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Psicologia da Aprendizagem Psicologia da Aprendizagem Centro Universitário Barão de Mauá Disciplina: Psicologia da aprendizagem E-mail: euaugustonascimento@gmail.com Aula: 06 de fevereiro de 2020. A aprendizagem pode ser definida como um processo de aquisição de novos conhecimentos através de experiências vivenciadas e determinadas por fatores endógenos e exógenos que resultam na modificação do comportamento humano. ✓ Endógenos: interiores. Definição: Depende de condições essenciais, tais como: Mentais, físicas, sensoriais e sociais para se desenvolverem. Importância: praticamente todo comportamento e todo conhecimento humanos são aprendidos. A Psicologia da aprendizagem foca o indivíduo e o desenvolvimento intelectual de suas capacidades. As teorias da aprendizagem estabelecem relação com as ações pedagógicas e refletem também sobre a maneira como as teorias estudadas questionam e se relacionam criticamente com as práticas que os professores têm em sala de aula. Teorias recentes da aprendizagem Preocupação com a interação entre o material a ser aprendido e os processos psicológicos necessários para aprender, enfatizando o estudo sobre o modo pelo qual o aprendiz: Obtém; Seleciona; Interpreta e transforma a informação. Teórico: Bruner ✓ "Captar as relações entre os fatos" ✓ Espiral - a importância da estrutura da matéria. (Do mais básico para o mais difícil) ✓ O método da descoberta (a criança aprende por si só a buscar conhecimento) ✓ Compreensão e erro instrutivo ✓ O professor tradutor ✓ Piaget e a educação ambiental Motivação: a motivação tem despertado a atenção dos profissionais envolvidos com a educação, por ser considerada como um dos principais fatores que favorecem a aprendizagem. Como se dá a motivação? Ambiente > organismo > interesse ou necessidade > objeto de satisfação Motivação e Aprendizagem Partir da necessidade que o aluno traz e ou criar novos interesses Como??? ✓ Propiciar a descoberta ✓ Desejar saber ✓ Linguagem de fácil compreensão ✓ Complexidade adequada das tarefas ✓ Compreender a utilidade do aprender Aula: 13 de fevereiro de 2020. Educação Ambiental • Pensar sustentavelmente, além da própria casa. • A educação ambiental ganhou notoriedade com a promulgação da Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui uma Política Nacional de Educação Ambiental e, por meio dele, foi estabelecida a obrigatoriedade da Educação Ambiental em todos os níveis do ensino formal da educação brasileira. • Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, Lei nº 9795/99, cap. I, art. 1º). Educação Ambiental é considerada inicialmente como: • Uma preocupação dos movimentos ecológicos com a prática de conscientização (má distribuição do acesso aos recursos naturais e seu esgotamento); • Envolver os cidadãos em ações sociais ambientalmente apropriadas. • Educar para o meio: apenas passando o conteúdo. • Educar a partir do meio: estou introduzido. • Trabalhar a realidade vivida pelo educando. • Socioambiental: “A natureza integra uma rede de relações não apenas naturais, mas também sociais e culturais.” • Cidadania: exercer direitos e deveres. • Aspecto cultural; • Político; • Econômico; • Ideológico; • Valores éticos e morais; • Respeito às diferenças. “Fazer uma educação problematizadora, que contribua para o surgimento, nos aprendizes, de uma visão crítica da totalidade do ambiente onde se inserem” Freire (1987) – Pedagogia do Oprimido mailto:euaugustonascimento@gmail.com Psicologia da Aprendizagem Educação Ambiental a partir do meio gera: • Valorização das diversas formas de conhecimento; • Educação Ambiental: Ato de transformar (integrar teoria e prática); • Superar as formas de dominação (indivíduo tentando colocar a realidade nele no outro), opressão e exclusão; • Educação é feita com o outro; • Movimento unitário entre teoria e prática. A educação ambiental é: “Um processo que consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa com a conservação e a adequada utilização dos recursos naturais. Medina, 1988. A educação ambiental na escola: • Abre espaço para os estudantes conhecerem a problemática ambiental, incentivando-os a desenvolver uma nova maneira de pensar e agir de forma integrada e polivalente frente aos complexos problemas globais. • A educação ambiental deve estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo. • Seja ele de caráter formal (educação básica, educação superior, educação especial, educação profissional, e educação de jovens e adultos); • Não formal (ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais). • Exemplos: aulas ministradas, caminhadas no entorno da escola objetivando mostrar a realidade no qual os estudantes estão inseridos, a promoção de palestras e grupos de debate (escola/comunidade) afim de aproximar a comunidade da vida escolar dos estudantes, horta escolar, desfile cívico, dança, produção de mudas, gincana cultural, teatro, confecção de cartazes, murais e realização de campanhas. • O que fazem as escolas que dizem que fazem educação ambiental? 1. Projetos; 2. Disciplinas especiais; 3. Inserção da temática ambiental nas disciplinas. Aula: 05 de março de 2020. Jean Piaget A Teoria Construtivista A Epistemologia Genética Epistemologia Genética Entendimento de como o ser humano se desenvolve! • Genético, não se diz respeito a transmissão de caracteres hereditário, mas sim ao modo de abordagem do objeto de estudo (comportamento humano), desde seu estado elementar, sua origem, até seu estágio mais adiantado, acompanhando cada uma das sucessivas etapas desse percurso. • Determinar cientificamente o processo de construção do conhecimento; • Compreender as categorias cognitivas desde os seus estados iniciais até suas manifestações mais elaboradas, o que levou a uma teoria sobre o desenvolvimento da inteligência. Períodos do desenvolvimento humano Como o ser humano consegue organizar, estruturar e explicar o mundo em que vive. Quatro períodos: de um estado de total desconhecimento do mundo que o cerca até o desenvolvimento da capacidade de conhecer o que ultrapassa os limites do que está a sua volta. Período sensório-motor: ✓ A exploração do mundo dos sentidos; ✓ O recém-nascido e o lactante – de 0 a 2 anos ✓ Percepção e movimentos; ✓ A importância do desenvolvimento físico, novas habilidades; ✓ A diferenciação progressiva entre o eu e o mundo exterior; ✓ A diferenciação afetiva (em relação aos pais, figuras de apego); ✓ Passagem de uma atitude passiva para atitude ativa e participativa, ambiente e pessoas. ✓ Reações circulares: Conjunto básico de ações que orienta todos os avanços durante a infância: I. Reações circulares primárias (de 0 a 4 meses, descoberta de si mesmo, do dedo, do pé, dos membros do corpo); II. Reações circulares secundárias (de 5 meses a 01 ano, autonomia, interesse em brinquedos, ida para o mundo externo); III. Reações circulares terciárias. (de 01 a 02 anos, pegar, jogar, conhecer, jogar a mamadeira, testar, fase do pequeno cientista, abrir o armário, pegar coisas). Rudimentos do Pensamento ✓ A imitação diferida; (dos pais ao telefone, de manias, começar a fazer “faz de conta.”) ✓ O comportamento de meios fins – fazer algo diferente. Psicologia da AprendizagemPermanência do Objeto ✓ Objetos existem mesmo que não possamos vê- los (a partir do 5º mês de vida); - olha a mãe, quando a mãe sai da sua visão, antes do quinto mês imagina que não existe mais. Por que é importante a permanência do objeto? (porque termina uma fase angustiante para o bebê, existe a estabilidade da memória, dentre outros aspectos importantes). ✓ Erro A-não-B (vídeo). Período pré-operatório A 1ª Infância – de 2 a 7 anos ✓ Aparecimento da linguagem; ✓ Aceleração do desenvolvimento do pensamento (a superestimação da capacidade da criança); ✓ Sentimentos interindividuais (desenvolvimento de trabalhos em grupos, pois entra na escola); ✓ Maturação neurofisiológica completa-se (coordenação motora fina). ✓ Tarefas de conservação: crianças pré- operacionais estão presas as aparências imediatas; ✓ A reversibilidade – um procedimento pode ser repetido no sentido contrário (crianças pré- operacionais não compreendem!); ✓ A centralização – tendência de permanecer no que é visualmente mais notável (não conseguem ver o campo visual total). ✓ Percepções peculiares sobre as pessoas: ✓ O que me chega aos olhos é real; ✓ Constância de identidade: não percebem que as pessoas conservam sua identidade, apesar da mudança de sua aparência; ✓ O animismo: dificuldade que as crianças pequenas têm para classificar o que está realmente vivo. Bonecos como possuidores de consciência. Do Pré-Operacional para o Concreto ✓ Transição gradual; ✓ Entre 5 