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2021 - Auditoria Contábil e Operacional - Teoria

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Auditoria Contábil e Operacional
Aula 1: Auditoria
Apresentação
Nesta aula, serão abordados os principais aspectos relativos à auditoria, ou seja, será apresentado um conceito inicial demonstrando para que serve a técnica contábil, suas possíveis aplicações e quem são seus usuários.
Além disso, serão demonstrados os diferentes tipos de auditoria e seus campos de atuação, bem como suas especificidades, uma vez que o processo de auditoria pode ser aplicado a diferentes itens ou demonstrações; pode ter diferentes objetivos, auditados e diferentes entidades (setor público e privado).
Por fim, será dada ênfase na diferença entre o processo de auditoria interna e externa, pois ambas são complementares e importantes para os entes auditados.
Objetivos
· Identificar os principais conceitos de auditoria;
· Reconhecer os diferentes tipos de auditoria;
· Analisar para que serve a auditoria e seus campos de aplicação.
O conceito
 Auditoria.
A auditoria, da forma que é utilizada atualmente como ferramenta de trabalho, começou a ser empregada na Europa após a Revolução Industrial, deixando de ser uma mera ferramenta e começando a ser usada em grandes empresas.
Sendo assim, é marcada por uma data desconhecida de criação, mas passa por uma evolução apontada pelo surgimento de alguns órgãos como:
1314
Cargo de auditor do tesouro, na Inglaterra.
1886
Associação dos Contadores Públicos Certificados (AICPA), nos Estados Unidos.
1934
Security and Exchange Commission (SEC) também nos EUA, em 1934.
Saiba mais
A partir da criação da SEC a profissão assumiu importância e criou um novo estímulo para aquelas empresas que tinham valores negociados em bolsa, pois elas passaram a utilizar esses serviços para garantia de sua credibilidade.
Evolução no Brasil
 Auditoria.
Segundo Attie (2011), o progresso da auditoria surgiu pela necessidade de confirmação, por parte dos investidores e proprietários, quanto à realidade da empresa.
No Brasil, a evolução está ligada à instalação de multinacionais de auditoria independente, passando pela vinda de grandes empresas internacionais que necessitavam desses serviços.
Fazendo um breve histórico, do cenário brasileiro, temos:
 Mapa do Brasil (Fonte: Arthimedes/Shutterstock).
1. Filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;
2. Financiamento de empresas brasileiras por entidades internacionais;
3. Crescimento de empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas;
4. Evolução do mercado de capitais;
5. Criação de normas de Auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil, em 1972;
6. Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei da Sociedade por ações.
Dessa forma, foi possível notar que a evolução da auditoria, no Brasil, começa com a expansão das empresas e tem o seu ápice no momento de criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76) determinou que as companhias abertas observassem as normas expedidas pela CVM e que também passassem por auditoria realizada por auditores registrados na mesma Comissão.
Accountability
Silva (2012) apresenta a auditoria como um processo pautado em verificações e que, quando finalizado, terá um relatório.
Para o autor, pensando ainda de uma forma mais ampla, existe o conceito de accountability ligado à obrigação de determinado ente responder pelos recursos alocados à sua disposição, ou seja, de prestar contas, decorrente de responsabilidade delegada.
Dentro do raciocínio da accountability é preciso compreender que o Congresso delega responsabilidade para duas figuras:
Administrador Público
Baseado em lei, o administrador terá condições para aplicar os recursos de forma eficiente e eficaz. O auditor, representado pela figura do Tribunal de Contas, fará a verificação dos recursos e se eles estão sendo aplicados de acordo com a legislação e o Congresso. (SILVA, 2012)
De forma análoga, podemos considerar o conceito na empresa privada. O administrador tem a responsabilidade de gerir a empresa de forma eficiente e eficaz para otimização dos recursos e geração de lucro.
Auditor
O auditor verifica se os recursos estão sendo utilizados de acordo com as metas e as diretrizes gerais e informa ao Conselho Administrativo. O parecer de auditoria publicado produz efeitos também junto ao mercado e aos acionistas. (SILVA, 2012, p. 5)
Campos de aplicação
Basicamente, a Auditoria possui dois campos de aplicação:
Público
Os processos de verificação estão atrelados à comprovação de ações executadas por órgãos e entidades que compõe a administração direta e indireta das três esferas do governo: municipal, estadual e federal.
Na área pública, o conceito de auditoria assume um papel importante.
Você imagina o por quê?
Porque se trata de recursos públicos, e todos os cidadãos possuem direitos e deveres sobre eles.
Neste caso, os interesses da Fazenda Nacional têm que se sobrepor às vantagens individuais.
Pode-se dizer que a auditoria está restrita ao universo contábil ou financeiro das empresas, não se preocupando diretamente com nenhuma outra forma de operação.
Privado
Atua nas empresas privadas em geral, cujo principal objetivo é o lucro.
O campo privado possui seis tipos:
Auditoria contábil
Verificação das demonstrações contábeis de uma empresa, ou determinada entidade (órgão público, por exemplo). Conceitualmente, se propõe à emissão de uma opinião formalizada e padronizada acerca da adequação das demonstrações contábeis, em decorrência da aplicação de procedimentos específicos de auditoria, baseada em normas profissionais e de maneira totalmente independente.
Auditoria operacional
Realizada com o intuito de se fazer uma avaliação tanto da eficiência quanto da eficácia das atividades operacionais que ocorrem nos processos administrativos. Esse tipo de auditoria ocorre para que haja a melhoria contínua dos processos e para que existam soluções para o processo operacional. Ele está previsto conforme a Constituição Federal de 1988, em seus artigos 70 e 71.
Entende-se que a Auditoria Operacional é uma forma de se verificar os procedimentos de acordo com o que é exigido na legislação vigente, serve também para avaliar os controles internos dos entes públicos, ou seja, se eles existem e se estão sendo efetivamente aplicados, quais suas possíveis fragilidades e abrangência e ainda poderá fazer a correção de procedimentos que sejam desnecessários, que geram custos indesejados ou ainda aqueles que podem ser aprimorados.
De forma resumida esse tipo possui os seguintes objetivos:
· identificar possíveis áreas com riscos, possibilitando aos entes a sua correção e melhoria continua;
· fazer recomendações para que haja a melhoria contínua dos processos e da gestão dos entes;
· fazer a avaliação das medidas adotadas para preservar o patrimônio em geral e também para que sejam evitados desperdícios de recursos, por erros ou fraudes;
Auditoria de gestão
Realizada mediante a análise de planos e diretrizes de uma empresa ou entidade para medir a eficiência da gestão, se ela está de acordo com as metas e os planos traçados. Tem como principais objetivos:
· examinar as demonstrações ou os relatórios envolvidos com o processo de tomada ou prestação das contas públicas;
· fazer o exame da documentação comprobatória de atos e fatos administrativos, apurando a sua veracidade;
· no que diz respeito a bens e valores, fazer a verificação física da real existência;
· examinar a eficiência dos controles contábeis e administrativos;
· verificar se está havendo o cumprimento da legislação pertinente à entidade ou órgão.
Auditoria de sistemas
É realizada nos sistemas de informação de determinada entidade para que sejam analisados os controles existentes a fim de minimizar os riscos e as facilidades envolvidos na área de processamento de dados. Pode-se dizer que dentro da auditoria de sistema é possível observar os seguintes objetivos:
· verificar se as informações do sistema estão apresentadas de forma correta;
· verificar se os sistemas estão fazendo o processamento de dados adequadamente;· verificar se existe proteção dos sistemas quanto a algum tipo de fraude;
· analisar a proteção do sistema quanto a possíveis perdas com processamento de dados (problemas na parte física; cópia de segurança dos dados).
Auditoria de programas
É voltada para o exame, a avaliação, bem como a execução de programas e projetos da área governamental, visando examinar a aplicação de recursos descentralizados. Além disso, possui os seguintes objetivos principais:
· análise da realização efetiva da parte físico-financeira em detrimento de metas e objetivos estabelecidos em relação aos sistemas;
· no que diz respeito à verificação e avaliação da eficiência gerencial a auditoria de programas irá contribuir para o acompanhamento e a análise de demonstrativos e relatórios de acompanhamento;
· verificação da documentação hábil quanto à realização dos gastos, ou seja, verificará se ela existe e como se apresenta;
· exame de contratos, acordos, convênios entre outros documentos firmados entre as partes para concessão de recursos e andamento das atividades, analisando inclusive a forma legal e as diretrizes desses documentos.
Auditorias especiais
Só ocorrem em situações extraordinárias, por exemplo: o presidente da república, ou ainda ministros, prefeitos ou outras autoridades podem solicitar a verificação dos processos ou das demonstrações de determinado ente.
Na área privada/empresarial, auditorias especiais são realizadas principalmente nos seguintes casos:
· apuração de fraudes;
· aquisição de empresas;
· dissolução de sociedades e
· apuração de haveres.
Auditoria Interna Versus Auditoria Externa
A auditoria interna é aquela que pode ocorrer nas instituições por determinação da Administração, uma vez que é utilizada como forma de assessoria e controle na empresa, pois aponta as possíveis fragilidades e os erros que podem ocorrer em relação aos controles internos da organização.
