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1517 - 2017 As lições do passado, transformam o presente e projetam o futuro. Assim, tudo o que há, já havia existido; o que será, já existiu antigamente; Deus pode renovar o que já passou! Ec 3.15 - KJA Ao contrário do que muitos cristãos pensam a Reforma Protestante não foi tão somente um movimento religioso. A Reforma foi um motor que conduziu a Alemanha e outros países da Europa à liberdade religiosa, social, política, cultural e econômica. Seus desdobramentos serviram de ponte entre o Renascimento e o Iluminismo, desaguando, mais tarde, no largo estuário das revoluções Americana e Francesa. Os grandes centros econômicos deslocaram-se do sul para o norte da Europa, fazendo com que o desenvolvimento social produzido pelo Renascimento fluísse na mesma direção. As questões políticas derivadas da Reforma provocaram divergências profundas entre Roma e, de novo, o norte da Europa. As grandes propriedades territoriais da Igreja, isentas de tributação, causaram indignação aos demais proprietários, sobre-taxados para compensar aquelas isenções; além do que a intromissão do papa em questões políticas produzia sérios questionamentos à sua autoridade. No apogeu do catolicismo, o Papa Inocêncio III proclamou-se vigário (substituto) de Deus e não só de Pedro. Ele considerou-se o representante do Rei dos reis e Senhor dos senhores: Jesus Cristo. Portanto, a ele deveriam curvar-se todos os reis da terra. Inocêncio pregava que a Igreja era “luzeiro maior” que ilumina o dia, ao passo que o Estado era o “luzeiro menor” que ilumina a noite (Gn 1.16). Embriagado dessa presunção, Inocêncio dizia ser o Papa quem conferia ou tirava a coroa dos soberanos. Pode-se imaginar os efeitos que esses arroubos produziram não só nas classes desfavorecidas, como também entre os reis e a nobreza. O ambiente favorável à certeza de que alguma coisa precisava ser feita para que uma mudança radical ocorresse, colocando fim a tamanha manipulação social alicerçada na fé. Como em toda revolução, o ato inicial da Reforma Protestante foi feito sem que o padre e professor Martinho Lutero tivesse a noção da dimensão das transformações das quais aquele momento seria o marco inaugural. Ele queria o debate. E, por isso, afixou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg, num texto em que convidava quem não pudesse estar presente a apresentar suas idéias por escrito. A Igreja Católica passara a conceder o perdão mediante contribuições financeiras. Lutero considerava que isso era venda do perdão, o qual só poderia ser concedido por Deus diante do arrependimento e da fé. Eram curtas, as teses de Lutero, mas profundas. Como a de número 76: ‘As indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais.’ Foi o começo do fim de uma era. Em 2017, o ato de Lutero faz 500 anos. A sucessão dos eventos foi avassaladora. Ele contestava o poder do Papa quando o mundo queria discutir a separação entre a Igreja e o Estado, e os países exigiam autonomia nacional. Lutero combatia a idéia de que só os sacerdotes podiam interpretar o texto sagrado e, por isso, traduziu a Bíblia para disseminá-la. Com a invenção do tipo móvel por Johannes Gutenberg, estava aberta a possibilidade de impressão em grande escala. Para que as idéias avançassem pela Europa, era preciso que houvesse mais leitores, e isso alavancou os movimentos de alfabetização dos fiéis. O mundo foi mudando. A própria Igreja Católica passou por mudanças a partir dali. Desafiada, ela encontrou o caminho de se fortalecer na Contra- reforma. A Igreja é o maior milagre da história. A Igreja foi: Criada na eternidade Fundada por Jesus Inaugurada no Pentecoste A Igreja em Atos consolidou-se como uma verdadeira Agência do Reino de Deus – At 2.42 – 47. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Em outubro de 54 Nero chegou ao poder. Insano, pervertido e mau, era filho de Agripina, mulher promíscua e perversa. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Na noite de 18 de julho de 64, um catastrófico incêndio arrasou Roma. - Segundo alguns historiadores, o incêndio foi provocado pelo próprio Nero, que lhe assistiu do topo da torre de Mecenas, no cume do Paladino, vestido de ator de teatro, tocando a lira e cantando versos acerca da destruição de Troia. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Pelo fato de dois bairros onde havia grande concentração de judeus e cristãos não terem sido atingidos pelo incêndio, Nero encontrou uma boa razão para culpar os cristãos pela tragédia. - A partir daí eclodiu uma grande perseguição contra os cristãos. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Durante o governo de Nero o Apóstolo Paulo foi preso e degolado e muitas atrocidades e bárbaros crimes se praticaram contra os cristãos. - Milhares de cristãos foram amarrados em postes e incendiados vivos para iluminar as praças e jardins de Roma à noite. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Segundo o historiador Tácido, muitos cristãos foram jogados na arenas, enrolados em peles de animais para que cães famintos os matassem a dentadas. -Outros cristãos foram lançados no picadeiro para que touros enfurecidos os pisoteassem e esmagassem. - Em 68 boa parte do império se rebelou contra Nero e ele foi deposto pelo senado romano. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - No ano 70 Tito Vespasiano cercou Jerusalém, derrubou seus muros e destriuiu o templo. - Ainda no ano 70 o mesmo Tito Vespasiano inaugurou o Coliseu em Roma e na festa de inauguração, que durou cem dias, mais de dez mil pessoas foram mortas pelas espadas dos gladiadores e pelos leões da Líbia. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - No ano 81 Domiciano sucedeu Tito, sendo chamado de “segundo Nero”, por causa da fúria com que perseguiu os cristãos. - Foi no governo de Domiciano que o Apóstolo João foi deportado de Éfeso para a Ilha de Pátmos, onde escreveu o livro de Apocalipse. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Por volta do ano 155 Poliparpo foi martirizado e os cristãos que se recusavam servir os deuses do panteão romano eram castigados severamente. - Em 161 Marco Aurélio assumiu o trono e governou até 180. Durante seu reinado houve dura perseguição aos cristãos, pois recusavam se dobrar aos deuses pagãos. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Nos albores do terceiro século (202) o imperador Sétimo Severo, com o propósito de consolidar o poder de Roma, propôs deter o avanço do judaísmo e do cristianismo, proibindo, sob pena de morte a conversão a estas duas religiões. - Neste tempo, Perpétua, mulher jovem e de boa posição social, amamentando seu filhinho, sofreu com rara bravura o martírio. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Em 249 Décio cingiu-se com a púrpura imperial, diposto a restaurar a velho glória de Roma. A economia do império estava em crise e o imperador acreditava que se os súditos o império voltassem a adorar os deuses, estes voltariam a favorecer o império. Tudo o que se opunha a este plano imperial era traição e falta de patriotismo. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - No fim do terceiro século, sob o governo de Diocleciano, foi que desabou sobre a Igreja a maior e mais perversa perseguição. - Em 303 lançou um edito onde ordenava a queima de todos os edifícios e livros cristãos. Os cristãos foram privados de sua dignidade e de seus direitos civis. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Diocleciano ordenou que todos os líderes cristãos fossem encarcerados e queos cristãos, sob pena de morte pela desobediência, deveriam sacrificar aos ídolos de Roma. - Por causa de sua fé, os cristãos sofreram torturas e suplícios horrendos. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - A brutal e sangrenta perseguição de Diocleciano sé teve fim com a promulgação por Galério, do edito de tolerância no dia 30 de abril de 311. - Foram abertos os cárceres e pedreiras e deles brotou uma torrente humana de pessoas aleijadas, arrebentadas e tortas, mas exultantes e com a face brilhando de fulgor pela Glória de Deus. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - Em 313 Constantino proclamou o edito de Milão, fazendo cessar a perseguição aos cristãos, devolvendo-lhes igrejas, cemitérios e outras propriedades que haviam sido confiscadas. - Mesmo sob a chibata e a espada, a Igreja cresceu, como disse Tertuliano: “O sangue dos mártires tornou-se a seiva para a sementeira do Evangelho”. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Perseguições do Império Romano. - A perseguição, longe de fazer a Igreja recuar, tornou-a mais ousada. Longe de destruí-la, fez com que se multiplicasse. - A Igreja deixou de ser perseguido e o cristianismo tornou-se a religião oficial do império. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Conversões emMassa. - Os cristãos, em vez de perseguidos, eram privilegiados. Em vez de espoliados, eram ajudados. - A porta de entrada da Igreja não era mais a conversão, mas a conveniência. Antes confessar o nome de Cristo era expor a vida ao martírio; agora, significava projeção e segurança. Antes, ser cristão provocava a fúria dos imperadores, agora arrancava seus aplausos. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Declaração de Religião Oficial do Estado. - Privilégios: 1 – rápido crescimento numérico 2 – isenção de encargos públicos ao clero 3 – proibição de sacrifícios pagãos em casas 4 – privilégio de Pessoa Jurídica para igrejas 5 – proibição do trabalho dominical 6 – donativos ao clero, etc. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Declaração de Religião Oficial do Estado. - Problemas: 1 – rápida paganização da igreja 2 – aceitação do cristianismo pelas vantagens 3 – surgimento de heresias crassas 4 – perda da identidade cristã 5 – concubinato entre igreja e Estado 6 – imperador: chefe da igreja e do Estado ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Declaração de Religião Oficial do Estado. - A Igreja perdeu o poder espiritual e buscou preencher esse vazio com um poder econômico e político. -A Igreja tornou-se rica, opulenta, influente,mas perdeu sua fonte de vida abundante. - A Igreja tinha dinheiro, mas não tinha poder. Tinha a bênção do imperador, mas não a aprovação do céu. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Heresias gritantes introduzidas na Igreja. 1 – oração pelos mortos. 2 – sinal da cruz. 3 – uso de velas. 4 – veneração dos anjos e santos falecidos. 5 – uso de imagens de escultura como objetos de veneração. 6 – missa como sacrifício incruento de Cristo. 7 – exaltação de Maria como mãe de Deus, imaculada, intercessora, mediadora, corredentora, rainha do céu. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Heresias gritantes introduzidas na Igreja. 8 – extrema unção. 9 – doutrina do purgatório. 10 – adoração da cruz, de imagens e relíquias. 11 – água benta. 12 – canonização dos santos mortos. 13 – celibato. 14 – rosário. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Heresias gritantes introduzidas na Igreja. 15 – inquisição. 16 – venda de indulgências. 17 – doutrina da transubstanciação. 18 – confissão auricular. 19 – adoração da hóstia. 20 – proibição da Bíblia aos leigos. 21 – proibição do cálice ao povo na comunhão. 22 – doutrina dos sete sacramentos e muito mais. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA - O estado de decadência e a apostasia da Igreja urgia uma reforma. “... edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mt 16.18 - ARA ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA - Surgimento da Renascença ou Renascimento, no final do século XIV e início do século XV, no norte na Itália. A Renascença foi um movimento cultural que tirou dos domínios de Roma o controle da economia, das artes, da ciência, da política e da religião. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA - A Renascença produziu também uma volta aos clássicos e assim, começou-se a estudar o Novo Testamento no original da língua grega, conseguindo enxergar quantas distorções foram introduzidas no cristianismo. - Em 1450 ocorreu também a invenção da imprensa por Johannes Gutenberg, possibilitando impressão de vários exemplares da Bíblia. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA 1 - ECONOMIA: Até a Renascença, a Igreja Romana mantinho total controle sobre a economia. Sua política econômica incentivava o voto à pobreza, enquanto seus cofres se abarrotavam de dinheiro. Era virtuoso ser pobre. Entretanto surgiu na Europa uma nova classe social, a burguesia, que explorava, através das navegações, largos horizontes de riquezas. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA 2 - ARTES: A Igreja mantinha absoluto controle sobre as artes. Quando um artista pintava uma tela, fazia o rosto de uma pessoa e o corpo de um anjo. Surgiu neste tempo os grandes luminares da escultura e da pintura, como Leonardo da Vinci e Michelangelo. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA 3 - CIÊNCIA: Ao longo dos anos o romanismo promoveu o obscurantismo, mantendo o povo, tanto quanto possível, sob o manto da ignorância. Aqueles que se manifestavam de forma diferente eram tidos como hereges, como Galileu Galilei, por exemplo. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA 4 - POLÍTICA: Havia um verdadeiro concubinato entre a Igreja e o Estado, entre o poder clerical e o poder político. Não se sabia ao certo o limite entre o poder do papa e do pode do imperador. Neste tempo, Maquiavel escreveu a obra “O Príncipe”, defendendo a tese que a Igreja e o Estado precisam ser independentes, que o Estado precisa ser laico. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA 5 - RELIGIÃO: A religião estava sob rigoroso controle da igreja de Roma. A Bíblia não era lido pelos leigos. Se alguém ousava lê-la, tinha que interpretá-la pela hermenêutica da igreja. O mais importante não era o texto, mas as notas de rodapé. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA 5 - RELIGIÃO: Ninguém podia olhar para a Bíblia, senão com os óculos da igreja. Esta tentou encabrestar a Palavra de Deus e manietar as consciências. Mas Matinho Lutero, monge agostiniano, certo dia abriu a Bíblia e leu que “ o justo viverá por fé” (Rm 1.17). Esta verdade explodiu em seu peito. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA CINCO ÁREAS QUE A RENASCENÇA TOCOU, ABALANDO O DOMÍNIO ABSOLUTO DA IGREJA 5 - RELIGIÃO: Ele entendeu que a aceitação do homem por Deus não depende de seus méritos nem de suas obras. A justificação não se dá mediante as obras da lei, mas pela fé em Cristo Jesus. Assim, todo o domínio da igreja sobre a consciência das pessoas foi quebrado, e ela perdeu seu controle sobre a religião. Estava aberto o caminho para a Reforma. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Não obstante o sucesso da Reforma Protestante ser, muitas vezes, atribuído a Lutero, outros antes dele foram ousados, como precursores,do movimento reformista. Sem dúvida Lutero teve seu valor, principalmente porque soube entender que era o tempo oportuno, mas os Movimentos Precursores da Reforma foi alicerce que lhe deu firmeza para a Reforma Protestante. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA 1328 - 1384 JOHN WYCLIFF Nascido na Inglaterra, filho de camponeses, viveu durante a época do “cativeiro babilônico” do papado. Erudito, mestre famoso na Universidade de Oxford, onde estudou e passou a maior parte da sua vida, era um polemista demolidor, escritor fluente, pregador ungido. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Foi cognominado estrela da alva da reforma. Era respeitado em todas as classes sociais. Identificava-se com o pobres, interessando-se pelos seus problemas. Expunha-lhes as Escrituras em linguagem simples. Os fidalgos eram seus amigos porque ele os ajudava a resistir ao clero. Condenou com veemência o poder exorbitante do papado. Condenou com austeridade a teoria da transubstanciação, tachando-a de magia e superstição. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Defendia a tese de que a verdadeira Igreja é formada pelos eleitos de Deus e não pelos poderosos eclesiásticos. Iniciou com grande bravura a tradução da Bíblia para o inglês, a língua comum do povo.Compreendia que a autoridade da Igreja não está em sua hierarquia, nem na tradição, mas na Palavra de Deus. Foi duramente perseguido. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Preso vários meses em sua casa, escreveu livros que influenciaram corações. Em 1381 retirou-se para sua paróquia em Lutterworth, onde continuou a escrever e traduzir a Bíblia, e isto até sua morte, em 1834. Anos depois, no Concílio de Constança, foi condenado como herege, seus restos mortais foram exumados e queimados e suas cinzas lançadas no rio Swift. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA 1369 - 1415 Após sua morte, seus seguidores, os lolardos saíram pela Inglaterra divulgando as doutrinas de Wycliff entre o povo, condenando as heresias do romanismo e levando a cabo a tradução da Bíblia para o inglês. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA JOHN HUSS Nasceu na Boêmia e ingressou na Universidade de Praga aos 16 anos. A partir daí passou o restante da sua vida na capital, exceto seus dois últimos anos de encarceramento em Constança, de onde saiu para ser queimado vivo. Em 1402 foi nomeado reitor e pregador da Capela de Belém onde suas mensagens fervorosas e bíblicas desencadearam um movimento reformador. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA No mesmo ano, ocupou a reitoria da Universidade, o que favoreceu o avanço dos ideais da Reforma. Na sua pregação, condenava os abusos da igreja e conclamava o povo a voltar-se para a Bíblia e suas verdades práticas. As obras de Wycliff caíram nas mãos de Huss e muito o influenciaram. Ele continuou a pregar com desassombro e poder. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Vieram ordens expressas do papa para que Huss deixasse de pregar. Mas ele tomou a decisão de não atendê-lo e continuou pregando. Outras ordens vieram e John não as acatou. Em 1410 foi convocado para ir a Roma e, por não ter ido, foi excomungado. John Huss continuou pregando e defendendo que a autoridade final da Igreja é a Bíblia e não o clero. Combateu a heresia das indulgências. Foi excomungado novamente em 1412 por não ter comparecido diante da corte papal. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Por causa da perseguição, precisou mudar-se para o sul da Boêmia, onde continuou a escrever e a pregar. Mais tarde foi convidado a comparecer no Concílio de Constança para se defender. Pediram que se retratasse de suas doutrinas evangélicas. Devido à sua posição irredutível, John Huss foi preso em sua casa, no palácio do bispo e depois em vários conventos. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Na prisão, castigaram-lhe com escassez de pão na esperança de que retrocedesse em suas posições, mas Huss com bravura declarou: “Apelo a Jesus Cristo, o único juíz todo- poderoso e totalmente justo. Em suas mãos deposito minha causa, pois ele há de julgar cada um não com base em testemunhos falsos e concílios errados, mas com base na verdade e na justiça. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Por fim, no dia 6 de julho de 1415, depois de grande escárnio, queimaram seus livros e levaram-no para a fogueira. No suplicio da fogueira John Huss morreu clamando misericórdia a Deus pelos seus inimigos e cantando salmos. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA Em meio as chamas, Hohn Huss profetizou: “Hoje vocês estão matando um ganso (Huss), mas em breve Deus levantará um cisne (Lutero), e a ele vocês não poderão matar”. Depois da morte deste mártir do cristianismo, a perseguição romana tornou-se ainda mais cruel, o que contribuiu para o crescimento e o fortalecimento dos princípios evangélicos no meio do povo tcheco. 1328 - 1384 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA 1452 - 1498 JERÔNIMO SAVONAROLA Na Florença italiana do século XV, outro destemido pré- reformador se levantou nas barbas de Roma. Savonarola era monge dominicano. Pregou com veemência sobre os desvios do papa, atacou com vigor os vícios do clero e denunciou com grande poder o torpor espiritual de sua época. ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA O papa tentou seduzi-lo oferecendo-lhe um posto de cardeal, mas ele recusou. Sua pregação ungida abalou as estruturas de Roma. As multidões se ajuntavam para ouvi-lo. Sua cidade começou a mudar os hábitos por causa de sua pregação fervorosa. Savonarola foi preso e morto pela inquisição: foi queimado na fogueira em 1449. 1452 - 1498 ENTENDENDO A REFORMA UMA SÍNTESE HISTÓRICA DA IGREJA A REFORMA A Reforma foi um movimento que visou trazer a Igreja à pureza original do cristianismo segundo o Novo Testamento. Depois do Pentecoste, a Reforma do século XVI foi o maior movimento espiritual ocorrido dentro da Igreja. Representou uma volta à Bíblia, ao ensino dos apóstolos e, por isso a rejeição total a qualquer doutrina sem base nas Escrituras. 