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Aromaterapia: Óleos Essenciais e Terapia

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 AROMATERAPIA ....................................................................................... 4 
2.1 Evolução da clínica aromaterapêutica ................................................ 10 
3 ÓLEOS ESSENCIAIS ............................................................................... 15 
3.1 Características básicas ...................................................................... 23 
3.2 Os óleos essenciais e a psique .......................................................... 25 
3.3 Alguns óleos essenciais e suas propriedades .................................... 29 
3.4 Óleos essenciais: composição, extração e mecanismo de ação ........ 34 
3.5 Formas de utilização dos Oes ............................................................ 36 
3.6 Aplicação dos óleos essenciais .......................................................... 39 
4 TERAPIA DA AROMATERAPIA ............................................................... 42 
4.1 Técnicas de uso ................................................................................. 44 
5 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
 
 
4 
 
2 AROMATERAPIA 
 
Fonte: sonoticias.com.br 
No Egito era usado um método de infusão para fazer a extração de óleos das 
plantas aromáticas. Os egípcios se preocupavam muito com a higiene pessoal e então 
eles faziam o uso de desodorantes e óleos perfumados de massagem após o banho. 
Tinham um cuidado absoluto com a pele, eram especialistas na arte de embalsamar, 
utilizam óleos essenciais com alto poder de propriedades antissépticas e isso garantia 
que os corpos ficassem conservados por milhares de anos (HOARE, 2010 apud LIMA 
I; 2016). 
Os óleos essenciais têm o poder de purificar o ar que respiramos e, ao mesmo 
tempo, relaxar, estimular ou aliviar os nossos sentimentos. São capazes também de 
promover nos indivíduos momentos de reflexão, para que se possa lembrar que 
somos pessoas dotadas de sentimentos e emoções, além de nosso imenso potencial 
intelectual e de trabalho (MALUF, 2008 apud LIMA I; 2016). 
 
 
 
 
 
5 
 
Os óleos essenciais são substâncias de alto poder volátil e fragrâncias 
variáveis. São elaborados através de plantas, caules, raízes flores, folhas, cascas, 
talos (MALUF, 2008 apud LIMA I; 2016). Os óleos essenciais têm por função 
proporcionar alívio, cura, estimular e relaxar. A escolha do tipo de extração depende 
da natureza do material da planta no estado natural, a qual pode ser feita através de 
vários métodos, sendo que o mais utilizado é o método de destilação (HOARE, 2010 
apud LIMA I; 2016). 
O óleo de lavanda é considerado eficaz no tratamento de mais de setenta 
problemas de saúde, por ter propriedades antidepressivas, anti-inflamatória, 
antibacteriano, relaxante, sedativo, descongestionante, tonificante, antiviral, calmante. 
As lavandas apresentam folhas pontiagudas e flores roxo-azuladas, são atóxicas, 
podendo ser então usadas na pele sem diluir o óleo essencial, mas aplicando 
cuidadosamente na área a ser tratada. Não é indicado para mulheres grávidas durante 
o primeiro trimestre de gestação (HOARE, 2010 apud LIMA I; 2016). 
De acordo com Lee et al (2006 apud LIMA I; 2016), comprovou-se que o óleo 
essencial de alfazema é efetivo na insônia, melhorando a qualidade do sono e atuando 
na depressão em mulheres. Os aromas constituem o nosso contato mais íntimo com 
a natureza e têm o poder de nos predispor ao sono, ao repouso, ao estado de alerta, 
à criatividade, à irritabilidade e à criação, dentre outros, pois o olfato é o mais antigo 
e talvez o mais desconhecido dentre os sentidos desenvolvidos pelo homem 
(CORAZZA, 2002 apud LIMA I; 2016). 
As células receptoras para a sensação do olfato são as células olfativas, 
originadas do próprio sistema nervoso central. São os Pelos ou cílios olfativos, 
localizados na extremidade mucosa da célula olfativa, que reagem aos odores 
presentes no ar e estimulam então as células olfativas (GUYTON, 1993 apud LIMA I; 
2016). 
Visto que as células receptoras olfativas são também os neurônios aferentes 
primários, sua reposição a partir das células basais é contínua (neurogênese). Deve-
se ressaltar que as células receptoras olfativas são os únicos neurônios no ser 
humano adulto portador de renovação constante. Já ao final do processo, os impulsos 
nervosos percorrem fibras nervosas, os chamados axônios, até atingir seu destino 
final, o cérebro, ou melhor, a parte do cérebro responsável pela olfação, o sistema 
límbico. A partir deste momento, as mensagens serão codificadas e produzirão 
 
6 
 
reações de ordem fisiológica e psicológica (CORAZZA, 2002; SERRANO, 1985; 
CONSTANZO, 1999; GUYTON, 1993 apud LIMA I; 2016). 
É no sistema límbico que estão localizadas as células que processam as 
informações vindas dos terminais nervosos conectados ao bulbo olfativo (GRACE, 
1999 apud LIMA I; 2016). A primeira evidência de participação do sistema límbico em 
processos emocionais surgiu em 1933, quando Herrick afirmou que o sistema límbico 
poderia ter influência nos mecanismos de afeto do organismo. Esta ideia e outras 
foram posteriormente mais bem desenvolvidas por Papez, Mclean e Arnold em 1937, 
1949 e 1945, respectivamente (CORAZZA, 2002 apud LIMA I; 2016). 
De acordo com Ballone (2009 apud LIMA I; 2016), a agitação da modernidade 
aponta que a era moderna pode ser caracterizada como a Idade da Ansiedade. Para 
esse autor, o simples fato de pertencer à sociedade contemporânea já é suficiente 
para o aparecimento da ansiedade, podendo acarretar consequências diversas para 
os indivíduos. A utilização de técnicas que visam o relaxamento na tentativa de aliviar 
os fatores estressantes da vida moderna tem sido cada vez mais comum. 
Para Vera e Vila (2002 apud LIMA I; 2016), essas técnicas constituem um 
conjunto de procedimentos de intervenção que podem ser úteis para a psicologia 
aplicada em geral. Vera e Vila (2002 apud LIMA I; 2016) situam que as principais 
técnicas de relaxamento tiveram origem nos primeiros anos do século XX. O 
relaxamento progressivo tem por objetivo levar o sujeito a um profundo estado de 
relaxamento muscular, a fim de proporcionar o bem-estar psicológico e físico frente à 
relação do estado emocional com o corporal. 
Benson (1977 apud LIMA I; 2016) verificou que durante o relaxamento ocorre 
uma diminuição dos batimentos cardíacos, do ritmo da respiração, da pressão 
sanguínea e da quantidade de oxigênio consumida pelo corpo e, dessa forma, há 
alterações hormonais e modificações das ondas elétricas cerebrais, com predomínio 
das lentas, alfa e teta. 
Portanto, a aromaterapia é uma ciência milenar que utiliza (OE - óleo essencial)direta ou indiretamente com finalidades terapêuticas. Os óleos devem ser 100% puros 
e rigorosamente controlados para que o terapeuta possa ter um (OE- óleo essencial) 
sempre com a mesma composição, no sentido de obter resultados idênticos com o 
tratamento (Cunha et al., 2012 apud DIAS P; 2013). 
 
 
7 
 
Algumas referências científicas citam a utilização de substâncias aromáticas na 
medicina chinesa há mais de 4000 anos, bem como em rituais espirituais e medicinais, 
no Egito e também durante a Idade Média para prevenir infeções e pragas (Stevensen, 
1998 apud DIAS P; 2013). No século XX, aparece pela primeira vez o termo 
aromaterapia no livro “Aromathérapie – Les huiles essentielles, hormones végétales” 
escrito pelo químico francês René-Maurice Gattefossé em 1937. 
O interesse de René-Maurice Gattefossé pelo uso terapêutico dos (OE - óleo 
essencial) foi originado por um acidente de trabalho que resultou numa queimadura 
da sua mão. O químico francês mergulhou acidentalmente a mão em óleo essencial 
de Alfazema (Lavandula angustifolia) e observou melhoras na recuperação do 
ferimento. Este incidente foi um estímulo importante para a continuidade de seus 
estudos e pesquisas sobre as propriedades terapêuticas dos diferentes óleos 
essenciais (Stevensen, 1998; Cunha et al., 2012 apud DIAS P; 2013). 
Com o desenvolvimento da química no século XVIII foram realizadas muitas 
pesquisas com plantas aromáticas, que foram empregues no tratamento de 
patologias. A aromaterapia, uso terapêutico dos óleos essenciais, aos poucos foi 
substituída pela medicina convencional e os extratos naturais foram trocados por 
compostos sintéticos (Grace, 1999 apud DIAS P; 2013). 
O químico francês René-Maurice Gattefossé, durante a Primeira Guerra 
Mundial, levou o seu conhecimento para os hospitais militares e utilizou os (OE - óleo 
essencial) para prevenir infeções e tratar queimaduras, promovendo rapidamente a 
reabilitação dos soldados. Durante a Segunda Guerra Mundial, o cirurgião Jean Valnet 
também utilizou (OE - óleo essencial) (e.g. tomilho, limão, camomila e cravo) para 
tratar feridas e queimaduras dos soldados franceses, obtendo bons resultados 
(Stevensen, 1998; Cunha et al., 2012 apud DIAS P; 2013). 
Atualmente, a aromaterapia é uma forma de tratamento reconhecida pela OMS, 
sendo muito utilizada para aliviar a ansiedade e o estresse do quotidiano (Grace, 1999 
apud DIAS P; 2013). Trata-se de uma terapia natural que nos últimos 60 anos que se 
expandiu, sendo considerada uma terapia complementar ou alternativa, vocacionada 
para a profilaxia e tratamento de estados emocionais (Cunha et al., 2012 apud DIAS 
P; 2013). 
 
