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AULAS - FILOSOFIA

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FILOSOFIA
Filo(amizade, amor) Sophia(Sabedoria), procura pela verdade
Logos = inteligência cósmica
Areté = virtude moral
Arché = princípio
Razão e Modernidade 
A filosofia se torna uma forma de compreensão da realidade, que anteriormente era apenas aceita
Logocentrismo: Centralidade do LOGOS(razão) no pensamento ocidental, fruto de uma consciência interiorizada que se exprime através da linguagem e preza uma investigação ontológica da sociedade.
Mito ao logos -> Racionalidade -> Clássica -> Medieval -> Moderna -> Contemporânea
1) Pra que serve a filosofia? - Maurício Marsala
O quê? Como? Porquê? Para quê? Exercício da razão, pensar, desejo de saber
2) Filosofar não serve para nada – Franklin Leopoldo e Silva
Respostas difíceis 
O que é o tempo? Conhecer a si mesmo, perder a tranquilidade inicialmente, porém ganha autoconhecimento, incomoda, mas gera prazer. 
3) Para que serve a filosofia? – Filosofix – André e Fernando
Prazer em pensar
Pensar -> Agir
Filosofia acontece no diálogo
Reflexão -> Reflexo, flexionar os joelhos (ser humilde) 
A implantação da razão como instrumento principal da modernidade, associada ao capitalismo e à tecnologia resultam, em parte, na nova crise da racionalidade e da modernidade que observamos atualmente.
A filosofia desde a Grécia Antiga, passando pelo período medieval, explica esses fenômenos e desdobramentos da aplicação da racionalidade.
Racionalidade Clássica/antiga → Racionalidade Medieval → Racionalidade Moderna → Racionalidade Contemporânea
A modernidade acabou por limitar (crise da modernidade) e mecanizar as possibilidades de pensamentos, fazendo quase que um uso excessivo da razão. 
- Texto: origem etimológica e histórica da filosofia → Reaprender a ver o mundo
	- Pitágoras criou a palavra filosofia Philos + Sophia – amizade pela sabedoria, respeito pelo saber, procura amorosa da verdade
	-A filosofia é grega. Os gregos foram aqueles que instituíram para o Ocidente Europeu as bases e os princípios fundamentais que chamamos de: razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, etc. 
O surgimento da filosofia se deu quando se racionalizou que a verdade dos humanos e do mundo poderia ser conhecida por todos, através da razão, que é universal. Além de conhecida, essa sabedoria podia também ser ensinada e transmitida a todos.
- O que perguntam os primeiros filósofos? 
1 – Sobre causas da mudança, da permanência, da repetição, do ressurgimento das coisas.
2 – A filosofia, ao nascer, possui um conteúdo preciso: a cosmologia, conhecimento racional da ordem do mundo. 
- Condições históricas para o surgimento da filosofia: 
	A. Viagens marítimas
	B. Invenção do calendário
	C. Invenção da moeda
	D. Surgimento da vida urbana
	E. Invenção da política
	F. Invenção da escrita alfabética
Polis → direito dos cidadãos de expor e discutir suas opiniões → surgimento do discurso político → Valorização do pensamento racional e criação de condições para que surgisse o discurso filosófico. Estimulo a um pensamento que foi feito para ser público. Estimulado a um pensamento que foi feito para ser público. Ensinado, transmitido e discutido.
Para que a filosofia? 
- A atitude filosófica promove o distanciamento da vida cotidiana, para que o sujeito interrogue a si mesmo. É decidir não aceitar como óbvias e evidentes as coisas sem antes investiga-las.
- A filosofia consiste em dizer não ao senso comum e interrogar as coisas e nós mesmos.
* Sócrates: “só sei que nada sei” - 1ª e fundamental verdade filosófica
* Platão: a filosofia começa com admiração
* Aristóteles: a filosofia começa com o espanto
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Para desenvolver uma atitude filosófica, é necessário se perguntar, o que é? Porque é? Como é? A fim de se distancias do mundo costumeiro. A atitude filosófica inicia-se indagando. Dessa maneira, é natural que muitos filosofem sobre a função da filosofia. Questionar qual a finalidade dela também e praticá-las. 
Ao fazer essas perguntas para nós mesmo, indagando sobre a capacidade humana em conhecer e agir de maneira filosófica, tem-se a reflexão filosófica. 
