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INTERAÇÕES CÉLULA - CÉLULA E MATRIZ EXTRACELULAR Profa Karine Lourenzone de Araujo Dasilio Biologia Celular e Molecular As células unem-se entre si e com elementos da matriz extracelular Seres Multicelulares Células Tecidos Órgãos Os tecidos, e, por extensão os órgãos e sistemas, resultam da associação de diferentes tipos de células e matrizes extracelulares Um dos elementos da matriz extracelular com grande relevância para as células epiteliais é a lâmina basal. Ela se dispõe como um tapete molecular entre o pólo basal das células dos epitélios e os elementos do tecido conjuntivo Duas “soluções” foram desenvolvidas para manter as células de um tecido unidas: Os tecidos, e, por extensão os órgãos e sistemas, resultam da associação de diferentes tipos de células e matrizes extracelulares Interações Célula-Célula e Célula Matriz extracelular Matriz extracelular Atua como “aparelho” de junção Atua como “cola biológica” A MATRIZ EXTRACELULAR (MEC) MATRIZ EXTRACELULAR A matriz extracelular (MEC) representa o conteúdo extracelular dos tecidos; nela e sobre ela repousam as células dos vertebrados. Os estudos da matriz extracelular e sua integração com as atividades celulares são relativamente recentes. Os cientistas vêm descobrindo novas funções/importância dos componentes da matriz sobre as funções celulares, de modo a elucidar que a matriz não tem somente papel de suporte mecânico às células. Funções da Matriz Extracelular • Preencher os espaços que não estão ocupados por células; • Conferir aos tecidos resistência à compressão e ao estiramento; • Formar o meio pelo qual há o aporte de nutrientes e a eliminação de escórias celulares; • Proporcionar pontos fixos de ancoragem às diversas classes de células; • Ser um veículo pelo qual migram as células quando se deslocam de um ponto para o outro do organismo, • Ser um meio pelo qual as células recebem substâncias indutores (sinais) provenientes de outras células. Produção da Matriz Extracelular • As células responsáveis pela produção da matriz extracelular são os fibroblastos. • Os condroblastos do tecido cartilaginoso e os osteoblastos do tecido ósseo são tipos celulares resultantes da diferenciação de fibroblastos que secretam a matriz extracelular desses tecidos. Componentes da Matriz Extracelular Essa verdadeira cola biológica é constituída por componentes classificados como fluidos (polissacarídeos) e fibrosos (fibras proteicas), numa combinação que confere a esses tecidos uma imensa resistência à compressão e à tensão. COMPONENTES FLUIDOS COMPONENTES FIBROSOS Glicosaminoglicanos e Proteoglicanos. Proteínas estruturais: Colágenos. Proteínas adesivas: Fibronectina e Laminina. Componentes da Matriz Extracelular Essa verdadeira cola biológica é constituída por componentes classificados como fluidos (polissacarídeos) e fibrosos (fibras proteicas), numa combinação que confere a esses tecidos uma imensa resistência à compressão e à tensão. COMPONENTES FLUIDOS COMPONENTES FIBROSOS Glicosaminoglicanos e Proteoglicanos. Proteínas estruturais: Colágenos. Proteínas adesivas: Fibronectina e Laminina. As glicosaminoglicanas (GAGs) e as proteoglicanas • As GAGs podem estar associadas entre si ou associadas a proteínas, formando grandes complexos proteicos denominados proteoglicanas; • As GAGs, são formadas por unidades repetidas de dissacarídeos, sendo que um dos açúcares sempre é um açúcar aminado (N-acetilglicosamina ou N- acetilgalactosamina) e o segundo açúcar é um ácido urônico (glicurônico ou idurônico) ou uma galactose; • A exceção do ácido hialurônico, todos são sulfatados. • São as moléculas mais negativas que uma célula sintetiza; • Como as cadeias de açúcar são, além de longas, bastante rígidas e hidrofílicas, as GAGs tendem a ocupar um enorme volume; • Por conta da carga negativa, atraem muitos cátions, especialmente Na+ e, consequentemente, mais água, funcionando como verdadeiras esponjas → Resistência a compressão e tensão. As glicosaminoglicanas (GAGs) Os principais glicosaminoglicanas (GAGs) e suas subunidades dissacarídicas repetitivas Devido à presença do sulfato e das carboxilas dos ácidos urônicos, as GAGs são carregadas negativamente, formando uma longa molécula, contendo de 70 a 200 monossacarídeos As glicosaminoglicanas (GAGs) A matriz extracelular confere aos tecidos tanto resistência à compressão (setas riscadas) quanto à tensão (seta vazada) As