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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PERÍCIA CONTÁBIL DOCENTE: Mariana Siqueira Vilela marianasiqueiravilela@gmail.com • AULA 02: Procedimentos de Perícia FASES DA PERÍCIA Fase preliminar Fase operacional Fase final FASE PRELIMINAR A perícia é requerida ao Juiz pelas partes interessadas O Juiz defere a perícia e nomeia um perito As partes formulam os quesitos e indicam seus peritos assistentes Os peritos recebem a intimação Os peritos aceitam ou recusam a indicação No caso de aceite, é indiciado que os peritos façam um PLANEJAMENTO O Juiz estabelece o prazo, local e hora para o início da perícia FASE OPERACIONAL Início da perícia (EXECUÇÃO) e diligências Realização de exames e avaliações Elaboração do laudo FASE FINAL Revisão do laudo Assinatura do laudo Entrega do laudo Levantamento dos honorários Possibilidade de esclarecimentos NOMEAÇÃO, INDICAÇÃO E INTIMAÇÃO DOS PERITOS • Nas perícias judiciais três são os peritos: um do juiz e um de cada parte litigante (autor e réu); • Na verdade são três peritos: o juiz nomeia o seu e cada parte indica o seu representante; • Os peritos das partes devem ser indicados no prazo de cinco dias, contados do despacho de intimação do perito; • Aceita a indicação, o perito do juiz deve conectar-se com os assistentes indicados; • A perícia judicial pode ser realizada em conjunto ou separadamente. RECUSA E SUBSTITUIÇÃO DO PERITO • O perito pode recusar sua indicação por diversos motivos, entre eles: ▫ (1) Estado de saúde; ▫ (2) Impedimentos éticos; ▫ (3) Indisponibilidade de tempo; • A recusa deve ser comunicada ao juiz dentro do prazo de cinco dias da intimação, através de uma petição que será anexada aos autos; • O juiz então, nomeará outro perito, sendo permitido às partes que também substituam seus assistentes técnicos. RECUSA E SUBSTITUIÇÃO DO PERITO • É também lícito às partes recusarem o perito do juiz por suspeição, provando os motivos da não aceitação do mesmo; • Sobre os peritos das partes (assistentes técnicos), entretanto, não ocorrem impedimentos; • Pode ainda ser substituído o perito quando após intimado, não cumpre sua tarefa em tempo hábil, ou ainda caso não tenha capacidade técnica para o exercício de seu trabalho; • Os peritos das partes, porém, só podem ser substituídos antes da entrega do laudo, pois após isso não é mais possível a substituição dos assistentes técnicos. PROPOSTA DE HONORÁRIOS • Aceita a perícia, o perito deve requerer seus honorários (fazem parte das custas e quem deve pagar é quem pede a perícia); • O pedido de honorários pode ter cláusula de correção monetária; • Em caso de aumento de carga de trabalho do perito é permitido o pedido de um reajuste; • O perito pode fazer a proposta de honorários e solicitar o depósito prévio (depósito judicial) concomitantemente; • Cabe a quem requereu a perícia adiantar as despesas, mas quem perder a ação, acaba arcando com todas as custas, inclusive honorários do perito; PROPOSTA DE HONORÁRIOS • Os honorários podem ser contestados pelas partes. Nesse caso, usualmente o juiz arbitra um valor; • O depósito prévio, fica à disposição do juiz e deve ser levantado após a entrega do laudo; • Há casos, entretanto, em que o perito solicita um adiantamento (máximo de 50%) antes do início dos trabalhos; • Os honorários dos assistentes técnicos são ajustados entre as partes e pagos por quem o indicou. RETIRADA DOS AUTOS • Para bem conhecer todo o processo e realizar o plano de perícia, o perito precisa retirá-lo do cartório; • Este ato é simples, bastando para tanto a apresentação das credenciais e a assinatura de um protocolo; • Caso o perito seja pouco conhecido, pode ser necessário uma petição específica; • Após devolver o processo ao cartório com seus pedido de honorários, o perito aguarda a decisão das partes sobre sua remuneração; RETIRADA DOS AUTOS • Aprovados os honorários, o perito deve retirar o processo para iniciar as diligências e as respostas aos quesitos; • Todas as vezes que o perito devolver o processo ao cartório, deve solicitar a baixa da entrega, pois pode haver extravio e o perito vir a ser responsabilizado, o que seria falta grave. INÍCIO DO TRABALHO PERICIAL E DILIGÊNCIAS • Em data, hora e local determinados pelo juiz, os peritos devem iniciar seu trabalho; • É dever do perito do juiz comunicar-se com os peritos das partes para comporem a metodologia do trabalho; • Caso o perito não procure os assistentes, estes devem fazê-lo; • Devem, em tese, estar os três no início dos trabalhos. Entretanto, os assistentes podem combinar com o perito para somente examinar alguns aspectos em conjunto; INÍCIO DO TRABALHO PERICIAL E DILIGÊNCIAS • Em casos complexos, é dever dos assistentes acompanhar o perito nas diligências, ou pelo menos, os referentes aos quesitos mais relevantes; • Quando o perito inicia seu trabalho já deve estar de posse do seu plano de trabalho; • Os objetos e documentos necessários ao exame devem ser solicitados por escrito, previamente, evitando-se perda de tempo. RESISTÊNCIAS E DIFICULDADES IMPOSTAS PELAS PARTES • A parte examinada pode criar obstáculos ao perito, sonegando informações ou procrastinando a entrega de documentos e livros; • Nesse caso, o perito deve agir com muita habilidade para tentar demover os obstáculos, alertando a parte sobre os problemas que daí advirão; • Não conseguindo, deve imediatamente cientificar o juiz sobre a resistência e, conforme o caso, requerer a busca e apreensão judicial dos elementos necessários ao trabalho; RESISTÊNCIAS E DIFICULDADES IMPOSTAS PELAS PARTES • Tal medida, porém, só deve ser tomada em casos extremos e depois de esgotadas todas as formas amigáveis de convencimento da parte; • O perito tem plenos poderes de investigação, inclusive, de produzir os anexos que desejar para ilustrar o seu trabalho, bem como de ouvir testemunhas; • Deve, entretanto, evitar esse tipo de prova, pois o perito não é um investigador, mas aquele que usa métodos científicos. COMPORTAMENTO ÉTICO ENTRE OS PERITOS • Como a perícia judicial é feita com a participação de três profissionais é necessário que haja um comportamento ético entre eles. O Trabalho precisa ser harmônico; • Não deve haver a mentalidade que os assistentes técnicos são partes litigantes ou inimigos e que o perito do juiz é superior aos demais, sendo estes seus subalternos; • Todos tem influência no trabalho e o princípio deve ser o da igualdade; COMPORTAMENTO ÉTICO ENTRE OS PERITOS • Não são raras as vezes em que o laudo de um perito da parte é utilizado pelo juiz ou pelos desembargadores, abandonando-se o do perito oficial; • A expressão “perito auxiliar” ou “assistente técnico” não é das mais felizes. Trata-se, na verdade, de três peritos, cada um cuidando dos interesses de quem o nomeou. Com um tratamento de recíproco respeito, os peritos podem valorizar o trabalho um do outro, buscando-se o consenso; COMPORTAMENTO ÉTICO ENTRE OS PERITOS • Um aspecto que deve ser observado e que valoriza a relação entre os profissionais é o envio, por parte do Perito para os Assistentes Técnicos, da minuta do laudo, antes da conclusão final, visando aparar arestas e reduzir resistências, além de ser um gesto de cortesia. USO DO TRABALHO DE TERCEIROS • O perito pode necessitar do trabalho de auxiliares ou de especialistas, a quem pode solicitar um parecer; • Nesse caso, deve acautelar-se quanto à qualidade do especialista. Deve também, mencionar no laudo que se fundamentou na opinião do especialista. RESPONSABILIDADE CRIMINAL DO PERITO • O Perito pode ser responsabilizado pela falta de veracidade de seu laudo, se comprovado dolo ou má fé, quer em juízo, quer perante os conselhos profissionais. Tal responsabilidade envolve: ▫ Indenização à parte prejudicada; ▫ Inabilitação por dois anos parao exercício de prova pericial; ▫ Sanção penal por crime. • Além dessas sanções, pode sofrer também aquelas advindas do Tribunal de Ética Profissional dos Conselhos Profissionais. PERÍCIAS EM LOCAIS DIFERENTES • Uma perícia pode abranger agências, filiais ou fábricas de um mesmo litigante, em diversas localidades do país ou até do exterior; • Neste caso, o perito terá de deslocar-se. • Tal deslocamento exige cuidados, pois o perito deverá levar identificação e autorização para visitar tal estabelecimento; PERÍCIAS EM LOCAIS DIFERENTES • O perito, nesse caso, deve levar em mãos os quesitos que requeiram exame de documentação deste estabelecimento, tendo o cuidado de tê-los solicitado previamente; • As despesas de viagens devem estar previstas no pedido de honorários ou, caso tenha surgido no decorrer do processo, ser solicitado ao juiz um complemento de honorários para atender a esta despesa adicional. PERÍCIA EM DOCUMENTOS DE TERCEIROS • Pode ocorrer, em um processo, que a perícia em uma das partes não seja suficiente, sendo necessária a perícia em outra empresa que não é parte do processo; • Isto pode ocorrer, por exemplo se houverem três sócios em um empreendimento e houver litígio entre dois deles, mantendo-se o terceiro afastado do processo. Pode haver necessidade de se examinar documentos deste terceiro, para comprovar, ou negar, indícios apontados por uma das partes em litígio. PERÍCIA EM DOCUMENTOS DE TERCEIROS • Nesse caso, o perito, tão logo seja autorizado pelo juiz, deve deslocar-se para realizar a diligência, devendo contudo, restringir-se