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Arboviroses - Microbiologia

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Samara Valentim | MICROBIOLOGIA | Turma LII | Medicina – UNCISAL 1 
Dengue 
- Arbovirose transmitida pelo Aedes aegypti 
- Ocorre em todos os continentes, exceto na Europa 
- Apresenta-se como Febre Clássica do Dengue ou 
Febre Hemorrágica do Dengue (com ou sem choque) 
- Cinco sorotipos distintos, com 4 circulando no Brasil 
- Grande dispersão mundial recente 
Vetores 
- O principal é o Aedes aegypti, mas também se 
encontra o Aedes albopictus. 
- Marcações preto e branca alternadas no corpo e 
cauda. 
- Oviposição é feita em água parada e límpidas. 
Etiologia 
- O vírus da dengue (DENV) fazem parte do grupo B do 
arbovírus, família Flaviviridae. 
- RNA de fita simples, envelopado. 
- Vetores principais: Aedes aegypti e albopictus. 
- Infecções induzem imunidade parcial e temporária 
(cerca de 1 ano) contra outros sorotipos. 
- Circulam no Brasil 4 sorotipos (1 a 4). 
- Em 2020, mais de 1 milhão de casos. 
Fatores de risco 
+ Mais frequente em mulheres e crianças 
+ Infecção prévia sensibiliza e aumenta o risco da 
forma hemorrágica por imuno facilitação 
+ Cepas virais diferentes 
+ Patologias associadas a formas graves (hipertensão, 
imuno deficiência, diabetes etc) 
Patogenia e Patologia 
- Extravasamento vascular 
- Aumento da permeabilidade e vasodilatação 
periférica 
- Sangramentos 
- Congestão vascular 
- Derrames cavitários 
- Rash cutâneo por fenômenos imunológicos 
- Hepatite aguda 
- Fenômenos imunológicos facilitam o processo 
Manifestações Clínicas 
- Muitos casos assintomáticos 
- Síndrome febril viral indiferenciada: febre, cefaleia 
e mialgia 
- Dengue clássica: febre elevada, calafrios, mialgia 
importante e cefaleia periorbitária intensa 
- Febre clássica com manifestações hemorrágicas: 
com gengivorragias e epistaxe. 
- Febre hemorrágica 
- Dengue com complicações: manifestações 
hemorrágicas espontâneas ou induzidas (prova do 
laço ou de cafo) 
+ 1 prova de hemoconcentração 
(↓albumina ↓plaquetas ↑hematócrito) 
 <3,5 <100K ♀>45 ♂>50 
Exames Específicos 
+ Isolamento viral: até o 5º dia 
+ Pesquisa de NS1 (ptn de superfície específica) 
+ Detecção de antígenos e genoma virais: PCR 
+ Sorologia: a partir do 6º dia – MAC Elisa (que é 
sensível ao IgM), inibição da hemaglutinação, inibição 
da imunodifusão. 
Diagnóstico Diferencial 
- Outras arboviroses: Chikungunya (febre mais elevada r 
dor articular intensa), Zika (maiores manifestações 
exantemáticas e menor sintomatologia febril e álgica), 
Mayaro, Oropouche 
- Leptospirose, malária, hepatites, rubéola, 
citomegalia, mononucleose, influenza 
- Alergias, farmacodermias (rash cutâneo) 
- Púrpura trombocitopênica (plaquetopenia) 
Profilaxia 
- Combate ao vetor 
- Eliminação de focos de proliferação do mosquito 
- Tratamento precoce e eficaz 
- Campanhas de saúde pública 
- Vacinas em andamento 
- Evitar o diagnóstico de “virose” 
- Uso de repelentes 
 
