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BÁSICO - Mód IV - 57ª AULA - História da Igreja Cristã - A Igreja Reformada

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Teólogo Responsável: JUANRIBE PAGLIARIN. Graduado pela FAK – Faculdade Kurios/UFC. O que credencia um 
Teólogo é a criação de uma produção científica e teológica inédita. E isto o Pr. Juanribe Pagliarin fez ao reunir pela 
primeira vez na História os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João em um só, sem acrescentar nada à Palavra 
original, e dispondo os fatos na provável ordem cronológica em que ocorreram. Tal produção deu origem aos livros: 
JESUS - A VIDA COMPLETA e O EVANGELHO REUNIDO. 
 
NÍVEL BÁSICO - MÓDULO IV 
Copyright © 2013 by JUANRIBE PAGLIARIN 
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/98. 
É proibida a publicação, divulgação, transmissão, distribuição, contrafação (reprodução não autorizada) 
etc., total ou parcial sem a expressa anuência do autor e coautores. 
55557777ª Aª Aª Aª AULA ULA ULA ULA ---- História da História da História da História da Igreja CristãIgreja CristãIgreja CristãIgreja Cristã 
Ao Palestrante: Ministre a aula com calma e propriedade fazendo as devidas leituras das referências Bíblicas que 
respaldam os comentários. 
 “Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar 
outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1:9). 
 
No fim da Era Medieval da Igreja alguns movimentos de reforma começaram a surgir. 
“Contudo, o mundo não estava preparado para recebê-los, de forma que foram reprimidos com 
sangrentas perseguições” (HURLBUT, 2000, p. 131). São eles: 
ALBIGENSES OU CÁRTAROS (PURITANOS): Apareceram no Sul da França por volta 
do ano de 1170. Segundo Hurlbut (2000) eles rejeitavam a autoridade da tradição, distribuíam 
o Novo Testamento, eram contra a doutrina do purgatório e à adoração de imagens. O papa 
Inocêncio III mobilizou uma “cruzada” em 1208 que exterminou toda a população da região, 
sendo ela Católica ou não. 
VALDENSES: Surgiu também por volta de 1170 e tinha Pedro Valdo como seu líder. Ele lia, 
explicava e distribuía as Escrituras contrariando os costumes da Igreja Católica. Formou uma 
ordem de evangelistas chamados de “os pobres de Lyon” que viajavam pela França a fim de 
ganhar novos adeptos. Foram perseguidos e expulsos da França, porém, encontraram abrigo no 
norte da Itália, onde permanecem até hoje. 
JOÃO (JOHN) WYCLIFFE: “Iniciou um movimento na Inglaterra a favor da libertação do 
domínio do poder romano e da reforma da Igreja” (HURLBUT, 2000, p. 132). Wycliffe era 
teólogo formado na Universidade de Oxford, não reconhecia a autoridade papal, era contra a 
doutrina da transubstanciação. Ele traduziu o Novo Testamento para o inglês, em 1380 e o 
Antigo Testamento também, junto com alguns amigos, em 1384. Os discípulos de Wycliffe 
foram duramente perseguidos e exterminados, porém a sua pregação e a tradução da Bíblia 
para o inglês preparavam o caminho para a reforma. 
JOÃO HUSS: Pregava o mesmo que Wycliffe, principalmente o que dizia respeito a não 
reconhecer a autoridade papal. Era da Boêmia (Região histórica da Europa Central). Foi 
excomungado pelo papa e se retirou para um lugar ignorado, fora de Praga, de onde escrevia 
cartas confirmando as suas ideias. Mas, em 1415, ele foi condenado e queimado, porém deixou 
plantadas suas ideias na Boêmia. 
JERÔNIMO SAVONAROLA: Foi um monge da Ordem dos Dominicanos na Itália. Pregava 
contra os males sociais, eclesiásticos e políticos de seu tempo. Foi excomungado pelo papa, 
 
