Buscar

MANUAL - TRANSIÇÃO DE GOVERNOS MUNICIPAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 86 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ADVOGADOS 
 
Dr. Steverson Marcus Salgado Meireles Linhares 
Dra. Márcia Mendes Amorim 
Dra. Amanda Caroline Gomes Serejo Cruz 
 
 
ESTAGIÁRIOS: 
 
Vitória Souza Leão 
Jakson Ribeiro Lobato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALGADO & AMORIM 
 ADVOGADOS ASSOCIADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DR. STEVERSON MARCUS SALGADO 
MEIRELES LINHARES 
 
Advogado, Economista e Especialista em auditoria e 
Controle Interno. Pós-graduado em Processo Civil, 
Direito Civil e Empresarial, Gestão Pública, 
Mestrando em Direito Público. Atuou como 
Procurador Geral de municípios, Controlador Geral 
de municípios, assessoria jurídica e administrativa 
municipal. 
 
 
DRA. AMANDA CAROLINE GOMES SEREJO 
CRUZ 
 
Advogada, Pós-graduanda em Direito Previdenciário. 
Advogada Associada do Escritório Salgado & Amorim 
Advogados Associados. 
 
 
DRA. MARCIA MENDES AMORIM 
 
Advogada Especialista em Direito Público, Direito 
Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. 
Atuou como Procuradora Geral de Municípios, 
Controladora Geral de Municípios, assessoria 
jurídica e legislativa municipal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITÓRIA SOUZA LEÃO 
 
Graduanda em Direito pelo Centro Universitário Dom 
Bosco - UNDB. Estagiária no Escritório Salgado & 
Amorim Advogados Associados. 
JAKSON RIBEIRO LOBATO 
 
Graduando em Direito pelo Centro Universitário Estácio. 
Estagiário no Escritório Salgado & Amorim Advogados 
Associados. 
ROBERTA FLÁVIA MOUSINHO SALGADO 
 
Administradora Especialista em Auditoria e 
Controladoria Interna. Atuou como Controladora 
Interna municipal, Coordenação em Folhas de 
pagamentos municipais, Gerenciamento de RH’s e 
rotinas administrativas. 
 
 
 
Copyright© 2020 
 Coordenação geral e revisão jurídica: 
Steverson Marcus Salgado Meireles Linhares 
Márcia Mendes Amorim 
 
Equipe de elaboração: 
Steverson Marcus Salgado Meireles Linhares 
Márcia Mendes Amorim 
Amanda Caroline Gomes Serejo Cruz 
Vitória Souza Leão 
Jakson Ribeiro Lobato 
Roberta Flávia Mousinho Salgado 
 
Os autores integram a equipe do Escritório Salgado 
& Amorim Advogados Associados. A obra contou 
com a colaboração técnica: 
 Roberta Flávia Mousinho Salgado 
 
Planejamento Gráfico e Revisão: 
Roberta Flávia Mousinho Salgado 
 
Gráfico: 
Roberta Flávia Mousinho Salgado 
Tiragem: 
 2.000 exemplares 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO .................................................................... 11 
 
CAPÍTULO 1 
DOS PRINCÍPIOS BASILARES PARA TRANSIÇÃO 
GOVERNAMENTAL MUNICIPAL .......................................... 17 
A) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE .......................................... 17 
B) PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA ........................................ 17 
C) PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE ....................................... 18 
D) PRINCÍPIO DA MORALIDADE ............................................. 18 
 
CAPÍTULO 2 
DAS OBRIGAÇÕES DO (A) PREFEITO (A) SUCEDIDO (A) PARA 
COM O (A) SUCESSOR (A) ................................................... 20 
 
CAPÍTULO 3 
DA COMISSÃO DE TRANSIÇÃO ............................................ 22 
3.1 DA COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO .................................... 22 
3.2 DOS OBJETIVOS DA COMISSÃO ....................................... 24 
 
CAPÍTULO 4 
DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA NORTEAR O PERÍODO DE 
TRANSIÇÃO ........................................................................ 25 
A) QUANTO AO SALDO FINANCEIRO ..................................... 25 
 
B) QUANTO AOS COMPROMISSOS FUTUROS........................ 26 
C) QUANTO AO ORÇAMENTO................................................ 27 
D) QUANTO AO PATRIMÔNIO E BENS ................................... 27 
E) QUANTO ÀS RELAÇÕES DE ATRASOS ................................ 27 
F) QUANTO AOS SERVIDORES................................................ 28 
G) QUANTO À SITUAÇÃO CONTÁBIL...................................... 29 
 
CAPÍTULO 5 
PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO .......................................... 32 
5.1 POSSE DOS ELEITOS ......................................................... 33 
A) ORIENTAÇÕES PARA A POSSE ........................................... 33 
5.2 PROVIDÊNCIAS ESSENCIAIS A SEREM TOMADAS NOS 
PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO ............................................. 33 
5.3 PROMOÇÃO DE MUDANÇA DE TITULARIDADE ............... 36 
5.4 OUTRAS IMPORTANTES MEDIDAS ................................... 37 
5.4.1 NA EDUCAÇÃO E CULTURA ........................................... 40 
5.4.2 NA ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS ................................ 41 
5.4.3 NA SAÚDE ..................................................................... 46 
 
CAPÍTULO 6 
CONTROLE INTERNO .......................................................... 49 
 
8.REFERÊNCIAS ................................................................... 52 
 
9. LEGISLAÇÕES APLICADAS ................................................. 54 
 
INSTRUÇÃO NORMATIVA TCE/MA Nº 45, DE 9 DE 
NOVEMBRO DE 2016 ............................................................. 54 
LEI ESTADUAL DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA LEI Nº 
10.219 DE 31 DE MARÇO DE 2015......................................... 60 
10. MODELOS 
ANEXO I ............................................................................. 65 
(MODELO DE REQUERIMENTO AO PREFEITO EM EXERCÍCIO)
 ............................................................................................... 65 
ANEXO II ............................................................................ 67 
(REQUERIMENTO AO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL) ...... 67 
ANEXO III ........................................................................... 69 
(LEI DE TRANSIÇÃO) ........................................................... 69 
PROJETO DE LEI Nº.../2020 ................................................ 69 
ANEXO IV ........................................................................... 71 
DECRETO DE TRANSIÇÃO ................................................... 71 
ANEXO V ............................................................................ 73 
(INDICAÇÃO DE MEMBROS DA EQUIPE - OFÍCIO) ............... 73 
ANEXO VI ........................................................................... 75 
(PEDIDO DE INFORMAÇÕES) .............................................. 75 
ANEXO VII .......................................................................... 77 
(SUGESTÃO DE RELATÓRIO FINAL) ..................................... 77 
ANEXO VIII ......................................................................... 86 
(REQUERIMENTO INICIAL AOS BANCOS) ............................ 86 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 9 
 
 
 
 
 
 
 
"Direito e poder são duas faces da mesma moeda. Uma 
sociedade bem organizada precisa das duas. Nos lugares onde o 
Direito é impotente, a sociedade corre o risco de se precipitar na 
anarquia; onde o poder não é controlado, corre o risco oposto, do 
despotismo. O modelo ideal do encontro entre o Direito e poder é o 
Estado democrático de direito, isto é, o Estado no qual, através das 
leis fundamentais, não há poder, do mais alto ao mais baixo, que não 
esteja submetido a normas, que não seja regulado pelo Direito, e no 
qual, ao mesmo tempo, a legitimidade do sistema de normas derive, 
em última instância, do consenso ativo dos cidadãos." 
 
Norberto Bobbio 
O tempo da Memória: De Senectute 
e Outros Escritos Autobiográficos (1997) 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 10 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
om o objetivo de facilitar a TRANSIÇÃO 
GOVERNAMENTAL nos Municípios e os 
PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO, os advogados: Steverson 
Marcus Salgado M. Linhares, Márcia Mendes Amorim, Amanda 
Caroline G. Serejo Cruz e os estagiários: Vitória Souza Leão e 
Jakson Ribeiro Lobato, confeccionaram o presente MANUAL, 
com uma breve exordial acerca doconceito, base legal, marco 
histórico, princípios e providências a serem tomadas sobre 
Transição de Governo Municipal e os Primeiros Dias da Nova 
Gestão. 
O Manual em sua essência traz informações e orientações 
fundamentais para os prefeitos eleitos e sua equipe, que julgamos 
ser de grande valia para contribuir para a manutenção dos serviços 
(programas) públicos, pois o encerramento de uma gestão requer 
providências a serem adotadas e informações a serem repassadas 
aos que estão chegando, para que se possibilite a devida 
continuidade administrativa. 
 