e 7 anos, pensamento “descongela”; ✓ 8 anos – ponto de referência para olhar além das aparências imediatas; ✓ Estado operacional concreto. Operações Concretas A infância propriamente dita – 7 a 11/12 anos Início da construção da lógica – pontos de vista diferentes; ✓ Nova capacidade mental – Operações (presente, passado e futuro); ✓ Afeto – a vontade, a integração com o outro; ✓ Organização dos próprios valores morais – respeito mútuo, honestidade, companheirismo e justiça. ✓ Pensamento: estabelecer relações de causa e efeito corretamente, sequenciar ideias e eventos, trabalhar com dois pontos de vista simultaneamente, formar conceito de número. Aula: 12 de março de 2020. Apresentação do seminário, Skinner, 28 de maio de 2020. Operações formais A adolescência – de 11 a 12 anos em diante. • Passagem do pensamento concreto para o pensamento abstrato; • A capacidade de lidar com conceitos, como liberdade e justiça; • As relações sociais – afastamento da família. • O aspecto afetivo – conflito (busca da identidade). Projeto de vida • Para Piaget, a personalidade se forma entre 8 e 12 anos – organização de regras, valores, vontades; • Adaptação do indivíduo à realidade; • Sair do plano das ideias para o plano de ação; • Idade adulta: nenhuma nova estrutura mental, aumento gradual do desenvolvimento cognitivo. O conhecimento Segundo Piaget, (...) o conhecimento resulta das ações e interações do sujeito no ambiente em que vive. (...) O conhecimento resulta de uma inter-relação do sujeito que conhece com o objeto a ser conhecido. (MOREIRA, 1999, p. 75). MOREIRA, Marco A. Teorias da Aprendizagem. São Paulo, EPU, 1999. A aprendizagem em Piaget A formação das operações cognitivas no homem está subordinada a um processo geral de equilibração para o qual tende o desenvolvimento cognitivo, como um todo. A teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo autorregulado, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio ambiente. Psicologia da Aprendizagem Esquemas ✓ Segundo Piaget, um esquema é uma estrutura, ou a organização de ações, que é generalizável em circunstâncias semelhantes, no momento da ação. ✓ Formas como interagimos com o mundo, como classificar, ordenar, relacionar, etc. ✓ São tratados, não como objetos reais, mas como conjuntos de processos dentro do sistema nervoso; ✓ Não são observáveis, são inferidos e, portanto, são constructos hipotéticos. ✓ Uma criança quando nasce, apresenta poucos esquemas (sendo de natureza reflexa), e a medida em que se desenvolve, seus esquemas tornam-se mais generalizados, mais diferenciados e mais numerosos. ✓ Os esquemas cognitivos dos adultos são derivados dos esquemas sensório-motores das crianças. Assimilação ✓ Enquadrar novas informações nas estruturas cognitivas existentes (esquemas); ✓ Integra (classifica) um novo dado perceptual, motor ou conceitual as estruturas cognitivas prévias. ✓ Por exemplo: chamar o gato de cachorro (auau); ✓ Quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas novas) ela tenta adaptar. Acomodação ✓ Mudar as estruturas cognitivas para integrar informações do mundo; ✓ Acomodar aquele estímulo a uma nova estrutura cognitiva, criando assim um novo esquema. ✓ Princípio do conhecimento é a Ação do Sujeito sobre o objeto; ✓ A construção do conhecimento pelo humano se dá na interação desse aspecto humano com o meio, na relação sujeito-objeto. ✓ Não foram levados em conta os aspectos emocionais, afetivos e intuitivos na construção do conhecimento; Aprendizagem Juntamente com a equilibração, assume a dimensão do próprio desenvolvimento da estrutura cognitiva, o que significa o crescimento biológico e intelectual do indivíduo. Estudo dirigido 1. O que é Epistemologia Genética, teoria que fundamentou todo o conhecimento produzido por Piaget? A Epistemologia Genética refere-se ao Entendimento de como o ser humano se desenvolve. Vale ressaltar que o termo “genético”, não se diz respeito a transmissão de caracteres hereditário, mas sim ao modo de abordagem do objeto de estudo que é sem dúvidas o “comportamento humano”, desde o nascimento, desenvolvimento infantil, adolescência e velhice. Além disso o autor determina cientificamente o processo de construção do conhecimento, mais especificamente focado nos estágios infantis e por fim, busca compreender as categorias cognitivas desde os seus estados iniciais até suas manifestações mais elaboradas. 