Outro raciocínio que pode ser aplicado à necessidade de utilização da auditoria interna é quando da expansão dos negócios. Nessa situação, o papel do administrador e do dono da entidade já não se confundem e, em muitos casos, o proprietário necessita desse tipo de auditoria para que sejam verificadas as normas e os procedimentos internos. Uma vez que esse proprietário já não pode mais supervisionar pessoalmente se estão sendo cumpridas todas suas determinações. Além disso, ela pode indicar se há algum indício de desvio ou fraude.
Saiba mais
Conheça as diferenças básicas entre a auditoria interna e a externa.
Comparativamente, é possível notar que existem muitas diferenças entre a auditoria interna e a externa, porém os seus objetivos são complementares, ou seja, os procedimentos utilizados pelas duas podem perfeitamente ser empregados de forma concomitante.
De forma ampla, Attie (2011) afirma o objetivo da auditoria como sendo o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade da totalidade das demonstrações contábeis auditadas, que foram preparadas pela entidade auditada.
Esse raciocínio também é válido para a auditoria interna, sendo que na externa ou independente, no final do processo há a emissão do parecer de auditoria e na auditoria interna apenas um relatório com as constatações e melhorias possíveis.
Fraude e erro
 Auditoria.
O trabalho do auditor envolve os conceitos de fraude e erro. Vamos ver a diferença entre esses dois?
Erro
Normalmente se configura por equívocos cometidos, como por exemplo, erros matemáticos na escrituração contábil, ou ainda nas demonstrações contábeis.
Pode haver ainda erro na correta aplicação das normas contábeis (por erro de interpretação) ou interpretação errada nas variações patrimoniais.
Assim, o erro se configura, basicamente, como algo detectado pela auditoria, como um engano que uma pessoa fez ou deixou de fazer, porém sem intenção.
Fraude
Consiste em ato consciente de se omitir algo, ou seja, há a intenção ou omissão de algo nas transações, alteração de documentos, registros ou ainda das demonstrações contábeis.
A fraude pode ser configurada também por interpretação indébita de ativos, supressão ou omissão nos registros contábeis, transações registradas sem nenhum tipo de comprovação ou com comprovação inválida, aplicação de práticas contábeis indevidas.
Assim, o erro se diferencia da fraude na Contabilidade pela intenção ou não de realizar um ato que acabe por prejudicar determinada pessoa, grupo de transações ou determinada demonstração contábil.
Organizações profissionais
O que um especialista precisa para exercer a profissão de auditor contábil no Brasil?
01
ser bacharel em Ciências Contábeis;
02
ser cadastrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
03
ter uma conduta ética perfeita.
Saiba mais
O auditor independente, para exercer suas atividades no âmbito do mercado de valores mobiliários, está sujeito ao registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Antes de continuar seus estudos, conheça as categorias de registro na CVM (CREPALDI, 2011)
Além disso, devem ser observados aspectos relativos a exame de qualificação técnica, manutenção de escritório legalizado e que salvaguarde os clientes e a manutenção de quadro permanente de pessoal técnico adequado ao número de clientes, no caso do registro de auditor na forma de pessoa jurídica.
Outros órgãos relacionados à profissão
IBRACON
Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes
É constituído como pessoa jurídica sem fins lucrativos. Anteriormente, era conhecido como Instituto dos Contadores Públicos do Brasil. Possui como objetivos auxiliar a fixação de princípios de Contabilidade e a elaboração de normas e procedimentos relacionados com a auditoria e a perícia contábil.
AUDIBRA
Instituto do Auditores Internos do Brasil
É uma entidade civil sem fins lucrativos, fundada em 1960 com o objetivo principal de promover o desenvolvimento da auditoria interna. Desde 1998, o Instituto é filiado ao IIA (Institute of Internal Auditors), entidade que se tornou internacional em 2002.
Atividade
2. A finalidade básica da auditoria é encontrar erros e fraudes nos demonstrativos contábeis examinados.
Parte superior do formulário
a) Certo.
b) Errado.
Parte inferior do formulário
Gabarito Comentado
Testes de auditoria
Segundo Crepaldi (2011), o principal objetivo do auditor é emitir opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas.
Mas o que é necessário para que ele atinja este objetivo?
Planejar adequadamente o seu trabalho, avaliar o sistema de controle interno da empresa e proceder à revisão analítica das contas. Desta forma, os testes em auditoria configuram o processo pelo qual o auditor reúne elementos comprobatórios para suportar sua opinião.
De forma bastante comum são utilizados dois tipos de testes (CREPALDI, 2011):
De observância
São procedimentos empregados pelo auditor, a fim de determinar se estão sendo cumpridos, de forma correta, certos procedimentos de controle interno estabelecidos pela empresa.
Substantivos
São empregados pelo auditor com a finalidade de obter provas suficientes e convincentes sobre transações, saldos e demonstrações financeiras.
Atenção
Os procedimentos de auditoria deverão ser aplicados em função da complexidade e do volume das transações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base no risco, determinar a amplitude desses testes.
Dentro da auditoria, o equilíbrio é alcançado mediante a combinação de testes de observância e dos testes substantivos, dependendo de fatores como se os controles internos são fortes ou não, e o tamanho da amostragem, que depende largamente desses controles internos.
Crepaldi (2011) especifica que, nos testes de observância e substantivos, o auditor deve fazer:
Observação
Acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução.
Investigação e confirmação
Obtenção de informações junto a pessoas ou entidades que conhecem a transação, podendo ser dentro ou fora da entidade.
Cálculo
Conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias.
Revisãoanalítica
Verificação do comportamento de valores significantes, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vista à identificação de situação ou tendências que possam ser atípicas.
Inspeção
Exame de registros, documentos e ativos tangíveis.
Aula 2: Normas de Auditoria e Ética do Profissional
Apresentação
Nesta aula, vamos abordar os tópicos relativos à regulamentação profissional, apresentando as normas que orientam o trabalho e a pessoa do auditor. Posteriormente, vamos apresentar as normas de auditoria e do auditor independente e as normas técnicas de execução dos trabalhos.
Também estudaremos os aspectos éticos da profissão do auditor. Em relação à auditoria governamental os tópicos apresentados são referentes às normas fundamentais de auditoria, entre elas as relativas aos servidores, à opinião emitida, à forma de comunicação, além daquelas relativas aos controles utilizados na auditoria.
Objetivos
· Reconhecer as normas de auditoria;
· Identificar as normas relativas à pessoa do auditor ao trabalho de campo do auditor;
· Analisar as normas relativas à execução dos trabalhos e ao relatório de auditoria;
· Compreender os conceitos de ética da profissão e nos trabalhos de auditoria.
Auditoria contábil
Você sabe de quem é a competência pela sua prática?
Perez Júnior (2012) relata que é exclusiva do contador.
Para que o profissional possa executar o exame das demonstrações financeiras de capital aberto, é necessário que possuas duas coisas:
1. Registrado na CVM;
2. Registrado no Conselho Federal de Contabilidade.
De acordo com Attie (2011), as normas de auditoria:
São diferentes dos procedimentos, uma vez que se relacionam com as ações a serem praticadas.
Tratam das medidas de qualidade da execução dessas ações e dos objetivos a serem alcançados mediante procedimentos.
Dizem respeito não somente às qualidades profissionais do auditor, mas também à sua avaliação pessoal pelo exame efetuado e do relatório emitido.
Segundo Araújo:
As normas de auditoria são regras ou parâmetros que o auditor deve respeitar em relação aos objetivos a serem alcançados, aos procedimentos e técnicas de auditoria utilizados, aos relatórios que devem ser elaborados e à qualidade do trabalho.
ARAÚJO, 2008, p. 73.
 Auditoria das Demonstrações Contábeis
O autor afirma que as normas estabelecem os requisitos mínimos que devem ser observadas pelo auditor e pela instituição que realizará o processo auditorial englobando todas as suas fases:
1. Planejamento
2. Execução
3. Relatório
4. Acompanhamento
Já para a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012, p. 18) as normas:
[...] abrangem instruções e procedimentos a serem observados pelo auditor quando da realização do seu trabalho. Foram estabelecidas com a finalidade de orientar as atividades a serem desenvolvidas, bem como proporcionar a aplicação sistemática e metodológica de suas ações.
De forma geral, as normas dividem-se em três categorias:
Normas profissionais do auditor independente
Dispõem sobre a formação e a experiência profissional do auditor.
Normas técnicas relativas à execução do trabalho
De acordo com Araújo (2008), estas normas deverão compreender as análises e os exames preliminares, para que seja definida a amplitude do exame a ser feito, de acordo com objetivos realizados.
Normas técnicas relativas ao parecer de auditoria
Dispõem sobre os principais aspectos do parecer de auditoria.
Saiba mais
Diversos países têm editado normas específicas para o ramo da auditoria operacional, com destaque especial para os Estados Unidos que possuem o Escritório de Accountability Governamental (GAO) com normas próprias.
O GAO foi o primeiro a estabelecer normas para este tipo de auditoria, sendo que, desde 1973, a AICPA (Associação Nacional dos Contadores do Estados Unidos), constantemente revisa essas normas.
Podemos citar, também, as Diretrizes para Normas de Auditoria Operacional pela INTOSAI — Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores. (ARAÚJO, 2008).
O auditor
De acordo com o conceito apresentado pela Controladoria Geral do Estado de Minas (2012), pode-se entender como auditor o profissional que possui conhecimentos de normas e procedimentos de auditoria e que procura obter elementos necessários para fundamentar a sua opinião sobre algum objeto de estudo.
