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Desenvolvimento Pessoal e Profissional ANO:2015 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Claudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz APRESENTAÇÃO Nesta disciplina será apresentado o conceito de "trabalho", e o significado que o desenvolvimento pessoal e profissional assumem no contexto de inserção no convívio social, identificando as diferenças apresentadas pelas pessoas (no ambiente pessoal e profissional), com a finalidade de facilitar a interação (e convivência) entre os indivíduos. Serão apresentados alguns conceitos tais como: as classificações da qualidade em duas dimensões, os tipos de qualidade, o nível de desempenho e a forma como as pessoas desqualificam as informações; enfatizando que a qualidade está diretamente ligada ao indivíduo e consequentemente as suas emoções. A construção da visão de mundo começa a ser realizada nos primeiros anos de vida. Serão estudadas as posições existenciais e será possível verificar que, de acordo com a forma que a pessoa se vê, a relação inter e intrapessoal acontece de maneira diferente. Aula 1 - A relação do trabalho para a humanidade e as diferenças Culturais Apresentação Aula 1 Nesta aula será conceituado a relação do trabalho para a humanidade e sua importância no contexto social, no qual se enfatizará a finalidade de facilitar a convivência e interação entre os sujeitos. 1. A relação do trabalho para a humanidade e as diferenças culturais No mundo globalizado atual, a maior parte dos profissionais se preocupa em desenvolver da melhor forma suas atividades laborais; no entanto, esquecem que o primordial é ter o conhecimento de outros aspectos que influenciam diretamente em suas atividades. Por esse motivo, é que a disciplina de Desenvolvimento Pessoal e Profissional foi planejada com o objetivo de apresentar fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento das atividades. Schmidt (2012) traz sua contribuição ao discorrer: Acreditamos que só haverá mudanças a partir de ações efetivas de cada um de nós, porque não basta ter conhecimento técnico ou ter um emprego para ser feliz, a diferença está no agir. Este agir é reflexo da consciência que temos de quem somos, do que queremos, para onde vamos. Perceber o que nos faz feliz no dia a dia, é uma questão individual e só pode ser respondida se pararmos para pensar sobre nós mesmos. (SCHIMDT, 2012. p. 5) Para conseguir realizar as ações efetivas citadas por Schmidt (2012) é que propõe-se uma reflexão sobre diferentes temáticas ao longo dessa disciplina, a qual: Permita o autoconhecimento; Auxiliar no desenvolvimento da autonomia; Estimular uma visão crítica; Promover reflexões sobre a vida pessoal e profissional de cada um. Com essas habilidades desenvolvidas, é possível que tenha a oportunidade e condições de mudar a forma de agir frente aos grupos sociais aos quais convive a sociedade, seja no âmbito pessoal ou profissional. 1.1 Significado e importância do trabalho para a humanidade A palavra trabalho tem origem no termo latino tripallium, que era um tipo de instrumento de tortura. Pensando em seu significado é possível ter uma visão negativa, e essa origem da palavra não foi o único fator que levava as pessoas a terem essa visão do trabalho. Por anos essa atividade foi realmente utilizada como um instrumento de tortura, uma vez que as pessoas eram submetidas a horas de trabalho sem qualidade ou direito. Com o passar do tempo modificações aconteceram e, por esse motivo, o trabalho começou a ser visto de uma maneira diferenciada. O trabalho não é mais visto como um instrumento de tortura e sim, um instrumento de crescimento tanto pessoal como profissional, uma vez que as pessoas têm a possibilidade de escolher o trabalho de acordo com suas habilidades. Para muitos o trabalho: É Percebido como algo positivo; Contribui para uma sociedade mais justa; Auxilia na resolução de problemas sociais; Possibilidade de se fazer o que gosta; Possibilidade de satisfação; Representa segurança financeira. Vale lembrar que, ainda hoje muitas pessoas escolhem suas atividades laborais visando apenas uma estabilidade financeira ou quem sabe por acomodação, e por esse motivo mantém uma visão de que o trabalho é um instrumento de tortura, pois não se sentem felizes e/ou satisfeitas com o trabalho que realizam. SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS COM RELAÇÃO Á VISÃO DE CADA UM A RESPEITO DO SIGNIFICADO DO TRABALHO Entusiasmo e Alegria Pesar, Sofrimento, Tristeza, Desmotivação e Indiferença Fonte: Elaborado pelo DI (2015). É importante pontuar a relevância que o trabalho tem para o ser humano, independente da relação que este tenha com o trabalho, pois é por seu intermédio que o homem consegue satisfazer suas necessidades básicas. Segundo ZANELLI (2004, p. 27): “Na sua condição originária, o trabalho deriva de necessidades naturais (fome, sede, etc), mas realiza-se na interação entre os homens ou entre os homens e a natureza.” Psicólogo de grande destaque, Abraham Maslow, desenvolveu seus estudos e pesquisas voltados para as necessidades humanas, ou seja, o homem é motivado de acordo com suas necessidades, as quais se manifestam em diferentes graus de importância. As necessidades humanas influenciam diretamente na motivação, na realização e no desenvolvimento humano. São essas motivações que fazem com que cada pessoa continue a buscar suas ideais e a prosseguir para a realização das demais necessidades. Para representar essas necessidades e o grau de importância, Maslow criou a “Pirâmide de Maslow”. Fonte: http://www.tracto.com.br/quatro-pilares-da-navegacao-por-smartphone/- adaptado Importante Vale lembrar que o trabalho mais do que suprir as necessidades básicas deveria possibilitar a concretização de sonhos, atingir objetivos de vida, possibilitar que o indivíduo demonstre ações e iniciativas, desenvolva e aperfeiçoe habilidades e aprenda a conviver com as pessoas e principalmente com as diferenças. Todas as pessoas são diferentes e possuem necessidades individuais. São essas diferenças que tornam cada pessoa única e especial. Para Refletir Como conviver com essas diferenças tanto no grupo de convivência pessoal quanto no grupo de trabalho? A melhor maneira de se conviver com as diferenças é identificá-las, compreendê-las e aceitá-las. Portanto, dentre as diversas diferenças encontradas entre as pessoas, existe uma queé significativa: o fato dessas pessoas terem nascidos em diferentes contextos históricos; e a essa diferença chamamos de diferença de gerações. Fonte: https://www.flickr.com/photos Antigamente, as gerações eram determinadas em um espaço de tempo de 25 anos, atualmente em virtude dos avanços e da globalização não se espera tanto tempo para que uma nova geração seja estudada e definida. Alguns especialistas afirmam que uma nova geração pode surgir a cada 10 anos. As diferenças de gerações foram percebidas em todos os grupos sociais, porém os maiores conflitos foram percebidos nas empresas. Isso se deu em virtude de que pessoas de diferentes idades e costumes passaram a conviver em um mesmo ambiente de trabalho, trocando experiências e principalmente gerenciando conflitos. 1.2 Conhecendo as gerações e seu contexto histórico 1.2.1 Geração tradicional São as pessoas nascidas aproximadamente até o ano de 1950. As pessoas nascidas nessa geração valorizam a lealdade, a disciplina e principalmente o respeito pela autoridade. Não apresentam problemas com as hierarquias e são formais. Tanto na vida pessoal quanto na vida profissional, contudo são bastante dedicadas, compreensivas, uma vez que entendem e se conformam com o sacrifício. Admitem as recompensas tardias. Para eles o dever vem antes do prazer, e mesmo pressionados conseguem tomar decisões; sendo assim foram protagonistas da vida corporativa em momentos de forte desenvolvimento econômico. 1.2.2 Geração Baby Boomers São as pessoas nascidas entre 1951 e 1964. Esta geração surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial em virtude de um fenômeno ocorrido nos Estados Unidos logo após o fim da guerra, quando os soldados voltaram para suas famílias e conceberam filhos quase todos em uma mesma época. Por esse motivo são chamados de “Baby Boomer”, termo que pode ser traduzido como “explosão de bebês”. São pessoas revolucionárias e moldadas com grande disciplina. São céticos em relação à autoridade, independentes e transformadores. Eram educados com disciplina e respeito aos outros. Estão sempre buscando reorganizar ou reestruturar suas organizações. O trabalho é uma prioridade em sua vida, por esse motivo gostam de ser reconhecidos por sua experiência. Não se sentem intimidados em viver em um mundo competitivo e compenetrado. Eram totalmente contra os conflitos armados e por este motivo eram conhecidos como os inventores do lema “paz e amor”. Valorizavam e apreciavam todas as formas de cultura. Atualmente, em sua grande maioria, ocupam cargos de diretoria e gerência nas empresas. Demonstram lealdade as empresas que trabalham, buscam sempre bons resultados e mantêm um compromisso com a missão da empresa. Apresentam dificuldade em lidar com as gerações mais jovens em virtude da grande diferença de ideais existentes entre essas gerações. 