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A Reforma Protestante - Apostila

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A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 1
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reforma Protestante 
A Esperança da História se repetir. 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
Todos os direitos reservados pelo autor. 
 
Reprodução sob qualquer forma encorajada e liberada. 
 
 
 
© 2009 – Geração Benjamim 
 
www.geracaobenjamim.com 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 3
A Reforma Protestante 
A esperança da história se repetir. 
Termos que se deve conhecer: 
• Reformadores: 
o Este termo refere-se aos líderes da revolta contra o catolicismo. 
Lutero, Zuínglio, Calvino, Knox, Bucer, Cranmer, e aos outros que 
mereceriam esse título, assim como Anabatistas iguais a Menno 
Simons. 
• Protestantes 
o Qualquer membro do grupo original que "protestou" contra a 
Igreja Católica e de fato se separou dela, e qualquer membro 
daquele primeiro grupo de igrejas ou dos seus descendentes 
modernos. 
o O termo foi primeiramente usado em 1529 quando um grupo de 
nobres alemães "protestou" contra a Dieta de Speyer. 
• Luterano 
o Um membro das igrejas que descendem de seguidores originais 
de Lutero. 
• Reformado 
o Um membro das igrejas que descendem dos Protestantes não-
luteranos como Knox, Calvino, Bucer. 
• Reformadores Magisteriais 
o Os Reformadores que acreditavam que o magistrado civil deve 
forçar a religião correta. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 4
o Não houve nenhuma diferença, neste ponto, entre os 
Reformadores magistrais e os Católicos Romanos. 
• Anabatista 
o Um membro "da Reforma radical" - aqueles que ultrapassaram os 
reformadores magistrais e restringiram batismo a crentes adultos. 
o Isso também conteve a idéia de que não se esperava que todo o 
mundo se tornasse cristão. 
o Por isso, o governo foi posto fora do quadro e não deveria ser 
usado por Cristãos para impor a religião verdadeira a outros. 
o Nem os Cristãos devem participar no governo civil. 
I. Introdução 
Durante muito tempo, os primeiros cristãos foram perseguidos e até 
mortos por causa de Cristo. A situação mudou quando o imperador romano 
Constantino, 313 d.C., institui uma série de benefícios ao Cristianismo, tais 
como: isenção de impostos, terras, pagamento dos bispos e ajuda na 
construção de templos. Poder e dinheiro passaram a influenciar a vida da 
Igreja, que, em 392 d.C., se fundiu com o Estado, tornando-se a mesma 
coisa. 
Com isso, muitos passaram a fazer parte da “nova religião”, não por 
convicção e fé, mas por favores e benefícios. Aquela vida comunitária, 
aquele amor cristão, o partir o pão de casa em casa e o socorrer aos 
necessitados viraram práticas do passado. O Cristianismo começou a decair 
moralmente, e seus fiéis não corresponderam a Palavra e a vontade de 
Deus. 
Na Idade Média, quem mandava na Igreja era o Papa. Naquela época, ele 
tinha plenos poderes para instituir e derrubar reis e reinos: A igreja passou 
de perseguida a perseguidora, e muitos sofreram nas mãos dessa “Igreja 
Cristã”. Foi criado o “clero”, que era uma liderança muito mais política que 
espiritual, e mantinha uma distância enorme do povo. O clero não parecia 
de forma alguma com o grupo dos apóstolos, que viviam em meio ao povo. 
• Houve basicamente um total desvio da Palavra de Deus nesse período. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 5
1. A Falsa Autoridade da Igreja 
a. A supremacia papal dizia que o pontífice romano, o 
papa, era a representação de Deus na terra ou o 
vigário de Cristo (aquele que assume o lugar de 
Cristo). Sendo assim, as decisões papais feitas através 
de decretos ou bulas tinham autoridade maior do que 
a Escritura. 
b. Salvação naquela época era o mesmo que obediência 
ao papa. Sendo ele o soberano representante de Deus, 
não só a Igreja estava sob seu comando, mas também 
toda a lei civil. 
c. O papa Gregório VII defendeu a idéia de que o papa “é 
o único que deveria ter os pés beijados pelos 
príncipes”, depor imperadores e absolver, ou não, os 
súditos dos impérios de suas obrigações feudais. 
d. O chefe da Igreja comandava também a vida comum e 
a propriedade dos cidadãos de todo o império. 
e. A bula papal, anunciada pelo papa Bonifácio VII em 
1302, chamada de “Unam Sanctam”, dizia que, assim 
“como houve uma única arca, guiada por apenas um 
timoneiro, assim também havia uma única santa, 
católica e apostólica igreja, presidida por um supremo 
poder espiritual, o papa, que podia ser julgado apenas 
por Deus, não pelos homens. Desta forma ele 
concluiu: “Declaramos, estabelecemos, definimos e 
pronunciamos que, para a salvação, é necessário que 
toda criatura humana esteja sujeita ao Pontífice 
Romano”. 
f. O sistema sacramental era outra grande estratégia da 
Igreja daquele tempo. Através desse sistema, os 
sacerdotes recebiam poderes incríveis, como, por 
exemplo, perdoar os pecados do povo e também de 
conceder ou retirar a vida eterna. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 6
2. O Falso Poder da Igreja 
a. O papa Inocêncio III organizou a força policial da 
Igreja, que se chamava Inquisição. 
i. Essa foi a mais terrível estratégia da Igreja. 
ii. Qualquer divergência contra ela era tratada 
como se fosse crime, cuja punição não estava 
reservada apenas neste mundo, com prisões, 
tortura e morte, mas também no mundo 
vindouro, onde o insubmisso queimaria no 
inferno. 
b. O papa poderia também fazer uso do interdito, uma 
espécie de intervenção da igreja nos reinados do 
Império, quando o chefe da Igreja assumia o lugar do 
rei, como aconteceu com o Rei João da Inglaterra em 
1213. 
c. Foram muitos os abusos e perseguições nesta época. 
i. Seres humanos sem direitos, liberdade e sendo 
terrivelmente explorados e censurados quanto a 
sua liberdade de consciência. 
ii. A Igreja se afastava das doutrinas e colocava em 
seu lugar um falso poder, uma autoridade 
mágica que passa longe dos princípios eternos 
das Sagradas Escrituras. 
3. A Falsa Santidade da Igreja 
a. Nas últimas décadas antes da reforma de Martinho 
Lutero e do Renascimento, houve uma aberta 
demonstração da imoralidade entre os líderes da 
Igreja. Aqueles que se diziam ocupar o lugar de Deus 
na terra mergulharam de uma vez por todas na 
corrupção e na prostituição. Houve quem comparasse 
os papas dessa época aos terríveis imperadores 
romanos que viveram próximos ao início da era cristã 
e foram reconhecidos pela sensualidade e imoralidade. 
b. Corrompido dessa forma, o poder foi usado para 
favorecer os oficiais da Igreja e seus parentes. Papas 
nomeavam sobrinhos e familiares próximos, alguns 
deles na adolescência, para assumirem bispados e 
arcebispados por todo o império. Ser líder da Igreja 
era um grande negócio. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 7
c. A moralidade do clero naquele tempo: “Os cardeais 
que residiam em Roma não procuravam resguardar as 
amantes das vistas do público”. 
d. A paixão do jogo os envolvia na perda e no ganho de 
somas enormes, em uma só noitada. 
e. Os papas assistiam a sujas comédias, representadas 
no Vaticano. 
f. Seus filhos se casavam nas próprias câmaras do 
Vaticano e os cardeais se misturavam às senhoras que 
acorriam, como convidadas, as brilhantes diversões 
que os papas arranjavam. 
4. Uma Igreja Enfraquecida 
a. Todos esses atos de dominação, corrupção e 
imoralidade acabaram enfraquecendo a igreja. O papa 
acabou perdendo o respeito e o prestígio das ordens 
leigas da igreja que estavam submetidas a ele. 
b. Em 1309,o centro, ou sede, da Igreja deixou Roma 
para se estabelecer em Avignon na França. Durante 68 
anos a Cúpula da Igreja foi francesa. Depois, com 
Gregório XI, a Igreja voltou a Roma. Mas alguns 
cardeais franceses não se conformaram com a sede do 
papado em Roma e elegeram um papa para si, que 
governou a Igreja novamente de Avignon. 
c. Esse foi o período da história que contou com a 
existência de dois papas. Um em Roma, Clemente VII, 
e outro em Avignon, Urbano VI, na França. Ambos se 
diziam sucessores do apóstolo Pedro. 
d. Esse poder dividido colaborou para o desgaste da 
autoridade esperada pela Igreja Romana. 
e. Com o declínio da autoridade, a Influência da Igreja no 
mundo começa a diminuir. 
f. Começam a surgir cidades/estados que se opõem 
contra a pretensa soberania mundial do papa. 
g. As nações que começaram como seara do “Santo 
império Romano”, passaram a ser comandado por um 
rei, que com seu exército, protegia seus súditos contra 
a exploração da Igreja. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 8
h. A Inglaterra e a Boemia foram as primeiras regiões da 
Europa a se manifestarem contra o domínio papal. 
i. Surgiram a partir de então movimentos internos que 
clamavam por reforma. Dentre esse, destacamos os 
personagens de João Wycliff, na Inglaterra, e João 
Huss na Boemia. 
j. Esses acontecimentos sucessivos demonstram a 
presença de Deus na história, abrindo espaço para 
Reforma de Martinho Lutero, João Calvino e Ulrico 
Zuínglio. 
k. O caminho para renascimento das artes, da ciência e 
da religião começa a ser trilhado. 