 
 
C 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 11 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
No Brasil, a cada quadriênio os mais de 5 mil municípios 
escolhem seus representantes com a finalidade de conduzir a 
administração pública de suas respectivas cidades, e, no Maranhão 
não é diferente, são 217(duzentos e dezessete municípios). E tão logo 
finda o processo eleitoral, inicia-se o período da Transição de 
Governo, ainda pouco compreendido pelos gestores municipais. 
Com o processo de redemocratização marcado pela 
promulgação da Constituição Federal de 1988, abriu-se um caminho 
para o avanço paulatino da democratização do poder e 
desenvolvimento dos pleitos eleitorais, que vêm ocorrendo de forma 
sistemática nas últimas décadas, sob essa “onda democrática”, 
notáveis intercorrências têm se colocado como obstáculos nas 
Transições de Governo nos municípios, conforme leciona Cruz 
(2013)1, e mesmo após a promulgação da Lei das Eleições, Lei de 
Responsabilidade Fiscal no ano de 2000 e a Lei de Acesso à 
Informação em 2011. 
Embora a sociedade brasileira esteja relativamente 
ambientada com as eleições diretas e a consequente alternância 
 
1 CRUZ, Maria do Carmo Meirelles Toledo. Municípios paulistas e transição de 
governo: a pesquisa e alguns resultados. In Anais do VI Congresso Consad de 
Gestão Pública, Brasília, 2013. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 12 
 
 
de poder, ainda não é possível afirmar que este processo esteja 
internalizado na cultura política do país, nem que a Transição de 
Governo seja um movimento simples e linear como leciona o 
mestre Franco (2013).2 
No período da transição, existem movimentos com 
práticas de “terra arrasada”. Assim, os órgãos de Controle não 
poucas vezes iniciaram operações buscando em via de regra: 
 
[...] impedir e inibir que gestores não 
candidatos à reeleição e/ou que seus 
indicados não venham a ser eleitos 
pratiquem a política da terra arrasada, 
deixando uma dívida pública, zerando 
o cofre público, destruição dos 
documentos, entre outras ações, nesses 
últimos três meses do mandato 
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE 
PERNAMBUCO, 2016). 
 
A temática se coloca como uma importante questão a ser 
enfrentada pela Administração Pública Municipal, considerando os 
 
2 FRANCO, Celso Torquato Junqueira. A Experiência Regional da Associação 
dos Municípios do Extremo Noroeste do estado de São Paulo (Amensp) no 
Processo de Transição de Governo. Anais do VI Congresso Consad de Gestão 
Pública, Brasília, 2013. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 13 
 
 
prejuízos diretos e indiretos que sua não observação ocasiona e, 
tendo em vista que o conflito de valores e interesses não estimula a 
ocorrência da transição de governo, mesmo em face aos preceitos do 
direito administrativo contidos no art.37° da Constituição Federal3. 
Apesar da existência de experiências práticas de 
Transição de Governo em todos os níveis da federação, é perceptível 
algumas lacunas no que se refere ao conhecimento prático de sua 
execução, assim como sua restrita discussão no âmbito acadêmico 
brasileiro, onde ainda não é possível encontrar uma robusta tradição 
acadêmica cujos resultados se refiram ao processo de transmissão de 
poder no executivo, sobretudo no nível local. 
O primeiro registro da Transição de Governo 
institucionalizada no Brasil ocorreu em 2002, com a transmissão 
organizada de poder na passagem de governo do Presidente da 
 República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para o 
candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 
Esse processo foi regulamentado pela lei número 
10.609 de 2002, e é considerado um “modelo próprio” por Lobato 
 
3 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 
de outubro de 1988. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 14 
 
 
e Calvo (2002)4, uma vez que sua conclusão vem do resultado de 
uma sequência articulada de ações induzidas. 
Desde 2008 o Governo Federal tem se empenhado em 
fomentar e destacar a importância da Transição de Governo em 
municípios através da publicação de cartilhas de instrução que 
versam sobre o início e fim de mandatos nos governos municipais. 
O processo de Transição tem sido definido como aquele 
que propicia condições para que o candidato eleito, juntamente ao 
chefe do poder Executivo Municipal, possa transacionar 
informações sobre programas e projetos em andamentos, assim 
como demais dados necessários para a implementação do programa 
do novo governo (BRASIL, 2012)5. 
Concomitante a esse entendimento, e de acordo com o 
Centro de Estudos e Pesquisas em Administração Municipal 
(CEPAM)6 o conceito de Transição Governamental pode ser 
 
4 LOBATO, Ana Lucia Martins; CALVO, Wilson (coord.). Transição e democracia: 
institucionalizando a passagem do poder. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 
2002. 
5 BRASIL. Apoio à Transição Municipal: orientações para o gestor municipal 
encerramento de mandato. Publicações da Presidência da República. Brasília: Secretaria de 
Comunicação Social, Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações 
Institucionais da Presidência da República; Controladoria Geral da União; e Secretaria do 
Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, 2012. 
6 O CEPAM (Fundação Prefeito Faria Lima - Centro de Estudos e Pesquisa em 
Administração Municipal) foi uma instituição pública do Estado de São Paulo, vinculada 
à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Foi extinto pela Lei nº 
15.899, de 17 de setembro de 2015. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 15 
 
 
entendido como a “passagem ordenada do poder, sem perda do ritmo, 
da continuidade e do comando da ação governamental” (CEPAM, 2012, 
p. 07)7. 
No nível Municipal, o objetivo da transição é permitir 
que o candidato eleito, mesmo que ainda não empossado, possa 
receber da atual gestão os dados e informações necessárias para 
materialização de seu plano de governo, inclusive proporcionando a 
oportunidade de realizar ajustes frente à realidade municipal 
(CEPAM, 2012). 
Ainda segundo o Centro de Estudos, o processo tem 
início assim que o resultado da eleição seja publicado e se 
encerra com a posse do prefeito eleito, tendo em média cerca de 
dois a três meses (encurtada por conta da pandemia 
CORONAVIRUS – COVID 19) para sua realização, curto prazo 
para a execução de uma atividade de tamanha importância e 
complexidade. 
Portanto, é de grande relevância que o novo chefe do 
executivo e sua equipe sejam municiados com informações sobre 
serviços, políticas públicas, programas e projetos, convênios, 
 
7 CEPAM. A Transição de governo nos municípios paulistas. v. 1. Cartilha 
Cepam - Eleições Municipais de 2012. São Paulo: Cepam, 2012a. Disponível 
em: < https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1> Acesso em: 15 out 
2020. 
https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 16 
 
 
orçamento e gestão de pessoas etc. Todos esses dados e informações 
são a base para a reorganização das estratégias do novo programa de 
governo. Para tanto, são necessárias ações administrativas e políticasque garantam a alternância de poder sem prejuízo à continuidade da 
prestação e do provimento de bens e serviços públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 17 
 
 
Capítulo 1 
 
DOS PRINCÍPIOS BASILARES PARA TRANSIÇÃO 
GOVERNAMENTAL MUNICIPAL 
 
a) Princípio da continuidade 
 
Também denominado de princípio da permanência, o 
princípio da continuidade garante que mesmo que haja mudança no 
comando do Município, os serviços ofertados não podem sofrer de 
descontinuidade. 
O objetivo da transição de per si é obter do prefeito em 
exercício condições para que o candidato eleito tenha acesso às 
informações necessárias à implementação da nova gestão. 
 
b) Princípio da transparência 
 
Pode-se definir transparência da gestão como a atuação 
do órgão público no sentido de tornar sua conduta cotidiana e os 
dados dela decorrentes, acessíveis ao público em geral. A 
transparência não é um fim em si mesmo, e sim um instrumento 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 18 
 
 
auxiliar da população para o acompanhamento da gestão pública, 
segundo o doutrinador Jorge Hage (2010)8. 
 
c) Princípio da impessoalidade 
 
O princípio da impessoalidade estabelece o dever da 
justiça na defesa do interesse público e evitar a discriminação 
excessiva e os privilégios concedidos a particular no exercício de 
funções administrativas. Ou seja, a atuação do agente público deve 
ser atribuída ao Estado, portanto, a conquista não deve ser atribuída 
à pessoa física do agente público, mas sim, à pessoa jurídica do 
município do qual exerce a gestão. 
 
d) Princípio da moralidade 
 
O doutrinador Hely Meirelles9 traz um conceito mais 
abrangente deste princípio, vejamos: “o agente administrativo, como 
ser humano dotado de capacidade de atuar, deve, necessariamente, 
distinguir o Bem do Mal, o Honesto do Desonesto. E ao atuar, não 
 
8 HAGE, Jorge. O governo Lula e o combate a corrupção. 1. ed. São Paulo: 
Editora Fundação Perseu Abramo, 2010. 
9 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Ed. 
Medeiros, 2012. 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 19 
 
 
poderá desprezar o elemento ético da sua conduta. 
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o 
ilegal, o justo do injusto, o conveniente e o inconveniente, o 
oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 20 
 
 
Capítulo 2 
 
DAS OBRIGAÇÕES DO (A) PREFEITO (A) 
SUCEDIDO (A) PARA COM O (A) SUCESSOR (A) 
 
Exauridas as eleições, entre vencedores e vencidos, o 
grande protagonista é o município. 
Nesse viéis, inseridos no Estado Democrático de Direito 
do qual nos encontramos, a gestão que está deixando a 
Administração municipal tem o dever legal de fazer uma transição 
respeitosa e tranquila, de modo que o novo governo não assuma a 
nova gestão com maiores transtornos. 
O Art. 156 da Constituição do Estado do Maranhão 10 
afirma essas obrigações: 
 
Art.156 – O prefeito e o Vice-Prefeito, eleitos para 
um mandato de quatro anos, serão empossados em 
sessão solene da Câmara Municipal, no dia 1º de 
janeiro do ano subsequente ao da eleição”. 
Parágrafo Único – No prazo de dez dias após a 
proclamação do resultado da eleição municipal 
pelo Juiz Eleitoral da respectiva Zona, o Prefeito 
Municipal deverá entregar o sucessor, relatório da 
 
10 Senado Federal. Constituição do Estado do Maranhão. Biblioteca Digital. 
Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/70443. Acesso em: 30 
out 2020. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Senado_Federal
https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/70443
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 21 
 
 
situação administrativa municipal, que conterá 
obrigatoriamente: 
I – relação das dívidas do município por credor, com 
a data dos respectivos vencimentos; 
II – medidas necessárias à regulamentação das contas 
municipais junto ao Tribunal de Contas do Estado e 
da União, referentes a processos que se encontram 
pendentes, se for o caso; 
III – situação dos contratos com empresas 
concessionárias de serviços públicos; 
IV – relação dos contratos para execução de obras já 
em andamento ou apenas formalizados, informando o 
que foi realizado e pago, bem como o que há para 
realizar e pagar referente aos mesmos. 
V – transferências a serem recebidas da União e do 
Estado, referentes a convênios; 
VI – relação dos servidores municipais efetivos e 
comissionados com a respectiva lotação e 
remuneração. 
 