 
8 
 
A aromaterapia deve ser hoje abordada segundo uma visão holística. Assim, 
Lowenberg & Davis, (1994 apud DIAS P; 2013) defendem que a perspectiva holística 
poderá contribuir para um forte acréscimo do campo de ação das intervenções 
terapêuticas. Desta forma, os (OE - óleo essencial) devem exercer uma ação sobre o 
corpo, a mente e as emoções, visando promover a saúde e o bem-estar do indivíduo 
pelo sentido do olfato, já que o aroma de cada (OE - óleo essencial) após absorção 
(pela pele ou pela via gástrica) ou inalado interfere com o sistema nervoso. 
Neste contexto a aromaterapia tem por finalidade tratar perturbações físicas, 
psíquicas ou emocionais e, uma vez usada como terapia auxiliar, em paralelo com a 
medicina alopática, pode acelerar os resultados desejados (Sousa, 1998; 
Oguamanam, 2006; Cunha et al., 2012 apud DIAS P; 2013). 
O conceito de saúde adotado pela OMS em 1948, não inclui apenas a ausência 
da doença, logo de uma maneira geral pode definir-se como o bem-estar, físico, 
mental e social (Piédrola et al, 1988 apud DIAS P; 2013). Tendo como base este 
conceito, numerosos estudos têm sido feitos demonstrando a eficácia da aromaterapia 
em mudanças positivas de humor, bem como na redução da ansiedade (Morris, 2002 
apud DIAS P; 2013). 
Além disso, oferece auxílio aos sintomas físicos, refletindo-se ainda na 
qualidade de vida, autoajuda e bem-estar da pessoa (Stevensen, 1998; Cannard, 
1996; apud DIAS P; 2013). Mais concretamente admite-se que a aromaterapia pode 
atuar no indivíduo de três formas: 
 Fisiologicamente: através das características químicas dos diferentes 
constituintes dos (OE - óleo essencial), que podem atuar como 
analgésicos, anti-inflamatórios, antifúngicos, estimulantes, sedativos, 
etc. A sua administração pode ser feita através de banhos, massagens 
(neste caso, os OE - óleo essencial) penetram no corpo pela pele e 
alcançam a corrente sanguínea, há uma maior possibilidade de 
absorção do (OE - óleo essencial) porque a massagem provoca afluxo 
sanguíneo à epiderme), inalação (os óleos essenciais têm acesso aos 
pulmões) ou por ingestão (óleos essenciais têm acesso ao aparelho 
digestivo) (Grace, 1999; Cunha et al., 2012 apud DIAS P; 2013). 
 Psicologicamente: o efeito é exercido sobre a mente, principalmente, 
através da inalação, porque o aroma de cada (OE - óleo essencial), vai 
 
9 
 
influenciar o sistema límbico, responsável pela regulação de diversos 
processos emocionais 
 Energeticamente: os (OE - óleo essencial), têm um efeito sobre a 
energia do nosso corpo, pelo que a sua utilização frequente, vai 
influenciar física, mental e emocionalmente (Price, 2002; Cunha et al., 
2012; apud DIAS P; 2013). 
Assim, pode-se considerar que na prática estes três grupos de atuação estão 
interligados, pois uma forma acaba por interferir com a outra. Assim, o tratamento 
fisiológico pode dar respostas rápidas, como acontece com casos de infeções graves 
e processos inflamatórios. O efeito psicológico do (OE - óleo essencial), sobre a mente 
é distinto, tratando uma série de desordens de personalidade como irritação, medos, 
fobias, entre outras. Já o efeito energético é muito semelhante ao ato psicoterápico, 
porém tem importante eco fisiológica (Cunha et al., 2012 apud DIAS P; 2013). 
De uma forma generalizada, os (OE - óleo essencial), são utilizados na 
aromaterapia para fortalecer o humor, ou no combate a sintomas moderados 
e distúrbios como o estresse induzido pela ansiedade, depressão e dores 
crônicas (Bagetta et al., 2010 apud DIAS P; 2013). 
É importante destacar que existe uma grande diversidade de estudos quanto à 
aplicação da aromaterapia, que é uma prática utilizada tradicionalmente por diversos 
países, como Austrália, França, Inglaterra, China e Índia, encontrando-se hoje 
difundida por todo o mundo. Segundo, os autores Hyland, Lewith & Westoby (2003 
apud DIAS P; 2013) estima-se que 30% a 90% da população adulta dos países 
industrializados utilizaria pelo menos uma modalidade da (MAC - Medicina 
Alternativa/e ou Complementar) para prevenir ou tratar diversos problemas de saúde. 
Nesta perspectiva, é curioso notar que o crescimento esteja a ocorrer em 
países onde o método científico e a ciência ocidental são comumente aceitos como 
pilares dos cuidados de saúde e a prática baseada na certeza que seja o paradigma 
dominante. Assiste-se a uma rápida expansão de um ramo dos cuidados de saúde 
cuja cientificidade tem sido, pelo menos até ao momento, amplamente debatida 
(Coulter & Willis, 2004 apud DIAS P; 2013). 
 
 
 
 
 
10 
 
2.1 Evolução da clínica aromaterapêutica 
O homem usa as plantas aromáticas terapeuticamente desde a pré-história. 
Começou a conhecer melhor as plantas a partir da idade da pedra lascada, pela 
passagem de nômade a agricultor. Na idade da pedra polida já se começou a extrair 
os óleos graxos dos vegetais por pressão, começando a desenvolver uma 
aromaterapia rudimentar. Aborígenes australianos já utilizavam as plantas aromáticas 
da flora nativa para auxiliar na sua adaptação às condições extremas do seu ambiente, 
há 40.000 anos atrás (FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; apud LYRA C; 
2009). 
Em escavações arqueológicas no Iraque (de aproximadamente 
4000-5000a.C.; apudLYRA C; 2009) foi encontrado um esqueleto rodeado 
por diversos depósitos de ervas. Ele foi nomeado Shanidar IV e é considerado 
que deve ter sido um líder religioso com conhecimento botânico e 
provavelmente um dos primeiros a conhecer melhor as propriedades 
terapêuticas das plantas (CORAZZA, 2002; apud LYRA C; 2009). Foi 
descoberto um alambique no Paquistão que data dessa mesma época (aprox. 
5.000a.C.) e que é considerada a descoberta mais antiga em aromaterapia 
(FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; SALLÉ, 2004; apud LYRA C; 
2009). 
Há diversos registros sobre a utilização de plantas aromáticas a partir da 
criação do alfabeto pelos sumérios no final da pré-história e começo da idade antiga. 
No entanto os países considerados os primeiros a utilizar aromaterapia em larga 
escala foram o Egito, a China e a Índia. A Índia é com certeza o lugar onde a prática 
da aromaterapia é mais antiga, conforme LYRA C; (2009). 
 Acredita-se que a medicina aiurvédica, tradicional no país, usa plantas 
aromáticas desde antes de 8.000 a.C. e foi uma influência relevante para o 
desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa. Tanto a China quanto a Índia 
foram os únicos lugares no qual a utilização da aromaterapia na medicina tradicional 
foi ininterrupta. No entanto não foram esses países os que desenvolveram essa 
terapia mais aprofundadamente, conforme LYRA C; (2009). 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Esses países se dedicaram ao desenvolvimento de suas medicinas tradicionais 
(aiurvédica e chinesa), que poderiam ser consideradas as mais holísticas, por levar 
em conta hábitos de vida diária, alimentação, exercícios e outros aspectos da saúde, 
mas não explorando amplamente a aromaterapia (DAVIS, 1996; LAVABRE, 1997 
apud LYRA C; 2009). 
O primeiro país que acabou desenvolvendo mais a aromaterapia e que pode 
ser considerado o berço principal da aromaterapia foi o Egito. Lá se utilizavam as 
plantas aromáticas desde antes de 4000a.C. Nesse país, essas plantas eram 
consideradas manifestações divinas na terra e utilizadas em rituais, higiene e 
cosmética (DAVIS, 1996; LAVABRE, 1997; CORAZZA, 2002 apud LYRA C; 2009). O 
papiro mais antigo que contém referência a ervas aromáticas é o papiro de Ébers, do 
reino de Khufu e datado de aproximadamente 2400-2890a.C. 
Outro papiro egípcio que contém esse tipo de informação é o papiro de Edwin 
Smith encontrado no Museu Leipzig, na Alemanha (TISSERAND, 1993; 
DAVIS, 1996; SILVA, 1998; LAWLESS, 2002a, 2002b apud LYRA C; 2009). 
Sabe-se que um dos principais usos das ervas aromáticas no Egito era para 
o embalsamamento (BOCKLEY; EVERSHED, 2001 apud LYRA C; 2009) e é 
conhecido que muitos faraós utilizavam as plantas aromáticas porque estas 
foram encontradas em suas tumbas. O apogeu da aromaterapia no Egito 
ocorreu nos tempos de Cleópatra, a figura mais mítica dentro da 
aromaterapia, havendo inúmeras histórias quanto aos usos que essa rainha 
fazia das plantas aromáticas (TISSERAND, 1993 apud LYRA C; 2009). 
Os produtos e conhecimentos egípcios foram exportados a todo o mundo 
inicialmente pelos mercadores Fenícios e, posteriormente, com o êxodo do povo judeu 
do Egito por volta de 1.240a.C. Nessa época já se faziam unguentos e óleos vegetais, 
no entanto as técnicas de extração de óleo essencial ainda não eram bem 
desenvolvidas (TISSERAND, 1993; LAWLESS, 2002a, 2002b apud LYRA C; 2009). 
Por meio dos Fenícios, Judeus e povos portuários que se firmaram na Ilha de Creta, 
a aromaterapia foi exportada à Europa, principalmente à Grécia e a Roma (CORAZZA, 
2002 apud LYRA C; 2009). 
Os Gregos absorveram muito dos conhecimentos egípcios e diversos 
estudiosos chegaram a visitar o Egito procurando aprofundar seu conhecimento. 
Algumas das figuras centrais na aromaterapia grega foram Heródoto, Demócrates, 
Hipócrates, Dioscórides, Péricles, Sócrates, Platão, Maresteus, Teofrasto e Galeno 
(TISSERAND, 1993; DAVIS, 1996; LAWLESS, 2002a, 2002b; CORAZZA, 2002 apud 
LYRA C; 2009). Heródoto foi o primeiro a registrar uma descrição de um processo 
 