B. Os dois últimos séculos antes da Reforma formaram um 
verdadeiro período de trevas. Deus, então, preparou homens e 
mulheres para uma grande transformação de proporções 
mundiais, cujos efeitos chegam até os nossos dias. 
C. Tanta imoralidade e perversão acabaram por propiciar a entrada 
desse novo movimento. O mundo necessitava de Deus, da sua 
Palavra e de uma transformação que abrangesse não só a sua 
vida espiritual, mas também a restauração da dignidade humana. 
II. Condições do mundo antes da Reforma 
A. A Nova Europa 
1. A Europa estava se modificando. O que até agora 
conhecíamos como os estados/nações foram resultado das 
velhas monarquias feudais. 
2. Os reis, recentemente poderosos em muitos países, estavam 
testando os limites do poder da Igreja. Especialmente na 
área de receitas, as nações tentaram vários modos de 
limitar a capacidade do Papa de receber o dinheiro, e 
também fizeram tentativas de interferir no governo da 
Igreja, muitas vezes, de instituir reformas que o Papado 
pareceu fraco a rebater. 
B. A Peste Negra 
1. A peste Bubônica apagou mais de um terço da população da 
Europa nos anos de 1300, e quase no fim dos anos 1400 a 
sociedade foi recuperada dos seus efeitos. 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 9
2. A peste tinha aumentado a preocupação com a morte entre 
todas as classes de pessoas, mas houve também um 
otimismo renovado até o final dos anos 1400 através de 
várias providências. 
3. A classe média aumentava numa nova onda do comércio. 
4. O dinheiro tinha tomado o seu lugar ao lado da terra como 
uma forma da prosperidade. 
C. Os Turcos 
1. Os turcos tinham estendido o seu império na Europa e 
sempre eram temidos. 
2. A invasão de turcos muçulmanos passou pelos Bálcãs até 
chegarem às portas da Viena, ameaçando a própria Áustria 
durante o período da Reforma, causando uma diminuição na 
perseguição dos hereges pelo Imperador Romano, cujos 
líderes simpáticos ele precisava para ajudá-lo contra os 
turcos. 
D. Humanismo e a Renascença 
1. Houve também uma grande entrada de escritas 
humanísticas gregas pagãs (resultado da queda do Império 
Bizantino). E isso levou a uma Renascença do pensamento 
humanístico pagão. 
2. A Renascença, na sua manifestação como arte, foi muito 
amada pelos Papas debochados do período, que passaram 
somas grandes de dinheiro para ter a nova arte em todo 
lugar. 
3. O exemplo principal foi a Basílica de São Pedro que era 
financiada em parte pela venda da indulgência na Alemanha. 
E. A Máquina de Impressão 
1. A invenção da prensa de impressão e a impressão do 
primeiro livro (a Bíblia) em 1456, por Johan Gutenberg, foi 
um desenvolvimento muito positivo que permitiu a 
disseminação rápida de doutrinas da Reforma. 
2. Lutero teve um dos meios de comunicação em massa à sua 
disposição. 
F. Tudo isso veio com a Reforma do século 16. 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 10
III. O que era a Reforma? 
A. Hoje em dia, a moda é falar da necessidade de mudanças na 
igreja, mas vemos poucas pessoas se mexendo e, menos ainda, 
sabendo do que estão falando. “Nós precisamos reformar a igreja. 
Nós precisamos de uma nova Reforma”. Lindo de falar, mas um 
pouco errado no seu entendimento da Reforma Protestante. 
B. A Reforma Protestante não era uma transformação da igreja, mas 
uma saída da igreja da época. 
C. Era uma reforma, voltando às crenças originais do Cristianismo. 
D. O Cristianismo foi reformado, não a igreja. 
E. A Reforma é o movimento na história, que começa em 1517, que 
rompeu a unidade institucional da igreja na Europa Ocidental e 
estabeleceu a terceira grande parte de Cristianismo, chamada 
protestantismo, que foi e é centrada na autoridade absoluta e 
suficiente da Bíblia e na justificação somente pela fé. 
F. A Reforma na Europa durante o século 16 foi uma das épocas 
mais importantes na história do mundo. 
1. A Reforma nos deu a Bíblia - agora disponível em nossa 
linguagem. 
2. O princípio de liberdade religiosa era algo inimaginável antes 
da Reforma. 
3. Os Reformadores lutaram pelos princípios de que somente 
as Escrituras são a nossa autoridade final, que somente 
Cristo é a Cabeça da Igreja e a Justificação é pela graça de 
Deus, com base no trabalho terminado de Cristo, recebido 
somente pela fé. 
IV. Os Pré-Reformadores 
A. Os Valdenses 
1. Os Valdenses foram um movimento dinâmico do Evangelho 
que começou em 1177. 
2. Peter Waldo, um comerciante rico, mandou traduzir os 
Evangelhos para o francês e organizou uma Sociedade para 
apresentar a verdade Bíblica. 
3. Os Valdenses desejavam estudar as Escrituras e ser fiel aos 
princípios Bíblicos em todas as áreas da vida. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 11
4. Eles queriam um caminhar mais consistente com o exemplo 
de Cristo. 
5. Esses "homens pobres do Lyons" saíram dois em dois e 
corajosamente proclamaram a Palavra do Deus em todas as 
partes da França do Sul, a Itália do Norte e da Suíça. 
6. Depois que a Bíblia foi colocada no Índice de Livros 
Proibidos pelo Conselho da Valência em 1229, o Papado 
começou a perseguir continuamente os Valdenses. Milhares 
foram assassinados. 
7. Os sobreviventes fugiram para os Alpes do Sul, do 
Piemontês ocidental, e cresceram por lá. 
8. Debaixo do ataque implacável os Valdenses se tornaram 
soldados adestrados e efetivamente resistiram à tirania. 
9. A perseguição dos Valdenses só terminou antes do século 17 
quando Oliver Cromwell, da Inglaterra, interveio 
energicamente em seu nome. 
10. Os Valdenses sobrevivem na Itália do Norte, até hoje. 
11. É a igreja Protestante mais velha no mundo. 
B. João Wycliff (1329-1384) 
1. Nasceu em Hipswell, Yorkshire na Inglaterra, em 1329 
quase 200 anos antes da Reforma. 
2. As suas crenças e ensinos eram bem iguais aos de Lutero, 
Calvino e outros reformadores. 
3. Seus escritos e exemplo inspiraram Huss e Lutero. 
4. Como um homem à frente do seu tempo, os historiadores 
chamaram Wycliff de "a estrela da Manhã da Reforma". 
5. O que marcou a vida desse homem foi sua erudição, o tantoque ele conheceu, e sua dedicação ao estudo da teologia. 
6. Foi estudar em Oxford e logo dominou a filosofia e os 
ensinos de Agostinho (ensinos que mais tarde influenciariam 
homens com Lutero e Calvino). 
7. A peste negra levou Wycliff a buscar nas Escrituras e 
descobrir a salvação achada em Cristo. 
8. Por ser um grande teólogo, tornou-se capelão do Rei da 
Inglaterra, Ricardo II. Nesta posição pôde fazer muito pela 
reforma de sua Igreja. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 12
9. Wycliff defendeu a independência da Inglaterra do controle 
Papal e apoiou a recusa do Rei Eduardo III em pagar 
impostos ao Papa. 
a. Esse foi só o primeiro passo para se negar a 
supremacia política do Papa e questionar sua 
supremacia espiritual. 
10. O favor real que Wycliff ganhou depois dessa confrontação o 
protegeu mais tarde na vida. 