Logo, caso não seja encaminhado o respectivo relatório 
no prazo estabelecido, deverá ser adotado as medidas judiciais 
cabíveis para tanto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 22 
 
 
Capítulo 3 
 
DA COMISSÃO DE TRANSIÇÃO 
 
 
O candidato (a) eleito (a) tem direito de instituir uma 
comissão que atuará da divulgação do resultado oficial das eleições 
até a sua posse, para colher as informações institucionais. Não é 
obrigatória a criação desta comissão, mas é de grandiosa ajuda para 
o inicio da gestão, como veremos a seguir. 
A comissão de transição terá pleno acesso às informações 
relativas às contas públicas, aos programas e aos projetos do 
governo. 
Nesse ínterim, o objetivo desta Comissão de Transição, e 
especificamente desta requisição de documentos, é o de possibilitar 
que aos prefeitos eleitos que tenham condições de, ainda antes da 
posse, conhecer os dados e informações referentes ao Município que 
foi eleito e, por conseguinte, possa adotar as medidas necessárias a 
garantir a continuidade administrativa e a supremacia do interesse 
público primário. 
 
3.1 DA COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 23 
 
 
Certa vez o gênio Tom Jobim disse: “O Brasil não é 
para principiantes”. Tom Jobim tinha toda a razão! Com uma 
variação da frase poderíamos afirmar também que a administração 
pública definitivamente não é um lugar para amadores. 
Dito isto, devemos entender que não há mais espaço para 
improvisações, uma vez que administrar um Município é cada dia 
uma tarefa mais complexa. 
O intrincado elenco de leis, decretos, regulamentos, 
normas, sistemas e demais informações necessárias, além do rol cada 
vez maior de atribuições do Município, impõem sempre um trabalho 
de equipe profissional, que deve ser planejado com a devida 
antecedência, a fim de se evitar transtornos. 
Não há regra específica para a composição desta 
Comissão, se deve ser uma comissão mista ou simples, por exemplo. 
Mas, uma coisa é certa, deve haver atenção para a escolha da equipe 
técnica, pois é uma temeridade que o gestor público recrute através 
de critérios estritamente político-partidários sua equipe de 
assessoramento técnico. 
Desse modo, esta deve ser selecionada de forma 
impessoal e profissional (a tão famosa meritocracia) para que o 
gestor tenha segurança e tranquilidade em sua administração. 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 24 
 
 
3.2 DOS OBJETIVOS DA COMISSÃO 
a) Certificar-se de que o Controle Orçamentário possa oferecer ao 
prefeito eleito, a partir do dia de sua posse, a posição do 
orçamento que deve ser executado, e suas condições; 
b) Recolher os documentos das demonstrações de prestação de 
contas financeiras da gestão anterior, não deixando de atentarem-
se as Leis de Finanças Públicas e Lei de Responsabilidade Fiscal; 
c) Apoiar o candidato eleito e seus secretários na tarefa árdua de 
conhecimento com a Administração Pública do Munícipio e 
cumprimento de suas atribuições e tarefas; 
d) Produzir relatórios constando os resultados orçamentários,financeiros e patrimoniais obtidos pela Comissão em processo de 
transição governamental; 
e) Ter uma relação apazigua para conseguir com o prefeito 
sucedido as informações que serão necessárias para nortear o 
período de transição. 
 
 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 25 
 
 
Capítulo 4 
 
DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA NORTEAR O 
PERÍODO DE TRANSIÇÃO 
 
a) Quanto ao saldo financeiro 
 
 
TERMO DE 
CONFERÊNCIA EM 
SALDO DE CAIXA 
Deverá ser registrado em valor da 
moeda corrente, no fim do pleito do 
prefeito sucedido, o valor 
encontrado nos cofres públicos do 
munícipio até 31 de dezembro de 
2020. 
TERMO DE 
VERIFICAÇÃO DE 
SALDO EM BANCOS 
Deverão constar os saldos de todas 
as contas-correntes mantidas pelo 
munícipio em bancos, com os 
extratos bancários e memorandos 
que indicaram o valor existente até 
31 de dezembro de 2020, e 
conciliações bancárias realizadas. 
CONCILIAÇÕES 
BANCÁRIAS 
Deverá indicar o nome do banco e o 
número da conta, cheques emitidos 
e não descontados, créditos 
efetuados e não liberados, débitos 
autorizados e não procedidos pela 
Instituição e o saldo demonstrado 
no extrato. 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 26 
 
 
 
b) Quanto aos compromissos futuros 
 
RELAÇÃO DE 
VALORES 
Pertencente a terceiros e 
regularmente confidenciados a 
Tesouraria (cauções, 
depósitos, etc...) 
RESTOS A PAGAR 
PROCESSADOS 
As despesas liquidadas e 
empenhadas até o final do 
exercício do prefeito sucedido. 
RESTOS A PAGAR 
NÃO 
PROCESSADOS 
As despesas empenhadas, mas 
não liquidadas até o final do 
exercício do prefeito sucedido. 
AS DESPESAS 
EMPENHADAS 
LIQUIDADAS OU 
NÃO 
Aquelas que não foram 
emitidas notas de empenho 
respectivamente com o 
comprimento das dotações 
orçamentárias. 
DEMONSTRATIVO 
Da dívida fundada interna, 
bem como de operações de 
crédito por antecipação de 
receitas não quitadas. 
RELAÇÃO 
Dos compromissos financeiros 
a longo prazo, decorrentes de 
execução de obras, consórcios, 
convênios, dentre outros, tendo 
que ser especificado o que já 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 27 
 
 
foi pago e o que ainda tem que 
terminar de pagar. 
 
c) Quanto ao orçamento 
 
1. Cópia do Plano Plurianual; 
2. Cópia do Orçamento para o exercício sucessor; 
3. Cópia da Lei de Diretrizes Orçamentária. 
 
d) Quanto ao patrimônio e bens 
 
1. Inventário atualizado dos Bens Patrimoniais; 
2. Inventário dos bens de consumo existentes no Almoxarifado. 
 
e) Quanto às relações de atrasos 
 
 
DE PAGAMENTO 
Se houver atrasos: no 
pagamento dos servidores 
municipais, ou de empresas/ 
entidades/ cooperativas/ 
sociedade civil, que terceirize 
serviços de contratação de 
pessoal. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 28 
 
 
NO 
RECOLHIMENTO 
Das contribuições 
previdenciárias e patronais, se 
houver. 
 
 
f) Quanto aos servidores 
 
Relação dos servidores especificando: 
 
1. Servidores admitidos em funções que serão extintas quando 
vagarem, estabilizados por força do art. 19 da ADCT/CF11, 
se houver; 
2. Servidores estáveis, considerados assim por força do art. 19 
da ADCT/CF, se houver; 
3. Servidores admitidos através de concurso; 
4. Servidores admitidos através de contratos por tempo 
indeterminado, por força da CLT12; 
5. Servidores nomeados em cargos comissionados, com 
indicação de seus vencimentos; 
6. Pessoal admitido por prazo determinado, que indique seu 
vencimento, prazo de duração, data de admissão, e o 
dispositivo legal que autorizou tal contratação. 
 
11 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
12 Consolidação das Leis Trabalhistas. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 29 
 
 
 
g) Quanto à situação contábil 
 
1. Relação dos documentos não apresentados ao Tribunal de 
Contas do Estado (TCE) 
2. Apresentação do demonstrativo de movimento do Caixa, 
bem como das contas-correntes e escriturados até o ultimo 
dia do sucedido. 
Relação de atos do período eleitoral que importaram na 
concessão de reajustes em percentual superior à inflação acumulada, 
além de todas as contratações, nomeações, exoneração, dispensa, 
transferências, entre outras situações do mesmo período. 
 
IMPORTANTE : É muito importante se tomar providências quanto 
às irregularidades e omissões de documentos, que possam 
comprometer a viabilidade dos programas e projetos, bem como a 
situação de prestação de contas de convênios passados, pois muito 
embora o novo Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal só 
respondam pessoalmente pelos atos praticados após a devida 
apuração, poderá haver questionamentos de natureza jurídica e 
contábil contra a nova administração – afinal, o gestor é outro, mas 
a pessoa jurídica de direito público interno é a mesma. 
 
 
IMPORTANTE: Todos os documentos fornecidos pelo gestor 
sucedido, deve ser assinado pelo sucessor, e Secretário de 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 30 
 
 
Administração, em duas vias, uma ficando na sede na prefeitura 
arquivada (ficando à disposição do Tribunal de Contas) e outra com 
o Prefeito Eleito. 
 