2. Faça um esboço dos quatro estágios de desenvolvimento segundo Piaget, apontando as principais características de cada. O primeiro estágio de desenvolvimento é o sensório- motor, esse estágio se desenvolve a partir do nascimento e tem seu término estabelecido aos 2 anos de idade. Possui esse nome por ter como característica o desenvolvimento da percepção e movimentos do bebê, evidenciando suas novas habilidades físicas. Nota-se também neste período uma diferenciação afetiva e progressiva entre o “eu” e o mundo exterior, além do fato da criança não mais ter uma atitude passiva, mas sim, ativa e participante do ambiente em que vive. Nesta fase é possível observar alguns aspectos primitivos de pensamento, conhecidos como “rudimentos do pensamento”, onde a criança apresenta uma imitação daqueles que a cercam, e de seus comportamentos, além de realizarem ações de maneiras diferentes do que estão habituadas, evidenciando aprendizagem. Suas reações circulares estão divididas em 3 etapas, sendo estas: Reações circulares primárias: 0 a 4 meses, tendo como principal característica o descobrimento do corpo; Reações circulares secundárias: 5 a 12 meses, tendo como principal característica o descobrimento do mundo externo, como por exemplo dos brinquedos; Reações circulares terciárias: 12 a 24 meses, fase do pequeno cientista, onde a criança observa e toca em tudo para expandir seus conhecimentos. O segundo estágio de desenvolvimento é o período pré-operatório ocorre dos 2 aos 7 anos, nesta fase é possível a observação de sentimentos interindividuais e uma maturação neurofisiológica mais completa, nota-se na criança o aparecimento da linguagem e com isso uma superestimação das capacidades dessa por parte dos que a cercam.Psicologia da Aprendizagem Neste período a reversibilidade não é compreendida, assim como a dificuldade de identificar os seres vivos, dos inanimados, tal comportamento é conhecido como animismo, e é o responsável por diversas vezes a criança atribuir consciência a seres não vivos. É comum crianças pré- operatórias não reconhecerem pessoas mesmo que muito conhecidas após uma grande transformação física, pois não possuem constância de identidade, e estão presas a aparências imediatas. A transição do período pré-operacional para o concreto ocorre de forma gradual entre os 5 e 7 anos, onde o pensamento da criança “descongela”.O terceiro estágio de desenvolvimento é o período das operações concretas possui a faixa etária dos 8 aos 12 anos, e tem como característica predominante o desenvolvimento mental e intelectual da criança, onde essa inicia uma construção lógica dos fatos, a organização de seus valores morais e atribuição de afeto. É visível nesta fase a relação de causa e efeito ser identificada de forma correta pela criança, assim como ela aprende a sequenciar ideias e eventos, trabalhar com dois pontos de vistas simultaneamente e formar o conceito de número. O quarto e último estágio de desenvolvimento se inicia aos 11 ou 12 anos, dependendo de cada indivíduo e não possui uma data para término. É conhecido como período das operações formais, e é marcado pela passagem dos pensamentos concretos para os abstratos, possibilitando assim, a criança lidar com conceitos nunca vistos antes, como liberdade e justiça. Percebe-se nesse período um afastamento da família e uma forte relação social com amigos, tornando-se evidente um conflito nos aspectos afetivos. 3. De que forma Piaget conseguiu demonstrar os rudimentos de pensamento na criança sensório motora? No período sensório motor a criança passa por um processo que vai de: não entender a permanência do objeto (capacidade de assimilar que objetos continuam a existir mesmo quando não estão presentes) a rudimentos de pensamento, que é o estágio onde o bebê percebe que determinados comportamentos tem determinadas consequências e gradualmente ele constrói conhecimentos de relação entre causa e efeito. A partir desse ponto a criança passa a se dar conta da permanência dos objetos e a se comportar de forma a provocar resultados desejados, assim desenvolvendo capacidade de pensar em objetos e pessoas ausentes (pensamento simbólico). Posteriormente, uma vez que os objetos não precisam estar presentes para que a criança pense neles, ela se torna apta a planejar atos e colocar planos em ação, como por exemplo lembrar e imitar comportamentos de outras pessoas. Para Piaget esses comportamentos simbólicos marcam o início dos verdadeiros processos de pensamento, ainda que primitivos. 