12 
 
rudimentar de destilação em 425a.C., apesar de que Avicena é considerado o “criador” 
da destilação com a serpentina refrigerada, no Mundo Árabe (CORAZZA, 2002 apud 
LYRA C; 2009). Dentro da tradição grega uma das principais formas de usar os óleos 
essenciais era na forma de banho aromático. Esses banhos inicialmente eram feitos 
por magos e sacerdotisas para curar as pessoas, mas com o tempo foram se 
popularizando. 
Por volta de 753a.C. surgiu o Império Romano e durante a sua expansão, os 
batalhões agregavam a seus aspectos das culturas dos povos conquistados. 
Um exemplo disso foi o costume grego de realizar banhos aromáticos, que 
começou a ser realizado em Roma. Apesar de haver uma “importação” dos 
conhecimentos de aromaterapia para Roma, as práticas foram perdendo 
gradativamente sua conotação religiosa (TISSERAND, 1993; SILVA, 1998; 
LAWLESS, 2002a, 2002b; CORAZZA, 2002; apud LYRA C; 2009). 
Durante a queda do Império Romano do ocidente (por volta de 476d.C.), se 
iniciou o advento do cristianismo e inúmeros conflitos políticos, sociais e religiosos. 
Com isso. Muitos dos médicos e estudiosos romanos fugiram e levaram os escritos 
de Galeno, Hipócrates e Dioscórides para Constantinopla. Houve, então, uma 
profusão dos conhecimentos de aromaterapia no Império Bizantino, de onde 
passaram ao mundo árabe, que começou a aprofundá-los, enquanto a Europa passou 
pela “Idade das Trevas” (DAVIS, 1996; LAWLESS, 2002a, 2002b; apud LYRA C; 
2009). 
Na Europa, o advento do cristianismo e o fim do Império Romano do ocidente 
significaram perda dos conhecimentos em aromaterapia. Eles só puderam começar a 
ser readquiridos a partir do séc. XI com as cruzadas, que permitiram um novo contato 
entre ocidente e oriente. Junto com as especiarias que eram trazidas do ocidente, 
vinham produtos aromaterapêuticos (SILVA, 1998; CORAZZA, 2002; apud LYRA C; 
2009). Nessa época houve uma oportunidade para um novo crescimento nas terapias 
naturais. No entanto, isso foi impedido com o estabelecimento da Inquisição, pois a 
utilização de plantas aromáticas foi proibida por serem consideradas heresia. 
Com a “caça às bruxas”, muitos praticantes de terapias naturais foram 
assassinados pela Igreja, fazendo com que suas práticas deixassem de ser 
registradas (SILVA, 1998; apud LYRA C; 2009). Após esse momento ocorreu outra 
oportunidade para readquirir os conhecimentos em aromaterapia, a partir do séc. XIII, 
com a intensificação do comércio urbano. Isso levou à decadência dos feudos e 
 
13 
 
permitiu o início de uma nova organização da perfumaria (CORAZZA, 2002; apud 
LYRA C; 2009). 
Enquanto isso, no mundo árabe desenvolveu-se a aromaterapia e as técnicas, 
sendo que foi criado o destilador pelo médico árabe Avicena. Esse achado é 
controverso, pois existem achados arqueológicos datados de 3000a.C. que indicam o 
uso de aparelhos semelhantes ao espiral criado por Avicena, para destilar óleos 
essenciais, no Paquistão (LAWLESS, 2002a, 2002b apud LYRA C; 2009). 
 De qualquer forma, essa invenção foi muito importante para a aromaterapia, 
por ser uma técnica que permite extrair os óleos essenciais com menor alteração de 
seu valor terapêutico, sendo até hoje a técnica mais utilizada. Além disso, outro 
médico árabe importante, conhecido como Paracelso, estudou aprofundadamente o 
tema, sendo o primeiro a utilizar o termo “óleo essencial”, se referindo à “essência” ou 
“alma da planta” (CORAZZA, 2002 apud LYRA C; 2009). 
A Europa então entrou no Renascimento e se iniciaram estudos com alquimia 
que levaram a estudos de terapias naturais, incluindo aromaterapia 
(TISSERAND, 1993; CORAZZA, 2002 apud LYRA C; 2009). Nessa época 
houveram muitas figuras importantes que desenvolveram os conhecimentos 
na área, como Culpeper, Gerard, Backes, Brunfels, Fuchs, Bock, Monardes, 
L'Ecluse, Mattioli, Turner, entre outros (TISSERAND, 1993; DAVIS, 1996; 
LAVABRE, 1997; SILVA, 1998apud LYRA C; 2009). 
Com o passar do tempo, ainda no Renascimento, a aromaterapia se expandiu 
da alquimia à cosmética, à perfumaria e à medicina, deixando de ter qualquer 
conotação religiosa (TISSERAND, 1993; LAVABRE, 1997; SILVA, 1998 apud LYRA 
C; 2009). Ao mesmo tempo começou a germinar a ciência e os estudos começaram 
a se focar no que hoje chamamos de medicina alopática e farmacoterapia (DAVIS, 
1996; apud LYRA C; 2009). 
Na Idade Contemporânea a ciência tomou força e as terapias naturais foram 
perdendo espaço (LAVABRE, 1997; apud LYRA C; 2009). Ao mesmo tempo, alguns 
poucos estudiosos começaram a tentar estudar a aromaterapia de uma forma mais 
científica, no entanto sendo pouco conhecidos e divulgados, como Whitla, Gatti, 
Cajola, Cadéac, Meunier e Chamberlain (TISSERAND, 1993; apud LYRA C; 2009). 
 
 
 
 
14 
 
Com esse desenvolvimento maior da medicina alopática, 
surgiram algumas dificuldades, como os efeitos colaterais dos medicamentos, a 
formação de resistência de microorganismos aos remédios, além do alto custo dos 
remédios por causa dos processos de fabricação complexos. Essas dificuldades 
foram intensificadas durante e após a I Guerra Mundial. Nesse momento existiam 
milhares de indivíduos necessitando de tratamento médico e a medicina alopática era 
cara e inacessível. Com isso, reiniciou-se lentamente o estudo das terapias naturais, 
por serem mais baratas e acessíveis, conforme LYRA C; (2009). 
Foi dentro dessa visão científica e durante esse momento sociopolítico que 
ressurgiu a aromaterapia na Europa, com René-Maurice Gattefossé, um químico 
francês. Gattefossé criou o termo “aromathérapie” para descrever a utilização 
terapêutica de aromas e o termo foi traduzido posteriormente para o inglês e o 
português. Ele é considerado o “pai” dessa terapia e seus livros fundaram a 
aromaterapia científica, baseada numa utilização médica, farmacológica e olfativa, 
incluindo efeitos fisiológicos e psicológicos dos aromas (SCHNAUBELT, 1998a; apud 
LYRA C; 2009). No entanto, inicialmente seus escritos tiveram poucos seguidores 
científicos e os livros do Dr. Jean Valnet, baseados nos de Gattefossé, causaram uma 
popularização intensa da clínica. 
Com isso, houveram muitos adeptos clínicos, mas poucos científicos, de forma 
que os conhecimentos científicos evoluíram lentamente na área, enquanto que os 
conhecimentos empíricos foram aprofundados mais rapidamente (SCHNAUBELT, 
1998a). Ainda que lentamente, a partir de Gattefossé, estudiosos começaram a 
pesquisar aromaterapia cientificamente e a clínica disseminou-se novamente pela 
Europa. Alguns dos estudiosos mais importantes desse período foram Fesneau, 
Caujolles, Pellecuer, Passebecq, Bernabet, Valnet e Maury, considerada “mãe da 
aromaterapia” (DAVIS, 1996; apud LYRA C; 2009). 
Na América sabe-se que havia utilização de plantas aromáticas pelos Toltecas 
(séc. XI) e Astecas (séc. XIV), no entanto esses conhecimentos foram perdidos, assim 
como boa parte dos conhecimentos indígenas de plantas nativas (ROSE, 1995; apud 
LYRA C; 2009). Por isso a aromaterapia é considerada uma terapia essencialmente 
europeia e é pouco conhecida nas Américas, a não ser nos Estados Unidos, que 
importou a terapia junto com outros conhecimentos durante a I guerra mundial e 
desenvolveu a clínica e a ciência rapidamente. 
 
15 
 
Atualmente cada país tem uma visão e abordagem própria para lidar com a 
aromaterapia. Nos Estados Unidos a aromaterapia é usada principalmente em 
psicologia e psiquiatria, na França é usada principalmente de forma médica, na 
Inglaterra ela tem um caráter primordialmente de terapia alternativa e na Ásia tem um 
caráter tanto cosmético quanto terapêutico, de acordo com a filosofia de cada povo 
(SILVA, 1998; apud LYRA C; 2009). 
Foi graças a essa história de passagem de conhecimento entre diversos povos 
e o ressurgimento em diferentes panoramas sociopolíticos que a aromaterapia 
atualmente apresenta diversas abordagens diferentes (científicas e não científicas), 
conforme LYRA C; (2009). 
3 ÓLEOS ESSENCIAIS 
 
Fonte: revistaquem.globo.com 
Dentre os produtos naturais empregados em abordagens terapêuticas, os óleos 
essenciais (OE - óleo essencial), utilizados frequentemente na aromaterapia, são 
descritos como produtos com grande potencial terapêutico e farmacológico. (EDRIS, 
2007; apud MACHADO B; et al., 2011). 
Para celso introduziu o termo óleo essencial durante a Renascença e este 
designava “a alma da planta”, a quintessência para a cura. Anteriormente a este 
período, Roma após invadir territórios, como o Egito, disseminou o uso de plantas 
 
16 
 
aromáticas em banhos, sendo que os romanos chegaram a ter mais de 1000 casas 
de banho por volta de 753 a.C. (SILVA, 1998; apud MACHADO B; et al., 2011). 
As plantas aromáticas, bem como os respectivos óleos essenciais, são 
utilizadas desde o início da história da humanidade para saborizar comidas e bebidas; 
empiricamente usadas para disfarçar odores desagradáveis; atrair outros indivíduos e 
controlar problemas sanitários, contribuindo também para a comunicação entre os 
indivíduos e influenciando o bem-estar dos seres humanos e animais, demonstrando 
assim uma antiga tradição sociocultural e socioeconômica da utilização destes 
produtos. (FRANZ, 2010; apud MACHADO B; et al., 2011). 
Os óleos essenciais são compostos naturais, voláteis e complexos, 
caracterizados por um forte odor sendo sintetizados por plantas aromáticas durante o 
metabolismo secundário e normalmente extraídos de plantas encontradas em países 
quentes, como as do mediterrâneo e dos trópicos, onde representam parte importante 
da farmacopeia tradicional, conforme MACHADO B; et al., (2011). 
As propriedades farmacológicas atribuídas aos (OE - óleo essencial), são 
diversas e algumas são preconizadas por apresentarem vantagens importantes, 
quando comparadas a outros medicamentos, como por exemplo, a sua volatilidade, 
que os torna ideal para uso em nebulizações, banhos de imersão ou simplesmente 
em inalações. A volatilidade e o baixo peso molecular de seus componentes, 
possibilitando assim que eles sejam rapidamente eliminados do organismo através 
das vias metabólicas. (BANDONI; CZEPAK, 2008; apud MACHADO B; et al., 2011). 
Os óleos essenciais apresentam diferentes propriedades biológicas, como a 
ação larvicida, (RAJKUMAR et al., 2010; apud MACHADO B; et al., 2011), atividade 
antioxidante, (WANNES et al., 2010; apud MACHADO B; et al., 2011), ação 
analgésica e anti-inflamatória, (MENDES et al., 2010; apud MACHADO B; et al., 
2011), fungicida, (CARMO et al., 2008; apud MACHADO B; et al., 2011) e atividade 
antitumoral. (SILVA, 2008; apud MACHADO B; et al., 2011). 
A ação antibacteriana de óleos essenciais tem sido demonstrada através da 
susceptibilidade de bactérias Gram positivas e negativas, conforme evidenciado pelos 
baixos valores de concentrações inibitórias mínimas, como o cravo da índia que 
apresentou 0,09% v/v frente a bactérias Gram positivas e 0,10% v/v frente a bactérias 
Gram negativas, conforme MACHADO B; et al., (2011; apud MACHADO B; et al., 
2011). 
 