Além destas providências, é importante que a Comissão 
tenha conhecimento sobre a Legislação Básica do Munícipio como: 
1. Estatuto dos Servidores do Munícipio; 
2. Lei de Organização do Quadro de Pessoal e Legislação 
Complementar; 
3. Lei Orgânica do Munícipio; 
4. Lei Complementares a Lei Orgânica; 
5. Regimento Interno das Administrações Direta e Indireta; 
6. Lei de Parcelamento do Uso Solo; 
7. Lei de Zoneamento; 
8. Código de Postura; 
9. Plano de Carreira e Remuneração do Magistério e dos 
demais servidores; 
10. Plano Diretor; 
11. Código Tributário; 
12. Lei da Descentralização Administrativa; 
13. Lei da Criação e Modificação dos Conselhos Fundos e 
Municipais; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 31 
 
 
14. Lei instruidora da Previdência do próprio munícipio se 
houver; 
15. Lei dos serviços passiveis de terceirização; 
16. Exame dos Projetos de Lei em tramitação na Câmara 
Municipal para análise. 
 
IMPORTANTE: Caberá ao novo gestor representar o Ministério 
Público, com a devida assessoria jurídica o ajuizamento de ações 
pertinentes se ocorrerem situações extremas deixadas pelo prefeito 
sucedido, como por exemplo: atraso de pagamento de servidores, 
existência de contratações de dívidas ilegais, suspeita de subtração 
de patrimônio, etc. 
 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 32 
 
 
Capítulo 5 
 
PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO 
 
O começo de uma gestão municipal, que para alguns 
pode parecer um prêmio pela vitória nas eleições, pode trazer na 
verdade significados e desafios bem diversos. 
A posse é, muito além da festa, um dos primeiros passos 
para a concretização dos grandes anseios das comunidades. 
Assim, o que externamente só deixa transparecer a 
imagem das solenidades, dos discursos, das comemorações, 
foguetórios, abraços e sorrisos, esconde também as inúmeras 
atribulações que cercam aqueles que, muitas vezes, estão estreando 
no palco das funções públicas já com responsabilidade de direção. 
É óbvio que o autor não tem a pretensão de esgotar os 
temas relativos a cada um dos dois momentos citados e nem mesmo 
tecer um tratado das questões relativas ao início da gestão municipal. 
Tentamos, isto sim, com uma linguagem simples e 
acessível, apenas listar e orientar algumas ações próprias dos 
Primeiros Dias de Governo, com incursões pelas áreas do 
planejamento, do direito, das finanças e da administração pública. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S |33 
 
 
 
5.1 POSSE DOS ELEITOS 
 
a) Orientações para a posse 
 
 
Para evitar quaisquer constrangimentos posteriormente, 
o candidato eleito deve preparar toda documentação pessoal, a do 
Vice-prefeito e a dos Vereadores de sua bancada de apoio com o 
acompanhamento de advogado; 
Deve analisar com muita atenção a prestação de contas e 
relatórios da administração que finda, observando os prazos limites 
para entregas aos órgãos federais e estaduais competentes; 
Tenha orientação contábil adequada; 
Dúvidas suscitadas sobre relatórios, documentos e 
prestações de contas recebidas pela gestão anterior, devem ser 
ressalvadas na ata de posse, para reservar o direito posterior de 
conferência ao prefeito eleito; 
As posses dos seus auxiliares (secretários e diretores, 
etc.) sejam acompanhadas de relatório de transmissão, assinado pelo 
prefeito anterior, constando os dados gerais de cada um dos órgãos. 
 
5.2 PROVIDÊNCIAS ESSENCIAIS A SEREM TOMADAS 
NOS PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 34 
 
 
 
Na área de 
pessoal 
Na área contábil 
Destacar quem 
serão os 
ocupantes de 
cargos diretivos, 
secretariados, 
chefes de 
departamentos, 
etc. para poderem 
ser submetidos à 
análise; 
Se houver resto a pagar de débitos, confronta-
las com as disponibilidades financeiras e 
planejar a sua quitação total. 
Analisar se os 
servidores em 
estágio 
probatório estão 
sendo avaliados 
nos termos da EC 
n°19/98; 
Examinar a contabilidade do Munícipio, para 
apresentar em tempo hábil a prestação de 
contas a Câmara de Vereadores e ao Tribunal 
de Contas. 
Se houver, obter 
cópia dos 
resultados finais 
dos últimos 
Concursos 
Públicos 
realizados, 
analisando a 
totalidade dos 
cargos e se todos 
estão 
efetivamente 
homologados; 
Verificar se a contabilidade esta de acordo 
com emissão do Livro Diário Geral e Razão, 
obedientes aos preceitos estabelecidos pelas 
normas do Conselho Federal de 
Contabilidade; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 35 
 
 
Verificar 
existência de 
Plano de Cargos 
e Salários 
atualizados; 
Verificar situação de folha de pagamento, 
licitações, patrimônio, dos sistemas de 
arrecadações de rendas locais e cadastro de 
dívidas ativas; 
Analisar a 
listagem de todos 
os funcionários, 
onde esteja 
especificando o 
cargo ou função 
de cada um. 
Separa os 
servidores 
comissionados, 
efetivos, 
contratados e 
inativos. 
Examinar relações de todos os convênios e 
contratos que estão execução ou pendentes de 
prestação de contas junto aos órgãos 
concedentes, de fiscalização. 
Na área 
previdenciária 
Na área jurídica 
Verificar a 
situação do 
Munícipio quanto 
à previdência de 
seus servidores; 
Obter relatório de todas as situações que se 
encontram os processos disciplinares/ 
administrativos; 
Verificar se há 
débitos ou 
parcelamentos e 
possíveis 
Fazer levantamento de todos os processos 
judiciais em tramitação nas diversas 
instâncias da Justiça, bem com todas as ações 
pendentes de manifestações; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 36 
 
 
notificações do 
INSS existentes; 
Se houver 
Instituto de 
Previdência 
próprio, deve ser 
feita análise da 
situação. 
Acessar todos os pareceres emitidos pela 
assessoria jurídica durante o exercício, assim 
como dos já arquivados. 
 
5.3 PROMOVER MUDANÇA DE TITULARIDADE 
 
Cancelamento de cheques, ordens de pagamento, cartas 
de crédito não liquidadas e providenciar novos cartões, 
consequentemente cancelamento dos antigos de autógrafos nos 
bancos que o Munícipio possui contas; 
 
NOMEAÇÃO: por portaria, do secretariado e demais cargos em 
comissão; 
RESCISÃO: por decreto, após uma análise mais aprofundada, 
firmados com a administração ou órgãos da administração indireta; 
EXONERAÇÃO: por portaria, de todos os ocupantes de cargos 
de provimento por comissão. 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 37 
 
 
IMPORTANTE: Ao nomear os assessores diretos e secretários, é 
necessário que estes apresentem declaração de bens, com base a Lei 
n° 8.429/92, para não serem questionados sobre enriquecimento 
ilícito ou responsabilidade solidária por ter causado algum prejuízo 
ao erário. 
 
5.4 OUTRAS IMPORTANTES MEDIDAS 
 
a) Nomear a Equipe de Governo; 
b) Conferir as contas bancárias e os bens recebidos; 
c) Enviar aos bancos os comunicados sobre os novos 
responsáveis (Mudança de Titularidade já tratado no tópico 
anterior) pela movimentação das contas municipais; 
d) Recolher as chaves dos locais de acesso restrito da Prefeitura; 
e) Garantir a continuidade dos serviços públicos municipais; 
f) Realizar um diagnóstico do município e da administração 
pública municipal (ou atualizar e ampliar o diagnóstico feito 
durante a “Transição”); 
g) Garantir os contratos com aquelas empresas que fornecem 
bens e serviços essenciais à continuidade dos serviços 
públicos (ou providenciar rapidamente novos fornecedores); 
h) Iniciar a elaboração do PAIG – Plano de Ação Imediata de 
Governo; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 38 
 
 
i) Nomear Comissão Especial para verificar a adequação das 
finanças públicas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); 
j) Providenciar os preparativos para a cobrança de tributos 
municipais que vencem no início do ano (principalmente o 
IPTU e as taxas); 
k) Verificar a situação da prestação de contas dos recursos 
recebidos através de repasses e convênios; 
l) Verificar a situação do julgamento das contas anteriores do 
município, junto aos órgãos conveniados, ao Tribunal de 
Contas do Estado e à Câmara Municipal; 
m) Providenciar a prestação de contas do ano imediatamente 
anterior; 
n) Consolidar toda a legislação que institui a estrutura 
organizacional da Prefeitura e o seu organograma geral 
(incluídas todas as secretarias); 
o) Consolidar toda a legislação que cria cargos e define salários 
dos servidores; 
p) Obter as últimas folhas de pagamento pessoal, com o local 
de trabalho de cada servidor; 
q) Analisar os resultados e as listas de aprovados nos concursos 
públicos que ainda estão em vigor. 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 39 
 
 
IMPORTANTE - É sempre recomendável que o Prefeito tome 
posse acompanhado de um Advogado com conhecimentos em 
Direito Público e de um especialista em Finanças e Contabilidade 
Pública. 
 
IMPORTANTE - Ultimamente tornou-se exigência, na 
transferência formal do governo, a entrega de um inventário dos bens 
e valores que o prefeito passa a seu sucessor. Esta é uma prática 
saudável, tranquilizadora para os que saem e bem recebida pelos que 
tomam posse. 
 
IMPORTANTE - É recomendável que todas as posses dos novos 
auxiliares que assumam cargos de chefia (secretários, diretores, etc.) 
sejam acompanhadas de um relatório de transmissão assinado pelo 
chefe anterior, onde constem a situação geral do órgão, os bens, 
valores e documentos deixados por ele. 
 
IMPORTANTE- Nem o prefeito nem a equipe de governo deve se 
impressionar com a arrecadação dos primeiros meses de governo. 
Normalmente ela é maior do que a dos meses seguintes do ano, em 
razão da arrecadação de IPTU, IPVA, taxas e outros tributos. Os 
gastos precisam ser contidos, já que depois vem o período das “vacas 
magras”, inclusive com a diminuição do valor do FPM que ocorre 
quando há restituição do Imposto de Renda. Os valores arrecadados 
precisam ser devidamente administrados e controlados por uma 
gestão competente das áreas financeira, contábil e orçamentária. 
 