4. Diferencie assimilação de acomodação. Acomodação é a mudança de estrutura cognitivas em função de um objeto a ser assimilado, ela pode ter duas alternativas: criar uma estrutura onde ela possa encaixar um novo estímulo, ou modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele. A acomodação representa o primeiro processo, o de criação de uma nova estrutura, visto que não foi encontrado nenhuma estrutura que se encaixasse o novo estímulo apresentado. Já a assimilação irá tratar do processo de tentativa de, como o próprio nome diz, “assimilar” o estímulo novo que está sendo apresentado às estruturas cognitivas pré existentes. 5. O que são os esquemas para Piaget. Um esquema, de acordo com Piaget, é uma estrutura mental, pela qual o indivíduo organiza o meio que é generalizável em circunstâncias semelhantes, no momento da ação. Ao passo em que o indivíduo se desenvolve, esse esquema se torna cada vez mais refinado. Além disso, o esquema trata-se de um conjunto de processos dentro do sistema nervoso, isso, por sua vez, o limita a um constructo hipotético, uma vez que não pode ser observável e é apenas inferido. Psicologia da Aprendizagem Aula: 21 de maio de 2020. Psicanálise e Educação “A Psicanálise pode transmitir ao educador (e não à Pedagogia) uma ética, um modo de ver e de entender sua prática educativa. É um saber que pode gerar, dependendo, naturalmente, das possibilidades subjetivas de cada educador, uma posição, uma filosofia de trabalho.” KUPFER, Maria Cristina. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo: Scipione, 1989. Freud Interesse pela pedagogia – possibilitar uma melhor compreensão por parte dos educadores sobre o desenvolvimento da criança e adolescente. A educação e a psicanálise Onde se entrelaçam? ❖ Funcionamento do psiquismo humano; ❖ Transferência aluno-professor; ❖ Prazer em aprender – a questão do desejo. Histórico O interesse concernente à relação entre educação e psicanálise é bastante antigo, sendo esta temática discutida desde a obra de Freud. O volume significativo de trabalhos sobre o tema, sua importância tanto para a pedagogia quanto para a psicanálise e a convergência por vezes ambígua e controversa entre estas duas disciplinas têm motivado o surgimento de estudos dedicados a revisar ou compendiar as contribuições existentes sobre o assunto. Na atualidade avolumam-se os trabalhos dedicados ao debate relativo às aproximações entre educação e psicanálise e, particularmente no Brasil, as pesquisas e as propostas de intervenção dedicadas ao tema têm sido bastante recorrentes. Apesar de todas estas iniciativas, poucos são os trabalhos dedicados a esquadrinhar, a partir de um vértice histórico, as influências da psicanálise na educação brasileira durante o século XX. Processo analítico Componente educativo – a cura pode ser vista como uma educação tardia; Psicanálise – papel de reeducação ao que escapou à educação. Transferência Fenômeno presente em toda situação em que duas pessoas se relacionam frente a frente; Tratamento analítico: relação emocional especial muito além dos limites racionais; É um fenômeno constante; Presente em todas as relações – profissionais, hierarquizadas, amorosas; Efeitos positivos ou negativos; Processo psicológico que consiste em transferir para pessoas ou objetos aparentemente neutros emoções e atitudes que existem no indivíduo desde a infância; Na terapia: reviver suas experiências passadas – essencial para a cura. A transferência na aprendizagem A aprendizagem não está focada somente nos conteúdos, mas, sobretudo, na questão que se impõe entre professor e aluno, e isso pode estimular ou não o aprendizado, independentemente dos conteúdos. A transferência na Educação Como ocorre? Professor renunciar a métodos de ensino ou didáticas padronizadas; Abandonar recompensas e premiações; Professor deve renunciar a posição de sujeito detentor do saber; Professor sair de cena para aluno caminhar de forma mais autônoma – fundamental para se constituir como sujeito; Presente na relação professor-aluno; Poderoso instrumento no processo de aprendizagem! Cultivar a relação de respeito mútuo, reconhecimento