17 
 
Pelissari et al. (2010; apud MACHADO B; et al., 2011) relatam como resultados 
a atividade antibacteriana in vitro do óleo essencial de Melampodium divaricatum 
(Rich) DC., com total inibição do crescimento de cepas Gram positivas, como S. 
aureus e B. subtillis. Hammer et al. (1999; apud MACHADO B; et al., 2011) testaram 
a ação antimicrobiana de diversos óleos essenciais frente a dez diferentes 
microorganismos, como exemplificado na Tabela abaixo. 
 
 
Fonte: core.ac.uk: Adaptado de Hammer et al, 1999 - Concentração inibitória mínima de óleos 
essenciais (%v/v) frente a dez diferentes microorganismos 
Os resultados de Hammer et al. (1999; apud MACHADO B; et al., 2011) 
corroboram com os dos demais autores, ao afirmarem que os óleos essenciais 
apresentam propriedade antimicrobiana frente afungos e bactérias, sendo que 
 
18 
 
normalmente as Gram positivas são mais susceptíveis que as Gram negativas e que 
baixos valores de CIM inibem o crescimento desses organismos. 
Os mecanismos de ação antimicrobiana foram parcialmente elucidados, sendo 
que o óleo essencial de tea tree (Melaleuca alternifolia) causa lise e perda da 
integridade da membrana, devido à saída de íons e inibição da respiração. (CARSON 
et al., 2006; apud MACHADO B; et al., 2011). Essa propriedade é considerada de 
grande interesse para as indústrias alimentícias, farmacêuticas e cosméticas desde 
que o uso de aditivos naturais ganhou importância como tendência na substituição de 
conservantes sintéticos artificiais. (OKOH et al., 2010; apud MACHADO B; et al., 
2011). 
A literatura pertinente ao uso antimicrobiano dos óleos essenciais é ampla 
quando se considera o efeito em sua fase líquida. Alguns estudos vêm sendo 
realizados visando determinar suas propriedades na fase gasosa. Pibiri et al. (2006; 
apud MACHADO B; et al., 2011) relatam a redução de contagem bacteriana, quando 
linhagens foram submetidas aos vapores de óleos essenciais, durante a desinfecção 
de ambientes fechados, bem como nos sistemas de ventilação. Segundo os autores, 
isto reforça o potencial antimicrobiano de óleos essenciais no seu estado gasoso, o 
que poderá ser amplamente empregado visando controle de microrganismos em 
ambientes ou mesmo sua utilização por via inalatória. 
Quanto ao tratamento de doenças provocadas por fungos, verifica-se que a 
terapêutica convencional é limitada, normalmente em função da baixa amplitude das 
drogas antimicrobianas, custo elevado do tratamento e sua longa duração. Desta 
forma, justifica-se a busca e o uso de novas substâncias e terapias alternativas, 
possibilitando a inclusão de produtos naturais, como os óleos essenciais, como 
agentes com potencial ação antifúngica. (SILVA et al., 2008; apud MACHADO B; et 
al., 2011). 
Com o descobrimento e a elucidação das centenas de componentes dos óleos 
essenciais nas últimas décadas, pode se entender a complexidade e a enorme 
diversidade que existe neste grupo de produtos naturais, o qual consiste normalmente 
de mono (C₁₀) e sesquiterpenos (C₁₅), fenilpropenos e outros componentes voláteis. 
(Franz, 2010; apud MACHADO B; et al., 2011). 
 
 
 
19 
 
Os terpenos, substâncias presentes tanto em plantas como em animais, são 
descritos como possuidores de uma diversidade considerável de propriedades 
biológicas incluindo a ação antimicrobiana, fungicida, antiviral, anti-hiperglicêmica 
anti-inflamatória e atividade antiparasitária. (PADUCH et al, 2007; apud MACHADO 
B; et al., 2011). 
Os monoterpenos, importantes constituintes dos óleos essenciais, são 
altamente voláteis, sendo arrastados pelo vapor de água livres de outros 
componentes, sendo utilizados por suas características organolépticas marcantes. 
(BANDONI; CZEPAK, 2008; apud MACHADO B; et al., 2011). 
É possível ressaltar que as substâncias majoritárias encontradas nos óleos 
essenciais nem sempre são os componentes responsáveis pelas propriedades que 
estes demonstram. (BANDONI; CZEPAK, 2008; apud MACHADO B; et al., 2011). 
Outro aspecto importante, quanto ao uso dos óleos essenciais, refere se a forma de 
obtenção. Estes podem ser extraídos através de inúmeras técnicas e suas 
propriedades dependem do tipo de extração. Os métodos mais utilizados são: 
extração por arraste a vapor, hidrodestilação, prensagem a frio, extração por solventes 
orgânicos, extração por alta pressão e extração por CO2 supercrítico. (OKOH et al., 
2010; apud MACHADO B; et al., 2011). 
O processo de arraste a vapor é o processo de extração mais utilizado e 
consiste em colocar o material vegetal no destilador, que, através da passagem do 
vapor pelo material vegetal, extrai os compostos aromáticos voláteis da planta; passa 
através do sistema de condensação e é coletado em um recipiente de decantação, 
onde a água separa-se naturalmente do óleo assim formado; sua retirada do 
recipiente é feita através de uma torneira, conforme MACHADO B; et al., (2011). 
 O óleo essencial, assim que obtido, é colocado em funil de decantação para 
que haja uma separação minuciosa da água. Posteriormente é envasado em vidro 
âmbar e mantido em local abrigado de temperaturas elevadas e luminosidade. 
(CASTRO et al., 2005; apud MACHADO B; et al., 2011). 
Quanto aos frutos cítricos, a extração normalmente é feita pela prensagem a 
frio do pericarpo. O Brasil é considerado um grande produtor e exportador mundial de 
óleos de lima e de laranja. (BIZZO et al., 2009; apud MACHADO B; et al., 2011). 
 
 
20 
 
As flores, folhas, cascas e rizomas também são matérias-primas para extração 
de importantes óleos para o comércio, com destaque para os óleos essenciais de 
rosas, eucalipto, canela e gengibre. Estes óleos apresentam grande aplicação nas 
indústrias de perfumaria, cosmética, alimentos e são coadjuvantes em medicamentos. 
(BIZZO et al., 2009; apud MACHADO B; et al., 2011). Os monoterpenos, 
sesquiterpenos e fenilpropanóides nestes óleos são também os principais 
constituintes que conferem suas características organolépticas. (BIZZO et al., 2009; 
apud MACHADO B; et al., 2011). 
Bagetta et al. (2010) relatam sobre a crescente produção de óleo essencial 
conforme a demanda, especialmente para as áreas de produtos de perfumaria e 
indústria cosmética, mas também uma crescente demanda das indústrias alimentícias 
e farmacêuticas. Na Tabela abaixo, são apresentados os principais óleos essenciais 
de interesse no mercado mundial. (BIZZO et al., 2009; apud MACHADO B; et al., 
2011). 
 
Fonte: core.ac.uk: Adaptado de Bizzo et al, 2009 apud MACHADO B; et al., 2011 - Os 18 principais 
óleos essenciais no mercado mundial. 
 
21 
 
A caracterização química dos componentes dos óleos essenciais é realizada 
normalmente através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa 
(GC-MS), sendo que as regiões de pico são analisadas e seus constituintes definidos. 
Na figura abaixo e na segunda tabela ilustrada acima, é apresentada a cromatografia 
do óleo essencial de Gerânio. (GOMES et al, 2006; apud MACHADO B; et al., 2011). 
 
Fonte: : core.ac.uk: Cromatografia Gasosa acoplada à espectrometria de massa CG do óleo 
essencial de Gerânio. (GOMES et al, 2006; apud MACHADO B; et al., 2011). 
Como exemplo de rendimento, para a produção do óleo de gerânio utiliza se 
entre 500 a 600 Kg de planta fresca para obtenção de 1 Kg do óleo essencial. (SILVA, 
1998; apud MACHADO B; et al., 2011). 
 
 
Fonte: core.ac.uk: Adaptado de Gomes et al., 2006 apud MACHADO B; et al., 2011, porcentagens da 
composição do óleo essencial de Gerânio 
 
 
 
 
22 
 
Hougton et al. (2007; apud MACHADO B; et al., 2011) descreveram que pela 
análise dos constituintes químicos dos óleos essenciais não é possível afirmar que o 
componente majoritário é o que realiza a atividade biológica em estudo. Assim, o efeito 
pode ser atribuído a um constituinte em menor proporção ou de um sinergismo entre 
os compostos existentes naquele óleo. 
Em alguns casos, o constituinte desejado é representado pela mistura de dois 
compostos, é o que ocorre com o óleo essencial de capim-limão ou "lemongrass". 
Segundo Craveiro e Queiroz (1992; apud MACHADO B; et al., 2011), este óleo é 
produzido principalmente no Nordeste do Brasil e seu preço variava entre U$11.00 e 
U$15.00/Kg, sendo constituído de 60 a 80% de citral, constituinte este que representa 
uma mistura de geranial e neral, que é matéria-prima relativamente barata para 
obtenção de produtos com maior valor comercial agregado. 
 Segundo os autores, ao se condensar o citral com cetonas obtêm-se derivados 
comercializados como produtos finos ou substâncias de partida para outras sínteses, 
como na fabricação de ácido retinóico, que como consequência deste refino, elevava 
o preço desta matéria-prima para a faixade U$20.00 a U$25.00/g, conforme 
MACHADO B; et al., (2011). 
A capacidade citotóxica de óleos essenciais, baseados em sua capacidade 
próoxidante, pode fazer deles excelentes antissépticos e antimicrobianos para uso 
pessoal, purificar o ar, para higiene pessoal, inseticida para preservação de grãos e 
estoques de alimentos além do que alguns óleos essenciais demonstraram clara 
capacidade antimutagênica que pode estar ligada assim a sua atividade 
anticarcinogênica, conforme MACHADO B; et al., (2011). 
O geraniol, substância encontrada em algumas composições de óleos 
essenciais (segunda tabela ilustrada acima), demonstrou inibição da proliferação de 
células de câncer de cólon, induzindo a membrana destas células à despolarização, 
interferindo nos canais iônicos e passagens de sinais, conforme MACHADO B; et al., 
(2011). 
 
