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Hemorragias da Segunda Metade da Gestação 1. Quais condições que podem causar sangramentos na segunda metade da gestação? 2. V ou F : Paciente com 10 semanas de gestação vai fazer ultrassom que detecta descolamento prematuro de placenta, logo estaremos diante de um descolamento prematuro de placenta. 3. O que é a placenta prévia? 4. Quais são os tipos de placenta prévia? 5. V ou F : Paciente acima de 28 semanas com placenta prévia completa possui indicação absoluta de interrupção da gravidez por via cesárea. 6. Fatores de risco para placenta prévia? 7. Como é o quadro clínico de uma placenta prévia? 8. V ou F: Na hemorragia de placenta prévia a origem do sangue é materna. 9. Conduta em um caso de uma placenta prévia? 10. Quais são as complicações associadas a placenta prévia? 11. O que é a DPPNI ? 12. O que é a gestose hemorrágica? 13. Qual a causa da DPPNI? 14. Quadro clínico da DPPNI? 15. Fisiopatologia da DPPNI? 16. Classificação de Sher. 17. Complicações da DPPNI. 18. Diagnósticos diferenciais da DPPNI 19. Manejo da DPPNI 20. Descolamento prematuro de placenta crônico 21. Rotura de seio marginal 22. Vasa prévia 23. Tipos de Vasa prévia 24. Quadro clínico da Vasa prévia 25. Fatores de risco da Vasa prévia Gabarito Hemorragias da Segunda Metade da Gestação 1. -Causas obstétricas: descolamento prematuro de placenta, placenta prévia, ruptura uterina, vasa prévia, ruptura do seio marginal, placenta circunvalada ou bilobada, síndrome de HELLP, fígado gorduroso agudo,embolia amniótica, feto morto retido, modificações plásticas do colo -Causas não obstétricas: hematopatias, patologias cervicais ou vaginais. 2. Falso, só pode considerar descolamento prematuro de placenta (DPP) quando a paciente está com mais de 22 semanas de gestação, nesse caso seria uma ameaça de abortamento.Isso acontece devido as diferentes causas a depender da idade gestacional. 3. Presença de tecido placentário inserido total ou parcialmente no segmento inferior do útero,após 28 semanas de gestação. 4. Centro-total/centro-parcial: placenta prévia propriamente dita, placenta recobre o orifício cervical interno total ou parcialmente Placenta de inserção baixa: placenta prévia marginal, bordo da placenta está a ≤ 2 cm de distância do orifício, perto do orifício, mas não oclui nem total nem parcialmente 5. V por conta do risco de hemorragia, se ela cessar o sangramento pode tentar manter a gravidez até a 37ª semana. 6. Aumento de cesáreas: risco de 1,9% com 2 cesáreas; 4,1% com ≥ 3 cesáreas, inserção viciosa de placenta em gestação anterior: ↑ 8x, gestação múltipla,curetagens , idade materna avançada e multiparidade (fatores de risco diferentes que se confundem, porque pacientes mais velhas geralmente têm mais filhos) e tabagismo 7. Sangramento vaginal da 2ª metade da gestação, indolor, vermelho vivo, de início súbito, de caráter recorrente e gravidade progressiva. o útero apresenta tônus fisiológico quando não está em contração (diagnóstico diferencial).Em 75% dos casos, o sangramento é autolimitado, geralmente não precisa de outras condutas 8. V, o sangue é de origem das artérias endometriais na inserção viciosa da placenta. 9. Manter a estabilidade hemodinâmica, porque pode perder muito sangue.Colher exames laboratoriais, solicitar reserva sanguínea (eventualmente, pode precisar de transfusão).Se a hemorragia ocorre com IG < 34 semanas: corticosteroide para amadurecimento fetal, porque deve-se considerar a possibilidade de se fazer um parto prematuro terapêutico devido a possibilidade de repetição do sangramento, que pode levá-la à instabilidade. Mesmo que a origem do sangramento seja materna, não tem como garantir se existiu ruptura de vaso fetal e se existiu contato entre o sangue materno e fetal (é considerada uma hemorragia feto-materna). Se Rh negativo: profilaxia anti-D (administrar imunoglobulina anti-D se elas forem não sensibilizadas, ou seja, Coombs indireto negativo) . As gestantes com placenta prévia, mesmo que assintomáticas, devem procurar o hospital após qualquer sangramento e evitar atividades físicas e sexuais após a 28a semana. Na presença de sangramento vaginal/contrações uterinas em suspeita de placenta prévia, internação imediata da paciente → controle materno e da vitalidade fetal. 