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MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF Matri� extracelula� As células estão associadas e unidas umas às outras. Os elementos que participam e compõem as adesões célula/célula e célula/matriz conferem uma multitude de possibilidades funcionais para o tecido e para o órgão do indivíduo A matriz é sintetizada pelas células de cada tecido e esses componentes produzidos e secretados interagem uns com os outros e com as células do interstício Matriz extracelular Conjunto de proteínas e polissacarídeos secretados por células específicas para o meio extracelular, onde se organizam sob diferentes formas, interagindo com os diferentes tipos celulares e influenciando suas funções CARACTERÍSTICAS GERAIS: Os tecidos são constituídos por uma rede de células, macromoléculas (proteoglicanas) de componentes fibrosos que preenchem os espaços extracelulares formando a matriz extracelular Participam da diversidade morfológica, funcional e patológica dos diversos tecidos É produzida e orientada pelas próprias células Tecidos conectivos - fibroblastos (principais células envolvidas na cicatrização e têm por principal função a manutenção da integridade do tecido conjuntivo, pela síntese dos componentes da matriz extracelular) Em tecidos conectivos especializados como a cartilagem, os ossos e a derme. Pode estar calcificada formando dentes, tendões e carapaças É escassa no tecido nervoso e epitelial FUNÇÕES: Suporte mecânico Desenvolvimento Migração Proliferação MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF Forma celular Porção fibrosa Se estrutura de modo alongado - formam fibras Resistência à tensão Colágeno Diversas cadeias de colágeno estão associadas de modo paralelo e linear, uma se polimeriza em sequência da outra. A sequência em paralelo forma a fibrila de colágeno, que é o resultado da associação em paralelo de várias moléculas de colágeno. As fibrilas se agregam de modo paralelo na matriz, formando as fibras de colágeno; o resultado dessas associações das fibras de colágeno são os feixes de colágeno MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF Proteína rica em glicina, que faz ligações cruzadas com outras glicinas de outros colágenos. Essa característica colabora para as inúmeras associações para as cadeias de colágeno Principais proteínas da matriz extracelular Conferem integridade estrutural, resistência e pontos de ancoragem Se agrupam em feixes e são resistentes a tensão Colágenos associados à fibrila: ajudam na organização, ligação das fibrilas entre si e com as macromoléculas da matriz Formado por 3 cadeias polipeptídicas em formato de tripla-hélice, como uma “corda super torcida" Doenças relacionadas: 1. Escorbuto: a vitamina C é a responsável por hidroxilar o colágeno; na sua falta, o colágeno fica frouxo, não consegue segurar muito bem 2. Síndrome de Ehlers Danlos: mutações afetam principalmente o colágeno tipo I e o colágeno tipo III. Doença com caráter genético do tecido conjuntivo, apresentando-se sob diferentes formas, relacionadas a defeitos em diferentes etapas da síntese de colágeno Síntese do colágeno Etapa intracelular: ● Síntese das cadeias alfa por ribossomos associados ao retículo endoplasmático granuloso (REG), cada uma com seus peptídeos terminais. A cadeia polipeptídica sofre modificações no próprio retículo a fim de adquirir a sua organização em tripla hélice ● Organização em tripla hélice na forma de corda super torcida- associação de três cadeias alfa - formação da molécula precursora do colágeno (pró-colágeno), que sofre outras alterações no aparelho de Golgi ● Modificações adicionais de pró-colágeno no meio extracelular Etapa extracelular ● Modificações da molécula de pró-colágeno - clivagem dos peptídeos terminais pela pró-colágeno-peptidase - formação do tropocolágeno. Permite que a molécula de colágeno possa se polimerizar de modo linear, ocasionando as fibrilas de colágenos. A molécula tem essa “ponta solta” para que as moléculas não se juntem no meio intracelular, o que causaria a morte da célula. Torna-se necessário que algo impeça que as moléculas se juntem dentro das células (as perninhas). Já no meio extracelular, as moléculas podem se juntar, assim a enzima age para clivar as “sobras” ● Polimerização linear das moléculas de tropocolágeno - associação paralela de fileiras de moléculas polimerizadas - formação das fibrilas colágenas (fibrilogênese) ● Formação de ligações cruzadas intermoleculares e intramoleculares entre resíduos de lisina (ação da lisil-oxidase) - incremento à resistência das fibrilas colágenas e trações MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF ● Para que a molécula de colágeno tenha sua conformação final, precisa ser totalmente enovelada. A prolina e a lisina são aminoácidos que podem ser hidroxilados, promovendo a união das 3 cadeias polipeptídicas. MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF Elastina Confere elasticidade aos tecidos, é uma proteína hidrofóbica e amorfa São constituídas por núcleo de elastina recoberto por microfibrilas de fibrilina Principal proteína dos vasos sanguíneos. Muito encontrado também no pulmão, pele, ligamentos, nervos periféricos... Elasticidade: capacidade de deformação de um determinado tecido após a aplicação de uma força por exemplo; cessada a força, ele volta ao normal Elastina: molécula alongada que se enovela sobre si mesma; à medida que uma tensão é aplicada essas moléculas