IMPORTANTE - Não se deve pensar em pagar logo as dívidas 
deixadas pela gestão anterior. Deve-se fazer antes um rigorosoS A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 40 
 
 
planejamento da receita e da despesa, para só depois se fazer uma 
escala de pagamentos e, se preciso, uma negociação com os credores. 
 
IMPORTANTE - Se a estrutura administrativa não tiver uma área 
de planejamento, recomenda-se que o prefeito delegue a algum 
auxiliar direto a tarefa de coordenar o planejamento geral do governo 
(governo sem plano é como uma nau sem rumo). É importante que 
se estimule e se cobre de todos os auxiliares a elaboração de um 
plano para cada um dos setores da prefeitura. 
 
IMPORTANTE - Nos primeiros 10 dias, é recomendável que o 
Prefeito promova reuniões diárias com a sua equipe de governo (ou 
pelo menos com os responsáveis pelos setores jurídico, financeiro e 
administrativo). 
 
5.4.1 NA EDUCAÇÃO E CULTURA 
 
➢ O Município deve observar a Lei que instituiu o Conselho de 
Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB13, 
composto por representantes dos diversos segmentos da 
sociedade local, para que sejam nomeados os novos 
membros. 
➢ Deverá observar a porcentagem de receitas oriundas do 
ICMS para o FUNDEB e de receitas próprias do munícipio 
 
13 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 41 
 
 
para quando este valor não totalizar o mínimo 
correspondente ao valor per capta estabelecido, caberá a 
União ou ao Estado complementar a diferença a menor. 
➢ Realizar planejamento das ações baseado nos seguintes 
documentos: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO), compatível com o Plano Plurianual e 
Orçamento Anual do Município; Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF). 
➢ O Planejamento deve ser contínuo, de maneira que ao final 
de cada exercício contábil toda despesa processada seja 
realmente quitada. 
➢ Na aplicação ocorre uma subdivisão dos recursos, sendo 
pelo menos 60% destinados à folha de pagamento do 
pessoal em efetivo exercício para Educação Básica e 40% 
destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino 
básico. 
 
5.4.2 NA ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS 
 
➢ Consolidar toda a legislação que institui a estrutura 
organizacional da Prefeitura e o seu organograma geral 
(incluídas todas as secretarias, departamentos, seções, 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 42 
 
 
órgãos da administração indireta, etc.); 
➢ Consolidar toda a legislação que cria cargos e define os 
salários dos servidores; fazer levantamento de pessoal e 
recadastramento funcional; 
➢ Solicitar a apresentação do servidor ao seu órgão de origem; 
➢ Realizar recadastramento dos servidores públicos 
municipais, para aferir a lotação, situação funcional, 
habilitação profissional e frequência no trabalho; 
➢ Examinar a implantação em folha de pagamento, servidor a 
servidor, conforme legislação e dentro dos limites legais, de 
hora-extra, adicional noturno, insalubridade, abonos, 
gratificações, entre outras; 
➢ Apurar a situação dos servidores ―terceirizados 
(prestadores de serviços), se houver, isto é, a situação dos 
contratos, existência de cooperativas etc. 
➢ Levantar lista de servidores que estejam afastados das 
funções por conta de interesse particular ou tratamento de 
saúde, de exercício de mandato eletivo ou sindical; 
➢ Examinar a existência de servidores lotados em outras 
instituições municipais, estaduais e ou federal. 
➢ Verificar se todos os atos administrativos oficiais como 
portarias, por exemplo, foram devidamente publicados; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 43 
 
 
➢ Verificar qual o percentual da receita é gasto com pessoal. 
Cuidado para o limite previsto na lei de Responsabilidade 
fiscal. 
➢ Providenciar o completo levantamento patrimonial do 
Município, que se compõe de imóveis, móveis, máquinas e 
equipamentos, veículos; 
➢ Averiguar o atual controle do material de expediente (se há 
um almoxarifado central ou se o controle é feito em cada 
órgão separadamente). 
➢ Implantar, se não houver, sistema informatizado de controle 
de estoque de materiais; 
➢ Manter controle rigoroso da manutenção de veículos e 
máquinas, de acordo com as regras do fabricante. 
➢ Levantar e analisar todos os contratos firmados nas diversas 
áreas: de pessoal (assessorias), financeira (contábil), técnica 
(projetos) e serviços (veículos, empreiteiras) etc.; 
➢ Fazer um completo levantamento da receita municipal, 
verificando detalhes da arrecadação gerada pelas seguintes 
fontes: FPM (Fundo de Participação dos Municípios); 
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias); IPTU 
(Imposto Predial e Territorial Urbano); ISS (Imposto Sobre 
Serviços) Outras Fontes. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 44 
 
 
➢ Fazer levantamento das despesas mensais fixas, como: 
material de expediente, água, luz, telefone, internet, 
fotocópias (xerox), combustível, manutenção de veículos, 
máquinas e equipamentos, etc.; 
➢ Fazer uma previsão de arrecadação dos tributos municipais; 
➢ Verificar o funcionamento e a eficácia do atual sistema 
financeiro-contábil e do Controle Interno; 
➢ Providenciar os preparativos para a cobrança de tributos 
municipais que vencem no início do ano (principalmente o 
IPTU e outras taxas); 
➢ Caso a estrutura administrativa não tenha uma área de 
planejamento, recomenda-se que o Prefeito delegue a algum 
auxiliar direto a tarefa de coordenar o planejamento geral 
(governo sem planejamento é como um barco sem rumo). É 
importante que se estimule e se cobre de todos os auxiliares 
a elaboração de um plano de seu setor. 
➢ Verificar a adequação das finanças públicas à Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF); 
➢ Nomear a Comissão Permanente de Licitação – CPL, o 
pregoeiro e sua equipe de apoio; 
➢ Elaboração de plano de cargos e carreiras para os servidores 
(se não houver); 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 45 
 
 
➢ Elaboração de plano de capacitação para os servidores 
(relações interpessoais, atendimento de qualidade à 
população, qualidade total, além dos cursos nas áreas 
específicas) e Código de Ética do Serviço Público 
Municipal; 
➢ Executar uma reforma administrativa, a médio prazo, se 
necessário, com muita cautela e discussão; 
➢ Se durante a Transição não foi possível realizar todo o 
trabalho de pesquisa e de planejamento pretendidos, 
aproveite os "primeiros meses de governo” para fazê-lo; 
➢ Garantir à comunidade a prestação dos serviços públicos 
municipais e desencadear ações que ajudem a desenvolver, 
junto à população, como: 
• pintura dos prédios municipais; 
• pintura do meio-fio das ruas; 
• conservação ou, se for o caso, jardinagem nos prédios 
públicos; 
• aterro sanitário (manter o funcionamento ou definir 
de imediato o seu local); 
• reciclagem do lixo: desenvolver projeto operacional; 
• tapar buracos de ruas; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 46 
 
 
• manter higiene em feiras e mercado; 
• levantar as condições do Matadouro Público, com 
especial atenção para os Serviços de Vigilância 
Sanitária. 
5.4.3 NA SAÚDE 
 
➢ Relatório do número de equipes do PSF implantadas e em 
funcionamento, além das localidades beneficiadas; 
➢ Relatório do número de agentes de saúde e distribuição 
destes no território municipal; 
➢ Relação das unidades próprias sob gerência do Município; 
➢ Relação das unidades filantrópicas ou privadas conveniadas 
ao SUS, que estão, portanto, sob gestão do Município; 
➢ Relação nominal dos servidores estatutários, identificando 
unidade de lotação; 
➢ Relação nominal dos prestadores de serviços, identificando 
unidade de lotação; 
➢ Lei da estrutura administrativa que cria cargos 
comissionados, identificando o número, os valores pagos e 
a pertinência dos mesmos; 
➢ Relatório patrimonialdos bens tombados na Secretaria da 
Saúde, identificando estado de conservação e localização 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 47 
 
 
dos mesmos; 
➢ Portaria restringindo a emissão de ordens de compra apenas 
a uma pessoa de confiança, escolhida para este fim; 
➢ Implantação de mapas de controle interno para 
abastecimento de combustível, solicitação de materiais e 
transferências de bens; 
➢ Análise dos empenhos (restos a pagar) do exercício anterior 
(ver LRF); 
➢ Elaborar Plano de Aplicação Financeira par a ser aprovado 
no Conselho Municipal de Saúde, definindo percentuais 
para gastos com pessoal, material do consumo, serviços de 
terceiros e investimentos, observando os limites da LRF; 
➢ Elaborar relatório situacional da infraestrutura física das 
unidades. 
➢ Levantar a posição de despesas como energia elétrica, 
telefone e água, para não sofrer ameaças de corte do 
fornecimento; 
➢ Fazer, de imediato, reparo emergencial nos imóveis 
municipais, com o fim de evitar acidentes, inclusive de 
natureza grave, verificando: fios soltos ou descascados em 
postos de saúde e demais órgãos sob a responsabilidade da 
Prefeitura; providenciar cobertura de poços, cacimbas e 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 48 
 
 
outros equipamentos que possam ser objeto de acidente; 
assegurar reparos dos telhados, sobretudo de depósitos de 
merenda escolar, medicamentos e almoxarifado; 
 
