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1 AROMATERAPIA COMO COADJUVANTE NO TRATAMENTO PARA PSORÍASE Ângela Maria Alves Fávaro Martin¹, Kely Cristina Santos 2 1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Farmacêutica, Prof. Msc. Universidade Tuiuti do Paraná Endereço para correspondência: Ângela Maria Alves Fávaro Martin, angela.favarom@gmail.com RESUMO: A psoríase é uma doença inflamatória crônica, eritemato-escamosa, não contagiosa, recorrente, que acomete a pele. As lesões psoriáticas podem ser únicas ou formar grandes placas e eventualmente apresentam pruridos. Por se tratar de uma doença inestética, a estigmatização em relação à aparência física da pessoa afetada é vista como um fator estressante. Dados da literatura sugerem que estresse emocional e psicológico tem relação direta com o aparecimento ou agravamento das lesões. A psoríase não tem cura, portanto o tratamento visa melhorar a qualidade de vida do paciente, prolongando o tempo das recidivas e controlando o tamanho e quantidade de lesões. A aromaterapia como coadjuvante no tratamento da psoríase, auxilia tanto a reduzir a gravidade e extensão das lesões, como no alivio do estresse emocional. Esse artigo tem o objetivo de apresentar, por meio de uma revisão bibliográfica, informações sobre o uso dos óleos essenciais como coadjuvante no tratamento dos sintomas físicos e psíquicos decorrentes da psoríase. Palavras-chave: Aromaterapia, Psoríase, Óleos Essenciais _________________________________________________________________________ ABSTRACT: Psoriasis is a, erythematous-squamous, non-contagious, chronic and recurrent inflammatory disease that affects the skin. The psoriatic lesions may be itchy and be unique or form large plaques. Because it is a unsightly disease stigmatization regarding the physical appearance of the person with psoriasis is seen as a stressor. Literature data show that emotional and psychological stress is directly related to the onset or aggravation of injuries. Psoriasis has no cure, so treatment aims to improve the quality of life of patients, prolonging the time of relapses and controlling the size and number of lesions. The aromatherapy as an adjunct in the treatment of psoriasis, helps both to reduce the severity and extent of injuries, as the alleviation of emotional stress. This article has the objective to present, through a literature review, informations regarding the use of essential oils as an adjunct in the treatment of physical and psychological symptoms resulting from psoriasis. Keywords: Aromatherapy, Psoriasis, Essential Oils ________________________________________________________________________ 2 INTRODUÇÃO A psoríase é uma dermatose inflamatória, recorrente, causada por hiperproliferação celular crônica, que acomete principalmente o couro cabeludo e articulações como joelhos e cotovelos. Não é contagiosa e não tem cura, portanto o tratamento visa melhorar a qualidade de vida do paciente, prolongando o tempo das recidivas e controlando o tamanho e quantidade de lesões. Para isso utilizam-se medicamentos de uso tópico, fototerapia, e para casos específicos é indicado o tratamento sistêmico (SILVA; SILVA, 2007; MOREIRA; SOUZA, 2008). Silva (2006) e Silva (2007) destacaram que a pele é considerada um órgão de choque, onde alterações emocionais podem se manifestar. A psoríase é classificada como uma psicodermatose, de forma em que o estresse emocional pode atuar no aparecimento e agravamento da mesma. A psoríase atinge a pele, parte mais exposta do corpo. Desta forma apresente um impacto negativo no bem-estar físico e psicossocial ocasionando prejuízo na qualidade de vida. Estudos comprovam que mais de 60% dos pacientes psoriáticos descrevem que o desencadeamento e agravamento dos quadros clínicos tem relação direta com o estresse emocional (RODRIGUES;TEIXEIRA, 2009). A aromaterapia é um tratamento que utiliza óleos essenciais em benefício do bem-estar físico e emocional. Como coadjuvante na terapêutica da psoríase, auxilia tanto no aspecto emocional quanto na redução a gravidade e extensão das lesões. (BENSOULIAH, 2003) Os óleos essenciais têm duas grandes áreas de atuação: ao nível fisiológico, pois têm efeitos anti-inflamatório, estimulante, calmante, entre outros; ao nível psicológico, pois atuam sobre o estado emocional e mental trazendo equilíbrio pela estimulação ou sedação (CRUZ, 2002). Esse artigo tem como objetivo investigar o uso dos óleos essenciais como coadjuvante no tratamento dos sintomas físicos e emocionais decorrentes da psoríase por meio de uma revisão bibliográfica. 