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ADVOGADOS Dr. Steverson Marcus Salgado Meireles Linhares Dra. Márcia Mendes Amorim Dra. Amanda Caroline Gomes Serejo Cruz ESTAGIÁRIOS: Vitória Souza Leão Jakson Ribeiro Lobato SALGADO & AMORIM ADVOGADOS ASSOCIADOS DR. STEVERSON MARCUS SALGADO MEIRELES LINHARES Advogado, Economista e Especialista em auditoria e Controle Interno. Pós-graduado em Processo Civil, Direito Civil e Empresarial, Gestão Pública, Mestrando em Direito Público. Atuou como Procurador Geral de municípios, Controlador Geral de municípios, assessoria jurídica e administrativa municipal. DRA. AMANDA CAROLINE GOMES SEREJO CRUZ Advogada, Pós-graduanda em Direito Previdenciário. Advogada Associada do Escritório Salgado & Amorim Advogados Associados. DRA. MARCIA MENDES AMORIM Advogada Especialista em Direito Público, Direito Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Atuou como Procuradora Geral de Municípios, Controladora Geral de Municípios, assessoria jurídica e legislativa municipal. VITÓRIA SOUZA LEÃO Graduanda em Direito pelo Centro Universitário Dom Bosco - UNDB. Estagiária no Escritório Salgado & Amorim Advogados Associados. JAKSON RIBEIRO LOBATO Graduando em Direito pelo Centro Universitário Estácio. Estagiário no Escritório Salgado & Amorim Advogados Associados. ROBERTA FLÁVIA MOUSINHO SALGADO Administradora Especialista em Auditoria e Controladoria Interna. Atuou como Controladora Interna municipal, Coordenação em Folhas de pagamentos municipais, Gerenciamento de RH’s e rotinas administrativas. Copyright© 2020 Coordenação geral e revisão jurídica: Steverson Marcus Salgado Meireles Linhares Márcia Mendes Amorim Equipe de elaboração: Steverson Marcus Salgado Meireles Linhares Márcia Mendes Amorim Amanda Caroline Gomes Serejo Cruz Vitória Souza Leão Jakson Ribeiro Lobato Roberta Flávia Mousinho Salgado Os autores integram a equipe do Escritório Salgado & Amorim Advogados Associados. A obra contou com a colaboração técnica: Roberta Flávia Mousinho Salgado Planejamento Gráfico e Revisão: Roberta Flávia Mousinho Salgado Gráfico: Roberta Flávia Mousinho Salgado Tiragem: 2.000 exemplares Sumário INTRODUÇÃO .................................................................... 11 CAPÍTULO 1 DOS PRINCÍPIOS BASILARES PARA TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL MUNICIPAL .......................................... 17 A) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE .......................................... 17 B) PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA ........................................ 17 C) PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE ....................................... 18 D) PRINCÍPIO DA MORALIDADE ............................................. 18 CAPÍTULO 2 DAS OBRIGAÇÕES DO (A) PREFEITO (A) SUCEDIDO (A) PARA COM O (A) SUCESSOR (A) ................................................... 20 CAPÍTULO 3 DA COMISSÃO DE TRANSIÇÃO ............................................ 22 3.1 DA COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO .................................... 22 3.2 DOS OBJETIVOS DA COMISSÃO ....................................... 24 CAPÍTULO 4 DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA NORTEAR O PERÍODO DE TRANSIÇÃO ........................................................................ 25 A) QUANTO AO SALDO FINANCEIRO ..................................... 25 B) QUANTO AOS COMPROMISSOS FUTUROS........................ 26 C) QUANTO AO ORÇAMENTO................................................ 27 D) QUANTO AO PATRIMÔNIO E BENS ................................... 27 E) QUANTO ÀS RELAÇÕES DE ATRASOS ................................ 27 F) QUANTO AOS SERVIDORES................................................ 28 G) QUANTO À SITUAÇÃO CONTÁBIL...................................... 29 CAPÍTULO 5 PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO .......................................... 32 5.1 POSSE DOS ELEITOS ......................................................... 33 A) ORIENTAÇÕES PARA A POSSE ........................................... 33 5.2 PROVIDÊNCIAS ESSENCIAIS A SEREM TOMADAS NOS PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO ............................................. 33 5.3 PROMOÇÃO DE MUDANÇA DE TITULARIDADE ............... 36 5.4 OUTRAS IMPORTANTES MEDIDAS ................................... 37 5.4.1 NA EDUCAÇÃO E CULTURA ........................................... 40 5.4.2 NA ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS ................................ 41 5.4.3 NA SAÚDE ..................................................................... 46 CAPÍTULO 6 CONTROLE INTERNO .......................................................... 49 8.REFERÊNCIAS ................................................................... 52 9. LEGISLAÇÕES APLICADAS ................................................. 54 INSTRUÇÃO NORMATIVA TCE/MA Nº 45, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2016 ............................................................. 54 LEI ESTADUAL DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA LEI Nº 10.219 DE 31 DE MARÇO DE 2015......................................... 60 10. MODELOS ANEXO I ............................................................................. 65 (MODELO DE REQUERIMENTO AO PREFEITO EM EXERCÍCIO) ............................................................................................... 65 ANEXO II ............................................................................ 67 (REQUERIMENTO AO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL) ...... 67 ANEXO III ........................................................................... 69 (LEI DE TRANSIÇÃO) ........................................................... 69 PROJETO DE LEI Nº.../2020 ................................................ 69 ANEXO IV ........................................................................... 71 DECRETO DE TRANSIÇÃO ................................................... 71 ANEXO V ............................................................................ 73 (INDICAÇÃO DE MEMBROS DA EQUIPE - OFÍCIO) ............... 73 ANEXO VI ........................................................................... 75 (PEDIDO DE INFORMAÇÕES) .............................................. 75 ANEXO VII .......................................................................... 77 (SUGESTÃO DE RELATÓRIO FINAL) ..................................... 77 ANEXO VIII ......................................................................... 86 (REQUERIMENTO INICIAL AOS BANCOS) ............................ 86 S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 9 "Direito e poder são duas faces da mesma moeda. Uma sociedade bem organizada precisa das duas. Nos lugares onde o Direito é impotente, a sociedade corre o risco de se precipitar na anarquia; onde o poder não é controlado, corre o risco oposto, do despotismo. O modelo ideal do encontro entre o Direito e poder é o Estado democrático de direito, isto é, o Estado no qual, através das leis fundamentais, não há poder, do mais alto ao mais baixo, que não esteja submetido a normas, que não seja regulado pelo Direito, e no qual, ao mesmo tempo, a legitimidade do sistema de normas derive, em última instância, do consenso ativo dos cidadãos." Norberto Bobbio O tempo da Memória: De Senectute e Outros Escritos Autobiográficos (1997) S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 10 APRESENTAÇÃO om o objetivo de facilitar a TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL nos Municípios e os PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO, os advogados: Steverson Marcus Salgado M. Linhares, Márcia Mendes Amorim, Amanda Caroline G. Serejo Cruz e os estagiários: Vitória Souza Leão e Jakson Ribeiro Lobato, confeccionaram o presente MANUAL, com uma breve exordial acerca doconceito, base legal, marco histórico, princípios e providências a serem tomadas sobre Transição de Governo Municipal e os Primeiros Dias da Nova Gestão. O Manual em sua essência traz informações e orientações fundamentais para os prefeitos eleitos e sua equipe, que julgamos ser de grande valia para contribuir para a manutenção dos serviços (programas) públicos, pois o encerramento de uma gestão requer providências a serem adotadas e informações a serem repassadas aos que estão chegando, para que se possibilite a devida continuidade administrativa. C S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 11 INTRODUÇÃO No Brasil, a cada quadriênio os mais de 5 mil municípios escolhem seus representantes com a finalidade de conduzir a administração pública de suas respectivas cidades, e, no Maranhão não é diferente, são 217(duzentos e dezessete municípios). E tão logo finda o processo eleitoral, inicia-se o período da Transição de Governo, ainda pouco compreendido pelos gestores municipais. Com o processo de redemocratização marcado pela promulgação da Constituição Federal de 1988, abriu-se um caminho para o avanço paulatino da democratização do poder e desenvolvimento dos pleitos eleitorais, que vêm ocorrendo de forma sistemática nas últimas décadas, sob essa “onda democrática”, notáveis intercorrências têm se colocado como obstáculos nas Transições de Governo nos municípios, conforme leciona Cruz (2013)1, e mesmo após a promulgação da Lei das Eleições, Lei de Responsabilidade Fiscal no ano de 2000 e a Lei de Acesso à Informação em 2011. Embora a sociedade brasileira esteja relativamente ambientada com as eleições diretas e a consequente alternância 1 CRUZ, Maria do Carmo Meirelles Toledo. Municípios paulistas e transição de governo: a pesquisa e alguns resultados. In Anais do VI Congresso Consad de Gestão Pública, Brasília, 2013. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 12 de poder, ainda não é possível afirmar que este processo esteja internalizado na cultura política do país, nem que a Transição de Governo seja um movimento simples e linear como leciona o mestre Franco (2013).2 No período da transição, existem movimentos com práticas de “terra arrasada”. Assim, os órgãos de Controle não poucas vezes iniciaram operações buscando em via de regra: [...] impedir e inibir que gestores não candidatos à reeleição e/ou que seus indicados não venham a ser eleitos pratiquem a política da terra arrasada, deixando uma dívida pública, zerando o cofre público, destruição dos documentos, entre outras ações, nesses últimos três meses do mandato (MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO, 2016). A temática se coloca como uma importante questão a ser enfrentada pela Administração Pública Municipal, considerando os 2 FRANCO, Celso Torquato Junqueira. A Experiência Regional da Associação dos Municípios do Extremo Noroeste do estado de São Paulo (Amensp) no Processo de Transição de Governo. Anais do VI Congresso Consad de Gestão Pública, Brasília, 2013. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 13 prejuízos diretos e indiretos que sua não observação ocasiona e, tendo em vista que o conflito de valores e interesses não estimula a ocorrência da transição de governo, mesmo em face aos preceitos do direito administrativo contidos no art.37° da Constituição Federal3. Apesar da existência de experiências práticas de Transição de Governo em todos os níveis da federação, é perceptível algumas lacunas no que se refere ao conhecimento prático de sua execução, assim como sua restrita discussão no âmbito acadêmico brasileiro, onde ainda não é possível encontrar uma robusta tradição acadêmica cujos resultados se refiram ao processo de transmissão de poder no executivo, sobretudo no nível local. O primeiro registro da Transição de Governo institucionalizada no Brasil ocorreu em 2002, com a transmissão organizada de poder na passagem de governo do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para o candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse processo foi regulamentado pela lei número 10.609 de 2002, e é considerado um “modelo próprio” por Lobato 3 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 14 e Calvo (2002)4, uma vez que sua conclusão vem do resultado de uma sequência articulada de ações induzidas. Desde 2008 o Governo Federal tem se empenhado em fomentar e destacar a importância da Transição de Governo em municípios através da publicação de cartilhas de instrução que versam sobre o início e fim de mandatos nos governos municipais. O processo de Transição tem sido definido como aquele que propicia condições para que o candidato eleito, juntamente ao chefe do poder Executivo Municipal, possa transacionar informações sobre programas e projetos em andamentos, assim como demais dados necessários para a implementação do programa do novo governo (BRASIL, 2012)5. Concomitante a esse entendimento, e de acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas em Administração Municipal (CEPAM)6 o conceito de Transição Governamental pode ser 4 LOBATO, Ana Lucia Martins; CALVO, Wilson (coord.). Transição e democracia: institucionalizando a passagem do poder. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 2002. 5 BRASIL. Apoio à Transição Municipal: orientações para o gestor municipal encerramento de mandato. Publicações da Presidência da República. Brasília: Secretaria de Comunicação Social, Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República; Controladoria Geral da União; e Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, 2012. 6 O CEPAM (Fundação Prefeito Faria Lima - Centro de Estudos e Pesquisa em Administração Municipal) foi uma instituição pública do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Foi extinto pela Lei nº 15.899, de 17 de setembro de 2015. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 15 entendido como a “passagem ordenada do poder, sem perda do ritmo, da continuidade e do comando da ação governamental” (CEPAM, 2012, p. 07)7. No nível Municipal, o objetivo da transição é permitir que o candidato eleito, mesmo que ainda não empossado, possa receber da atual gestão os dados e informações necessárias para materialização de seu plano de governo, inclusive proporcionando a oportunidade de realizar ajustes frente à realidade municipal (CEPAM, 2012). Ainda segundo o Centro de Estudos, o processo tem início assim que o resultado da eleição seja publicado e se encerra com a posse do prefeito eleito, tendo em média cerca de dois a três meses (encurtada por conta da pandemia CORONAVIRUS – COVID 19) para sua realização, curto prazo para a execução de uma atividade de tamanha importância e complexidade. Portanto, é de grande relevância que o novo chefe do executivo e sua equipe sejam municiados com informações sobre serviços, políticas públicas, programas e projetos, convênios, 7 CEPAM. A Transição de governo nos municípios paulistas. v. 1. Cartilha Cepam - Eleições Municipais de 2012. São Paulo: Cepam, 2012a. Disponível em: < https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1> Acesso em: 15 out 2020. https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1 S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 16 orçamento e gestão de pessoas etc. Todos esses dados e informações são a base para a reorganização das estratégias do novo programa de governo. Para tanto, são necessárias ações administrativas e políticasque garantam a alternância de poder sem prejuízo à continuidade da prestação e do provimento de bens e serviços públicos. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 17 Capítulo 1 DOS PRINCÍPIOS BASILARES PARA TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL MUNICIPAL a) Princípio da continuidade Também denominado de princípio da permanência, o princípio da continuidade garante que mesmo que haja mudança no comando do Município, os serviços ofertados não podem sofrer de descontinuidade. O objetivo da transição de per si é obter do prefeito em exercício condições para que o candidato eleito tenha acesso às informações necessárias à implementação da nova gestão. b) Princípio da transparência Pode-se definir transparência da gestão como a atuação do órgão público no sentido de tornar sua conduta cotidiana e os dados dela decorrentes, acessíveis ao público em geral. A transparência não é um fim em si mesmo, e sim um instrumento S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 18 auxiliar da população para o acompanhamento da gestão pública, segundo o doutrinador Jorge Hage (2010)8. c) Princípio da impessoalidade O princípio da impessoalidade estabelece o dever da justiça na defesa do interesse público e evitar a discriminação excessiva e os privilégios concedidos a particular no exercício de funções administrativas. Ou seja, a atuação do agente público deve ser atribuída ao Estado, portanto, a conquista não deve ser atribuída à pessoa física do agente público, mas sim, à pessoa jurídica do município do qual exerce a gestão. d) Princípio da moralidade O doutrinador Hely Meirelles9 traz um conceito mais abrangente deste princípio, vejamos: “o agente administrativo, como ser humano dotado de capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o Honesto do Desonesto. E ao atuar, não 8 HAGE, Jorge. O governo Lula e o combate a corrupção. 1. ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2010. 9 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Ed. Medeiros, 2012. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 19 poderá desprezar o elemento ético da sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo do injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 20 Capítulo 2 DAS OBRIGAÇÕES DO (A) PREFEITO (A) SUCEDIDO (A) PARA COM O (A) SUCESSOR (A) Exauridas as eleições, entre vencedores e vencidos, o grande protagonista é o município. Nesse viéis, inseridos no Estado Democrático de Direito do qual nos encontramos, a gestão que está deixando a Administração municipal tem o dever legal de fazer uma transição respeitosa e tranquila, de modo que o novo governo não assuma a nova gestão com maiores transtornos. O Art. 156 da Constituição do Estado do Maranhão 10 afirma essas obrigações: Art.156 – O prefeito e o Vice-Prefeito, eleitos para um mandato de quatro anos, serão empossados em sessão solene da Câmara Municipal, no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição”. Parágrafo Único – No prazo de dez dias após a proclamação do resultado da eleição municipal pelo Juiz Eleitoral da respectiva Zona, o Prefeito Municipal deverá entregar o sucessor, relatório da 10 Senado Federal. Constituição do Estado do Maranhão. Biblioteca Digital. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/70443. Acesso em: 30 out 2020. https://pt.wikipedia.org/wiki/Senado_Federal https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/70443 S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 21 situação administrativa municipal, que conterá obrigatoriamente: I – relação das dívidas do município por credor, com a data dos respectivos vencimentos; II – medidas necessárias à regulamentação das contas municipais junto ao Tribunal de Contas do Estado e da União, referentes a processos que se encontram pendentes, se for o caso; III – situação dos contratos com empresas concessionárias de serviços públicos; IV – relação dos contratos para execução de obras já em andamento ou apenas formalizados, informando o que foi realizado e pago, bem como o que há para realizar e pagar referente aos mesmos. V – transferências a serem recebidas da União e do Estado, referentes a convênios; VI – relação dos servidores municipais efetivos e comissionados com a respectiva lotação e remuneração. Logo, caso não seja encaminhado o respectivo relatório no prazo estabelecido, deverá ser adotado as medidas judiciais cabíveis para tanto. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 22 Capítulo 3 DA COMISSÃO DE TRANSIÇÃO O candidato (a) eleito (a) tem direito de instituir uma comissão que atuará da divulgação do resultado oficial das eleições até a sua posse, para colher as informações institucionais. Não é obrigatória a criação desta comissão, mas é de grandiosa ajuda para o inicio da gestão, como veremos a seguir. A comissão de transição terá pleno acesso às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos projetos do governo. Nesse ínterim, o objetivo desta Comissão de Transição, e especificamente desta requisição de documentos, é o de possibilitar que aos prefeitos eleitos que tenham condições de, ainda antes da posse, conhecer os dados e informações referentes ao Município que foi eleito e, por conseguinte, possa adotar as medidas necessárias a garantir a continuidade administrativa e a supremacia do interesse público primário. 3.1 DA COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 23 Certa vez o gênio Tom Jobim disse: “O Brasil não é para principiantes”. Tom Jobim tinha toda a razão! Com uma variação da frase poderíamos afirmar também que a administração pública definitivamente não é um lugar para amadores. Dito isto, devemos entender que não há mais espaço para improvisações, uma vez que administrar um Município é cada dia uma tarefa mais complexa. O intrincado elenco de leis, decretos, regulamentos, normas, sistemas e demais informações necessárias, além do rol cada vez maior de atribuições do Município, impõem sempre um trabalho de equipe profissional, que deve ser planejado com a devida antecedência, a fim de se evitar transtornos. Não há regra específica para a composição desta Comissão, se deve ser uma comissão mista ou simples, por exemplo. Mas, uma coisa é certa, deve haver atenção para a escolha da equipe técnica, pois é uma temeridade que o gestor público recrute através de critérios estritamente político-partidários sua equipe de assessoramento técnico. Desse modo, esta deve ser selecionada de forma impessoal e profissional (a tão famosa meritocracia) para que o gestor tenha segurança e tranquilidade em sua administração. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 24 3.2 DOS OBJETIVOS DA COMISSÃO a) Certificar-se de que o Controle Orçamentário possa oferecer ao prefeito eleito, a partir do dia de sua posse, a posição do orçamento que deve ser executado, e suas condições; b) Recolher os documentos das demonstrações de prestação de contas financeiras da gestão anterior, não deixando de atentarem- se as Leis de Finanças Públicas e Lei de Responsabilidade Fiscal; c) Apoiar o candidato eleito e seus secretários na tarefa árdua de conhecimento com a Administração Pública do Munícipio e cumprimento de suas atribuições e tarefas; d) Produzir relatórios constando os resultados orçamentários,financeiros e patrimoniais obtidos pela Comissão em processo de transição governamental; e) Ter uma relação apazigua para conseguir com o prefeito sucedido as informações que serão necessárias para nortear o período de transição. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 25 Capítulo 4 DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA NORTEAR O PERÍODO DE TRANSIÇÃO a) Quanto ao saldo financeiro TERMO DE CONFERÊNCIA EM SALDO DE CAIXA Deverá ser registrado em valor da moeda corrente, no fim do pleito do prefeito sucedido, o valor encontrado nos cofres públicos do munícipio até 31 de dezembro de 2020. TERMO DE VERIFICAÇÃO DE SALDO EM BANCOS Deverão constar os saldos de todas as contas-correntes mantidas pelo munícipio em bancos, com os extratos bancários e memorandos que indicaram o valor existente até 31 de dezembro de 2020, e conciliações bancárias realizadas. CONCILIAÇÕES BANCÁRIAS Deverá indicar o nome do banco e o número da conta, cheques emitidos e não descontados, créditos efetuados e não liberados, débitos autorizados e não procedidos pela Instituição e o saldo demonstrado no extrato. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 26 b) Quanto aos compromissos futuros RELAÇÃO DE VALORES Pertencente a terceiros e regularmente confidenciados a Tesouraria (cauções, depósitos, etc...) RESTOS A PAGAR PROCESSADOS As despesas liquidadas e empenhadas até o final do exercício do prefeito sucedido. RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS As despesas empenhadas, mas não liquidadas até o final do exercício do prefeito sucedido. AS DESPESAS EMPENHADAS LIQUIDADAS OU NÃO Aquelas que não foram emitidas notas de empenho respectivamente com o comprimento das dotações orçamentárias. DEMONSTRATIVO Da dívida fundada interna, bem como de operações de crédito por antecipação de receitas não quitadas. RELAÇÃO Dos compromissos financeiros a longo prazo, decorrentes de execução de obras, consórcios, convênios, dentre outros, tendo que ser especificado o que já S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 27 foi pago e o que ainda tem que terminar de pagar. c) Quanto ao orçamento 1. Cópia do Plano Plurianual; 2. Cópia do Orçamento para o exercício sucessor; 3. Cópia da Lei de Diretrizes Orçamentária. d) Quanto ao patrimônio e bens 1. Inventário atualizado dos Bens Patrimoniais; 2. Inventário dos bens de consumo existentes no Almoxarifado. e) Quanto às relações de atrasos DE PAGAMENTO Se houver atrasos: no pagamento dos servidores municipais, ou de empresas/ entidades/ cooperativas/ sociedade civil, que terceirize serviços de contratação de pessoal. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 28 NO RECOLHIMENTO Das contribuições previdenciárias e patronais, se houver. f) Quanto aos servidores Relação dos servidores especificando: 1. Servidores admitidos em funções que serão extintas quando vagarem, estabilizados por força do art. 19 da ADCT/CF11, se houver; 2. Servidores estáveis, considerados assim por força do art. 19 da ADCT/CF, se houver; 3. Servidores admitidos através de concurso; 4. Servidores admitidos através de contratos por tempo indeterminado, por força da CLT12; 5. Servidores nomeados em cargos comissionados, com indicação de seus vencimentos; 6. Pessoal admitido por prazo determinado, que indique seu vencimento, prazo de duração, data de admissão, e o dispositivo legal que autorizou tal contratação. 11 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 12 Consolidação das Leis Trabalhistas. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 29 g) Quanto à situação contábil 1. Relação dos documentos não apresentados ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) 2. Apresentação do demonstrativo de movimento do Caixa, bem como das contas-correntes e escriturados até o ultimo dia do sucedido. Relação de atos do período eleitoral que importaram na concessão de reajustes em percentual superior à inflação acumulada, além de todas as contratações, nomeações, exoneração, dispensa, transferências, entre outras situações do mesmo período. IMPORTANTE : É muito importante se tomar providências quanto às irregularidades e omissões de documentos, que possam comprometer a viabilidade dos programas e projetos, bem como a situação de prestação de contas de convênios passados, pois muito embora o novo Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal só respondam pessoalmente pelos atos praticados após a devida apuração, poderá haver questionamentos de natureza jurídica e contábil contra a nova administração – afinal, o gestor é outro, mas a pessoa jurídica de direito público interno é a mesma. IMPORTANTE: Todos os documentos fornecidos pelo gestor sucedido, deve ser assinado pelo sucessor, e Secretário de S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 30 Administração, em duas vias, uma ficando na sede na prefeitura arquivada (ficando à disposição do Tribunal de Contas) e outra com o Prefeito Eleito. Além destas providências, é importante que a Comissão tenha conhecimento sobre a Legislação Básica do Munícipio como: 1. Estatuto dos Servidores do Munícipio; 2. Lei de Organização do Quadro de Pessoal e Legislação Complementar; 3. Lei Orgânica do Munícipio; 4. Lei Complementares a Lei Orgânica; 5. Regimento Interno das Administrações Direta e Indireta; 6. Lei de Parcelamento do Uso Solo; 7. Lei de Zoneamento; 8. Código de Postura; 9. Plano de Carreira e Remuneração do Magistério e dos demais servidores; 10. Plano Diretor; 11. Código Tributário; 12. Lei da Descentralização Administrativa; 13. Lei da Criação e Modificação dos Conselhos Fundos e Municipais; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 31 14. Lei instruidora da Previdência do próprio munícipio se houver; 15. Lei dos serviços passiveis de terceirização; 16. Exame dos Projetos de Lei em tramitação na Câmara Municipal para análise. IMPORTANTE: Caberá ao novo gestor representar o Ministério Público, com a devida assessoria jurídica o ajuizamento de ações pertinentes se ocorrerem situações extremas deixadas pelo prefeito sucedido, como por exemplo: atraso de pagamento de servidores, existência de contratações de dívidas ilegais, suspeita de subtração de patrimônio, etc. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 32 Capítulo 5 PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO O começo de uma gestão municipal, que para alguns pode parecer um prêmio pela vitória nas eleições, pode trazer na verdade significados e desafios bem diversos. A posse é, muito além da festa, um dos primeiros passos para a concretização dos grandes anseios das comunidades. Assim, o que externamente só deixa transparecer a imagem das solenidades, dos discursos, das comemorações, foguetórios, abraços e sorrisos, esconde também as inúmeras atribulações que cercam aqueles que, muitas vezes, estão estreando no palco das funções públicas já com responsabilidade de direção. É óbvio que o autor não tem a pretensão de esgotar os temas relativos a cada um dos dois momentos citados e nem mesmo tecer um tratado das questões relativas ao início da gestão municipal. Tentamos, isto sim, com uma linguagem simples e acessível, apenas listar e orientar algumas ações próprias dos Primeiros Dias de Governo, com incursões pelas áreas do planejamento, do direito, das finanças e da administração pública. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S |33 5.1 POSSE DOS ELEITOS a) Orientações para a posse Para evitar quaisquer constrangimentos posteriormente, o candidato eleito deve preparar toda documentação pessoal, a do Vice-prefeito e a dos Vereadores de sua bancada de apoio com o acompanhamento de advogado; Deve analisar com muita atenção a prestação de contas e relatórios da administração que finda, observando os prazos limites para entregas aos órgãos federais e estaduais competentes; Tenha orientação contábil adequada; Dúvidas suscitadas sobre relatórios, documentos e prestações de contas recebidas pela gestão anterior, devem ser ressalvadas na ata de posse, para reservar o direito posterior de conferência ao prefeito eleito; As posses dos seus auxiliares (secretários e diretores, etc.) sejam acompanhadas de relatório de transmissão, assinado pelo prefeito anterior, constando os dados gerais de cada um dos órgãos. 5.2 PROVIDÊNCIAS ESSENCIAIS A SEREM TOMADAS NOS PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 34 Na área de pessoal Na área contábil Destacar quem serão os ocupantes de cargos diretivos, secretariados, chefes de departamentos, etc. para poderem ser submetidos à análise; Se houver resto a pagar de débitos, confronta- las com as disponibilidades financeiras e planejar a sua quitação total. Analisar se os servidores em estágio probatório estão sendo avaliados nos termos da EC n°19/98; Examinar a contabilidade do Munícipio, para apresentar em tempo hábil a prestação de contas a Câmara de Vereadores e ao Tribunal de Contas. Se houver, obter cópia dos resultados finais dos últimos Concursos Públicos realizados, analisando a totalidade dos cargos e se todos estão efetivamente homologados; Verificar se a contabilidade esta de acordo com emissão do Livro Diário Geral e Razão, obedientes aos preceitos estabelecidos pelas normas do Conselho Federal de Contabilidade; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 35 Verificar existência de Plano de Cargos e Salários atualizados; Verificar situação de folha de pagamento, licitações, patrimônio, dos sistemas de arrecadações de rendas locais e cadastro de dívidas ativas; Analisar a listagem de todos os funcionários, onde esteja especificando o cargo ou função de cada um. Separa os servidores comissionados, efetivos, contratados e inativos. Examinar relações de todos os convênios e contratos que estão execução ou pendentes de prestação de contas junto aos órgãos concedentes, de fiscalização. Na área previdenciária Na área jurídica Verificar a situação do Munícipio quanto à previdência de seus servidores; Obter relatório de todas as situações que se encontram os processos disciplinares/ administrativos; Verificar se há débitos ou parcelamentos e possíveis Fazer levantamento de todos os processos judiciais em tramitação nas diversas instâncias da Justiça, bem com todas as ações pendentes de manifestações; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 36 notificações do INSS existentes; Se houver Instituto de Previdência próprio, deve ser feita análise da situação. Acessar todos os pareceres emitidos pela assessoria jurídica durante o exercício, assim como dos já arquivados. 5.3 PROMOVER MUDANÇA DE TITULARIDADE Cancelamento de cheques, ordens de pagamento, cartas de crédito não liquidadas e providenciar novos cartões, consequentemente cancelamento dos antigos de autógrafos nos bancos que o Munícipio possui contas; NOMEAÇÃO: por portaria, do secretariado e demais cargos em comissão; RESCISÃO: por decreto, após uma análise mais aprofundada, firmados com a administração ou órgãos da administração indireta; EXONERAÇÃO: por portaria, de todos os ocupantes de cargos de provimento por comissão. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 37 IMPORTANTE: Ao nomear os assessores diretos e secretários, é necessário que estes apresentem declaração de bens, com base a Lei n° 8.429/92, para não serem questionados sobre enriquecimento ilícito ou responsabilidade solidária por ter causado algum prejuízo ao erário. 5.4 OUTRAS IMPORTANTES MEDIDAS a) Nomear a Equipe de Governo; b) Conferir as contas bancárias e os bens recebidos; c) Enviar aos bancos os comunicados sobre os novos responsáveis (Mudança de Titularidade já tratado no tópico anterior) pela movimentação das contas municipais; d) Recolher as chaves dos locais de acesso restrito da Prefeitura; e) Garantir a continuidade dos serviços públicos municipais; f) Realizar um diagnóstico do município e da administração pública municipal (ou atualizar e ampliar o diagnóstico feito durante a “Transição”); g) Garantir os contratos com aquelas empresas que fornecem bens e serviços essenciais à continuidade dos serviços públicos (ou providenciar rapidamente novos fornecedores); h) Iniciar a elaboração do PAIG – Plano de Ação Imediata de Governo; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 38 i) Nomear Comissão Especial para verificar a adequação das finanças públicas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); j) Providenciar os preparativos para a cobrança de tributos municipais que vencem no início do ano (principalmente o IPTU e as taxas); k) Verificar a situação da prestação de contas dos recursos recebidos através de repasses e convênios; l) Verificar a situação do julgamento das contas anteriores do município, junto aos órgãos conveniados, ao Tribunal de Contas do Estado e à Câmara Municipal; m) Providenciar a prestação de contas do ano imediatamente anterior; n) Consolidar toda a legislação que institui a estrutura organizacional da Prefeitura e o seu organograma geral (incluídas todas as secretarias); o) Consolidar toda a legislação que cria cargos e define salários dos servidores; p) Obter as últimas folhas de pagamento pessoal, com o local de trabalho de cada servidor; q) Analisar os resultados e as listas de aprovados nos concursos públicos que ainda estão em vigor. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 39 IMPORTANTE - É sempre recomendável que o Prefeito tome posse acompanhado de um Advogado com conhecimentos em Direito Público e de um especialista em Finanças e Contabilidade Pública. IMPORTANTE - Ultimamente tornou-se exigência, na transferência formal do governo, a entrega de um inventário dos bens e valores que o prefeito passa a seu sucessor. Esta é uma prática saudável, tranquilizadora para os que saem e bem recebida pelos que tomam posse. IMPORTANTE - É recomendável que todas as posses dos novos auxiliares que assumam cargos de chefia (secretários, diretores, etc.) sejam acompanhadas de um relatório de transmissão assinado pelo chefe anterior, onde constem a situação geral do órgão, os bens, valores e documentos deixados por ele. IMPORTANTE- Nem o prefeito nem a equipe de governo deve se impressionar com a arrecadação dos primeiros meses de governo. Normalmente ela é maior do que a dos meses seguintes do ano, em razão da arrecadação de IPTU, IPVA, taxas e outros tributos. Os gastos precisam ser contidos, já que depois vem o período das “vacas magras”, inclusive com a diminuição do valor do FPM que ocorre quando há restituição do Imposto de Renda. Os valores arrecadados precisam ser devidamente administrados e controlados por uma gestão competente das áreas financeira, contábil e orçamentária. IMPORTANTE - Não se deve pensar em pagar logo as dívidas deixadas pela gestão anterior. Deve-se fazer antes um rigorosoS A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 40 planejamento da receita e da despesa, para só depois se fazer uma escala de pagamentos e, se preciso, uma negociação com os credores. IMPORTANTE - Se a estrutura administrativa não tiver uma área de planejamento, recomenda-se que o prefeito delegue a algum auxiliar direto a tarefa de coordenar o planejamento geral do governo (governo sem plano é como uma nau sem rumo). É importante que se estimule e se cobre de todos os auxiliares a elaboração de um plano para cada um dos setores da prefeitura. IMPORTANTE - Nos primeiros 10 dias, é recomendável que o Prefeito promova reuniões diárias com a sua equipe de governo (ou pelo menos com os responsáveis pelos setores jurídico, financeiro e administrativo). 