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condenado, enforcado e seu corpo queimado, no ano de 1498. “A queda de Constantinopla, 
em 1453, foi assinalada pelos historiadores como a linha divisória entre os tempos medievais e 
os tempos modernos. [...]. Em 1453, Constantinopla foi tomada pelos turcos sob as ordens de 
Maomé II” (HURLBUT, 2000, p. 134). 
A A A A IgrejaIgrejaIgrejaIgreja ReformadaReformadaReformadaReformada ((((1453 d. C. até 16481453 d. C. até 16481453 d. C. até 16481453 d. C. até 1648)))) 
O período que iremos abordar vai desde a Queda de Constantinopla, em 1453, até o fim da 
Guerra dos Trinta Anos, em 1648. É um período relativamente pequeno, 195 anos, porém, foi 
marcado por um grande acontecimento: a Reforma Protestante. Iremos usar como material de 
apoio o livro: A História da Igreja Cristã, referenciado nesta bibliografia. 
A Reforma teve início na Alemanha e se espalhou por todo norte da Europa “e teve como 
resultado o estabelecimento de Igrejas nacionais que não prestavam obediência nem fidelidade 
a Roma” (HURLBUT, 2000, p. 139). 
Durante a Idade Média o interesse dos estudiosos havia sido orientado para a 
verdade religiosa, com a filosofia relacionada com a religião. Os principais 
pensadores e escritores, [...], eram homens pertencentes à Igreja. Porém, no 
período da Renascença, surgiu um novo interesse pela literatura clássica, pelo 
grego e pelo latim, pelas artes, de forma inteiramente separada da religião. Por 
via de tal interesse, aparecem os primeiros vislumbres da ciência moderna. Os 
dirigentes do movimento, de modo geral, não eram sacerdotes nem monges, e 
sim leigos, especialmente na Itália, onde teve início a Renascença, não como um 
movimento religioso, mas literário; não abertamente antirreligioso, porém cético 
e investigador. [...]. No norte dos Alpes, na Alemanha, na Inglaterra, e na 
França o movimento possuía sentimento religioso, despertando novo interesse 
pelas Escrituras, pelas línguas grega e hebraica, levando o povo a investigar os 
verdadeiros fundamentos da fé, independente dos dogmas de Roma 
(HURLBUT, 2000, p. 140). 
Nesta época o mundo pôde contar com a invenção da imprensa, feita por Gutemberg em 1455. 
Dessa forma os livros poderiam ser impressos aos milhares e não eram mais feitas cópias à mão. 
“Uma Bíblia, na Idade Média, custava o salário de um ano de um operário. É muito significativo 
o fato de o primeiro livro impresso por Gutemberg haver sido a Bíblia, demonstrando, assim, o 
desejo dessa época” (HURLBUT, 2000, p. 140). E por isso, a grande circulação de Bíblias 
possibilitada pela invenção da imprensa, fez com que pessoas por toda Europa tivessem acesso 
a Palavra de Deus, nos seus próprios idiomas. Ao lerem a Bíblia eles se convenciam do quanto 
a Igreja papal estava longe dos ensinamentos da Palavra de Deus. “Enquanto o espírito de 
reforma e de independência despertava a Europa, a chama desse movimento começou a arder 
primeiramente na Alemanha, no eleitorado da Saxônia, sob a direção de Martinho Lutero, 
monge e professor da Universidade de Wittenberg” (HURLBUT, 2000, p. 141). 
O papa da época era Leão X, e como estava construindo o templo de São Pedro em Roma, a 
Igreja precisava de altas somas de dinheiro. Para isso, foi autorizada a venda de bulas, 
assinadas pelo papa, que concediam perdão de todos os pecados, a pessoas vivas ou mortas, 
em nome de quem se compravam as bulas papais. Na época se dizia: “Tão depressa o vosso 
dinheiro caia no cofre, a alma de vossos amigos subirá do purgatório ao céu”. Lutero começou 
a pregar veementemente contra a venda das bulas papais, denunciando como falso esse ensino. 
A data fixada pelos historiadores como início da grande Reforma foi registrada 
como 31 de outubro de 1517. Na manhã desse dia, Martinho Lutero afixou na 
porta da Catedral de Wittenberg um pergaminho que continha noventa e cinco 
teses ou declarações, quase todas relacionadas com a venda de indulgências; 
porém, em sua aplicação atacava a autoridade do papa e do sacerdócio 
(HURLBUT, 2000, p. 141). 
 