 
 
 
 
23 
 
As propriedades medicinais popularmente descritas sobre o óleo de gerânio 
são ação analgésica, regulador das hipossecreções andróginas e estrógenas, 
diurético, hemostático, repelente de inseto, cicatrizante, indicado para menopausa, 
TPM, acne, entre outras. Também foram atribuídas ações psicológicas e emocionais 
como relaxante, porém reanimador, aliviando a tensão nervosa, angústia e depressão. 
Estas propriedades são importantes para justificar o seu uso na Aromaterapia. (Silva, 
1998; Corazza, 2004; Ulrich, 2004; apud MACHADO B; et al., 2011). 
3.1 Características básicas 
Óleo essencial é um termo que designa substâncias aromáticas, geralmente de 
odor agradável e intenso, na maioria em forma líquida, encontradas em diferentes 
órgãos vegetais, solúveis em solventes polares, por exemplo, óleos fixos e com 
solubilidade limitada em água, por isso as águas aromáticas (hidrolatos) apresentam 
o aroma da essência (SIMÕES & SPITZER,1999; apud CRUZ M; 2006). 
Evaporaram rapidamente, quando expostos ao ar à temperatura ambiente, por 
isso também são chamados de óleos voláteis ou etéreos. Apresentam sabor ácido e 
picante; quando extraídos recentemente são incolores ou ligeiramente amarelados 
(poucos apresentam coloração como o óleo essencial de camomila que é azul, devido 
ao alto teor de azulenos); não são muito estáveis, alterando-se principalmente na 
presença de ar, luz, calor umidade e metais. Frequentemente o aroma se modifica 
pela ação do ar e da luz, tornando-se menos agradável: nesta circunstância a cor 
também se torna mais escura, a fluidez diminui, adquire reação ácida e por vezes, 
chega a resinificar-se, alterando-se profundamente (FARM BRAS. II; apud CRUZ M; 
2006). 
O óleo de copaíba e a essência de terebentina sofrem ressignificação com o 
passar do tempo. Sua composição é complexa e seus constituintes variam desde 
hidrocarbonetos terpênicos, álcoois simples e terpênicos, aldeídos, cetonas, fenóis, 
ésteres, óxidos, peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, cumarinas e até compostos 
com enxofre (SIMÕES & SPITZER,1999; apud CRUZ M; 2006). 
 
 
 
24 
 
Pesquisas demonstraram que o óleo essencial (constituído por um conjunto de 
substâncias), pode conter de dez a duzentos componentes e outros microelementos 
difíceis de serem analisados, mas tão importantes quanto aqueles encontrados em 
maior quantidade, assim, não existe uma forma de produzir sinteticamente, com 
perfeição, este produto natural na sua totalidade, conforme CRUZ M; (2006). 
Segundo ALEXANDER (2000 apud CRUZ M; 2006), para que uma substancia 
seja de natureza odorífera são três elementos básicos: 
Volatilidade: isto implica em facilmente se evaporar a temperatura e pressão 
atmosférica normais, de maneira que a substancia possa ser carreada pelo ar, dentro 
das narinas, conforme CRUZ M; (2006). 
Hidrossolubilidade: isto porque as moléculas precisam passar através do 
muco que reveste a superfície interior da cavidade nasal e alcança as células 
olfatórias, conforme CRUZ M; (2006). 
Lipossolubilidade - pelo fato das células olfatórias serem compostas 
primariamente de lipídeos e a superfície da membrana celular olfatória conter também 
lipídeos. Entretanto é necessária uma quantidade específica de substância para que 
o odor seja perceptível. A sensibilidade olfatória humana é considerada microsmática 
(de pouca sensibilidade), se comparada a outros animais, e ainda menor que o 
paladar. Há pessoas consideradas macrosmáticas (altamente sensíveis) se 
comparadas a outras. Esses conceitos são relacionados à anosmia, ou ausência de 
sensibilidade a odores. Ainda assim, segundo LAVABRE (2001 apud CRUZ M; 2006), 
o ser humano é capaz detectar até uma parte apenas de um material fragrante em 
dez trilhões de partes ou mais. 
Um nariz treinado pode diferenciar centenas de odores diferentes, entretanto, 
não temos vocabulário suficiente para nomeá-los, uma vez que os nervos olfativos 
terminam em uma região do cérebro que não utiliza a mesma lógica dos nossos 
centros do intelecto, uma vez que os odores mesmo sendo uma forma de 
comunicação, não podem constituir uma linguagem, pois funcionam por associações 
e imagens (“isto tem cheiro de rosa”) e não são analíticos, conforme CRUZ M; (2006). 
O óleo essencial apresenta uma atividade terapêutica melhor do que a principal 
substância isolada de sua composição, por exemplo: o óleo essencial de Eucaliptus 
globulus tem atividade anti-séptica maior do que o seu principal constituinte ativo 
isolado, o cineol ou eucaliptol (representando 80% da composição). Um óleo essencial 
 
25 
 
apresenta uma composição complexa, algumas vezes, com centenas de diferentes 
compostos químicos, onde eles apresentam ação sinérgica ou complementar entre si, 
modalizando sua atividade, conforme CRUZ M; (2006). 
A composição química do óleo essencial depende de múltiplos fatores como 
quantidade de luz, tipo de solo, altitude, umidade, temperatura e época de coleta, por 
isso, segundo LAVABRE (2001 apud CRUZ M; 2006), é impossível obter duas vezes, 
exatamente, o mesmo óleo. Por isso, microrganismos patogênicos não impõem 
resistência aos óleos essenciais, durante o tratamento, e se ocorre isto se dá num 
nível muito menor do que a oferecida aos antibióticos. 
Segundo SIMÕES & SPITZER (2001 apud CRUZ M; 2006), além dos óleos 
voláteis obtidos de plantas, há no mercado produtos sintéticos. Esses óleos sintéticos 
podem ser imitações dos naturais ou composições de fantasia. Para a utilização 
farmacêutica, somente os naturais são permitidos pelas farmacopéias, porém, há 
exceções, aqueles óleos que contêm somente uma substância, como o óleo volátil de 
baunilha (que contêm vanilina), nestes casos, algumas farmacopéias permitem 
também os equivalentes sintéticos. 
TRISKA (2003 apud CRUZ M; 2006), afirma que questão do uso de óleos 
sintéticos ou orgânicos tem levantado polêmica entre cientistas da área e 
aromaterapeutas. Sabe-se que os sintéticos não proporcionam os mesmos efeitos dos 
óleos orgânicos, podendo até mesmo causar alergias e outros sintomas colaterais 
sérios. O conceito de que a chamada “energia vital” contida nos óleos naturais permite 
uma interação própria e somente ocorrente em sistemas orgânicos vivos, vai contra a 
concepção dos fitoquímicos e outros estudiosos, que não veem sustentação para essa 
teoria. 
3.2 Os óleos essenciais e a psique 
A psiconeuroimunologia e os aromas, “merece especial atenção o efeito das 
fragrâncias no estado psíquico e mental do indivíduo. O poder da percepção 
torna-se mais claro e penetrante e há um sentimento de ter, até certo ponto 
(...)Pode-se até dizer que o problema emocional que costuma obscurecer 
nossa percepção é praticamente eliminado” (MAURY, M. The Secret of Life 
and Youth apud LAVABRE, 2003, pg 21; apud CRUZ M; 2006). 
 
 
26 
 
O olfato, pouco descrito na literatura, é apontado como um dos mais primitivos 
sentidos que possuímos e se desenvolveu na cadeia evolucionária filogenética, sendo 
provido de uma estrutura anatômica de setenta milhões de anos, o rinencéfalo. Apesarde se acreditar ter perdido sua importância para a espécie humana, dentro da escala 
evolutiva, não deve ser encarado como inexpressivo, dentro do espectro de 
sensações que obtemos através dos processos de percepção, tão importantes para a 
experiência humana (TRISKA, 2003 apud CRUZ M; 2006). 
O sentido do olfato age principalmente no nível subconsciente, os nervos 
olfativos são diretamente ligados à parte do cérebro mais primitiva, o sistema límbico. 
O nervo olfativo é uma extensão do cérebro e o sistema límbico, originalmente 
conhecido como rinencéfalo (cérebro do cheiro), é a parte do cérebro que regula a 
atividade sensorial motora e é responsável pelos impulsos primitivos do sexo, fome e 
sede (LAVABRE, 2003 apud CRUZ M; 2006). 
Os efeitos psicológicos dos aromas dependem diretamente de associações 
vindas de experiências ou de sugestões (como propagandas, por exemplo), de 
maneira que o estímulo olfativo per se, considerando sua natureza química, não tem 
a propriedade de predizer respostas e comportamentos, sejam estas verbais ou não, 
de forma consciente, como motivação, humor, sexo, até mesmo comprar algo. As 
qualidades agradáveis ou desagradáveis não estão nos odores em si, mas nos 
eventos e pessoas com as quais elas estão associadas (ENGEN, 1991, apud TRISKA 
2003 apud CRUZ M; 2006). 
Por outro lado, segundo LAVABRE (2003 apud CRUZ M; 2006), quando 
Sigmund Freud abriu a caixa de Pandora do inconsciente, foi considerado 
que a repressão do cheiro fosse uma das maiores causas das doenças 
mentais. As sutis emanações dos odores criam uma rede abrangente que 
estabelece um vínculo com o inconsciente, pois as experiências mais fortes 
e mais profundas costumam vir acompanhadas de sensações olfativas. 
Observamos que maioria das tradições espirituais e religiosas conhece o 
poder das fragrâncias e as usam em suas cerimônias, com o intuito de 
provocar a elevação espiritual. 
Os efeitos comportamentais do olfato, considerando os modelos 
psicofarmacológicos e psicosociais da academia ocidental moderna, dependem de 
uma interação entre diversos fatores, entre eles: genética, anatomia dos órgãos 
olfativos e caminhos neurais do tecido cerebral, bioquímica do cérebro repercussão 
endócrina, história pessoal, valores condicionantes sociais do indivíduo e estímulos 
olfativos, conforme CRUZ M; (2006). 
 