C. Ensinos Voltados para a Bíblia 
1. Wycliff defendeu as seguintes idéias para obter a reforma da 
sua igreja: 
a. Sobre a Bíblia Wycliff ensinava que os concílios e a 
liderança da Igreja deveriam ser provados pelas 
Escrituras Sagradas. 
i. A palavra do papa e a tradição da igreja não 
poderiam ter uma autoridade de maior peso do 
que a da Bíblia. 
ii. A Bíblia é a única regra de fé e prática. Ela é o 
suficiente pra suprir as necessidades da alma 
humana, sem que sejam necessárias as 
intervenções da Igreja e as mágicas de seus 
sacerdotes. 
iii. Wycliff entendia também que as Escrituras 
deveriam ser colocadas nas mãos do povo e não 
ficarem limitadas ao clero (liderança da Igreja). 
b. Sobre o Papa e seus sacerdotes, Wycliff ensinava que 
os papas eram homens sujeitos ao erro e ao engano. 
c. Assim como dentro da Igreja de Cristo havia joio e o 
trigo, ser líder da igreja não era garantia de salvação, 
muito menos de perfeição. 
d. Ensinava que o oficio do papado era invenção do 
homem, e não de Deus. E que o papa seria o anticristo 
se não seguisse fielmente os ensinamentos de Cristo. 
e. Censurou os monges quanto a preguiça e a ignorância 
deles no que se dizia respeito do estudo das 
Escrituras. 
f. Ele atacou as corrupções, superstições e abusos dos 
frades e monges. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 13
g. Ele declarou os mosteiros como anti-bíblicos e expôs 
seu suposto poder para perdoar pecados como 
fraudulento. "Quem pode perdoar pecado?" Wycliff 
ensinou: "Somente Deus!" 
h. Ele expôs a indulgência, o purgatório e 
transubstanciação como heresia anti-bíblica. 
D. Estando numa posição de grande destaque, Wycliff tinha acesso 
ao Parlamento e traduziu a Vulgata (Bíblia em Latim) para o 
Inglês. Essa tradução foi de fundamental importância, tanto para a 
vida espiritual do povo, como também para o próprio inglês. 
1. O Wycliff trabalhou na tradução do Novo Testamento para o 
inglês enquanto um amigo, Nicholas de Hereford, traduzia o 
Velho Testamento. 
2. Nicholas foi excomungado e preso por causa do seu 
trabalho. 
3. A obra foi concluída em 1380. 
E. As divisões dentro da Igreja Católica Romana e a eleição de dois 
Papas rivais distraíram a atenção do trabalho da Reforma de 
Wycliff. 
F. Intimado a comparecer antes de um conselho, Wycliff repreendeu 
os bispos por serem "os sacerdotes do Baal", vendendo blasfêmia, 
indulgência e idolatria na missa. Ele então saiu da reunião e 
recusou uma citação do Papa. 
G. No dia 28 de dezembro de 1384, aos 55 anos, Wycliff sofreu um 
derrame, falecendo 3 dias depois, no último dia do ano. 
H. Frustrados por não terem o queimado vivo, os líderes da igreja, 44 
anos depois da sua morte, pela ordem do Papa, desenterraram 
seus ossos e os queimaram. 
I. Influência que Atravessou Fronteiras 
1. Os Lolardos 
a. Para que o ensino bíblico fosse transmitido por toda 
Inglaterra, Wycliff fundou um grupo de pregadores 
leigos, os quais receberam o nome de Lolardos. 
b. O trabalho de expansão deu certo, mas o papa não 
gostou. 
c. Em um decreto, a Igreja condenou os Lolardos à pena 
de morte. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 14
d. Apesar disso, Deus não permitiu que nenhuns desses 
pregadores fossem mortos. 
2. Os Boêmios 
a. Estudantes da região da Boemia, no centro da Europa, 
foram para Oxford e lá tiveram contato com os 
escritos de Wycliff e com alguns dos Lolardos. 
b. Ao regressarem para a sua terra, os boêmios levaram 
as novas informações e ensinos que acabaram 
influenciando aquele que seria um outro grande 
reformador, João Huss. 
J. João Huss (1369-1415) 
1. Semente da Reforma 
2. Foi um homem de origem simples. Nasceu no vilarejo de 
Hussinecz, sul da Boemia. 
3. Seus pais eram camponeses. Sua mãe, muito religiosa, quis 
que o filho fosse sacerdote. 
4. Mais tarde, Huss admitiu ter iniciado a carreira religiosa pelo 
dinheiro e prestigio que ela dava, mas seu interesse por 
Deus veio quando ele começou a estudar mais 
profundamente. 
5. Huss não foi um aluno brilhante, mas parecia determinado a 
estudar e crescer. Assim, formou-se na universidade, 
tornou-se Mestre e dirigente da Capela de Belém, em Praga, 
uma cidade importante em seu país. 
6. Nessa Igreja, Huss pregava na língua do povo. Nas outras, o 
serviço religioso era feito em latim. 
7. Huss foi um pastor dedicado. Sua preocupação era agradar a 
Deus com uma vida santa e prover sólida alimentação 
espiritual ao povo. 
8. Criticava duramente os líderes da Igreja por usarem seus 
ofícios em beneficio próprio, vivendo no conforto e na 
imoralidade. 
9. Para Huss, a autoridade de um líder religioso vinha do seu 
caráter e não da sua posição. 
10. Huss insistia que o povo deveria viver em total dependência 
de Deus, numa vida simples e consagrada ao trabalho. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 15
11. Ao tomar os primeiros contatos com os escritos de Wycliff, 
Huss escreve na margem de seus papéis: “Wycliff, Wycliff, 
você vai virar muitas cabeças”. 
12. Huss, influenciado pelos escritos de João Wycliff, tornava-se 
cada vez mais apaixonado pela reforma da Igreja de Jesus 
Cristo. Começou então a andar em terreno perigoso. 
13. Huss traduziu os trabalhos de Wycliff para Tcheco, expôs 
superstições, "milagres" fraudulentos, e a venda das 
indulgências. 
14. Anos mais tarde, Huss teria sido acusado pela Igreja de 
Wycliffismo. 
15. Em 1405, declarou que a suposta aparição do sangue de 
Cristo nos elementos da comunhão não passava de mentira. 
16. Em seus sermões, condenava o pecado dos padres, bispos e 
arcebispos. Declarava que os crentes tinham o mesmo 
direito que os sacerdotes de participarem do cálice na ceia, 
e não somente do pão. 
17. Ridicularizava o pretenso poder dos sacerdotes de conceder 
o Espírito Santo a uma pessoa ou mandarem-na para o 
inferno. 
18. Huss recebeu ordens do próprio papa para se calar, mas não 
se calou. 
19. Em 1412, o papa João XXIII proclamou uma cruzada contra 
o rei Nápoles, que se tornara rebelde. 
20. Para levantares fundos para a guerra, o papa institui a 
venda de indulgências (perdão) em larga escala por todo o 
império. 
a. Huss ficou horrorizado com isso e declarou: “mesmo 
que o fogo para queimar o meu corpo seja colocado 
diante dos meus olhos, eu não obedecerei”. E ainda, 
diante de grande pressão, declarou: “Ficarei em 
silêncio? Deus não permita! Ai de mim, se me calar. É 
melhor morrer, do que não me opor diante dessa 
impiedade, o que me faria participante da culpa e do 
inferno”. 
21. Excomungado já quatro vezes, Huss resolveu exilar-se 
voluntariamente, para que sua igreja não fosse privada das 
ministrações. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial16
22. Foi para o sul da Boemia, onde escreveu livros e pregou em 
alguns vilarejos. 
23. Dois anos depois, um conselho geral da igreja foi convocado 
em Constança (1414) para resolver a questão dos Papas 
rivais e guerras Papais. 
a. O Huss foi intimado para responder cargas da heresia 
e concedeu a conduta segura. 
24. Em 1415, ele foi condenado e queimado na estaca depois de 
um escárnio de tribunal. 
25. Na presença de homens, mulheres e crianças, Huss foi 
amarrado numa estaca e lhe deram mais uma oportunidade 
para rever seu ensino. Mas em um grito respondeu: “Deus é 
minha testemunha de que a principal intenção foi tão 
somente libertar os homens de seus pecados e, baseado na 
verdade do Evangelho que preguei e ensinei, estou 
realmente feliz em morrer hoje”. Com estas palavras um 
sinal foi dado ao executor acendeu a fogueira. Por entre 
chamas e fumaças, Huss entoou uma melodia “Jesus, Filho 
do Deus vivo, tem misericórdia de mim”. Huss morreu 
cantando. 
26. Depois do martírio de Huss, os seus seguidores organizaram 
uma resistência militar ao Império Romano. 
27. Notavelmente esses Hussites, bem menor em número, 
repeliram seis cruzadas contra eles. 
a. Eles lutaram embaixo do lema de Huss: "a verdade 
conquista". 
b. Eles comprovaram que um homem pode encarar o 
Império Romano - e sobreviver! 
28. Os Hussites eram os predecessores dos Morávios. 
K. O começa da Reforma: 
1. Deus prepara um homem, coloca-o numa posição de 
influência e autoridade e começa a trazer a Igreja de volta 
para o seu noivo. João Wycliff envolve-se numa batalha de 
fé pela Verdade das Escrituras, coloca a Bíblia nas mãos do 
povo, ensina-a e tenta tirar esse povo das mãos daqueles 
que exploravam suas vidas. Morre, mas deixa uma 
mensagem viva, um exemplo de luta pelo Evangelho. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 17
2. Tanto Wycliff como Huss foram sementes semeadas a seu 
tempo, que brotaram anos mais tarde, cujos frutos 
colhemos ainda hoje. 
3. Anos mais tarde os reformadores levantaram a bandeira da 
“Sola Scriptura”, em favor da suficiência e autoridade 
exclusiva da Palavra de Deus sobre qualquer dogma ou 
direção humana. 