das necessidades, buscando a expressão dos desejos e encontrando prazer no processo ensino-aprendizagem. Por que é importante o professor entender essa relação transferencial? Manter autocontrole diante das manifestações afetivas, amorosas ou de rejeição dos alunos; Compreender as transferências de representações e sentidos que os alunos fazem com a figura do professor; A sublimação Mecanismo de defesa do ego mais importante para a educação; Definição: Certos impulsos inconscientes são desviados de seus objetos primitivos para fins socialmente úteis e integram-se a personalidade. Papel importante na adaptação do indivíduo ao seu meio; Permite ajustamento social sem inibir desenvolvimento pessoal; Exemplo:canalização da agressividade. Psicologia da Aprendizagem A última definição freudiana da sublimação, aquela a que nos referimos com maior frequência, inclui mudança de meta e de objeto da pulsão; de meta e objeto sexuais para outros não mais sexuais, mas sim socialmente reconhecidos e valorizados e pode ser encontrada em um texto de 1922, "Teoria da libido" (FREUD, 1922/1990). Através do mecanismo de sublimação, os indivíduos podem dedicar-se a atividades como artes, ciências, promoção de valores humanos e melhores condições de vida. Um novo olhar sobre o aluno Ser de subjetividade e desejo; Manifestações de difícil aceitação: significados. Compreensão de certas dificuldades do aluno através do processo de desenvolvimento da personalidade; Educador com os mesmos aparatos psicológicos do aprendiz. A relação aluno-professor O educador age sobre a criança muito mais no nível do inconsciente do que do consciente – não pelo que diz ou faz, mas pelo que é! A importância da educação afetiva – desenvolver sensibilidade relacional com o outro; Escola: meio de desenvolvimento de relações afetivas da criança com adultos e com outras crianças; Na escola, a criança traz uma experiência relacional vivida com a família – oferecer a oportunidade de verbalizar tensões; Possibilidade de uma compreensão em profundidade do sujeito, no que ele tem de mais pessoal e mais íntimo. A escuta Psicanalítica e a Educação A NOÇÃO DE ESCUTA Segundo Sigmund Freud – suspenção da nossa atenção, nenhum ponto específico da fala do paciente Aula: 04 de junho de 2020. A psicanálise e a formação do professor • O texto vai discorrer que a pedagogia é uma das ciências não psicológicas de interesse de estudo para psicanálise, conforme Freud, porque está ligado a descoberta dos desejos, dos produtos mentais e dos processos evolutivos da infância e fundamentalmente na importância dada à sexualidade em suas manifestações somáticas e anímicas. • A psicanálise enxerga a escola como um local muito importante, pois a criança faz com que todo seu cotidiano gire em função da escola, dessa forma o professor terá um papel fundamental. • A criança ao entrar na escola, transfere para a figura do professor o respeito e a veneração antes dirigidos ao pai, de maneira a tratá-lo como se fosse seu pai (FREUD, 1914). A transferência acontece de forma natural na relação educador- educando, assim como nas outras relações humanas. • A psicanálise vai auxiliar o professor em seu papel de mestre lhe orientando na prática ética, e ao modo de como ver e entender seu papel educativo. • Então, vale ressaltar que a importância da Psicanálise na formação dos educadores não está no sentido de lhes proporcionar mais uma técnica pedagógica, desenvolvida a partir de uma teoria desvinculada da prática, mas, sim, de remeter-lhes a um constante questionamento sobre sua prática pedagógica e sua relação com o educando. • Para que essa relação seja boa para ambos, é indispensável o respeito tanto do educador quanto do educando, encontrando o melhor caminho para o ensino- aprendizagem. • Não nos cabe, simplesmente, dizer ao professor como deve fazer sua prática. É necessário propiciar-lhe as condições para que ele desenvolva uma sensibilidade que lhe permita assumir, diante das situações educativas, todas as suas contradições, buscando a construção do novo. O professor não deve se anular como sujeito desejante ou impedir que o aluno deseje. O reconhecimento mútuo é que permitirá, ao professor, ensinar verdadeiramente e, ao aluno, desejar aprender e construir o saber. Psicologia da Aprendizagem
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