3 PSORÍASE: A psoríase é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa, recorrente, que acomete a pele, principalmente couro cabeludo, e articulações como joelhos, cotovelos. A manifestação da doença ocorre pela inflamação nos queratinócitos que ativa os linfócitos T. Estes liberam as citocinas que aceleram a proliferação das células da pele. De transmissão genética, a psoríase acomete cerca de 1 a 3% da população mundial, igualmente em homens e mulheres. Manifesta-se por placas eritematosas e com escamas bem delimitadas, ocasionalmente com prurido. Essas manifestações agravam-se por fatores endócrinos, genéticos, mas principalmente emocionais (ARNDT, 1990; MOREIRA et.al, 2008; ARRUDA; CAMPBELL; TAKAHASHI, 2001; SILVA, 2013). As lesões psoriáticas normalmente são bem delimitadas, espessas sobre a pele, podendo haver pruridos e serem únicas ou formar grandes placas. Qualquer área do corpo pode acometer as lesões, porém preferem áreas de extensão como joelhos e cotovelos e couro cabeludo, áreas de traumas e unhas. São caracterizadas por apresentarem eritema, escama e pápula. (ARRUDA; CAMPBELL; TAKAHASHI, 2001; SILVA; SILVA, 2007) Os eritemas apresentam-se de cor vermelho vivo ou rosa, apresentando-se algumas vezes violáceo, dependendo da região afetada, e é mais perceptível quando a escamação está diminuída. Estas lesões escamosas são causadas pela proliferação anormal de queratinócitos em conjunto com a infiltração de células inflamatórias na derme e na epiderme. Essas escamas causadas pela acantose epitelial são normalmente de cor branca prateadas, de acúmulo variável. Os hábitos como coçar podem removê- las, ocasionando sangramento. (TAKAHASHI, 2006; BENSOULAH, 2003) Dentre os fatores agravantes locais, encontra-se o trauma local, de qualquer tipo, tais como, físico, químico e mecânico. A luz solar, por sua vez, ao mesmo tempo em que trata, pode agravar as lesões quando em excesso, sendo assim, é importante que esse tratamento seja supervisionado. O estresse, medicamentos, álcool, obesidade, fumo e clima também podem desencadear ou agravar as lesões. (RODRIGUES, 2009) 4 A psoríase se apresenta em diferentes formas clínicas e suas características clínicas, diagnóstico diferencial e fatores agravantes estão relacionadas, no Quadro I, segundo o Consenso Brasileiro de Psoríase (2009). A psoríase vulgar, a mais comum, atinge em torno de 80% dos casos, pode ter períodos de remissão total, evoluindo em episódios separados e imprevisíveis. Na psoríase gotata, (pode ser encontrada na literatura também como gutata) as lesões são pequenas entre 0,5 a 1,5 cm, porém numerosas, em formato de gota, principalmente em crianças, adolescentes, e jovens adultos, normalmente a psoríase pediátrica se manifesta nesse tipo. A pustulosa, ou pustular para alguns autores, diferente da forma vulgar, tem 3 fases: eritema, formação de pústula e descamação; o pus existente consiste em glóbulos brancos acumulados, pode ser localizada, normalmente na área palmo-plantar, ou generalizada. A forma eritrodérmica da patologia caracteriza-se por lesões generalizadas, acomete 75% da área corpórea ou mais, chegando a totalidade. As lesões tem aparência de queimadura, pois se apresentacomo vermelhidão e escamas finas, acompanhada de prurido e dor. (RODRIGUES; TEIXEIRA, 2009; ARRUDA; CAMPBELL; TAKAHASHI, 2001) Para a escolha do tratamento mais adequado, deve-se considerar a gravidade e extensão do quadro clínico, eficácia, tempo de uso, efeitos Quadro I: Classificação da psoríase FORMA CLINICA CARACTERISTICAS CLINICAS FATORES