10. Acretismo placentário: quando a placenta invade a camada basal do endométrio, podendo alcançar o miométrio, a serosa uterina e outras estruturas abdominais. Muito associada à placenta prévia.Vasa prévia .Hemorragia materna ↳ Anteparto ↳ Intraparto: se placenta com inserção anterior, pode ser que a incisão precise ser no local onde a placenta está inserida para poder alcançar o bebê, geralmente causando sangramento importante ↳ Pós-parto: geralmente, o segmento uterino onde a placenta estava inserida não consegue contrair de forma adequada, sendo candidatas à atonia uterina. Transfusão sanguínea Histerectomia: principalmente nos casos de acretismo e hemorragia pós-parto Morte materna Hipóxia fetal (devido à perda sanguínea da mãe), restrição de crescimento fetal Prematuridade 11. Descolamento prematuro de placenta normalmente inserida, Separação intempestiva da placenta implantada no corpo do útero, antes do nascimento do feto, em gestação > 20 semanas. 12. É a confluência de Síndrome Hipertensiva da Gestação + DPPNI. 13. Traumática: acidentes, versão cefálica externa (bebê está na apresentação pélvica e tenta-se verter à cefálica, o movimento do bebê pode gerar DPPNI), ↓ súbita de pressão intrauterina (ex: saída de líq. amniótico, amniorrexe, em casos de polidrâmnio), cordão curto e movimentação fetal excessiva Não traumática: DPPNI prévio, pré-eclâmpsia, hipertensão crônica, gestação múltipla, polidrâmnio, rotura prematura de membranas, corioamnionite, tabagismo, idade materna e multiparidade .O principal fator de risco são as doenças hipertensivas 14. Sangramento vaginal súbito, escuro, pequena a moderada quantidade (contudo, isso não prediz magnitude do descolamento porque o sangramento que ela exterioriza é muito menor do que o coágulo retroplacentário) . Dor abdominal importante: irritação das fibras uterinas pelo sangue Hipertonia uterina Vitalidade fetal comprometida ou não: depende da quantidade de placenta que descolou Sinais de choque materno Se no parto ou na USG é identificável coágulo, acredita-se que o processo iniciou há cerca de 4 horas,porque se for muito recente não dá tempo de formação do coágulo 15. 1. Ruptura de artérias espiraladas na decídua basal (origem do sangramento é materna) 2. Sangue alcança área de clivagem placenta-decídua 3. O sangue estimula o descolamento de outras áreas (processo que se auto-alimenta) 4. O útero responde contraindo, porque o sangue irrita o músculo liso uterino. Parte do sangue pode coagular. 5. Isso pode gerar hematoma retroplacentário (contido, sem sg. externo) ou uma hemorragia externa (maioria dos casos, exteriorização do sangramento) 6. Quanto mais coágulos se formam, maior é a liberação de tromboplastina na circulação materna (predisposição a coagulopatias e eventualmente CIVD) 7. Além de ser irritativo para as miofibrilas, dependendo do sangramento o sangue pode invadir o miométrio e dissociar as miofibrilas (perda da configuração anatômica e histológica do útero) 8. Apoplexia uteroplacentária ou Útero de Couvelaire: atonia uterina devido à desorganização da estrutura miometrial; coloração azulada marmórea característica. OBS: é importante diferenciar a origem do sangramento da placenta prévia e do DPPNI, embora ambos sejam maternos, o segundo origina-se das art. espiraladas. Sugere-se que o DPPNI seja decorrente de uma 2a onda de invasão trofoblástica deficiente (placentação defeituosa no 1ª trimestre, remodelação incompleta das artérias espiraladas) A área descolada não realiza troca de nutrientes ou oxigênio, se chegar em 50% de descolamento daquela placenta, ocorre óbito fetal Hipertonia e coágulo: estimula descolamento de outras áreas → ↑ pressão intra-amniótica (pode haver hemoâmnio, passagem de sanguepara líq. amn.) Muitas vezes, a maior pressão intra-amniótica acelera o trabalho de parto. Se já há algum grau de dilatação de colo, é interessante realizar amniotomia para diminuir a pressão intrauterina, a fim de acelerar a dilatação cervical e a ultimação do parto, que é o que acaba a fisiopatologia da doença. Parto em alude: comum de ocorrer em DPPNI, é a expulsão de feto, placenta e anexos de uma vez só (em turbilhão) 16.