Existem três tipos de auditores:
1. Auditor interno: Empregado que trabalha dentro de uma empresa;
2. Auditor fiscal: Servidor do poder público;
3. Auditor externo: Profissional independente e autônomo.
Conheça as normas relativas à pessoa do auditor:
 Evidência de auditoria apropriada e suficiente
Independência
Em qualquer ramo da auditoria, seja em esfera pública ou privada, os auditores deverão estar livres de quaisquer impedimentos pessoais quanto à independência, assim poderá ser mantida a sua imparcialidade em todas as fases do processo. Além disso, o auditor deve manter uma postura pessoal totalmente independente.
Soberania
O auditor deve possuir o poder de domínio do julgamento profissional, sendo que deverá pautar-se, exclusiva e livremente a seu critério, no planejamento de seus exames, seleção e aplicação dos seus exames, seleção e aplicação de procedimentos técnicos e testes de auditoria, bem como na elaboração de relatórios e pareceres. (BRASIL, 2013)
Zelo profissional
O auditor deve, ao máximo, manter o zelo no trabalho que executa para que sejam observados os melhores resultados possíveis de sua prática.
Controle de qualidade
Para que as auditorias realizem o seu trabalho com a máxima eficiência e qualidade é preciso que elas mesmas tenham controles internos e participem de programas de revisão externa de controle de qualidade do trabalho executado. (ARAÚJO, 2008)
Imparcialidade
O auditor deverá sempre abster-se de intervir em casos com conflito de interesses e que possam influenciar a imparcialidade de seu julgamento. (BRASIL, 2013)
Conhecimento técnico e capacidade profissional
De acordo com o Brasil (2013), no exercício dos trabalhos de auditoria, o auditor deve possuir um conjunto de conhecimentos técnicos, experiência e capacidade para as tarefas que irá desempenhar, ou seja, ele precisa conhecer o assunto e entender todos os aspectos relativos a sua atividade.
O Brasil (2013) ainda afirma que o auditor deve ter como característica a habilidade no trato com as pessoas e a capacidade de se comunicar de forma eficiente.
O auditor deverá manter a sua competência técnica, atualizando-se com o devido avanço das normas, procedimentos e técnicas de auditoria. (CONTROLADORIA Geral do Estado de Minas, 2012)
Auditoria operacional
Segundo a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) o auditor quando executando o seu trabalho, terá livre acesso às dependências da organização auditada, bem como documentos, valores, livros e outros considerados indispensáveis para que ele possa cumprir as suas atribuições.
Por este motivo não pode ser negado ao auditor nenhum processo, documento ou informação, e quando isso ocorrer, ele deverá comunicar, por escrito, ao presidente da organização auditada, para que sejam tomadas as providências necessárias.
Araújo (2008) afirma que o trabalho do auditor deve ser planejado de forma adequada, ou seja, ele deverá definir os objetivos, o escopo e a metodologia para alcançá-los, levando em consideração os seguintes pontos:
Considerar a importância e a necessidade dos usuários potenciais do relatório de auditoria.
Obter uma compreensão do programa que será auditado.
Considerar os controles administrativos.
Identificar os critérios necessários para avaliar assuntos sujeitos à auditoria.
Proporcionar pessoal suficiente para efetuar a auditoria.
Preparar um plano escrito para a auditoria.
Saiba mais
Conheça as normas profissionais do auditor independente.
Atividade
1. As Normas de Auditoria Independente definem que o auditor deve obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas. Observe as seguintes afirmações acerca das Normas de Auditoria Independente.I. O conjunto das informações apresentadas pelas demonstrações contábeis é condizente com o conhecimento do auditor sobre os negócios e as práticas operacionais da entidade, bem como há apropriada divulgação de todos os assuntos relevantes para uma adequada apresentação das demonstrações contábeis.
II. As demonstrações contábeis atendem aos principais requisitos legais, regulamentares e societários.
III. As demonstrações contábeis devem ser preparadas de acordo com o USGAAP e condizentes com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Marque a opção que apresenta as afirmativas verdadeiras.
Parte superior do formulário
a) I e II apenas.
b) I, II e III.
c) II e III apenas.
d) III, apenas.
e) II, apenas.
Parte inferior do formulário
Gabarito Comentado
Auditoria contábil e operacional governamental
Segundo Perez Júnior (2012), as normas relativas à execução dos trabalhos são classificadas em:
1
Planejamento do trabalho
O trabalho deverá ser adequadamente planejado e documentado.
2
Supervisão da equipe
Os membros da equipe deverão ser adequadamente supervisionados.
3
Avaliação dos controles internos
Deverão ser feitos estudos e avaliação apropriados dos controles internos da empresa, como base para determinar a confiança que neles possa ser determinada, para se definirem a natureza, a extensão e a época dos procedimentos de auditoria.
4
Evidenciação de auditoria
Devem ser obtidos elementos comprobatórios suficientes e adequados por meio de inspeção, observação, indagação, e confirmação para fundamentar o parecer do auditor.
5
Documentação de auditoria
Deverá estar documentada nos papéis de trabalho, que são de propriedade do auditor, responsável pela sua guarda e pelo seu sigilo.
Saiba mais
Conheça as normas relativas à execução dos trabalhos.
Segundo Perez Júnior (2012), as normas de auditoria relativas ao relatório são classificadas da seguinte forma:
Identificação das demonstrações auditadas
O relatório deverá identificar as demonstrações contábeis auditadas e a responsabilidade assumida pelo administrador e pelo auditor.
Adesão às normas de auditoria
O parecer deve declarar se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas e se as demonstrações financeiras examinadas estão de acordo com os Princípios de Contabilidade.
Opinião do auditor
O parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras examinadas em seu conjunto. Na impossibilidade de fazê-lo sem ressalvas sobre os dados contidos nas demonstrações e notas explicativas, devem ser declaradas as razões que motivaram esse fato.
Saiba mais
Conheça as normas relativas ao relatório de auditoria.
Atividade
2. De acordo com as Normas Internacionais para o exercício profissional da auditoria interna e o IIA/AUDIBRA, julgue os itens a seguir.
Na hipótese de os auditores internos tomarem conhecimento de fatos que, pela sua materialidade, se não divulgados, possam vir a provocar distorções na percepção que os administradores da entidade têm da sua situação, os auditores devem comunicar inicialmente ao responsável da área auditada para que faça as correções necessárias e, só em caso de falta de providências quanto à irregularidade, comunicar à administração da entidade.
Parte superior do formulário
a) Certo.
b) Errado.
Parte inferior do formulário
Gabarito Comentado
Evidências
Para Araújo (2008) deve haver evidências suficientes, conclusivas e relevantes para o processo de fundamentação das opiniões e conclusões que os auditores formulam.
O autor afirma que deve ser mantido um registro dos trabalhos por eles efetuados e devendo conter informações que permitam ao auditor, sem conhecimento prévio da Auditoria, a possibilidade de obtenção de evidências que auxiliem em suas conclusões e julgamentos.
Para o Brasil (2013), a importância relativa refere-se ao significado da evidência no conjunto de observações, bem como riscos prováveis e as probabilidades de erro na obtenção e comprovação das evidências.
Por fim, devem ser observadas as impropriedades e as irregularidades em situações que denotem qualquer indício de irregularidade.
Outros aspectos que devem ser observados em relação às normas para o trabalho de auditoria (CONTROLADORIA Geral do Estado de Minas, 2012 e BRASIL, 2013) e destacados são os relativos ao fato da auditoria estar sempre em busca de impropriedades e irregularidades e que é necessário saber que isto poderá acontecer, entretanto é preciso atentar ao seguinte:
Fragilidade dos controles internos.
Riscos aos recursos utilizados, formas de utilização, desperdícios, entre outros.
Características específicas das operações.
Reação do pessoal aos controles administrativos e comportamentos indevidos.
Relatório ou Parecer de Auditoria
A Controladoria Geral do Estado de Minas (2012) relata que o auditor deverá expressar a sua opinião mediante relatório ou parecer da auditoria.
Esse parecer deverá conter os resultados dos exames efetuados, dependendo da forma ou tipo de auditoria (seja ela operacional, de sistemas, de gestão, entre outras).
Características a serem detalhadas no parecer de auditoria:
 Clique nos botões para ver as informações.
Concisão
Objetividade
Convicção
Clareza
Integridade
Coerência
Oportunidade
Apresentação
Conclusão
Segundo o Brasil (2013) o Relatório ou o Parecer de Auditoria também pode ser conhecido como Certificado de Auditoria, e ser apresentado das seguintes formas:
Certificado Pleno
Emitido pelo auditor quando ele observa que foram seguidos de forma plena os princípios da legalidade, legitimidade e economicidade.
Certificado Restritivo
Na constatação de falhas, o auditor deverá apresentar omissões ou impropriedades no cumprimento das diretrizes governamentais, quanto aos princípios inerentes à Administração Pública, porém é preciso observar que deverá haver irrelevância ou imaterialidade e que elas não prejudiquem a atuação dos responsáveis.
Certificado de Irregularidades
Emitido quando o auditor verifica o não seguimento dos princípios da legalidade, legitimidade e economicidade. Neste caso, deverá haver a comprovação de desfalque, desvio de bens entre outros que prejudiquem as demonstrações financeiras e a gestão dos responsáveis.