Na filosofia, não se trata de “eu acho que” ou “eu gosto de”, e sim, de afirmar “Eu acho que”. 
- Texto: Distinções preliminares entre o mito e outros.
Mito ≠ de 
	Lenda: narrativa que tem como oferecer o histórico de maneira deformada
	Fábula: narrativa imaginária que visa transmitir algum ensinamento. 
	Parábola: narrativa de caráter didática para explicar princípios religiosos.
	Alegoria: Ficção que representa um objeto para dar ideia de outro, “Dizer outra coisa”
- Texto: Mito, Rito e Religião 
Mito ≠ Lenda, fábula, parábola, alegoria
	“O que chamamos de mito é a carcaça indiferente que subsiste depois que os elementos místicos que envolvem o conteúdo positivo do mito já se evaporam.” Levy Bruhl
O mito apresenta-se de maneira a tentar explicar o mundo e o homem. Acreditar, ou não, em um mito, é um ato de fé, já que seu critério de adesão é a crença e não a racionalidade. O mito é um modo de significação, uma forma, um símbolo. É uma instrução compreensiva da realidade, percebida de maneira espontânea, sem exigência de comprovação.
Mito: 
	- Relato de algo ocorrido primordialmente com a intervenção de entes sobrenaturais. 
	- Narrativa de uma criação
	- Representação coletiva, transmitida por gerações, relatando uma explicação do mundo
	- Modo de significação, uma ideia, uma forma e não um conceito
	- Não é ato, é ação em movimento
	-É ilógico e irracional
	-É uma codificação da religião primitiva e da sabedoria prática
→ Religião: 
	-Atitudes e atos pelos quais o homem se liga ao divino ou manifesta sua dependência para com ele
→ Rito: 
	-Reatualização do muto, possui o poder de suscitar e reafirmar o mito
	-Promove a incorporação do homem ao mito
	-Realiza-se no imediato de uma transcendência viva. I Rito é a práxis do mito. O mito em ação, a transformação da palavra em verbo
→ Tempo mítico (sagrado - 1) x Tempo Histórico (profano - 2)
1 – Tempo circular
2 – Tempo cronológico, irreversível, linear 
· Ciência: indutiva
· Filosofia: dedutiva
Mito é universal ≠ Mitologia é a narrativa do mito
Ontologia – Parte da filosofia que estuda as propriedades mais gerais do ser, o sentido abrangente do ser, analisa as coisas existentes no mundo, a natureza do ser e a realidade - Estudo das propriedades mais gerais do ser, como um todo mal/bem, luz/trevas, amor/ódio 
 Epistemologia – área da filosofia que estuda o conhecimento, sua formação, a diferença entre ciência e senso comum a validade do saber científico - diferentes perspectivas que existem de uma mesma coisa com natureza empírica (experiência, observação)
Metafísica – subdivisão da filosofia que investiga as realidades que transcendem da experiência sensível, fornecendo fundamentos para todas as ciências particulares, por meio da reflexão a respeito da natureza primordial do ser.
	- Para Kant, é o estudo das formas ou leis construtivas da razão, fundamento de toda especulação a respeito de realidades suprassensíveis (a totalidade cósmica, Deus, ou a alma humana) e fonte de privilégios gerais para o conhecimento empírico. 
Religião: instituição que permite a prática repetida do rito. 
Rito: “Meio de transporte” do humano com o divino, a realização e reafirmação do mito. 
Texto: Experiência simbólica e significante
	-Logos: argumentação que pretende convencer, é justo e lógico, implica a necessidade de formular um juízo. 
	-Mito: tem por finalidade apenas a si mesmo acreditar nele é algo que envolve vontade e fé.
	-Ritualização: evocam as emoções humanas mais profundas que extrapolam o sentimento individual e põe em jogo a identificação afe3tiva e/ou emocional dos indivíduos com valores projetados no campo imaginário de uma cultura,
	-Rituais sagrados (experiência simbólica): realidade longínqua, que aflora as emoções individuais e as possui com êxtase, perdendo a identidade ao fundi-la com o sublime. → rituais de culto, presentificação do divino. São a essência mito-símbolo (mito antigo)
	-Mito moderno: rituais dessacralizados, por procedimentos que evocam emoções cotidianas comosatisfação, deleite ou descontentamento. São rituais profanos e não possuem apelo a nenhuma transcendência. Supõe apenas a experiência de um sentido, de uma significação e intelectualmente vivida, sendo chamada de experiência significante. 