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As ideias de Lutero contra a Igreja papal foram se espalhando pela Alemanha e Europa, por 
causa da imprensae em 1520, o papa Leão X excomungou o reformista Lutero, que queimou a 
bula que o excomungava junto com documentos e leis estabelecidas por autoridades romanas, 
rompendo de vez com a Igreja papal. Durante esse período Lutero traduziu o Novo Testamento 
para o alemão e posteriormente também traduziu o Antigo Testamento. 
A Reforma se espalhou e deu frutos principalmente nos países do norte da Europa. Nas regiões 
do sul, como Itália e Espanha, ela foi sufocada impiedosamente. Na Suíça, o movimento 
reformista teve início concomitantemente ao movimento alemão. Ulrico Zuínglio, em 1517, 
atacou a remissão de pecados que muitos procuravam por meio de peregrinações ao altar da 
Virgem Einsieldn. Em 1522, ele rompeu de vez com a Igreja papal. Em 1531 ele falece, mas 
João Calvino dá continuidade ao movimento na Suíça. Este foi considerado o maior teólogo da 
Igreja depois de Agostinho. “Sua obra ‘Instituições da Religião Cristã’, publicada em 1536, 
quando Calvino tinha apenas vinte e sete anos, tornou-se regra da doutrina protestante” 
(HURLBUT, 2000, p. 146). 
A Dinamarca, Suécia e Noruega (reino escandinavo) receberam com prontidão os ensinos 
luteranos. Na França, o movimento de Reforma teve início em 1512, quando Jacques Lefevre 
escreveu e pregou a doutrina da “justificação pela fé”. Mesmo a Igreja Católica Romana 
exercendo grande influência, os partidos protestantes e católicos se alternavam no poder. Até a 
noite de São Bartolomeu, em 24/08/1572, quando quase todos os protestantes foram 
massacrados e covardemente assassinados. Desde então, mesmo em pequeno número, o 
protestantismo francês exerceu grande influência. Os Países Baixos (Bélgica e Holanda) eram 
governados pela Espanha. Porém, aderiram ao movimento de Reforma, sendo perseguidos 
veementemente pelos espanhóis. Depois de prolongada guerra, os Países Baixos conseguiram a 
sua independência, desligando-se do governo espanhol. A Holanda tornou-se protestante e a 
Bélgica continuou com a maioria Católica Romana. 
Um dos dirigentes da Reforma na Inglaterra foi William Tyndale, que fez a primeira versão em 
inglês do Novo Testamento, depois da invenção da imprensa. Ele foi martirizado na Antuérpia 
em 1536. Outro dirigente da Reforma foi Tomás Cranmer, arcebispo católico que se tornou 
protestante, porém no reinado da rainha Católica Maria ele negou a sua fé para não ser morto. 
Entretanto, ao ser condenado a morte, reafirmou a sua fé. No reinado de Henrique VIII, ele 
separou-se da Igreja Católica porque esta não quis sancionar o seu divórcio com Catarina. 
Assim, ele funda a Igreja Católica inglesa. Quem não concordasse com suas ideias, sendo 
católico ou protestante, eram por ele condenados à morte. No reinado de Elisabete, a Reforma 
toma corpo novamente, os exílios foram cancelados e a Igreja da Inglaterra firmou-se outra vez. 
Na Escócia, o progresso da Reforma foi lento. João Knox assume o controle do movimento de 
Reforma em 1559. Suas ideias eram radicais e inflexíveis e na Escócia tem início a Igreja 
Presbiteriana e que veio a ser a Igreja deste país. 
No início do século XVI a única Igreja na Europa era a Católica, mas no fim deste século todos 
os países do norte da Europa haviam se separado de Roma e estabelecido as suas Igrejas 
nacionais. Havia diferenças de doutrinas e de organização, mas segundo Hurlbut (2000), foram 
cinco os princípios que levaram à Reforma Protestante: O primeiro princípio é que a verdadeira 
religião está baseada na Bíblia. Os católicos romanos haviam substituído a autoridade da Bíblia 
pela autoridade da Igreja e proibiam seus fiéis a leitura das Escrituras; o segundo princípio era 
que a religião devia ser racional e inteligente. Sem doutrinas irracionais como adoração a 
imagens, indulgências papais, etc; o terceiro princípio era a religião pessoal, onde o homem 
poderia achegar-se a Deus diretamente, sem o intermédio de um sacerdote. Naquela época os 
clérigos da Igreja romana eram mediadores entre Deus e os homens, concedendo perdão e 
 