Ética nos trabalhos de auditoria
Uma vez que a função de auditor é prerrogativa exclusiva do contador, este também tem sua regulamentação baseada no Código de Ética Profissional do Contador (CEPC), emitido pela resolução 803/96 do Conselho Federal de Contabilidade.
 Julgamento profissional
Saiba mais
Além dos aspectos normativos já abordados, o auditor deverá observar em especial o disposto no artigo 5 do código de ética profissional do contador.
O auditor, além de observar todos os aspectos normativos em relação ao profissional, desenvolvimento das atividades e emissão do parecer, deve estar atento ao CEPC.
Aula 3: Planejamento de auditoria
Apresentação
Nesta aula, vamos apresentar as demonstrações contábeis passives de auditoria e entender a importância destas demonstrações para os tomadores de decisões. Assim, é preciso que estas demonstrações sejam verificadas para que sejam diminuídos ou eliminados problemas relativos à má-fé ou a erros comuns.
Além disso, vamos demonstrar o planejamento de auditoria, etapa ligada à definição de estratégia. É nesta etapa que o auditor começa a traçar o processo de auditoria, sendo aí necessário o conhecimento da empresa, de suas particularidades e das áreas a serem auditadas. Bons estudos!
Objetivos
· Identificar as demonstrações contábeis a serem auditadas;
· Compreender os aspectos que deverão ser verificados;
· Analisar os aspectos básicos do planejamento de auditoria;
· Reconhecer o funcionamento do planejamento de auditoria.
Contabilidade
Embora a Contabilidade seja conhecida como a linguagem dos negócios, é importante salientar que ela não representa apenas um sistema em que são escrituradas as informações contábeis.
Como uma ciência social aplicada, a Contabilidade, além de possuir um conjunto de técnicas, princípios, conceitos e uma metodologia própria para servir aosseus usuários de informações, também contribui no plano econômico e no administrativo das empresas, provendo informações objetivas e seguras.
Com o passar dos tempos, a Contabilidade tem se consolidado como ferramenta de utilização pelos administradores nas decisões a serem tomadas.
Além de gerar informações de caráter financeiro ou econômico, tal como demonstração de resultado, balanço patrimonial, fluxos de caixa etc., a Contabilidade fornece informações que auxiliam na gestão dos negócios.
Com isso, os gestores passaram a utilizar as informações para servir de suporte a suas decisões empresariais, com base em informações, e não mais em juízos de valor.
Princípios de Contabilidade
Por ser uma ciência, a Contabilidade possui alguns regramentos 1 específicos e outros mais genéricos, os quais afetam todas as empresas de maneira irrestrita.
Até por isso, as demonstrações geradas não são apenas somas de valores, mas apresentam relacionamentos e dependência entre os diversos segmentos operacionais.
Assim, é fundamental que se compreenda o conjunto de informações contábeis geradas pela Contabilidade, denominadas demonstrações contábeis 2.
Incorreções nas informações contábeis
Quando se geram informações contábeis, independentemente das intenções de seus responsáveis, elas podem conter incorreções. Estas correções podem ser por má-fé ou por erros comuns.
Elas têm o potencial de provocar análises equivocadas por parte dos gestores e, de maneira mais nociva, por parte de investidores externos às empresas.
É aqui que se percebe a importância de estas informações terem suas estruturas confirmadas por parte de entidades independentes, sendo contratadas pelas empresas que a geraram especificamente para este fim.
Esta verificação e validação independente é denominada auditoria, caracterizada pela análise minuciosa, criteriosa e regulamentada de toda a estrutura de demonstrações contábeis por parte das entidades.
Patrimônio das entidades
A Contabilidade trabalha com a estrutura do patrimônio das entidades. Principalmente composto pelos bens, direitos e pelas obrigações de uma entidade, mas também por tudo o que possa influenciar na dinâmica patrimonial.
É seu objetivo garantir:
O resultado de toda esta dinâmica patrimonial é o que se pode chamar de demonstração contábil.
Ela é o produto final de todas as informações econômico-financeiras que foram ingressadas no sistema contábil das empresas, transformando-se em instrumento gerenciador dos negócios futuros das empresas.
Legislação da área contábil
Com relação ao que deve constar das demonstrações contábeis, a Deliberação CVM nº 595/09, que aprovou o pronunciamento técnico CPC 26, o qual trata da apresentação das demonstrações contábeis, definiu que estas devem assegurar a comparabilidade com períodos anteriores, além de permitir que sejam comparadas com outras empresas.
Tal pronunciamento, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, regulamenta os preceitos relacionados às demonstrações contábeis no Brasil.
No Brasil, as demonstrações contábeis básicas 3, são elaboradas de acordo com os preceitos da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76).
Saiba mais
Para saber mais sobre isso, veja a Lei 6.404/76.
Essa lei estabelece que as demonstrações contábeis a serem elaboradas e divulgadas pelas empresas são:
Balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados
Demonstração dos fluxos de caixa
Demonstração do valor adicionado
Nenhuma das demonstrações possui, hierarquicamente, importância maior que outra, sendo cada uma delas componente igualitário do total das demonstrações de confecção e divulgação obrigatória por parte das empresas.
Adicionalmente, algumas empresas podem apresentar o relatório da administração, o qual descreve as características principais em relação ao desempenho e à posição financeira e patrimonial, além de expor as incertezas às quais uma empresa esteja sujeita.
No entanto, todas estas informações estão sujeitas ao procedimento de auditoria, para garantir aos interessados nas informações contábeis que estas foram elaboradas e apresentam a realidade econômico-financeira das entidades relacionadas.
Planejamento de auditoria
Etapa ligada à definição da estratégia global para o trabalho e o desenvolvimento da auditoria.
Nesta etapa, o auditor precisa registrar em documentos hábeis o planejamento geral e preparar programas formais de trabalho, por escrito. Esses documentos devem evidenciar o que for necessário à compreensão de todos os procedimentos a serem aplicados, relacionados à natureza, à oportunidade e à extensão dos trabalhos a serem realizados.
Eles serão detalhados de tal forma que possam servir como um meio de controle para a execução das tarefas.
Vamos entender melhor?
Durante este processo, o auditor tem que executar suas tarefas de acordo com as normas profissionais de auditor independente, sempre mantendo inalterados os outros compromissos assumidos com a empresa a ser auditada.
Para o planejamento, o ideal é que o auditor tenha conhecimento:
· das atividades;
· dos fatores econômicos e legislação aplicável;
· das práticas operacionais da empresa;
· e do nível geral de competência aparentada pelos membros da administração.
Normalmente, o trabalho de auditoria requer a participação de não apenas um auditor, mas de uma equipe.
A equipe deve fazer parte do planejamento, que por sua vez deve prever a orientação e a supervisão do auditor, sendo este o responsável pelo conjunto dos trabalhos a serem executados.
O planejamento de auditoria, também chamado de programa de auditoria, deve:
Sofrer revisões e atualizações que se julgarem necessárias, o mesmo acontece para os programas de trabalho.
Ser confirmado somente durante a execução das tarefas no processo de auditoria. Sendo assim, existe a necessidade de o auditor realizar revisões periódicas e ajustes à medida que a execução dos trabalhos for avançando.
Ser formado, elaborado por escrito ou por qualquer outro meio de registro formal, com o objetivo de viabilizar o entendimento de todos os procedimentos que serão realizados, permitindo, adicionalmente, uma divisão mais racional dos trabalhos.
Ser confirmado somente durante a execução das tarefas no processo de auditoria. Sendo assim, existe a necessidade de o auditor realizar revisões periódicas e ajustes à medida que a execução dos trabalhos for avançando.
Atenção
O programa também serve de guia e controle de execução das tarefas, obrigatoriamente abarcando todas as áreas a serem analisadas pelo auditor e/ou sua equipe.
Todas as condições do trabalho a ser executado devem compor o corpo da carta-proposta a ser apresentada para a empresa a ser auditada, de maneira oficial e formalizada.
Conteúdo do planejamento de auditoria
Formalmente, o planejamento de auditoria deve conter algumas especificações em sua estrutura para melhorar sua compreensão e continuidade de procedimentos previstos para serem realizados.
As especificações são as seguintes:
 Clique nos botões para ver as informações.
Cronograma
Procedimentos de auditoria
Relevância e planejamento
Riscos de auditoria
Pessoal designado
Épocas oportunas dos trabalhos
Supervisão e revisão
Revisões e atualizações no planejamento e nos programas de auditoria
Atividade
2. Julgue o item a seguir, relativo ao planejamento de auditoria.
O planejamento para a realização de auditorias deve ser documentado e os programas de trabalho formalmente preparados, sendo necessário constar nesse planejamento informações suficientes para a compreensão dos procedimentos que deverão ser executados pelos auditores.
Parte superior do formulário
a) Certo.
b) Errado.
Parte inferior do formulário
Gabarito Comentado
Considerações a serem analisadas
Quando o trabalho de auditoria é realizado pela primeira vez em uma entidade qualquer, ou ainda, quando as demonstrações contábeis do ano anterior tiverem sido auditadas por outro profissional, algumas considerações devem ser feitas.
Vamos conhecer algumas delas?
01
Conformidade entre os saldosde abertura e os saldos de fechamento do período anterior;
02
Conformidade entre as práticas contábeis adotadas no exercício anterior e no exercício a ser auditado;
03
Busca de fatos com relevância suficiente para influenciar na situação financeira ou na situação patrimonial da entidade auditada;
04
Identificação de eventos subsequentes ao exercício anterior, desde que estes não tenham sido revelados no trabalho do auditor do período imediatamente anterior na finalização do seu trabalho.