5.4.1 NA EDUCAÇÃO E CULTURA ➢ O Município deve observar a Lei que instituiu o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB13, composto por representantes dos diversos segmentos da sociedade local, para que sejam nomeados os novos membros. ➢ Deverá observar a porcentagem de receitas oriundas do ICMS para o FUNDEB e de receitas próprias do munícipio 13 S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 41 para quando este valor não totalizar o mínimo correspondente ao valor per capta estabelecido, caberá a União ou ao Estado complementar a diferença a menor. ➢ Realizar planejamento das ações baseado nos seguintes documentos: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), compatível com o Plano Plurianual e Orçamento Anual do Município; Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). ➢ O Planejamento deve ser contínuo, de maneira que ao final de cada exercício contábil toda despesa processada seja realmente quitada. ➢ Na aplicação ocorre uma subdivisão dos recursos, sendo pelo menos 60% destinados à folha de pagamento do pessoal em efetivo exercício para Educação Básica e 40% destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino básico. 5.4.2 NA ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS ➢ Consolidar toda a legislação que institui a estrutura organizacional da Prefeitura e o seu organograma geral (incluídas todas as secretarias, departamentos, seções, S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 42 órgãos da administração indireta, etc.); ➢ Consolidar toda a legislação que cria cargos e define os salários dos servidores; fazer levantamento de pessoal e recadastramento funcional; ➢ Solicitar a apresentação do servidor ao seu órgão de origem; ➢ Realizar recadastramento dos servidores públicos municipais, para aferir a lotação, situação funcional, habilitação profissional e frequência no trabalho; ➢ Examinar a implantação em folha de pagamento, servidor a servidor, conforme legislação e dentro dos limites legais, de hora-extra, adicional noturno, insalubridade, abonos, gratificações, entre outras; ➢ Apurar a situação dos servidores ―terceirizados (prestadores de serviços), se houver, isto é, a situação dos contratos, existência de cooperativas etc. ➢ Levantar lista de servidores que estejam afastados das funções por conta de interesse particular ou tratamento de saúde, de exercício de mandato eletivo ou sindical; ➢ Examinar a existência de servidores lotados em outras instituições municipais, estaduais e ou federal. ➢ Verificar se todos os atos administrativos oficiais como portarias, por exemplo, foram devidamente publicados; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 43 ➢ Verificar qual o percentual da receita é gasto com pessoal. Cuidado para o limite previsto na lei de Responsabilidade fiscal. ➢ Providenciar o completo levantamento patrimonial do Município, que se compõe de imóveis, móveis, máquinas e equipamentos, veículos; ➢ Averiguar o atual controle do material de expediente (se há um almoxarifado central ou se o controle é feito em cada órgão separadamente). ➢ Implantar, se não houver, sistema informatizado de controle de estoque de materiais; ➢ Manter controle rigoroso da manutenção de veículos e máquinas, de acordo com as regras do fabricante. ➢ Levantar e analisar todos os contratos firmados nas diversas áreas: de pessoal (assessorias), financeira (contábil), técnica (projetos) e serviços (veículos, empreiteiras) etc.; ➢ Fazer um completo levantamento da receita municipal, verificando detalhes da arrecadação gerada pelas seguintes fontes: FPM (Fundo de Participação dos Municípios); ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias); IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano); ISS (Imposto Sobre Serviços) Outras Fontes. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 44 ➢ Fazer levantamento das despesas mensais fixas, como: material de expediente, água, luz, telefone, internet, fotocópias (xerox), combustível, manutenção de veículos, máquinas e equipamentos, etc.; ➢ Fazer uma previsão de arrecadação dos tributos municipais; ➢ Verificar o funcionamento e a eficácia do atual sistema financeiro-contábil e do Controle Interno; ➢ Providenciar os preparativos para a cobrança de tributos municipais que vencem no início do ano (principalmente o IPTU e outras taxas); ➢ Caso a estrutura administrativa não tenha uma área de planejamento, recomenda-se que o Prefeito delegue a algum auxiliar direto a tarefa de coordenar o planejamento geral (governo sem planejamento é como um barco sem rumo). É importante que se estimule e se cobre de todos os auxiliares a elaboração de um plano de seu setor. ➢ Verificar a adequação das finanças públicas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); ➢ Nomear a Comissão Permanente de Licitação – CPL, o pregoeiro e sua equipe de apoio; ➢ Elaboração de plano de cargos e carreiras para os servidores (se não houver); S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 45 ➢ Elaboração de plano de capacitação para os servidores (relações interpessoais, atendimento de qualidade à população, qualidade total, além dos cursos nas áreas específicas) e Código de Ética do Serviço Público Municipal; ➢ Executar uma reforma administrativa, a médio prazo, se necessário, com muita cautela e discussão; ➢ Se durante a Transição não foi possível realizar todo o trabalho de pesquisa e de planejamento pretendidos, aproveite os "primeiros meses de governo” para fazê-lo; ➢ Garantir à comunidade a prestação dos serviços públicos municipais e desencadear ações que ajudem a desenvolver, junto à população, como: • pintura dos prédios municipais; • pintura do meio-fio das ruas; • conservação ou, se for o caso, jardinagem nos prédios públicos; • aterro sanitário (manter o funcionamento ou definir de imediato o seu local); • reciclagem do lixo: desenvolver projeto operacional; • tapar buracos de ruas; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 46 • manter higiene em feiras e mercado; • levantar as condições do Matadouro Público, com especial atenção para os Serviços de Vigilância Sanitária. 5.4.3 NA SAÚDE ➢ Relatório do número de equipes do PSF implantadas e em funcionamento, além das localidades beneficiadas; ➢ Relatório do número de agentes de saúde e distribuição destes no território municipal; ➢ Relação das unidades próprias sob gerência do Município; ➢ Relação das unidades filantrópicas ou privadas conveniadas ao SUS, que estão, portanto, sob gestão do Município; ➢ Relação nominal dos servidores estatutários, identificando unidade de lotação; ➢ Relação nominal dos prestadores de serviços, identificando unidade de lotação; ➢ Lei da estrutura administrativa que cria cargos comissionados, identificando o número, os valores pagos e a pertinência dos mesmos; ➢ Relatório patrimonialdos bens tombados na Secretaria da Saúde, identificando estado de conservação e localização S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 47 dos mesmos; ➢ Portaria restringindo a emissão de ordens de compra apenas a uma pessoa de confiança, escolhida para este fim; ➢ Implantação de mapas de controle interno para abastecimento de combustível, solicitação de materiais e transferências de bens; ➢ Análise dos empenhos (restos a pagar) do exercício anterior (ver LRF); ➢ Elaborar Plano de Aplicação Financeira par a ser aprovado no Conselho Municipal de Saúde, definindo percentuais para gastos com pessoal, material do consumo, serviços de terceiros e investimentos, observando os limites da LRF; ➢ Elaborar relatório situacional da infraestrutura física das unidades. ➢ Levantar a posição de despesas como energia elétrica, telefone e água, para não sofrer ameaças de corte do fornecimento; ➢ Fazer, de imediato, reparo emergencial nos imóveis municipais, com o fim de evitar acidentes, inclusive de natureza grave, verificando: fios soltos ou descascados em postos de saúde e demais órgãos sob a responsabilidade da Prefeitura; providenciar cobertura de poços, cacimbas e S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 48 outros equipamentos que possam ser objeto de acidente; assegurar reparos dos telhados, sobretudo de depósitos de merenda escolar, medicamentos e almoxarifado; ERROS COMUNS COMETIDOS NO INÍCIO DA GESTÃO: ❖ Realizar despesas e contratações sem processo de licitação adequado para a situação ❖ Contratar temporariamente sem Concurso Público ❖ E principalmente Decretar Estado de Emergência alegando que a gestão anterior deixou o caos administrativo. Essas situações não trazem nenhum benefício ao prefeito eleito, induz a população e os analistas dos controles internos e externos que o gestor quer apenas esquivar-se de responsabilidades e processos licitatórios. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 49 Capítulo 6 CONTROLE INTERNO A Instalação do Controle Interno nos Primeiros Dias de Governo é importantíssimo, pois a atividade pública impõe regras que devem ser seguidas em conformidades com a lei. A Administração Pública, ao adquirir produtos ou serviços, age de forma vinculada à lei, não possuindo possibilidade alguma para exercer sua discricionariedade. Assim, é impossível não lembrar do saudoso Hely Lopes Meirelles que era categórico em afirmar a diferença da administração privada para a administração pública, onde na privada pode-se fazer tudo que a lei não proíbe, enquanto na pública somente se pode fazer o que a lei determina. Nesse contexto, o Controle Interno pode efetivamente possibilitar de forma preventiva, atual ou posterior, a análise de possíveis inconformidades e (ou) erronias dos atos administrativos, desde a contratação de pessoal, acompanhamento de limites constitucionais aos procedimentos licitatórios. A função Controle Interno é manter e fortalecer a boa qualidade e a integridade da administração, fornecendo ao S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 50 Administrador dados que o capacitem a acompanhar com segurança todos os atos administrativos, a tomar decisões que se coadunem com a legislação vigente. Assegurar, através da adoção de regras e procedimentos adequadas que garantam a lisura, a transparência e a eficiência operacional, que a integridade da Administração. Auxiliar na implementação e no cumprimento de todas as normas e regulamentos internos e externos, visando a legalidade de todos os atos. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 51 SÃO CONSIDERADOS OS 13 PILARES DO CONTROLE INTERNO 1. Permite a estruturação de controles preventivos e descentralizados, refletindo diretamente na eficiência e qualidade da gestão. 2. Estabelece ações de controle ao longo dos processos. 3. Constitui-se em forma de apoio à administração, apresentando inúmeros benefícios. 4. Utiliza-se de metodologia baseada em avaliação simplificada de riscos. 5. Fomenta uma cultura na qual a gestão de controle interno passa a ser entendida como sendo de responsabilidade de todas as unidades. 6. Possibilita a institucionalização de controles que eram informais. 7. Assegura a continuidade de boas práticas de controle. 8. A estruturação de um SCI com estas características é uma tendência irreversível. 9. O órgão central do Sistema pode ter uma estrutura mais enxuta. 10. Pode possibilitar otimização da função de auditoria interna. 11. Constitui-se numa forma de apoio ao controle externo. 12. Com as devidas adequações, esta forma de funcionamento do SCI pode ser adotada em qualquer tipo de municipalidade. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 52 7. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL. Apoio à Transição Municipal: orientações para o gestor municipal encerramento de mandato. Publicações da Presidência da República. Brasília: Secretaria de Comunicação Social, Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República; Controladoria Geral da União; e Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, 2012. Disponível em: < https://www.gov.br/cgu/Publicacoes/auditoria-e- fiscalizacao/arquivos/cartilha-encerramento-mandato-2012.pdf> Acesso em 23 out 2020. CEPAM. A Transição de governo nos municípios paulistas. v. 1. Cartilha Cepam - Eleições Municipais de 2012. São Paulo: Cepam, 2012a. Disponível em: < https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1> Acesso em: 15 out 2020. CRUZ, Maria do Carmo Meirelles Toledo. Municípios paulistas e transição de governo: a pesquisa e alguns resultados. In Anais do VI Congresso Consad de Gestão Pública, Brasília, 2013. FRANCO, Celso Torquato Junqueira. A Experiência Regional da Associação dos Municípios do Extremo Noroeste do estado de São Paulo (Amensp) no Processo de Transição de Governo. Anais do VI Congresso Consad de Gestão Pública, Brasília, 2013. HAGE, Jorge. O governo Lula e o combate a corrupção. 1. ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2010. https://issuu.com/cepam/docs/transicaodegovernov1 S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 53 LOBATO, Ana Lucia Martins; CALVO, Wilson (coord.). Transição e democracia: institucionalizando a passagem do poder. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 2002. MARANHÃO. Constituição do Estado do Maranhão. São Luís, MA: Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, 2019. MARANHÃO. Instrução Normativa TCE/MA, n°45. São Luís, MA: Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, 2016. MARANHÃO. Lei n° 10.219/15. São Luís, MA: Governo Do Estado do Maranhão, 2015. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Ed. Medeiros, 2012. PEREIRA, Edmo da Cunha. Governar o Município – Antes e depois da Posse. 5 a . edição. Belo Horizonte : Editora O Lutador, 2004. TCE. Modelo Geral de Transição. Disponível em: http://www.tce.ms.gov.br/portal/admin/uploads/Modelo%20Geral %20Transicao.pdf. Acesso em: 30 de out. de 2020. UFSCAR, Revista de Discentes de Ciência Política da. Transição de Governo na administração pública municipal: Descrição e análise dos resultados de uma pesquisa aplicada em municípios paulistas nas eleições de 2012. Vol. 3 – n°3. São Paulo: Agenda Política, 2012. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 54 8. LEGISLAÇÕES APLICADASINSTRUÇÃO NORMATIVA TCE/MA Nº 45, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2016 Dispõe sobre procedimentos a serem adotados na transição de mandato de Prefeito e de Presidente de Câmara Municipal no âmbito do Estado do Maranhão O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO MARANHÃO, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, CONSIDERANDO o disposto no parágrafo único do art. 156 da Constituição Estadual, que estabelece o prazo de dez dias, após a proclamação do resultado da eleição municipal pelo Juiz Eleitoral da respectiva Zona, para o Prefeito Municipal entregar ao sucessor relatório da situação administrativa municipal; RESOLVE: Art. 1.º Determinar ao Prefeito Municipal no último ano do mandato a instituição de equipe de transição, caso tenha havido solicitação do candidato eleito para o referido cargo, nos termos do art. 1º, caput, da Lei Estadual nº 10.186/2014. Parágrafo único. Aplica-se a determinação do caput ao Presidente da Câmara Municipal no encerramento de legislatura, caso tenha recebido solicitação do novo Presidente da Câmara, devendo a equipe de transição desenvolver o seu mister entre a data da posse dos vereadores eleitos/reeleitos e a data do início do primeiro período da nova legislatura. Art. 2.º A equipe de transição tem por objetivo informar o sucessor na chefia de Poder municipal sobre a estrutura organizacional e administrativa S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 55 do Poder e seu funcionamento, bem como sobre a situação orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades que o integram, conforme o caso, favorecendo a preparação dos atos a serem editados no início do mandato. Parágrafo único. Os membros da equipe de transição de mandato, indicados pelo candidato eleito para o cargo de Prefeito ou pelo novo presidente de Câmara Municipal, terão acesso às informações constantes nos órgãos e entidades da administração municipal, relativas às contas públicas e aos programas e projetos em andamento, bem como às informações contidas nos sistemas de processo e de auditoria eletrônicos do Tribunal de Contas, desde que sejam cadastrados previamente pelo setor competente deste órgão. Art. 3.º À equipe de transição de mandato compete realizar o exame de informações contidas nos seguintes documentos: I - instrumentos de planejamento: a) plano plurianual; b) lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício seguinte, contendo os anexos de metas fiscais e de riscos fiscais, previstos nos arts. 4.º e 5.º da Lei Complementar Nacional nº 101/2000; c) lei orçamentária anual, para o exercício seguinte. II - instrumentos contábeis relativos à gestão financeira: a) termo de conferência de saldo em caixa, contendo o valor em moeda corrente encontrado no caixa da Prefeitura na data da instalação da equipe, ou no caixa da Câmara Municipal no encerramento do mandato, bem como o valor de cheque(s) em poder da respectiva tesouraria; b) termo de conferência de saldos em bancos, contendo os saldos das contas bancárias da Prefeitura ou da Câmara Municipal, acompanhado de extratos bancários que comprovem as informações prestadas; c) conciliação bancária, identificando o banco, a data do lançamento, o número do documento que gerou o débito/crédito e o respectivo valor; d) relação de valores pertencentes a terceiros e regularmente confiados à guarda da tesouraria (caução, cautela, etc). III - demonstrativo dos restos a pagar, distinguindo-se os empenhos processados e os não processados, referentes a exercícios anteriores e ao exercício findante; IV - demonstrativo da dívida fundada interna e de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 56 V - demonstração da situação dos contratos em execução relativos a obras e/ou a serviços e dos convênios, ajustes, acordos e/ou congêneres não concluídos até o término do mandato, contendo as seguintes informações: a) identificação das partes; b) datas de início e de