 ERROS COMUNS COMETIDOS NO INÍCIO DA GESTÃO: 
❖ Realizar despesas e contratações sem processo de licitação 
adequado para a situação 
❖ Contratar temporariamente sem Concurso Público 
❖ E principalmente Decretar Estado de Emergência alegando 
que a gestão anterior deixou o caos administrativo. 
Essas situações não trazem nenhum benefício ao prefeito eleito, induz a 
população e os analistas dos controles internos e externos que o gestor quer 
apenas esquivar-se de responsabilidades e processos licitatórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 49 
 
 
Capítulo 6 
 
CONTROLE INTERNO 
 
A Instalação do Controle Interno nos Primeiros Dias de 
Governo é importantíssimo, pois a atividade pública impõe regras 
que devem ser seguidas em conformidades com a lei. A 
Administração Pública, ao adquirir produtos ou serviços, age de 
forma vinculada à lei, não possuindo possibilidade alguma para 
exercer sua discricionariedade. 
Assim, é impossível não lembrar do saudoso Hely Lopes 
Meirelles que era categórico em afirmar a diferença da 
administração privada para a administração pública, onde na privada 
pode-se fazer tudo que a lei não proíbe, enquanto na pública somente 
se pode fazer o que a lei determina. 
Nesse contexto, o Controle Interno pode efetivamente 
possibilitar de forma preventiva, atual ou posterior, a análise de 
possíveis inconformidades e (ou) erronias dos atos administrativos, 
desde a contratação de pessoal, acompanhamento de limites 
constitucionais aos procedimentos licitatórios. 
A função Controle Interno é manter e fortalecer a boa 
qualidade e a integridade da administração, fornecendo ao 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 50 
 
 
Administrador dados que o capacitem a acompanhar com segurança 
todos os atos administrativos, a tomar decisões que se coadunem 
com a legislação vigente. 
Assegurar, através da adoção de regras e procedimentos 
adequadas que garantam a lisura, a transparência e a eficiência 
operacional, que a integridade da Administração. 
Auxiliar na implementação e no cumprimento de todas 
as normas e regulamentos internos e externos, visando a legalidade 
de todos os atos. 
 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 51 
 
 
SÃO CONSIDERADOS OS 13 PILARES DO CONTROLE 
INTERNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Permite a estruturação de controles preventivos e 
descentralizados, refletindo diretamente na eficiência e 
qualidade da gestão. 
2. Estabelece ações de controle ao longo dos processos. 
3. Constitui-se em forma de apoio à administração, apresentando 
inúmeros benefícios. 
4. Utiliza-se de metodologia baseada em avaliação simplificada 
de riscos. 
5. Fomenta uma cultura na qual a gestão de controle interno passa 
a ser entendida como sendo de responsabilidade de todas as 
unidades. 
6. Possibilita a institucionalização de controles que eram 
informais. 
7. Assegura a continuidade de boas práticas de controle. 
8. A estruturação de um SCI com estas características é uma 
tendência irreversível. 
9. O órgão central do Sistema pode ter uma estrutura mais enxuta. 
10. Pode possibilitar otimização da função de auditoria interna. 
11. Constitui-se numa forma de apoio ao controle externo. 
12. Com as devidas adequações, esta forma de funcionamento do 
SCI pode ser adotada em qualquer tipo de municipalidade. 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 52 
 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 
 
BRASIL. Apoio à Transição Municipal: orientações para o gestor 
municipal encerramento de mandato. Publicações da Presidência da 
República. Brasília: Secretaria de Comunicação Social, Subchefia 
de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da 
Presidência da República; Controladoria Geral da União; e 
Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, 2012. 
Disponível em: < https://www.gov.br/cgu/Publicacoes/auditoria-e-
fiscalizacao/arquivos/cartilha-encerramento-mandato-2012.pdf> 
Acesso em 23 out 2020. 
 
CEPAM. A Transição de governo nos municípios paulistas. v. 1. 
Cartilha Cepam - Eleições Municipais de 2012. São Paulo: Cepam, 
2012a. Disponível em: < 
https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1> Acesso em: 
15 out 2020. 
 
CRUZ, Maria do Carmo Meirelles Toledo. Municípios paulistas e 
transição de governo: a pesquisa e alguns resultados. In Anais do 
VI Congresso Consad de Gestão Pública, Brasília, 2013. 
 
FRANCO, Celso Torquato Junqueira. A Experiência Regional da 
Associação dos Municípios do Extremo Noroeste do estado de 
São Paulo (Amensp) no Processo de Transição de Governo. 
Anais do VI Congresso Consad de Gestão Pública, Brasília, 2013. 
 
HAGE, Jorge. O governo Lula e o combate a corrupção. 1. ed. 
São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2010. 
https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 53 
 
 
 
LOBATO, Ana Lucia Martins; CALVO, Wilson (coord.). 
Transição e democracia: institucionalizando a passagem do 
poder. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 2002. 
 
MARANHÃO. Constituição do Estado do Maranhão. São Luís, 
MA: Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, 2019. 
 
MARANHÃO. Instrução Normativa TCE/MA, n°45. São Luís, 
MA: Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, 2016. 
 
MARANHÃO. Lei n° 10.219/15. São Luís, MA: Governo Do 
Estado do Maranhão, 2015. 
 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 
São Paulo, Ed. Medeiros, 2012. 
PEREIRA, Edmo da Cunha. Governar o Município – Antes e 
depois da Posse. 5
a
. edição. Belo Horizonte : Editora O Lutador, 
2004. 
 
TCE. Modelo Geral de Transição. Disponível em: 
http://www.tce.ms.gov.br/portal/admin/uploads/Modelo%20Geral
%20Transicao.pdf. Acesso em: 30 de out. de 2020. 
 
UFSCAR, Revista de Discentes de Ciência Política da. Transição 
de Governo na administração pública municipal: Descrição e 
análise dos resultados de uma pesquisa aplicada em municípios 
paulistas nas eleições de 2012. Vol. 3 – n°3. São Paulo: Agenda 
Política, 2012. 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 54 
 
 
8. LEGISLAÇÕES APLICADASINSTRUÇÃO NORMATIVA TCE/MA Nº 45, DE 9 DE 
NOVEMBRO DE 2016 
 
 
Dispõe sobre procedimentos a serem adotados 
na transição de mandato de Prefeito e de 
Presidente de Câmara Municipal no âmbito 
do Estado do Maranhão 
 
O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO MARANHÃO, no uso 
de suas atribuições constitucionais e legais, CONSIDERANDO o disposto 
no parágrafo único do art. 156 da Constituição Estadual, que estabelece o 
prazo de dez dias, após a proclamação do resultado da eleição 
municipal pelo Juiz Eleitoral da respectiva Zona, para o Prefeito 
Municipal entregar ao sucessor relatório da situação administrativa 
municipal; 
 
RESOLVE: 
 
Art. 1.º Determinar ao Prefeito Municipal no último ano do mandato a 
instituição de equipe de transição, caso tenha havido solicitação do 
candidato eleito para o referido cargo, nos termos do art. 1º, caput, da Lei 
Estadual nº 10.186/2014. 
 
Parágrafo único. Aplica-se a determinação do caput ao Presidente da 
Câmara Municipal no encerramento de legislatura, caso tenha recebido 
solicitação do novo Presidente da Câmara, devendo a equipe de transição 
desenvolver o seu mister entre a data da posse dos vereadores 
eleitos/reeleitos e a data do início do primeiro período da nova legislatura. 
 
Art. 2.º A equipe de transição tem por objetivo informar o sucessor na 
chefia de Poder municipal sobre a estrutura organizacional e administrativa 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 55 
 
 
do Poder e seu funcionamento, bem como sobre a situação orçamentária, 
financeira e patrimonial dos órgãos e entidades que o integram, conforme 
o caso, favorecendo a preparação dos atos a serem editados no início do 
mandato. Parágrafo único. Os membros da equipe de transição de mandato, 
indicados pelo candidato eleito para o cargo de Prefeito ou pelo novo 
presidente de Câmara Municipal, terão acesso às informações constantes 
nos órgãos e entidades da administração municipal, relativas às contas 
públicas e aos programas e projetos em andamento, bem como às 
informações contidas nos sistemas de processo e de auditoria eletrônicos 
do Tribunal de Contas, desde que sejam cadastrados previamente pelo setor 
competente deste órgão. 
 