4. A semente do ensino de Wycliff e Huss estava lá e, até hoje, 
dá os seus frutos. 
5. A presente lição serve como um alerta para a Igreja de hoje. 
Os crentes devem viver uma vida santa e, ao mesmo tempo, 
devem estar prontos para confrontar a igreja sempre que 
ela se afastar do ensino bíblico. 
V. Os Reformadores 
A. Na hora da Reforma, temos uma igreja Católica que: 
1. Acredita que a devoção diária e a leitura de Bíblia são 
somente para os monges. 
2. Acredita que a nossa aproximação ao Deus é cada vez mais 
por santos, Maria, e "o milagre" da missa. 
3. Acredita que a igreja deve ser uma instituição grande, rica e 
mundial, tão poderosa como um imperador. 
4. É ameaçada pelo novo "humanismo" da Renascença, pelo 
menos em alguns pontos. Alguns líderes, inclusive bispos 
poderosos e cardeais, estavam ansiosos para promover essa 
nova aprendizagem. 
5. Ainda assim, não houve nenhuma indicação clara de que 
uma crise se aproximava, ou que os esforços atuais para 
reformar a igreja por dentro não podiam continuar 
pacificamente. 
B. Martinho Lutero 
1. É considerado o pai espiritual da Reforma Protestante. 
2. O Começo da Vida 
a. Lutero nasceu em 10 de Novembro de 1483, em 
Eisleben, na Saxônia Prussiana. 
b. Assim que Martinho cresceu, seus pais desejaram criá-
lo no temor do Senhor e na admoestação da virtude 
cristã. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 18
c. Por isso o surravam ocasionalmente a ponto de 
sangrar, acreditando que eles estavam o ajudando, 
embora mais tarde, isso o tenha influenciado a ter 
Deus como um ser cruel e não carinhoso com os 
monges. 
d. Seu pai não tinha sido treinado na escola, e, portanto, 
desejou isso para seu filho, enfim, mandou ele à 
escola para ser advogado. 
e. Após a reforma começar, Lutero foi freqüentemente 
difamado por seus oponentes católicos romanos. Em 
particular, foi dito que a mãe de Lutero manteve 
relações sexuais com o diabo e que Martinho era sua 
prole! 
f. Aos 18 anos de idade, ele entrou na Universidade de 
Erfurt e recebeu seu Bacharelado em Artes em 1502 e 
seu Mestrado em Artes no ano de 1505. 
g. Seguindo os desejos de seu pai, ele se preparou para 
a carreira em Direito. Contudo, dois eventos mudaram 
o curso de sua vida. 
i. Primeiro, ele foi abalado pela morte súbita de 
um amigo íntimo. 
ii. Segundo, logo após isso, em 2 de Julho de 1505, 
ele foi pego por uma violenta tempestade com 
trovões perto de Erfurt, e ficou tão aterrorizado 
que caiu no chão e gritou: “Santa Ana, ajude-me 
e me tornarei monge!” (Ana era a santa 
padroeira dos mineiros e das pessoas em 
perigos nas tempestades com trovões). 
iii. Ele imediatamente se uniu ao convento 
Agostiniano em Erfurt, para completo desgosto 
de seu pai. 
h. Dois irmãos de Lutero morreram vítimas da peste 
bubônica (a peste negra), aproximadamente quando 
ele entrou no monastério. 
i. Outro irmão (James) sobreviveu e visitou Martinho em 
Wittenberg, na década de 1530. Além disso, 
conhecemos muito pouco sobre a sua família. 
 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 19
3. Lutero como Monge 
a. Lutero foi um piedoso católico romano e adorador da 
Virgem Maria. 
b. Ele tomou para si os mais servis e humilhantes 
deveres, esperando subjugar o seu orgulho. 
c. Ele mendigava nas ruas, lavava o chão, e sujeitava 
seu corpo a um ascetismo rigoroso e a uma tortura 
infligidora. 
d. Ele estava obcecado para encontrar a paz da salvação, 
mas repetidamente falhou (uma ansiedade severa da 
alma a qual ele se referia como Anfechtungen). 
e. Ele foi ordenado ao sacerdócio no dia 2 de Maio de 
1507, quando ele realizou a sua primeira Missa. 
i. Sendo instruído pelos seus professores que um 
sacerdote realmente segurava “seu Deus” em 
suas mãos e O oferecia aos outros, Lutero 
duvidou de sua dignidade para realizar tal 
tarefa. Ele tremeu no altar e teve que ser 
socorrido para completar a cerimônia. 
f. O padre confessor de Lutero, no monastério, era um 
homem chamado Johannes Staupitz, ao qual Lutero 
mais tarde atribuiu muito dos seus discernimentos 
teológicos. Lutero freqüentemente ia a Staupitz para 
confissão, até que ele o admoestou que parasse até 
que tivesse algo realmente pecaminoso para 
confessar! 
4. Lutero, o Professor 
a. Sua carreira de ensino começou em 1508, em 
Wittenberg. Durante o inverno de 1510-1511, ele foi a 
Roma, uma cidade então cheia de entusiasmo pela 
Renascença, mas indiferente para com a religião. 
b. Lutero ficou apavorado com a incredulidade e 
imoralidade do papado, uma impressão que 
indubitavelmente foi instrumental para sua conversão. 
c. De acordo com o testemunho do seu filho, Paulo (que 
alega ter ouvido isso de seu pai, em 1541), foi durante 
sua visita a Roma que Lutero subiu de joelhos os 28 
degraus da famosa Scala Santa (alegadamente os 
degraus retirados do Corredor do Julgamento, em 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 20
Jerusalém), beijando os lugares onde o sangue de 
Cristo teria caído, tudo isso para assegurar para si 
mesmo a indulgência adicionada a esta performance 
ascética, desde os dias do Papa Leão IV, em 850. 
Repentinamente, abatido pela futilidade de suas 
ações, se levantou e retornou à Alemanha. 
d. Ele recebeu seu doutorado em 1512 e começou a 
ensinar a Bíblia. De 1513 a 1515, ele ensinou Salmos, 
e de 1515 a 1517, ele ensinou Romanos, Gálatas e 
Hebreus. 
5. A Sua Conversão 
a. Durante este período, seus sentimentos de extrema 
imperfeição diante de Deus,foram intensificados. Ele 
foi assombrado com a compreensão de que um Deus 
de infinita justiça nunca poderia estar satisfeito com os 
seus miseráveis esforços em busca da pureza. 
b. Finalmente, ele entendeu que a justiça necessária não 
era a justiça vinda do frustrante esforço humano, mas 
sim, a justiça que ele concedeu ao homem pela graça, 
a justiça de Jesus Cristo. 
c. Ele entendeu que a fé era a chave. A fé não era uma 
obra. Muito mais do que isso, era a mão vazia que 
recebe o presente de Deus. A fé era completamente 
oposta às obras. Nenhuma obra, nem os atos 
sacramentais ordenados pela igreja podem 
acrescentar algo ao presente gratuito de Deus. Por 
essa razão, Lutero acrescentou a palavra SOZINHA à 
sua tradução alemã de Romanos 3:28. 
d. Não é necessário dizer que a descoberta de Lutero da 
graça bíblica e a sua conversão pessoal alteraram 
radicalmente sua visão sobre o papado Católico 
Romano. O evangelho, Lutero argumentou, repudia “a 
ímpia idéia do reinado inteiro do papa, o ensino de que 
um cristão deve estar incerto sobre a graça de Deus 
para com ele. Se esta opinião permanece, então, 
Cristo é completamente inútil. Portanto, o papado é 
uma verdadeira câmara de tortura de consciências e o 
próprio reino do diabo” (LW 26:387). 