glicosaminoglicanas (GAGs) As proteoglicanas As proteoglicanas Mais de 100 cadeias de GAG podem se associar a uma única proteína e, ocasionalmente, vários desses proteoglicanos se unem a uma molécula de ácido hialurônico – o glicosaminoglicano de maior tamanho, dando origem a agregados moleculares enormes Matriz Extracelular e a osteoartrose Componentes da Matriz Extracelular Essa verdadeira cola biológica é constituída por componentes classificados como fluidos (polissacarídeos) e fibrosos (fibras proteicas), numa combinação que confere a esses tecidos uma imensa resistência à compressão e à tensão. COMPONENTES FLUIDOS COMPONENTES FIBROSOS Glicosaminoglicanos e Proteoglicanos. Proteínas estruturais: Colágenos. Glicoproteínas adesivas: Fibronectina e Laminina. As fibras colágenas são as proteínas estruturais mais abundantes da Matriz Extracelular • As fibras colágenas são compostos por fibrilas, que tem como unidade molecular básica o tropocolágeno (molécula proteica fibrosa de 300nm de comprimento e 1,5nm de espessura); • O tropocolágeno é composto por três cadeias polipeptídicas (cadeia α) de colágeno do mesmo tamanho trançadas em forma helicoidal; • A periodicidade de 67nm nas estrias das fibrilas colágenas é porque o topocolágenos se agregam em paralelo e se sobrepõem em uns três quartos do seu comprimento. As fibras colágenas são as proteínas estruturais mais abundantes da Matriz Extracelular As fibras colágenas são as proteínas estruturais mais abundantes da Matriz Extracelular • O genoma humano contém 42 genes distintos que codificam diferentes cadeias α de colágeno. • Em todas as cadeias α de colágeno, a seguinte organização é encontrada: • 1/3: dos aa é glicina; • 1/3: prolinas e hidroxiprolinas; • 1/3: aa de tipos distintos. • Diferença entre as cadeias α origina os diferentes tipos de colágeno: cerca de 27 tipos de colágeno: rigidez, elasticidade, força de tensão variáveis. A: Uma única cadeia α de Colágeno, na qual cada aa é representado por uma esfera. B: Molécula de colágeno na qual as 3 cadeias α, são enroladas umas as outras, formando uma hélice. Sequência - Gly-X-Y (X e Y são aa) Diferentes tipos de colágeno A fibronectina e a laminina são proteínas adesivas da Matriz Extracelular • FIBRONECTINA: • É uma glicoproteína fibrosa, composta por duas subunidades polipeptídicas ligadas entre si por ponte dissulfeto próxima às suas extremidades carboxila; • Cada subunidade possui dois domínios: um se conecta a uma proteína da membrana plasmática da célula e o outro à fibra colágena. • LAMININA: • É uma glicoproteína fibrosa, composta por três subunidades polipeptídicas ligadas entre si por ponte dissulfeto; • Apresenta forma de cruz, com um braço longo e três braços curtos. A fibronectina e a laminina são proteínas adesivas da Matriz Extracelular INTERAÇÕES CÉLULA MATRIZ EXTRACELULAR UNIÃO DAS CÉLULAS COM A MATRIZ EXTRACELULAR Os contatos focais unem as células de alguns tecidos conjuntivos com componentes da matriz extracelular UNIÃO DAS CÉLULAS COM A MATRIZ EXTRACELULAR Os hemidesmossomos ancoram as células epiteliais na lâmina basal: LAMININA Laminina: Lamina Basal CITOSOL MEC UNIÃO DAS CÉLULAS COM A MATRIZ EXTRACELULAR: CONTATO FOCAL E HEMIDESMOSSOMOS Não são encontrados no tecido conjuntivo São encontrados no tecido conjuntivo INTERAÇÕES CÉLULA-CÉLULA Os oligossacarídeos interatuantespara o reconhecimento e adesão podem ser diferentes ou iguais INTERAÇÕES CÉLULA-CÉLULA UNIÕES TRANSITÓRIAS ENTRE AS CÉLULAS DIAPEDESE: o reconhecimento de carboidratos da superfície dos leucócitos é o primeiro passo da sua migração do sangue para o local de infecção. Em vários processos biológicos ocorrem adesões transitórias entre tipos celulares diferentes: Reconhecimento e Adesão celular UNIÕES ESTÁVEIS ENTRE AS CÉLULAS As células do epitélio se unem entre si por meio de quatro tipos de estruturas: 1) Junção oclusiva; 2) Cinturão de adesão; 3) Desmossomo; 4) Junção comunicante. UNIÕES ESTÁVEIS ENTRE AS CÉLULAS As células do epitélio se unem entre si por meio de quatro tipos de estruturas: 1) Junção oclusiva; 2) Cinturão de adesão; 3) Desmossomo; 4) Junção comunicante. JUNÇÃO OCLUSIVA • Também conhecida como junção estreita, zônula de oclusão ou junções tight; • Adere firmemente às membranas plasmáticas das células epiteliais contíguas por meio de uma franja de conexão não muito larga, situada imediatamente abaixo da superfície livre do epitélio; • Impedem