1483 - 1546 Alemão, filho de camponeses, tornou-se monge agostiniano e entrou para o convento em Erfurt. Buscava com avidez a salvação de sua alma. Em 1512, aos 29 anos, o texto de Romanos 1.17, “o justo viverá por fé”, explodiu como bomba em seu coração. Ali ele descobriu a gloriosa doutrina da justificação pela fé. Mais tarde, quando o papa Leão X estava construindo a basílica de São Pedro, seu emissário Johannes Tetzel foi à Alemanha vender indulgências, que ofereciam redução das penas do purgatório. A REFORMA Martinho Lutero Convencido de que o tráfico de indulgências desviava o povo da verdade, oferecendo-lhe falsas esperanças, Lutero decidiu enfrentar este abuso e, no dia 31 de outubro de 1517, pregou nas portas da Catedral de Wittenberg as 95 teses contra as indulgências. Estava deflagrado o movimento da Reforma. Estas teses foram um golpe no poder papal e no poder da igreja, que se desviara da fé apostólica. 1483 - 1546 A REFORMA Martinho Lutero As teses combateram o pretenso poder da igreja de ser mediadora entre o homem e Deus, vendendo o perdão dos pecados, e Lutero foi excomungado pelo papa. Em 1521, em Worms, na Dieta Imperial, sob ameaça de morte, ele defendeu sua fé diante do imperador, clérigos, nobres, condes e embaixadores. A partir daí o Evangelho passou a ser pregado na língua do povo. 1483 - 1546 A REFORMA Martinho Lutero Nos púlpitos e nos bancos das igrejas havia cópias da Bíblia traduzida por Lutero. Cantavam-se por toda a Alemanha hinos evangélicos e salmos, muitos dos quais escritos pelo próprio Lutero. Dentre eles destacava-se a “Marselhesa da Reforma”, “Castelo Forte”. 1483 - 1546 A REFORMA Martinho Lutero Dentro de 30 anos, a Igreja na Alemanhatinha sido reformada, como ninguém jamais poderia ter sonhado. Os abundantes escritos de Lutero tiveram larga aceitação. E assim o movimento se espalhou pela Boêmia, Hungria, Polônia, Inglaterra, Escócia, França, Países Baixos, Escandinávia e até mesmo pela Espanha e Itália. 1483 - 1546 A REFORMA Martinho Lutero Este é o maior símbolo da luta desencadeada por Martinho Lutero, em nome de uma pureza bíblica e doutrinária, perdida na Igreja e que apresenta a OBRA DE JESUS QUE LIBERTA! LUTERO “O JUSTO VIVERÁ DA FÉ” ROMANOS 1.17 BRASÃO DE A cruz preta, envolvida pelo coração vermelho, significa que Cristo agiu na nossa vida através da cruz. A nossa vida recebe um novo sentido. Ele é o mais importante. A partir dele todas as coisas e pessoas recebem seus devidos lugares e seu valor. Jesus o próprio Deus vem ao nosso encontro, sacrificando sua vida e vencendo o poder da morte em nosso favor, para que todo o que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna (Jo 3,16) BRASÃO DE LUTERO O coração nos faz recordar que é pela fé que somos justificados. A cor vermelha é símbolo do amor que se doa e reparte. Assim como Cristo nos amou, também os seus se amam uns aos outros. Assim como Cristo serve aos seus, eles servem uns aos outros, cada qual conforme o dom que recebeu (Gl 6.2). BRASÃO DE LUTERO As cinco pétalas brancas assinalam que, pela fé, atualmente em prol da justiça e da paz, temos alegria, consolo e paz com Deus, conosco e uns com os outros. Quando a cruz de Cristo tem lugar em nossa vida, ocorre uma transformação. O Reino de Deus se faz presente com todas as suas promessas. BRASÃO DE LUTERO O fundo azul lembra o céu e aponta para a fidelidade de Deus. Deus está conosco. Em Cristo ele nos veio salvar e unir em comunidade. Podemos viver com e para Deus, como sinal do seu Reino, já aqui e agora. A cor azul é também esperança no futuro, pois lembra a eternidade. BRASÃO DE LUTERO O anel dourado lembra o ouro, metal mais precioso. Este anel representa as dádivas que recebemos através da cruz e ressurreição de Jesus Cristo. Pela fé recebemos perdão, comunhão, esperança, sentido da vida, o pão de cada dia... Aponta também para aquilo que, na eternidade, nos será dado: alegria sem fim, satisfação de todas as nossas necessidades e anseios. Então veremos, face a face, Aquele no qual temos crido. BRASÃO DE LUTERO 1484 - 1531 Reformador suíço, o trabalho de Zwinglio se desenvolveu em Zurique. Suas principais defesas eram: 1 – o sacerdócio de todos os cristãos. 2 – a salvação pela fé em Cristo e não pelas obras exigidas pela Igreja. 3 – a autoridade suprema da Bíblia acima da Igreja papal. Zwinglio também combateu com tenacidade o primado do papa, a missa e o celibato do clero. A REFORMA Hulrico Zwinglio 1509 - 1564 Foi o grande cérebro da Reforma e o sistematizador das doutrinas reformadas. Francês, filho de um rico advogado ligado ao clero, Calvino recebeu formação humanista. Em 1533 declarou-se protestante e teve de fugir de Paris em virtude de inesperada perseguição. Calvino escreveu inúmeras obras; redigiu comentários de todos os livros da Bíblia, exceto Apocalipse. A REFORMA João Calvino Convidado por Guilherme Farei em 1536, Calvino ficou em Genebra para ajudar na implantação da Reforma. A cidade, não madura para a Reforma, rechaçou-os e expulsou- os. Calvino passou três anos em Estrasburgo, como pastor de uma igreja de protestentes franceses. Em 1541, voltou a Genebra, a pedido do povo, pois a cidade se corrompia galopantemente. 1509 - 1564 A REFORMA João Calvino Calvino realizou uma extraordinária obra de prega- ção, ensino, discipulado e educação do povo, transformando Genebra numa verdadeira maquete do Reino de Deus na terra e num grande celeiro de missionários para o mundo, inclusive enviando em 1557, a pedido de Villegaignon, quatorze missionários para o Brasil, cinco dos quais foram mortos com requintes de crueldade, tornando-se os primeiros mártires do protestantismo em terras brasileiras. 