Samara Valentim | MICROBIOLOGIA | Turma LII | Medicina – UNCISAL 
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Chikungunya 
- “Aquele que se dobra”, em idioma Kimakonde, da 
Tanzânia. – Artralgia intensa 
- Descoberta em 1950, em uma epidemia na Tanzânia. 
- Vários surtos na África, ilhas do Oceano Índico e 
Pacífico, Índia e Sudeste Asiático. 
- Em 2004, surtos no Quênia, Ilhas Comores, Reunião 
e outras ilhas. 
- Entre 2006 e 2007, norte da Itália. 
- Em 2010, casos autóctones na Índia, Indonésia, Ilhas 
Maldivas e Reunião; caos importados na França, 
Taiwan, EUA e Brasil. 
- Em 2013, casos autóctones no Caribe e Américas 
- No Brasil, casos autóctones confirmados em vários 
estados. 
- Casos notificados no Brasil: 
 Em 2015: 13.160 
 Em 2016: 277.282 
 Em 2017: 185.854 
 Em 2028: 51.797 
 Em 2019: 39.924 
Etiologia 
- Causada pelo CHIKV (Chikungunyavirus), Alfavírus, 
RNA 
- Transmitida pelo Aedes aegypti e albopictus 
- Há relatos de transmissão vertical 
- Incubação extrínseca (mosquito) dura 3 dias 
- Incubação clínica de 1 a 12 dias, com média de 2-5 
dias. 
Manifestações Clínicas 
- Febre alta (>39°C), de início súbito 
- Dor articular intensa e incapacitante, geralmente 
simétrica, mais comum nas falanges, tornozelos e 
pulsos 
- Outros sintomas: cefaleia, dorsalgia, mialgia, 
náuseas, vômitos, poliartrite, rash maculopapular 
pruriginoso e conjuntivite 
- Em crianças, exantema bolhoso grave. 
Caso Suspeito 
+ Febre de início súbito (maior que 38,5°C) 
+ Artralgia ou artrite intensa (principalmente mãos e 
pés) 
+ Não explicadas por outras condições e residindo ou 
tendo visitado áreas endêmicas até 2 semanas antes 
do início dos sintomas, ou em região onde foi 
confirmado caso. 
 
Complicações 
- Meningoencefalite, mielite, paralisisa facial, 
síndrome de Guillain Barré 
- Muito raramente, pode causar uveíte, retinite, 
miocardite, hepatite, nefrite e fenômenos 
hemorrágicos 
- Casos registrados de morte intrauterina 
Diagnóstico 
- Diagnóstico por isolamento viral (até o 3º dia) ou 
PCR (até 8º dia) 
- Sorologia a partir do 4º dia (MAC Elisa positiva a 
partir do 4º dia) 
- Hemograma normal ou leucopenia 
Diagnóstico 
- Repouso (evita artrite) 
- Hidratação + sintomáticos 
* AINEs na artrite subaguda e crônica, mas não 
durante a infecção. 
Zika 
Trato respiratório 
- Causada pelo Zika Vírus (ZIKV), arbovírus da família 
Flaviviridae. 
- Apresenta duas linhagens, africana e asiática. 
- Isolada em 1947, na floresta Zika, em Uganda. 
- Endêmica no leste e oeste africano. 
- Em 2007, surto na Ilha Yap, na Micronésia. 
- Em 2013, grande surto nas ilhas da Polinésia 
Francesa, com mais de 10.000 casos , com 70 casos 
graves de complicações neurológicas ou autoimunes. 
- Casos importados descritos na Itália, Austrália, 
Alemanha, Canadá, Japão e EUA. 
 - Em 2014, encontrado na Ilha de Páscoa 
 - Em AL, confirmados 13 casos (Maceió, Mata 
Grande, Colônia de Leopoldina, Arapiraca e 
Maribondo) 
 - Em 2016: 206.207 casos notificados 
 - Em 2017: 17.594 casos notificados 
 - Em 2018: 8.024 casos 
 - Em 2019: 10.715 casos 
Etiologia 
- Transmitida pelo Aedes aegypti em zona urbana 
- Há evidencias fortes de transmissão pelo Culex sp. 
- Foram descritas transmissão perinatal e ocupacional 
e um caso por via sexual 
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- Homens contaminados eliminaram vírus pelo sêmen 
2 meses após quadro clínico. 
Transmissão 
- Incubação de 3-12 dias 
- Pode ocorrer infecção assintomática 
- Febre baixa (ou até inexistente), artralgia, mialgia, 
exantema maculopapular pruriginoso, edema dos 
MMII, hiperemia conjuntival. 
- Mais raramente: dor retrorbital, anorexia, vômitos, 
diarreia e dor abdominal. 
 