Fase de avaliação
Para o auditor, é extremamente importante que se tenha em mente que o planejamento de auditoria é um processo iniciado na fase de avaliação para a contratação dos serviços por parte da empresa a ser auditada.
Aqui, são levantadas informações:
· acerca do tipo de atividade desempenhada pela empresa a ser auditada;
· do seu nível de complexidade;
· das eventuais legislações específicas;
· dos relatórios passados emitidos;
· e das necessidades presentes de emissões de relatórios e/ou pareceres.
Por fim, pode-se determinar a natureza do trabalho a ser executado. Este processo só é finalizado quando forem finalizados estes processos preliminares de análise.
Saiba mais
O auditor deve comprovar que executou as tarefas de elaboração de proposta de serviços e da confecção do planejamento de auditoria em consonância com as normas de auditoria vigentes no Brasil.
Conheça os meios de prova e planejamento de auditoria.
Planejamento da primeira auditoria
Quando um auditor ou sua equipe vão realizar a primeira auditoria em uma entidade, isto requer alguns cuidados especiais por parte destes, certo?
Nestas situações, é recorrente um conjunto de ocorrências, as quais serão apresentadas na sequência.
Quando também é a primeira vez da empresa auditada a sofrer o procedimento de auditoria independente, isso requererá atenção adicional do auditor independente.
Isso porque esta empresa auditada não tem experiência anterior de qualquer trabalho de auditoria.
Auditada
Quando a empresa foi auditada no exercício imediatamente anterior e esta foi realizada por um auditor independente, isso fará com que a empresa auditada possa colaborar de forma mais efetiva. A razão é que a empresa já tem conhecimento das orientações a serem seguidas e das requisições mais comuns realizadas pelo auditor independente.
Não auditada
Quando a empresa não foi auditada no exercício imediatamente posterior, mas já sofreu procedimentos anteriores de auditoria independente, da mesma forma a atenção adicional do auditor independente será demandada.
A empresa poderá colaborar de forma efetiva, já sabendo das necessidades de um profissional auditor durante o processo de auditoria.
Saiba mais
O auditor não possui demonstrações contábeis auditadas como base de comparação para os seus trabalhos. Nestas situações, normalmente mais horas são necessárias para a completude dos trabalhos de auditoria.
O auditor independente pode obter ou reestabelecer conhecimentos sobre a empresa, para que possa planejar e efetuar os exames de acordo com as normas brasileiras de auditoria.
Conheça as principais áreas da empresa que deverão ser estudadas pelo auditor para obter os conhecimentos necessários.
Planejamento de maior volume de horas nas auditorias preliminares
No Brasil, os exercícios sociais das empresas são encerrados em dezembro, acompanhando o ano civil.
Nos meses de janeiro a março, os serviços de auditoria são demandados ao máximo, deixando os outros meses com certo nível de ociosidade.
Com o objetivo de contornar este problema, as visitas preliminares servem para identificar os serviços a serem executados no período de pico operacional.
Algumas áreas são foco nas visitas preliminares:
Análise do sistema de controle interno
Revisão de demonstrações intermediárias
Testes de receitas, de compras, de depreciações etc.
Resumos de atas
Atualização da pasta permanente de papéis de trabalho de auditoria
Cooperação do pessoal da empresa auditada
O pessoal da empresa auditada pode ser demandado em atividades de coleta de documentos nos sistemas de controle interno das empresas auditadas, além de auxiliarem no preenchimento dos papéis de trabalho relacionados às movimentações em investimentos, imobilizado e patrimônio líquido.
Também podem auxiliar na análise para a composição dos saldos de balanço e reconciliação de cartas de circularização.
Determinação dos testes detalhados de auditoria
Você sabe como os trabalhos de auditoria devem ser divididos?
De maneira que as áreas de controle interno e revisão analítica sejam as primeiras a serem executadas, indicando o nível de detalhamento dos trabalhos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício, principalmente.
Os riscos e o nível de segurança serão analisados tendo como base a análise do sistema de controle interno das empresas auditadas.
A revisão analítica tem ligação direta com a parte gerencial das empresas, que visa determinar tendências e identificar anormalidades e flutuações sem explicação.
O auditor tem o objetivo de identificar como serão divididos os testes, de modo que os testes busquem as áreas com mais riscos identificados e com menos confiabilidade no sistema de controles internos.
Identificação prévia de problemas
E os problemas, como devem ser identificados?
Dentro do possível, com a máxima antecipação possível.
Isso faz com que a gestão da empresa auditada tenha tempo hábil para corrigi-los e, consequentemente, não haja atraso na divulgação das demonstrações contábeis.
Alguns problemas são mais comuns que outros e mais recorrentes:
· falta de atendimento a normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
· problemas na aplicação de princípios contábeis;
· erros de cálculos ligados à depreciação, provisões, recolhimento de impostos etc.;
· ativos registrados como despesas e vice-versa;
· transações registradas em desacordo com eventuais atualizações regulatórias.
Atenção
Todas estas situações devem ser identificadas previamente pelo auditor externo. Este, por sua vez, avisará a empresa auditada sobre tais inconsistências, aguardando os ajustes para a continuidade dos trabalhos.
Aula 4: Controle Interno
Apresentação
A quarta aula aborda os principais aspectos do controle interno, constituído de uma série de procedimentos que podem auxiliar no processo da auditoria propriamente dito.
No que se refere à Auditoria Governamental serão abordados os pontos relativos à contextualização do controle, à diferenciação do controle externo e interno e à evolução do controle no Brasil.
Objetivos
· Identificar a ligação entre o controle interno e o planejamento de auditoria;
· Compreender os conceitos de controle interno;
· Reconhecer a importância do controle interno para as instituições;
· Identificar os tipos de controle interno.
Ligação entre o planejamento de auditoria e o controle interno
Na etapa de planejamento, o auditor deve levar em conta diversos fatores ligados à execução das tarefas.
Fatores estes relacionados a:
Conhecimentos de práticas contábeis
Sistema contábil e de controles internos
Identificação de riscos e de áreas importantes
Conteúdo dos relatórios e do parecer a ser emitido ao fim dos trabalhos
Algumas áreas, foco das visitas preliminares, são baseadas na análise do sistema de controle interno.
A seguir, vamos ver por que o controle interno é tão importante para a auditoria, seus objetivos e suas principais funções.
Controle interno
Segundo Perez, Junior (2012, p. 79)
Compreende o plano de organização e todos os métodos e de todas as medidas coordenados, adotados em uma empresa para proteger seus ativos, verificar a exatidão operacional e promover a obediência às diretrizes administrativas estabelecidas.
Segundo Attie (2011)
Para o autor, citando o AICPA, os controles internos compreendem o plano de organização e o conjunto coordenado de métodos e medidas adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio e verificar a exatidão e a fidedignidade dos dados contábeis.
Promovem assim a eficiência operacional e o encorajamento à política traçada pelaadministração.
Leitura
Para aprofundar seus estudos, leia sobre o conceito de controle interno.
Distinção entre controle interno e auditoria interna
Crepaldi (2011) também salienta a distinção entre controle interno e auditoria interna:
A auditoria interna equivale a um trabalho organizado de revisão e apreciação do trabalho, normalmente executado por um departamento especializado, ao passo que o controle interno refere-se aos procedimentos e à organização adotados como planos permanentes da empresa.
O autor também destaca que antes de elaborar o plano ou programa de auditoria, é necessário observar como se encontram os controles da empresa, abordando assim, os seguintes aspectos:
Quanto melhor o controle, mais segurança para o trabalho.
Quanto menor o controle, mais cuidado é exigido na execução dos trabalhos.
Fatores que devem ser expostos no plano de auditoria
Attie (2011) afirma que com a análise dada pela definição de controles internos, é possível observar a existência de alguns fatores, os quais necessitam ser clara e objetivamente expostos. São eles:
Plano de Organização
É o modo pelo qual se organiza um sistema.
A estrutura organizacional necessita corresponder a uma divisão adequada e balanceada de trabalho, de forma que sejam estabelecidas as relações de autoridade e responsabilidades entre os vários níveis, atribuídas pelas parcelas de trabalho exigidas para a consecução dos objetivos da empresa, definindo de forma clara as responsabilidades e autoridades dos diversos níveis.
Métodos e Médias
São responsáveis por estabelecer os meios de comparação e julgamento para se chegar a determinado fim, mesmo que não tenham sido preestabelecidos formalmente.
O planejamento de um sistema gera que este seja eficiente, prático, econômico e útil, levando em consideração os procedimentos especificamente destinados a promover o controle sobre as operações e as atividades, de preferência com a utilização de manuais.
Proteção do Patrimônio
Compreende a forma pela qual são salvaguardados e defendidos os bens e direitos da empresa.
Dentro deste conceito, a definição e o estabelecimento de independência das funções de execução operacional, como, por exemplo, custódia, controle e contabilização dos bens patrimoniais, conjugada a um sistema de autorizações, de acordo com as responsabilidades e os riscos, possibilitam uma forma eficiente de salvaguardar os interesses da empresa.
Exatidão e Fidedignidade dos Dados Contábeis
Compreendem a adequada precisão e observância aos elementos dispostos na Contabilidade.