1509 - 1564 A REFORMA João Calvino 1513 - 1572 Educado na Universidade de Glasgow, implantou a Reforma na Escócia, onde foi preso pelo exército francês, trabalhando dezenove meses como escravo nas galés militares francesas, até a sua libertação em troca de prisioneiros. Eduardo VI, rei da Inglaterra, ofereceu-lhe o bispado de Rochester, mas ele recusou, preferindo ser um capelão real. A REFORMA John Knox Com a ascensão de Maria Tudor, cognominada Maria, a Sanguinária, ao trono inglês, Knox fugiu da Inglaterra indo pastorear um grupo de exilados em Frankfurt. John Knox também esteve com Calvino em Genebra. Em 1559, com a morte de Maria Tudor, voltou à Escócia e trabalhou arduamente para implantar a Reforma no seu país. 1513 - 1572 A REFORMA John Knox Em noites de vigília e oração, clamava: “Ó Deus, dá-me a Escócia para Cristo, senão eu morro”. Em 1560 o Parlamento Escocês, orientado pelo próprio John Knox, começou a obra da Reforma, pondo fim ao domínio do papa sobre a Igreja escocesa, declarando ilegal a missa e revogando todos os decretos contra os “hereges”. Assim, a partir de 1560, a Igreja deixou de ser católica e tornou-se presbiteriana. 1513 - 1572 A REFORMA John Knox SOLA SCRIPTURA – Só as Escrituras Os reformadores reafirmaram a supremacia das Escrituras sobre a tradição. A Bíblia é a única regra de fé e prática. Todas as doutrinas e ensinos estranhos as Escrituras devem ser rejeitados. A autoridade da Igreja precisa estar debaixo da autoridade das Escrituras. Nenhum dogma ou experiência podem ser aceitos se não estiverem base na Palavra de Deus. A REFORMA Princípios Básicos SOLA FIDE – Só a Fé Os reformadores sublinhavam também a supremacia da Fé sobre as obras para a salvação. A salvação não é mérito humano, conquistado pela prática de boas obras, mas é obra de Deus, recebida de graça pelo homem mediante a fé em Cristo. A salvação não resulta da somatória da fé mais obras. A salvação é dom de Deus, recebido exclusivamente pela fé (Ef 2.8, 9; Rm 1.17). A REFORMA Princípios Básicos SOLA GRATIA – Só a Graça Os reformadores reafirmaram a doutrina apostólica de que somos salvos pela graça. A graça é um dom imerecido de Deus a nós. O salário do pecado é a morte. Merecemos o juízo, a condenação, o inferno, mas Deus, pela sua infinita misericórdia, suspende o castigo que merecíamos e nos dá a salvação que não merecemos. Isso é graça. A REFORMA Princípios Básicos SOLO CHISTU – Só Cristo Os reformadores deitaram por terra a heresia romana que afirmava ser o papa o “sumo pontífice”, ou seja, o supremo mediador. Estribados na doutrina bíblica, reafirmaram que só Cristo é o mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5; Jo 14.6) e o único e todo-suficiente salvador (At 4.12). Nem Maria, nem os santos, nem os anjos podem ser nossos intercessores junto a Deus: isso é usurpação do ofício mediador de Cristo. A REFORMA Princípios Básicos SOLI DEO GLORIA – A Deus toda Glória Os reformadores reafirmaram, em oposição à teologia romana da Idade Média, uma defesa dos dois primeiros mandamentos. Diante da veneração aos santos, às relíquias e aos padroeiros, eles defenderam corajosamente que somente Deus é digno de glória. A glória de Deus em oposição à nulidade dos ídolos. A REFORMA Princípios Básicos O SACERDÓCIO UNIVERSAL DOS CRENTES O homem não precisa de intermediários para chegar a Deus. O véu do templo foi rasgado. Todos tem agora livre acesso à presença de Deus. Todos os que creem em Cristo são sacerdotes que podem chegar livremente à presença de Deus por meio de Cristo. Derrubam-se os velhos conceitos de clérigo e leigo e cai por terra a hierarquia espiritual no Reino de Deus. A REFORMA Princípios Básicos A contra reforma foi um movimento católico de oposição cerrada ao protestantismo, visando reorganizar a Igreja para aniquilá-lo. Para isso, a Igreja Católica usou alguns expedientes: foi criada a ordem “Companhia de Jesus”, fundada por Inácio de Loyola (1491- 1556). Seugrande objetivo era trazer de volta ao seio de Roma aqueles que a haviam abandonado, quebrando assim toda a força dos seus oponentes e aniquilando todo o ensino contrário aos da Igreja Romana. A CONTRA REFORMA Para atingir esses objetivos, todos os expedientes foram usados. Daí surgiu a ética jesuítica, de que os fins justificam os meios”. Essa sociedade prestou ao papa lealdade incondicional e tornou-se poderosa máquina para esmagar os protestantes e dissidentes. Foi a mão direita que acionou a perversa inquisição. A CONTRA REFORMA Outro grande elemento de combate à Reforma foi o Concílio de Trentro, que durou por volta de 18 anos, tendo iniciado em 1545. Forneceu à Igreja Romana uma declaração completa de sua doutrina, enfatizando a franca oposição ao protestantismo. Foi nesse concílio que os livros apócrifos foram incluídos no cânon, para dar sustentação a algumas heresias defendidas pela Igreja Romana. A CONTRA REFORMA O Concílio de Trento Reacendeu-se a crença medieval de que era justo o uso da força contra a heresia. Além de incitar os governantes contra os protestantes, a Igreja Romana, pela inquisição, esmagou o que havia de protestantismo na Espanha e na Itália. Em vários outros países, como Portugal e França, a inquisição foi arrasadora no massacre aos protestantes. Até