se esticam e quando a força é retirada eles retornam para o seu estado inicial (enoveladas) MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF Fibrilinas: formadas por 3 diferentes tipos de cadeia, formando as microfibrilas, que se associam de modo variável com os componentes da elastina - servem como arcabouço Síntese dos componentes do sistema elástico da matriz extracelular Deposição de fibrilina em arranjos paralelos próximo à superfície celular (meio extracelular), formando as microfibrilas Maturação das microfibrilas através da formação de ligações cruzadas entre os aminoácidos pela ação de transglutaminases Organização de microfibrilas em feixes paralelos (durante esse processo, as células também produzem e secretam elastina, que são depositadas no meio das miofibrilas previamente produzidas e sintetizadas Deposição de tropoelastina em meio aos feixes de microfibrilas (as microfibrilas de fibrilina inicialmente produzidas e secretadas servem como arcabouço extracelular para receber a deposição da elastina) Ação da lisil-oxidase na estabilização da tropoelastina, transformando-a em elastina insolúvel Doenças relacionadas: Síndrome de Marfan - doença genética ocasionada por uma mutação no gene fibrilina-1, comprometendo sua expressão e a consequente formação dos componentes do sistema elástico - elastina não fica compacta em meio ao arcabouço das microfibrilas Porção não fibrosa Os elementos não se estruturam de modo alongados, mas sim de modo diverso no meio da matriz Glicosaminoglicanas (GAGs) São cadeias polissacarídicas não ramificadas compostas de unidades dissacarídicas repetidas, carregadas negativamente - as altas densidades de cargas negativas atraem nuvens de cátions, principalmente o Na+, além de atrair água Formam géis hidratados (líquido intersticial) - são hidrofílicas, por isso têm conformação estendida (grande volume com relação a massa) Confere grande suporte por compressão (ex: cartilagem do joelho) MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF GAGs - cadeias de polissacarídeos não ramificadas (carga negativa - radicais sulfato e carboxila), atraem moléculas com carga positiva como o sódio, e consequentemente há a formação de gel devido a alta hidrofilia São altamente organizados, podem se associar entre si e com proteínas Quatro principais tipos: 1. Ácido hialurônico (único não sulfatado) 2. Dermatan Sulfato 3. Condroitin Sulfato 4. Heparan Sulfato 5. Queratan Sulfato As GAGs são ligadas a um núcleo protéico formando as proteoglicanas (exceção ác. hialurônico) O núcleo protéico é produzido no retículo endoplasmático e os polissacarídeos são adicionados no complexo de Golgi PROTEOGLICANAS Complexos macromoleculares formados pela associação de GAGs com uma proteína central Quantidades e qualidades variáveis deGAGs associados a uma proteína nos diferentes proteoglicanos Proteoglicanos também são componentes da membrana plasmática de diferentes células - glicocálix, sinalização celular Formam uma substância hidratada do tipo gel, onde as proteínas estão inseridas Funções: São filtros seletivos, ou seja, regulam o tráfego de moléculas e células Ligam-se à moléculas sinalizadoras secretadas, como fatores de crescimento e quimiocinas, podendo aumentar ou inibir sua atividade sinalizadora Heparan Sulfato: liga-se ao FGF, que ativa a divisão celular MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF Glicoproteínas Proteínas associadas a oligossacarídeos Fibronectina e laminina: encontrados na lâmina basal Lâmina basal: Matriz extracelular especializada, formada por diferentes glicoproteínas e proteoglicanos, associada à superfície basal dos epitélios Camada fina e flexível que forra todas as camadas de células epiteliais Circundam células musculares, células adiposas e células de Schwann Separa o epitélio do tecido conjuntivo É sintetizada pelas células que repousam sobre ela É formada por diferentes tipos de colágeno, proteoglicana e laminina (principal proteína) Apresenta funções estruturais e filtrantes: polaridade celular, metabolismo e proliferação, diferenciação e regeneração do tecido epitelial Fibronectina Dímero proteico, com função adesiva Domínios de ligação para moléculas da matriz e receptores da superfície celular MAÍZA SANTANA - NUT/UFJF Forma solúvel - papel na coagulação, cicatrização e fagocitose Tem formato de V pela associação de duas cadeias de proteínas unidas por pontes dissulfeto As duas cadeias polipeptídicas são similares, mas geralmente não são idênticas (codificadas pelo mesmo gene, mas com splicing dos mRNAs diferentes). Elas são ligadas por duas ligações dissulfeto próximas ao C-terminal. Cada cadeia tem cerca de 2.500 aminoácidos de extensão, sendo dobrada em cinco ou seis domínios conectados por segmentos de polipeptídeos flexíveis. Cada domínio é especializado para se ligar a uma determinada molécula ou célula, como indicado nos cinco domínios. Laminina Estrutura da laminina. (A) As subunidades da molécula da laminina-1 e alguns de seus sítios de ligação para outras moléculas (retângulos amarelos). A laminina é uma glicoproteína multidomínio, composta de três polipeptídeos (alfa, beta e gama) que são ligados por ligações dissulfeto em uma estrutura assimétrica em forma cruzada. Por meio de seus sítios de ligação para outras proteínas, as moléculas de laminina desempenham um papel central, organizando e reunindo a lâmina basal e ancorando-a às células.
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