 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 21
6. As Indulgências e as 95 Teses 
a. A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo 
temporal imputado a alguém por causa dos seus 
pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia 
comprar uma indulgência, para si mesmo, ou para um 
parente já morto que estivesse no Purgatório. 
b. Os Católicos falam de céu, inferno e de um terceiro 
lugar chamado de purgatório. Purgatório foi teorizado 
no pontificado do Papa Gregório I, em 593. É o lugar 
para onde você vai se não foi mal o suficiente para ir 
para o inferno ou bom suficiente para ir direto ao céu 
e precisa ser purificado um pouco antes de entrar. No 
purgatório, almas atingem o nível de santidade 
necessário para entrar no céu. 
c. Os oficias da igreja argumentavam que os sacerdotes 
estavam fazendo bem mais “boas obras” que eram 
necessário e assim, a sua “conta” com Deus tinha 
mais crédito do que se precisava para pagar por seus 
pecados. Então, por que não vender aqueles que 
sobravam para pessoas precisando de uma ajuda? E 
assim entrou a idéia de indulgências. Você poderia 
comprar o crédito de boas obras feito por uma outra 
pessoa da igreja. 
d. Com a aprovação do papa, os bispos podiam vender 
suas indulgências. A transação era feita através de um 
papel representando a indulgência que certificava que 
a boas obras do bispo tinham “pago” a dívida de boas 
obras do indivíduo ou de um parente já morto que 
estava ainda sofrendo no purgatório. 
e. As indulgências foram criadas pela igreja por uma só 
razão: gerar dinheiro. 
f. Quem estava na liderança da venda de indulgências na 
Alemanha era um monge Dominicano, bem conhecido 
por sua imoralidade e bebedeira, seu nome era Johann 
Tetzel. 
a. Ele foi recrutado para viajar através dos territórios 
episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, 
promovendo e vendendo indulgências com o objetivo 
de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em 
Roma e foi esse abuso que deixou Lutero revoltado. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 22
i. “Quando a moeda no cofre soar, 
A alma do purgatório irá saltar”. 
ii. Uma certa história diz que após Tetzel ajuntar 
uma grande soma de dinheiro da venda de 
indulgências em Leipzig, um homem se 
aproximou dele e perguntou se ele poderia 
comprar uma indulgência por um pecado futuro, 
que ele estava planejando cometer. Tetzel disse 
que sim, e eles ajustaram o preço. Após isso, o 
homem atacou e roubou Tetzel, explicando que 
este era o pecado futuro que ele tinha em 
mente! 
b. Lutero viu esse tráfico de indulgências como um abuso 
que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar 
apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão 
e o arrependimento verdadeiro. 
c. Dia 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 
Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, 
com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas 
teses condenavam a avareza e o paganismo na Igreja 
como um abuso, e pediam um debate teológico sobre 
o que as Indulgências significavam. 
d. Ainda que as teses fossem escritas em latim e só 
destinadas para o debate acadêmico, elas tiveram o 
efeito de dinamite para os outros, que começaram a 
fazer cópias nas prensas de impressão, tanto em latim 
como em alemão. Em vez de ser um debate de 
eruditos, a povo alemão ficou interado do assunto. 
 
As 95 Teses de Martinho Lutero 
1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus 
Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência. 
2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, 
da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes). 
3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a 
penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de 
mortificação da carne. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 23
4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo 
(isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos 
céus. 
5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas 
que impôs por decisão própria ou dos cânones. 
6. O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que 
ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados 
para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro. 
7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-
la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário. 
8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos 
cânones, nada deve ser imposto aos moribundos. 
9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em 
seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade. 
10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam 
aos moribundos penitências canônicas para o purgatório. 
11. Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório 
parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam. 
12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da 
absolvição, como verificação da verdadeira contrição. 
13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis 
canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas. 
14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo 
grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor. 
15. Este temor e horror por si só já bastam (para não falar de outras coisas) 
para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do 
desespero. 
16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, 
o semidesespero e a segurança. 
17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na 
medida em que cresce o amor. 
18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da 
Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento 
no amor. 
19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam 
certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de 
nossa parte, tenhamos plena certeza. 
20. Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende 
simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs. 
 A Reforma Protestante 
 
GB TreinamentoMinisterial 24
21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é 
absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa. 
22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, 
segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida. 
23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, 
certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos. 
24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por 
essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena. 
25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer 
bispo e cura têm em sua diocese e paróquia em particular. 
26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves 
(que ele não tem), mas por meio de intercessão. 
27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda 
lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu]. 
28. Certos é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a 
cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus. 
29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? 
Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal. 
30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver 
conseguido plena remissão. 
31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente 
as indulgências, ou seja, é raríssimo. 
32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles 
que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência. 
33. Deve se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do 
papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é 
reconciliada com Deus. 
34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de 
satisfação sacramental, determinadas por seres humanos. 
35. Não pregam corretamente os que ensinam não ser necessária a contrição 
àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais. 
36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de 
pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência. 
37. Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em 
todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de 
indulgência. 
38. Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem 
ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 25
39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo 
ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição. 
40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância 
das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para 
tanto. 
41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para 
que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras 
do amor. 
42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra 
de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de 
misericórdia. 
43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao 
necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências. 
44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna 
melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas 
apenas mais livre da pena. 
45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para 
gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira 
de Deus. 
46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, 
devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma 
desperdiçar dinheiro com indulgência. 
47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não 
constitui obrigação. 
48. Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim 
como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu 
favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar. 
49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não 
depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o 
temor de Deus por causa delas. 
50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos 
pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a 
edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas. 
51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever 
- a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de 
indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse 
necessário vender a Basílica de S. Pedro. 
52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que 
o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia 
pelas mesmas. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 26
53. São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de 
indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas. 
54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica 
tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela. 
55. A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o 
menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e 
uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado 
com uma centena de sinos, procissões e cerimônias. 
56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são 
suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo. 
57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que 
muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam. 
58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre 
operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o 
inferno do ser humano exterior. 
59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, 
empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época. 
60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram 
proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro. 
61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa 
por si só é suficiente. 
62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça 
de Deus. 
63. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que 
os primeiros sejam os últimos. 
64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com 
razão, pois faz dos últimos os primeiros. 
65. Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se 
pescavam homens possuidores de riquezas. 
66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se 
pesca a riqueza dos homens. 
67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças 
realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda. 
68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com 
a graça de Deus e a piedade na cruz. 
69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os 
comissários de indulgências apostólicas. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 27
70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e 
atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os 
seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa. 
71. Seja excomungado e malditoquem falar contra a verdade das indulgências 
apostólicas. 
72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade 
das palavras de um pregador de indulgências. 
73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, 
procuram defraudar o comércio de indulgências, 
74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, 
procuram defraudar a santa caridade e verdade. 
75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de 
poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, 
caso isso fosse possível, é loucura. 
76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular 
sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa. 
77. A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, 
poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa. 
78. Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem 
graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., 
como está escrito em 1 Co 12. 
79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignificantemente 
erguida, equivale à cruz de Cristo. 
80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que 
semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo. 
81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem 
para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou 
perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos. 
82. Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do 
santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais 
justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa 
do vil dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão 
insignificante? 
83. Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos 
falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as 
doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos 
redimidos? 
84. Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do 
dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 28
Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma 
piedosa e dileta, por amor gratuito? 
85. Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já 
há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela 
concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor? 
86. Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos 
mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma 
basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis? 
87. Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela 
contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária? 
88. Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do 
que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse 
essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis? 
89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do 
que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já 
concedidas, se são igualmente eficazes? 
90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, 
sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à 
zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos. 
91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o 
espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente 
respondidas e nem mesmo teriam surgido. 
92. Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, 
paz!" sem que haja paz! 
93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" 
sem que haja cruz! 
94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu 
cabeça, através das penas, da morte e do inferno; 
95. e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas 
tribulações do que pela segurança da paz. 
e. As 95 Teses representaram coragem, desprendimento, 
uma preocupação legítima com o estado decadente da 
Igreja, e uma busca dos verdadeiros ensinamentos da 
Palavra. 
7. A Revolta de Lutero 
a. A revolta de Lutero foi eminentemente espiritual 
b. Não poderemos compreender a Reforma se acharmos 
que Lutero foi movido por uma revolta contra pessoas, 
contra padres corruptos, apenas. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 29
c. A ação de Lutero foi uma revolta contra uma estrutura 
errada e uma doutrina errada de uma igreja que 
distorcia a salvação. 
d. Tetzel colocou a Reforma em movimento, ele foi a 
gasolina que ajudou a incendiar a tocha de Lutero. 
Pela sua exploração desavergonhada da indulgência, 
ele abriu o caminho para a doutrina sólida avançar e 
acabar com o absurdo da salvação alcançada por 
merecimento. 
e. A Reforma não foi um movimento sociológico; Lutero 
não pretendia ensinar a salvação do homem pela 
reforma da sociedade, embora compreendesse que a 
sociedade era reformada pelas ações do homem 
resgatado por Deus. 
f. Na realidade, a Reforma do Século XVI foi um grande 
reavivamento espiritual operado por Deus, que 
começou com uma experiência pessoal de conversão. 
8. Reações da Igreja e estado 
a. Inicialmente, o Papa achava que era uma disputa 
entre monges. Mas os oficiais das igrejas locais não 
tinham tanta certeza. Eles queriam ação. 
b. Três meses depois que as Teses apareceram, o Papa 
Leo falou para a Ordem Agostiniana calar Lutero. 
c. Em Abril de 1518 deu a Lutero a oportunidade de 
defender o seu caso numa reunião dos Agostinianos. 
Um dos seus ouvintes (e convertidos) foi o monge 
dominicano Martinho Bucer, que depois se tornou um 
grande Reformador. 
d. No dia 7 de Agosto de 1518 deram a Lutero 60 dias 
para parecer em Roma e retratar a sua heresia. Aqui 
Frederico interveio no lado do seu professor de 
universidade. Ele arranjou uma reunião com o legato 
papal, Cajetan, na Alemanha. Depois que os 
acontecimentos de três dias foram pior do que nunca. 