Tanto a experiência simbólica quanto a significante são intuitivamente ligadas à vivência particular de um indivíduo, sendo assim portadoras de um efeito existencial que condiciona o modo de compartilhamento dessas vivências, referindo-se às experiências. → o significado resultante delas não está dissociado do aqui e agora de vivências de projeção e identificação do eu com o imaginário, simbólico ou significante.
Mito é irracional em frente ao ser humano 
Místico = cósmico físico (Quântico)
Mítico = Transcendental (pela fé, além do físico, divino)
Texto: O mito, o herói, o artista
	Mito simbólico (místico e transcendental) e mito significante (representação de acordo com a vivência do universal, aparenta ser simbólico e universal)
Herói → inquietude da condição humana, mas não se consagra divinamente
Artista → quando conquista o ordinário ele se destaca
Mitologema → aquele elemento que constitui a saga do herói, o percurso que ele irá seguir em seu contexto 
Mitema → são as menores unidades com algum sentido e que formam o mito em si, os mitemas são redundantes e podem ser encontrados em diversos mitologemas, e é justamente a repetição destes mitemas que dá sentido a narrativa mítica. Não são diacrônicos Ex.: Morte precoce (preferem ser imemoráveis em relação às suas ações, à ter uma vida longeva)
Narrativa mitológica → explicação racional e significante de um mito, enfatizar de maneira apologética (positiva forma de representar o imaginário coletivo) o
►Mito → tem por veículo a fé, o instrumento do mito é o símbolo e a sua expressão é o rito(prática), não tem explicação ou objetivo. Ele gera muitas interpretações, mas não pode ser interpretado, ele tem muitas significações, mas não é objeto de pensamento lógico, de raciocínio, pensa-se nele e não sobre ele, ao mesmo tempo é precisamente o símbolo que liberta o indivíduo do pensamento, na mesma medida que o inspira e absorve. O mito é anacrônico e transcendental.
Texto: Getúlio Vargas
Exaltado como herói e pouco como homem (suas facetas trapaceiras, governo ditador), mito significante é tratado como um mito político, ele se torna uma referência e as pessoas adquirem traços de pertencimento. 
Mitos políticos necessitam de intensa e sofisticada propaganda governamental, que faça sentido para a população, não é mera obra de mistificação. 
Correntes clássicas → modernas → contemporâneas 
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA, REFORMA PROTESTANTE, TEOLOGIA = Teocêntrico
MODELOS DE RACIONALIDADE 
Racionalidade é técnico-empírica → Racionalidade vira Técnico-instrumental
Pré-socrática fisiologistas = cosmos, physis, encontrar a origem do universo cosmocentrismo
A partir da criação da pólis o homem é visto como um ser político, e inicia um questionamento, como é possível viver bem através da política. 
PANORAMA DO PERCURSO FILOSÓFICO OCIDENTAL 
Período Clássico
Teológico (medieval – deus é o centro) 
Teleológico (período clássico – fim (finalidade) é o centro) Deus se constitui na reflexão com um objetivo/finalidade = procurar a verdade absoluta
Homem: ser dotado de logos e coroado pelo exercício da razão (primazia da faculdade intelectual do homem – perspectiva ontológica, definida pela primazia do logos).
Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo” o bem – coloca o homem no cerne de suas preocupações. Com a maiêutica (volta a si mesmo, interiorização junto do seu mestre = dar à luz) constrói um método provocativo de inquirição que pressupõe um mergulho interior (intenção catártica). Usa dois métodos (a ironia = para desconstruir a cabeça do seu discípulo e a indução = construir para que a ideia pode ser parida, cuidada) O homem só tem sentido e explicação se referido a um princípio interior. Ele assim introduz a ideia de personalidade moral sobre a qual irá assentar o edifício da ética e do direito na civilização Ocidental. Agir de maneira errada é não ter conhecimento (ignorância), agir bem é ter conhecimento e entendimento. 
Antropocentrismo Socrático (exerce uma vida moral e ética dentro da polis, por interiorização e consciência de si – responsabiliza-se pela sua ação) é diferente do moderno(ciência) 
Socrátes tem a teoria unidimensional 
Homem é a referência para a filosofia e não o cosmos(pré-socrático)
Concepção teleológica (grega) – primazia do logos, exercício da verdade, da razão “É vida que não é examinada, não merece ser vivida”, ele apenas se reconhece humano quando exerce reflexibilidade. Ele volta a si mesmo e causa o autoconhecimento. Ele produz o conhecimento através do autoconhecimento. Exerce reflexão para agir, a reflexão é o princípio fundador – chega à verdade, à essência, o sentido de tudo é refletir. 