DESENCADEANTES Psoríase em placas Placas eritematosas, espessas, escamas prateadas no couro cabeludo e áreas de extensão. Estresse, infecção, trauma, medicações, xerose Psoríase gotata Pápulas eritematosas, escamativas, usualmente no tronco, poupando as palmas e plantas Infecção estreptocócica na orofaringe Psoríase Pustulosa Localizada Pápulas e/ou placas eritematosas, pustulosas, usualmente nas palmas e plantas (psoríase pustulosa palmoplantar) Estresse, infecção, medicamentos Psoríase Pustulosa Generalizada Pústulas isoladas ou sobre pápulas e/ou placas, disseminadas. Pode estar associadas a comprometimento sistêmicos como febre, dor no corpo, diarreia. Estresse, infecções, medicamentos Psoríase Eritrodérmica Eritema intenso, escamas, cobrindo todo o corpo. Frequentemente associada a sintomas sistêmicos. Pode ou não haver psoríase pré-existente. Estresse, infecções, medicamentos Fonte: Consenso Brasileiro de Psoríase, 2009 5 colaterais do medicamento; acessibilidade ao tratamento, além da preferência do paciente e sua qualidade de vida. Nas formas leves a moderadas, utiliza-se tratamento tópico, apenas medicamentos ou alternada com outras terapêuticas; nas formas moderadas a graves, associa-se terapia sistêmica com fototerapia a fim de causar alívio ao paciente. (BENSOULAH, 2003) Normalmente, para o tratamento tópico são indicados os corticosteroides de diferentes níveis de potência, apresentados nas formas farmacêuticas, de pomadas, cremes, loções, fita oclusiva e xampus, indicados de acordo com o local da lesão. Porém, essas substâncias quando utilizadas de forma prolongada podem causar efeitos colaterais, mesmo que usado somente em forma tópica (MARTINS, 2009). Segundo o Consenso Brasileiro de Psoríase, as terapias sistêmicas são indicadas quando não há resposta ao tratamento tópico e/ou quando ocorre em áreas que comprometem a qualidade de vida do paciente como pés, mãos e face. São exemplos: Metotrexatro, que possui ação imunossupressora, inibindo a síntese de DNA em células imunocompetentes; Acitretina, retinóide sintético que age na hiperqueratinização, crescimento e diferenciação celular epidérmica; Ciclosporina, que impede a proliferação das células T. No entanto, esses ativos podem causar efeitos colaterais potencialmente graves, toxicidade e tem contraindicações importantes. No programa terapêutico deverão ser incluídos emolientes ou umectantes como coadjuvantes e até mesmo na fase assintomática, pois ajudam a manter a pele úmida (SILVA; SILVA, 2007). Bensouilah (2003) e Silva (2007) destacam pesquisas que indicam que o estresse agrava o quadro clínico da doença. Dados da literatura demonstram que estresse emocional e psicológico tem relação direta com o agravamento das lesões causando desconforto físico, afetando a imagem, levando a estigmatização social, que por sua vez afeta a qualidade de vida que é vista como um fator estressante. Sentimentos de ser pouco atraente, sujos, intocável, rejeição social, situações de insucesso na carreira, objeção de momentos de lazer, são fatores de impacto emocional que atormentam os portadores da doença os fazendo alvo de preconceito e descriminação constante, por isso os autores ressaltam a importância de controle de estresse. 6 AROMATERAPIA “A arte e a ciência de utilizar óleos essenciais para proporcionar bem estar físico, mental e emocional.“ (René-Maurice Gattefosse, 1920) Aromaterapia é um tratamento que utiliza as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais, obtidos por cultivo de plantas medicinais, utilizando bases carreadoras adequadas. Pode ser utilizar por estímulo olfativo, a absorção transdérmica ou via oral. O foco do tratamento envolve tanto a área física quanto psicológica (SILVA , 2001). Segundo Lavabre (1993) há relatos que o uso dos óleos essenciais há mais de 6000 anos. Os egípcios reconheciam a importância da saúde e higiene, e conheciam os efeitos de cura das substâncias aromáticas sobre corpo e na mente. Além de ser utilizado em embalsamentos, comprovando o poder antisséptico dos óleos essenciais. Na Índia, a