1.2.3 Geração X Esta geração é formada pelos filhos da geração baby boomers, ou seja, as pessoas nascidas entre os anos de 1960 a 1980. É uma geração que estabeleceu uma ruptura com as gerações anteriores por acreditarem que poderiam ter voz ativa em algumas questões, contribuindo assim para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, e isto fica evidenciado quando observa-se as principais características dessa geração, tais como: maior valor aos indivíduos do sexo oposto, oposição as normas impostas por regimes vigentes e a situações que prejudicam uma sociedade como um todo. Por serem mais questionadores, procuram uma maior liberdade e individualidade, porém, não abrem mão da convivência em grupo. Com relação à família, o posicionamento também é diferente uma vez que o respeito atribuído a este grupo é menor, comparado as gerações anteriores. A busca por seus direitos também é uma característica marcante desta geração. Apresentam uma maturidade principalmente na hora de escolher produtos, observam a qualidade e a utilidade dos mesmos. Apesar de ser uma geração de mais atitude e explosão frente as diversas questões pessoais, sociais e culturais, apresentam insegurança quando se refere a questões profissionais, ou seja, serem substituídos em seus cargos por pessoas mais novas e que possam apresentar um desempenho superior ou ideias inovadoras. Outro fator que causa insegurança nessa geração é o medo de perder o emprego. 1.2.4 Geração Y É uma geração considerada relativamente nova, por esse motivo existe uma grande discussão com relação as datas que marcam o início e o fim desta geração. Sabe-se, porém, que eles são os filhos da geração X e netos da geração Baby Boomers. Além da discussão existente com relação a população que forma esta geração, outros questionamentos são levantados com relação a elas, causando embate na hora de caracterizá-la. Porém, dentro dos estudos sobre as gerações, algumas observações foram feitas e se tornaram consenso. Dentre elas podemos citar que essa geração nasceu na época de grandes transformações, ou seja, o mundo entrando em uma era na qual as informações eram trocadas de forma muito rápida. Em virtude disso, estão sempre conectados e fazem grande uso de recursos digitais para auxiliá-los nessa comunicação, tais como: internet, e-mails, redes sociais, entre outros. Estão sempre em busca de novas tecnologias. A busca por informações rápidas e fáceis também é uma característica marcante desta geração. Procuram informação rápida e imediata computadores a livros Preferem e-mails a cartas digitam ao invés de escrever Fonte: Elaborado pelo DI (2015). 1.2.5 Geração Z Da geração Z, assim como a geração Y é caracterizada pela conectividade. Porém, diferente da geração anterior, com o avanço tecnológico, essa geração tem acesso ainda mais rápido. Utilizando-se de um único aparelho, geralmente portátil como o celular, está sempre conectado independente da hora e local. Considera-se indivíduo desta geração pessoas que já nascem em um mundo no qual os recursos tecnológicos fazem parte do seu cotidiano, ou seja, pessoas que nasceram no final do século XX. Trazem consigo características comportamentais das gerações anteriores. Possuem uma consciência ecológica, se preocupam com a preservação do meio ambiente, pois conhecem as consequências que a destruição do mesmo pode causar. Possuem uma responsabilidade social e procuram efetivá-la com diferentes ações. 1.2.6 Geração Alfa Esta geração é bastante nova e ainda está sendo estudada. As pessoas dessa geração já nasceram em um mundo conectado em rede e extremamente globalizado, ou seja, são os filhos das gerações Y e Z. Além de fazerem parte de um mundo conectado, são caracterizados pelo fácil acesso às informações, pela instrução e educação. Isso significa dizer que apesar das evoluções vivenciadas pelas demais gerações, nenhuma teve tanto acesso ao conhecimento humano quanto esta geração que começa a se formar. Sabe-se que as discussões sobre as gerações e o surgimento de novas gerações não se encerram por aqui. Este é apenas o ponto de partida para auxiliar você na compreensão das diferenças existentes nas pessoas nascidas em contextos diferentes e como este fato influência nos relacionamentos interpessoais. Conhecer essas gerações permite que sejam criadas novas estratégias para estabelecer um relacionamento compatível com cada uma, aceitando as diferenças e amenizando os conflitos.Curiosidade ENTENDENDO A DENOMINAÇÃO DAS GERAÇÕES Provavelmente você já deve ter se perguntado o motivo das gerações terem recebido letras em suas denominações. O que se sabe sobre esse fato é que as classificações dadas foram baseadas no alfabeto Latino, quando os filhos do baby boomers foram denominados de geração X, uma das letras finais desse alfabeto. As gerações posteriores seguiram a mesma lógica Y e Z. Porém, após a geração Z surgiram outras e, como as letras do alfabeto Latino tinham terminado surgiu uma dúvida: que letra usar agora para as novas gerações? Retornar as letras iniciais do alfabeto não fazia sentido, além de que poderia causar uma grande confusão com a utilização das letras fora de uma ordem específica, uma vez que é normal as pessoas seguirem uma ordem, seja do alfabeto, seja cronológica em sua vida. Na tentativa de solucionar este problema, os sociólogos que estavam envolvidos com esses estudos sugeriram que as novas gerações fossem denominadas também com letras, porém ao invés do alfabeto Latino, que fossem utilizadas letras do alfabeto Grego. Outra preocupação foi em utilizar a primeira letra desse alfabeto, assim as demais gerações seriam denominadas com as outras letras seguindo uma sequência. Assim, a geração das pessoas nascidas a partir de 2010, já foi denominada de geração Alfa, que é o nome da primeira letra do alfabeto Grego. Resumo Aula 1 Nesta aula evidenciou-se o significado pessoal e social do trabalho, o qual o socializa inserindo-o na sociedade. Elucidou-se também o conceito de trabalho e como se pode identificar as diferenças atitudes apresentadas pelos indivíduos, seja dentro do ambiente pessoal ou profissional, enfatizando a necessidade de que os indivíduos administrem estas diversidades de maneira que as mesmas não prejudiquem a convivência em grupo. Atividade de Aprendizagem A importância da convivência e da geração na formação das gerações a sociedade possui características e particularidades, aspectos peculiares de cada geração que envolvem o processo de desenvolvimento de cada uma. Discorra sobre o tema. Aula 2 - Qualidade pessoal e profissional Apresentação Aula 2 Esta aula terá como tema central a qualidade pessoal e profissional. O tema permitirá refletir a quem está sendo atribuindo a responsabilidade com relação a qualidade, tanto em nossa vida pessoal quanto profissional. Serão conceituadas também: as classificações da qualidade em duas dimensões, os tipos de qualidade, o nível de desempenho e a forma como as pessoas desqualificam as informações 2. Qualidade pessoal e profissional 2.1 Garantia da qualidade Muitas vezes, as pessoas costumam atribuir seu insucesso a outras pessoas ou situações. Isso acontece, pois, é mais fácil colocar em alguém a “culpa” do que assumir sua real responsabilidade. No caso, o que essas pessoas não sabem é que: a única pessoa capaz de garantir a qualidade nos serviços é aquela que entrega o serviço, ou seja, o próprio indivíduo. A verdadeira qualidade começa em cada um de nós, esse é a melhor forma de garantir qualidade. Somente quando temos consciência disso é que podemos trabalhar o desenvolvimento de nossa qualidade pessoal. (SCHMIDT, 2012, p. 34) Schmidt (2012) então, afirma que a qualidade é responsabilidade de cada um e que é através dela que pode-se desenvolver a qualidade em nível pessoal. Para Exemplificar: se alguém quer emagrecer, a única pessoa responsável por isso é ela mesma. Cabe a ela decidir a hora de iniciar uma dieta, mudar o estilo de vida, fazer exercícios físicos, etc. Porém, a perda de peso será maior ou menor de acordo com a qualidade que eu atribui às suas escolhas. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Mas será que essa qualidade acontece e é vista pelas pessoas de maneira igual? A resposta para essa pergunta é simples e pode ser dada por intermédio de uma reflexão. Equilíbrio nas relações dentro da comunidade Harmonia Qualidade de vida Bem-estar físico Equilíbrio nas relações laborais Equilíbrio nas relações familiares Para Refletir Se você pegar várias críticas sobre um determinado filme, todas serão iguais? Todos terão a mesma impressão sobre o filme? A resposta com certeza será não. Algumas críticas serão positivas outras negativas com relação ao mesmo filme. Isso acontece, pois as pessoas percebem as coisas de diferentes pontos de vista. Inúmeros fatores influenciam nessa análise, dentre elas podemos citar: fatores culturais, de idade, as experiências de vida, educação recebida entre outros. Outros fatores importantes e que também influenciam de forma significativa na nossa percepção sobre a qualidade são as nossas experiências, estado físico e emocional. Esses fatores fazem com que nossas reações frente a uma dada situação sejam positivas ou não. Pode-se tomar como exemplo, quando alguém indica um médico, um cabeleireiro ou outro profissional dizendo que o serviço oferecido pelo mesmo é ótimo e quando se depara com o serviço não tem a mesma impressão, podendo resultar em frustração. Isso de fato pode acontecer, pois a forma de receber as informações difere de uma pessoa para outra. Para melhor compreender essa questão da qualidade Möller (1992) classificou-a em duas dimensões: A dimensão técnica está relacionada à satisfação das exigências e expectativas concretas. Por exemplo: o tempo de execução de um serviço, a durabilidade e a garantia de um produto oferecido, entre outros fatores. Outra experiência que pode ser citada é quando vamos comprar um aparelho eletrônico, ou seja, muitos critérios são levados em consideração na hora de realizar uma compra. Já na dimensão humana, relaciona-se a satisfação das expectativas e desejos na parte emocional. Por exemplo: atitudes, comportamentos, atenção, credibilidade, consistência, etc. Supõe-se que foi escolhido levando em consideração todos os aspectos técnicos e, mesmo assim, ele apresenta um defeito. Liga-se para a assistência técnica e agora, o que está em jogo é a satisfação com relação à qualidade humana. Ou seja, a expectativa passa a ser a forma como será atendido, a atenção que será dada às expectativas criadas, enfim, em como a empresa fará para resolver o seu problema. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). É preciso deixar claro que em muitas situações as dimensões técnicas e humanas estão relacionadas, mas nem sempre isso acontece e elas podem aparecer separadamente sem relacionar-se umas com as outras. Outro aspecto muito importante relacionado à qualidade apresentada por Möller (1992), é que elas podem apresentar-se em cinco tipos: Qualidade Descrição Qualidade Pessoal Está relacionada à satisfação das exigências técnicas e humanas do indivíduo. Qualidade departamental Está relacionada ao nível de satisfação técnicas e humanas de um departamento frente a ele mesmo e ao mundo externo. Qualidade de produtos/serviços Está relacionada ao grau de satisfação tanto do produto quanto do cliente. Qualidade da empresa Que se refere ao grau de desempenho global e do nível de satisfação das expectativas técnicas e humanas interna e externamente. Qualidade dos clientes/usuários Pode ser entendida como a percepção de quem recebe o produto/humano. Fonte: elaborado pelo DI (2015). Importante Os padrõesdo indivíduo estão intimamente ligados as questões relacionadas à qualidade pessoal, os quais também são apresentados na empresa. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Apesar da qualidade do produto ser um fator determinante na vida pessoal e profissional do ser humano precisamos lembrar que ninguém consegue manter o mesmo grau de desempenho o tempo todo. Isso significa que por mais empenhada e dedicada que uma pessoa esteja, em alguns momentos ela não Padrões do indivíduo Qualidade pessoal Qualidade na empresa irá desempenhar suas funções em seu grau máximo de desempenho, pois como foi dito anteriormente, vários fatores influenciam na qualidade. Ainda segundo Möller (1992), existem dois padrões de qualidade: Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Saiba Mais Leia a entrevista publicada pela revista Isto é A arte de se relacionar que aborda sobre as seis habilidades consideradas fundamentais que uma pessoa deve ter para lidar com pessoas garantindo assim o sucesso pessoal e profissional. Acesso disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/185664_A+ARTE+DE+ SE+RELACIONAR. O Nível Atual de Desempenho está relacionado ao que uma pessoa faz efetivamente em um determinado momento e está relacionado também com aquilo que se espera do desempenho dessa pessoa. Um piloto de Fórmula I, por exemplo. Se está acostumado a ver um desempenho satisfatório, sempre que esse piloto está nas pistas, espera-se que seu desempenho seja bom; no entanto, nem sempre isso acontece, porque o nível atual do seu desempenho sofre oscilação provocado pela autoestima, que por sua vez é influenciada pelo reconhecimento que se recebe. Por fim, é possível dizer que se o reconhecimento é positivo, o nível atual de desempenho aumenta. Em contra partida, se o reconhecimento é negativo tende a diminuir. Nível AP • Nível Atual de Desempenho Nível IP • Nível Ideal de Desempenho Exemplificando: se é feito um bolo e as pessoas elogiam (reconhecimento positivo), isso estimula a fazer outro bolo melhorando cada vez mais. Isso é diferente de fazer um bolo e as pessoas não gostarem (reconhecimento negativo), logo será normal se a atitude for não fazer mais o bolo. Schmidt (2012) descreve alguns fatores que elevam ou diminuem o nível atual de desempenho. Fatores que elevam o AP: Conhecer as metas e compreender por que seu trabalho está sendo feito; Sucesso e fracasso incidem sobre a qualidade de seu desempenho, sobre seu humor e vontade de assumir novos projetos; Ambiente funcional, harmônico, equipamento adequado; Ambiente de respeito mútuo, abertura, informações claras, altos padrões éticos, confiança, segurança, tolerância, bom humor, cordialidade, ênfase em pontos forte das pessoas; Aumento da experiência e habilidades, a natureza da tarefa, de acordo com desejos e expectativas, e tempo disponível para executar. Fatores que diminuem o AP: Não conhecer as metas e não ter clareza dos motivos de sua tarefa; Fracasso; Ambientes confusos, poucos práticos e que causam distração; Ambientes burocráticos, políticas de poder, medo, desconfiança, frieza, ênfase em erros, fofocas, falta de consistência, pouca valorização das pessoas; Trabalho rotineiro para quem busca desafios, falta ou excesso de tempo. O nível Ideal de Desempenho (IP) está ligado aos desejos e a visão que se tem com relação a esse nível ideal de desenvolvimento que influenciará diretamente nas metas que se pretende atingir. Outro fator importante relacionado ao nível ideal de desempenho é a qualidade pessoal, isso ocorre, pois a percepção das pessoas com relação à outra irá impactar diretamente no desempenho. Estamos nos referindo a aspectos tais como: confiabilidade e respeito. Como exposto anteriormente, a qualidade pessoal interfere na autoestima da pessoa, isso significa que também irá interferir no nível ideal de desempenho. Mas o que é preciso para se ter qualidade pessoal? A primeira coisa a se pensar com relação a qualidade, é que somos o principal agente responsável para que ela aconteça. Sendo assim, é importante: Definir prioridades; Concentra-se no que é importante; Cuidar para que as exigências definidas por você e seu desempenho esteja em harmonia; Ser acompanhada e quando necessário, fazer possíveis intervenções; Evitar comportamentos não produtivos. É importante pontuar que atitudes como essas auxiliaram a melhorar a qualidade pessoal já estará dando um grande passo para o sucesso. Outra atitude relevante que devem ter com relação à qualidade, é estar atento às informações que chegam, pois todas as informações sobre uma determinada situação são importantes, e por esse motivo, devem ser levadas em consideração. Infelizmente as pessoas não dão importância e acabam desqualificando essas informações por acharem que elas não são importantes. Quando isso acontece é muito comum que não se chegue à solução dos problemas. Para Eric Berne (1988) e seus estudos sobre a Análise Transacional existem quatro níveis de desqualificação de informação, são eles: NÍVEL DE DESQUALIFICAÇÃO EXPLICAÇÃO EXEMPLO Existência Quando se nega a existência do estímulo sendo impossível resolver o problema. Sabe que o filho está com nota baixa, mas não acredita que reprovará na escola. Importância ou significado Quando o indivíduo tem consciência da existência do estímulo porém, desconsidera sua importância. Sabe que o filho está com nota baixa, que reprovará de ano, porém desconsidera que ele precisa de auxílio para melhorar as notas. Possibilidade de mudança Tem consciência do estímulo e entende sua importância, mas não considera as alternativas que podem fazê-lo mudar. Sabe que o filho está com nota baixa, que reprovará de ano porém, que ele precisa de auxílio para melhorar as notas, mas não sabe quais auxílios buscar para resolver esta situação. Capacidade pessoal Reconhece a existência do problema, entende a sua importância, acredita na mudança, mas desconsidera a sua própria capacidade para resolver o problema. Sabe que o filho está com nota baixa, que reprovará de ano e que ele precisa de auxílio para melhorar as notas, sabe quais auxílios buscar para resolver esta situação, porém não se sente capaz de buscar essa ajuda. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Saiba Mais Análise Transacional (AT) é uma teoria da personalidade criada pelo Dr. Eric Berne no final da década de 50. De acordo com a definição da International Transactional Analysis Association (ITAA) "A Análise Transacional é uma teoria da personalidade e uma psicoterapia sistemática para o crescimento e a mudança pessoal". É também uma filosofia de vida, uma teoria da Psicologia individual e social. Possui um conjunto de técnicas de mudança positiva que possibilita uma tomada de posição quanto ao ser humano. Disponível em: http://www.josesilveira.com/novosite/index.php?option=com _content&task=view&id=21&Itemid=33) Conhecer esses níveis de desqualificação é de suma importância e evita que se tenham comportamentos que desqualifiquem as informações impedindo que os problemas sejam resolvidos. Mas não é apenas a desqualificação de informação que faz com que os problemas não sejam resolvidos. Adotar comportamentos passivos também prejudica a resolução de problemas. Mas o que são os comportamentos passivos? São os comportamentos adotados pelas pessoas que fazem com que elas adotem uma postura passiva frente a uma situação,ou seja, são comportamentos que não permitem que as pessoas busquem soluções para um determinado problema. Muitas vezes são comportamentos repetitivos e inconscientes que a pessoa adota que as impede de agir. Segundo Berne (1988) e Krausz (1999), esses comportamentos são: Não fazer nada: quando a pessoa inibe suas energias e, por esse motivo, acaba por não fazer reflexões sobre a situação, omitindo-se diante do problema; Superadaptação: quando a pessoa imagina o que o outro espera que seja feito, independente da expectativa ser real ou não. Esse comportamento é bem aceito e recebe reforço positivo, mas não garante que a pessoa saiba o que deve ser feito, pois na maioria das vezes realiza metas que não são próprias e sim, metas para satisfazer as outras pessoas. Incapacidade e ou violência: nesse comportamento a pessoa se recusa a buscar uma solução para a resolução dos problemas. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA O livro O Lado Humano da Qualidade de Möller (1992) aborda que a qualidade é um fator fundamental para o aumento da qualidade. Outro aspecto muito importante abordado nesse livro é com relação à qualidade pessoal considerada a base para todos os outros tipos de qualidade. Resumo Aula 2 Nesta aula foi possível verificar sobre de quem é a responsabilidade em garantir a qualidade tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Ao tratar desse assunto verificou-se que a verdadeira qualidade depende de cada um, ou seja, cada pessoa é responsável por manter a qualidade naquilo que desempenha. Neste contexto pode-se observar a qualidade por maneiras diferentes e quais os fatores que as influenciam. Atividade de Aprendizagem Nesta aula foi abordado sobre a desqualificação das informações, a qual é um comportamento comum adotado por algumas pessoas e que não as permite se posicionar de forma a resolver os problemas. Discorra sobre o tema. Aula 3 - Emoção Apresentação Aula 3 Nesta aula o foco será a compreensão da estreita relação entre: emoção, indivíduo e qualidade precisa-se entender melhor sobre emoção. Mas afinal, o que é emoção? É uma resposta intuitiva dada pelo indivíduo em uma determinada situação; a qual não acontece de forma singular e está associada a um registro importante vivenciado pela pessoa, ou seja, a história pessoal de cada um. Em estudos baseados na Análise Transacional, será possível verificar que as emoções são classificadas em autênticas e de disfarce. Serão apresentados os tipos de reconhecimentos e suas características. 3. Emoção A maneira como cada indivíduo expressa sua emoção está diretamente ligada à cultura local do grupo ao qual está inserido, assim como é importante considerar o momento histórico vivido pelas pessoas, pois a forma de expressar suas emoções, também estão conectadas, uma vez que os aspectos sociais, culturais, religiosos e econômicos influenciam de alguma forma como a manifestação das mesmas pode acontecer. Vamos pensar em alguns anos atrás. Por exemplo, quando uma pessoa não estava satisfeita com um regime político, ela não podia manifestar suas emoções com relação à sua insatisfação, caso contrário, seria punida por isso. Atualmente a situação é diferente, as pessoas podem manifestar suas emoções desde que cumpram a lei, sem serem punidas, pois hoje vive-se no Brasil um regime democrático que antes não existia. Fonte: https://www.flickr.com No entanto, apesar das imagens mostrarem a expressão facial das pessoas, não se pode garantir que essa situação permaneça, pois mudanças sociais e novos regimes políticos podem influenciar e mudar a atual situação; consequentemente outras emoções e atitudes surgirão. Vale ressaltar que essas situações também acontecem nas empresas, pois com a evolução da sociedade e com o posicionamento das pessoas em relação a produtos e serviços, as empresas criaram alguns setores específicos para controlar a qualidade - Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) que estão disponíveis para receber as reclamações e as sugestões de seus consumidores com o objetivo de após esses levantamentos de informações movimento, elaborar estratégias de melhorias dos pontos indicados pelos consumidores. Fonte: www.flickr.com É importante lembrar que a família é o primeiro grupo de referência de uma pessoa e por esse motivo possui uma influência significativa. Portanto, para o mundo das emoções, pode-se elencar também o grupo familiar, em que de acordo com a forma com que a família se posiciona frente às emoções, será a forma como ela será manifestada. Ví deo Assista o filme Duas Vidas (título original – The Kid) de Jon Turteltaub, o qual permitirá a observação de que maneira relação familiar influencia as escolhas pessoais e profissionais do personagem protagonista. Link do trailer: https://www.youtube.com/watch?v=D_ubwE3IJhY As emoções de uma pessoa podem ser consideradas positivas ou negativas e, segundo a Análise Transacional de Eric Berne pode ser classificada em emoções autênticas ou de disfarce. Saiba Mais Análise Transacional (AT) é uma teoria da personalidade criada pelo Dr. Eric Berne no final da década de 50. De acordo com a definição da International Transactional Analysis Association (ITAA) "A Análise Transacional é uma teoria da personalidade e uma psicoterapia sistemática para o crescimento e a mudança pessoal". É também uma filosofia de vida, uma teoria da Psicologia individual e social. Possui um conjunto de técnicas de mudança positiva que possibilita uma tomada de posição quanto ao ser humano. Atualmente, a AT tem evoluído e se desenvolvido através das diversas contribuições teóricas e práticas de muitos autores seguidores de Berne e conta também com uma difusão e aplicação em nível mundial. Disponível no acesso: http://www.josesilveira.com/novosite/index.php?option=com _content&task=view&id=21&Itemid=33 As emoções autênticas, como o próprio nome diz, são aquelas que são expressas espontaneamente pela pessoa. São consideradas emoções autênticas, ou seja, o amor, a raiva, a tristeza, o medo e a alegria. Muitas vezes expressa-se essas emoções sem ao menos perceber. Ao ler uma mensagem recebida pelo celular, por exemplo, se essa mensagem é boa ou que a pessoa fica feliz e esboça um sorriso. Caso contrário, se ela não é tão boa ou deixa as pessoas apreensivas, naturalmente, a expressão se modifica de acordo com o sentimento. Muitas vezes essas reações passam despercebidas pela pessoa que produz. Fonte: www.flickr.com Fonte: www.flickr.com As emoções autênticas podem ser reprimidas quando a pessoa sente uma determinada emoção, mas não a expressa, apenas ressignifica, ou seja, ela sente uma coisa e expressa outra. As emoções de disfarce são usadas para disfarçar/camuflar uma determinada emoção. No geral, elas são utilizadas no lugar de outra emoção que não foi aceita anteriormente ou até foram condenadas em outra situação. É válido dizer que, uma emoção ao ser condenada por um determinado grupo, pode ser considerado normal que a pessoa expresse outra no lugar, de forma a não contrariar o grupo que recriminou a emoção anterior. Para essa situação Schmidt (2012) explica que: Autores como Goulding e Goulding (1985) e Pena (2001) corroboram esse pensamento, ao afirmarem que a maioria das pessoas reprimem aquelas emoções que não são aceitas em sua convivência com a família durante a infância, e que substituem a felicidade por emoções que eram premiadasou