Quem dá à luz é o próprio homem, ele gesta suas ideias, 
Platão: Ordenação transcendente (teoria das ideias) – Tendência dualista (separação da vida dos sentidos e da vida do intelecto).
Corrente idealista
Reproduziu a filosofia de Sócrates – rompe a filosofia com a política com a morte de Sócrates – sofocracia (governo dos sábios e não do povo (democracia)) 
Inaugurou a metafísica, ele separa a realidade em duas esferas – ele constituiu a teoria das ideias Bidimensional (tem um mundo real além dos sentidos e do senso comum (que são enganosos))
Aristóteles: Transpõe o horizonte da physis o têlos do ser e do agir do homem. A teoria de Aristóteles se baseia em três distinções fundamentais: substância-essência-acidente; ato-potencia; forma-matéria que, por sua vez, desembocam na teoria das quatro causas (material, formal, eficiente e final). Aristóteles “traz as ideias do céu à terra”: rejeita o mundo das ideias de Platão, fundindo o mundo sensível e o inteligível no conceito da substância, enquanto “aquilo que é em si mesmo”, ou enquanto suporte dos atributos.
Desenvolve a ideia da metafísica
Corrente realista
Não separa a realidade em duas ideias, ato → potência (a semente de um carvalho tem o potencial de brotar e virar uma árvore)
Período Helenístico1
Advento do indivíduo ao centro da reflexão filosófica → Transição da antiguidade clássica (conhecimento), queda da civilização grega, para a ascensão do império romano (conquistas territoriais, conquistas político administrativas) – preocupação ética, existencial, sentido prático, para estabelecer regras para o bem-viver, buscar a felicidade no contexto adverso da guerra permanente
Não tem corrente de pensamento, mas tem as correntes do epicurismo, estoicismo e ceticismo 
Fim da polis grega como comunidade associativa soberana – o homem desgarra-se do espaço natural da polis daí a tentativa de construir um novo espaço humano que o acolha. Busca-se aqui a imperturbabilidade da alma.
a) Epicurismo2 (Eudaimonia prazer – bem autêntico) – Antropologia materialista: o homem é visto como um ser que sente valorização da experiência imediata/sensista. A possibilidade de conseguir a felicidade, o prazer era a única coisa capaz de fazer as pessoas suportar a guerra, mas o prazer duradouro, consciente, dosado, não é passageiro e efêmero. 
b) Estoicismo3 (autocontrole/contenção/austeridade) – Autarquia: senhorio e posse de si mesmo com honradez e austeridade.1 Designa a influência da cultura grega em toda a região do Mediterrâneo Oriental e do Oriente Próximo desde as conquistas de Alexandre (332 a.C) até a conquista romana do Egito em 30 a.C. Estabelece, ainda, a transição entre a antiguidade clássica e a idade cristã – caráter dogmático e altamente doutrinário. A filosofia do helenismo é fortemente marcada por uma preocupação central com a ética, entendida em um sentido prático como o estabelecimento de regras do bem viver, da “arte de viver” – busca da felicidade pessoal em um contexto pluralista e multicultural.2 Epícuro (341-270 a.C).3 Zenão de Cítio 332-262 a.C). Equilíbrio e autocontrole. 
c) Ceticismo4 (suspensão do juízo quanto à possibilidade ou nãode algo verdadeiro ou falso tranqüilidade). A verdade para eles é inapreensível – “Já que é impossível determinar um critério de verdade, resta-nos o razoável”. Nesse contexto helenista, universalizado pela ação política administrativa dos romanos, a filosofia encontra-se com o cristianismo (movimento de helenização do judaísmo). Assiste-se a simbiose das cosmovisões grega e judaica: advento do cristianismo. Não deixar a dúvida nos corroer, a verdade sempre nos escapa. 
Período Medieval (Teleológica → Teológica) Se sustenta pela fé, não pela doutrina, criatura submetida a Deus
Máxima predominante: “Crer para compreender, e compreender para crer”.
A filosofia é considerada no período medieval serva da teologia. Nesse período duas tendências fundamentais se desenvolvem: a filosofia patrística e a escolástica.