a passagem de substâncias entre as células do epitélio. JUNÇÃO OCLUSIVA • As proteínas que formam as junções de oclusão, por estarem ligadas umas às outras, formando fileiras, e às proteínas correspondentes na membrana da célula adjacente, não apenas não se movem livremente no plano da bicamada lipídica em que se inserem como também não permitem que proteínas inseridas na porção apical da membrana plasmática passem para a porção basolateral da célula, e vice-versa: polaridade celular. As proteínas integrais de membrana ocludinas e claudinas formam três ou mais fileiras paralelas à superfície do epitélio JUNÇÃO OCLUSIVA Polaridade da célula do intestino delgado UNIÕES ESTÁVEIS ENTRE AS CÉLULAS As células do epitélio se unem entre si por meio de quatro tipos de estruturas: 1) Junção oclusiva; 2) Cinturão de adesão; 3) Desmossomo; 4) Junção comunicante. CINTURÃO DE ADESÃO • Também conhecida como desmossoma de adesão, barra terminal ou zônula de aderência; • Localizado logo abaixo da zona oclusiva; • Formado por glicoproteínas caderinas e o filamento de actina corticais; • As caderinas se ligam aos filamentos de actina pelas proteínas ligadoras placoglobina, catenina, alfa- actina e vinculina. CINTURÃO DE ADESÃO • As caderinas dão lugar a uma franja proteica que circunda as paredes laterais da célula, da mesma largura que a franja de filamentos de actina com o qual se acham conectadas; • A união intercelular acontece com as caderinas se conectando por meios de seus domínios externos, por adesão homofílica; • O nome cinturão de adesão está associado à duas características: 1) disposição circular das caderinas e filamentos de actina e 2) as propriedade das caderinas de se aderir mutuamente; • O conjunto de cinturões de adesão forma uma trama transepitelial da qual se deriva parte da resistência lateral dos epitélios. CINTURÃO DE ADESÃO UNIÕES ESTÁVEIS ENTRE AS CÉLULAS As células do epitélio se unem entre si por meio de quatro tipos de estruturas: 1) Junção oclusiva; 2) Cinturão de adesão; 3) Desmossomo; 4) Junção comunicante. DESMOSSOMA • Ao contrário da junção oclusiva ou do cinturão de adesão, constituem junções puntiformes entre as células epiteliais; • São encontrados abaixo do cinturão de adesão, distribuídos irregularmente nas paredes laterais das células. DESMOSSOMA • Inclui um grupo de proteínas da família das caderinas: desmogleína I, desmocolina II e desmocolina III; • A união intercelular acontece com as caderinas se conectando por meios de seus domínios externos; • Seus domínios citosólicos associam-se a filamentos intermediários de queratina. Essa associação é mediada pela placa discoide que inclui as proteínas ligadoras desmoplaquina I, desmoplaquina II e placoglobina. Proteínas da família das caderinas (desmogleína I, desmocolina II e desmocolina III) DESMOSSOMA • Além de unir fortemente as células epiteliais entre si, os desmossomos e os filamentos de queratina compõem uma rede transcelular estendida por todo o epitélio que lhe confere uma grande resistência mecânica; • Nos diferentes tecidos, o número de desmossomos é proporcional ao grau de tensão ou estiramento a que são submetidos. UNIÕES ESTÁVEIS ENTRE AS CÉLULAS As células do epitélio se unem entre si por meio de quatro tipos de estruturas: 1) Junção oclusiva; 2) Cinturão de adesão; 3) Desmossomo; 4) Junção comunicante. JUNÇÃO COMUNICANTE • Também conhecida como junções em fenda, junções gap ou nexus; • São canais que comunicam os citoplasmas das células epiteliais adjacentes; • Estão agrupadas em conjuntos isolados, cada um composto por alguns poucos ou por centenas de conexões. JUNÇÃO COMUNICANTE • Constituídas de proteínas formadoras de canais (conexinas): 6 Conexinas formam um Canal; • Alguns solutos são compartilhados pelas células a partir das junções comunicantes (não macromoléculas). Exemplos: íons inorgânicos, monossacarídeos, vitaminas, nucleotídeos, AMPc, ATP → acoplamentos metabólicos e elétricos entre as células; • A abertura dos canais está relacionada a concentração intracelular do íon cálcio: o aumento resulta no fechamento dos canais e, consequentemente, da conexão entre as células. JUNÇÃO COMUNICANTE Membrana plasmática interagindo Canal de 1,5nm de diâmetro Canal composto por 6 subunidades Um canal aberto entre duas células adjacentes Fenda de 2-4 nm Resumo das interações Célula-Célula e Célula Matriz extracelular
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