27 
 
Ao considerarmos o cérebro um sistema aberto vivo e estruturado para lidar 
com o imprevisível que vem de fora, por exemplo, os odores, ele pode recriar uma 
nova circunstância de acordo com padrões já existentes (emocionais e mentais), 
necessidades e possibilidades. Assim, os estímulos olfativos de um odor dependeram 
por sua vez da quantidade e forma de aplicação, das circunstâncias nas quais foi 
aplicado (como o estado de humor), das características do indivíduo (sexo, idade, 
personalidade), das associações prévias com o odor expectativas sobre o odor. A 
condição de anósmia (falta de sensibilidade total ou parcial a odores) deve ser também 
considerada, conforme CRUZ M; (2006). 
Segundo FONTES (1999 apud CRUZ M; 2006), tanto a observação da 
população quanto a dos profissionais da saúde confirmam que a mente e as emoções 
influenciam a saúde. Todavia os postulados cartesianos, ainda vigentes em uma boa 
parte das escolas de saúde do Ocidente, negam esta possibilidade, vendo o ser 
humano ainda como uma máquina e por esta ótica os distúrbios psíquicos e mentais 
refletem um desequilíbrio bioquímico. Ou seja, os únicos responsáveis pela eclosão 
de enfermidades neuropsiquiátricas são os erros no metabolismo normal, problemas 
de ordem genética e lesões teciduais provocadas por acidentes e doenças. 
Com a divulgação de trabalhos científicos que demonstram a interligação dos 
sistemas orgânicos com a mente e as emoções, surgiu uma nova disciplina – a 
psiconeuroimunologia (PNI) – que estuda a relação entre o sistema nervoso, o 
endócrino e o imunológico, conforme CRUZ M; (2006). 
Segundo TRISKA (2003 apud CRUZ M; 2006), as reações que temos ao cheirar 
odores, em sua maioria, são baseadas em percepções individuais (isto é, gostemos 
deles ou não, geram comportamentos neuroquímicos positivos e negativos). As 
respostas olfatórias são mediadas pela nossa familiaridade e não familiaridade com 
odor, nossa história passada relacionada a prévias reações (emoções) e 
comportamentos vinculados a ela, ou sensações recobradas similares, assim como 
qualquer efeito condizente que aprendemos a associar com o dado odor. 
 
 
 
 
 
28 
 
Acrescentando a isso, nossa percepção pode ser aumentada por qualquer 
expectativa que nós trazemos a uma aproximação deliberada ao cheirar um odor, 
frequentemente o caso do uso da aromaterapia. Toda emoção ou pensamento 
apresenta tipos diferentes de substâncias que levam as mensagens aos receptores 
específicos, existentes em diversas partes do corpo e ao sistema imune, 
proporcionando como resposta diferentes atitudes corporais. Este modelo de causa-
efeito, também conhecido na farmacologia como encaixe chave fechadura entre a 
molécula e o seu receptor, pode levar ao entendimento de que para cada tipo de 
emoção ou pensamento haverá uma substância com estrutura química bem definida 
e um receptor capaz de ser sensibilizado por ela, conforme CRUZ M; (2006). 
Entretanto, não é só isso que ocorre. Na verdade, avaliar os processos 
psicossomáticos somente desta forma representa uma visão reducionista, pois o que 
cada pessoa sente ou pensa vai além do estimulo à ação de neurotransmissores e 
hormônios. Há uma complexa rede de eventos que estão relacionados e agem em 
conjunto no sentido de manter o equilíbrio e a vida, há inúmeras variáveis que vão 
desde os aspectos mentais e emocionais até a inter-relação como o meio (social, 
ambiental e cultural). Podemos afirmar que os sistemas imunológico, endócrino e 
nervoso partilham de condições que tornam o sujeito suscetível e pré-disposto aos 
estímulos do meio externo natural e social, conforme CRUZ M; (2006). 
Estes estímulos são biologicamente definidos como conexões neurológicas 
fabricada, que estão constantemente sendo reforçadas por comportamentos. Existem 
estudos com pacientes hospitalizados que reportaram uma melhora mais significativa 
no estado de humor e nos níveis de ansiedade, tensão e dor, percebidos com 
tratamentos subsequentes após suas reações iniciais com os óleos essenciais, 
comparados com aqueles sem os tratamentos aromaterápicos (TRISKA, 2003 apud 
CRUZ M; 2006). 
O efeito prazeroso de óleos essenciais pode contribuir como um fator de reforço 
às dinâmicas que promovam a equilibrada interação da rede cérebro-emoção-corpo, 
refletindo-se na saúde; a teoria de biofeedback onde estado mental positivo e saúde 
emocional se refletem em saúde fisiológica. Os óleos essenciais desempenhando um 
papel chave como imunomoduladores, fortalecendo o sistema imunológico através de 
vários reforços positivos nas biossínteses metabólicas, conforme CRUZ M; (2006). 
 
29 
 
Muitos neurotransmissores relacionados a atividades cerebrais, endócrinas e 
imunológicas são impactados pela ação dos óleos essenciais, mudando a condição 
de funcionamento destes sistemas de forma mensurável, mas de fato pouco se sabe 
a respeito dos mecanismos de ação envolvidos. Ao utilizarmos óleos essenciais na 
prática da acupuntura, através do estímulo olfatório e absorção cutânea no ponto de 
acupuntura, proporcionamos a melhoraria do humor, da cognição e o fortalecer o 
sistema imunológico, além de aliviar a dor, a depressão, baixar ou elevar a pressão e 
os níveis cardíacos e respiratórios, sintomas de um cérebro em estresse, entre outros, 
conforme CRUZ M; (2006). 
3.3 Alguns óleos essenciais e suas propriedades 
ALECRIM (Rosmarinus officinalis). É da família botânica das labiadas e possui 
como principais componentes: pineno, limoneno, linalol, eucaliptol, borneol, canfeno 
e terpineol. É usado principalmente paraartrite, cansaço mental, fraqueza geral, perda 
de memória, dores nas juntas, piolho, sarna, asma e bronquite, conforme ANDREI P; 
et al., (2006). 
ARTEMÍSIA (Artemisia vulgaris). Tem como principais constituintes a tujona, 
borneol, cânfora, linalol, 1,8-cineol, 4-terpinoleno e alfa–cadinol. É usado como 
regulador de distúrbios menstruais, analgésico, antiespasmódico e estimulante 
mental. É indicado para epilepsia, amenorreia e dismenorreia, vômitos nervosos, 
convulsões, ascaridíase e oxiurose, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
BAUNILHA (Vanilla planifolia). Tem como principais constituintes: vanilina, 
hidroxibenzaldeído, ácido acético, isbutírico, capróico, eugenol, furfural e aldeído 
metilprotocatéquico. Propriedades terapêuticas/Aplicações de óleo: antiespasmódico, 
emenagogo (estimula a menstruação), estimulante e intensamente afrodisíaco, 
conforme ANDREI P; et al., (2006). 
BENJOIM (Styrax tonkinensis). Tem como principais constituintes: ácido 
benzóico, vanilina, benzoato de cinamila, benzoato de coniferila e ácido sia-resinólico. 
Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: possui intensa propriedade anti-
oxidante. É indicado para tratar resfriados, tosse, bronquites, laringites e infecções 
das vias respiratórias. Estimula a circulação e é útil no tratamento da artrite reumatóide 
 
30 
 
e gota. Auxilia no combate ao estresse, pele rachada e ansiedade, conforme ANDREI 
P; et al., (2006). 
BERGAMOTA (Citrus bergamia). Tem como principais constituintes: linalol, 
acetato de linalil, pineno, acetato de linalila, nerol, acetato de nerila, geraniol, 
bergapteno, terpineol e dipenteno. É usado na medicina popular italiana no combate 
da febre e de vermes e muito usado nas indústrias alimentícia e de fragrâncias. É 
indicado para eczema, acne, seborréia, furúnculos, cistites, prurido vaginal, halitose, 
pele oleosa, psoríase, problemas digestivos, perda de apetite, ansiedade, depressão, 
estresse, infecções da mucosa bucal e garganta. É bactericida em infecções causadas 
por gonococcus, staphylococcus, meningococcus e bacilo da difteria. Possui também 
poder analgésico, antisséptico, cicatrizante, sedativo e energizante, conforme 
ANDREI P; et al., (2006). 
CAMOMILA DOS ALEMÃES (Matricaria chamomilla). Tem como principais 
componentes: azuleno (principal entre todos), alfa-bisabolol, farneseno, tujanol, 
flavonóides (apigenina, luteolina, quercitina) e glicosídeos. É usado como 
antiinflamatório, cicatrizante, antiespasmódico, imunoestimulante e antianêmico. É 
indicado para tratar úlceras gastrintestinais, inflamações na pele dermatites, acne, 
artrite, reumatismo, furúnculos, TPM, menopausa, amenorreia, dismenorreia, 
enxaqueca, dor de cabeça, dor de ouvido, dor de dente, picadas de inseto, insônia, 
náusea, estresse, problemas digestivos e cólicas. É também considerado suave 
sedativo para uso infantil e como um popular reequilibrador emocional, conforme 
ANDREI P; et al., (2006). 
CANELA (Cinnamomum zeylanicum). Seus principais constituintes são: 
eugenol, ácido cinâmico, aldeído benzênico, aldeído cinâmico, benzoato de benzila, 
furfurol, safrol, cimeno, dipenteno, felandreno e pineno. É utilizado como diurético, 
analgésico, poderoso antisséptico, antiprurido e antiespasmódico. É indicado para 
estimular a digestão e a circulação, em gripes, infecções intestinais, impotência, 
constipação, náusea, cálculo renal, dores musculares e estresse. É conhecido 
popularmente por seu poder estimulante, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
CITRONELA (Cymbopogon nardies). Seus principais constituintes são: ácido 
hidrociânico, borneol, bourboneno, canfeno, cânfora, cariofileno, citral, citronelal, 
citronelol, etanol, eugenol, farnesol, furfurol, geraniol, limoneno, linalol, mentol, nerol, 
pineno e terpinoleno. É utilizado como desodorizador, estimulante digestivo, 
 
