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EMBRIOLOGIA Paola Barbosa – FAMED XVII Introdução à embriologia Embriologia - Estudo do desenvolvimento de um organismo, que tem início com a fertilização do ovócito (unicelular) e termina com o período da organogênese (formação dos sistemas e órgãos). - Período embrionário: 1º a 8º semana. - Período fetal: 9º semana até o nascimento. Órgãos genitais Produzem e transportam as células germinativas (gametas) desde as gônadas (testículos ou ovários) até o local de fecundação na tuba uterina. Sistema reprodutor feminino Interno - Vagina: passagem excretória do fluido vaginal, recebe o pênis, forma a parte inferior do canal do parto. - Útero: órgão piriforme (em forma de pêra) de paredes espessas (7-8 cm comp. / 5-7 cm larg.), dividido em corpo e colo. - Camadas do útero: 1: perimétrio – externa, delgada (fina). 2: miométrio – camada de músculo liso, espessa. 3: endométrio – membrana delgada (mucosa interna). - Tubas uterinas/trompas: 10cm de comprimento e 1 cm de diâmetro, transporta os ovócitos dos ovários até o local de fecundação, abrem-se no útero. - Ovários: glândulas amendoadas que produzem estrógeno e progesterona, local onde ocorre a produção de ovócitos. Externo - Vulva. 1 - Grandes lábios: dobras externas salientes de pele. 2 - Pequenos lábios: pequenas pregas de membrana mucosa. 3 - Clitóris: órgão erétil na junção superior das pregas. 4 - Hímen: prega de membrana mucosa que envolve o orifício vaginal. 5 - Vestíbulo: cavidade onde estão localizados os orifícios da vagina e uretra. Sistema reprodutor masculino - Testículos: 2 glândulas ovais suspensas no escroto, formado por tubos seminíferos (produção de espermatozoides). - Epidídimo: canal único, armazena os espermatozoides até seu amadurecimento. - Ducto deferente: transporte dos espermatozoides para o ducto ejac. - Ducto ejaculador: inicia na vesícula seminal e desemboca na uretra. - Uretra: tubo que liga a bexiga, através do pênis, ao meio exterior. - Pênis: 3 colunas de tecido envolvendo a uretra (excitação = tecido se enche de sangue causando a ereção). - Glândulas seminais, bulbouretrais e próstata: produzem o líquido seminal que, junto aos espermatozoides, formam o sêmen. Gametogênese - Formação dos gametas a partir das células germinativas primordiais (CGPs). - O número de cromossomos é reduzido durante um tipo especial de divisão celular conhecida como meiose. Esse tipo de divisão ocorre durante a gametogênese. Nos homens é chamado de espermatogênese; e nas mulheres ele é conhecido como ovogênese. - Espermatozoides e ovócitos: células sexuais especializadas. Espermatogênese Homens: testículos (túbulos seminíferos). 1- Pré-gonadal: - Ocorre no período pré-natal, na 3º semana. - CGPs: derivadas do epiblasto, migram para a parede do saco vitelino. - 4 º semana: migram do endoderma do saco vitelino para as cristas genitais. - 7º semana XY: as cristas genitais se diferenciam em testículos. - Células somáticas em volta das CGP se agrupam para formar os cordões seminíferos. - CGP: mitose → diferenciação em espermatogônias (quiescência, dormente, até a puberdade). 2 – Gonadal: PÓS NATAL - eventos que ocorrem nos testículos durante a puberdade. - Puberdade: secreção de hormônio LH → células de Leydig secretam testosterona (carct. sexuais, crescimento dos testículos, ósseo e de massa muscular, pelos axilares, faciais e pubianos, engrossamento das cordas vocais, aumento da libido e agressividade, maturação dos túbulos seminíferos, ativação da espermatogênese gonodal). → os cordões seminíferos viram túbulos: formados de células Sertoli (sustentação – da parede até a luz do órgão). As células mioides peritubulares revestem todo túbulo seminífero (achatadas). Espermatogênese: (formação e desenvolvimento do spz) leva 64 dias. *Ocorre no meio das células de Sertoli: núcleo roxo e citoplasma verde até a luz do tubo – sustenta o túbulo seminífero. OBS: Sertoli dentro, Leydig fora. OBS: Célula tronco A → espermatogônia A e espermatogônia B → meiose do tipo B → espermatócito primário + meiose → espermatócito secundário + meiose → 4 espermátides → espermátides sofrem espermiogênese → espermatozoides liberados na luz do tubo para o armazenamento no epidídimo. OBS2: a espermatogônia A fica em processo de meiose para gerar mais espermatogônia B quando necessário. Espermiogênese: (diferenciação da célula - é a etapa final da espermatogênese, responsável pela maturação dos spz e sua motilidade – flagela com mitocôndrias - e acrossomo) leva 24 dias. OBS: protamina = reduz a ocupação do espaço do citoplasma. Células de Sertoli: junções oclusivas - Barreira hematotesticular: vem depois da espermatogônia A e protegem as células da linhagem germinativa masculina que são formadas na espermatogênese na puberdade (moléculas estranhas) → ativa sistema imune/resposta autoimune → rompimento da barreira (trauma ou biopsia) → infertilidade. - Funções das células de Sertoli: 1 - Nutrir as células do túbulo seminífero, pois ele é avascular. 2 - Fagocita os produtos da espermiogênese – resto de citoplasma. 3 - Secreta de fluidos para o lúmen/luz – transporte dos spz. 4 - Manutenção e coordenação da espermatogênese. 