A filosofia patrística inicia-se ainda no período decadente do Império Romano, no século III. Essa filosofia auxilia a exposição racional da doutrina religiosa e se acha contida nos trabalhos dos chamados Padres da Igreja, cujas principais preocupações são as relações entre fé e ciência, a natureza de Deus e da alma e a vida moral. A retomada da filosofia platônica, baseada na predileção pelo suprassensível, contribui para a fundamentação da necessidade de uma ética rigorosa, da abdicação do mundo, do controle racional das paixões.
Alguns representantes: Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano, mas a principal figura é Santo Agostinho (354-430).
A escolástica caracterizou-se como a especulação filosófico-teológica desenvolvida do século IX até o renascimento. O ensino aí desenvolvido baseia-se, sobretudo, no trivium(gramática, retórica e dialética) e no quadrivium (aritmética, música, geometria e astronomia). A partir do século XI surgem as universidades (de Paris, Bologna, Oxford...), que espalhadas por toda a Europa, tornam-se locais de fecunda reflexão filosófica. Santo Tomás de Aquino recuperou o pensamento original de Aristóteles e fez as devidas adaptações à visão cristã e escreveu uma obra monumental, a Suma Teológica, onde, uma vez mais, as questões de fé são abordadas pela “luz da razão” e a filosofia é o instrumento que auxilia o trabalho da teologia. Assim, é com Aristóteles cristianizado que surge, então, a filosofia aristotélico-tomista.
Perspectiva existencial e soteriológica5 bíblico-cristológica
Agostinho64 
Sexto Empírico (± 200 a.C)5 Parte da teologia cristã que trata da salvação do homem (Soteros, vem do grego e significa “salvação”).6 Aurélio Agostinho nasceu em 354 em Tagasta, pequena cidade da Numídia, na África. “Intellectusmercês est fidei” – “a inteligência é recompensa da fé”. Diz ele: “Com harmonia do criado (...) se afina também a medicina da alma, a nós ministrada pela inefável bondade da Providência divina (...). Essa medicina atua com base em dois princípios: a autoridade e a razão. A autoridade exige a fé e encaminha o homem para a razão. A razão leva ao entendimento consciente. Por outro lado, nem mesmo a autoridade 
– Com Agostinho nasce o filosofar na fé – pensamento bíblico-teológico. Buscar o Deus em mim, se reconhecer como natureza divina, se desfazer das coisas humanas por nos conduzirem ao pecado, em nos há a contrariedade do querer (alma/corpo), viver uma vida devotada nos distancia do mal.
– Descoberta do “eu” como pessoa Agostinho propõe o problema do homem (indivíduo irrepetível) – distancia-se do intelectualismo grego que deixou escasso espaço para a vontade. “É a razão que conhece e a vontade que escolhe, podendo escolher inclusive o irracional e o pecado”.
– O mal não é ser, mas sim deficiência e privação do ser.– Mal moral pecado / Mal físico conseqüência do pecado.
Tomás de Aquino7
– Abre nova alternativa para o desenvolvimento da filosofia cristã: compatibiliza aristotelismo com o pensamento cristão (forte caráter sistemático/racional).
– Com suas cinco vias de demonstração da existência de Deus8 contraria a posição que só se pode conhecer a Deus pela fé – utiliza a razão natural (pois concilia a razão com a teologia natural, já que se conhece Deus pelo mundo sensível – isso legitima o interesse pela investigação científica do mundo natural). Daí o prenúncio das grandes transformações pelas quais passará o mundo europeu ocidental nos séculos seguintes.
Crises e Revoluções: geram uma crise intelectual que chacoalha as bases paradigmáticas medievais – esfacela-se uma construção estética que ordenava os espaços e hierarquizava o cosmos.
Período Moderno O se torna o centro, ator do universo, descentraliza o cosmos (já foi desbravado). Hora de mecanizar e matematizar os processos do fenômeno físico
Abre-se para uma pluralidade antropológica ruptura com a unidade cultural grega e medieval.
a) Renascimento Humanista forte dose de sincretismo e ecletismo cultural. 