Cajetan o ameaçou com todas as espécies da punição 
papal, e não se alteraria em nenhum ponto. 
e. Os próximos dois anos foram cheios de atividade. 
Depois da rejeição de Roma, Lutero começou as suas 
apelações de reforma de fato. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 30
f. Ele ainda não estava tentando criar uma nova igreja, 
somente reformar a velha. 
9. Exsurge Domine: a Bula de Excomunhão 
a. 15 de Junho de 1520 - Esse decreto papal 
excomungou Lutero, exigiu a queima de seus livros, e 
condenou toda a Reforma. 
b. Lutero disse, “Já sinto maior liberdade no meu 
coração, pois finalmente sei que o Papa é o Anticristo, 
e que o seu trono é aquele do próprio Satanás.” 
c. No dia 4 de Novembro de 1520 Lutero escreveu um 
tratado contra a bula chamado Contra a Bula do 
Anticristo. 
i. Aqui ele tentou fazer o leitor entender que ele só 
desejava que eles aprendessem a Bíblia e que as 
almas seriam salvas. 
ii. Ele condenou o papado por queimar os seus 
livros, e repetiu novamente a necessidade 
absoluta da fé verdadeira que salva aqueles que 
seguiriam Cristo. 
d. Lutero respondeu jogando o documento no fogo (em 
10 de Dezembro de 1520), quando ele disse estas 
palavras: “Como tu, Papa, tem atormentado a Santa 
Palavra do Senhor, possa o fogo eterno te 
atormentar!”. 
e. Um tremor se espalhou pela Europa quando se ficou 
sabendo que um monge obscuro, um homem que não 
tinha nada além de sua fé em Deus, queimou uma 
bula papal. Foi osinal ardente de emancipação. A 
alma tinha descoberto seu verdadeiro valor. 
f. Se a Reforma pode ser datada, esta data deve ser 10 
de Dezembro de 1520. “Se eras podem ser datadas, 
nossa era moderna começou às nove horas daquela 
manhã” (Atkinson, 197). 
10. A Dieta de Worms (1521) 
a. Lutero apareceu diante da dieta no dia 17 de Abril, às 
16:00h, onde ele esteve para se defender diante de 
Charles V, Santo Imperador Romano (então, com 
apenas 19 anos de idade). 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 31
b. Charles disse: “É ridículo que um único monge possa 
estar certo em sua opinião e toda a Cristandade em 
erro por mil anos ou mais”. 
c. Ele respondeu duas perguntas. Primeiro, ele 
reconheceu que os livros sobre a mesa diante dele 
eram seus. Em segundo lugar, foi lhe perguntado se 
ele afirmaria ou retrataria o que tinha escrito. 
d. Lutero pediu um tempo para refletir e orar antes de 
responder, e foi lhe dado 24 horas. 
e. Retornando no dia 18 de Abril, às 6:00h da manhã, ele 
entregou esta agora famosa resposta: “A menos que 
possa ser refutado e convencido pelo testemunho da 
Escritura e por claros argumentos (visto que não creio 
no Papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles 
freqüentemente erram e se contradizem); estou 
conquistado pela Santa Escritura citada por mim, 
minha consciência está cativa à Palavra de Deus: não 
posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso 
fazer algo contra a consciência. Esta é a minha 
posição. Não posso agir de outra maneira. Que Deus 
me ajude. Amém!”. 
f. Lutero deixou Worms imediatamente, e no dia 
seguinte foi denunciado pelo Imperador como “um 
herético notório”, que devia ser silenciado. Lutero foi 
chamado de criminoso que cometeu alta traição e, 
conseqüentemente, recebeu uma sentença de morte. 
g. Pelo o resto de sua vida, Lutero foi um proscrito com 
um preço por sua cabeça. Foi protegido na Saxônia 
pelo Príncipe Frederico, mas estava debaixo da 
sentença de morte em qualquer outro lugar. 
h. Nesse período Lutero trabalhou por quase um ano, e 
traduziu o Novo Testamento do grego para o alemão - 
a primeira tradução moderna do grego em uma língua 
vernácula. 
11. O Poder da Imprensa 
a. A invenção da prensa de impressão foi muito 
importante na mobilização da Reforma. Sem a 
impressão, dificilmente teria havido uma Reforma 
Protestante. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 32
b. Um século antes, Wycliff e Huss tinham inspirado 
movimentos dedicados ao estudo da Bíblia e Reforma. 
Mas a ausência da tecnologia de impressão adequada 
limitou severamente a distribuição das suas escritas. 
Por conseguinte, suas idéias não se estenderam tão 
rápido ou longe que podia ser feito. 
c. Os escritos de Lutero dominaram o mercado e sem 
dúvida, eram os mais populares. 
d. Martinho Lutero pode ser descrito como um pastor, 
pregador, professor, teólogo, compositor e 
Reformador. Mas possivelmente a sua maior realização 
foi a Bíblia Alemã. 
e. Quando o seu Novo Testamento em alemão foi 
publicado no Setembro de 1522, ele criou uma 
sensação. Cinco mil cópias foram vendidas nos 
primeiros dois meses! 
f. Foi a primeira vez que um meio de massa tinha 
impactado a vida diária. E foi disponível – até ao 
pobre. Quase todo o mundo na Alemanha leu a 
tradução de Lutero, ou escutava-a sendo lida. Ele 
formou um ponto da reunião lingüística da formação 
da língua alemã moderna. 
g. Roma tremeu ao ouvir as notícias de que esta 
tradução cobria o país. Sua opressão sobre o povo 
daria lugar à fé e às Sagradas Escrituras em vez de 
manipulação e dominação por caprichos de homens. 
h. A tradução da Bíblia de Lutero inspirava e guiava 
traduções semelhantes da Bíblia em línguas locais na 
Holanda, Suécia, Islândia, Dinamarca e Inglaterra. 
i. Um dos muitos modos que Lutero deixou a sua marca 
na história foi a ordem na qual ele colocou os livros da 
Bíblia, a mesma que usamos até hoje. Antes de Lutero 
não havia nenhum acordo uniforme. 
j. As traduções de Lutero em particular guiaram William 
Tyndale na sua tradução da Bíblia no inglês. 
k. Martinho Lutero reconheceu o poder da impressão 
para mobilizar suporte pela Reforma. 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 33
l. Ele escreveu muito – mais de 400 títulos, inclusive 
comentários, sermões e panfletos que atacavam 
superstições e abusos Católicos e promoviam 
doutrinas Bíblicas. 
m. Nos primeiros três anos depois que Lutero pôs as suas 
95 Teses em Wittenberg, de 1517 para 1520, ele 
publicou 30 panfletos e inundou a Alemanha com 
400.000 cópias. 
n. Por volta de 1523, a metade de todos os trabalhos 
impressos em Alemanha eram trabalhos de Lutero. 
o. Até ao fim da sua vida, Martinho Lutero tinha escrito 
mais de 60.000 páginas de trabalhos publicados. 
Ainda sim, ele disse que preferiu que "todos os meus 
livros desaparecessem e que as Sagradas Escrituras 
sozinhas sejam lidas!" 
p. Lutero foi às vezes descrito como o primeiro grande 
jornalista do mundo. 
q. Por que seus escritos tiveram sucesso e, mudaram a 
história? 
i. Primeiramente, ele escreveu na língua comum, 
em vez de no latim escolar – que só era 
entendido pela elite educada de sociedade. 
ii. Em segundo lugar, Lutero dominou o uso de 
panfletos, que eram baratos e fáceis de ler. 
iii. Em terceiro lugar, ele usava algumas das 
melhores ilustrações do seu tempo para fazer a 
sua mensagem entendida até ao semi-
alfabetizado. 
 
12. O Casamento de Lutero 
a. Katherine Von Bora (1499-1552) escapou de um 
monastério com várias outras freiras em Abril de 
1523. Ela e Lutero casaram em 13 de Junho de 1525. 
b. Lutero se tornou o pai de seis filhos, e as suas idéias 
sobre matrimônio, como todas as outras, foram 
ansiosamente devorado pelos seus estudantes e se 
tornou a base do interesse Protestante em bons 
matrimônios e famílias. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 34
c. Temos que lembrar que até este ponto, toda a 
literatura religiosa era escrita por solteiros que 
estavam embaixo de votos da castidade. 
d. Foi o começo do pensamento cristão e a literatura 
nesse ponto, e a casa de Lutero, como muitas vezes é 
afirmada, se tornou o modelo "casa do pastor". 
e. Mas Lutero não falou somente sobre matrimônio, ele o 
viveu. Foi bem conhecido que ele era dedicado a sua 
esposa e família. 
13. Lutero e o Sistema da Igreja Protestante 
a. Influenciado por Lutero e os Wittenbergers um 
processo de construir um sistema de igreja realmente 
Protestante começou. 
b. Uma outra grande contribuição de Lutero foi a 
introdução do canto congregacional, e a escrita 
conseqüente de novos hinos Protestantes. 
c. Como muitas outras inovações do período Reformado, 
todos os Cristãos hoje não dão muito valor ao canto 
congregacional, mas essa foi uma outra bênção que 
tinha sido retida do povo até a Reforma. 