Caso Suspeito 
- Febre baixa (<38,5°C) acompanhada de exantema 
maculopapular e um dos seguintes sintomas: 
 *hiperemia conjuntival 
 *ou prurido 
 *ou artralgia 
 *ou edema dos MMII. 
Complicações 
- Síndrome de Guillain Barré em indivíduos que 
tiveram dengue 
- Microcefalia e alterações oculares graves em fetos 
 
Síndrome Congênita ZIKA 
- Ocorre na infecção aguda da gestante e mesmo 
antes da gravidez 
- Microcefalia é a principal manifestação 
- Pode ocorrer Guillain Barré 
- As manifestações dependem da fase da gestação na 
qual ocorreu a infecção pelo vírus Zika. 
 
 
 
Diagnóstico 
- Diagnóstico por PCR até o 5º dia 
- Hemograma normal ou leucopenia 
- Sorologia tem reação cruzada com outros Flavivírus, 
como o DENV. 
Tratamento 
- Tratamento sintomático e hidratação 
- Anti-histamínicos para alívio do prurido 
 
Febre Amarela 
Considerações Gerais 
- Arbovirose aguda, caracterizada como uma febre 
ictero-hemorrágica 
- Antropozoonose de primatas e marsupiais 
- Doença espectral, desde quadros assintomáticos até 
formas fulminantes com necrose hepatocitária 
extensa e morte 
- Causada pelo vírus amarílico (Flavivírus)- Formas clínicas: silvestre e urbana 
Epidemiologia 
- Vetores silvestres: mosquitos Haemogogus e 
Sabethes 
- Vetores urbanos: Aedes aegypti, Aedes albopictus, 
outros Aedes. 
- Hospedeiros vertebrados: homem, outros primatas, 
marsupiais 
- Incubação extrínseca de 9-12 dias 
Transmissão 
- Haemagogus sp. 
- Sabethes sp. 
- Aedes aegypti 
- Hospedeiro Vertebrado: gambá e gambazinho 
 
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Situação epidemiológica 
- Maior epidemia da história brasileira iniciada em 
2016. 
- Baixa cobertura vacinal em áreas endêmicas. 
- Risco iminente de urbanização. 
- Casos frequentes na Bolívia, Peru e Colômbia. 
- Grande epidemia recente em Angola. 
Patogenia 
- Viremia persiste de 48hrs antes até 96 hrs após o 
início da febre. 
- Hepatite aguda, com necrose médio zonal 
- Corpúsculos de Councilman Rocha Lima 
- Lesão renal aguda com IRA 
- Vasculite 
- Envolvimento SNC, causando encefalite 
 
Manifestações Clínicas 
- Incubação de 3-6 dias. 
- Formas oligo/ assintomáticas: 90% 
- Evolução bifásica 
- Febre íctero hemorrágica com falência renal aguda, 
responsável por 10% das formas totais, e 50% de 
óbitos. 
+ Febre + Náuseas 
+ Pulso lento + Vômitos 
+ Cefaleia + Adinamia 
+ Mialgias + Astenia 
+ Mal estar + Hemorragias francas 
+ Lombalgia + Albuminúria 
+ Congestão conjuntival + Oligúria 
+ Rubro facial + Cilindrúria 
+ Artralgias + CIVD 
Diagnóstico Diferencial 
- Outras febres hemorrágicas: Arenavírus, Filovírus 
(Ebola) 
- Dengue hemorrágico 
- Chikungunya 
- Malária 
- Leptospirose 
- Hepatites virais 
- Sepse 
Diagnóstico Etiológico 
- Isolamento viral (até 5º dia): 
 Camudongos recém-nascidos 
 Cultura celular 
 PCR 
- Sorologia (a partir 7º dia): 
 Inibição da hemaglutinação 
 Fixação de complemento 
 MACElisa 
Tratamento 
- Suportivo 
- Hidratação 
- Sintomáticos 
- Controle dos distúrbios hidroeletrolíticos, ácido 
básicos e hemorrágicos 
- Insuficiência renal 
- Insuficiência hepática 
- Infecções secundárias 
Profilaxia 
- Vacinação 
- Combate ao vetor 
- Medidas de proteção individual 
- Monitoramento de morte de macacos 
 
Vacina Amarílica 
- Vírus vivo atenuado 
- Indicada apenas em áreas de risco e viajantes 
- Contra indicada em imunodeprimidos e menores de 
6 meses 
- Dose única e um reforço após 10 anos 
- Em crianças: 9 meses e 4 anos 
- Doses fracionadas em epidemias

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