31 
 
antiespasmódico, antidepressivo, antisséptico, cadiotônico, repelente de insetos e 
antiinflamatório. É indicado para perspiração excessiva, cansaço, dor de cabeça, pele 
e cabelos oleosos, dor de estômago, dores musculares, circulação deficiente e 
menstruação deficiente (é emenagogo: estimula a menstruação), conforme ANDREI 
P; et al., (2006). 
EUCALIPTO (Eucalyptus globulus). Seus principais componentes são: 
citronelal, eucaliptol, eugenol, pineno, canfeno, limoneno, felandreno, pinocarvona e 
terpineol. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: potencial antisséptico, 
antiviral, expectorante, estimulante do sistema respiratório, antiinflamatório, 
adstringente e ativa a circulação. É indicado para tratar herpes simples, bronquite, 
asma, tosse, catarro, resfriado, diabetes, sinusite, má-circulação, distúrbios do trato 
urinário, dores musculares, reumatismo e mordida de cobra. Se aplicado diretamente 
sobre uma ferida, reduz o tempo de vida do vírus e reduz a dor, conforme ANDREI P; 
et al., (2006). 
É muito utilizado para reequilibrar a respiração (ofegante ou curta). Nas esferas 
mental e emocional, o óleo de eucalipto é indicado para pessoas pessimistas e com 
pensamentos fixos e obsessivos. Na esfera física, o óleo de eucalipto dilata a 
musculatura dos brônquios, pulmões e traqueia, reduz a coriza e a febre e “limpa” ou 
desobstrui as vias aéreas. Quando combinado a alecrim e hortelã é indicado para 
dificuldades respiratórias; com manjerona, para dores no nervo ciático; e com lavanda, 
para coriza, dor no tórax e resfriados, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
GENGIBRE (Zingiber officinalis). Tem como principais componentes: pineno, 
canfeno, cineol, linalol, borneol, terpineol, nerol, graniol, betabisaboleno e zingibereno. 
Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: analgésico, tônico, estimulante geral, 
antiespasmódico, carminativo, digestivo, antisséptico, adstringente e extremamente 
afrodisíaco. É indicado para dores musculares, aerofagia, dores de garganta, 
amigdalite, sinusite, má circulação, enxaqueca, fadiga, memória fraca, cansaço 
mental e impotência. É considerado um excelente estimulante mental e psicológico e 
proporciona ao usuário mais determinação e autoconfiança, conforme ANDREI P; et 
al., (2006). 
 
 
 
32 
 
GERÂNIO (Pelargonium graveolens). Seus principais componentes são: 
citronelol, geraniol, acetato de linalila, limoneno, eugenol, cariofileno e mentona. 
Pripriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: adstringente, cicatrizante, antisséptico 
e diurético. É indicado para acne, celulite, amigdalite, dor de garganta, diabetes, 
hemorróidas, TPM, menopausa, depressão, dermatites, queimaduras, pele oleosa, 
cálculo renal, tensão nervosa e inflamação da mucosa vaginal. É também indicado 
para pessoas que querem adquirir mais criatividade, coragem, determinação, 
inspiração e autoconfiança, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
É conhecido por esclarecer as confusões mentais e extingüir ou reduzir o medo 
de algo desconhecido. Se combinado com lavanda, é mais indicado para depressão 
e má circulação; com alecrim, para tensão menstrual; com melaleuca, para acne, 
dermatites e seborreia. O óleo de gerânio é capaz de estimular o córtex supra-renal, 
no qual são produzidos os hormônios sexuais, e pode agir, portanto, como estimulante 
e agente equilibrador dos órgãos femininos e do sistema nervoso, conforme ANDREI 
P; et al., (2006). 
HORTELÃ PIMENTA (Mentha piperita). Tem como principais componentes: 
linalol, mentol, carvono, limoneno, eucaliptol, acetato de mentila, mentona, 
nicotinamida, cineol, felandreno, pipeno e cariofileno. Propriedades 
terapêuticas/Aplicações do óleo: antiespasmódico, descongestionante, antisséptico, 
analgésico, vermicida, tônico e estimulante do aparelho digestivo e do sistema 
nervoso, reduz a febre e os sintomas de gripes e resfriados, antiinflamatório, 
adstringente, carminativo, emenagogo, expectorante, refrescante e vasoconstritor, 
conforme ANDREI P; et al., (2006). 
 É indicado para asma, laringite, gripe, resfriado, bronquite, indigestão,flatulência, cólica, congestão nasal com dores de cabeça, sinusite, dores musculares 
e articulares, enxaqueca, diarréia e cansaço mental. Quanto ao aspecto emocional, é 
indicado para pessoas tímidas e depressivas, devido às suas propriedades 
estimulantes. É intensamente afrodisíaco e usado, então, para tratar impotência. O 
óleo de hortelã é também conhecido por clarear ideias até então obscuras, trazer 
dinamismo e iniciativa, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
 
 
 
33 
 
LAVANDA (Lavandula officinalis ou Lavandula angustifolia ou Lavandula vera). 
Seus principais constituintes são: limoneno, cariofileno, linalol, cineol, nerol, eucaliptol, 
terpineno, pineno, canfeno, felandreno, cânfora, geraniol, borneol, lavandulol, acetato 
de lavandila, bisabolol e alguns ácidos como o benzóico, valérico e coumárico. 
Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: analgésico, antisséptico, antibiótico, 
antidepressivo, bactericida, sedativo, repelente de insetos, descongestionante, 
antiviral, carminativo, cicatrizante, diurético e antitóxico, conforme ANDREI P; et al., 
(2006). 
 É indicado para asma, bronquite, dores de garganta, gripe, enxaqueca, 
depressão, tensão, insônia, lesões de pele, queimaduras, leucorréia, cistite, picada de 
inseto, acne, pele oleosa, alergia, catapora, TPM, amenorréia, dismenorréia, 
menopausa, flatulência, hipertensão, reumatismo, contusões e feridas. É considerado 
antiestresse por seu efeito sedativo no sistema nervoso central e auxilia a relaxar a 
mente, o corpo e as emoções. Pode ser útil para mulheres em trabalho de parto, pois 
seu aroma provoca o relaxamento da mãe, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
 Tem também ação no sistema respiratório por reduzir os desconfortos da 
bronquite, sinusite e dos resfriados. É importante ressaltar que o óleo de lavanda é o 
único que pode ser aplicado na pele sem diluição prévia, ou seja, puro. Em cortes 
abertos ou feridas é aplicado puro para prevenir infecções e auxiliar a cicatrização do 
epitélio. É comum também a prática de sua utilização como sedativo cutâneo para 
refrescar a pele exposta ao sol ou picada de inseto. Acreditam os estudiosos que o 
óleo de lavanda restaura o equilíbrio mental, harmoniza os sentimentos, traz a 
consciência da realidade e a paz e exerce ação imediata no corpo e na mente devido 
à sua elevada vibração, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
PATCHULI (Pogostemon cablin ou Pogostemon patchuli). Tem como principais 
componentes: patchulol, eugenol, fenol, cadineno, cariofileno, cinamaldeído, 
patchulipiridina e pogostol. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: 
antiinflamatório, cicatrizante, descongestionante, regenerador, fungicida e repelente 
de insetos. É indicado para acne, pele rachada e ressecada, pele oleosa, rugas, 
dermatites, seborréia, caspa, ansiedade, fadiga mental, obesidade, retenção hídrica, 
depressão e estresse, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
 
 
34 
 
Na pele, o patchuli tem ação de rejuvenescimento e redução de rugas. O aroma 
do óleo essencial de patchuli exerce ação nos centros psíquicos, estimula o sistema 
nervoso central, resgata lembranças da juventude e estimula a criatividade. Sua ação 
nas glândulas endócrinas o torna um bom afrodisíaco. É largamente conhecido por 
equilibrar os corpos físico, mental e espiritual, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
TEA-TREE (Melaleuca alternifolia). Seus principais componentes são: 4-
terpineol, sesquiterpenos, eucaliptol e pineno. Propriedades terapêuticas/Aplicações 
do óleo: antiviral, antisséptico, fungicida, estimulante, inseticida e cicatrizante. É 
indicado para infecções, vaginite, afta, candidíase, cistite, verrugas, fungos e herpes 
labial e genital. Sua função mais relevante é a de estimular o sistema imunológico. É 
prática comum utilizar o óleo do tea-tree em feridas, cortes, arranhões, gengivites, 
congestão nasal, odor fétido nos pés e acne, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
YLANGUE-YLANGUE (Cananga odorata). Seus principais componentes são: 
ylangol, safrol, linalol, farnesol, geraniol, granial, eugenol, pineno, cadineno e acetato 
de benzila. Propriedades terapêuticas/Aplicações do óleo: antiespasmódico, sedativo, 
calmante, levemente eufórico e animador. É indicado para depressão, taquicardia e 
frigidez. Por ser um potente afrodisíaco, é utilizado em casos de impotência sexual. 
Na prática, o ilangue é muito aplicado para aumentar a auto-estima e a libido (apetite 
sexual). Na crença popular, as mulheres gostam de utilizar a fragrância para atrair 
homens, conforme ANDREI P; et al., (2006). 
3.4 Óleos essenciais: composição, extração e mecanismo de ação 
Enquanto estratégia de tratamento, a Aromaterapia utiliza como ferramenta 
principal os óleos essenciais para curar o corpo, a alma e a mente do indivíduo. O 
nome da prática é oriundo da junção das palavras aroma, que significa aroma ou 
cheiro e terapia que significa tratamento (ALI et al., 2015 apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
Os óleos essenciais (OE - óleo essencial), também chamados de óleos etéreos, óleos 
voláteis ou essências, são encontrados em pequenas glândulas localizadas em 
diversas partes das plantas, como raízes, caule, folhas, flores ou frutos. São 
produzidos principalmente pelas famílias Lauraceae, Myrtaceae, Labiateae, Rutaceae 
e Umbeliferaceae (BRITO et al., 2013; SIMÕES et al., 2017; PRICE, 1999 apud 
CONCEIÇÃO R; 2019). 
 