término da espécie de avença administrativa; c) valor pago e saldo a pagar; d) posição da(s) meta(s) alcançada(s); e) posição quanto à prestação de contas junto aos órgãos fiscalizadores. VI - relação atualizada dos bens móveis e imóveis que compõem o patrimônio do Poder municipal; VII - relação dos bens de consumo existentes em almoxarifado; VIII - quadro de pessoal, regularmente aprovado por lei; IX - relação de servidores, acompanhada do protocolo de sua entrega ao Tribunal de Contas, nos termos da Instrução Normativa TCE/MA nº 25, de 30 de novembro de 2011, identificando: a) servidores estáveis, assim considerados por força do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)/Constituição Federal (CF), se houver; b) servidores pertencentes a quadro suplementar, pelo não enquadramento no art. 19 ADCT/CF, se houver; c) servidores admitidos por meio de concurso público, com os respectivos registros no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor (Pasep), e com o cargo, o nível e os vencimentos iniciais; d) pessoal contratado por tempo determinado. X - relatórios exigidos pela Lei Complementar Nacional nº 101/2000: a) elaborados sob a responsabilidade do Prefeito em término de mandato: 1. relatório resumido da execução orçamentária relativo ao quinto bimestre; 2. relatório de gestão fiscal referente ao segundo quadrimestre, em se tratando de município com população igual ou superior a cinquenta mil habitantes; 3. comparativo e indicação de que tratam os incisos I e II do art. 55 da Lei Complementar Nacional nº 101/2000, com base na posição orçamentária e financeira do município até o dia 31 de outubro do último ano do mandato, em se tratando de município com população inferior a cinquenta mil habitantes. b) elaborados sob a responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal no encerramento da legislatura: 1. relatório de gestão fiscal referente ao segundo quadrimestre, em se tratando de município com população igual ou superior a cinquenta mil habitantes; 2. comparativo e indicação de que tratam os incisos I e II do art. 55 da Lei S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 57 Complementar Nacional nº 101/2000, com base na posição orçamentária e financeira do órgão até o dia 30 de novembro do último ano da legislatura, em se tratando de município com população inferior a cinquenta mil habitantes. XI - instrumentos elaborados por iniciativa do Prefeito em término de mandato: a) atas de audiências públicas; b) relatório detalhado dos precatórios; c) declaração de bens dos secretários municipais, de outros gestores designados e dos servidores públicos ocupantes de cargos em comissão que estão deixando os cargos, contendo os respectivos endereços residenciais atualizados; d) relação de convênios e contratos com execução não iniciada. Parágrafo único. Independentemente dos documentos listados neste artigo, deverá o Prefeito em término de mandato entregar ao sucessor “relatório da situação administrativa municipal”, nos termos do art. 156, parágrafo único e incisos I a VI, da Constituição Estadual. Art. 4.º Caso não tenham sido elaborados os demonstrativos contábeis previstos nos anexos da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, e no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), bem como o balancete contábil do mês em que seja instalada a equipe de transição de mandato, deverão ser apresentadas ao novo gestor as relações discriminadas das receitas e despesas orçamentárias e extraorçamentárias, elaboradas mês a mês. Art. 5.º Afora os instrumentos de planejamento, os documentos listados no art. 3º desta instrução normativa, não constantesna base de dados/arquivo da Prefeitura e da Câmara Municipal, deverão ser elaborados em papel timbrado e assinados pelo Prefeito em término de mandato ou pelo Presidente da Câmara no encerramento de legislatura, no que couber, pelos demais responsáveis pela gestão e pelos membros da equipe de transição de mandato. Art. 6.º Além do exame dos documentos mencionados acima, considerado pelo Tribunal de Contas como importante para a garantia da normalidade da transição de mandato, é sugerido o exame de outros documentos que podem ampliar o conhecimento sobre a realidade dos Poderes Executivo e Legislativo, no que couber: I - legislação básica do Município: a) lei S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 58 orgânica; b) leis complementares à lei orgânica; c) regimento interno da Câmara Municipal; d) regimento jurídico dos servidores públicos; e) lei de organização do quadro de pessoal; f) estatuto dos servidores públicos; g) lei de parcelamento, do uso e da ocupação do solo; h) lei de zoneamento ambiental; i) código de postura do município; j) plano diretor, nos termos da Lei Nacional nº 10.257, de 10 de julho de 2001; k) código tributário; II - projetos de lei em tramitação na Câmara Municipal, para análise de sua conveniência atual. Art. 7.º Empossado no cargo o novo gestor deverá: I - receber as informações, demonstrativos, relações e inventários, emitindo recibo ao ex-gestor, ressalvando que o recebimento não induz responsabilização pela veracidade e consistência dos dados contidos nos documentos, os quais serão objeto de conferência posterior e de validação, se for o caso; II - promover a alteração dos cartões de assinaturas nos estabelecimentos bancários em que a entidade mantém conta; III - apresentar as contas referentes aos recursos estaduais recebidos por seu antecessor, quando este não houver apresentado, ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da devida tomada de contas especial, sob pena de responsabilidade solidária, na forma do art. 13 da Lei Estadual nº 8.258/2005; IV - encaminhar o rol de responsáveis pela gestão e providenciar o cadastramento destes junto do Tribunal de Contas, na forma da legislação vigente. Art. 8.º Não apresentados os documentos relacionados nesta instrução normativa, principalmente aqueles que possam permitir o conhecimento da situação orçamentária, financeira, patrimonial e contábil do Município, no caso do Prefeito, e do Poder Legislativo Municipal, no caso do Presidente da Câmara, deverá o novo gestor nomear comissão especial para realizar os levantamentos necessários ao conhecimento da realidade do Ente ou do Poder municipal e emitir parecer técnico conclusivo a ser encaminhado ao Tribunal de Contas. Parágrafo único. Cópia dos documentos e do parecer elaborado pela comissão especial deverão ser encaminhados também à Câmara Municipal. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 59 Art. 9.º O Prefeito eleito e o novo Presidente da Câmara Municipal deverão entregar ao Tribunal de Contas cópia de relatório conclusivo, assinado por eles e pelos membros da equipe de transição, em arquivo PDF (Portable 2 Document Format), gravado em diretório raiz de mídia eletrônica de memória USB flash drive (Pen Drive), devendo o respectivo processo ser distribuído ao Relator competente, o qual, se constatar a existência de dano ao erário, adotará providências para o ressarcimento; não constatando dano, determinará a juntada daquele aos autos do processo relativo à prestação de contas do Prefeito ou do Presidente da Câmara referente ao último exercício financeiro do mandato recém-encerrado, para subsidiar a instrução técnica. Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deste artigo deverá ser entregue pelo Prefeito até o dia 31 de janeiro do primeiro ano de seu mandato e pelo Presidente da Câmara até o dia 28 de fevereiro do primeiro período da legislatura. Art. 10. Os titulares dos órgãos e entidades dos Poderes Executivo e Legislativo Municipal ficam obrigados a fornecer as informações solicitadas pela equipe de transição, bem como a prestar apoio técnico e administrativo necessários a seu trabalho, sob pena de serlhes aplicada a penalidade prevista no art. 67, inciso V, da Lei Estadual nº 8.258/2005, sem prejuízo de outras medidas que o Tribunal de Contas entender cabíveis. Art. 11. As disposições previstas nesta instrução normativa aplicam-se ao gestor reeleito, no que couber. Art. 12. Esta instrução normativa entra em vigor na data de sua publicação. Publique-se e cumpra-se. Sala das Sessões do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, São Luís, 9 de novembro de 2016. Conselheiro João Jorge Jinkings Pavão Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 60 LEI ESTADUAL DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA LEI Nº 10.219 DE 31 DE MARÇO DE 2015. Institui a Transição Republicana de Governo, dispõe sobre a formação da equipe de transição, define o seu funcionamento e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO, Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa do Estado decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Fica instituída a Transição Republicana de Governo nos termos previstos nesta Lei. § 1º Transição republicana de Governo é o processo que objetiva propiciar condições para que o candidato eleito para o cargo de Governador possa receber de seu antecessor todos os dados e informações necessários à implementação de seu programa de governo, inteirando-se do funcionamento dos órgãos e entidades que compõem a Administração, permitindo ao eleito a preparação dos atos a serem editados após a posse. § 2º A Transição republicana de Governo tem como objetivo garantir a observância dos