É significativo para uma fiel escrituração contábil partir da utilização de uma estrutura formal de contas, seguida de um plano de contas que facilite o seu registro, bem como a utilização de um manual descritivo de uso das contas aliado à definição de procedimentos que possibilitem a análise, a conciliação e a solução em tempo hábil de qualquer divergência.
Eficiência Operacional
Compreende a ação ou força a ser posta em prática nas transações realizadas pela empresa.
A definição de um adequado plano de organização, aliada aos métodos e procedimentos bem definidos.
A observação de normas que servem para o cumprimento dos deveres e das funções, com a existência de pessoal qualificado e treinado para resolver suas atividades adequadamente, sendo supervisionados por seus responsáveis e que, desta forma, tendem a efetuar a desejada eficiência nas operações.
Políticas Administrativas
Compreendem o sistema de regras relativas à direção dos negócios e à prática dos princípios, das normas e funções, para a obtenção de determinado resultado.
Abrangência dos controles internos
O autor ainda afirma que tais elementos observados são essenciais para um controle interno adequado.
Mas, e se houver uma grave deficiência de qualquer um deles?
Comprometerá o funcionamento eficiente do sistema.
Antes de dar continuidade a seus estudos, leia sobre a importância do controle interno:
Partindo do princípio de que a administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do sistema de controle interno, por sua verificação de seu cumprimento pelos funcionários e por sua modificação, visando a sua adaptação às novas circunstâncias, é preciso também compreender que ele é necessário para garantir a continuidade do fluxo das operações com os quais convivem as empresas.
CREPALDI, 2011.
Assim, Crepaldi (2011) observa que a abrangência dos controles internos está ligada a:
01
Salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais;
02
Dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente;
03
Propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada;
04
Estimular a adesão às normas e diretrizes fixadas;
05
Contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade;
06
Auxiliar na prevenção de práticas ineficientes ou ainda antieconômicas, erros, fraudes e outros tipos de inadequações.
Operações/informações x custos/benefícios
Crepaldi (2011) afirma que a diferenciação entre empresas terem ou não controles adequados poderá ser feita ao analisar a eficiência do binômio:
Operações / informações
Custos / benefícios
As empresas devem analisar a vantagem de ter controles rígidos que auxiliem na eficiência e confiabilidade de suas operações.
Como é possível tomar decisões adequadas utilizando-se de informações que correm o risco de não serem confiáveis?
Exemplo
Segundo Attie (2011), na fase inicial, o dono é o ponto referencial para o controle; é quem analisa e controla todos os segmentos da empresa, verificando a pontualidade dos funcionários da empresa, a fabricação e o padrão de qualidade dos produtos, o despacho e a entrega aos clientes, bem como o pedido e o Contas a Pagar aos fornecedores, as contas a receber e o recebimento dos clientes.
Você concorda que a partir do momento em que a empresa cresce e inicia sua fase de crescimento acaba-se por tornar inviável que o dono, sozinho, controle todas as operações e transações?
Quanto maior vai ficando a organização, parte das atividades controladas pelo dono vai sendo delegada a outros funcionários, dos quais se espera compromisso e capacitação igual à que era empenhada pessoalmente na gestão do negócio.
A partir deste momento, para o controle eficiente das operações e poder de análise, é necessário existirem relatórios, indicadores e outros índices, que mostrem como a gestão das operações pelos funcionários contratados tem funcionado, assim como o atendimento aos planos e às metas traçados.
Liberdade de atuação
Attie (2011) afirma que um sistema de controle interno implica que seus funcionários tenham liberdade de atuação na execução de seus compromissos, para buscar os melhores resultados.
Você sabia que estes mesmos funcionários podem extrapolar suas funções e se beneficiarem, causando prejuízos à entidade social, por erros intencionais ou ainda dolosos?
Por isso é necessário um adequado sistema de controle interno. Ele limitará a prática destes atos.
O sistema de controle interno previne que os funcionários possam cair em tentação, dados os possíveis problemas pessoais ou financeiros, e incorrer em atos ilícitos.
Saiba mais
Antes de dar continuidade, saiba mais sobre os tipos de controles internos.
Características de um sistema de controle interno
Partindo do raciocínio de que a função da Contabilidade, como instrumento de controle administrativo, é conhecida de forma unânime, atualmente, um sistema de informação contábil que não esteja apoiado em eficiente controle interno é inútil, pois não é possível confiar nas informações apresentadas em seus relatórios.
Informações contábeis distorcidas poderão levar a conclusões erradas e que ainda poderão causar danos para a empresa.
Um sistema de controle interno pode ser dividido da seguinte forma, conforme Perez Júnior (2012, p. 80):
Controles administrativos
Seu objetivo é garantir o controle sobre as operações da empresa e a qualidade das informações e dos documentos a serem processados pelo sistema contábil. Dentro deste aspecto está o plano da organização e todos os métodos eprocedimentos que dizem respeito à eficiência operacional e à decisão política traçada pela Administração.
Tais controles se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Estes devem abranger análises estatísticas, estudos de tempo e movimento, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle de qualidade. (ATTIE, 2011)
Controles contábeis
Seu objetivo é garantir a qualidade dos registros e das demonstrações contábeis.
Esses controles compreendem o plano da organização e todos os métodos e procedimentos diretamente relacionados sobretudo com a salvaguarda do patrimônio e a fidedignidade dos registros contábeis.
Neste contexto, geralmente estão incluídos os sistemas de autorização e aprovação, separação das funções de escrituração e elaboração dos relatórios contábeis daquelas ligadas à custódia dos valores, bem como dos controles físicos sobre estes valores. (ATTIE, 2011)
Saiba mais
Saiba o que é necessário para que os auditores conheçam os controles internos.
Atividade
2. É um processo conduzido pela estrutura de governança, administração e outros profissionais da entidade e desenvolvido para proporcionar segurança razoável, com respeito à realização dos objetivos relacionados a operações, divulgação e conformidade:
Parte superior do formulário
a) Governabilidade.
b) Controle externo.
c) Controle Interno.
d) Manual administrativo.
e) Todos os itens estão corretos.
Parte inferior do formulário
Gabarito Comentado
Controles na área governamental
Agora, conheceremos os controles na área governamental:
 Clique nos botões para ver as informações.
Controle no Brasil
Tribunal de Contas da União
Criação do Decreto 966A
Verificação da legalidade
Manutenção das funções do Tribunal de Contas
Atividade
3. No que se refere à definição, objetivos e componentes do controle interno, julgue o item a seguir: A salvaguarda dos ativos da entidade para evitar perdas ou uso prejudicial dos recursos é um objetivo da atuação do controle interno, sendo o componente relacionado ao ambiente de controle primordial na definição dos riscos para evitar ocorrências indesejáveis.
Parte superior do formulário
a) Certo.
b) Errado.
Parte inferior do formulário
Gabarito Comentado
Conclusão
O controle sempre foi e é necessário dentro das atividades do Estado, porém, ainda de acordo com Castro (2011) é necessário que a entidade saiba para onde vai e quanto isso vai custar e, além disso, é necessário que se saiba como serão feitos os processos.
Sem que haja isso, a função básica do controle acaba sendo esquecida e há uma criação de normas e controles desnecessários terminando por congestionar o fluxo operacional das atividades do Estado.
Partindo deste raciocínio básico, de que o Estado precisa de controle, é que surgirão os conceitos mais aprofundados de controle externo e interno, os quais veremos mais à frente na Aula 9.
Aula 5: Procedimentos de Auditoria
Apresentação
Nesta aula, vamos explorar os conceitos de extensão e profundidade dos procedimentos de auditoria que estiverem ligados à complexidade e ao volume de transações da companhia.
Vamos abordar também as evidências de auditoria, bem como as técnicas ou formas de exame.
Auditoria governamental, no que diz respeito aos seus aspectos práticos, apresenta uma série de feitios e minúcias que devem ser compreendidos para que possa ser realizado o trabalho.
Objetivos
· Identificar os procedimentos de auditoria;
· Reconhecer o que são evidências de auditoria;
· Analisar as técnicas de auditoria ou formas de exame;
· Compreender todas as etapas da auditoria governamental.
Procedimentos de auditoria
Dando sequência ao trabalho do auditor, após a definição das demonstrações a serem auditadas e o conhecimento dos controles internos da entidade, o passo seguinte será o desenvolvimento dos procedimentos de auditoria.
Mas você se lembra qual é o objetivo do auditor externo ou independente?
Segundo Crepaldi (2011), é emitir opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas, conforme o Art. 1761. da Lei 6.404/76.
Mas o que é necessário para atingir esse objetivo?
O autor afirma que o auditor necessita planejar seu trabalho de forma adequada, avaliando o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil.
Ele deve também proceder à revisão analítica das contas de ativo, passivo, receita e despesa, a fim de estabelecer natureza, datas e extensão dos procedimentos de auditoria, colher evidências comprobatórias das informações e avaliá-las.
Planejamento de auditoria
Perez Júnior (2012) cita que os procedimentos de auditoria representam trabalhos executados pelo auditor para que sejam conhecidas evidências que darão suporte à opinião emitida.
Mas quando ocorre essa seleção de documentos?
Attie (2011), por sua vez, afirma que os procedimentos de auditoria estão ligados à identificação e ao atestado de validade das firmações.