tradição do uso dos óleos essenciais segue até hoje com a mais antiga forma de prática médica, a medicina Ayurvédica. A aromaterapia moderna veio com o interesse pelos poderes antissépticos e antibióticos dos óleos essenciais, na virada do século, quando franceses, alemães, suíços e italianos, se interessaram pelos estudos de Gattefosse. As plantas produzem os óleos essenciais em suas flores, casca dos frutos, folhas, grãos, casca da árvore e sementes. São naturalmente liberados formando uma “nuvem aromática” ao seu redor, com a função de autodefesa e atração de polinizadores. Esse composto químico pode ser extraído de forma industrial e artesanal, por exemplo, extração a vapor, enfleurage, a vácuo, por solvente, por óleo e prensagem. Pode ocorrer variação da composição química de acordo com a parte extraída, o método utilizado para extração e diferente tipo de cultivo. (WOLFFENBUTTEL, 2007) A caracterização aromática de cada óleo essencial é devido à prevalência de moléculas químicas com diferentes funções, como álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis e hidrocarbonetos (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2011). Os óleos essenciais podem ser usados em massagens, banhos, fricções, na forma de cosméticos em máscaras faciais, cremes, loções corporais, para cuidados com os cabelos e couro cabeludos, entre outros. São 7 absorvidos pelo organismo, através da pele, inspiração e ingestão oral. Alguns estudos sugerem que seus metabolitos podem estar no ar exalado, suor, urina e sangue. (WOLFFENBUTTEL, 2007; LAVABRE, 1993) Quando inaladas, uma porcentagem mínima do óleo essencial (OE) ativa o sistema do olfato pelo bulbo e nervos olfativos, que propiciam uma ligação direta com o Sistema Nervoso Central, levando o estímulo ao Sistema Límbico, região do cérebro responsável pelo controle da memória, emoção, sexualidade, impulsos e reações instintivas. O restante da quantidade inalada trafega pelo sistema respiratório e chega à corrente sanguínea. Quando a atuação das moléculas de óleo essencial ocorre por via cutânea, este é absorvido e transportado pela circulação sanguínea, sendo conduzido até os órgãos e tecidos do corpo. Pela via oral, as moléculas dos óleos essenciais são absorvidas pelo intestino e levadas aos diversos tecidos corporais. (TISSERAND, 1993) Portanto, os óleos essenciais atuam de diferentes formas no organismo e pode ser empregadas com a finalidade de melhorar o bem estar físico e mental, equilibrando as emoções (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2011). Aromaterapia na psoríase A aromaterapia se enquadra como coadjuvante na terapêutica da psoríase, pois atua tanto na área fisiológica, quanto na área emocional. Bensouilah (2003) sugere que fórmulas utilizando óleos essenciais e vegetais atuam no abrandamento das camadas escamosas, aliviando coceira e irritação, além de auxiliar em níveis emocionais pelo sistema límbico. Nessas formulações podem ser misturados um ou mais óleos essenciais, de forma em que os mesmos atuem se potencializando mutuamente. (LAVABRE, 1993) . O estresse, leva ao desencadeamento e/ou agravamento da psoríase. A aromaterapia oferece ajuda no combate dessa desordem emocional, pois atua diretamente no sistema nervoso central. Lavabre (1993) concorda que os óleos com efeitos calmantes para uso no tratamento do estresse são néroli, lavanda e rosa e ainda completa citando ilangue-ilangue,manjerona e jasmim. Masline (1998) sugere alguns óleos essenciais, que podem ser misturados entre si, para melhorar a sinergia, sendo eles: Camomila romana, sálvia, erva 8 doce, gerânio, lavanda, melissa, néroli, rosa, sândalo, tangerina, entre outros. Sabe-se que devido à inflamação ocorre a proliferação dos queratinócitos formando as placas psoriáticas. Embora não existam evidências de que os óleos essenciais atuem como queratolíticos, alguns possuem ação anti-inflamatória, por isso são indicados como coadjuvante no tratamento da psoríase. Os óleos essenciais possuem moléculas pequenas e são rapidamente absorvidos, proporcionando alívio