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fazendo orações pelo povo; o quarto princípio era o da religião espiritual, sem as formalidades e 
cerimônias que a Igreja Católica havia imposto; o último princípio foi a existência de uma Igreja 
nacional, independente da Igreja mundial. O papa queria exercer influência sobre o Estado e 
sobre todas as nações. Além disso, o culto nas Igrejas reformadas era ministrado na língua 
pátria e não no latim, como na Igreja Romana. 
A Igreja Católica Romana inicia então, o movimento de Contrarreforma, querendo recuperar o 
terreno perdido para os protestantes. Ela se reuniu em concílios e fez algumas reformas internas 
e a sua doutrina foi estabelecida. Em 1618, tem início uma guerra em toda Europa, que ficou 
conhecida com a Guerra dos Trinta Anos que tinha como motivo as rivalidades políticas e 
religiosas. Em 1648, a guerra terminou, com a assinatura do tratado de paz de Westfália, que 
fixou os limites dos estados católicos e protestantes, que duram até hoje (HURLBUT, 2000, p. 
155). 
INVALIDANDO ASSIM A PALAVRA DE DEUS PELA VOSSA TRADIÇÃO 
QUE VÓS TRANSMITISTES. Tradição religiosa é tudo aquilo que não está na 
Escritura. Consiste em costumes, fábulas, lendas e procedimentos criados pela 
imaginação humana e transmitidos oralmente de geração em geração. Essas tradições, 
de tanto serem repetidas, acabam sendo aceitas como verdadeiras. Quando uma 
religião dá à tradição o mesmo valor das Escrituras, é preciso compará-las, como Jesus 
fez aqui. Qualquer tradição religiosa que invalida, diminui ou contraria as Escrituras é 
preceito de homens. São inúteis na adoração a Deus e não salvam. 
EM VÃO ME ADORAM, ENSINANDO DOUTRINAS QUE SÃO PRECEITOS 
DE HOMENS. Para combater a “tradição”, Jesus citou a “Escritura”. Aliás, dizia 
sempre: “Está escrito”, “Examinai as Escrituras”, “Nunca lestes nas Escrituras?”, “Para 
que se cumpram as Escrituras”. Jesus nunca fez nenhuma pregação usando como 
fundamento uma tradição (PAGLIARIN, 2011, p. 193). 
BIBLIOGRAFIA: 
BÍBLIA, Português. Bíblia de Estudo de Genebra. Antigo e Novo Testamento. Edição Revista e Atualizada. 
Editor Geral: R. G. Sproul. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblia do Brasil, 1999. 
HURLBUT, Jesse L. História da Igreja Cristã. São Paulo: Editora Vida, 2000. 
PAGLIARIN, Juanribe. O Evangelho Reunido: Mateus, Marcos, Lucas e João reunidos em um só Evangelho e 
com os fatos organizados em ordem cronológica / compilado e comentado por Juanribe Pagliarin. Edição de Luxo. 
São Paulo: Bless Press Editora, 2011. 
QUESTIONÁRIO DA 57ª AULA 
Todas as questões devem ser respondidas com as suas palavras. Não copie do texto! 
1. A história da Igreja Reformada compreende qual período? 
2. No fim da Era Medieval alguns movimentos de reforma surgiram. Quais foram eles e por quem foram 
liderados? 
3. Em que país europeu teve início a Reforma Protestante? 
4. O que aconteceu no norte da Europa que fez com que as pessoas questionassem a Igreja Romana? 
5. Qual a importância da invenção da imprensa por Gutemberg? 
6. O que Martinho Lutero fez no dia 31/10/1517? 
7. Como foi o movimento de Reforma na Suíça? 
8. O que foi a noite de São Bartolomeu? 
9. Quem foram os líderes da Reforma na Inglaterra e Escócia? 
10. Quais os cinco princípios que levaram à Reforma Protestante? 
 
Autoria: Pr. Juanribe Pagliarin 
Coautoria e revisão: Pr. Romildo Flôres, Daniela Louback Porto, Ev. Cristiane Carvalho, Pr. 
Fábio Martins 
CONTATOS: tiraduvidascursogratis@hotmail.com; 
reclamacoescursosdeteologia@gmail.com; 
https://www.facebook.com/teologiaprjuanribepagliarin

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