise no mundo europeu do Ocidente - queda de Roma/ invasões bárbaras. - Scriptorum: manutenção do conhecimento. - Dogmatismo. - Razão x fé. - Reforma gregoriana(1070) - trivium (retórica, lógica,/dialética e gramática) e quadrivium (música, aritmética, geometria e astronomia). - Protagonismo Árabe - traduções. - Universidades, urbanização. Tomás de Aquino (1224-1274) - Dominicano. - Aristóteles e Averróis. - Rompe com Agostinho e Platão. - Tomismo - Ortodoxia - uso político e instrumental. - Doutor da Igreja - contrarreforma. - Pensamento aristotélico + cristianismo. - Suma teológica: - Razão + fé: provar a existência de Deus. - Embasamento aristotélico. - Análise e refutação de teses: 3 artigos. - 1.1 a existência de Deus é auto evidente. - 5 vias da demonstração da existência de Deus: a) Argumento de movimento - Deus primeiro motor. b) Causa eficiente - Deus primeira causa eficiente. c) Argumento cosmológico - necessidade da existência do cosmo (universo). d) O máximo como parâmetro/parâmetro comparativo - Deus é o ser perfeito. e) Argumento teleológico - A causa inteligente da determinação final da natureza é Deus. DESCARTES (1596) - Contexto: Idade média. Reformas e Renascimento Cultural. - Filosofia como expressão da experiência de vida do homem. - Criador do racionalismo. - Criou um método para unir os saberes, já que as ciências de sua época apresentavam muitas incertezas (erros). - Etapas do método para analisar algum conhecimento: a) Evidência: Suspensão do Juízo: Primeiro de tudo é não tirar imediatamente conclusões. b) Análise: Dividir todos os elementos para ter acuidade. c) Síntese: Reunir os componentes simples e complexos dos conhecimentos que encontrei. d) Enumeração: Verificar todos os possíveis erros que posso ter cometido/omissões. - Cogito (penso): nossa capacidade de pensar. - Os 3 argumentos da raźão: a) Ilusão dos sentidos: o homem não pode alcançar a verdade pura através de seus sentidos, embora sejam a fonte principal do conhecimento. b) Argumento do sonho: distinção entre o que se passa no mundo real (externo) e o que é apenas um sonho (mente). c) Argumento do gênio maligno: dúvida sobre a criação, as crenças e a verdade. (De fato fui criado por um Deus que tudo pode?) FRANCIS BACON (1561-1626) - Empirista: método experimental VS ciência teórica (racionalismo). - Ídolos: ilusões ou distorções que, segundo Bacon, “bloqueiam a mente humana”, impedindo o verdadeiro conhecimento. - Os ídolos podem ser de quatro tipos: ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do teatro. JOHN LOCKE - O conhecimento não é inato, mas resulta da maneira como elaboramos os dados que nos vêm da sensibilidade por meio da experiência. Examina os principais exemplos de ideias inatas segundo a tradição racionalista, como o infinito, a perfeição, Deus etc., mostrando que é perfeitamente possível derivá-las da experiência. - A mente é como uma “folha em branco”, a tabula rasa, na qual a experiência deixa as suas marcas. - Também está presente no iluminismo. IMMANUEL KANT - Contexto: Filosofia moderna, Racionalismo crítico. - História não dogmática do pensamento. - Corpo e mente: subjetivo x objetivo: Platão e Aristóteles. - Que conhecimento pode ser considerado universal: metafísica. - Moral do dever. O dever consiste na obediência a uma lei que se impõe universalmente a todos os seres racionais. - Estética: investigação sobre as condições de possibilidade de um pensamento. - Vastidão de Kant: faculdades, intuição, sensibilidade, juízo, crítica. - Método crítico: Imanência X Transcendência: transcendental. - Formas (espaços e tempo), matéria,representações. - 3 obras importantes: a) Crítica a Razão Pura: limites do conhecimento (metafísica). b) Crítica da Razão Prática: limite dos valores, busca pelo imperativo categórico. c) Crítica do Juízo - juízos são formas de conhecimento. ● Juízo Analítico: Forma segura de conhecimento. Ex: Todo