rápido dos sintomas (PRICE; PRICE, 1995; BENSOULAH, 2003; SUGUMARAM; VETRICHELVAN, 2008). Masline (1998) menciona o poder anti-inflamatório do óleo essencial de lavanda e dos derivados sesquiterpênicos como o camazuleno encontrado no óleo essencial de camomila. Bensouilah (2003) complementa que óleos essenciais com ação cicatrizante, antisséptica, também são indicados para o local da lesão, sendo eles: bergamota, gerânio, melissa e sândalo. Gelmini et.al. (2013) comprovaram o poder antipsoriático do óleo resina de copaíba. Yaghoobi (2012), em sua pesquisa por análise morfológica, constatou que há vasodilatação dérmica dentro das lesões psoriáticas. Propôs então que o óleo essencial de Tea tree, ou melaleuca como é conhecido, pode ser uma poderosa arma antipsoriática, cujo principal componente é o terpeno-4-ol. Esse óleo apresenta potentes propriedades anti-inflamatórias, atua como Quadro II - Óleos essenciais com aplicação em aromaterapia Óleo essencial C IC A T R IZ A N T E A N T IS S É P T IC O C A L M A N T E A N T I- IN F L A M A T Ó R IO A L IV IA D O R R E G E N E R A Ç Ã O C E L U L A R A N T I D E P R E S S IV O Lavanda X X X Camomila X X X X Bergamota X Gerânio X X X Melissa X X X Sândalo X X Salvia Néroli X Copaíba X Melaleuca X X X X Rosa X Fonte: LAVABRE (1993); MASLINE (1998) 9 vasoconstritor, diminuindo o extravasamento do plasma, e pode ser utilizado diretamente sobre a pele, mesmo em altas concentrações. As ações terapêuticas dos óleos essenciais estão apresentadas no Quadro II. Os óleos essenciais, com exceção da lavanda, não podem ser aplicados diretamente sobre a pele, então se utiliza os óleos vegetais como carreadores. Esses são constituídos por um conjunto de ácidos graxos diferentes, sendo que cada qual irá possuir propriedades diferentes e específicas. Formulações com óleos carreadores ricos em fosfolipídios, fitoesteróis e ácido gama-linolênico são indicadas por possuírem ações cicatrizantes, anti-inflamatórias e de regeneração tecidual. Uma consideração importante na escolha do óleo carreador é optar pelo óleo que possui maior nível de emoliência. Propõe-se ainda que para obter melhores resultados, pode ser usado na forma farmacêutica de pomadas, obtendo um efeito oclusivo, desde que não cause desconforto ao paciente. Alguns óleos vegetais descritos por possuírem as características citadas, são prímula, rosa mosqueta, borragem, amêndoas doce, calêndula, abacate e jojoba, cujas ações estão apresentadas no Quadro III (LAVABRE, 1993; MASLINE; CLOSE, 1998; BENSOULAH, 2003; SUGUMARAM; VETRICHELVAN, 2008). Os óleos vegetais, normalmente, não apresentam aroma forte, não evaporam ao transmitir o aroma, e podem ficar rançosos com o tempo. Os óleos essenciais tem um aroma concentrado que se dissipa ao ser utilizado e Quadro III – Óleos vegetais utilizados como carreadores em tratamento de psoríase Óleo vegetal EMOLIENTE ANTI- INFLAMATÓRIO REGENERAÇÃO CELULAR CICATRIZANTE Amêndoa doce X Prímula X X X Rosa Mosqueta X X X Borragem X X Calêndula X X X Jojoba X Abacate X X X Fonte: LAVABRE (1993); MASLINE (1998) 10 por sua vez não rançam, porém ao oxidar podem perder seus efeitos terapêuticos. (SUGUMARAM; VETRICHELVAN, 2008). METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com artigos entre os anos de 2002 a 2013, por meio dos sites da Bireme, Schollar para consulta de seus acervos de dados como Lilacs, Medline, PubMed e Scielo, livros entre anos 1990 a 1998 contidos em acervo pessoal e da Universidade Tuiuti do Paraná, e Consenso Brasileiro de Psoríase de 2009. DISCUSSÃO A psoríase inicialmente pode ser confundida com outras dermatites, porém conforme a evolução, o padrão descamativo característico a torna uma doença de fácil diagnóstico. É uma doença crônica e a piora do quadro varia de pessoa para pessoa, pois dependem de fatores individuais como traumas, exposição ao sol sem moderação, ingestão de álcool, alguns medicamentos, obesidade e principalmente o estresse emocional. Como a psoríase não tem cura, o principal objetivo do tratamento deve ser o de reduzir a gravidade e a extensão