permitidas. Por esse motivo, as expressões emocionais são modeladas de uma forma ou de outra pelo reforço que recebe da família.” (Schmidt, 2012, p. 51) Se para um adulto é difícil receber um reconhecimento negativo sobre suas emoções, façamos ideia de como é para uma criança. Isso é tão sério que, de acordo com a forma que foi recebida a emoção de uma criança, da mesma forma ela irá devolvê-la, manifestá-la. Por exemplo, se ela recebeu um retorno positivo para suas emoções, ela entende que pode continuar a expressá-las. No entanto, caso receba um retorno negativo para suas emoções saberá que não poderá expressá-las. Importante Com base na forma de como o indivíduo demonstra suas emoções é que ele estabelece sua relação com o outro, ou seja, a emoção interfere diretamente nas relações interpessoais. Quando o ser humano cresce também molda a forma de demonstrar essas emoções, principalmente no ambiente de trabalho. Isso acontece, pois as pessoas vão ajustando as emoções de acordo com a reação do grupo ao qual está inserido; e de acordo com a reação do grupo é que a pessoa vai estabelecendo a melhor forma de demonstrar ou não tais emoções. Todas as pessoas, por mais que não admitam, necessitam estabelecer contato com outras pessoas. O ser humano, na verdade, não foi criado para viver sozinho, por isso, que sempre, de uma maneira ou de outra, precisa da presença de alguém, seja pessoalmente ou não. Para Refletir Se for pedido um determinado produto pela internet acreditando que dessa forma não se mantenham contato com alguém, se está completamente enganado. O que acontece é que não se tem o contato direto com a pessoa; mas ao fazer o pedido, alguém precisa recebê-lo, separar o produto e postá-lo. Nesse momento se estabeleceu o primeiro contato. A partir do instante em que esse produto é postado, alguém irá recebê-lo e encaminhá-lo até o endereço de recebimento, e por último alguém irá entregá-lo. Analisando esse processo é possível perceber a quantidade de pessoas envolvidas nessa ação, e como existe dependência entre as pessoas para que o produto seja entregue. Fonte: www.flickr.com Como visto anteriormente, segundo a teoria de Maslow, todo ser humano possui necessidades básicas. Para relembrar quais são essas necessidades: fisiológicas, segurança, sociais, estima e autorealização. Porém, segundo Berne (1988) o ser humano possui outras três necessidades básicas as quais ele denominou de “três fomes básica”: Fonte: elaborado pelo DI (2015). Importante Com relação à essas três fomes é importante considerar que elas estão interligadas, ou seja, não podem ser vistas separadamente e, por esse motivo não é possível explicá-las de maneira separada; mas, ao analisar suas características individuais, fica claro que todas elas, de uma maneira ou de outra implicam em reconhecimento. Assim, se compreende como acontece a fome de reconhecimento e compreende-se também as demais fomes: a de estímulo e a de estruturação de tempo. Nesse momento, deve-se então compreender a fome de reconhecimento, que para Berne (1999) nada mais é do que o envio de um estímulo a uma pessoa. Este estímulo é intencional, uma vez que, reconhece-se a presença e a importância dessa pessoa a qual está sendo enviando o reconhecimento. Quando uma pessoa recebe um reconhecimento positivo ela se sente estimulada e procura, cada vez mais se superar e assim, receber novos Fome de estímulo Fome de estruturação de tempo Fome de reconhecimento reconhecimentos. Para Schmidt (2012) é ressaltar e perceber que o reconhecimento muitas vezes é negligenciado, ou seja: “A falta de afeto e de reconhecimento é constante nas famílias desestruturadas e estudos indicam ser esta uma das causas comuns para o uso de drogas (drogadição) e delinquência juvenil.” (Schmidt, 2012, p. 80) É importante ter consciência de que reconhecer uma qualidade, pode ter um valor enorme e auxiliar no desenvolvimento da pessoa, enquanto que a falta de reconhecimento pode levar a mesma a buscar uma forma de compensar essa falta de reconhecimento seja nas drogas, na bebida, na depressão ou de outra forma. Krausz (1999) em seus estudos explica que o reconhecimento está atrelado as diferentes culturas e por este motivo assumem diferentes formas. Um exemplo que se pode basear é com relação à fidelidade de um homem a uma única pessoa, enquanto que em outras culturas o reconhecimento é dado quando esse tem mais de uma esposa. Para uma mesma situação existem dois tipos de reconhecimento e o que os diferem, é a cultura na qual o homem está inserido. Fonte: http://www.acapella.sg/wp-content/gallery/wedding-day-1/acapella-wedding- day-p1-033.jpg Fonte: http://www.abc.es/Media/201307/22/poligamia--644x362.jpg Os tipos de reconhecimento citados por Krausz (1999) são: quanto ao objetivo, quanto à aceitação, quanto à intenção e quanto a forma. Reconhecimento quanto ao objetivo: pode ser positivo quando valorizam uma pessoa ou atitude e faz com que essa se sinta aceita elevando assim a autoestima incentivando a busca pelo crescimento e o fortalecimento pessoal; também pode ser negativo quando faz com que a pessoa se sinta rejeitada e com isso diminui a autoestima. Isso muitas vezes pode inibir a pessoa de se desenvolver e mostrar sua capacidade e potencial. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Reconhecimento quanto à intenção: pode ser autêntico quando é dado de forma espontânea. Esse reconhecimento expressa o que uma pessoa realmente pensa ou sente em relação a outra. Por ser dado espontaneamente, este sentimento não tem consigo uma segunda intenção tampouco tenta mostrar ou expressar algo que não seja real; já o reconhecimento falso é um tanto quanto perigoso uma vez que, tenta ocultar algo que realmente está sendo sentido ou pensado. É um reconhecimento manipulador e que sempre tenta ser agradável aos olhos alheios na intenção de obter vantagens. O reconhecimento dado por alguém não traduz seus sentimentos reais. Fonte: elaborado pelo DI (2015). Reconhecimento quanto à forma: esse reconhecimento pode ser verbal ou não verbal. Como o próprio nome diz, o reconhecimento verbal é aquele que é dado através de palavras enquanto que o não verbal é dado através de gestos, olhares, tom de voz e principalmente pelas expressões faciais. Muitas pessoas, nem se dão conta mas, apesar de estarem dando um reconhecimento verbal positivo expressa com suas expressões faciais um reconhecimento verbal negativo. Isso também acontece na forma contrária quando é dado um reconhecimento verbal negativo e estamos demonstrando um reconhecimento não verbal positivo. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Reconhecimento quanto à aceitação: esse tipo de reconhecimento pode ser condicional quando é dado ao realizar determinadas ações. O reconhecimento condicional também pode ser positivo ou negativo. Em ambos os casos esse tipo de reconhecimento tem por objetivo modelar nossos comportamentos uma vez que, reforçam e induzem esses comportamentos. Podem ser dados de maneira forma ou informal dependendo da situação ou momento. O reconhecimento quanto à aceitaçãotambém pode ser incondicional, quando é dado as pessoas por aquilo que somos (jeito de ser, nossas características, defeitos e qualidades). Esse tipo de reconhecimento é muito importante independente de ser positivo ou negativo pois é a partir dele que nos sentimos estimulados ou destruídos. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Reconhecimento quanto à direção: esse reconhecimento pode ser direto quando é dado diretamente a pessoa, dito de forma clara e objetiva aquilo que estamos pensando. Já o reconhecimento indireto é dado de forma indireta, não é dito de forma clara e objetiva. Neste caso não fica claro a quem ou qual situação estamos nos referindo isentando a pessoa de assumir a responsabilidade por esse reconhecimento. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). O estudo dos tipos de reconhecimento atrelado aos demais conhecimentos abordados nesta aula possibilita a percepção como as emoções estão influenciando a sua forma de se relacionar com os outros e a melhor forma de fazer com que esse relacionamento aconteça de uma maneira amistosa e amigável. Outro aspecto importante é a possibilidade de compreender o porque das pessoas agirem de determinada maneira e os motivos que as levam ter tais atitudes. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o livro de Rosa Krausz denominado Trabalhabilidade, no qual a autora demonstra a importância da competência e equilíbrio interpessoal e intrapessoal fatores que auxiliam na qualidade das pessoas e das organizações. Resumo Aula 3 Nesta aula trabalhou-se importantes conceitos que auxiliam a perceber de que forma se dá o relacionamento com as pessoas. Iniciou-se com a compreensão do conceito de emoção e como as emoções estão relacionadas ao registro da história individual de uma pessoa, bem como a cultura a qual ela está inserida. Evidenciou-se que as emoções podem ser disfarçadas por uns e evidenciadas por outros, influenciando de forma direta nas afeições. Atividade de Aprendizagem Os tipos de reconhecimento citados por Krausz (1999) são: quanto ao objetivo, quanto à aceitação, quanto à intenção e quanto à forma. Neste contexto discorra sobre os mesmos. Aula 4 - Como se vê o mundo Apresentação Aula 4 Nesta aula será apresentada a forma como as pessoas veem o mundo e dessa maneira, é possível perceber como alguns fatos influenciam esse olhar e como, a partir desses fatos construir relacionamentos com as pessoas que estão ao seu redor. 4. Como se vê o mundo 4.1 Construindo a visão de mundo É importante pontuar que a construção da visão de mundo do ser humano começa muito cedo, já nos primeiros anos de vida. Isso acontece, pois é a partir dos reconhecimentos recebidos, sejam positivos ou negativos, que se constroem essa visão. Ao pensar em uma família que tem o hábito da leitura, na qual todos após o jantar sentam-se para ler. Para essas pessoas é normal parar um instante de suas vidas para realizar a leitura. Esse hábito só causa espanto justamente à pessoa que não tem o mesmo. Mas é preciso considerar quando acontece uma situação contrária. Neste contexto a pessoa que tem o hábito da leitura pode estranhar a atitude de uma pessoa que não gosta de ler. Toda visão criada nos primeiros anos de vida influenciam e influenciarão relacionamentos, na interpretação e na compreensão dos fatos. Ví deo Assista ao vídeo Educar pelo exemplo, que trata sobre a educação de crianças através do exemplo. Link: http://www.youtube.com/watch?v=QwFSviLaEaE Ao focar seus estudos dentro de uma dinâmica da compreensão de mundo, Berne (1988) trilhou seu caminho nos padrões de comportamento apresentados pelas pessoas nesse processo. A partir de suas observações, percebeu-se que as pessoas apresentavam alguns comportamentos padrões e, com base nisso os dividiu em: adulto, criança e pai. Esses nomes surgiram por conta de alguns comportamentos, pois Berne (1988) observou que eles se assemelhavam aos comportamentos apresentados de acordo com as características da idade. A essa divisão o autor denominou de Estados de Ego. Nesse momento, observe como cada um desses estados de ego se apresentam: Estado de Ego PAI representa a influência à assimilação na infância de condutas repassadas pelos pais ou responsáveis. Será refletido agora, quantas vezes se reproduz frases aos filhos que foram ditas aos pais quando ainda eram crianças? Exemplo: “vou contar até três: um... dois... três...”; ou também: “se você não comer não vai ficar forte quando crescer”. Importante Antigamente essa postura era muito comum e até hoje algumas mães seguem essa educação. Porém o nosso papel enquanto educadores é refletir sempre no mais adequado e íntegro para a formação do nosso aluno, enquanto ser humano que precisa se posicionar, mas conhecer também até onde vai seu limite. A função dessas frases e desses comportamentos é educar, mostrar o que é certo ou errado com base nos padrões e visões de mundo dessa pessoa e, por esse motivo, quando estão agindo com base nesse estado de ego, agem sob o impacto das emoções. Schmidt (2012) esclarece que: O estado de ego Pai é um conceito de vida aprendido, o que significa dizer que são comportamentos, pensamentos e sentimentos que copiamos ou aprendemos com nossos pais, familiares e figuras de autoridade que consideramos modelo, principalmente nos nossos primeiros anos da infância. Muitas vezes não temos consciência de que copiamos esses comportamentos, que continuamos repetindo. Abrange valores, tradições, moral e ética, costumes, julgamentos, preconceitos, transmitidos de geração em geração e que garantem a continuidade do processo educacional. (Schmidt, 2012, p. 64) De acordo com o pensamento de Schmidt (2012), o Estado de Ego Pai se subdivide em: Pai Crítico (PC) e Pai Protetor (PP). Estado de Ego Pai Crítico se manifesta quando acontece julgamento, crítica ou apresenta-se atitudes preconceituosas, fazendo acusações, censura, imposição de limites entre outras atitudes. Estado de Ego Pai Protetor acontece quando apresenta-se comportamentos que estimulam, protegem, confortam e dão segurança. Ví deo Assista ao vídeo da campanha publicitária da MetLife (2005), a mesma evidencia de forma clara o estado de Ego Pai Protetor. Link: https://www.youtube.com/watch?v=RyXSjBPq-HE Tanto o Estado de Ego Pai Crítico quanto Pai Protetor, quando manifestados em excesso pode prejudicar a outra pessoa, pois de alguma forma acaba influenciando no seu comportamento. O quadro de “Comportamentos observáveis característicos do estado de ego Pai (P)” adaptado por Schmidt (2012) de Krausz (1999): ÁREAS PAI CRÍTICO (PC) PAI PROTETOR (PP) Postura Altiva, queixo alto, mantém distância, arrogante. Ereta, acolhedora, receptiva. Gestos Braços cruzados, dedo riste, punho cerrado. Mãos sobre o ombro, braços abertos, braços que apoiam, abraçam. Expressão facial Cenho franzido, severa, crítica, reprovadora. Bondosa, receptiva, amigável, tranquila, sorridente, compreensiva. Tom de voz Autoritário, cortante, crítico. Terno, suave, acolhedor, cordial, carinhoso, de lamúria. Palavras Certo/errado, bom / mau, bonito / feio, precisa, deve, tem que, você deve. Não se preocupe, eu compreendo, eu ajudo, eu faço por você, pobrezinho, conte comigo.Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Quando se direciona uma análise paralela entre o Estado de Ego do Pai Crítico e o Estado de Ego do Pai Protetor é possível traçar duas situações distintas. Por exemplo: uma criança está cansada, brincou o dia todo, foi pra escola, teve aula de artes, e ao chegar em casa necessite de um aconchego dos pais ou responsáveis, onde o que se necessita e deverá se manifestar é a presença do Estado de Ego do Pai Protetor, apresentando ações de acompanhamento e de aconchego. Já um exemplo de sala de aula é quando o aluno ao realizar um trabalho orientado pelo professor, por algum motivo não alcançou o objetivo e o professor dá a devolutiva, esta criança necessitará de receber o amparo do Estado de Ego Pai Protetor, sendo que nesta situação o professor não deverá adotar a postura de Estado de Ego Pai Crítico, pois se suas ações forem de julgamento, critica ou apresentar atitudes preconceituosas (censurando, impondo limites ou fazendo críticas o aluno entre outras atitudes) poderá em acarretar em um bloqueio na reação dos mesmos, bloqueando assim o processo de aprendizagem. Estado de Ego Adulto é onde o ego age objetivamente, analisando a realidade e decidindo o que é certo ou errado. As características que marcam esse estado de ego é a organização, a facilidade de adaptação, o fato de apresentarem um pensamento lógico e conseguirem analisar de forma madura uma situação. Para as referências de Schmidt (2012) é possível dizer que podemos concluir o estado de ego adulto como “um conceito de vida raciocinado, um conjunto de sentimentos, atitudes e padrões de comportamento adequado à realidade”. Para melhor visualização dos comportamentos observáveis e característicos do estado de ego Adulto (A) coloca-se seguir uma tabela com algumas considerações para a fácil visualização: POSTURA PALAVRAS TÍPICAS GESTOS EXPRESSÃO FACIAL TOM DE VOZ Descontraída, flexível O que, como, quando, onde, porque, concluo, penso Explicativos, coerentes com o que faz ou diz Alerta, tranquila, serena, concentrada Firme, calmo, tranquilo, compassado, uniforme, modulado Fonte: Schmidt (2012, p. 69) adaptado por Krausz (1999, p. 30). Para Refletir Vejamos agora como essa tabela pode ser contextualizada no seu dia a dia, ou como é possível executá-la no seu ambiente de trabalho?! Digamos que está havendo uma reunião com a sua coordenação e você começa a observar as pessoas, seus gestos, expressões, atitudes e com base nesses fatos, você inicia uma reflexão e tomadas de decisão, ou seja, elenca todas as informações para saber como agir depois diante da equipe. Isso traduz o Estado de Ego Adulto. Estado de Ego Criança se manifesta quando apresenta-se comportamentos infantis, ou seja, quando manifesta-se emoções autênticas. É considerado a parte mais autêntica e reprimida pela nossa educação a fim de se adequar aos padrões sociais. Esse estado de ego subdivide-se em Criança Livre (CL), Pequeno Professor (Peq. Prof.) e Criança Adaptada (CA). Este estado de ego CA dividido em: Criança Adaptada Submissa e Criança Adaptada Rebelde. Dentro de toda a rede de pontuações referente ao Estado de Ego Criança, vamos trabalhar então item por item: A Criança Livre (CL): é a parte da personalidade que expressa as emoções autênticas e de forma espontânea, ou seja, quando se age de maneira inconsciente e acaba tendo atitudes inesperadas para determinas ocasiões, como no trabalho. O Pequeno Professor (Peq. Prof.): considerado um estado de ego que se expressa por intermédio da intuição, da criatividade e da