– Ruptura com a visão teocêntrica e com a concepção filosófico-teológica medieval.
pode ser considerada desprovida de um fundamento racional, desde que se considere a quem se devota a fé (...). Cf. REALE e ANTISERE, 1990, p. 428-459.7 Expoente entre os escolásticos, verdadeiro gênio metafísico e um dos maiores pensadores de todos os tempos, Tomás de Aquino elaborou um sistema de saber admirável pela transparência lógica e pela conexão orgânica entre as partes, de índole mais aristotélica do que platônico-agostiniano (Cf. REALE e ANTISERI, 1990, p. 552-573).8 
a) caminho da mutação (“tudo que é mutável e defectível deve ser reconduzido a um princípio imutável e necessário” – ato puro); 
b) caminho da causalidade eficiente (causa primeira incausada – uma causa que produz e não é produzida); 
c) caminho da contingência (existência de um ser necessário que não foi e não é de modo algum contingente porque é sempre em ato); 
d) caminho dos graus de perfeição (“existe algo que é verdadeiro, nobre e bom em grau máximo e, consequentemente, algo que, em grau máximo, é ser, já que aquilo que é máximo na verdade é máximo também no ser”); 
e) caminho do finalismo (“tudo aquilo que não tem conhecimento não pode se mover em direção a um fim, a menos que seja dirigida por algum ente dotado de conhecimento e inteligência, como a flecha é dirigida pelo arqueiro, por isso, existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas naturais para o seu fim”). 
Cf. REALE e ANTISERI, 1990, p.562-566. Fé é irredutível à razão. A filosofia deve ser sensível à revelação (palavra infalível de Deus transmitida pela graça). Deus é, e os demais seres participam do ser enquanto entes criados. Somos seres para a vida em progressiva elevação do ser do ente ao ser subsistente (experiência ontológica). Deus é ato puro, é ser subsistente. Já o homem é “logos” do ser, clareira onde se manifesta o ser em sua aletheia (em seu desvelamento e verdade).
Dignificação do homem X Miséria do Homem
Rejeição da tradição escolástica – o homem é visto como artífice do saber. 
Nova Ordem Ideário Humanista
b) Reforma Protestante:
– Combate à escolástica, sobretudo à visão aristotélico-tomista.
– Critério de validade da interpretação das escrituras: Regola Fidei (Regra da Fé).
– Defesa do individualismo contra a autoridade externa, o saber adquirido e as instituições tradicionais.
– Ênfase dada por Lutero à consciência prenuncia a filosofia cartesiana, assim como o espírito crítico da modernidade.
c) Reforma Científica: A ciência moderna surge quando se torna mais importante salvar os fenômenos e quando a observação, experimentação e a verificação de hipóteses tornam-se critérios decisivos, suplantando o argumento metafísico.
d) Iluminismo: Caráter racionalista e secular, valorização da experimentação e do materialismo, além da crítica à superstição.
Racionalismo (base a razão) DESCARTES
“Penso, logo existo” (Descartes)
Primazia do modelo da máquina concepção matemática/mecanicista e experimentalista.
Princípio da Identidade numérica, calculadora.
Modelo antropológico sujeito cartesiano 
Empirismo (experiência como base) LOCKE
“O silêncio desses espaços infinitosme apavora” (Blaise Pascal)
 Forma de saber derivado da experimentação sensível e de dados acumulados com base na experimentação permitindo a realização de fins práticos.
 Primazia do indivíduo (experiência sensista): o otimismo naturalista embasará o pensamento liberal posterior. Homem: sujeito cognoscível/perfectível.
Ceticismo tem como base a dúvida HUMEANO
→ criticismo kantiano (sintetizou o racionalismo e o ceticismo)
O Humanismo Renascentista colocou o homem no centro de suas preocupações éticas, estéticas e políticas. A Reforma Protestante valorizou o individualismo e o espírito crítico, bem como a discussão de questões éticas e religiosas. A Revolução Científica pode ser considerada uma grande realização do espírito crítico humano, porém, ao tirar a terra do centro do universo e ao trazer para o primeiro plano a ciência da natureza, se afasta dos temas centrais do humanismo e da reforma, sofrendo, em muitos casos, a condenação tanto do protestantismo quanto do catolicismo. 
A nova teoria heliocêntrica não retirou apenas a terra do centro do universo, também esfacelou uma construção estética que ordenava os espaços e hierarquizava o “mundo superior dos céus” e o “inferior e corruptível da terra”.