dos sintomas, visando a qualidade do paciente (SILVA; SILVA, 2007). Em um estudo de caso, utilizando óleo resina de copaíba, foi empregado em um paciente administração oral de 1 ml/dia, e em outro foi administrado aplicação tópica em forma de pomada, em ambos os casos foi constatado a eficácia do óleo resina na melhoria dos sintomas clínicos da psoríase. Os autores concluíram que o óleo resina de copaíba, possui componentes sesquiterpênicos e diterpênicos com propriedades antioxidantes, anti- inflamatória e também possui um potencial efeito anti-psoriático (GELMINI, et al., 2013). Segundo Silva (2007) o estresse é uma reação do organismo que ocorre quando a pessoa se depara com situações irritantes, de medo ou confusão mental e está relacionado, dentre outras coisas, a transtornos dermatológicos, podendo afetar e o sistema imunológico. Em pesquisa realizada para avaliar os níveis de estresse e estratégias de coping (esta expressão não possui uma tradução literal para o português, 11 mas pode ser entendido por “enfrentar e lidar”) em pacientes portadores da psoríase, foi avaliado uma amostra de 115 pacientes, onde 61 tinham psoríase e 54 outros tipos de dermatose crônica. A maioria convivia com a doença por mais de cinco anos e 68% deles relataram que no momento do desencadeamento da patologia, estavam passando por situação de estresse. Confirmando assim, os dados da literatura sobre influência dos problemas emocionais no desencadeamento de dermatoses, sendo que as mulheres apresentam em maior número que os homens o diagnóstico de estresse. Na pesquisa, constatou-se que a estratégia menos utilizada por ambos os grupos é o de confronto que se descreve por tentar alterar situações de forma agressiva; sendo que as mais utilizadas nos dois grupos, são as de autocontrole, esforço do paciente para regular os sentimentos, e “fuga e esquiva”, a pessoa tenta se sentir melhor, comendo, bebendo, ou seja, realizando desejos. Os resultados reafirmam a importância de um tratamento emocional, tendo como principal objetivo melhorar a qualidade de vida. (SILVA; MULLER; BONAMIGO, 2006) Em um estudo realizado em Portugal, para avaliar a eficacia da aromaterapia na diminuição dos níveis de stresse e ansiedade, uma amostra de 36 pacientes foi dividida em 2 grupos. No grupo 1 foi feito massagem utilizando uma mistura sinérgica de lavanda e camomila, e no grupo 2 apenas massagem sem óleos essenciais. Após quatorze sessões, observou-se uma diminuição significativa de 12% no estresse, e 30% na ansiedade do grupo 1, enquanto o grupo 2 essa diminuição foi menor, de 3% e 2,6%, respectivamente. Comprovando assim a eficacia da aromaterapia na diminuição de níveis de stress e ansiedade (DIAS; SOUSA; PEREIRA, 2014) CONSIDERAÇÕES FINAIS A psoríase causa um desconforto físico e emocional e não tem cura.Mediante as lesões inestéticas, que normalmente interfere em hábitos simples como se vestir, deixa o paciente vulnerável a situações estressantes, que comprometem a adaptação social e agrava ainda mais as reincidivas. A aromaterapia tem a finalidade de equilibrar emoções, melhorar o bem- estar físico e mental. Este artigo relacionou os óleos essenciais e vegetais às 12 suas propriedades, que são indicadas para o tratamento coadjuvante da psoríase, pois atuam na causa, inflamação, nas características, escamação, coceira, e no fator agravante, o estresse. Os tecnólogos em estética e profissionais de saúde devem conhecer a patologia, bem como o uso adequado dos óleos essenciais, e carreadores, para desta forma auxiliar o portador da doença no tratamento, gerenciamento das lesões, e dos fatores desencadeantes e/ou agravantes, visando desta maneira o bem-estar e a melhora da qualidade de vida dos pacientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ARRUDA, L. H.; CAMPBELL, G. A.; & TAKAHASHI, M. F; Psoríase; Anais Brasileiro de Dermatologia, 141-167, mar./abr, 2001. 2. BENSOULAH, J.; Psoriasis and Aromatherapy. The International Journal of Aromatherapy, 13(1), 2003 3. BRASIL;. 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