❖ Grau I (leve) Assintomático ou oligossintomático Sangramento discreto, escuro, sem hipertonia uterina importante Vitalidade fetal preservada Paciente estável hemodinamicamente Achado pós-parto de coágulo retroplacentário (muitas vezes identificado só no momento do parto) ❖ Grau II (moderado) Sangramento importante Alterações hemodinâmicas maternas (↑ FC, ↓ PA) Queda do fibrinogênio Vitalidade fetal comprometida ❖ Grau III (grave) Existiu óbito fetal (possivelmente, há mais de 50% de descolamento da placenta) Hipertonia uterina importante Hipotensão materna, sinais de choque IIIA: sem coagulopatia / IIIB: com coagulopatia 17. Hipovolemia, insuficiência renal aguda por necrose tubular renal (reversível) Causa mais comum de necrose cortical renal aguda na gravidez (irreversível) Liberação de tromboplastina na circulação materna pode causar consumo de fatores de coagulação, culminando com CIVD (coagulação intravascular disseminada) Hemorragia pós-parto: atonia uterina e distúrbios de coagulação 18. Trabalho de parto Placenta prévia ou placenta de inserção baixa Ruptura uterina Hematoma subcoriônico 19. Situação de urgência/emergência de diagnóstico clínico O coágulo retroplacentário é visível pela USG em apenas 25-50% dos casos ❖ Feto vivo: Parto vaginal: nos casos em que o parto é iminente e a gestante está estável, pois será mais rápido Parto cesárea: parto não iminente ou presença de instabilidade materna, sofrimento fetal, trabalho de parto lento (a fim de interromper o processo fisiopatológico) ❖ Feto morto: Parto vaginal: gestante estável Parto cesárea: gestante instável 20. Sangramento vaginal recorrente, de pequena monta, hipertonia uterina ausente ou discreta É difícil de dar o diagnóstico, mas estima-se que até 20% dos descolamentos sejam considerados crônicos Cardiotocografia geralmente normal, ausência de coagulopatia materna Parto geralmente ocorre em até uma semana após o diagnóstico Conduta expectante: se feto com boa vitalidade e gestante estável A presença de descolamento é uma contraindicação relativa para fazer tocólise, porque não gera mudança nos desfechos, mas avaliar uso de corticoterapia se IG < 34 semanas CAOS: sequência de descolamento crônico – oligoâmnio (o descolamento gerando diminuição do líquido amniótico). Geralmente, se aparece no 2o trimestre, é de mau prognóstico 21. Pode ser uma causa frequente de sangramento da 2a metade, mas necessita de confirmação histológica (coágulo no local do seio marginal) → diagnóstico diferencial Sangramento de origem materna, indolor, intermitente, vermelho (vivo ou escuro) O seio marginal é a porção periférica do espaço interviloso, quase sempre não tem vilosidades propriamente ditas, apenas algumas microvilosidades Após banhar as microvilosidades, o sangue retorna através de orifícios venosos na placa basal O volume sanguíneo no seio marginal é cerca de 150 mL, mas é renovado constantemente pelo fluxo sanguíneo genital (3-4 vezes por minuto), por isso o sangramento pode ser contínuo 22. Vasos umbilicais estão desprotegidos da geleia de Warthon e passam, através das membranas (são protegidos apenas pela membrana corioamniótica), sobre o orifício cervical interno (vasos ficam entre a apresentação fetal e o canal de parto) 23. Tipo 1: inserção velamentosa do cordão Tipo 2: vasos entre os lobos de placenta sucenturiada ou bilobada (os vasos comunicam os dois lobos placentários, caso essa comunicação fique em cima do orifício cervical interno, há vasa prévia) OBS: a placenta sucenturiada tem um grande lobo e um lobo acessório placentário. Já a bilobada tem dois lobos de aproximadamente mesmo tamanho. 24. Placenta de inserção baixa no 2º trimestre (o processo de migração placentária pode deixar vasos perto da membrana, podendo gerar inserção velamentosa de cordão) Placenta sucenturiada/bilobada: é necessário pesquisar vasa prévia nessas gestantes Fertilização in vitro 25. Sangramento de origem fetal, é um quadro dramático 100 mL de sangue perdidos pelo feto já leva a choque hemorrágico fetal Cardiotocografia: traçado sinusoidal da frequência cardíaca fetal (sinal iminente de morte fetal) Resolução: cesárea
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