Características do pensamento moderno:
a) Racionalismo moderno/cartesiano – fé na razão científica, considerada única capaz de conhecer. O dogmatismo medieval será substituído pela dúvida que marca a derrocada do “princípio da autoridade” e abandono do critério da revelação;
b) Antropocentrismo – laicização do saber (capacidade do livre exame a partir da Reforma Protestante) e redescoberta da subjetividade, pois o problema central é o do sujeito que conhece e não mais do objeto conhecido (o problema não é mais saber se as coisas são, mas se nós podemos conhecê-las);
c) Saber ativo se opõe ao contemplativo e especulativo;
d) Valorização da experiência e descrição quantitativa dos fenômenos;
e) Adoção do método matemático e empírico, técnico-científico;
f) Secularização da consciência – a causalidade divina perde seu estatuto (separação fé/razão);
g) Descentralização do cosmos – subversão do ordenamento finito e centralizado (a terra será vista como um simples planeta, um grão de areia perdido na intensidade do espaço infinito);
h) Geometrização do espaço – desfaz-se a mística do lugar, ou seja, realiza-se o processo de dessacralização e democratização dos espaços que serão vistos como equivalentes;
i) Mecanicismo – homem e natureza são compreendidos por esquemas mecânicos, cujo modelo preferido é o relógio.
Projeto iluminista: destituição da metafísica/transcendência, razão científica (luz da razão)
Promete-se com o positivismo científico (que acredita na infalibilidade da razão) o conhecimento intelectual da natureza e de suas leis, destituindo o animismo mágico e a teologia (racionalidade vista como capaz de esclarecer, clarificar e iluminar). O cartesianismo matemático, o mecanicismo e o determinismo da física newtoniana sofrem abalo com o aparecimento das críticas à ciência: física quântica, princípio da incerteza de Heisenberg, teoria do caos, etc.
Período de crise na ciência
Nasce a tendência ao neopositivismo ou empiricismo lógico com o “Círculo de Viena” (1928) que defende a lógica, a matemática e as ciências empíricas com a convicção de que é possível esgotar o conhecimento do real.
Reação de Popper (1902) e Kuhn (1922) 
Karl Popper afirma que o que garante a verdade do discurso científico9 é a condição de refutabilidade e não a verificabilidade, ou seja, quando a teoria resiste à refutação ela é corroborada ou confirmada. O que distingue uma investigação científica da especulação metafísica? Segundo Popper, nenhuma lei científica pode ser conclusivamente verificada, mas pode ser definitivamente refutada (possibilidade de testabilidade e seu poder de resistência) ou falseada. A indução é uma quimera. As teorias nunca são empiricamente verificáveis. Donde ser a falseabilidade de um sistema o verdadeiro critério da demarcação epistemológica. Thomas Kuhn, por sua vez, se contrapôs à teoria de Popper, negando que o desenvolvimento da ciência tenha sido levado a efeito pelo ideal de refutação. Segundo ele, ao contrário, pois a ciência progride pela tradição intelectual representada pelo paradigma10 que é a visão do mundo expressa numa teoria. Se, por um lado, Popper afirmou que a ciência é racional na medida em que critica as suas teorias (ideal de irrefutabilidade) Kuhn, por outro, argumentou que uma teoria, como paradigma deve, na maior parte do tempo, ser desenvolvida em vez de ser criticada, já que esse não é o papel da ciência.
Período contemporâneo
As velhas identidades alimentadas por concepções eidéticas ou essencialistas sobrem um processo de esvaziamento (desarticulações, deslocamentos, desalojamentos e dilaceramentos) do sujeito e do sistema social. Ocorre daí a erosão da identidade mestra (celebração do móvel e noção de identidade cambiante) abrindo-se novas perspectivas de articulações, ou seja, jogos das identidades (política da diferença) que fraturam e deslocam os critérios e categorias de classe, sexo – emergência de novas identidades e movimentos: feminista, étnico, ecológico, gay e etc. A subjetividade na contemporaneidade deve se desdobrar para além dos jogos de espelhos (tautologia) da racionalidade tradicional – absoluta e totalizadora que tenta justificar-se pela hipertrofia ensimesmadora. 
Bibliografia
O valor de uma teoria científica é sempre provisório, nunca definitivo, e o conhecimento científico será sempre conjectural, já que não há certeza definitiva.10 O paradigma (fórmulas lógico-formais, modelos operacionais padronizados/matriz disciplinar) serve para auxiliar os cientistas na resolução dos seus problemas. O progresso se faz por acumulação de descobertas, entretanto, quando o paradigma já não resolve uma série de anomalias acumuladas indicia uma situação de crise que obriga a mudança diante das resoluções operadas.