14. A Reforma Estabelecida 
a. Embora Lutero tivesse gostado de ver a unidade vir do 
seu trabalho, o resultado foi o contrário. 
b. Lutero esperou que os líderes da igreja e os eruditos 
do dia se unissem com ele na diligência de derrubar a 
impureza da doutrina. 
c. Em vez disso, os assaltos vieram a ele de cada lado. 
Mesmo a sua própria ordem Agostiniana veio contra 
ele com a condenação. 
d. Lutero deu a Reforma um começo, não um fim. 
e. Quando ele morreu em 1546, a Reforma foi 
estabelecida, mas os seus maiores frutos ainda 
estavam por vir. 
C. Ulrico Zuínglio (1484-1531) 
1. O Começo 
a. A Reforma, em sua expressão na suíça, tomou formas 
diferentes das da Reforma Luterana Alemã. 
 A Reforma Protestante 
 
GB TreinamentoMinisterial 35
b. A Reforma Zuíngliana foi de grande impacto para o 
povo alemão também, mas como veremos, o caminho 
de Zuínglio para a reforma foi diferente do de Lutero. 
c. Ulrico Zuínglio, nasceu no dia primeiro de Janeiro de 
1484 em Wildhaus, Suíça. 
d. Seu pai era um camponês livre e o magistrado. 
e. Notáveis habilidades escolares o levaram a ser 
enviado à escola, especialmente na Basiléia, onde 
aprendeu a amar os clássicos. 
f. Ele adotou os ensinamentos Humanistas que estavam 
passando pela Europa. 
g. Foi convidado a ser sacerdote em Glarus, no ano de 
1506. 
h. Ele aprendeu a amar as Escrituras, mas não foi um 
grande exemplo de vida. Pois era conhecido por gostar 
das mulheres. 
i. Nessa época, ele começou a se incomodar com os 
erros nas áreas militares de seu país, pois observava 
diretamente como a prática suíça de treinar soldados 
mercenários para poderes estrangeiros (inclusive o 
papa) danificava as morais nacionais e matava os seus 
homens jovens. 
i. Ele começou a denunciar essa prática nas suas 
pregações. 
j. Em 1516, assumiu uma posição na cidade de 
peregrinação de Einsiedeln, onde tinha uma grande 
influência. 
k. Sempre havia visitantes de outras cidades, e o 
convento tinha uma biblioteca muito boa para a 
continuação dos seus estudos. 
l. Como um jovem padre Católico, Zuínglio começou a 
estudar a Bíblia. Ele aprendeu sozinho hebraico, 
grego, e decorou as epístolas de Paulo no Novo 
Testamento em Grego. 
m. Zuínglio foi pego de surpresa quando percebeu que 
havia uma enorme diferença entre o ensino da Bíblia e 
o ensino e a prática da igreja Católica romana. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 36
n. Nessa época ele ainda era um reformador moderado, 
mostrando às pessoas a direção de Cristo e se 
afastando dos abusos da Igreja. Mas ainda não era um 
reformador Protestante. 
2. Se tornando um Reformador 
a. Em Glarus, Suíça, ele começou a ser notado por 
muitos e em 1518 foi convidado para ir a Zurique se 
tornar "o sacerdote do povo" na Grande Igreja 
Monástica. 
i. Ele chegou à cidade com o anúncio de que 
começaria a pregar primeiramente pelo 
Evangelho de Mateus. 
ii. Essa foi a partida para a leitura fragmentária da 
Sagrada Escritura que havia prevalecido na 
Igreja medieval. 
iii. Depois de Mateus ele pregou sermões de Atos e 
logo virou sua atenção às epístolas de Paulo. 
b. Em 1519, uma luta com a peste e a introdução dos 
escritos de Lutero na Suíça levou Zuínglio a uma 
compreensão mais clara da sua missão. Ele ficou mais 
corajoso nas denuncias que fazia, não só sobre os 
abusos, mas falsas práticas que ele sentia que eram 
contrárias ao Cristianismo verdadeiro. 
c. Zuínglio centrou a sua pregação em volta das 
doutrinas: da graça de Deus em Cristo e da eleição do 
povo de Deus no conselho decretado à Sua vontade 
baseada no trabalho de Cristo. 
i. Zuínglio comentou que se Lutero prega Jesus 
Cristo, então “ele está fazendo o que estou 
fazendo”. 
ii. Na realização disso, a uniformidade dos dois 
Reformadores só pode ser explicada pelo 
verdadeiro reavivamento baseado na soberania 
de Deus. 
iii. Nunca dois homens, em um tempo tão escuro, 
ao mesmo tempo, podiam ter decidido pregar 
essas doutrinas se não pela graça de Jesus 
Cristo e o trabalho do Espírito de Deus. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 37
d. Zuínglio não só pregou o Evangelho, mas também 
começou a distinguir o que era ensino de homens e o 
que era ensino da Bíblia. 
i. A tradição humana não pode levantar-se contra 
a autoridade da Palavra. 
ii. Ele atacou os dias de jejum, dias de carne e 
todas as maneiras da superstição que a Igreja 
Católica tinha desenvolvido durante sua longa 
tirania. 
e. Lutero escreveu para Zuínglio e elogiou o trabalho que 
ele realizava por causa do Evangelho. 
f. Embora os encorajamentos viessem de irmãos da 
mesma opinião, pelo menos nessa época, outros 
planejavam o fim de Zuínglio. Certa vez, assassinos o 
esperavam, e ele foi providencialmente avisado por 
alguém para não cair na emboscada. Deus zelava por 
Zuínglio. 
3. Os Primeiros Casamentos no Ministério 
a. Em 1522, oito ministros de Zurique tinham-se 
dedicado ao bispo de Constance para receberem 
permissão de casar-se. Ela foi negada, mas os 
casamentos começaram. 
b. Zuínglio decidiu se casar secretamente com Anna 
Reinhardt naquele ano. 
c. O seu segredo a este matrimônio parece fora do lugar 
conhecendo a sua resolução em tantas outras áreas. 
d. No dia 2 de Abril de 1524, Zuínglio anunciou o seu 
matrimônio publicamente. 
4. Reforma em Zurique 
a. Em Outubro de 1523, o conselho aboliu relíquias, 
imagens e também os órgãos e as músicas da igreja. 
b. Zuínglio decidiu agir lentamente e deliberadamente, 
sem motim sedicioso. Já havia estrondos naquela 
direção. Mas, por exemplo, o conselho esperou oito 
meses para retirar as imagens das igrejas. 
c. Na Páscoa de 1525 a primeira Santa Ceia Protestante 
aconteceu. 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 38
5. Re-batismo 
a. Em 1525, as dificuldades com os Cristãos que 
desejavam se aprofundar mais na fé chegaram a um 
ponto crucial. 
b. Foi naquele ano que o primeiro "re-batismo" adulto se 
realizou em Zurique. 
c. Conrad Grebel, um antigo admirador de Zuínglio, 
batizou o sacerdote George Blaurock. E o mesmo, 
então, batizou o resto do pequeno grupo. 
d. Em Março de 1526, re-batismo adulto foi declarado 
como um crime capital em Zurique e quatro pessoas 
foram mortos. 
e. Os pais que não queriam que as suas crianças fossem 
batizadas foram banidos do território. 
6. Dificuldades Políticas 
a. Por volta de 1530, as reformas de Zuínglio tinham-se 
estendido pela Suíça e Alemanha do sul. Mas nem 
toda da Suíça reuniu-se a ele. 
b. Nesse período a reforma religiosa era uma questão 
política, portanto os territórios Protestantes se 
organizaram numa aliança. 
c. Os territórios Católicos aliaram-se entre si com a 
Áustria. 
d. As armas e a diplomacia começaram a se infiltrar na 
Reforma que rodeava Zuínglio. 
e. Ele sentia que era importante não só lidar com 
questões espirituais, mas também questões de Estado. 
Então decidiu que era sua responsabilidade ajudar a 
promover alianças e liberdade pelos estados 
evangélicos. 
f. Os Católicos Romanos desprezaram as alianças entre 
estados. 
g. Em oposição às alianças que foram feitas, a Áustria fez 
negociações com alguns territórios para ajudá-los na 
volta à monarquia alemã para suporte em vez dessas 
alianças. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 39
h. Zurique manteve uma conferência para discutir a idéia 
e enviou um representante aos territórios da 
montanha para ajudar a suavizar a idéia. 
i. Zuínglio quis dar-lhes um ultimato, mas Berna pensou 
que provocaria a guerra civil. 
j. Infelizmente a tensão aumentou, um pastor pego 
viajando com a sua família foi detido e queimado vivo 
pelos Católicos. 
k. Zuínglio pregou contra isso e estimulou o povo à não 
temer e se armar contra tal crueldade intolerável. 