35 
 
Outras características típicas dos (OE - óleo essencial), são: lipofilicidade; 
sabor geralmente acre; cor ligeiramente amarelada ou incolor ao serem extraídos e 
composição química complexa. Os (OE - óleo essencial), são solúveis em solventes 
orgânicos apolares, mas têm solubilidade limitada em água. Machado e Fernandes 
Júnior (2011; apud CONCEIÇÃO R; 2019) os conceituaram da seguinte maneira: 
Os óleos essenciais são compostos naturais, voláteis e complexos, 
caracterizados por um forte odor sendo sintetizados por plantas aromáticas 
durante o metabolismo secundário e normalmente extraídos de plantas 
encontradas em países quentes, como as do mediterrâneo e dos trópicos, 
onde representam parte importante da farmacopeia tradicional (MACHADO; 
FERNANDES JÚNIOR, 2011 apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
Dezenas a centenas de substâncias podem fazer parte da composição de um 
OE. Entretanto, geralmente o componente de maior concentração é o que confere a 
atividade biológica e em muitos casos essa atividade pode ser oriunda do sinergismo 
entre as substâncias (LUBBE; VERPOORTE, 2007; VALERIANO et al., 2012; apud 
CONCEIÇÃO R; 2019). Seus constituintes pertencem a diferentes grupos químicos, 
tais como: hidrocarbonetos, álcoois, ésteres, aldeídos, cetonas, óxidos terpênicos, 
fenóis e éteres fenólicos, sendo os compostos terpênicos os mais abundantes 
(TROMBETTA et al., 2005; apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
Diante disso, a utilização de técnicas de extração adequadas aos constituintes 
que se pretendem extrair torna-se imprescindível, sendo as mais empregadas: a 
enfloragem, destilação por arraste à vapor, extração com solventes orgânicos, 
prensagem e extração por CO2 supercrítico (MSAADA et al., 2012; apud 
CONCEIÇÃO R; 2019). 
Os (OEs - óleo essencial), apresentam instabilidade em presença de luz, calor, 
umidade e metais, sofrendo degradação decorrente principalmente das reações de 
oxidação e polimerização, que podem gerar consequências negativas para a saúde 
do usuário (SIMÕES et al., 2017; apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
Portanto, o armazenamento adequado é fundamental para a manutenção de 
sua qualidade. Os (OEs - óleo essencial), devem ser acondicionados dessecados com 
Na2SO4 anidro e livres de impurezas insolúveis. Para evitar a sua deterioração, o 
armazenamento deve ser realizado em frascos de pequeno volume, em embalagens 
neutras (de alumínio, aço inoxidável ou vidro âmbar) completamente cheios, 
hermeticamente fechados e estocados em baixa temperatura (SIMÕES et al., 2017; 
apud CONCEIÇÃO R; 2019).36 
 
Preconizando a qualidade e segurança dos produtos obtidos da natureza, 
novas normas e regulamentos têm sido estabelecidos pelas autoridades de saúde 
nacionais e internacionais. Dentre essas organizações, destacam-se a Organização 
Internacional de Padronização (ISO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003; 
CUNHA et al., 2012 apud CONCEIÇÃO R; 2019). No caso dos (OEs - óleo essencial), 
a ISO impõe parâmetros de identificação e controle de qualidade, tais como 
determinação da densidade, odor, coloração, composição química (COSTA, 2008 
apud CONCEIÇÃO R; 2019). A OMS, por sua vez, estabeleceu diretrizes que 
englobam as condições cultura e colheita de plantas medicinais (OMS, 2003 apud 
CONCEIÇÃO R; 2019). 
Além disso, as farmacopeias e suas monografias, como a Farmacopeia 
Brasileira 6ª edição volumes I e II, dispõem de procedimentos qualitativos e 
quantitativos para realizar o controle de qualidade de matérias-primas contendo OEs 
(ANVISA, 2010 apud CONCEIÇÃO R; 2019). Simões et al. (2007 apud CONCEIÇÃO 
R; 2019) citam alguns tipos de ensaios quantitativos que podem ser empregados: 
A principal determinação quantitativa é o doseamento do óleo volátil, extraído 
por arraste a vapor d’água, em aparelho tipo Clevenger modificado [...] os 
óleos voláteis podem também ser avaliados através de outros ensaios: 
miscibilidade com o etanol, índice de refração, poder rotatório, densidade, 
determinação dos índices de acidez, de ésteres, de carbonilas, além de 
análises cromatográticas (CCD, CG, CLAE) (SIMÕES et al., 2007 apud 
CONCEIÇÃO R; 2019). 
3.5 Formas de utilização dos Oes 
Na Aromaterapia, o profissional habilitado para exercer a prática pode indicar 
diferentes vias de administração dos (OEs - óleo essencial). A escolha vai depender 
da necessidade terapêutica e condição clínica de cada paciente (GNATTA; 
DORNELLAS; SILVA, 2011 apud CONCEIÇÃO R; 2019). A via de administração mais 
tipicamente associada à Aromaterapia é a inalatória. 
Grande parte das moléculas de (OE - óleo essencial), inaladas são distribuídas 
pelo sistema respiratório até a circulação sistêmica, enquanto uma pequena 
porcentagem ativa o sistema do olfato pelo bulbo e nervos olfativos. Essa ligação 
direta com o Sistema Nervoso Central (SNC) resulta em um estímulo que é levado até 
o Sistema Límbico, região responsável pelo controle da memória, emoção, 
sexualidade e instinto, conforme CONCEIÇÃO R; (2019). 
 
37 
 
A ativação do Sistema Límbico faz com que substâncias neuroquímicas sejam 
liberadas e, consequentemente, promovam ações sedativas, estimulantes ou de 
grande bem-estar (MALNIC, 2008; HOARE, 2010; RIBEIRO, 2012; TISSERAND, 
1993 apud CONCEIÇÃO R; 2019). Assim como o paladar, o olfato é um dos sentidos 
mais primitivos do cérebro dos mamíferos e é capaz de trazer à memória situações já 
vividas (ARISI et al., 2012 apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
Dragonetti (2017 apud CONCEIÇÃO R; 2019) afirma que o sistema límbico é 
responsável pelo controle do comportamento emocional do sistema nervoso 
e está envolvido diretamente com a natureza afetiva das percepções 
sensoriais, existindo assim uma íntima relação entre este sistema e o olfato, 
e o produto desta convecção torna o odor um componente importante para 
os seres humanos, pois desperta emoções devido à eficácia da memória 
olfativa (DRAGONETTI, 2017 apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
Os pesquisadores Richard Axel e Linda Buck, ganhadores do Prêmio Nobel de 
Medicina, descobriram de forma independente a organização do sistema olfativo e o 
mecanismo dos receptores olfativos (Figura abaixo). Primeiramente, a célula 
receptora olfativa envia seus processos nervosos para o bulbo olfatório, onde são 
recebidos seus impulsos pelo próximo nível de células nervosas, as células mitrais. 
Cada célula mitral envia as informações para diversas regiões do cérebro. As 
informações de vários tipos de odores ao se ligarem em seus respectivos receptores 
são combinadas em um padrão característico e interpretadas, resultando na 
experiência consciente do odor (AXEL; BUCK, 2004 apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
No tratamento aromaterapêutico, a inalação de (OEs - óleo essencial) pode ser 
direta ou indireta. A inalação direta é utilizada para tratar problemas específicos do 
aparelho respiratório como asma, bronquite e sinusite. Já a indireta é comumente 
utilizada para trabalhar o emocional por meio do cheiro. Além da via inalatória, são 
também utilizadas a aplicação tópica por meio de massagens e o uso oral, via bastante 
difundida na França, porém pouco conhecida no Brasil (BUCKLE, 2015 apud 
CONCEIÇÃO R; 2019). 
Por via tópica, além da ação na pele, uma parte do (OE - óleo essencial) é 
absorvida pela pele e transportada pela circulação sanguínea até alcançar os órgãos 
e tecidos do corpo. (TISSERAND, 1993 apud CONCEIÇÃO R; 2019). Para Colegate 
e Molyneux (2007 apud CONCEIÇÃO R; 2019), as propriedades estruturais de 
estimulação desses óleos são muito semelhantes aos hormônios reais. Desse modo, 
a capacidade de penetração desses (OEs - óleo essencial) pelas membranas 
 
38 
 
celulares, proveniente de sua natureza lipofílica, é uma das principais explicações 
para eficácia da técnica por essa via de administração (COLEGATE; MOLYNEUX, 
2007; apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
 
Fonte: monografias.ufop.br - Receptores olfativos e a organização do sistema olfatório. Fonte: 
Adaptado de AXEL; BUCK, 2004 apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
Quando administrados por via oral, as moléculas dos (OEs - óleo essencial) 
são absorvidas no intestino e distribuídas para os tecidos. Visto que alguns (OEs - 
óleo essencial) são tóxicos e outros possuem substâncias muito potentes em baixas 
dosagens, a indicação dessa via de administração deve ser feita com bastante 
cautela. Há casos em que apenas algumas gotas de (OE - óleo essencial) levam a 
quadros de convulsão ou até mesmo à morte, como é o caso da erva de Santa Maria 
(Chenopodium ambrosioides L.) que possui ascaridol em sua composição (DE LA 
CRUZ, 2019; TISSERAND, 1993; apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
 
39 
 
O baixo peso molecular e a volatilidade dos componentes dos OEs fazem com 
que a eliminação do organismo pelas vias metabólicas ocorra mais rapidamente 
tornando o seu uso vantajoso (BANDONI; CZEPACK, 2008; apud CONCEIÇÃO R; 
2019). No entanto, apesar de serem substâncias naturais botânicas, os OEs não estão 
isentos de toxicidade, principalmente pelo fato de serem muito concentrados 
(ANDREI; DEL COMUNE, 2005; CUNHA et al., 2012; apud CONCEIÇÃO R; 2019). 
 Assim, para garantir a qualidade e a segurança na utilização, os OEs devem 
ser 100% puros e administrados sob orientação de um profissional habilitado. A 
ABRAROMA dispõe de um Código de Ética Profissional que orienta o trabalho dos 
profissionais de Aromaterapia e Aromatologia no Brasil (ABRAROMA, 2019; apud 
CONCEIÇÃO R; 2019). 
3.6 Aplicação dos óleos essenciais 
A aplicação terapêutica de tais óleos, provenientes de plantas aromáticas, está 
subdividida em três principais ramos, a alotropia médico/clínica, a estética, e a 
hostílica, que restaura o equilíbrio entre mente, corpo e espírito, através dos efeitos 
psicológicos e emocionais dos óleos. (BERWICK, 1996 apud FELIZARDO V; 2017). 
Cada óleo possui uma maneira distinta de agir no organismo, dependendo da sua 
composição química. (WOLFFENBUTTEL, 2010 apud FELIZARDO V; 2017). 
Os óleos podem ser utilizados de diferentes maneiras, no consumo, os óleos 
acessam o aparelho digestivo, através do odor, aos pulmões e na massagem 
penetram no corpo através da pele e alcança a corrente sanguínea. Alguns óleos, que 
são tóxicos, podem romper as barreiras sangue-cérebro e causar lesões aos nervos 
e tecidos cerebrais, porém, podem oferecer ações terapêuticas, e, por isso, é 
importante ser bem informado e orientado antes de se iniciar um tratamento com óleos 
essenciais. (GRACE, 1999 apud FELIZARDO V; 2017). 
Em relação a origem dos óleos essenciais, aproximadamente

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