É necessária a aplicação dos procedimentos adequados a todo caso, na extensão e profundidade que cada um irá requerer, até a obtenção de provas, que comprovem, de forma satisfatória, a afirmação analisada.
O autor ainda salienta que a aplicação dos procedimentos de auditoria deve estar atrelada ao objetivo que se deseja atingir.
Relembrando as normas relativas ao trabalho e à pessoa do auditor, a atitude deste no recolhimento e avaliação de provas necessita ser independente e impessoal, sendo que este deverá agir de forma isenta e inquestionável.
Attie (2011)
Planejamento preliminar na Auditoria Operacional Governamental
Segundo Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011) o planejamento preliminar da auditoria é um “documento” que deve ser elaborado de imediato quando recebida a incumbência da auditoria governamental, sendo que nele deverão ser apresentadas:
As condições
O tempo
Os recursos
Etapas necessárias para o planejamento
O relatório preliminar assim que aprovado se constituirá na autorização formal para a execução da fase do planejamento de auditoria.
Um planejamento preliminar precisa ser rápido e objetivo e não deve ultrapassar 2 ou 3 dias para sua elaboração e apresentação.
Vejamos a estrutura de um relatório preliminar.
Pré-texto
· Capa
· Sumário
· Apresentação
Contexto
1. Abordagem geral da auditoria
     1.1 Visão geral simplificada
     1.2 Assuntos e áreas relevantes
     1.3 Objetivos gerais
2. Proposta de trabalho
2.1. Período e custo estimado de planejamento
2.2. Previsão de visitas e levantamentos
2.3. Estratégias e instrumentos de coleta de dados
2.4. Proposta de constituição da equipe
2.5. Cronograma de atividades de planejamento
2.6. Data da apresentação do projeto da auditoria
Pós-texto
· Proposta de encaminhamento
Fonte: Adaptado de Rocha e Quintieri (2011)
Elaboração do relatório preliminar
Detalha todo o raciocínio utilizado durante o processo de auditoria. As suas principais finalidades, de acordo com a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012), são:
Contribuir para a análise dos riscos de auditoria.
Proporcionar a definição dos pontos fracos e fortes da unidade auditável.
Permitir a avaliação da eficácia dos sistemas de informação, dos controles internos, do desempenho operacional, do desempenho gerencial e do desempenho de gestão.
Constituir-se em ingrediente básico para a tomada de decisão em processos operacionais e/ou gerenciais de auditoria.
Etapa de planejamento
Pode-se afirmar que não há etapa que afete mais o trabalho de auditoria, do que o tempo empregado em uma inspeção preliminar e no planejamento das tarefas.
Segundo Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011), as etapas podem ser definidas da seguinte forma:
1. visão geral;
2. levantamentos preliminares;
3. problema, questões e critérios de auditoria;
4. papéis de trabalho.
Esta divisão pode variar, uma vez que as fases são independentes e ocorrem, muitas vezes, de forma simultânea, não sendo possível sua delimitação na prática. (ROCHA; QUINTIERI, 2011)
Extensão e profundidade
Quanto à extensão e à profundidade dos testes para suportar a opinião dos auditores, é preciso compreender que a complexidade e também o volume das operaçõesrealizadas pela empresa farão com que os procedimentos de auditoria sejam diferentemente aplicados por meio de:
Provas seletivas
Testes
Amostragem
Segundo Attie (2011):
Cabe ao auditor, baseado nos elementos de juízo de que disponha, determinar o número da profundidade das operações a serem examinadas, de forma a obter elementos comprobatórios que sejam válidos para o todo.
Atividade
2. O instrumento que define o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria, é denominado:
Parte superior do formulário
a) Plano de Auditoria.
b) Programa de Auditoria.
c) Estratégia Global.
d) Planejamento de Auditoria.
e) Mapa de Riscos de Auditoria.
Parte inferior do formulário
Gabarito
Evidências de auditoria
Quanto à evidência de auditoria, o que ela deverá compreender?
As informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião, é o que afirma Crepaldi (2011).
Na evidência de auditoria, estão incluídas as informações de registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações.
Durante todo o processo de formação de opinião independente, o auditor vai recolhendo evidências acerca da fidedignidade das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.
 (Fonte: VectorHot / shutterstock)
O autor afirma que estas evidências são divididas em dois grupos:
Quanto à finalidade
1. evidências sobre a continuidade;
2. evidências sobre o sistema de controles internos;
3. evidências básicas.
Quanto à natureza
1. existência física;
2. declaração de fontes independentes consultadas (circularização);
3. documentação comprobatória;
4. repetição de cálculos;
5. correlacionamento dos dados;
6. procedimentos de controle interno;
7. acontecimentos posteriores.
Crepaldi (2011) afirma que:
Para colher evidências que lhe proporcionem atestar a fidedignidade das demonstrações contábeis, o auditor emprega vários métodos chamados de técnicas de auditoria.
Mas, o que são essas técnicas?
São o conjunto de investigações empregadas pelo auditor para reunir aquelas evidências citadas anteriormente. As técnicas não são provas em si; elas proporcionam a obtenção de provas necessárias para o auditor emitir um parecer bem fundamentado. (CREPALDI, 2011, p. 326)
O autor afirma que as técnicas de auditoria mais usuais são:
 Clique nos botões para ver as informações.
Exame e contagem física
Circularização
Conferência dos cálculos
Inspeção dos documentos
Averiguação
Correlação
Atividade
3. Assinale a alternativa que, de acordo com as NBC TAs, apresenta procedimentos considerados mais relevantes/confiáveis para se obter evidências de auditoria.
Parte superior do formulário
a) Procedimentos de confirmação externa.
b) Questionários.
c) Procedimentos analíticos.
d) Recálculos.
e) Entrevistas.
Parte inferior do formulário
Gabarito
Objetivo da Auditoria Operacional Governamental
Dentro do contexto apresentado, o objetivo significa aquilo que se pretende alcançar, em um ambiente macro, sendo possível os seguintes questionamentos:
Qual a finalidade da realização do exame dentro da área selecionada?
Quais os pontos que deverão ser analisados?
Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011) afirmam que o problema de auditoria é o que queremos investigar, o objeto de investigação, o que vai dar sentido ao trabalho.
Os autores consideram este componente como central para o direcionamento dos trabalhos. Este ponto estabelece ao mesmo tempo o objeto da investigação e os limites que devem ser observados.
Questões de auditoria
O tipo de questão formulada deve ter relação direta com a natureza da resposta e com o tipo de informação que constará no relatório. Arlindo Rocha e Marcelo Quintieri (2011, p. 68) destacam que ainda devem ser observados:
A clareza e especificidade.
O uso de termos e variáveis que possam ser definidos e mensurados.
A viabilidade investigativa (possibilidade de serem respondidas).
A articulação e coerência (o conjunto de questões elaboradas deve ser capaz de esclarecer o problema de auditoria previamente identificado).
Assim, foi possível notar que é preciso de uma série de requisitos e critérios para que sejam elaboradas da forma correta as questões de auditoria.
Escopo de auditoria
Segundo a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012), o escopo de trabalho é a delimitação para a implementação dos programas de auditoria. Esta etapa deverá contemplar os seguintes elementos:
Abrangência
Refere-se à delimitação do universo auditável e, por ser assim, representa o mais importante elemento estrutural do escopo. Por este requisito identifica-se o que deve ser examinado.
Oportunidade
Consiste, objetivamente, na pertinência do ponto de controle e na temporalidade dos exames programados, aqui o sentido da tempestividade torna-se variável decisiva. Identifica-se quando deve ser realizado o exame, ou seja, o seu período de abrangência.
Extensão
Corresponde à configuração da amostra, à amplitude ou ao tamanho dos exames previstos (provas seletivas, testes e amostragens), ou seja, à quantidade dos exames programados. Identifica-se quanto deve ser examinado.
Profundidade
Significa a intensidade das verificações, o seu grau de detalhamento, seu nível de minúcia, enfim a qualidade dos exames. Difere do conceito da extensão visto aquele se relacionar aos aspectos da quantidade. Identifica-se como deve ser realizado o exame. Ex.: técnicas de auditoria utilizadas, roteiros de auditoria e check-list aplicados.
(Controladoria Geral do Estado de Minas, 2012, p. 59)
Aspectos da metodologia auditorial
A metodologia utilizada compreende uma série de procedimentos, técnicas e métodos usados para se atender aos objetivos previstos, sendo que, segundo a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012), devem ser indicados os seguintes aspectos:
· as tendências orçamentárias, financeiras, econômicas e sociais;
· os programas, os projetos e as atividades da gestão pública ou privada;
· os agentes gestores desses programas, os projetos e as atividades.
· nas perspectivas ambientais apresentadas;
· na trajetória dos processos gerenciais e operacionais ou o ciclo administrativo: planejamento, execução e controle;
· nos resultados orçamentários, financeiros, econômicos, patrimoniais e sociais esperados e alcançados.
· nos momentos referenciais do planejamento e da execução das políticas públicas ou políticas estratégicas;
· durante o processo de gerenciamento.
· para antecipar variáveis ambientais valorizando a tomada de decisões no presente;
· para comprovar a adequação do planejamento, a congruência e a efetividade das execuções;
· para eliminar ou reduzir gargalos nos processos operacionais;
· para garantir a consecução das políticas públicas.