7. Guerra e a Morte de Zuínglio 
a. Em 1531, Os Cinco Territórios que estavam contra a 
Reforma decidiram fazer uma Dieta na Lucerna e 
votaram a favor de guerra. 
b. Enquanto Zurique estava dormindo, os Waldstettes 
estavam planejando a guerra contra seus irmãos 
patrióticos. 
c. O rumor da guerra correu pela nação, e quando 
chegou ao Zuínglio, ele não acreditou. 
d. Mas em quatro dias o Zurique seria atacado por esses 
territórios em uma guerra civil. 
e. Zuínglio pregou no dia 8 de Outubro pela última vez. 
f. Um mensageiro interrompeu o sermão e trouxe 
notícias de que os Territórios de fato foram reunidos e 
preparados para guerrearno dia seguinte. 
g. Zurique e os seus aliados marcharam para a próxima 
cidade e entraram nas igrejas abandonadas e 
demoliram as imagens e ídolos, enquanto marchavam 
para a batalha na Lucerna. 
h. Alguns regimentos menores foram despachados 
embaixo de vários líderes que esperavam encontrar o 
inimigo vindo. 
i. Parece que Cappel seria o lugar onde a batalha 
aconteceria. 
j. O Zuínglio se despediu de sua família sabendo que não 
voltaria. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 40
k. E de fato ele havia pregado isso, muitos dias antes, 
afirmando que toda essa miséria aconteceu para 
realizar sua morte. 
l. Não somente na casa de Zuínglio, mas em todas as 
casa houve lamentação e choro. 
m. Não se havia juntado homens o suficiente para lutar 
efetivamente, aqueles que iam batalhar sabiam disso. 
n. Eles deveriam ter conseguido quatro mil homens, mas 
por enquanto, só setecentos haviam se reunido para 
lutar no lugar crítico onde o inimigo mostraria a sua 
cara. 
o. Os homens mais eminentes de Zurique caíram um 
após o outro enquanto o inimigo avançava. 
p. O inimigo foi vitorioso em cada ocasião, e eles até 
permitiam os homens que eles atacavam render-se 
em certos pontos desde que as suas vitórias foram tão 
completas. 
q. Zuínglio ficou no seu posto, mas foi acertado na 
cabeça por uma pedra lançada pelo inimigo. Ele subiu 
novamente, mas foi acertado por mais duas nas 
pernas que o tombaram. 
r. “Eles podem matar o corpo, mas não podem matar a 
alma”. Essas foram as últimas palavras de Zuínglio. 
s. Dois soldados que avançaram pelo campo descobriram 
Zuínglio. O capitão Fockinger o viu lá e ouviu suas 
últimas palavras, reconhecendo que era Zuínglio. 
Levantou sua espada e a enfiou através do pescoço 
Zuínglio e matou-o gritando “Morra herege, morra”. 
t. Zuínglio tinha quarenta e oito anos quando morreu no 
campo de batalha. Em 11 de Outubro, 1531. 
8. A Reforma Impedida 
a. Muitos outros morreram em Cappel além de Zuínglio e 
os soldados. Militarmente, a batalha foi um assunto 
insignificante, mas, politicamente foi de máxima 
importância. Pela primeira vez as perguntas incertas 
da religião foram resolvidas no campo de batalha - um 
evento triste que se repetiu muitas vezes durante o 
próximo século. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 41
b. Em Cappel, os Protestantes tinham sido derrotados 
nas mãos dos Católicos. E toda da Europa olhava , 
como espectadores. Quando a paz foi concluída, o 
avanço da nova fé Protestante na Suíça teve uma 
parada. 
c. O protestantismo não teve de se retirar, mas foi 
impedido a avançar além de onde estava, e assim 
perdeu a possibilidade de estender a Reforma nas 
outras partes da confederação suíça. 
d. A Suíça foi dividida em dois campos religiosos. Isso 
prenunciou o futuro, já que tal divisão seria o futuro 
da Alemanha, e de fato da Europa. 
e. A Reforma foi impedida em grande escala por tomar o 
caminho da guerra em vez de lutar com as armas 
espirituais da palavra e oração. 
f. Deus interveio com aqueles que tentariam erigir um 
reino espiritual por meios carnais. 
g. O seu plano embora não era simplesmente derrotar a 
Suíça, mas levantar outros que depois tomariam a 
tocha da Reforma e a levariam além do que Zuínglio 
tinha feito. 
9. A Teologia e Influência de Zuínglio 
a. A Ceia do Senhor 
i. A sua doutrina da Ceia era diferente do que a de 
Lutero. 
ii. Zuínglio rejeitou não só a doutrina de 
transubstanciação (o corpo de Cristo e sangue 
substituírem a substância de pão e vinho), mas 
também a Verdadeira Presença como mantida 
por Lutero (o corpo físico de Cristo e o sangue 
estão presentes em, com e embaixo do pão e 
vinho, que permanece o pão e o vinho). 
iii. Em vez disso, ele acreditava que a Ceia do 
Senhor era uma lembrança da morte de Cristo 
que aumentava a fé dos crentes. 
 
 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 42
iv. Quando Jesus partiu o pão e disse, "Este é o 
meu corpo", Zuínglio acreditava que era um 
absurdo acreditar que o seu corpo estava 
presente no pão, pois Jesus se sentou diante 
deles vivo, como diziam as palavras. 
v. Semelhantemente Jesus está fisicamente agora 
no céu, tendo subido em pessoa, e enquanto ele 
sempre enche a terra como Deus,o seu corpo 
permanece um corpo humano e não é 
onipresente. 
vi. Esta diferença nunca foi resolvida, e enquanto 
Calvino foi capaz de mover-se um pouco na 
direção da posição Luterana, a diferença 
permaneceu que Luteranos acreditavam na 
Verdadeira Presença enquanto os Calvinistas 
não. 
b. Cristianismo “Reformado” 
i. Embora o nome de Calvino sempre esteja unido 
ao Cristianismo Reformado, Zuínglio que foi o 
seu molde. 
ii. Ele foi primeiro a negar publicamente a 
Verdadeira Presença; o primeiro a trazer 
influências "Puritanas" e uma reforma completa 
de todas as cerimônias externas. 
iii. O Luteranismo foi definido pela justificação pela 
fé, que o limitou, mas o Cristianismo Reformado 
foi definido pela aderência as Escrituras. 
iv. O tipo de Cristianismo que Zuínglio descobriu na 
Bíblia se tornou, embora com muita variedade, a 
fé da maioria dos Protestantes. 
v. Por Zuínglio e depois Calvino, a teologia 
Reformada tornou-se a parte maior do 
protestantismo, embora fragmentado em muitos 
movimentos. 
c. Zuínglio pôs as fundações da Reforma na Suíça. 
D. Os Anabatistas 
1. O nome Anabatista não foi tomado por eles. Ele é um termo 
usado por seus agressores e significa "rebatizadorers". 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 43
2. Naturalmente um Anabatista não pensaria no batismo do 
crente como "rebatismo", só batismo propriamente dito, 
administrado pela primeira vez. 
3. Os Anabatistas, como movimento, é provavelmente mais 
velho do que a Reforma, desde que eles personificam modos 
de ver Cristo e a vida cristã que estiveram muito presentes 
em grupos dissidentes medievais. 
4. Eles são a versão Protestante das seitas medievais que 
foram perseguidas por Roma, só que agora eles surgiram 
em terras Protestantes. 
5. Lembre-se de que os Reformadores dominantes e Roma 
concordavam numa coisa: há só uma Igreja, e deve 
encontrar a sua expressão como somente um corpo em 
qualquer localidade. 
6. Lutero, de fato, brigou pela liberdade da consciência, pois 
pensou que o crente individual não deve estar embaixo do 
poder de bispos romanos e do Papa quando lê a Bíblia, que 
é a palavra de Deus. 
7. Mas nem Lutero, Zuínglio ou Calvino, tiveram qualquer 
intenção de ter mais de uma igreja em uma jurisdição local. 
8. Na Paz de Augsburg em 1555, que ganhou a tolerância final 
do Luteranismo no Império, o conceito de cuius regio, eius 
religio ("cuja região, o seu a religião") foi feito o padrão 
legal. 
9. Cada parte do Império só podia ter uma religião, a Católica 
Romana ou a Evangélica. 
10. Pelo menos era afirmado que se uma pessoa não 
concordasse com a religião de seu governante, deveria-se 
permitir que ele emigrasse para uma região que praticava a 
sua própria religião. 
11. Novamente, havia só duas religiões legais, e em qualquer 
região haveria só uma. 
12. Isto sendo verdadeiro, só se podia haver uma resposta à 
insurreição de um movimento Anabatista em uma região 
Protestante (ou Católica). 
a. Deveria ser eliminado. 
 A Reforma Protestante 
 
GB Treinamento Ministerial 44
b. Algumas localidades decidiram forçar só a punição 
"leve" do banimento, mas a maioria usava uma forma 
da pena de morte. 
c. Só apenas alguns lugares como Estrasburgo tentaram 
encontrar uma solução mais humana para o problema. 
13. Os Anabatistas, o povo mais perseguido da

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