5 - Função endócrina: ▪ ABP – produzir testosterona. ▪ Inibina – feedback negativo = parar espermatogênese. ▪ Ativina – feedback positivo = ativar espermatogênese. - A partir de 50 anos há uma queda na fertilidade – alteração na morfologia e mobilidade do spz. Porém continua-se a produção destes até o fim da vida. 3- Pós-gonadal - Maturação epididimária: ganho de receptores e agregação de carboidratos na membrana e motilidade; - Capacitação: Finalização da espermatogênese no trato reprodutor feminino 7 a 12 h, modificações químicas para exposição de receptores para estruturas ovocitárias → aumento da motilidade: hiperativação. - Após a capacitação – viáveis e aptos à fertilização no período de 2-6 dias. Controle hormonal da espermatogênese - LH: ativar células de Leydi a produzir testosterona e ajudar na espermatogênese. - FSH: ativar células de Sertoli que compõe o túbulo seminífero. - Retroalimentação negativa: aumento da testosterona → pausa produção no hipotálamo. - Ativina: ativa espermatogênese / inibina: desativa a espermatogênese. Fatores que afetam a espermatogênese - Temperatura testicular elevada (acima 35ºC). - Criptorquidia (não há descenso – descida – do testículo). - Infecções e doenças (varicocele, caxumba – degenera as células germinativas, HIV, desnutrição, álcool). - Hormônios anabolizantes e corticoides. - Radioterapia e quimioterapia – elimina células que se reproduzem rapidamente (como as gaméticas, do bulbo capilar e do gastro intestinal). - Sustâncias químicas, como os pesticidas medicamentos, drogas e ftalatos (usados em plástico). Oogênese/ovogênese 1- Pré-gonadal: - 3ª semana: CGPs: derivadas do epiblasto, migram para a parede do saco vitelino. - 4ª semana: migram do endoderma do saco vitelino para as cristas genitais. - 9ª semana XX: cristas genitais se diferenciam em ovários. - 9ª a 12ª semana: CGP → mitose → ovogônias. - 12 a 20ª semana: início da meiose → ovogônias → ovócitos I. 2- Gonadal - Início da meiose (ovócitos primários) – até a prófase I → dormência até a puberdade. - Foliculogênese: céls somáticas → céls. foliculares: folículo primordial. Etapa pós-natal da oogenese gonadal: puberdade. - Retomada da foliculogênese. - Continuação da meiose. - Ovocitação – liberação do ovócito secundário. - Início da puberdade: ovócito retoma a meiose (MPF: fator de promoção da maturação) → ovócito secundário: metáfase ll (ovocitação) – só uma célula é produzida. - Fecundação: final da meiosell: óvulo. - Menopausa: a oogênese é interrompida. Classificação dos folículos - Foliculogênese: maturação do gameta feminino relacionada ao desenvolvimento do seu revestimento celular. - Oócito + células foliculares = folículo ovariano. - O folículo é classificado segundo seu desenvolvimento em: ✓ Primordial: oócito I circundado pela zona pelúcida e por uma camada de céls foliculares pevimentosas. ✓ Folículo unilaminar: oócito I circundado pela zona pelúcida e por uma camada de céls foliculares cúbicas. ✓ Folículo multilaminar: oócito I circundado pela zona pelúcida, céls foliculares (camada granulosa) e pela teca. OBS1: Zona pelúcia – camada de material glicoproteico amorfo que envolve o ovócito e faz o bloqueio da polisperpemia (entrada de mais de um spz). OBS2: Teca – tecido conjuntivo em trono do folículo, suas células secretam estrogênio e aumentam o tamanho do endométrio. ✓ Antro: espaço que se desenvolve, cavidade com líquido folicular (hormônios, fluido e glicosaminoglicanos - sal, favorece acúmulo de líquido-). ✓ Cumulus oophorus: céls foliculares da camada granulosa em volta do oócito que o conecta com a camada granulosa. ✓ Folículo astrésico: de 5 a 12 folículos se desenvolvem a cada ciclo reprodutivo feminino, mas geralmente apenas um torna-se dominante e amadurece. Os outros sofrem atresia. Se degeneram e desaparecem. 3- Pós-Gonadal - Ovocitação: o folículo se rompe num ponto que o epitélio também se rompe. - Folículo: ovócito II, 1 º corpúsculo polar envoltos pela zona pelúcida, corona radiata e cumulus oophorus → capturado pelas fimbrias da tuba uterina. - Restante do folículo: corpo lúteo. - Corpo lúteo: produz progesterona e estrogênio - progesterona impede a descamação do endométrio. ✓ Sem fecundação: CL menstrual – 10 a 14 dias. ✓ Fecundação: CL aumenta (gravídico) – regressão 5º-6º mês de gestação. ✓ As céls do CL menstrual ou do CL gravídico sofrem atresia e desaparecem. O local é ocupado por tecido conjuntivo denso: CORPO ALBICANS. Ciclo menstrual ✓ Fase menstrual: 1º dia do ciclo - descamação do endométrio - menstruação (4-6 dias). ✓ Fase folicular (estrogênica ou proliferativa): FSH promove o crescimento dos folículos – estrogênio: reconstituição do endométrio a partir da proliferação das células da sua camada basal → preparação do útero. ✓ Níveis aumentados de estrógeno: pico de LH responsável pela ovocitação. ✓ Fase lútea (progestacional ou secretora – corpo se prepara para uma possível gravidez): formação e crescimento do CL. Progesterona produzida pelo CL estimula a secreção de glicoproteínas e glicogênio pelas glândulas endometriais (nutrientes para o embrião). ✓ CL é mantido pelo LH por cerca de 14 dias (12 a 16 dias). ✓ Sem fecundação: corpo lúteo degenera → cai progesterona e endométrio descama → menstruação.
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