curiosidade. Nesse estado de ego o sujeito é muito observador, e por esse motivo, consegue perceber a comunicação não verbal e as informações que nem sempre são evidenciadas ou traduzidas em palavras concretas. Na Criança Adaptada (CA): fica evidente que os comportamentos foram moldados pelas pressões sociais, ou seja, da escola, da família, de autoridades entre outros. É a partir de todas as informações recebidas por esses grupos que a pessoa vai se adaptando em relação a diversos aspectos, para ser aceita e sentir-se pertencente a esses grupos. Esse processo de adaptação pode manifestar-se de duas formas: Criança Adaptada Submissa (CAS): quando se assumi comportamentos para agradar os outros. Além disso, que auxiliam a conviver melhor com os outros. Criança Adaptada Rebelde (CAR): ao apresentar comportamentos rebeldes que contrariam os padrões estabelecidos pela sociedade. Na tabela evidenciam-se de forma segmentada os comportamentos observáveis e característicos do Estado de Ego Criança (C) ÁREAS CL PEQ. PROF. CAS CAR Postura Flexível, movimentada, mutante Estática, cabeça ligeiramente inclinada Tensa, encolhida, cabisbaixa Arrogante, desafiadora, provocante Gestos Expansivos, rápidos, descontraídos Cuidadosos, intencionais, exploradores Contidos, tímidos, desajeitados... Bruscos, desafiadores, inesperados Expressão facial Curiosa, indagadora, excitada, de expectativa, impaciente Observadora, desconfiada, cautelosa Ansiosa, insegura, procurando aceitação (Aprovação)... De desafio, irônico, de desprezo Tom de voz Agudo, barulhento, vibrante Baixo, suave, envolvente Sim, está bem, vou, como achar melhor, você sabe que... Cortante, agudo Palavras Oba, quero, não quero, agora, já Se eu fizer você..., Quando você..., Será que... Inexpressivo Não, discordo, faça/vá você, como / quando eu quiser Olhar Expressivo Cativante ______ Ressentido, desafiador Fonte: Schmidt (2012, p. 72) apud Krausz (1999, p. 33). É muito importante pontuar e ter em mente que todos, em algum momento da vida, apresentam comportamentos característicos desses estados de ego. Isso não é um problema galgado, porém é necessário observar quais impactos eles estão causando, principalmente se positivos ou negativos, para que saiba como, quando e onde modificá-los quando necessário e da maneira mais correta possível; pois fazer esta autoavaliação sobre o comportamento é fundamental. Qualquer tipo de comportamento, quando apresentado em excesso traz prejuízo ao indivíduo que apresenta esse comportamento e as pessoas que estão à sua volta. Como é possível perceber os estados de ego estudados até aqui, influenciam diretamente na leitura que se faz do mundo, ou seja, como a pessoa se vê e como ela é vista pelas outras pessoas. Para essa leitura de mundo, Berne (1988) denominou de Posição Existencial e as dividiu em quatro, são elas: Eu estou OK – você está OK; Eu estou Ok – você não está OK; Eu não estou Ok – você está OK; Eu não estou Ok – você não está OK. É necessário compreender o que cada um quer dizer e como podem vivenciá-lo, pois a intenção é colocar uma intenção em todos os conteúdos aqui estudados. 4.2 Posições existenciais 4.2.1 Eu estou ok – você está ok É a posição de vida considerada a mais saudável, uma vez que, nessa posição está agindo com o circuito positivo dos estados de ego. Quando utilizado o circuito positivo é possível compreender que tem qualidades e limitações, sendo assim, aceita-se os erros, os analisa e busca-se novas formas de corrigi- los adquirindo dessa forma novas habilidades e competências para a solução de problemas. Além disso, Schmidt (2012) diz que as: [...] pessoas nessa posição de vida não sentem necessidade de desqualificaras outras pessoas para sentirem-se competentes. Ao contrário, contribuem para o desenvolvimento daqueles que fazem parte de seu convívio. (Schmidt, 2012, p. 95) São pessoas conscientes de sua capacidade, por esse motivo, assumem a responsabilidade pelos seus atos, direcionando sua carreira e os projetos pessoais. Na empresa estão sempre tendo atitudes positivas não só para o crescimento individual como também para o crescimento da equipe e da empresa que trabalha. Isso para a nossa atuação profissional é de suma relevância, pois o ser humano precisa acreditar primeiramente sempre no seu potencial e reconhecer suas limitações para trabalhar essas questões e encontrar no outro colega de jornada uma pessoa que pode somar, acrescentar valores e conhecimentos. Por exemplo, quando um empresário constrói seu próprio negócio, na fase de edificação e negociação, ele para colher bons resultados precisa fazer um estudo de campo, busca de profissionais capacitados para sua equipe, é necessário ouvir outros empresários pra ver se está no caminho certo, ou se vai retomar algumas questões para dar um passo errado. Na verdade, como profissionais não podem agir individualmente no meio dos negócios, pois dessa maneira concentra-se as energias e conhecimentos e não tem a oportunidade de compreender e até mesmo entender o que os demais participantes do mercado estão oferecendo ou vivendo. Para Refletir O MacDonald’s e o Burguer King que são grandes redes de fastfood e estão presentes em vários países. O que você consegue perceber entre esses dois grandes negócios? Quais os outros você pode identificar? Pois sabe-se os pontos fortes e as limitações de cada uma das redes já citadas; apesar de reconhecer a importante disputa de produtos entre ambas, isso se torna até uma inteligência para o mercado. A mesma situação acontece na atuação profissional e pessoal. 4.2.2 Eu estou ok – você não está ok Quando a pessoa encontra-se nessa posição existencial é comum que ela se sinta superior a outra, ou seja, acredita que ela é melhor do que o outro. O que infelizmente a pessoa que está nessa situação não sabe, é que esta é uma visão equivocada da realidade, porque não reconhecem seus próprios erros e por esse motivo tende a distribuir aos outros a responsabilidade dos seus próprios erros. Pessoas nessa posição não se sentem aceitas, são egocêntricas, excessivamente autoconfiantes, buscam ocupar posições e cargos de poder e se sentem bem quando inferiorizam os outros. Só reconhecem suas qualidades e não assumem suas limitações. Para atingir seus objetivos não costumam agir com ética. Importante Essa posição é delicada, mas muito comum de acontecer em vários âmbitos da nossa atuação profissional e pessoal. Essas atitudes são frequentes no trabalho, na família em determinadas situações, principalmente quando envolve poder de liderança, com dinheiro envolvido, formação acadêmica quando um tem mais que o outro e por aí podemos continuar a conversa. 4.2.3 Eu não estou ok – você está ok Nesta posição existencial é normal a pessoa assumir a culpa e responsabilidades que não são suas. Está sempre se depreciando, supervalorizando as qualidades dos outros e não percebendo que essas pessoas também possuem limitações. Com relação a si, a visão é oposta, ou seja, não reconhecem suas qualidades e só identificam suas limitações. Para Schmidt (2012), “definem metas, mas só conseguem alcançar parte delas, e assim reforçam sua baixa autoestima e sentimentos de menos valia”. Outro aspecto relevante de pessoas nessa posição existencial é que tendem a ser negativas e principalmente resistentes a mudanças. Além disso, dificilmente chegarão a ocupar cargos e posições de liderança. Para Refletir Pensando agora no profissional que existe em sua empresa, instituição, local de trabalho que raramente consegue um nível de satisfação em suas atividades desenvolvidas. O que você compreende que pode ser modificado para esse profissional se sentir satisfeito, lisonjeado com o seu trabalho? Será que o chefe chegar e elogiar? Um colega indiretamente dizer que tal trabalho feito por ele foi utilizado num outro momento na empresa, por exemplo, e o resultado foi satisfatório? Quais são as possíveis estratégias indicadas por você, a serem utilizadas? 