· antecipando variáveis quanto aos resultados futuros;
· identificando qualidades e criticidades nos processos operacionais e gerenciais;
· identificando qualidades e criticidades nos resultados orçamentários, financeiros, econômicos, patrimoniais e sociais.
Plano de auditoria
Dentro do plano de auditoria é comum que sejam apresentadas as seguintes características:
Objetivos
Metas
Escopo e metodologia
Produtos
Clientes
Recursos a serem utilizados
Custos
Cronograma para execução
Conforme a Controladoria Geral do Estado de Minas (2012, p. 58), a programação ou o plano de trabalho de auditoria deverá conter, no mínimo, os seguintes dados:
1 - Objetivos (geral e específicos);
2 - Escopo do exame;
3 - Avaliação dos riscos2 envolvidos;
4 - Procedimentos de auditoria a serem executados;
5 - Recursos a serem utilizados (humanos, materiais, tecnológicos e financeiros);
6 - Cronograma detalhado, envolvendo as diversas fases de execução.
Comunicação do plano de trabalho
Após a elaboração do plano de trabalho, deve haver a sua comunicação para todos os níveis hierárquicos da empresa, a saber (Controladoria Geral do Estado de Minas, 2012):
Níveis hierárquicos estratégicos
Demonstrando a aderência e as oportunidades estratégicas da programação de auditoria.
Unidade auditada
Apresentando os pontos que serão auditados e estabelecendoo envolvimento do pessoal.
Veja um modelo básico de um plano de trabalho de auditoria operacional governamental, seus principais aspectos e características. É possível notar que deve ser feita toda a identificação do processo de auditoria, primeiramente do órgão ou da entidade a ser auditada, depois o grupo de trabalho que fará a execução das tarefas e por quem serão coordenados.
Além disso, é preciso demonstrar quando iniciarão e terminarão os serviços de auditoria.
	MODELO BÁSICO DE PLANO DE TRABALHO DE AUDITORIA
PLANO DE TRABALHO DE AUDITORIA (CAPA)
	          ÓRGÃO/ENTIDADE AUDITADO:
	
	          GRUPO DE TRABALHO:
	
	          COORDENAÇÃO:
	
	          Período de Execução dos trabalhos     INÍCIO:
	TÉRMINO?
	          LOCAL/DATA:
          ASSINATURA DA EQUIPE:
	
Fonte: Controladoria Geral do Estado de Minas (2012)
Aula 6: Papéis de Trabalho
Apresentação
Nesta aula, vamos apresentar os papéis de trabalho, um conjunto de formulários e documentos que apresentam informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante o seu exercício de verificação na empresa.
Também vamos abordar a forma e o conteúdo dos papéis de trabalho, ou seja, os requisitos que estes deverão ter para cumprir sua função, que é possibilitar o trabalho do auditor.
Bons estudos!
Objetivos
· Reconhecer o que são papéis de trabalho;
· Distinguir os diferentes tipos de papéis de trabalho;
· Compreender sua organização e codificação.
O que são os papéis de trabalho?
Quando o auditor começa a realizar seu trabalho, para comprovar o que foi auditado, precisa de papéis de trabalho. Vamos ver como isso funciona, o que são e como são organizados e apresentados.
Vamos verificar para que servem e como é o procedimento, bem como os aspectos gerais dessas ferramentas tão importantes para o trabalho do auditor.
Para que servem os papéis de trabalho?
Crepaldi (2011) afirma que o auditor deve documentar as questões importantes para proporcionar a evidência. Com isso, visa fundamentar seu parecer e comprovar que a auditoria foi executada de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.
O que são os papéis de trabalho?
Para Attie (2011), os papéis de trabalho formam um conjunto de formulários e documentos que apresentam informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu trabalho. Também apresentam as provas e descrições dessas realizações, que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento da opinião do auditor.
Saiba mais
Segundo a NBC TA 230, os papéis de trabalho podem ser assim definidos como Documentação de auditoria 1.
Objetivos dos papéis de trabalho
Segundo Crepaldi (2011), os papéis de trabalho se destinam a:
01
Ajudar, por meio da análise dos documentos de auditoria anteriores ou pelos coligidos quando da contratação da primeira auditoria, no planejamento e na execução da auditoria;
02
Facilitar a revisão do trabalho de auditoria;
03
Registrar evidências de trabalho executado, fundamentando o parecer do auditor independente;
04
Fornecimento de um registro escrito permanente do trabalho efetuado;
05
Fornecimento de informações importantes com relação ao planejamento contábil econômico e financeiro das entidades;
06
Fornecimento aos encarregados da possibilidade de avaliar os atributos dos membros da equipe relativos a diversos aspectos.
Forma e conteúdo dos papéis de trabalho
Crepaldi (2011) afirma que o auditor deverá registrar, nos papéis de trabalho, informações relativas a:
Planejamento de auditoria
Natureza da auditoria
Oportunidade dos procedimentos aplicados
Extensão dos procedimentos
Conclusões da evidência de auditoria
Resultados obtidos
Além disso, para o autor, deverá ser incluído o juízo do auditor acerca de todas as questões significativas, juntamente com a conclusão a que este chegou, além das áreas que apresentam questões de difícil julgamento.
Ainda de acordo com o autor (2011, p. 431) a forma e o conteúdo dos papéis de trabalho podem ser afetados por:
· Natureza do trabalho;
· Natureza e complexidade da atividade da entidade;
· Natureza e condição dos sistemas contábeis e de controle interno da entidade;
· Direção, supervisão e revisão do trabalho executado pela equipe técnica;
· Metodologia e tecnologia utilizadas no curso dos trabalhos.
Perez Júnior (2012) afirma, de forma complementar, que os papéis de trabalho incluem a compilação de informações tais como:
Planejamento do trabalho;
Mapas preparados pelo departamento de Contabilidade, Financeiro ou fiscal, ou até mesmo pelo auditor;
Memorandos e correspondências relevantes;
Confirmações de saldos obtidos por terceiros;
Pasta corrente — papéis de trabalho com exame das transações, programas de auditoria, confirmação de terceiros.
Atenção
Attie (2011) afirma que a pasta corrente reúne a ordem da tarefa e autoriza o trabalho em si: o controle de horas despendidas na execução, programa de trabalho detalhado, todas as informações obtidas e outros que fundamentem a opinião do auditor.
Pastas para arquivar os papéis
Nas chamadas pastas permanentes, deverão ser arquivados os papéis de trabalho com informações que serão utilizadas no futuro: estrutura organizacional, planos de conta, fluxograma, manual de procedimentos, questionários de avaliação dos controles internos, entre outros.
Attie (2011) complementa que, embora cada atividade de auditoria seja diferente uma da outra, o conteúdo das pastas de papéis permanentes pode variar.
Veja alguns exemplos:
Dados históricos
Dados contábeis
Dados de controle interno
Dados contratuais
Dados analíticos
Dados de planejamento de longo prazo
Formas e conteúdo dos papéis de trabalho – aspectos práticos
Crepaldi (2011) afirma que todos os papéis de trabalho devem apresentar as seguintes informações básicas:
Ainda com relação aos papéis de trabalho, é preciso entender os seguintes conceitos:
· Células-mestras — o título é o nome do grupo ou subgrupo de contas do balanço;
· Células analíticas — o título irá demonstrar o tipo de análise ou procedimento de auditoria aplicado, fazendo referência ao item de programa de auditoria que se aplica;
· Data — indica a data do trabalho. Caso haja trabalhos de auditoria interna combinados com o de auditoria externa, também deverão constar as demonstrações a que se referem;
· O nome de quem preparou a célula no canto inferior direito;
· As iniciais de quem a prepara indicam quem foi responsável por seu preenchimento;
· Caso haja trabalho conjunto com a auditoria interna, deverá constar a frase “Preparado pela auditoria interna”.
 Fonte: Shutterstock.
Aspectos fundamentais dos papéis de trabalho
A tabela abaixo apresenta esses aspectos:
	Aspecto
	Descrição
	Completabilidade
	Os papéis de trabalho necessitam ser completos por si só, relatando começo, meio e fim do trabalho praticado.
	Concisão
	Os papéis de trabalho devem ser concisos, ou seja, ser entendidos sem necessidade de explicações da pessoa que o elaborou.
	Objetividade
	Os papéis de trabalho deverão ser objetivos, ou seja, demonstrar aonde o auditor quer chegar, de forma clara.
	Limpeza
	Os papéis de trabalho deverão estar limpos, de forma a não prejudicar seu entendimento.
	Lógica
	Devem ser elaborados de forma lógica de raciocínio, na sequência natural o objetivo a ser atendido.
Pontos essenciais dos papéis de trabalho. Fonte: Adaptado de Attie (2011) e Crepaldi (2011).
Atividade
2. A Resolução CFC nº 986/2003 (NBC TI 01), no que se refere aos papéis de trabalho, estabelece que:
Parte superior do formulário
a) São ferramentas destinadas apenas ao registro em meio físico, que devem ser organizadas e arquivadas de forma sistemática e racional.
b) São documentos e registros de fatos, informações e provas obtidos no curso da auditoria para dar suporte à opinião do auditor.
c) Devem ter abrangência superficial, uma vez que se trata de ferramenta de suporte.
d) Não é ferramenta adequada para proporcionar a compreensão da extensão dos procedimentos de auditoria aplicados.
e) A boa prática dos trabalhos não recomenda que sejam anexados a outros tipos de documentos.

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