especificamente, à matéria de que trata o quesito; • O perito deve lidar com terceiros com toda a ética possível, evitando invadir sua privacidade. PRECAUÇÕES DO PERITO • O Perito não deve errar, pois seu erro pode produzir uma prova falsa, lesando o direito de terceiros. Para tanto, o perito deve tomar precauções, principalmente em relação aos seguintes assuntos: ▫ Tempo: Só aceitar tarefa com tempo hábil para que possa desempenhá-la com rigor; ▫ Planejamento: Elaborar um plano de trabalho escolhendo os melhores critérios para desempenhar sua execução; ▫ Autoridade: Utilizar a autoridade que lhe foi atribuída pelo juiz para obter todas as informações relevantes para a execução de sua tarefa; PRECAUÇÕES DO PERITO ▫ Sigilo: Manter todas as informações obtidas em rigoroso sigilo, salvo se forem requeridos pelo juiz; ▫ Provas correlatas: Quando couber, o perito deve obter provas de outras fontes que possam auxiliar na elucidação do assunto em exame; ▫ Declarações: Quando necessário o perito deve solicitar declarações sobre exclusividade ou fidedignidade de informações obtidas;. PRECAUÇÕES DO PERITO ▫ Sigilo: Manter todas as informações obtidas em rigoroso sigilo, salvo se forem requeridos pelo juiz; ▫ Provas correlatas: Quando couber, o perito deve obter provas de outras fontes que possam auxiliar na elucidação do assunto em exame; ▫ Declarações: Quando necessário o perito deve solicitar declarações sobre exclusividade ou fidedignidade de informações obtidas;. EXECUÇÃO E PROCEDIMENTOS DE PERÍCIA • O perito-contador e o perito-contador assistente deverão manter registros dos: ▫ locais e datas das diligências; ▫ nomes das pessoas que os atenderem; ▫ livros e documentos ou coisas examinadas ou arrecadadas; ▫ dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem necessário e possível, juntando a prova mediante original, cópia, ou certidão. ETAPAS DE EXECUÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL • Síntese do objeto da perícia; • Desenvolvimento do trabalho pericial; • Procedimentos de Perícia Contábil • Tabulação dos dados PROCEDIMENTOS DA PERÍCIA CONTÁBIL • Tais procedimentos abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria: ▫ Exame ▫ Vistoria ▫ Indagação ▫ Investigação ▫ Arbitramento ▫ Mensuração ▫ Avaliação ▫ Certificação EXAME • Consiste em analisar os elementos contábeis levantados anteriormente; • Também é caracterizado por confrontar todos dos documentos disponíveis; • Principais elementos analisados: ▫ Livros contábeis; ▫ Registro das transações; ▫ Documentos relevantes. VISTORIA • Tem por objetivo verificar e constatar a real situação; • Deve ser realizada com o intuito de observar como o ambiente; • Pode ser usada como constatação do fato. INDAGAÇÃO • É a busca de informações através de entrevista com conhecedores do objeto da perícia, de preferência efetuadas com as pessoas mais próximas do objeto possível; • É importante que, anteriormente a indagação, o perito elabore possíveis situações que podem ter ocorrido; • A partir dessas possibilidades, o perito deve criar perguntas que contribuam para obtenção da realidade ocorrida. INVESTIGAÇÃO • Consiste na pesquisa que objetiva trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias; • Ou seja, através da investigação é possível observar indícios e/ou provas que contribuam com os objetivos da perícia. ARBITRAMENTO • É a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critérios técnicos; • O arbitramento de valores deve seguir os critérios contábeis e as devidas correções financeiras. MENSURAÇÃO • É o ato de qualificação e quantificação das coisas, bens, direitos e obrigações; • A partir da mensuração é possível perceber qual a real situação patrimonial da empresa e também permite-se comparar diferentes cenários; • Na perícia contábil a mensuração serve para observar se as informações contidas nos documentos e processos correspondem ao que é de fato a realidade da empresa. CERTIFICAÇÃO • É o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional. PROCEDIMENTOS DE PERÍCIA CONTÁBIL EXAME É a análise de livros, registros das transações e documentos. VISTORIA É a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial. INDAGAÇÃO É a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia ou de fato relacionado à perícia. INVESTIGAÇÃO É a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias. ARBITRAMENTO É a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico. MENSURAÇÃO É o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações AVALIAÇÃO É o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. CERTIFICAÇÃO É o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional.
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