no Brasil ela esteve presente no século XVII. A CONTRA REFORMA A Inquisição O Índex condenava os livros com os quais a Igreja Romana não concordava. Era a repressão no campo das idéias teológicas. A lista de livros condenados incluía todos os escritos protestantes e todas as verões da Bíblia, exceto a Vulgata. O Índex não se limitava a combater as crenças protestantes, mas, igualmente, todo o pensamento que conduzisse ao progresso; pesquisas e estudos de toda a natureza foram praticamente aniquilados na Itália e na Espanha. Assim, a Igreja Romana tornou-se a patrona do obscurantismo religioso e cultural do mundo. A CONTRA REFORMA O Índex Em 1534 Henrique VIII, rei da Inglaterra rompeu com o papa, não por convicção religiosa, mas por conveniência pessoal. Em 1547 seu filho, Eduardo VI, subiu ao trono e começou a imprimir uma nova feição à Igreja e parecia que a Inglaterra entraria num período de verdadeira Reforma, porém o rei morreu prematuramente em 1553, aos 16 anos de idade. O PURITANISMO Irmã de Eduardo VI, Maria Tudor ascendeu ao trono em 1553 e governou até 1558. Católica ferrenha, lutou para desfazer as obras de seu pai e de seu irmão, reconduzindo a Inglaterra ao romanismo. Perseguiu e matou tantos crentes que isto lhe valeu a alcunha de “Maria, a Sanguinária”. Suas perseguições, entretanto, longe de aniquilar a Igreja de Cristo, promoveram-na e a fizeram expandir. O PURITANISMO Muitos protestantes, fugindo da perseguição, foram para a Nova Inglaterra, onde cravaram a bandeira Evangelho, dando início à evangelização nos Estados Unidos. Outros tantos se refugiaram na Alemanha, Suíça, Holanda e outros países, onde tiveram contato íntimo com a Reforma que desejavam implantar em seu país. O PURITANISMO Ao retornarem a Inglaterra a partir de 1558, passaram a fazer quatro reivindicações básicas para a Igreja inglesa: 1 – Doutrina pura 2 – Liturgia pura 3 – Governo puro 4 – Vida pura O PURITANISMO A Igreja na Alemanha atravessava dias difíceis no século XVII. Muitos de seus ministros estavam mais interessados em discussões e disputas filosóficas do que no encorajamento de suas congregações. A guerra entre católicos e protestantes tinha criado uma desconfiança generalizada com relação à vida eclesiástica. Predominava o formalismo e imperava a ortodoxia fria e morta. O PIETISMO Não havia vitalidade espiritual na Igreja, nem o pulsar de uma vida abundante em Cristo. Os crentes haviam abandonado o seu primeiro amor, como a Igreja de Éfeso. Tinham o nome de que estavam vivos, mas estavam mortos como a Igreja de Sardes. O PIETISMO Foi nesta situação de aridez espiritual que se levantou Philip Jakob Spener, chamado de Pai do Pietismo e também conselheiro Espiritual da Alemanha. Fundou a Assembleia piedos, que semanalmente se reunia para orar e estudar a Bíblia. O grande ideal do pietismo era conduzir o povo alemão a uma fida piedosa. Eles estavam cansados da aridez espiritual. Queriam o orvalho restaurador. O PIETISMO O grande problema é que Spener saiu do extremo da ortodoxia sem piedade para outro extremo, da piedade sem ortodoxia. Se o primeiro gera um cristianismo frio, o segundo desemboca num cristianismo místico. Assim o pietismo dava mais ênfase à vida que à doutrina. Buscava mais a experiência que o conhecimento. O PIETISMO Em 1652, George Fox, fundador dos Quacres, teve uma visão que marcou sua vida; daí por diante, começou a ensinar que Deus fala diretamente a qualquer pessoa. O termo “quacre” vem do inglês quarke, pessoa que treme, e foi cunhado para descrever exatamente as experiências místicas que algumas pessoas estavam vivendo. O PIETISMO Os Quacres Em 1723 o conde Ludwig Van Zinzendorf começou na Alemanha um dos movimentos mais extraordinários da história da Igreja. Depois de intensa busca, enfim, o grupo por ele liderado foi visitado com grande poder, no dia 23 de setembro de 1723, às onze horas da manha. A partir de então se iniciou uma reunião de oração ininterrupta de 24 horas por dia, que durou cem anos. O PIETISMO Os Morávios Como fruto desse despertamento, igrejas foram inflamadas com um novo fervor espiritual. Os campos outrora sem vigor foram incendiados por um zelo novo e cheio de ardor espiritual. Os morávios foram despertados por Deus para um gigantesco envolvimento com missões, dentro e fora da Alemanha. Em 25 anos enviaram mais missionários ao mundo do que toda a Igreja havia feito até então. Cada grupo de 25 morávios sustentavam ummissionário fora da Alemanha. O PIETISMO Os Morávios Foi este trabalho de despertamento dos morávios que iniciou o “clube dos santos” em Oxford, onde George Whitefield, John Wesley e Charles Wesley receberam o impacto do poder do Espírito Santo, dando início aos grandes reavivamentos na Europa. O PIETISMO Os Morávios Como fruto dos grandes reavivamentos do início do século XVIII, o próprio século XVII e XIX foram marcados por um grande despertamento missionário em todo o mundo. Ao mesmo tempo que o liberalismo atacava a Igreja, valentes de Deus levantaram-se para ir até os confins da terra, cumprindo a comissão de Cristo. MISSÕES MODERNAS NA INGLATERRA A Igreja que estava anestesiada por um profundo sono foi sacudida e despertada de sua letargia quando dois jovens, quais gigantes de Deus, levantaram-se na Inglaterra - John Wesley - George Whitefield GRANDES REAVIVAMENTOS Século XVIII NA NOVA INGLATERRA Por volta dos anos 1735 e 1740 um tremendo reavivamento irrompeu em Northampton, Massachussets, sob a liderança de Jonathan Edwards, considerado o maior filósofo e teólogo de toda a história dos Estados Unidos. Foi este reavivamento que unificou as colônias americanas, formando o que conhecemos hoje como Estados Unidos da América. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XVIII NA NOVA INGLATERRA Também no século XVII Deus levantou o jovem David Brainerd, que foi o maior referencial naquele século de vida cheia de poder. Ele recebeu o chamado de Deus para evangelizar os índios peles vermelhas no coração das selvas americanas. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XVIII NO PAÍS DE GALES Convertido a Cristo através de um aviso do pastor, Howell Harris, não sabia pregar, mas havia fogo em seu coração e imensa paixão pelas almas perdidas. A Palavra de Deus ardia em seu coração. Ele começou então a ler a Palavra e outros livros evangélicos para os enfermos e pessoas interessadas. A unção de Deus era tão forte sobre sua vida, que as pessoas, às centenas,começaram a render-se a Cristo ouvindo-o ler. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XVIII NA ESCÓCIA O jovem Pastor Robert McKeyne, tinha tamanha comunhão com Deus e vivia tanto na presença de Deus em oração e jejum, que quando se levantavano púlpito para pregar o auditório já era tomado pelas lágrimas, só de olhar par ao seu rosto. Ele pregava sempre com poder e unção. Sem o carisma e a projeção de Mckeyne, mas inteiramente usado por Deus para promover o reavivamento, foi o jovem William Chalmes Barns. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XIX NOS ESTADOS UNIDOS Merece destaque o grande avivamento ocorrido entre 1857 e 1859, quando mais de dois milhões de pessoas foram alcançadas pelo Evangelho. No dia 23 de setembro de 1857, Jeremiah Lamphier começou uma reunião de oração no centro de Nova Iorque. Na primeira semana compareceram seis homens. Dentro de seis meses haviam dez mil homens orando. Deus usou alguns homens de forma especial neste avivamento, como por exemplo Charles Grandisson Finney. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XIX NO PAÍS DE GALES Em 1904 novamente o país vivia uma crise e Deus derramou grande reavivamento sobre ele. O jovem Evan Roberts entrou no gabinete pastoral e viu seu velho pastor, de cabelos brancos, ajoelhado, clamando em lágrimas. Evan Roberts foi movido por Deus a iniciar uma reunião de oração em Lagour, sua cidade natal. Ele chamou jovens da sua Igreja e começou a orar da sete as dez e meia da noite. Nos dias seguintes a oração era frequentada por uma multidão que entrava madrugada a dentro e em poucos dias, o comercio fechava mais cedo porque o povo buscava a oração. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XIX NA CHINA Como resultado da influência do reavivamento galês, Jonathan Gofforth, missionário em Shangai, começou a buscar um reavivamento para sua vida e para sua cidade. Ao examinar algumas obras de Finney,leu que não adianta orar por reavivamento se não estamos dispostos a acertar nossa fida com Deus, preparando o caminho para a sua manifestação. Gofforth disse então a Deus que estava disposto a pagar o preço para receber essa visitação poderosa do Espírito. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XX NOS ESTADOS UNIDOS Mais uma vez o reavivamento chegou aos Estados Unidos da América, através de um descendente de escravos, chamado William Joseph Seymour. Em 1905, em Houston, passou a frequentar a recém-formada escola bíblica de Charles Fox Parham em uma cadeira colocada no corredor, por ser negro O reavivamento liderado por Willian Seymour virou notícia rapidamente e em 18 de abril de 1906 o jornal Los Angeles Times publicou uma extensa matéria sobre o movimento. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XX NA AMÉRICA DO SUL Na América do Sul o avivamento chegou através dos Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren. Em visita à Suécia, Daniel Berg tomou conhecimento sobre o movimento pentecostal por um amigo e ao retornar aos Estado Unidos (1909) passa pela experiência pentecostal. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XX NA AMÉRICA DO SUL Em 1909, em uma conferência em Chicago, conhece o pastor Gunnar Vingren. Daniel Berg e Gunnar Vingren aportaram em Belém, capital do Pará, em 19 de novembro de 1910, onde iniciaram a propagação pentecostal. Em 1911 a Igreja Missão de Fé Apostólica, que em 1918 passou a chamar-se Assembleia de Deus, consolidando-se ao longo dos anos como o maior Movimento Pentecostal do mundo. GRANDES REAVIVAMENTOS Século XX - Sabemos que não vivemos os melhores temos do protestantismo brasileiro. - Temos convicção que necessitamos de um retorno urgente aos princípios da fé cristã. - Ouvimos diversas afirmações que precisamos de uma nova Reforma. - Precisamos realmente de um novo Lutero? RETORNO AOS PRINCÍPIOS - A observação da história tem muito a nos ensinar. - 500 anos se passaram da Reforma Protestante. - Precisamos de mudanças urgentes, pois trilhamos os mesmos caminhos da igreja na idade média. - Não precisamos de um novo Lutero. Precisamos reavivar os Princípios da Reforma Protestante. RETORNO AOS PRINCÍPIOS 1517 - 2017
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