Anotações vídeos
Sócrates → Abandona o discurso da natureza. Parece com o método da Maiêutica, Partir as idéias, ele ajuda as pessoas, mas ele não pare as ideias, ele apenas ajuda e induz o parto. Primeiro ele desconstrói as ideias da pessoa e depois constrói para parir a ideia. Depois ele cuida dela como uma criança. Agir mal é agir por ignorância, se você conhece você age 
Platão → idealismo platônico (realismo) = mundo real é o mundo das ideias, que é perfeito (eterno), já o mundo físico é imperfeito (mito da caverna), para ele fazer o bem é através da racionalidade, a alma tem três partes e quer inúmeras coisas, mas a razão deve domar isso tudo. Vício está ligado ao desconhecimento, e é eliminado através do conhecimento
Aristóteles → Contradiz Platão – Vício não é excesso ou falta de conhecimento e sim por falta de equilíbrio. Mundo real é o mundo físico, admirador da natureza, a ideia é um conceito, tudo é extraído da experiência, é dedutiva, “Que nada há na mente que não tenha passado pelos sentidos.” Conhecimento vai além dos sentidos e sensações, de acordo com ele é assim que nasceu as ciências. Causa e princípios do mundo pelo espanto e admiração das coisas, Ele é teleológico, tudo tem uma finalidade. Justiça é proporcional. 
Pensamento moderno Humanismo (Renovação do pensar e agir)
Rene Descartes → Renovar o conhecimento, reconstruir o saber, unidade da razão, consequências técnicas da vida moral e material, arvore do conhecimento (raiz é a metafísica, tronco é físico-matemático, frutos são as artes mecânicas (medicina e moral) → ideal da sabedoria, integração perfeita entre a teoria e a prática sob o império da razão (vetor universal com todas as dimensões humanas). A capacidade humana de conhecer com autonomia de forma independente de tudo que é exterior à razão. Regras metódicas com novos critérios. Paradigma matemática → ela se manteve a salvo de outras eventualidades do campo do saber, condição universal de certeza e estilo demonstrativo, formas metódicas → arcanos da razão. Salvar o conhecimento pela arbitrariedade,evitando que o resultado da busca pela verdade seja o ceticismo. Recusa do saber e dúvida assumida por Descartes não tem como finalidade a destruição da verdade, mas tem a finalidade de destruir a verdade que não tem métodos e cai no ceticismo. O eu (subjetividade - sujeito) é a primeira descoberta do pensamento moderno através da recusa das verdades adquiridas sem provas. “Penso, logo existo”, representação do mundo como representação na mente, como ideia. O sujeito é pensamento, portanto ele é interno a si. Passa a ver a si mesmo, a se representar → subjetividade representativa → forma psicológica, ética, política da sua atuação no mundo, se torna senhor de si e senhor da sua história. Nascimento do mundo laico, natureza finita da criatura e a sua dependência da criatura em relação a Deus (realidade infinita), representação depende da imaginação humana. Meu intelecto finito, tem a capacidade de compreender o infinito. O sujeito reconhece Deus como o princípio da verdade, caberá ele a adequar livremente seus pensamentos e ações a esse princípio. Somos alma(espírito) e corpo(matéria) → em unidade 
Immanuel Kant → A compreensão de que há algo que não conseguimos compreender racionalmente “o eu mesmo”, a racionalidade tem limites. Para Kant a força do conhecimento vai derivar não da sua expansão ilimitada, mas da sabedoria criteriosa das suas limitações. Pretensão de elucidar de forma completa da teoria a prática, mas de forma crítica, um exame minucioso das possibilidades efetivas da razão. Ele constata a impossibilidade da consolidação daquele conhecimento eminentemente filosófico, a metafísica, dada a diversidade contraditória dos seus resultados, dada a razão do seu exercício VS Ao contrário da matemática e a física, que se aplicam à outras áreas do saber, são ciências universais. Vive durante o iluminismo. Porque a razão (empírico formal) se sucede de um lado e fracassa do outro? Idealismo (carácter constituintes da razão se fixa nas formas e estruturas mentais) e empirismo (confia nos sentidos e percepções e dá pouca importância para a razão) são vertentes insuficientes quando separados. Tudo é constituído pelo equilíbrio entre a forma e o conteúdo.

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