princípios de responsabilidade e transparência da gestão fiscal nas transições de governo no âmbito do Estado do Maranhão. Art. 2º Ao candidato eleito para o cargo de Governador do Estado é garantido o direito de instituir uma comissão de transição, com até doze membros, com o objetivo de inteirar-se do funcionamento dos órgãos e das entidades da administração pública estadual e preparar os atos de iniciativa da nova gestão. § 1º Os membros da equipe de transição serão indicados pelo candidato eleito e terão acesso às informações relativas às contas públicas, aos S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 61 programas e aos projetos do Governo Estadual. § 2º A comissão a que se refere o caput terá um coordenador, a quem compete requisitar informações dos órgãos e das entidades da administração pública. § 3º Caso a indicação de membro da equipe de transição recaia em servidor público, efetivo ou ocupante de cargo em comissão, sua requisição será feita pelo Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, sem prejuízo dos vencimentos do cargo que ocupa, sendo-lhe garantido todos os direitos estatutários e vedada sua exoneração após a indicação. § 4º A comissão de transição será indicada no prazo máximo de dez dias após a Justiça Eleitoral proclamar o resultado oficial das eleições estaduais e deve encerrar-se com a posse do candidato eleito. § 5º O governo estadual em exercício deverá garantir a infraestrutura necessária para a realização dos trabalhos da comissão de transição. § 6º A nomeação dos ocupantes dos cargos de que trata o caput deste artigo será feita pelo Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, sendo a nomeação honorífica e sem qualquer tipo de remuneração. Art. 3º A comissão de transição terá pleno acesso às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos projetosdo governo, na forma disciplinada no art. 4º. Art. 4º Serão disponibilizados, de imediato e independentemente de requerimento, à comissão de transição os seguintes documentos e informações: I - Plano Plurianual - PPA; II - Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, para o exercício seguinte, contendo, se for o caso, os Anexos de Metas Fiscais e de Riscos Fiscais, previstos nos arts. 4º e 5º da Lei Complementar Federal nº 101, de 2000; III - Lei Orçamentária Anual - LOA, ou projeto de lei relativo ao assunto, para o exercício seguinte; IV - demonstrativo dos saldos disponíveis, da seguinte forma: S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 62 a) termo de conferência de saldos em caixa, onde se firmará valor em moeda corrente encontrado nos cofres estaduais na data da prestação das informações à comissão de transição, e, ainda, os cheques em poder da Tesouraria; b) termo de conferência de saldos em bancos, onde serão anotados os saldos de todas as contas mantidas pelo Poder Executivo, acompanhado de extratos que indiquem expressamente o valor existente na data da prestação das informações à comissão de transição; c) conciliação bancária, contendo data, número do cheque, banco e valor; d) relação de valores pertencentes a terceiros e regularmente confiados à guarda da Tesouraria; V - demonstrativos da Dívida Fundada Interna, bem como de operações de créditos por antecipação de receitas; VI - relações dos documentos financeiros, decorrentes de contratos execução de obras, consórcios, parcelamentos, convênios e outros que não serão concluídos até o término do mandato atual, contendo as seguintes informações: a) Identificação das partes; b) data de início e término do ato; c) valor pago e saldo a pagar; d) posição da meta alcançada; e) posição quanto à prestação de contas junto aos órgãos fiscalizadores; VII - termos de ajuste de conduta e de gestão firmados; VIII - relação atualizada dos bens móveis e imóveis que compõem o patrimônio do Poder Executivo; IX - relação dos bens de consumo existentes em almoxarifado; X - relação e situação dos servidores, em face do seu regime jurídico e quadro de pessoal regularmente aprovado por lei, para fins de S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 63 averiguação das admissões efetuadas, observando-se: a) servidores estáveis, assim considerados por força do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, se houver; b) servidores pertencentes ao quadro suplementar, por força do não enquadramento no art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, se houver; c) servidores admitidos através de concurso público, indicando seus vencimentos iniciais e data de admissão, bem como o protocolo de sua remessa ao Tribunal de Contas; d) pessoal admitido mediante contratos temporários por prazo determinado; XI - cópia dos relatórios da lei de Responsabilidade Fiscal referentes ao exercício findo, devendo apresentar os anexos do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 5º bimestre e os anexos do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 2º quadrimestre/1º semestre, bem como cópia das atas das audiências públicas realizadas; XII - relação dos precatórios inscritos; XIII - relação dos programas (softwares) utilizados pela administração pública; XIV - demonstrativo das obras em andamento, com resumo dos saldos a pagar e percentual que indique o seu estágio de execução; XV - relatório circunstanciado da situação atuarial e patrimonial do órgão previdenciário. § 1º As informações de que trata este artigo: I - deverão ser entregues à comissão de transição no prazo máximo de 15 (quinze) dias após a sua constituição; II - deverão estar atualizadas até o dia anterior ao de sua entrega. S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 64 § 2º É assegurado à comissão de transição obter posteriormente atualização das informações prestadas em função do exigido neste artigo. Art. 5º Caso não tenham sido elaborados os demonstrativos contábeis e o balancete contábil do exercício findo, deverão ser apresentadas à comissão de transição as relações discriminativas das receitas e despesas orçamentárias e extra orçamentárias, elaboradas mês a mês e acompanhadas de toda a documentação comprobatória. Art. 6º Na hipótese da falta da apresentação dos documentos e informações aqui elencados ou no caso de constatação de indícios de irregularidades ou desvios de recursos públicos, a comissão de transição deverá comunicar ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público do Estado para adoção das providências cabíveis, inclusive quanto à responsabilização pessoal dos agentes públicos. Art. 7º Sem prejuízo dos deveres e das proibições estabelecidos nos respectivos estatutos dos servidores públicos, os integrantes da comissão de transição deverão manter sigilo sobre os dados e informações confidenciais a que tiverem acesso, sob pena de responsabilização pessoal dos agentes públicos. Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O Excelentíssimo Senhor Secretário-Chefe da Casa Civil a faça publicar, imprimir e correr. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO, EM SÃO LUÍS, 31 DE MARÇO DE 2015, 194º DA INDEPENDÊNCIA E 127º DA REPÚBLICA. FLÁVIO DINO FLÁVIO DINO Governador do Estado do Maranhão S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 65 9. MODELOS ANEXO I (MODELO DE REQUERIMENTO AO PREFEITO EM EXERCÍCIO) EXCELENTÍSSIMO SENHOR PREFEITO MUNICIPAL DE XXXXXXXXXXXXXXXXXX – MARANHÃO. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, eleito Prefeito Municipal de xxxxxxxxxxxxxxxxxxx nas eleições de 15/11/2020, para o quadriênio 2021-2024, residente e domiciliado à Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem respeitosamente, perante V. Exª., com fundamento nos inciso XXXIII e XXXIV, “a” e “b”, da Constituição da Republica combinado com o art. 156 e ss, da Constituição do Estado do Maranhão, e nas leis 8.159/91 e 11.111/2005, e especialmente com supedâneo nos princípios constitucionais da publicidade, da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência e da supremacia do interesse público sobre o privado (princípio da finalidade pública) de cuida o caput do art. 37 da Constituição da República, bem como nos artigos 4° e 19 da Constituição do Estado do Maranhão, e na lei Complementar n° 101/2000 – a considerar ser indispensável a demonstração da transparência dos atos realizados pela Administração Pública envolvendo os interesses patrimoniais e sociais da coletividade como um todo REQUER: 1°. Relação detalhada das dívidas do Município por credor, com as datas dos respectivos vencimentos; 2°. Medidas necessárias à regularização das contas municipais junto ao tribunal de contas do Estado e da União, referentes a processos que se encontram pendentes, se for o caso; 3°. Situação dos contratos com empresas concessionárias de serviços públicos ou prestadoras de serviços; S A L G A D O & A M O R I M A D V O G A D O S A S S O C I A D O S | 66 4°. Relação dos contratos para execução de obras já em andamentos ou apenas formalizados, informando o que foi realizado e pago, bem como o que há para realizar e pagar referente aos mesmos; 5°. Transferências a serem recebidas da União e do Estado, referentes a convênio; 6°. Relação dos servidores municipais efetivos e comissionados com a respectiva lotação e remuneração. Oportunamente, informa em anexo a equipe do governo para transição, as quais receberão as documentações solicitadas
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