4.2.4 Eu não estou ok – você não está ok Nesta posição de vida é normal que a pessoa apresente uma tendência ao pessimismo. Por esse motivo, não se respeita, tampouco reconhece suas qualidades e limitações. Tem o mesmo posicionamento com relação às outras pessoas. Estão sempre se sentindo mal e não conseguem acreditar que alguém possa ajudá-lo. Com relação às metas definidas não conseguem alcançá-las uma vez que não se sentem capazes para atingi-las. Na vida, tanto pessoal quanto profissional se tem duas alternativas sempre e é preciso escolher a que melhor cabe à situação. Mas é necessário lembrar que para cada ação há uma reação. Importante É possível perceber como é preciso conhecer as posições existenciais? Ter esse conhecimento é relevante, pois, dessa forma, é possível estabelecer uma autoavaliação e descobrir qual delas está se adotando, e quais os resultados e consequências determinados comportamentos estão trazendo para a vida e os relacionamentos pessoais e profissionais, bem como para a carreira individual. Ao conhecer essas características se tem a possibilidade de mudar e enfrentar o mundo de outra maneira e com menos estresse, o que tem acometido grande parte da população. Para garantir uma qualidade de vida, tanto pessoal quanto profissional, precisa-se estruturar corretamente do tempo buscando uma harmonia entre nossas atividades. Para auxiliar, Berne (1988) corrobora dizendo que existem algumas formas de administrar o tempo e que irão nos auxiliar na busca pelo equilíbrio na hora de fazê-lo. 4.3 Formas de administrar o tempo segundo Berne 4.3.1 Isolamento Não há comunicação com outra pessoa nessa forma de estruturar o tempo. Existem dois tipos de isolamento, o físico e o psicológico. O físico acontece quando uma pessoa isola-se fisicamente, ou seja, fica distantes das outras pessoas; enquanto que o psicológico acontece mesmo quando está ao lado de muitas pessoas, porém não estabelece contato com essas pessoas. Nesse momento vale lembrar que todos nós, seres humanos, temos necessidades de algum tempo de isolamento para que possamos fazer nossas reflexões, identificarmos sentimentos, sonhos, necessidades, por isso o isolamento é saudável e necessário para o nosso autoconhecimento. (SCHMIDT, 2012, p. 108) Manter-se isolado por muito tempo pode ser prejudicial para a pessoa, uma vez que ela acaba perdendo o contato com a realidade que a cerca, e muitas vezes levando a depressão. Manter o equilíbrio entre o isolamento e a convivência com as pessoa é importante e necessário a todos. 4.3.2 Rituais Esse tipo de estruturação acontece quando programa-se socialmente o tempo, permitindo a troca de reconhecimento. Para facilitar a compreensão dos rituais será utilizado como exemplo um jantar de negócio, ao qual compromete um tempo determinado, para cumprir necessidades e normas sociais, mas evita a autenticidade e um envolvimento maior entre as pessoas. Cumpre-se apenas um ritual, neste caso, o jantar de negócio. Dificilmente num momento desses apresenta-se para o outro os anseios ou dedica-se tanto do tempo disponível. 4.3.3 Passatempo ou bate-papo Nesse tipo de estruturação de tempo acontecea troca de informações informais. Aquelas consideradas corriqueiras, do dia a dia. Os assuntos tratados nesse tipo de estruturação são superficiais e geralmente abordam temas comuns. 4.3.4 Atividades Pode-se dizer que nessa estruturação de tempo as energias das pessoas estão todas voltadas para a realização de uma atividade específica, a qual necessariamente exige o envolvimento com as demais, como acontece em gincanas, festas escolares, retiros, workshop, palestra e entre outros eventos. 4.3.5 Jogos psicológicos Os jogos psicológicos também é uma forma de estruturação do tempo, porém é importante saber que esses jogos são prejudiciais a comunicação e principalmente as forma de relacionamento entre as pessoas, uma vez que esses jogos são, muitas vezes, desonestos e dramáticos reforçando a posição existencial e os reconhecimentos negativos. Esses jogos são passados de uma geração para a outra e de acordo com a cultura individual. Nos jogos psicológicos é comum as pessoas assumirem, segundo Karpman (1983) três papéis diferentes durante os jogos: o de vítima, salvador ou perseguidor. Ele alerta ainda que uma mesma pessoa pode assumir dois ou mais papéis durante o jogo. Esses jogos são tão significativos na vida das pessoas que, segundo Schmidt (2012), Berne (1988) escreveu um livro com uma descrição dos jogos psicológicos. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o livro Os Jogos da Vida do autor Éric Berne, a obra aborda a forma como as pessoas, em seu relacionamento profissional, afetivo e familiar, simulam, de forma conscientes ou não, jogos para encobrir desejos, problemas e características pessoais. Schmidt (2012) descreve alguns tipos de jogos aos quais considera os que mais acontecem, sendo eles os mais conhecidos pelas pessoas: TIPO DE JOGO COMO ACONTECE... Agora te peguei, seu... Iniciado por pessoa que querem recriminar ou criticar as outras. Sim, mas... Iniciado por pessoas que não respeitam os outros e tentam provar que são superiores. Veja o que me fez fazer... Iniciado por pessoas ressentidas e procuram culpados para suas falhas. Por que sempre eu? Iniciado por pessoas que tendem a se vitimarem e se sentirem injustiçados Se não fosse por você Iniciado por pessoas que culpam os outros por sua falta de atenção, se vitimizam e acusam os outros. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). 4.3.6 Nivelamento Neste tipo de estruturação de tempo, as pessoas desenvolvem relações sinceras e saudáveis com os outros. As pessoas, para terem esse tipo de relacionamento precisam possuir um nível de maturidade mais desenvolvido pois quando a troca de reconhecimento acontece existe clareza e sinceridade nas informações e só aceitará a troca de reconhecimento as pessoas que estiverem mais maduras com relação a si e as situações que as rodeiam. Os jogos psicológicos são considerados perigosos para os relacionamentos entre as pessoas. Quando não se conhece a existência desses jogos acaba-se fazendo parte deles e assim prejudica tanto a vida pessoal quanto profissional. A partir do momento em que passamos a conhecer a existência desses jogos é possível criar mecanismos de defesas e maneiras de se manter afastadas das pessoas que normalmente iniciam esses jogos. Resumo Aula 4 Nesta aula, apresentou-se que a visão de mundo começa a ser construída nos primeiros anos de vida, e se dá por intermédio dos reconhecimentos positivos e negativos que se recebe. Abordou-se sobre a divisão feita por Berne (1988) dos tipos de comportamentos apresentados pelas pessoas, são eles: pai, adulto e criança. Observou-se que cada um desses comportamentos apresentam características, divisões e subdivisões específicas. Atividade de Aprendizagem Nesta Aula Schmidt (2012) descreve alguns tipos de jogos aos quais considera os que mais acontecem, sendo eles os mais conhecidos pelas pessoas. Discorra sobre os mesmos. Resumo da disciplina Nesta disciplina apresentou-se o conceito de trabalho e o significado que ele assume dentro do contexto em que se está inserido, seja um significado pessoal ou social. Verificou-se também sobre como identificar e conviver com as diferenças apresentadas pelas pessoas, seja dentro do ambiente pessoal ou profissional, a fim de saber como trabalhar com elas de forma que essas não prejudiquem a convivência entre as pessoas. Observou-se outro assunto de extrema importância que é a formação das gerações na sociedade e suas características e particularidades enfatizando os aspectos peculiares de cada geração e envolvendo o processo de desenvolvimento de cada uma. A qualidade é vista de maneiras diferentes pelas pessoas e que fatores emocionais, laborais, familiares, culturais entre outros influenciam diretamente nessa percepção sobre qualidade. Para melhor compreender essa qualidade, observou-se que ela foi em duas dimensões: a técnica e a humana. Além disso, verificou-se que a qualidade apresenta-se em cinco tipos: a pessoal, departamental, produtos/serviços, empresa e cliente/usuários. Verificou-se que as emoções não são demostradas da mesma maneira por uma pessoa e que o contexto histórico também influencia diretamente na forma como ela é expressa. Baseados nos estudos da Análise Transacional verificamos que as emoções são classificadas em autênticas e de disfarce. Com o estudo de todos esses conceitos verificou-se que as emoções influenciam diretamente as relações interpessoais e que além das necessidades básicas descritas por Maslow, os seres humanos, de acordo com Berne, possuem três fomes de reconhecimento: estímulo, estruturação de tempo e reconhecimento. Essas três fomes estão interligadas e ao compreender a de reconhecimento pode compreender as demais. As posições existenciais também foram estudadas e possibilitou perceber que, de acordo com a forma que a pessoa se vê desenvolverá atitudes positivas ou negativas em relação a si e aos outros. Encerra-se a disciplina compreendendo as formas de administrar nosso tempo utilizando-o ao nosso favor e daqueles que estão a nossa volta. Referências ADIZES, I. Gerenciando as mudanças: o poder da confiança e do respeito mútuos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. BERNE, E. O que você diz depois de dizer olá? A Psicologia do destino. São Paulo: Nobel, 1988. BERNE, R. B. Tratado De Fisiologia Humana. 4 Ed. Rj. Guanabara Koogan, 1999. KARPMAN, V.L; BELOTSERKOVSKI, Z.B. & GUDKOV, I.A. Testes em Medicina Esportiva. Moscou: FIS, 1988. KHOURY, K. Liderança é uma questão de atitude. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. KRAUSZ, R. Trabalhabilidade. São Paulo, Nobel, 1999. MOLLER, C. O lado humano da qualidade: maximizando a qualidade de produtos através de desenvolvimento das pessoas. 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