Art. 3.º À equipe de transição de mandato compete realizar o exame de 
informações contidas nos seguintes documentos: 
I - instrumentos de planejamento: a) plano plurianual; b) lei de diretrizes 
orçamentárias, para o exercício seguinte, contendo os anexos de metas 
fiscais e de riscos fiscais, previstos nos arts. 4.º e 5.º da Lei Complementar 
Nacional nº 101/2000; c) lei orçamentária anual, para o exercício seguinte. 
II - instrumentos contábeis relativos à gestão financeira: a) termo de 
conferência de saldo em caixa, contendo o valor em moeda corrente 
encontrado no caixa da Prefeitura na data da instalação da equipe, ou no 
caixa da Câmara Municipal no encerramento do mandato, bem como o 
valor de cheque(s) em poder da respectiva tesouraria; b) termo de 
conferência de saldos em bancos, contendo os saldos das contas bancárias 
da Prefeitura ou da Câmara Municipal, acompanhado de extratos bancários 
que comprovem as informações prestadas; c) conciliação bancária, 
identificando o banco, a data do lançamento, o número do documento que 
gerou o débito/crédito e o respectivo valor; d) relação de valores 
pertencentes a terceiros e regularmente confiados à guarda da tesouraria 
(caução, cautela, etc). 
III - demonstrativo dos restos a pagar, distinguindo-se os empenhos 
processados e os não processados, referentes a exercícios anteriores e ao 
exercício findante; 
IV - demonstrativo da dívida fundada interna e de operação de crédito por 
antecipação de receita orçamentária; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 56 
 
 
V - demonstração da situação dos contratos em execução relativos a obras 
e/ou a serviços e dos convênios, ajustes, acordos e/ou congêneres não 
concluídos até o término do mandato, contendo as seguintes informações: 
a) identificação das partes; b) datas de início e de término da espécie de 
avença administrativa; c) valor pago e saldo a pagar; d) posição da(s) 
meta(s) alcançada(s); e) posição quanto à prestação de contas junto aos 
órgãos fiscalizadores. 
VI - relação atualizada dos bens móveis e imóveis que compõem o 
patrimônio do Poder municipal; 
VII - relação dos bens de consumo existentes em almoxarifado; 
VIII - quadro de pessoal, regularmente aprovado por lei; 
IX - relação de servidores, acompanhada do protocolo de sua entrega ao 
Tribunal de Contas, nos termos da Instrução Normativa TCE/MA nº 25, de 
30 de novembro de 2011, identificando: a) servidores estáveis, assim 
considerados por força do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT)/Constituição Federal (CF), se houver; b) servidores 
pertencentes a quadro suplementar, pelo não enquadramento no art. 19 
ADCT/CF, se houver; c) servidores admitidos por meio de concurso 
público, com os respectivos registros no Cadastro de Pessoas Físicas 
(CPF), no Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de 
Formação do Patrimônio do Servidor (Pasep), e com o cargo, o nível e os 
vencimentos iniciais; d) pessoal contratado por tempo determinado. 
 X - relatórios exigidos pela Lei Complementar Nacional nº 101/2000: a) 
elaborados sob a responsabilidade do Prefeito em término de mandato: 1. 
relatório resumido da execução orçamentária relativo ao quinto bimestre; 
2. relatório de gestão fiscal referente ao segundo quadrimestre, em se 
tratando de município com população igual ou superior a cinquenta mil 
habitantes; 3. comparativo e indicação de que tratam os incisos I e II do 
art. 55 da Lei Complementar Nacional nº 101/2000, com base na posição 
orçamentária e financeira do município até o dia 31 de outubro do último 
ano do mandato, em se tratando de município com população inferior a 
cinquenta mil habitantes. b) elaborados sob a responsabilidade do 
Presidente da Câmara Municipal no encerramento da legislatura: 1. 
relatório de gestão fiscal referente ao segundo quadrimestre, em se tratando 
de município com população igual ou superior a cinquenta mil habitantes; 
2. comparativo e indicação de que tratam os incisos I e II do art. 55 da Lei 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 57 
 
 
Complementar Nacional nº 101/2000, com base na posição orçamentária e 
financeira do órgão até o dia 30 de novembro do último ano da legislatura, 
em se tratando de município com população inferior a cinquenta mil 
habitantes. 
XI - instrumentos elaborados por iniciativa do Prefeito em término de 
mandato: a) atas de audiências públicas; b) relatório detalhado dos 
precatórios; c) declaração de bens dos secretários municipais, de outros 
gestores designados e dos servidores públicos ocupantes de cargos em 
comissão que estão deixando os cargos, contendo os respectivos endereços 
residenciais atualizados; d) relação de convênios e contratos com execução 
não iniciada. Parágrafo único. Independentemente dos documentos 
listados neste artigo, deverá o Prefeito em término de mandato entregar ao 
sucessor “relatório da situação administrativa municipal”, nos termos do 
art. 156, parágrafo único e incisos I a VI, da Constituição Estadual. 
 
Art. 4.º Caso não tenham sido elaborados os demonstrativos contábeis 
previstos nos anexos da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, e 
no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), bem 
como o balancete contábil do mês em que seja instalada a equipe de 
transição de mandato, deverão ser apresentadas ao novo gestor as relações 
discriminadas das receitas e despesas orçamentárias e extraorçamentárias, 
elaboradas mês a mês. 
 
Art. 5.º Afora os instrumentos de planejamento, os documentos listados no 
art. 3º desta instrução normativa, não constantesna base de dados/arquivo 
da Prefeitura e da Câmara Municipal, deverão ser elaborados em papel 
timbrado e assinados pelo Prefeito em término de mandato ou pelo 
Presidente da Câmara no encerramento de legislatura, no que couber, pelos 
demais responsáveis pela gestão e pelos membros da equipe de transição 
de mandato. 
 
Art. 6.º Além do exame dos documentos mencionados acima, considerado 
pelo Tribunal de Contas como importante para a garantia da normalidade 
da transição de mandato, é sugerido o exame de outros documentos que 
podem ampliar o conhecimento sobre a realidade dos Poderes Executivo e 
Legislativo, no que couber: I - legislação básica do Município: a) lei 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 58 
 
 
orgânica; b) leis complementares à lei orgânica; c) regimento interno da 
Câmara Municipal; d) regimento jurídico dos servidores públicos; e) lei de 
organização do quadro de pessoal; f) estatuto dos servidores públicos; g) 
lei de parcelamento, do uso e da ocupação do solo; h) lei de zoneamento 
ambiental; i) código de postura do município; j) plano diretor, nos termos 
da Lei Nacional nº 10.257, de 10 de julho de 2001; k) código tributário; II 
- projetos de lei em tramitação na Câmara Municipal, para análise de sua 
conveniência atual. 
 
Art. 7.º Empossado no cargo o novo gestor deverá: I - receber as 
informações, demonstrativos, relações e inventários, emitindo recibo ao 
ex-gestor, ressalvando que o recebimento não induz responsabilização pela 
veracidade e consistência dos dados contidos nos documentos, os quais 
serão objeto de conferência posterior e de validação, se for o caso; II - 
promover a alteração dos cartões de assinaturas nos estabelecimentos 
bancários em que a entidade mantém conta; III - apresentar as contas 
referentes aos recursos estaduais recebidos por seu antecessor, quando este 
não houver apresentado, ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as 
medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a 
instauração da devida tomada de contas especial, sob pena de 
responsabilidade solidária, na forma do art. 13 da Lei Estadual nº 
8.258/2005; IV - encaminhar o rol de responsáveis pela gestão e 
providenciar o cadastramento destes junto do Tribunal de Contas, na forma 
da legislação vigente. 
 
Art. 8.º Não apresentados os documentos relacionados nesta instrução 
normativa, principalmente aqueles que possam permitir o conhecimento da 
situação orçamentária, financeira, patrimonial e contábil do Município, no 
caso do Prefeito, e do Poder Legislativo Municipal, no caso do Presidente 
da Câmara, deverá o novo gestor nomear comissão especial para realizar 
os levantamentos necessários ao conhecimento da realidade do Ente ou do 
Poder municipal e emitir parecer técnico conclusivo a ser encaminhado ao 
Tribunal de Contas. 
 
Parágrafo único. Cópia dos documentos e do parecer elaborado pela 
comissão especial deverão ser encaminhados também à Câmara Municipal. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 59 
 
 
 
Art. 9.º O Prefeito eleito e o novo Presidente da Câmara Municipal deverão 
entregar ao Tribunal de Contas cópia de relatório conclusivo, assinado por 
eles e pelos membros da equipe de transição, em arquivo PDF (Portable 2 
Document Format), gravado em diretório raiz de mídia eletrônica de 
memória USB flash drive (Pen Drive), devendo o respectivo processo ser 
distribuído ao Relator competente, o qual, se constatar a existência de dano 
ao erário, adotará providências para o ressarcimento; não constatando 
dano, determinará a juntada daquele aos autos do processo relativo à 
prestação de contas do Prefeito ou do Presidente da Câmara referente ao 
último exercício financeiro do mandato recém-encerrado, para subsidiar a 
instrução técnica. 
Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deste artigo deverá ser 
entregue pelo Prefeito até o dia 31 de janeiro do primeiro ano de seu 
mandato e pelo Presidente da Câmara até o dia 28 de fevereiro do primeiro 
período da legislatura. 
 
Art. 10. Os titulares dos órgãos e entidades dos Poderes Executivo e 
Legislativo Municipal ficam obrigados a fornecer as informações 
solicitadas pela equipe de transição, bem como a prestar apoio técnico e 
administrativo necessários a seu trabalho, sob pena de serlhes aplicada a 
penalidade prevista no art. 67, inciso V, da Lei Estadual nº 8.258/2005, 
sem prejuízo de outras medidas que o Tribunal de Contas entender 
cabíveis. 
 
Art. 11. As disposições previstas nesta instrução normativa aplicam-se ao 
gestor reeleito, no que couber. 
 
Art. 12. Esta instrução normativa entra em vigor na data de sua publicação. 
Publique-se e cumpra-se. 
Sala das Sessões do Tribunal de Contas do 
Estado do Maranhão, São Luís, 9 de novembro 
de 2016. 
 
Conselheiro João Jorge Jinkings Pavão 
Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 60 
 
 
 
LEI ESTADUAL DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA LEI Nº 
10.219 DE 31 DE MARÇO DE 2015. 
 
Institui a Transição Republicana de 
Governo, dispõe sobre a formação 
da equipe de transição, define o seu 
funcionamento e dá outras 
providências. 
 
O GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO, Faço saber a 
todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa do Estado 
decretou e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º Fica instituída a Transição Republicana de Governo nos termos 
previstos nesta Lei. 
§ 1º Transição republicana de Governo é o processo que objetiva 
propiciar condições para que o candidato eleito para o cargo de 
Governador possa receber de seu antecessor todos os dados e 
informações necessários à implementação de seu programa de governo, 
inteirando-se do funcionamento dos órgãos e entidades que compõem a 
Administração, permitindo ao eleito a preparação dos atos a serem 
editados após a posse. 
§ 2º A Transição republicana de Governo tem como objetivo garantir a 
observância dos princípios de responsabilidade e transparência da gestão 
fiscal nas transições de governo no âmbito do Estado do Maranhão. 
Art. 2º Ao candidato eleito para o cargo de Governador do Estado é 
garantido o direito de instituir uma comissão de transição, com até doze 
membros, com o objetivo de inteirar-se do funcionamento dos órgãos e 
das entidades da administração pública estadual e preparar os atos de 
iniciativa da nova gestão. 
§ 1º Os membros da equipe de transição serão indicados pelo candidato 
eleito e terão acesso às informações relativas às contas públicas, aos 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 61 
 
 
programas e aos projetos do Governo Estadual. 
§ 2º A comissão a que se refere o caput terá um coordenador, a quem 
compete requisitar informações dos órgãos e das entidades da 
administração pública. 
§ 3º Caso a indicação de membro da equipe de transição recaia em 
servidor público, efetivo ou ocupante de cargo em comissão, sua 
requisição será feita pelo Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, 
sem prejuízo dos vencimentos do cargo que ocupa, sendo-lhe garantido 
todos os direitos estatutários e vedada sua exoneração após a indicação. 
§ 4º A comissão de transição será indicada no prazo máximo de dez dias 
após a Justiça Eleitoral proclamar o resultado oficial das eleições 
estaduais e deve encerrar-se com a posse do candidato eleito. 
§ 5º O governo estadual em exercício deverá garantir a infraestrutura 
necessária para a realização dos trabalhos da comissão de transição. 
§ 6º A nomeação dos ocupantes dos cargos de que trata o caput deste 
artigo será feita pelo Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, sendo 
a nomeação honorífica e sem qualquer tipo de remuneração. 
Art. 3º A comissão de transição terá pleno acesso às informações 
relativas às contas públicas, aos programas e aos projetosdo governo, 
na forma disciplinada no art. 4º. 
Art. 4º Serão disponibilizados, de imediato e independentemente de 
requerimento, à comissão de transição os seguintes documentos e 
informações: 
I - Plano Plurianual - PPA; 
II - Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, para o exercício seguinte, 
contendo, se for o caso, os Anexos de Metas Fiscais e de Riscos Fiscais, 
previstos nos arts. 4º e 5º da Lei Complementar Federal nº 101, de 2000; 
III - Lei Orçamentária Anual - LOA, ou projeto de lei relativo ao 
assunto, para o exercício seguinte; 
IV - demonstrativo dos saldos disponíveis, da seguinte forma: 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 62 
 
 
a) termo de conferência de saldos em caixa, onde se firmará valor em 
moeda corrente encontrado nos cofres estaduais na data da prestação das 
informações à comissão de transição, e, ainda, os cheques em poder da 
Tesouraria; 
b) termo de conferência de saldos em bancos, onde serão anotados os 
saldos de todas as contas mantidas pelo Poder Executivo, acompanhado 
de extratos que indiquem expressamente o valor existente na data da 
prestação das informações à comissão de transição; 
c) conciliação bancária, contendo data, número do cheque, banco e valor; 
d) relação de valores pertencentes a terceiros e regularmente confiados 
à guarda da Tesouraria; 
V - demonstrativos da Dívida Fundada Interna, bem como de operações 
de créditos por antecipação de receitas; 
VI - relações dos documentos financeiros, decorrentes de contratos 
execução de obras, consórcios, parcelamentos, convênios e outros que 
não serão concluídos até o término do mandato
 atual, contendo as seguintes informações: 
a) Identificação das partes; 
b) data de início e término do ato; 
c) valor pago e saldo a pagar; 
d) posição da meta alcançada; 
e) posição quanto à prestação de contas junto aos órgãos fiscalizadores; 
VII - termos de ajuste de conduta e de gestão firmados; 
VIII - relação atualizada dos bens móveis e imóveis que compõem o 
patrimônio do Poder Executivo; 
IX - relação dos bens de consumo existentes em almoxarifado; 
X - relação e situação dos servidores, em face do seu regime jurídico e 
quadro de pessoal regularmente aprovado por lei, para fins de 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 63 
 
 
averiguação das admissões efetuadas, observando-se: 
a) servidores estáveis, assim considerados por força do art. 19 do Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, se 
houver; 
b) servidores pertencentes ao quadro suplementar, por força do não 
enquadramento no art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias da Constituição Federal, se houver; 
c) servidores admitidos através de concurso público, indicando seus 
vencimentos iniciais e data de admissão, bem como o protocolo de sua 
remessa ao Tribunal de Contas; 
d) pessoal admitido mediante contratos temporários por prazo 
determinado; 
XI - cópia dos relatórios da lei de Responsabilidade Fiscal referentes 
ao exercício findo, devendo apresentar os anexos do Relatório Resumido 
da Execução Orçamentária (RREO) do 5º bimestre e os anexos do 
Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 2º quadrimestre/1º semestre, bem 
como cópia das atas das audiências públicas realizadas; 
XII - relação dos precatórios inscritos; 
XIII - relação dos programas (softwares) utilizados pela 
administração pública; 
XIV - demonstrativo das obras em andamento, com resumo dos saldos 
a pagar e percentual que indique o seu estágio de execução; 
XV - relatório circunstanciado da situação atuarial e patrimonial do 
órgão previdenciário. 
§ 1º As informações de que trata este artigo: 
I - deverão ser entregues à comissão de transição no prazo máximo de 
15 (quinze) dias após a sua constituição; 
II - deverão estar atualizadas até o dia anterior ao de sua entrega. 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 64 
 
 
§ 2º É assegurado à comissão de transição obter posteriormente 
atualização das informações prestadas em função do exigido neste 
artigo. 
Art. 5º Caso não tenham sido elaborados os demonstrativos contábeis e 
o balancete contábil do exercício findo, deverão ser apresentadas à 
comissão de transição as relações discriminativas das receitas e despesas 
orçamentárias e extra orçamentárias, elaboradas mês a mês e 
acompanhadas de toda a documentação comprobatória. 
Art. 6º Na hipótese da falta da apresentação dos documentos e 
informações aqui elencados ou no caso de constatação de indícios de 
irregularidades ou desvios de recursos públicos, a comissão de transição 
deverá comunicar ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério 
Público do Estado para adoção das providências cabíveis, inclusive 
quanto à responsabilização pessoal dos agentes públicos. 
Art. 7º Sem prejuízo dos deveres e das proibições estabelecidos nos 
respectivos estatutos dos servidores públicos, os integrantes da comissão 
de transição deverão manter sigilo sobre os dados e informações 
confidenciais a que tiverem acesso, sob pena de responsabilização 
pessoal dos agentes públicos. 
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a 
execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir 
tão inteiramente como nela se contém. O Excelentíssimo Senhor 
Secretário-Chefe da Casa Civil a faça publicar, imprimir e correr. 
 
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO, EM SÃO LUÍS, 31 DE 
MARÇO DE 2015, 194º DA INDEPENDÊNCIA E 127º DA REPÚBLICA. FLÁVIO 
DINO 
 
FLÁVIO DINO 
Governador do Estado do Maranhão 
 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 65 
 
 
9. MODELOS 
ANEXO I 
 
(MODELO DE REQUERIMENTO AO PREFEITO EM 
EXERCÍCIO) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PREFEITO MUNICIPAL DE 
XXXXXXXXXXXXXXXXXX – MARANHÃO. 
 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, 
brasileiro, eleito Prefeito Municipal de xxxxxxxxxxxxxxxxxxx nas 
eleições de 15/11/2020, para o quadriênio 2021-2024, residente e 
domiciliado à Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem 
respeitosamente, perante V. Exª., com fundamento nos inciso XXXIII e 
XXXIV, “a” e “b”, da Constituição da Republica combinado com o 
art. 156 e ss, da Constituição do Estado do Maranhão, e nas leis 
8.159/91 e 11.111/2005, e especialmente com supedâneo nos princípios 
constitucionais da publicidade, da legalidade, moralidade, 
impessoalidade e eficiência e da supremacia do interesse público sobre 
o privado (princípio da finalidade pública) de cuida o caput do art. 37 
da Constituição da República, bem como nos artigos 4° e 19 da 
Constituição do Estado do Maranhão, e na lei Complementar n° 
101/2000 – a considerar ser indispensável a demonstração da 
transparência dos atos realizados pela Administração Pública 
envolvendo os interesses patrimoniais e sociais da coletividade como um 
todo REQUER: 
 
1°. Relação detalhada das dívidas do Município por credor, com as datas 
dos respectivos vencimentos; 
2°. Medidas necessárias à regularização das contas municipais junto ao 
tribunal de contas do Estado e da União, referentes a processos que se 
encontram pendentes, se for o caso; 
3°. Situação dos contratos com empresas concessionárias de serviços 
públicos ou prestadoras de serviços; 
 
S A L G A D O & A M O R I M 
A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 66 
 
 
4°. Relação dos contratos para execução de obras já em andamentos ou 
apenas formalizados, informando o que foi realizado e pago, bem como 
o que há para realizar e pagar referente aos mesmos; 
5°. Transferências a serem recebidas da União e do Estado, referentes a 
convênio; 
6°. Relação dos servidores municipais efetivos e comissionados com a 
respectiva lotação e remuneração. 
Oportunamente, informa em anexo a equipe do governo para transição, 
as quais receberão as documentações solicitadas

Outros materiais