triângulo tem 3 lados. ● Juízo Sintético: Forma de conhecimento insegura. Ex: A garrafa é verde (as outras garrafas não necessariamente são). ● Juízo Sintético a priori: transcendental; ciência. Seguro em um aspecto e inseguro em outro. - Estética transcendental: condições de existência de um conhecimento "verdadeiro". - Na visão de Kant, a crítica se opõe ao dogmatismo, o procedimento dogmático da razão sem uma crítica precedente de seu próprio poder. A tarefa da crítica consiste assim em examinar os limites da razão teórica e estabelecer os critérios de um conhecimento legítimo. Popper - Falseabilidade - Raciocinio hiotetico-dedutivo: conhevimentoprevio, problek - A experiencia nao pode mostrar a verdade Thomas Kuhn - Mudança de paradigma. Paradigma: pressupostos da ciência. KARL MARX (1818-83) - Filósofo; ativista político socialista. - Sobre filosofia: "os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes, maneiras; o que importa é transformá-lo". - Filosofia Moderna: combate às ilusões da consciência. - Consciência condicionada pelo trabalho: condições materiais da vida. - Materialismo histórico dialético (MHD): teoria científica da história. - Dialética: compreensão da realidade através da contradição da própria realidade. - Filosofia teórica vs filosofia prática revolucionária: fim da filosofia tradicional. Unidade entre teoria e prática. - Ideologia: termo esculpido por Marx associado a falsa consciência, dominação, consciência ilusória. - Ideologia: produto da desigualdade social (relações de produção material). - O marxismo: a) Leninismo: revolução Russa. Projeto político de tomada do poder pelo proletariado pautado nos ideais de Marx. b) Georg Lukács (1885-1971): - Filósofo húngaro; idealizador do marxismo. - Origem de classe vs consciência de classe: consciência diferente da origem do indivíduo. c) A escola de Frankfurt: - Grupo de filósofos que se inspiraram em Marx para desenvolver uma teoria crítica conhecimento e da sociedade. - Racionalidade técnica e instrumental: indústria cultural e massificação do conhecimento, arte e cultura - produto: objeto de consumo. d) Louis Althusser: - Filósofo francês; intérprete mais original de Marx. - Marxismo como ciência: materialismo dialético como fonte epistemológica. FENOMENOLOGIA e EXISTENCIALISMO - Fenomenologia: Husserl (1859-1938), herdeiro de Descartes e Kant; séc. XX. - Inspiração de Husserl: primeiro a cunhar o termo foi Johann Lambert (séc. XVIII): "ciência das aparências". Para Hegel, mais tarde, "ciência da experiência da consciência". - Lema: "de volta às coisas mesmas". - Essência: unidades ideais de significação, sentido da experiência. - Existencialismo: Sartre (1905-1980). - "O homem é o ser cuja existência precede a essência". - Angústia: busca de sentido para a existência. O homem cria os seus próprios valores. Embora o homem creia que Deus o criou, é o próprio homem que "cria" Deus. - Liberdade e autenticidade: elementos centrais da existência humana. "Nós somos o que fazemos do que fazem de nós". - Filosofia analítica: A solução dos problemas filosóficos por meio da análise lógica da linguagem. Sendo a linguagem uma estrutura lógica subjacente a todas as formas de representação, linguística e mentais. - Juízo: algo que afirmo ou nego só de a realidade. O significado dos juízo é analisado pela relação entre a sua forma lógica e a realidade representada. - Isomorfismo: forma ou estrutura comum entre a lógica e a ontologia, entre a proposição e o fato. - Círculo de Viena: grupo de filosofia em busca de fundamentar na lógica uma ciência empírica-formal, empregando o métodos lógicos e rigor científico em questões como ética, filosofia, psicologia e ciências sociais. - Princípios e hipóteses científicas pautados em uma lógica e caráter analítico, verdadeiros em função de sua própria forma lógica e seu significado.
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